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NOTA FISCAL

O GUIA COMPLETO
SUMÁRIO

• Introdução .............................................................. 03
• Como surgiu a NF..................................................04
• Tipos de NF ............................................................. 13
• O formato digital ................................................... 22
• Padrão XML e versões da NF-e .......................... 27
• Descumprimento da lei ....................................... 30
• Conclusão................................................................ 33
INTRODUÇÃO
A Nota Fiscal é um documento que está presente na vida de todos, em maior ou menor
escala. Dessa forma, muitos sabem que ela é extremamente importante. Para aqueles en-
volvidos nas áreas contábil e financeira a compreensão sobre a função da nota fiscal acaba
sendo mais ampla.

Mesmo assim, as pessoas comuns tem um determinado grau de conhecimento sobre a nota
fiscal: ela comprova, por exemplo, a posse de um bem, possibilitando requerer a garantia do
produto ou sua troca na loja.

Vamos neste guia percorrer a história da nota fiscal (da tradicional até sua
versão eletrônica), sua importância no ambiente empresarial, seus tipos
(notas de produtos e de serviços) e as leis que regulam este documento,
bem como as penalidades aplicadas às empresas que não as cumprem.

Boa leitura!

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COMO SURGIU A
NOTA FISCAL
Para entendermos o surgimento da nota fiscal no
Brasil, devemos atentar para a finalidade de sua
existência: é um documento que comprova ações
de venda de mercadorias e serviços, transferência
de bens, doações, devoluções, ou seja, transações
que necessitam de arquivamento. Outra carac-
terística importante é o detalhamento sobre todos
os valores que envolvem essas operações, o que
torna a nota fiscal um instrumento ideal no pro-
cesso de coleta de impostos pelo governo.

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No início o documento era em formato de talão/bloco (modelos 1 e 1-A), cuja solicitação deve-
ria ser feita junto ao Fisco que emitia uma Autorização de Impressão de Documento Fiscal
(AIDF). As folhas eram preenchidas manualmente e duas folhas de papel carbono eram dis-
postas sobre outras duas cópias, totalizando quatro vias: uma para o cliente, uma para o
emissor da nota, outra para a contabilidade e a última deveria ficar no próprio talão.

Figura 1.1 – Nota Fiscal Modelo 1 (utilizada pelos contribuintes Figura 1.2 – Nota Fiscal Modelo 1-A (utilizada pelos
sujeitos, simultaneamente, à legislação do IPI e do ICMS) contribuintes apenas da legislação do ICMS)

O preenchimento a mão exigia extremo cuidado com a caligrafia, não havendo possibilidade
de rasura. A incompreensão em determinados campos de informação era passível de
punição.

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CONHEÇA OS DIFERENTES MODELOS DE NOTA FISCAL

Nota Fiscal (Modelos 1 ou 1-A): Utilizada por todos os contribuintes sujeitos à legislação do
IPI e do ICMS.

Nota Fiscal de Venda a Consumidor (Modelo 2): Documento emitido para o cliente que ad-
quire a mercadoria ou o serviço.

Nota Fiscal de Produtor (Modelo 4): Utilizada para comprovar as operações rurais e trazer
benefícios para os produtores.

Nota Fiscal de Energia Elétrica (Modelo 6): Tem como objetivo tratar as operações de dis-
tribuidoras de energia elétrica.

Nota Fiscal de Serviço de Transporte (Modelo 7): Utilizada em todos os tipos de transporte:
de pessoas e de mercadorias.

Nota Fiscal de Serviço de Comunicação (Modelo 21): Emitida por empresas de comuni-
cação de qualquer meio.

Nota Fiscal de Serviço de Telecomunicações (Modelo 22): Destinada aos serviços de tele-
comunicação, como emissoras de rádio.

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A primeira evolução no processo de emissão foi por via
mecanográfica (máquinas de escrever mecânicas ou elé-
tricas). A partir de então os documentos passam a ser
confeccionados também em jogos soltos (folhas avul-
sas), ainda necessitando da AIDF .Esse processo erra-
dicou a preocupação com a caligrafia, proporcionando
agilidade e precisão. No entanto, erros ainda eram fre-
quentes devido a fatores humanos, sendo sinônimos
de prejuízo.

