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e Aprendizagem
Marilane Santos
Aula 04
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autora
MARILANE SANTOS
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo,
ou detalhado; se forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo como funcionam os processos, objetivos e
domínios da aprendizagem 10
A aprendizagem e seus processos 10
Modelo Inatista 11
Modelo Ambientalista 13
Behaviorismo Metodológico 13
Behaviorismo Radical 14
Modelo Interacionista 15
Teoria Psicogenética de Piaget 15
Teoria Sócio-histórica 16
Teoria da Psicogênese de Henri Wallon 17
Teoria da Aprendizagem Significativa
de David Ausubel 17
Aprendizagem versus Representação 18
Aprendizagem 18
Representação 21
A avaliação nos processos de ensino- aprendizagem 24
Pedagogia Tradicional 25
Pedagogia Tecnicista 28
Propostas pedagógicas baseadas no modelo interacionista 29
Construtivismo 29
Pedagogia Socioafetiva 30
Pedagogia Socioconstrutivista ou Sociointeracionista 31
Aprendizagem Significativa 32
Dificuldades, Distúrbios e Transtornos de Aprendizagem 34
Dificuldades de Aprendizagem 34
Distúrbios de Aprendizagem 36
Transtornos de Aprendizagem 40
Processos Cognitivos e Aprendizagem 7
04
UNIDADE
8 Processos Cognitivos e Aprendizagem
INTRODUÇÃO
Você sabia que a aplicação dos seus conhecimentos sobre
aprendizagem é um grande desafio? Isso pois você deverá compreender
e intervir nos processos de ensino-aprendizagem. O profissional que
irá se relacionar com os processos educacionais precisa conhecer
as diversas correntes teóricas da psicologia e sua aplicabilidade na
educação. Depois de conhecer todos os aspectos envolvidos nos
processos cognitivos e como ele será compreendido por diferentes
correntes teóricas, é possível compreender que toda proposta didática
tem uma concepção de desenvolvimento cognitivo que a fundamenta
para desenvolver determinadas formas para ensinar, avaliar, conceber
as dificuldades de aprendizagem, entre outros. Essa compreensão
amplia as possibilidades de se construir uma proposta educacional
que, na sua condução didática, promova uma atuação coerente com
a compreensão que se tem, atualmente, de como é possível construir
propostas mais potencializadoras de ensino-aprendizagem para auxiliar
na formação de pessoas com pensamento crítico e reflexivo e, portanto,
mais preparadas para responder as diferentes demandas sociais e
profissionais da atualidade.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 9
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
1. Compreender os modelos de desenvolvimento psicológico e
as teorias relacionadas a aprendizagem;
2. Compreender a relação entre representação e aprendizagem;
3. Conhecer as diversas formas de avaliação no processo ensino-
aprendizagem e suas aplicações;
4. Identificar as diferenças em conceito, características e intervenção
nas situações de dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem.
Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao
conhecimento? Ao trabalho!
10 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Figura 1: O Pensamento.
Fonte: Pixabay
IMPORTANTE:
Todas essas teorias, devido ao fato de terem como objeto
de estudo a aprendizagem, terão um impacto direto na
educação, em propostas pedagógicas baseadas nos
modelos de desenvolvimento psicológico.
Modelo Inatista
Podemos definir o termo “inatista” como:
IMPORTANTE:
“Inato” de nascimento, que já nasce desta forma, que já traz
do nascimento.
EXPLICANDO DIFERENTE:
A teoria do Quociente de Inteligência (QI), por compreender
que a capacidade cognitiva teria atributos genéticos, serviu
como base para que muitas propostas segregadoras e
racistas fossem justificadas com base nos seus princípios.
