CAPÍTULO 13
Saúde Materno-infantil
Saúde da Mulher
A área técnica de Saúde da Mulher é responsável pelas ações de assistência ao pré-natal, incentivo ao parto
natural e redução do número de cesáreas desnecessárias, redução da mortalidade materna, enfrentamento da
violência contra a mulher, planejamento familiar, assistência ao climatério, assistência às mulheres negras e
população GLBTT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais).
O Programa “Assistência Integral à saúde da Mulher: bases de ação programática” (PAISM) foi elaborado pelo
Ministério da Saúde em 1983 inicialmente para discutir sobre o controle da natalidade. E posteriormente para a
atenção à saúde integral, inclusive responsabilizando o estado brasileiro com os aspectos da saúde
reprodutiva.
O PAISM propõe assistência em todas as fases da vida clínico ginecológica, no campo da reprodução
(planejamento reprodutivo, gestação, parto e puerpério) como nos casos de doenças crônicas ou agudas. O
conceito de assistência reconhece o cuidado médico e de toda a equipe de saúde com alto valor às praticas
educativas, entendidas como estratégia para a capacidade crítica e a autonomia das mulheres.
Contra a Violência (Campanha Ponto Final) é uma campanha regional que busca mudar as atitudes e
crenças sociais relacionadas à discriminação, desigualdade e iniquidade de gênero que sustentam e
promovem a violência contra as mulheres. Tem um caráter inovador por estimular o debate, a reflexão e a
participação direta das comunidades buscando mudanças de atitudes e de padrões culturais. Outro diferencial,
é que esta campanha trabalha com o enfoque da prevenção primária, isto é, busca antecipar e intervir com
estratégias para proteção das mulheres, antes que o fenômeno da violência ocorra, e não apenas estimulando
a punição dos agressores. Busca compreender como a violência ocorre e os enormes danos que ela produz e
com isto procurar formas de convivências baseadas no respeito e não em agressões. Este programa tem
como meta, eliminar a aceitação social de todas as formas de violência contra as mulheres e meninas.
Desenvolvendo ações para criar uma mobilização social de longo prazo, direcionada à erradicação da
violência.
Saúde da mulher promove ações para mulheres negras promovendo melhoria das condições de saúde das
mulheres negras, ao incluir ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças. Sabe-se
que as mulheres negras sofrem dois tipos de discriminação: a racial e a de gênero. Portanto, tem ações
voltadas a dois eixos de ação principais: o de enfrentar o racismo e sua presença no SUS e o de dar atenção à
prevenção e ao tratamento dos problemas de saúde que mais atingem a população negra.
Programa de planejamento familiar que é um direito assegurado na Constituição Federal. Consiste num
conjunto de ações que auxiliam o casal que deseja ter filhos ou ainda, na prevenção da gravidez.
• Reprodução Assistida - Para aqueles casais que desejam ter filhos, após um ano de relações sexuais sem o
uso de contraceptivos.
• Anticonceptivos - Para aqueles casais que não desejam ter filhos, o Ministério da Saúde fornece
medicamentos anticoncepcionais, DIU e diafragmas aos estados (anticoncepcional injetável trimestral,
anticoncepcional injetável mensal, pílula oral combinada, diafragma, DIU, Preservativo masculino e feminino,
Pílula de emergência e Minipílula).
• Procedimentos de laqueadura que é um método definitivo, por isso é importante que o casal tome essa
decisão bastante ciente das consequências. E segundo a Lei do Planejamento Familiar a laqueadura pode
ser feita apenas por mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, com
dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a
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cirurgia. Nesse período, será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da
fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar e a desencorajar a esterilização precoce,
situação de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e
assinado por dois médicos.
• Vasectomia onde a decisão pelo planejamento familiar é do casal, mas o homem deve participar ativamente
desse ato ao fazer a vasectomia. Esta técnica pode ser uma saída, quando por exemplo, a mulher não pode
tomar anticoncepcionais ou ter mais filhos por problemas de saúde, dentre outras razões. É um
procedimento que não necessita internação e dura menos de trinta minutos. Consiste num corte em cada
canal deferente, assim o espermatozóide produzido no testículo não chegará mais ao sêmen. No SUS ela
pode ser feita por homens com mais de 25 anos e mais de dois filhos por um profissional habilitado, segundo
a lei de Planejamento Familiar.É importante ressaltar, que o homem vasectomisado pode ter uma vida sexual
normal.
Programa de Pré-natal que é importante pois auxilia na prevenção de doenças no bebê e na mãe durante a
gestação; tais como a diabetes gestacional e a hipertensão, que podem levar a complicações durante o parto.