Com o advento da informatização nas empresas e consequente aumento das substi-


tuições das máquinas de escrever por computadores (meados da década de 1990), o pro-
cessamento de dados passou a se efetivar de forma eletrônica. Esse formato proporciona-
va maior agilidade e possível armazenamento dos documentos em mídias locais, mas
também exigia pessoal qualificado. A verificação de possíveis erros antes da emissão da
nota fiscal era uma realidade, porém a impressão ainda era necessária e ocorria na forma
de formulários contínuos (necessário AIDF) sendo feita nas impressoras matriciais.

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Com o passar dos anos, o grande volume de impressos se tornou um sério problema
para as empresas, principalmente aquelas com grande volume de operações comerci-
ais. A guarda de centenas ou milhares de notas de papel em caixas ou armários e um
lugar físico exclusivo para manter tais documentos era muito oneroso. Outro ponto
negativo é que o papel não resiste ao tempo, as páginas vão amarelando e ainda
podem ser destruídas em caso de incêndio ou de vazamento
de água, por exemplo. A falta de mobilidade do papel é outro
aspecto que o torna obsoleto. Consultar informações de for-
ma remota era inconcebível.

Do ponto de vista fiscal, a precisão e eficiência do processo de


controle, intercâmbio de dados entre os governos, análise de
notas fiscais visando a diminuição da sonegação de impostos
eram processos complexos e dispendiosos.

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Uma nova forma de fiscalização que reduzisse os custos
que envolvem a Nota Fiscal, mas não diminuísse a
quantidade de informações contidas nela, se fazia
necessária.

Mediante essas necessidades, foi realizado em Salvador


(BA), entre os dias 15 a 17 de julho de 2004, o primeiro Encontro
Nacional de Administradores Tributários (ENAT), com a presença
dos titulares das administrações tributárias federal, estaduais e do
Distrito Federal, dos municípios e capitais. Alguns meses depois, em abril de 2005, um
segundo encontro ocorreu em São Paulo para colocar em prática o que havia sido decidido
no encontro anterior.

Assim nasceu o projeto da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), instituindo mudanças significa-
tivas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes
benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias.

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Benefícios para as Administrações Tributárias:

• Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;


• Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compar-
tilhamento de informações entre os fiscos;
• Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização
de mercadorias em trânsito;
• Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;
• Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria da RFB
(Sistema Público de Escrituração Digital - SPED).

Benefícios para a Sociedade:

• Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente;


• Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias;
• Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas;
• Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados
à Nota Fiscal Eletrônica.

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Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e):

• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;


• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da
NF-e;
• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;
• Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B).

Benefícios para o Contribuinte Vendedor (Emissor de NF-e):

• Redução de custos de impressão;


• Redução de custos de aquisição de papel;
• Redução de custos de envio do documento fiscal;
• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;
• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF;
• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2C).

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Em março de 2006 ocorreu o lançamento do projeto piloto da Nota Fiscal

Eletrônica (NF-e). Em setembro do mesmo ano foram emitidos os primeiros

documentos com validade jurídica

neste formato. Em 2007, a emissão

do documento de forma eletrônica

ainda era facultativa, mas

até 2010 todas as empresas

tiveram que se adequar con-

forme seu respectivo Código

Nacional de Atividade Econô-

mica (CNAE).

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TIPOS DE NOTA FISCAL
Se uma das finalidades da nota fiscal é organizar o Se a empresa é prestadora de serviços, ela emitirá
recolhimento de impostos, elas precisam ser sepa- uma Nota Fiscal de Serviços (NFS), recolhendo o
radas de acordo com sua atividade, permitindo ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Na-
que o tributo pago por determinada transação tureza, também conhecido como ISS). Este tributo
seja o específico dela. é municipal, e requer uma inscrição da empresa
junto a Prefeitura Municipal.
Resumindo: se você oferece um produto não pode
pagar imposto sobre serviço. A situação inversa Para empresas cuja atividade for venda de produ-
deve funcionar da mesma maneira. As notas fis- tos, a emissão será de uma Nota Fiscal de Produ-
cais devem seguir essa premissa, com exceção do tos, ou apenas Nota Fiscal (NF), recolhendo o ICMS
Distrito Federal. Devido a ausência de prefeitura, o (estadual) e o IPI (federal). Neste caso, a inscrição
mesmo modelo de nota fiscal é utilizada para da empresa emitente precisa ser feita na Secreta-
ambos os casos (produtos e serviços), sendo co- ria de Estado da Fazenda ou Finanças, ou no órgão
nhecida como “nota conjugada”. correspondente no Distrito Federal.