A teoria era utilizada para justificar a supremacia de raças,
como a raça ariana, ou mesmo de que a raça branca
teria superioridade nos atributos psíquicos, determinados
pela genética, sobre a raça negra e até mesmo na escola
quanto a propagação da concepção de que alguns teriam
mais capacidade para aprender do que outros e que isso
poderia ser mensurado por testes.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 13
Modelo Ambientalista
O Modelo Ambientalista baseia-se em pesquisas que também
procuram compreender o desenvolvimento psicológico. Seus principais
pesquisadores, John Watson (1878-1958), Ivan Pavlov (1848-1936) e
Burrhus Skinner (1904-1990) conduziram experimentos com animais,
os quais poderiam ser estendidos à compreensão do comportamento
humano para demonstrar que os comportamentos são aprendidos
conforme são reforçados pelo ambiente. O behaviorismo se divide em
metodológico e radical (COUTINHO, 2000).
Behaviorismo Metodológico
No Behaviorismo metodológico Watson desenvolveu a teoria do
Condicionamento Clássico, a qual demonstra o controle das reações
orgânicas (reflexos) como salivação, sudorese, entre outras, por estímulos
ambientais.
O condicionamento clássico se baseia na apresentação de um
estímulo que naturalmente provoca uma reação orgânica, associado a
um estímulo que não tem a capacidade de gerar uma resposta orgânica.
A experiência do condicionamento demonstra que, inicialmente, se
forem apresentados os dois estímulos juntos, posteriormente o estímulo
que não tinha a capacidade de gerar a resposta orgânica conseguirá
fazer surgir esta resposta, mesmo que apresentado sozinho.
Figura 3: Esquema demonstrativo do condicionamento clássico.
Behaviorismo Radical
No Behavorismo Radical apresenta-se a proposta que o
pesquisador Skinner desenvolveu, por meio de diversos experimentos,
sobre o Condicionamento Operante em que ele descrevia que todos
os comportamentos, não somente os involuntários (condicionamento
clássico), conforme forem reforçados podem ser condicionados.
Figura 4: Esquema demonstrativo do condicionamento operante.
EXPLICANDO DIFERENTE:
Embora esses experimentos tenham sido realizados com
animais, sua compreensão foi estendida ao comportamento
humano. Nesse entendimento o comportamento é
mantido pela resposta do ambiente, se for uma resposta
comportamental favorável ao indivíduo, tende a reforçar
(estimular) a manutenção daquela forma de se comportar
caso as consequências ao comportamento emitido forem
desfavoráveis ao indivíduo, o comportamento tende a se
extinguir.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 15
Modelo Interacionista
Teoria Psicogenética de Piaget
DEFINIÇÃO:
A Teoria Psicogenética representada por Jean Piaget (1896-
1980) compreende que o desenvolvimento cognitivo irá
se desenvolver por etapas, conforme a faixa etária do
indivíduo, a partir das suas capacidades de interação em
cada uma dessas fases e a potencialidade estimuladora do
ambiente em que estão.
Teoria Sócio-histórica
DEFINIÇÃO:
A teoria Sócio-histórica tem como base as pesquisas de
Lev Vygotsky (1896-1934) na compreensão de que as
características psicológicas superiores, como o pensamento
e a linguagem, se desenvolvem na interação do indivíduo
com o os grupos sociais que o interage, sendo que a
subjetividade psicológica individual se formaria nas relações
com a subjetividade psicológica social e, dessa forma,
o indivíduo se desenvolve ao longo de toda a sua vida
conforme o contexto sócio-histórico em que está inserido.
Fonte: Pixabay
Processos Cognitivos e Aprendizagem 17
DEFINIÇÃO:
A teoria da Psicogênese de Henri Wallon (1879-1962),
ou teoria Socioafetiva, descreve o desenvolvimento
psicológico conforme as capacidades de interação de cada
idade. Nas etapas descritas por Wallon vamos encontrar
não só a descrição do desenvolvimento das funções
cognitivas, mas também da formação de características
afetivas, construídas nas relações sociais (Galvão, 2002).