Durante as consultas pré-natal as mães são encaminhadas para os exames necessários (exames de sangue,
de urina e para verificar a existência de doenças como hepatite B, toxoplasmose, sífilis, HIV e outros) e podem
tirar suas dúvidas.
Programa de Assistência ao Parto normal que oferece mais segurança para a mãe e o bebê, já que a
cirurgia cesariana pode trazer mais complicações e uma pior recuperação pós-parto. Os benefícios do parto
normal são inúmeros, tanto para a mãe como para seu bebê. Vão desde uma melhor recuperação da mulher e
redução dos riscos de infecção hospitalar até uma incidência menor de desconforto respiratório do bebê. Na
cesariana, também é mais frequente a ocorrência de infecção e hemorragias, além da possibilidade de
laceração acidental de algum órgão, como bexiga, uretra e artérias, ou até mesmo do bebê, durante o corte do
útero. A gestante pode, ainda, ter problemas de cicatrização capazes de afetar a próxima gravidez. A
frequência dessa cirurgia também limita a possibilidade de opção pelo número de filhos. A incidência de morte
materna associada à cesariana é 3,5 vezes maior do que no método natural. Os riscos são inerentes à própria
cirurgia, a começar pela anestesia, em que a possibilidade de uma reação é imprevisível. As vantagens do
parto normal se estendem ainda à questão financeira.
Programa de Assistência ao Climatério que é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma fase
biológica da vida da mulher que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.
Corresponde ao período que se inicia a partir dos 35 anos de idade e vai até os 65 anos, quando a mulher é
considerada idosa. A menopausa é um marco desta fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente
reconhecido depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 50 anos de
idade.
Programa de Prevenção de Câncer de Colo do Útero, também chamado de cervical, demora muitos anos
para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente
no exame preventivo (Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração
que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de
alto risco e relacionados a tumores malignos.
Programa de Prevenção de Câncer de Mama que é o segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de
mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se
diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. Sendo relativamente raro antes
dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam
aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a
mamografia. O Exame Clínico das Mamas quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode
detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. A mamografia é a radiografia da mama que permite a
detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma
a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é
discreto e suportável.
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O autoexame das mamas não pode ser uma estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A
recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a
saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor
mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um
aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Os fatores de risco são histórico familiar para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de
primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. A idade constitui um outro
importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca
precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), a
ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também
fatores de risco para o câncer de mama. Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais
com o aumento do risco para o câncer de mama. A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade
moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações
ionizantes em idade inferior a 35 anos.
Endometriose
Doença caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) fora da
cavidade uterina. Sua causa exata é desconhecida. Há uma teoria que sugere que durante a menstruação as
células do endométrio passariam através das trompas de Falópio para a cavidade peritoneal abdominal, onde
se implantariam. Os locais mais comuns de implantação são os ovários, trompas de Falópio, superfície externa
do útero e septo reto-vaginal (área entre a vagina e o reto). Outras teorias sugerem alterações do sistema
imunológico e mesmo uma herança genética. A cada menstruação este tecido endometriótico sangra
causando dor pélvica, dor durante a relação sexual, queixas urinárias, intestinais e infertilidade.
Os sintomas mais comuns incluem dismenorréia severa, dispareunia, dor pélvica crônica, infertilidade,
sintomas urinários com micções dolorosas, dor na região lombar baixa e desconforto abdominal. O diagnóstico
geralmente inclui uma laparoscopia com a retirada de um pequeno fragmento de tecido suspeito para a
realização de um exame anatomopatológico dará o diagnóstico de certeza. O tratamento vai depender da
idade da paciente, da extensão da doença, da severidade dos sintomas, da duração da infertilidade e dos
planos reprodutivos do casal. Incluindo desde a observação em pacientes assintomáticos e não desejosas de
gestação, uso de analgésicos para a dor moderada, a interrupção dos ciclos menstruais com ACO usados de
modo continuo por 6-12 meses, progesterona de uso diário ou depósito, medicamentos que inibem o
funcionamento dos ovários e os tratamentos cirúrgicos, destruindo o tecido endometrial, removendo todas as
lesões e restaurando a anatomia pélvica tanto quanto possível. Não existe prevenção da endometriose que
afeta as mulheres em seus anos reprodutivos, mas aquelas que usam anticoncepcionais orais para o controle
da gestação tem uma menor incidência da doença.