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Devido a informatização dos processos de mente para a Secretaria Estadual da Fazenda
emissão de nota fiscal, e geração desses docu- (Sefaz). Para emitir o documento, é preciso ter
mentos por via eletrônica, a Nota Fiscal passa a CNPJ, Inscrição Estadual, ser credenciado na
ser Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e a Nota Fiscal Sefaz e habilitado como emissor de nota fiscal
de Serviços se torna a Nota Fiscal de Serviços eletrônica em ambiente de produção. O retorno
Eletrônica (NFS-e). ao contribuinte se dá por meio do DANFE (Docu-
mento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica), em
Assim sendo, é preciso deixar claro que o pro- PDF.
cesso de emissão dos dois documentos – para
serviços e para produtos – é diferente. No caso
da nota de serviços, é gerado um recibo pro-
visório, enviado à prefeitura, que gera a NFS-e e
retorna ao contribuinte o DANFSE (Documento
Auxiliar de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica)
em PDF. Cada prefeitura possui suas particulari-
dades quanto à emissão. * Cabe lembrar que as empresas que estão obrigadas à emissão da
NF-e, não poderão mais utilizar a nota fiscal de modelo 1 ou 1-A,
exceto em casos bem específicos previstos na legislação, como
Já a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e, que substitui por exemplo, na venda fora do estabelecimento desde que as
notas fiscais de remessa e retorno sejam eletrônicas.
os antigos modelos 1 e 1-A*) é enviada direta-

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NOTAS FISCAIS DE ENTRADA, DEVOLUÇÃO, AJUSTE E COMPLEMENTAR

Como visto, toda empresa tem obrigação de emitir notas fiscais para a comercialização de
suas mercadorias. E não só para as saídas de mercadoria, mas também para a entrada de
mercadorias no negócio. Ou seja, é preciso realizar uma emissão de nota fiscal para registrar
as mercadorias adquiridas para a empresa.

Assim, caso a empresa deseje oferecer preços mais competitivos, adquirindo matéria prima
ou produtos de terceiro para revenda, o fornecedor deve emitir a NF-e. Além da nota que a
empresa emite, seu negócio também deve emitir uma nota registrando a entrada de merca-
dorias na empresa.

Já a Nota Fiscal de Devolução tem como objetivo anular o processo de compra ou a própria
nota fiscal. Ou seja, quando a venda não se concretiza ou há necessidade de anular uma
nota fiscal que já passou do prazo de cancelamento, é necessária a emissão da NF-e de
Devolução.

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Geralmente, a Devolução é feita quando bens adquiridos não são
entregues, quando há recusa do comprador ou quando já passou
o prazo de cancelamento da nota fiscal de origem. Na situação de
devolução, tanto destinatário quanto emitente podem emitir
uma NF-e de devolução para anular a operação de venda e
compra.

Caso a venda tenha sido para pessoa física e não tenha se con-
cretizado, é preciso que o emitente da nota de origem emita a
nota de devolução com uma CFOP de entrada. Mas caso o
destinatário seja pessoa jurídica, a responsabilidade de
emissão da NF-e de Devolução cai sobre ele.

Portanto, uma Nota Fiscal de Devolução serve para


consolidar uma ação de venda não concretizada
ou nota fiscal anulada.

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Uma Nota Fiscal de Ajuste identifica notas fiscais
emitidas para fins de ajuste na escrituração do docu-
mento. Ou seja, notas de ajuste não se referem à tran-
sações com mercadorias e devem ser emitidas apenas
para fins escriturais. ..................... $
..................... $
..................... $
A NF-e de Ajuste serve para ser utilizada em operações ..................... $
..................... $
sem circulação de produtos, como uma NF de transfe- ..................... $

rência de crédito, crédito de ativo permanente, entre .................................... $


outros, conforme definições do RICMS.