DEFINIÇÃO:
A Teoria de Aprendizagem Significativa de David Ausubel
(1918-2008) se opõe as teorias do condicionamento, partindo
do princípio de que o indivíduo irá construir sua cognição
por meio da ancoragem, trata-se de quando uma nova
informação fixa-se nas informações já existentes fazendo
sentido para o indivíduo e, por isso, sendo denominada
aprendizagem significativa. Ele diferencia o aprender de
forma significativa da aprendizagem mecânica, na qual se
acumula informações por memorização, sem fazer sentido
para o indivíduo.
DEFINIÇÃO:
O modelo interacionista demonstra que a aprendizagem é
interpessoal, ou seja, inicia-se na relação com o outro para
se tornar intrapessoal, um processo interno e subjetivo que
nos faz seres sociais.
18 Processos Cognitivos e Aprendizagem
RESUMINDO:
Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste tópico, vamos resumir
tudo o que vimos. Você aprendeu que o estudo sobre
aprendizagem é baseado em modelos que reúnem
teorias que pesquisam e buscam compreender como o
indivíduo aprende. Essas teorias foram reunidas em três
grandes modelos de desenvolvimento psicológico. Você
aprendeu sobre o Modelo Inatista e sua compreensão de
que a aprendizagem é determinada por fatores orgânicos,
genéticos, já definidos desde o nascimento, devendo
somente serem oferecidas as condições básicas para que
o indivíduo se desenvolva dentro de suas potencialidades
e limitações. No Modelo Ambientalista você aprendeu que
o indivíduo é considerado uma ‘tábula rasa’, ou seja, que
não traz capacidades psíquicas já desenvolvidas, todas
elas serão formadas e determinadas pelo ambiente, nesse
modelo foi demonstrado como a aprendizagem se dá por
condicionamento do indivíduo, administrando reforçadores
ambientais. No Modelo Interacionista você aprendeu que o
desenvolvimento cognitivo se dá na interação do indivíduo
com o meio, ou seja, a relação interpessoal e com o
ambiente em geral será processada internamente e é nesta
construção que a cognição irá se desenvolver.
IMPORTANTE:
Para Gardner (1995), a função da escola deveria ser
de reconhecer as diversas habilidades do indivíduo e
desenvolver suas inteligências, compreendendo que todos
temos formas inteligentes para lidar com as situações e
podemos aprender outras habilidades, ou melhor, outras
inteligências.
REFLITA:
E você? Qual considera ser sua inteligência já bem
desenvolvida e a que mais precisa desenvolver?
Fonte: Pixabay
Representação
Ao compreendermos as diferentes formas como o indivíduo pode se
posicionar em relação as condições de aprendizagem, compreende-se a
importância de uma representação do “eu” que caracterize a compreensão
que temos sobre nós e sobre as outras pessoas.
A representação que cada um tem sobre suas características
pessoais pode auxiliar ou dificultar os processos de ensino aprendizagem.
Conforme a teoria de atribuição de causalidade em relação a aprendiza-
gem, Chabane (2006):
22 Processos Cognitivos e Aprendizagem
DEFINIÇÃO:
O termo representação social refere-se a estudos realizados
no âmbito da Psicologia Social e foi desenvolvido por
Moscovici na década de 60, na França, para se referir às
representações construídas nas relações sociais e que
passam a compor a subjetividade de cada pessoa.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 23
RESUMINDO:
Você aprendeu que existem diferentes estilos cognitivos,
diferentes formas de aprendizagem e que a inteligência
pode se manifestar de diversas forma, como na teoria
das Inteligências Múltiplas, que estabeleceu sete
tipos de inteligência. Você também aprendeu que as
representações não devem ser consideradas somente
como pessoais, mas como representações sociais que
demonstram o conhecimento do indivíduo, construído
nas relações sociais que ele estabelece com os diversos
grupos com que se relaciona. Você viu que compreender
as representações sociais de um grupo facilita a tarefa de
tornar a aprendizagem mais interessante e significativa.
