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HISTÓRIA

Dos Alpes para todo o mundo


Assim como acontece com o seu compatriota São Bernardo, o Cão de Montanha
de Berna descende muito provavelmente dos Molossos da Antiga Roma, que foram
trazidos para o território helvético durante a expansão militar do exército romano. Estes
cães desempenhavam um papel de grande importância, protegendo ferozmente
propriedades, acampamentos e gado.
Os antepassados do Cão de Montanha de Berna conduziam e protegiam o gado
no cantão de Berna, um dos 26 cantões que compõem a República Suíça, sendo,
também, usados como cães de tração, designadamente para puxar as carroças de leite.
Existem representações destes cães em pinturas que datam do século XVIII.
Já nos finais do século XIX, o Professor Albert Heim juntamente com Franz
Schertenleib, liderou uma equipa que desenvolveu um estudo sobre os pastores suíços,
salvando-os de um declínio que, caso não tivesse sido invertido, podia tê-los levado à
extinção. Um dos pastores identificados habitava essencialmente uma zona chamada
Durrbach, situada no cantão de Berna, levando a que tenha sido chamado de
Dürrbächler. O trabalho levado a cabo por Albert Heim e Franz Schertenleib levou estes
pastores de pêlo comprido e tricolor a participarem em exposições caninas na primeira
década do século XX.
Em 1907, foi criado o Clube Suíço de Dürrbach (Schweizerische Dürrbach-Klub)
para apurar e promover a raça. Em 1910, esta foi rebatizada com o nome pelo qual hoje
a conhecemos – Cão de Montanha de Berna. A partir deste momento, a raça teve uma
rápida expansão, chegando a todos os cantões da Suíça e a algumas zonas do sul da
Alemanha.
Em 1926 chegou aos Estados Unidos da América pela mão de Isaac Scheiss, não
demorando muito, desde esse momento, a cativar a atenção de criadores e amantes de
cães por todo o mundo.
Nos anos 30, alguns criadores concentraram-se no aumento de tamanho e da
capacidade de guarda desta raça, levando a que alguns exemplares tivessem uma certa
insegurança temperamental e, por consequência, adotassem comportamentos
desadequados com outros cães e pessoas. Contudo, os criadores de qualidade
conseguiram manter a raça dentro dos padrões temperamentais desejáveis.
A beleza do Cão de Montanha de Berna, aliada às suas qualidades como cão de
família, fazem com que seja reconhecido e admirado em toda a parte.
TEMPERAMENTO
Um guarda dócil e tranquilo
Segundo a descrição do standard do Cão de Montanha de Berna, este não deve
ser “agressivo, medroso ou receoso”, devendo antes ser “equilibrado, atento, vigilante
e seguro de si”.
O temperamento dócil, tranquilo e gentil desta raça faz dele um excelente cão de
família, uma vez que, para além da forte ligação e lealdade que estabelece com o dono,
tem uma boa relação com crianças, o que não significa que esta interação não deva ser
sempre supervisionada. O apego pela sua família faz com que não suporte estar longe
dela por muito tempo, podendo, caso isso aconteça, desenvolver altos níveis de
ansiedade e, por consequência, adotar comportamentos problemáticos.
As qualidades temperamentais desta raça não reduzem minimamente a dedicação
e a atenção que a sua educação deve ter, até porque, quando chega à idade adulta, a
sua força é muito considerável, sendo fundamental que responda bem aos comandos e
que seja sociável, quer com pessoas, quer com outros cães. Felizmente, o Cão de
Montanha de Berna não é difícil de ser treinado, e, se os donos se dedicarem à sua
socialização desde cachorro, mostrar-se-á afável tanto com pessoas, como com cães.
A sua inteligência, força e coragem fazem com que seja um excelente cão de
trabalho, protegendo quer o gado, quer a propriedade que tem à sua responsabilidade
com grande determinação. Contudo, ao contrário do que acontece com outras raças,
não se mostra nervoso nem agressivo perante presenças de desconhecidos, ladrando
apenas para avisar os donos da sua chegada.
Sendo um cão de quinta por excelência, o Cão de Montanha de Berna adora fazer
atividades fora de casa, como uma boa caminhada pelo campo ou por um parque amplo.
O facto de ter origem helvética faz com que se adapte especialmente bem a climas
frios, não sendo a raça ideal, por contraposição, para climas muito quentes.
SAÚDE
A displasia coxofemoral (ou displasia da anca) é um dos problemas mais graves e
comuns que afetam o Cão de Montanha de Berna, caracterizando-se por uma
instabilidade na articulação entre a cabeça do fémur, o ligamento e o acetábulo. Pode
provocar uma dor intensa e muito sofrimento, levando a grandes dificuldades de
locomoção. O facto de este problema ser, normalmente, hereditário, obriga a que a
reprodução seja feita entre exemplares saudáveis, sendo ainda aconselhável fazer uma
radiografia no momento em que cada cão, ou cadela, atinja os 18 meses de idade.
Outro problema grave que afeta esta raça, típico de cães de grande porte, é a
torção do estômago, que pode revelar-se fatal. No caso de o abdómen aumentar e o
animal ficar extremamente sensível ao toque, sentindo uma dor muito forte, deve-se
levá-lo o mais rapidamente possível ao veterinário. Por forma a evitar este problema,
deve-se impedir que o cão coma muito de uma só vez e também que pratique exercício
físico após as refeições.
Finalmente, o terceiro problema grave que pode ocorrer no Cão de Montanha de
Berna é o desenvolvimento de cancros, sendo uma das principais causas que levam à
sua morte.
No que diz respeito aos cuidados com a pelagem, deve-se escová-la diariamente
para a manter bem limpa.
É importante que os exemplares desta raça possam fazer exercício físico com
regularidade, de modo a manterem-se fisicamente saudáveis e mentalmente
equilibrados.

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