Por exemplo, o balanço da empresa no fim do mês


não bate, falta ou sobra uma quantia, por isso é preci-
so que seja feita a NF-e de Ajuste do valor que faltou ou que sobrou. Geralmente, a nota de
ajuste é emitida no período de análise da contabilidade para gerar as guias de pagamento
dos impostos.

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Já a NF-e Complementar é emitida em casos de:

– Reajuste de preço em razão de contrato ou qualquer outra ocasião que acarrete o au-
mento no valor original da operação;
– Na regularização de diferença de preço, em operação ou prestação, na quantidade de
mercadoria, quando for feita no período de apuração de imposto em que o documento fiscal
tiver sido emitido ou para lançar imposto não efetuado no momento da emissão, por cálculo
incorreto;
– Na exportação, caso o valor do contrato de câmbio ocasionar acréscimo ao valor da op-
eração na NF-e.

É preciso que sejam inseridas na nota fiscal, toda e qualquer informação a serem com-
plementadas nos itens. Por exemplo: destaque do tributo (NF Complementar de ICMS); Es-
pecificação da quantidade (NF Complementar de quantidade); Valor descrito (NF Comple-
mentar de valor). A ideia da Nota Fiscal Complementar é que a nota complementada e a
nota complementar retrate a operação correta.

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NOTA FISCAL DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

A globalização foi um fenômeno que ajudou a interligar os


setores econômicos, políticos, sociais e culturais em âmbito
mundial. Com o processo da globalização ficou mais fácil
vender e comprar de qualquer parte do planeta.

Para efetuar uma compra ou uma venda dentro dos parâ-


metros legais, é necessário emitir uma nota fiscal eletrô-
nica deste produto ou serviço.

A Nota Fiscal de Importação permite a entrada da merca-


doria nacionalizada no estoque da empresa. Ele formaliza
a importação e, portanto, deve ser emitida pelo importador. A nota de
importação tem a função de "nacionalizar as mercadorias", por isso
deve ser emitida em português.

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Mesmo que a compra tenha sido efetivada em outra moeda, como euro ou dólar, tais va-
lores deverão ser convertidos de acordo com a cotação cambial da data de liberação adua-
neira, presentes na Declaração de Importação, especificados em Real.

A partir dos dados contidos na Declaração de Importação (DI) e da


Invoice (fatura comercial enviado pela empresa que realizou a
exportação) é possível realizar a emissão desse arquivo.

De posse da Invoice e conhecida a taxa de câmbio, é possível


calcular os valores dos impostos que incidem nessa operação.

Se você é um empresário que adquiriu matéria-prima importada, essa só poderá ser retira-
da e lançada em seu estoque após a correta emissão da Nota Fiscal de Entrada de Impor-
tação. Esta é uma obrigação da legislação brasileira e permite ao fisco ter conhecimento
sobre os itens que entram em território nacional e quanto de imposto precisa ser recolhido.

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Já a Nota Fiscal de Exportação é a responsável por listar para o Governo Federal quais são
exatamente os itens que estão deixando o país em direção a um importador estrangeiro. A
diferença aqui é que não há incidência de uma série de impostos, como ICMS, IPI, PIS e
COFINS. Se por um lado isso facilita a vida do empreendedor, por outro é preciso ficar atento
a um processo que tem características particulares.

Algumas informações são obrigatórias e fazem parte do modelo


de Nota Fiscal de Exportação. O seu documento pode ser anulado
e considerado sem valor legal caso não esteja de acordo com aquilo
que a legislação obriga.

Veja quais são os dados obrigatórios que devem constar nesse documento: dados do emi-
tente, dados do destinatário, CFOP e natureza da operação, dados dos produtos vendidos ou
serviços prestados, dados sobre isenção de tributação e valor total da nota.

Na prática, é bem mais simples exportar do que importar uma mercadoria. No entanto, isso
não significa que as obrigações de preenchimento mostradas anteriormente devam ser
ignoradas ou omitidas.

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O FORMATO DIGITAL:
RAPIDEZ, ECONOMIA E MENOS BUROCRACIA

Agora que temos conhecimento sobre a história da nota fiscal e seus tipos, vamos abordar o processo de
emissão desses documentos de forma eletrônica e os requisitos para que a empresa comece a emiti-los.