Mioma
São formações nodulares que se desenvolvem na parede muscular do útero e comumente são chamados de
tumores benignos. Todavia, dependendo da sua localização, tamanho e quantidade podem ocasionar
problemas, incluindo dor e sangramentos intensos. O tamanho pode variar desde muito pequenos a grandes
formações que simulam uma gravidez de 5 ou 6 meses. Dependendo da sua localização na parede do útero,
os miomas agrupam-se em três tipos os subserosos (localizam-se na porção mais externa do útero e
geralmente crescem para fora, geralmente não afeta o fluxo menstrual, porém, pode tornar-se desconfortável
pelo seu tamanho e pressão sobre outros órgãos da pelve), os intramurais (crescem no interior da parede
uterina e se expandem fazendo com que o útero aumente seu tamanho acima do normal, são mais comuns e
geralmente provocam um intenso fluxo menstrual, dor pélvica ou sensação de peso) e os submucosos
(localizam-se mais profundamente, abaixo da capa que reveste a cavidade uterina, são os menos comuns,
mas provocam intensos e prolongados períodos menstruais). Os miomas crescem por ação do estímulo do
hormônio feminino chamado estrogênio. É por esta razão que os miomas desenvolvem-se na idade fértil da
mulher, raramente são vistos nas meninas antes da adolescência, quando começam a menstruar, e da mesma
forma, geralmente regridem espontaneamente quando a mulher chega à menopausa e decresce o estímulo
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hormonal. Qualquer situação que provoque o aumento do nível de hormônios femininos pode estimular o
desenvolvimento de miomas tornando o seu crescimento maior e mais rápido. Provavelmente, menos da
metade das mulheres que têm mioma no útero têm algum tipo de sintoma. Em geral, os sintomas provocados
pelos miomas podem ser resumidos a períodos menstruais intensos e prolongados, além de sangramentos
mensais atípicos, às vezes com coágulos, e que com alguma frequência podem levar à anemia. O tratamento
pode ser medicamentoso, cirúrgico ou por embolização uterina.
Cistocele
“Bexiga baixa” é um termo muito utilizado pelas mulheres quando apresentam perda urinária. Sendo este o
nome popular que se dá para Cistocele, que é uma herniação da bexiga pela vagina. Ou seja, a bexiga tende
a sair pela vagina. Ocorre devido a uma perda da sustentação da bexiga feita por estruturas musculares e
ligamentos dentro da pelve feminina. Geralmente está associado com gravidez, problemas durante o parto,
idade e menopausa. Os sintomas surgem em estágios avançados quando a mulher percebe e refere uma
sensação de “bola na vagina”. Isso porque a bexiga está próxima do intróito vaginal. Esse problema ocorre
mais comumente após os 50 anos de idade, podendo menos frequentemente acometer mulheres mais jovens.
O tratamento nos estágios iniciais pode ser realizado exercícios para melhorar a função dos músculos do
assoalho pélvico, caso não melhore ou em casos mais avançados realiza-se cirurgia.
Cervicite
Inflamação do colo do útero, também conhecido como cérvice uterino, sendo uma irritação do colo do útero
provocada por um número de organismos diferentes. As causas comuns são a gonorréia, herpes, clamídia e
infecções bacterianas. Existem também cervicites crônicas comuns nas mulheres depois do parto. É
associada também frequentemente com a gravidez e o uso de contraceptivos orais. Menos geralmente, a
cervicite é causada por sensibilidades a determinados produtos químicos, incluindo aqueles nos espermicidas,
no látex das camisinhas, e nos tampões vaginais.
A menstruação é um fluxo de sangue que é liberado pelo revestimento interno do útero dos seres humanos e
também pela maioria dos primatas. Seu ciclo geralmente é de 28 dias entre as mulheres, ocorrendo de forma
contínua a menos que seja interrompido por uma gestação ou pela menopausa. Inicia-se na puberdade, mais
comumente entre a faixa etária dos 10 aos 17 anos. A primeira menstruação é chamada de menarca, a partir
deste momento, o corpo feminino já se torna capaz de gerar outra vida.
O Ciclo Menstrual
No início de cada ciclo, o útero se reveste internamente por um tecido ricamente vascularizado (o endométrio),
preparando-se para receber o embrião que ali se desenvolverá durante todo o período de gestação.
No caso do óvulo ser fecundado pelo esperma, ocorrerá a gravidez, sendo cessada a menstruação durante o
período gestacional. Caso isso não ocorra, todo este tecido ricamente vascularizado será perdido através da
menstruação. Normalmente este processo ocorrerá mensalmente até que ocorra uma gravidez, ou, até que a
ovulação cesse com a chegada da menopausa. A menopausa é a última menstruação da mulher. O
climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo,
devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários.
Além dos dois fatores já citados acima (gestação e menopausa), o ciclo menstrual pode ser temporariamente
interrompido por outros fatores como: desequilíbrio hormonal, subnutrição, algumas doenças orgânicas, ou,
ainda, por distúrbios emocionais.
A menstruação é controlada pelo hipotálamo e pela glândula pituitária ou hipófise, responsável pela produção
de hormônios importantes como o estrogênio (que estimula a formação do endométrio) e progesterona (que
estimula a manutenção do endométrio, mantendo a gravidez).