Pedagogia Tradicional
O modelo Inatista de desenvolvimento psíquico influenciou a
proposta pedagógica denominada Pedagogia Tradicional, essa tem
como fundamento a ideia de que para o indivíduo aprender, a escola
deve somente apresentar os conteúdos escolares e a aprendizagem vai
acontecer conforme capacidades já determinadas em cada pessoa.
Neste modelo pedagógico o professor é a autoridade que
repassa os conteúdos a serem memorizados pelos alunos, o professor
lidera e os alunos seguem. As disciplinas são apresentadas sem uma
preocupação com contextualização, adequação à realidade do aluno e
sem ter como objetivo uma análise crítica do conteúdo e estudos sobre
sua aplicabilidade.
26 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Fonte: Wikipedia
REFLITA:
Considerando o Modelo Inatista, eu pergunto para vocês:
na sala de aula, na contemporaneidade, conseguimos
superar a condução pedagógica baseada em um formato
de Pedagogia Tradicional? Ao acessar suas lembranças
sobre seus professores, você consegue se lembrar de
exemplos de aulas que eram ministradas conforme a
Pedagogia Tradicional?
28 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Pedagogia Tecnicista
DEFINIÇÃO:
O modelo ambientalista influenciou uma concepção
de Pedagogia denominada Pedagogia Tecnicista, nesta
proposta várias formas de reforçadores, como notas e
frequência, são utilizadas para condicionar o comportamento,
valorizando o ambiente escolar para formar nos indivíduos
os comportamentos desejáveis. Os objetivos são modelar e
treinar o indivíduo para adequá-lo ao meio.
Fonte: Wikipedia
Processos Cognitivos e Aprendizagem 29
REFLITA:
No filme ‘Laranja Mecânica’ é possível verificar o uso de vários
reforçadores para condicionamento, propondo a mudança
radical do comportamento do personagem principal. Mas a
grande reflexão que o filme traz é o questionamento sobre
se os reforçadores são suficientes para a manutenção da
mudança do comportamento humano. Assista e reflita a
respeito em https://bit. ly/2YVMIYj
DEFINIÇÃO:
As pesquisas de Piaget que caracterizaram sua teoria
da Psicogênese tiveram grande influência sobre a
Pedagogia Construtivista e sua concepção de construção
do conhecimento, compreendendo o processo ensino-
aprendizagem como uma experiência ativa do indivíduo
que se relaciona com o meio, construindo as suas estruturas
mentais. Tem como proposta o desenvolvimento de um
pensamento autônomo, crítico e criativo.
Pedagogia Socioafetiva
Com base na teoria da Psicogênese de Henri Wallon se
desenvolveu a proposta de uma Pedagogia Socioafetiva, em que as
potencialidades do indivíduo devem ser consideradas durante o processo
de ensino-aprendizagem. A relação interpessoal deve ser compreendida
e potencializada e a educação será um meio para organização psíquica
do indivíduo e do grupo.
Nesta concepção, a avaliação deve considerar as características
de cada estágio para que o professor possa planejar atividades
adequadas ao período vivenciado pela criança e que as avaliações
também sejam coerentes com esse momento.
A Pedagogia Socioafetiva considera os aspectos cognitivos, motores
e afetivos para o desenvolvimento e à atenção a todos esses aspectos
tanto nas atividades propostas como na forma de avaliar, o que demanda
sensibilidade do professor para todas as etapas vivenciadas pelo aluno
e para o estabelecimento de um vínculo com o aluno e entre alunos,
considerando a importância das relações interpessoais neste processo.
Assim, ao lado dos conhecimentos teóricos, assumem relevância a
sensibilidade, a curiosidade, a atenção, o questionamento e a habilidade
de observação do professor sobre o que se passa no processo ensino-
aprendizagem (MAHONEY, 2005, p. 12)
Esta proposta pedagógica avança e se diferencia das demais,
pois era comum o entendimento de que na escola somente se deveria
dar atenção aos aspectos cognitivos, à aprendizagem de conteúdos e
‘deixar as emoções em casa’. No entanto, não podemos fazer isso pois
todos os processos estão diretamente envolvidos, se desenvolvem
juntos, um aspecto favorecendo o desenvolvimento do outro.