O primeiro passo é a aquisição de um Certificado Digital no padrão ICP-Brasil


(Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras). Além de obrigatório, ele garante a
segurança das transações pela rede, evitando fraudes que possam prejudicar a
empresa ou o cliente.

Os modelos disponíveis são o tipo A1 e o tipo A3. A principal diferença entre o tipo A1 e A3 é que o tipo A1
é um certificado digital que fica armazenado na memória interna do computador do contribuinte, e o
tipo A3 é um certificado digital armazenado em uma mídia com chip na forma de um token usb ou cartão
Smart Card, todos com segurança criptográfica. Ambos os tipos de certificado garantem a autenticidade
de uma pessoa física ou jurídica no meio eletrônico.

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No caso da NF-e também é necessário solicitar um credenciamento junto à SEFAZ do estado onde a
empresa está localizada. Já para a NFS-e é necessário um cadastro junto a Prefeitura.

O próximo passo é possuir um software gerador de notas fiscais eletrônicas. A Soften Sistemas dis-
ponibiliza duas opções de ERP (modelo clássico Windows© Desktop e computação em nuvem tipo
SaaS), que contam com total integração de módulos fiscais ao controle de vendas, tornando a
emissão do documento mais rápida.

Um sistema ERP (Windows© Desktop) completo para


administrar de maneira integrada as diversas rotinas administrati-
vas e fiscais de micros e pequenas empresas. Permite utilização
local dos recursos (implantação no computador), ou compartilha-
mento de informações via rede (instalação em servidor local).

Sistema ERP online (computação em nuvem tipo SaaS) com


gestão totalmente integrada, prezando a mobilidade das operações
comercias e de gestão, com instalação de certificado A1 em
servidores próprios e armazenamento de todos os documentos
eletrônicos processados na plataforma.

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O início do processo de emissão da NF-e se dá pela geração de um arquivo eletrônico (XML)
pela empresa. Esse arquivo, que contem as informações fiscais da operação comercial, deve ser
assinado digitalmente e transmitido à SEFAZ pela internet que fará uma pré-validação do ar-
quivo e devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá
haver o trânsito da mercadoria.

Este mesmo órgão também é responsável por transmitir a NF-e para a Re-
ceita Federal, que é repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Am-
biente Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria
de Fazenda de destino da operação e Suframa7, no caso de mercadorias
destinadas às áreas incentivadas.

Para acompanhar o trânsito da mercadoria é impressa uma representação gráfica simplificada


da Nota Fiscal Eletrônica, intitulado DANFE8 (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica),
em papel comum, em única via, que conterá impressa, em destaque, a chave de acesso para
consulta da NF-e na Internet e um código de barras bi-dimensional que facilitará a captura e a
confirmação de informações da NF-e pelas unidades fiscais.

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O contribuinte destinatário, não

emissor de NF-e, poderá escritu-

rar os dados contidos no DANFE

para a escrituração da NF-e, sen-

do que sua validade ficará vincu-


Figura 3.1 – Imagem parcial da impressão de um DANFE, destacando o código
de barras e a chave de acesso no canto superior direito (Controle do Fisco)
lada à efetiva existência da NF-e

nos arquivos das administrações tributárias envolvidas no processo, comprovada através

da emissão da Autorização de Uso. O contribuinte emitente da NF-e, realizará a escritu-

ração a partir das NF-e emitidas e recebidas.

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OUTROS TIPOS DE DOCUMENTOS FISCAIS ELETRÔNICOS

• Nota Fiscal Complementar: Serve para acrescentar dados e valores que não
foram registrados no documento original, como um acréscimo durante uma expor-
tação.

• Nota Fiscal Eletrônica do Consumidor (NFC-e): Voltada para o consumidor final.


É o documento substituto da nota fiscal modelo 2.

• Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e): Tem como função registrar as


operações de transporte de cargas realizadas no Brasil.

• Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e): documento exigido pela


SEFAZ para registrar todas as operações de transporte, sejam elas feitas por transporta-
doras com o vínculo de CT-e para transporte de carga para terceiros, ou para empresas
que transportam mercadorias próprias, vinculando assim a NF-e.