Muitas mulheres sofrem com sintomas doloridos e desagradáveis durante o período menstrual, como por
exemplo, a dismenorréia (cólica menstrual) e a TPM (tensão pré-menstrual).
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A dismenorréia ocorre pela contração uterina que resulta em espasmos. Acredita-se que estes são
estimulados por um hormônio chamado prostaglandina (produzido na metade do ciclo). Como terapêutica, são
usados contraceptivos orais e outros tipos de medicamentos capazes de reduzir a produção deste hormônio.
A TPM é um outro sintoma menstrual que também causa sofrimento em grande parte das mulheres. Seus
sintomas mais conhecidos são algumas alterações comportamentais como aumento da irritabilidade,
ansiedade, tensão, fadiga, depressão, excitação, tristeza, alteração do apetite, etc. Além dos sintomas
comportamentais, a TPM também pode causar sintomas físicos como retenção de líquido, dores musculares,
dores de cabeça, maior sensibilidade mamária, etc.
Gravidez
Idade Gestacional
Serve para avaliar o risco de morbimortalidade e identificar e facilitar reconhecimento do RN quanto a relação
entre seu peso de nascimento e idade gestacional para avaliar seu crescimento e desenvolvimento
intrauterino. É avaliado pela regra de Naegele.
Regra de Naegele
Adicionar a data da DUM (data da última menstruação) sete dias e somar nove meses (ou diminuir 3 meses),
assim ter-se-á a DPP (data provável do parto.
Exemplo:
DUM: 02/08/2004
Nascimento: 11/03/2005
IG: 29(31-2)+30+31+30+31+31+28+11=221
Saúde da Criança
No século passado as crianças eram consideradas instrumentos de produção e por isso importava que as
doenças fossem tratadas adequadamente para que as crianças pudessem voltar logo ao trabalho. Era comum
que as crianças dos campos fossem tratadas por suas famílias ou um vizinho experiente, as crianças negras
por seus donos, se estes estivessem dispostos a providenciar; e as índias, conforme as tradições de cada
tribo.
Hoje, a Pediatria é vista como um ramo da Medicina que atende o indivíduo durante o período da fecundação
à puberdade. Este atendimento está dividido em duas atividades a Puericultura que trata da parte de
prevenção, e a Clínica Pediátrica, que é curativa. Sendo assim, a enfermeira possui atuação direta em ambas
atividades, pois seu propósito é promover a prevenção de doenças ou lesões (através de trabalho educativo
com os familiares), além da proteção e assistência às crianças.
Para que a assistência de Enfermagem à criança e sua família seja adequada, há a necessidade da detecção
do conhecimento sobre crescimento e desenvolvimento. Este saber irá possibilitar à enfermeira: “avaliar a
criança quanto ao crescimento, desenvolvimento, necessidades e riscos à saúde; compreender a criança,
sabendo o que esperar dela em cada faixa etária; planejar, prestar e avaliar cuidado considerando suas
necessidades relativas ao desenvolvimento; auxiliar os pais a compreenderem melhor as crianças e, desse
modo, proporcionarem a ela atenção adequada; orientar a equipe de Enfermagem para prestar uma
assistência global; atuar de modo mais efetivo, o que trará maior satisfação à enfermeira.”
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 art. 2º, considera para o efeito
dessa lei, “criança é toda pessoa de zero a doze anos de idade incompletos”. Porém, excluiremos a faixa
etária de zero a vinte e oito dias, visto que há uma especialidade do Departamento de Enfermagem
responsável por essa população: Saúde Neonatal
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Recém-nascidos (RN)
RN Pré-Termo
RN a Termo
• Vérnix caseoso (substância gordurosa e esbranquiçada que recobre o corpo para proteção da pele.
• Milia sebácea(pequenos pontos de acúmulo de gordura na pele sempre localizados na face.
• Manchas Mongólicas(manchas azuladas que aparecem geralmente na região glútea, podendo diminuir ou
perdurar por toda a vida.
• Lanugem (pelos finos e felpudos que recobre, todo o corpo e desaparecem após o primeiro mês de vida.
• Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do crânio e que se fecham com o decorrer do
crescimento) as fontanelas deverão apresentar-se planas.
• A cabeça é grande em relação ao corpo (sendo o perímetro cefálico de 33 á 35 cm normal), pode ocorrer
uma sobreposição dos ossos do crânio, devido a uma adaptação ao canal de parto, voltando a posição
normal logo nas primeiras horas de vida.
• Bossas (saliências no couro cabeludo, que ocorrem devido a pressões sofridas pelos tecidos durante o
trabalho de parto), podem ser edemas ou hematomas que desaparecem na primeira semana.