A emoção, no âmbito da prática pedagógica, pode fortalecer a
afetividade na relação professor e aluno, além de favorecer a autoestima, o
diálogo e a socialização. É preciso considerar, também, que a afetividade é
importante no processo de avaliação, retirando o caráter ameaçador destes
momentos. Se para Wallon a emoção e a cognição são indissociáveis e
Processos Cognitivos e Aprendizagem 31
DEFINIÇÃO:
Vocês já perceberam que quando se tem um problema, ou
não se sente bem emocionalmente, isso pode influenciar a
capacidade de aprender? Mas que conforme o contexto de
aprendizagem, o ambiente de interações auxilia o indivíduo
a se sentir melhor e até pode trazer insights para ajudar a
resolver o problema?
Aprendizagem Significativa
Em sua aplicação para o contexto escolar, a Aprendizagem
Significativa de Ausubel traz a orientação de que se desenvolvam
propostas didáticas que considerem o aluno como sujeito, levando
em consideração sua história, apresentando o conteúdo de forma que
ele possa relacioná- lo com outros conhecimentos, transformando o
aprender em algo revelador. A aprendizagem significativa demanda um
contexto educacional motivador, preparado pelo professor e um aluno
com predisposição para aprender.
Com relação a avaliação, em uma perspectiva da Aprendizagem
Significativa, ela acontece com o professor sendo um mediador que
busca conhecer o que o aluno sabe sobre o assunto a ser ensinado,
e que construa exemplos e situações que o aluno possa relacionar o
novo conhecimento com informações que já tem, criando significados
que auxiliem-no a ancorar uma nova informação a outra informação já
existente. A avaliação será processual e sempre será para indicar se as
situações mediadoras que o professor utilizou para a ancoragem foram
suficientes ou se é preciso diversificar o formato.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 33
Fonte: Pixabay
RESUMINDO:
Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você aprendeu que as formas de
Avaliação nas situações de ensino-aprendizagem vão variar
conforme os modelos de desenvolvimento psicológico.
Cada modelo reúne teorias que pesquisam e que buscam
compreender como o indivíduo aprende. Estas teorias,
conforme a concepção de indivíduo e seus objetivos,
vão apresentar propostas avaliativas diferenciadas. Você
conheceu cada uma delas e viu que podemos agrupá-
las como Avaliação Formativa (propostas pedagógicas
baseadas no Modelo Interacionista) e Avaliação Formativa
(Pedagogia Tradicional e Pedagogia Tecnicista).
34 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Dificuldades de Aprendizagem
As dificuldades de aprendizagem, também denominadas
de problemas de aprendizagem, são situações vivenciadas pelo
aluno no percurso do processo de ensino-aprendizagem e que para
serem analisadas deve-se considerar, de forma sistêmica, todas as
variáveis envolvidas no processo de aprender. “Se caracterizam pela
impossibilidade ou dificuldade momentânea para a aprendizagem,
por motivos internos ou externos que, quando resolvidos, deixam de
obstacularizar ou impedir o aprendizado (CIASCA, 2003 p.43)”.
São consideradas dificuldades de aprendizagem situações
como desmotivação para estudar, problemas emocionais, inadequação
didática, conflitos interpessoais, atraso no desempenho escolar,
dificuldades com as exigências escolares, ou seja, alterações no
processo evolutivo.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 35
REFLITA:
Pain (1985) ao chamar nossa atenção aos fatores ambientais
envolvidos nas dificuldades de aprendizagem, nos provoca
à uma observação que vai além de ter ou não recursos,
mas a forma como o indivíduo lida com esse ambiente.
Reflita sobre a frase “não basta situar a pessoa numa classe
social, é necessário além disso elucidar qual é o grau de
consciência e participação.”