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O PADRÃO XML E
AS VERSÕES DA NF-E
Como vimos, a Nota Fiscal Eletrônica é um docu- As versões dos protocolos XMLs foram criadas para

mento que tem o intuito de registrar eletronica- melhorar a quantidade e a qualidade dos dados que

mente as transações comerciais. Devido ao fato de são informados à receita. O principal objetivo da

sua exclusiva existência digital, um formato deveria troca de versões da Nota Fiscal Eletrônica é facilitar

ser definido, que garantisse padronização, confiabili- os processos fiscais, tanto para a Secretaria de

dade, portabilidade, independência sobre platafor- Fazenda quanto para as empresas.

mas de hardware e software e integração com

bancos de dados. A linguagem de marcação Mudanças de versão costumam ocorrer a cada um

extensível, ou simplesmente XML (eXtensible ou dois anos, dependendo da necessidade, onde

Markup Language) foi escolhida para definir esse im- pode haver a inclusão de novos campos, alteração de

portante documento, pois atendia a todas as neces- cálculos ou ainda, adequação às mudanças legais

sidades. (de impostos e do consumidor).

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Veja no infográfico a seguir a
evolução das versões da NF-e:

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A figura a seguir mostra um pouco
da estrutura de um arquivo XML,
para uma NF-e:

29
O QUE ACONTECE PARA
QUEM NÃO CUMPRE A LEI?
Depois dessa viagem pela história
da Nota Fiscal Eletrônica, precisa-
mos atentar para a correta emissão
do documento, tomando os devidos
cuidados. As penalidades para as
empresas – sejam fornecedoras ou
clientes – podem ocorrer em até
cinco anos. De fato, esse é o tempo
que o Fisco tem para multar todas
as operações irregulares.

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Uma empresa que precisa emitir NF-e e que opta pelo descumprimento dessa
obrigação corre, basicamente, quatro riscos:

• Sonegação de Impostos: a empresa que omite, adultera ou deixa de


emitir nota fiscal em suas operações comete o crime de sonegação fiscal.
Essa situação pode ser identificada por meio de auditorias da Receita Fede-
ral, ou mesmo a partir de consumidores que denunciem a prática. Para
evitar divergências, as notas fiscais emitidas devem ser armazenadas de
modo que possam ser consultadas facilmente em caso de necessidade.

• Aplicação de Multas: As multas são aplicadas pela Receita Federal


nos casos de não emissão intencional da nota fiscal (multa de 75% do valor
da nota omitida) ou emissão com informações erradas, com ciência da
própria empresa (multa de 20% de seu valor). As multas são cumulativas e
compostas de juros de mora, elevando ainda mais a quantia devida pela
empresa infratora.

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• Perda de Garantias: Hoje em dia, muitos consumidores conhecem a
desvantagem de adquirir mercadorias sem nota fiscal. A ausência desse
documento impossibilita o acesso as garantias legais do produto adquirido.
Essa segurança é importante tanto para os consumidores finais quanto
para as empresas, que compram insumos, ferramentas, equipamentos etc.
Consequentemente, a omissão pode representar uma perda de vendas sig-
nificativa para quem deixa de emitir esse documento.

• Visão Negativa da Empresa: Muitos clientes evitam fazer negócios


com quem não emite nota fiscal. A perda de uma venda envolvendo clien-
tes é o menor dos problemas. Essa pequena atitude pode manchar o nome
da empresa e associá-la a uma imagem negativa, resultando em prejuízos
bem maiores. A relação com outras empresas também pode ficar abalada,
visto que a maioria busca atuar de maneira legal, sempre cumprindo com
suas obrigações.

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CONCLUSÃO
Toda grande mudança necessita de um período de adaptação. Dificuldades surgirão, mas o objeti-
vo deve recompensar o esforço. A tarefa fica mais agradável quando todas as partes envolvidas se
dedicam a alcançar os resultados esperados, evidenciando as conquistas positivas que essas mu-
danças prometem.

Evidentemente estamos falando da nota fiscal eletrônica. Todas as


suas vantagens elencadas neste guia beneficiam a todos: forne-
cedores, clientes, governo e até o meio ambiente.

O mundo é digital, e naturalmente ele alcançou as áreas


administrativas e contábeis das empresas. Nós da Soften
Sistemas oferecemos todo nosso know-how para auxiliar você
nessa jornada de sucesso!

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