• Tórax (podem apresentar tumefação dos mamilos)
• O abdômen apresenta-se abaulado pelo aumento fisiológico do fígado e baço.
• Membros curtos em relação ao corpo.
• Reflexo de moro (hiperextenção dos quatro membros, seguida de flexão).
• Frequência cardíaca (FC) em média de 140 bat/min.
• Frequência respiratória (FR) de 30 a 60 respiração/min, caracteriza-se por ser uma respiração abdominal
superficial.
• P.A aproximadamente de 80 x 40 mmHg.
• O cordão umbilical possuem 2 artérias e 1 veia.
• Instabilidade térmica (queda de temperatura caso não seja corretamente aquecido).
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RN Pós Termo
• Ligar previamente o berço aquecido, que deverá estar limpo e forrado com lençol.
• Pré aquecer o campo esterilizado no qual será envolto o RN.
• Estar paramentado conforme a rotina, sendo indispensável o uso de luvas estéreis para a manipulação do
RN.
• Anotar o horário correto do nascimento.
• Aspirar as vias aéreas superiores (VAS0 com sonda própria para RN,introduzida delicadamente através da
boca e narinas.Manter a aspiração inativa, durante introdução e a retirada da sonda, para não lesar as
mucosas.
• Fornecer oxigênio úmido, através de máscara própria, para o rosto do RN.Lembrar que toda máscara deve
abranger nariz e boca, não ultrapassando os limites do contorno da face.
• Realizar CREDE (uso de Nitrato de Prata a 1% (argirol) sendo 01 gota em cada olho, para a prevenção de
infecções oculares e principalmente infecção gonocócica).
• Prevenir hemorragia administrando 0,1 mg de Kanakion (IM) na região da coxa (face lateral externa).Jamais
puncionar região glútea de um RN porque não se sabe qual é a localização correta do nervo ciático.
• Colocar Cord Clamp (clamp de cordão) no coto umbilical deixando-o com apenas 2 cm de
comprimento.Verificar que não haja nenhum sangramento pelo coto umbilical.
• Verificar o sexo da criança, informando a mãe de forma clara e precisa.
• Identificação do RN através da impressão da planta do pé (impressão plantar) e das digitais da mãe.
Colocam-se pulseiras de identificação no RN e na mãe, sendo que estas devem conter o nome da mãe, sem
abreviaturas, e devem ser preenchidas de forma absolutamente iguais.
• Manter o RN sempre aquecido.
• Colher amostra de sangue da mãe e do RN( pelo cordão umbilical).
• Observar presença de más formações aparentes.
• Encaminhar o RN ao berçário com os papéis de rotina devidamente preenchidos.
• Observar o APGAR do RN.
APGAR
É a avaliação do estado geral do RN, realizada no 1º e 5° minuto de vida, sendo repetida no 10º minuto,
somente se o estado do RN não for considerado bom.
Esta avaliação é feita através de notas dadas nos seguintes itens, sendo estas de 0 a 2, conforme o estado da
criança:
Choro:
Fraco - um (1)
Coloração:
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Tônus:
Hipotonia - um (1)
Frequência cardíaca:
Frequência respiratória:
O RN poderá ser colocado em berço comum, berço aquecido ou em uma isolete, dependendo das suas
condições.Coloca-se em isolete os recém-nascidos com problemas respiratórios, pouco peso, hipotérmicos,
prematuros ou com qualquer outra alteração.
Cuidados de Enfermagem:
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• Manter a isolete ligada, mesmo em desuso.(devido ao tempo que uma isolete leva para atingir a temperatura
ideal, é preciso que se tenha sempre uma outra ligada para receber as urgências).
• Observar a presença de tomadas adequadas para cada tipo de plug,abservar também a voltagem adequada
e em caso de alteração comunicar a manutenção.
• Não permitir que o fio fique tracionado para não danificar nem desligar a isolete involuntariamente.
• Manter a higiene rigorosa do interior e exterior da isolete usando água e sabão neutro para a limpeza,jamais
usando produtos voláteis, tais como álcool, éter e benzina.
• Não riscar, não colocar objetos nem cobrir a tampa acrílica, pois ela foi feita com este material para permitir
que se visualize o RN.
• Verificar o encaixe perfeito da bandeja interna.
• Verificar a validade do filtro de ar.
• Verificar o funcionamento do termômetro e dos alarmes, sendo que a temperatura ideal de uma isolete é
entre 36 a 37 graus.
• Abrir as janelas laterais somente se houver necessidade de manuseio do RN, lembrando que sempre que ela
for aberta, perderá calor resfriando o RN.