36 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Distúrbios de Aprendizagem
O termo distúrbio, as vezes, é utilizado de forma ampla e sem
critérios para designar dificuldades ou transtornos. Para nos afastarmos
desse uso indiscriminado do termo, vamos nos basear na definição
etimológica e, portanto, aos quadros específicos aos quais esta definição
compreendida vai se referir.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 37
Fonte: Pixabay
38 Processos Cognitivos e Aprendizagem
Transtornos de Aprendizagem
DEFINIÇÃO:
Relacionado ao funcionamento biológico, trata-se de um
transtorno no desenvolvimento neurológico que pode se
manifestar nas habilidades da leitura, escrita ou compressão
matemática abaixo do esperado para a idade. Pode estar
relacionado à interação de fatores genéticos, ambientais e
epigenéticos que influenciam o funcionamento do cérebro
seja em receber ou processar informações tanto verbais
como não verbais (DSM – V, 2002).
REFLITA:
Para Refletir sobre a importância das interações, assista
o documentário ‘As borboletas de Zagorzk ‘que mostra o
trabalho de uma escola, na Bielo Rússia criada por Vygostky,
que ensina crianças cego-surdas a desenvolverem sua
plena capacidade cognitiva.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 43
RESUMINDO:
Você aprendeu que Dificuldades, Distúrbios e Transtornos
de Aprendizagem são termos que se referem a
caracterizações bem diferenciadas e, embora exista
muita confusão e uso indiscriminado destes termos. De
forma resumida podemos dizer que as dificuldades de
aprendizagem são situações vivenciadas por fatores
que podem ser relacionados ao indivíduo, a escola, a
família, entre outros, ou mesmo na relação entre eles.
Sobre distúrbios de aprendizagem, você aprendeu que
se trata de uma alteração no funcionamento do Sistema
Nervoso Central e pode se manifestar na dificuldade da
leitura (dislexia), na dificuldade da escrita (disgrafia) ou na
dificuldade na matemática (discalculia). Sobre transtornos
de aprendizagem você aprendeu que são muito utilizados
para se referir aos distúrbios de aprendizagem, mas
que diferenciamos, explicando sobre transtornos como
um conjunto de sintomas que se manifesta de forma
acentuada causando várias alterações no aprender. Você
aprendeu que alguns transtornos de desenvolvimento
como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade,
transtorno do espectro autista, transtornos de linguagem
podem apresentar transtornos de aprendizagem. Além
da caracterização você aprendeu as especificidades da
intervenção e da potencialidade do aprender para além de
qualquer alteração neste percurso.
44 Processos Cognitivos e Aprendizagem
REFERÊNCIAS
CIASCA, M. S. (org.). Distúrbio de Aprendizagem: proposta de
avaliação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
CID 10 - Classificação dos Transtornos Mentais e de comportamento
da CID 10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas – Organização
Mundial da Saúde, Tra. Dorgivanal Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas,
1993.
CHABANE, J. L. Dificuldades de Aprendizagem: um enfoque
inovador do ensino escolar. São Paulo: Ática, 2006.
COUTINHO, M. T. C. Psicologia da educação: um estudo dos
processos psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem humanos,
voltado para educação: ênfase na abordagem construtivista. Belo
Horizonte: Lê, 2000.
DSM-IV-TR- Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais. trad. Cláudia Dornelles; - 4. ed. rev. - Porto Alegre: Artmed,2002.
FONTANA, R.; CRUZ, M. N. Psicologia e trabalho pedagógico. São
Paulo: Atual, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
GARCIA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem:
linguagem, leitura escrita e matemática. Trad. Jussara Haubert Rodrigues.
Artes Médicas,1998.
GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Trad.
Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas ,1995.
HILGER, T. R. Aprendizagem Significativa e Representações
Sociais: aproximações teóricas. Meaningful Learning Review – V6(3), pp.
01-19, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2WOlnpx. Acesso em junho,
2019.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora uma prática em
construção da pré-escola a universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993.
LA, T. Y. de (orgs.) Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas
em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
Processos Cognitivos e Aprendizagem 45