• Lembrar que o RN não será ouvido quando estiver dentro da isolete, o que exigirá atenção constante da
equipe de enfermagem para observar suas condições.
• Manter a isolete em local de fácil alcance visual.
Observação: atualmente foi abolido o uso de líquidos nos compartimentos internos da isolete, por
transformarem-se em meios de cultura de bactérias.
Fototerapia é o tratamento a base de luz visando a retirada da bilirrubina impregnada na pele do RN.
Icterícia Neonatal:
É um distúrbio fisiológico que dá á pele e mucosas uma coloração amarelada em decorrência de pigmentos
biliares na corrente sanguínea.
É a função de o fígado eliminar a bilirrubina da corrente sanguínea, sendo que esta é o resultado das
destruição das hemácias, portanto, temos duas causas de icterícias.
Icterícia Fisiológica:
Causada pelo excesso de hemácias destruídas, sobrecarregando o fígado. Surge após as primeiras 24 horas
de vida e desaparece em uma semana em média.
Icterícia Patológica:
Causada pela imaturidade do fígado do RN, que não é capaz de eliminar uma quantidade normal de hemácias
destruídas.Surge nas primeiras 24 horas de vida e pode levar até mais de 10 dias para desaparecer.
O tratamento da icterícia, tanto a fisiológica quanto a patológica é feito através da hidratação, fototerapia e
exo-transfusão sanguínea em casos graves.
Cuidados de Enfermagem:
• Controle do tempo de permanência da lâmpada fluorescente ligada, com anotação de data e número de
horas/dia( o tempo de vida útil da lâmpada é no máximo 200 horas).
• Manter as lâmpadas a 50 centímetros do RN, pois neste distância o RN receberá as radiações sem sofrer
queimaduras.
• O RN poderá estar em berço ou isolete.
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• O RN deverá estar despido, sendo fundamental o uso de fraldas para proteção do períneo e das gônadas, da
ação do calor.
• Proteção ocular para impedir o ressecamento da córnea, evitando assim lesões graves por ação da luz (na
ausência de material próprio, manter os óculos com papel escuro e gaze).
• Controle rigoroso da temperatura corporal, pois pode ocorrer um hiper aquecimento pela ação do calor da
lâmpada.
• Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido á sudorese pela ação do
calor.
• Mudança frequente de decúbito para que a desimpregnação seja uniforme.
• Limpeza frequência do berço e do RN.
• Retirada do RN da fototerapia para a amamentação, mesmo que a prescrição seja contínua.
• Fototerapia pode ser intermitente ou contínua de acordo com a prescrição médica.
• Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo não sinta a diferença de
temperatura.
Impetigo:
Cuidados de enfermagem:
• Isolamento do RN infectado.
• Uso de parâmetros próprios de isolamento.
• Rompimento das pústulas com agulha estéril (25x6).
• Lavagem com Kmno4(permanganato de potássio)
• Uso de pomada de Neomicina(nebacetin).
• Antibiótico por via EV, prescrito em casos mais graves, quando ocorrer infecções secundarias.
• Lavagem das mãos.
Monilíase:
As lesões provocadas consistem em placas brancas e escamosas, que recobrem total ou parcialmente as
mucosas da língua, gengivas e bochechas, dificultando a alimentação normal do RN.
Existe uma clara relação entre monilíase infantil vaginal e oral.A mãe parece a ser principal fonte de
contaminação.Sendo o contato de chupetas e utensílios de berçário a fonte de contaminação secundária.
As complicações mais freqüentes da monilíase podem levar a uma glossite intensa, uma esofagite pseudo
membranosa, enterite ulcerosa ou ainda diarréia profusa com o comprometimento do estado geral do RN.
A candidíase intestinal é menos freqüente nos RN alimentados por leite materno, pois a lactoferrina insaturada
deste leite inibe a atividade do cândida albicans.
Cuidados de enfermagem:
Hospitalização da Criança
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A necessidade de hospitalização da criança implica em uma situação especial, em que ela poderá sentir-se
desprotegida, por ter sido colocada abruptamente em um ambiente tão diferente.
• Idade
• Diagnóstico
• Experiência de internações anteriores
• Situação doméstica
• Maturidade
• Tratamento e atenção recebidos neste contato
• Reação familiar é internação
• A hospitalização afetará alguns aspectos da vida da criança e seus familiares, a saber:
• Aspecto emocional da criança ( medo de injeção, de ficar sem a mãe, do médico)
• Aspecto emocional da mãe, quanto á sua recuperação e quanto ao tratamento dispensado á criança.
• Aspecto econômico ( gastos com a internação, transporte,remédios) e ainda o medo de perder o emprego
por estar com o filho no hospital.
• Aspecto familiar ( revezamento dos familiares no hospital, preocupação com os outros filhos, que podem
estar sozinhos em casa e a separação da família).
• Aspecto legal ( crianças vítimas de agressões, maus tratos, estupros,atropelamentos, abandono) e ainda
falta de documentos que comprovem sua idade.
A equipe de enfermagem deverá estar atenta a todos estes aspectos, para que possa, dentro dos limites
estabelecidos, ter compreensão, cooperando com a criança e seus acompanhantes durante todo o período de
internação.
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• Promover a higiene.
• Observar as condições físicas.
• Promover uma queda de temperatura corporal em caso de febre
• Promover o relaxamento da criança.
O banho poderá ser dado várias vezes ao dia, sempre que necessário, observando sempre os seguintes
cuidados.
A alimentação e a hidratação oral são introduzidas seguindo a prescrição médica, quanto ao tipo, quantidade e
intervalos, faz parte portanto, do tratamento médico, devendo ser cumprida corretamente.
Geralmente, as rotinas hospitalares não permite que os familiares tragam alimentos de sua casa, para não
entrar em discordância com o tratamento que esta sendo feito.Não se pode permitir a entrada de balas, doces,
chocolates e chicletes, lembrando dos riscos que os mesmos acarretam á criança, que poderá aspira-los.
• Nunca alimentar uma criança deitada, pois o risco de ocorrer uma bronco aspiração é muito grande.Deve-se
sentar a criança ou pegar o bebê no colo, ou ainda elevar a cabeceira da cama ou fazer uso do “bebê-
conforto”.Mesmo mães acostumadas a alimentar de maneira errada, deverão durante a permanência no
hospital,seguir os procedimentos corretos.
• Respeitar o apetite natural da criança, não forçar a aceitação alimentar, salvo em casos específicos de
desnutrição.
• Promover a eructação.
• Manter a criança em decúbito lateral com apoio, sempre lembrando dos perigos de uma bronco aspiração.
• Em casos de dispneia intensa deve-se evitar a alimentação ou fazê-la pausadamente e com muito cuidado.
• Permitir, se possível, que crianças maiores alimentem-se sozinhas, sob vigilância rigorosa.
• Anotar aceitação e intercorrência.
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A pesagem é fundamental na pediatria, uma vez que as doses de medicamentos e de soros são todas
calculadas, tendo por base o peso da criança.
Restrição mecânica é a limitação dos movimentos através da contenção de um ou mais segmentos do corpo,
a realização de exames ou tratamentos, garantindo assim a segurança da criança.Normalmente ela é indicada
na realização de exames, manutenção da via de hidratação parenteral, proteção da criança inconsciente e
ainda para evitar que a criança remova sonda ou drenos.Existem dois tipos de restrições a sabe:
Mumificação:
Consiste na imobilização total da criança, para a realização de exames, onde a equipe de enfermagem deverá
obedecer aos seguintes procedimentos:
• Lavar as mãos.
• Orientar a criança, se houver compreensão, e ou a mãe ou acompanhante sobre o motivo da restrição.
• Deitar a criança sobre um lençol dobrado em triangulo.
• Dobrar a extremidade direita do triangulo sobre o braço direito, posicionando-o ao longo do corpo.O tronco
deve ser envolvido por estar extremidade observando-se que não fique solto ou muito apertado.
• Colocar o braço esquerdo da criança paralelo ao corpo, mantendo a mão sob os glúteos.
• Envolver a criança com a outra extremidade do lençol, imobilizando assim o membro superior esquerdo.
• Dobrar a extremidade restante sob os pés da criança imobilizando seus membros inferiores.
• Observar com freqüência se a criança tem condições de respirar satisfatoriamente.
• Desfazer a restrição tão logo seja possível.
É o tipo de restrição usada principalmente para manter-se a via endovenosa ou evitar traumatismos em
crianças que sejam agitadas. Na contenção de extremidades existem também procedimentos que deverão se
seguidos rigorosamente:
• Lavar as mãos
• Orientar a criança se houver compreensão, e ou a mãe ou acompanhante sobe o motivo da restrição.
• Envolver o punho ou tornozelo da criança com a faixa de restrição,entrelaçando os cadarços com voltas
duplas, observando para que não fique muito apertado.
• Atar o cadarço da faixa de restrição somente nas estruturas fixas do leito.
• A fixação nas grades móveis pode provocar graves lesões no membro restrito, ao serem abaixados.
• Verificar, com frequência, a posição da criança e acomoda-la confortavelmente.
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Via oral:
• Evitar o excesso de líquidos, para que não haja perda de parte da dose, ou até da dose total, pois a criança
costumam cuspir.
• Em crianças menores, ou muito rebeldes, colocar a medicação líquida em uma seringa, para facilitar a
introdução diretamente dentro da boca.
• Tentar obter apoio do acompanhante, na tarefa de fazer com que a criança entenda a importância daquele
remédio.
• Somente usar copinho em crianças maiores, de fácil entendimento.
• Observar se a criança deglutiu a dose total e fazer a reposição, se necessário.
• Observar se a criança não aspira a medicação.
• Observar vômitos logo após a ingestão de medicamentos.
• Evitar o uso de colheres a fim de não machucar a criança.
Via Endovenosa:
• Em soros de manutenção, usar sempre equipo de microgotas para que se tenha um controle real do
gotejamento.
• Usar sempre escala de gotejamento, lembrando que o risco de hiper hidratação em pediatria é maior.
• Manter sempre a pinça do equipo de soro longe do alcance da criança.
• Orientar o acompanhante para que não altere o gotejamento do soro.
• Lembrar que o excesso de mobilização da criança torna o gotejamento irregular e descontrolado.
• Diluir as medicações em bureta.
• Nunca realizar medicação diretamente na veia, somente em situações de emergência na presença do
médico.
• Lavar o equipo da bureta, lembrando que, sendo as dosagens pediátricas muito pequenas, facilmente pose-
se perder grande parte delas dentro do equipo.
Em crianças sob oxitenda, evita-se punções cefálicas uma vez que a umidade impede a boa fixação do
esparadrapo.Em bebês que estão amamentados, evita-se punções em MMSS, para facilitar o aleitamento.É
preciso observar hábitos como o de chupar o dedo, dormir de bruços, esfregar os pezinhos, para a escolha do
local adequado da punção.
As preferências da mãe só devem ser atendidas se estiverem de acordo com as condições da criança,
lembrando que o melhor local para punção venosa em bebês é a rede venosa cefálica, local que nem sempre
agrada a mãe.Punção em jugular deve ser reservada para situações de urgência e feita por um profissional
experiente, pelos graves riscos que a mesma oferece.O uso de jelco em membros é bastante indicado por sua
maior durabilidade.
Via Intramuscular:
• Observar a massa muscular da criança para a escolha do comprimento da agulha (30x8, 30x7, 12x6).Pode
ocorrer de uma agulha curta não introduzida por inteiro.
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• A quantidade máxima de líquido injetado não deve ser maior que 3 ml, somente em crianças acima de 10
anos com boa massa muscular, pode-se chegar ao limite de 5 ml.
• É de fundamental importância a maneira de segurar a criança. A movimentação dela poderá quebrar a
agulha durante a injeção.
• Membros inferiores, quadril e tórax devem estar mobilizados. Nem sempre o acompanhante é capaz de
colaborar, sendo nesse caso, dispensado.
• Evitar que a criança veja a seringa.
• A região do deltóide (MMSS) não é usada para medicação, tendo seu uso restrito algumas vacinas.
• Em recém-nascidos usa-se a região da face lateral externa da coxa (músculo vasto lateral) por não se saber
exatamente a localização do nervo ciático na região glútea.
• Na nádega usa-se o quadrante superior externo.
• Após injeções dolorosas, deve-se recomendar ao acompanhante a aplicação de compressas quentes no
local.
A puericultura tem origem na França, em fins do século XVIII e foi definida como um conjunto de regras e
noções sobre a arte de criar fisiológica e higienicamente as crianças. Hoje seu conceito foi aperfeiçoado:
Puericultura também pode ser chamada de Pediatria Preventiva e tem como objeto a criança sadia e seu alvo
é um “adulto perfeito”: fisicamente sadio, psiquicamente equilibrado e socialmente útil.
A essência continua a mesma e com base nisto foi estabelecido um programa de assistência à criança. Este
consiste no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança em seus primeiros anos de vida,
embasando-se em um corpo conceitual traduzido por normas e regras a serem preceituadas às mães. Trata-
se de uma assistência individulizada, cuja prioridade é o bem-estar da criança em função das condições de
vida de sua família e sociedade onde está inserida.
Infelizmente, a base deste programa está sendo interpretada de maneira equivocada ou simplesmente é
desconhecida. A criança não está sendo vista como um ser integrado a uma família e comunidade. É avaliada
isoladamente ao seu ambiente, priorizando-se patologias e disfunções.
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC) tem como princípios que a assistência à
criança precisa ser uma ação multiprofissional e que o Centro de Saúde seja a unidade básica e de referência
para a assistência à criança. O PAISC estabeleceu como diretrizes e objetivos:
Com base nas propostas do PAISC, utilizo este momento para chamar a atenção dos Enfermeiros do
maravilhoso mundo o qual somos preparados para atingi-lo e o deixamos de lado. Esta função, assistência
integral e direta, é nossa, temos capacidade para desenvolver um serviço de puericultura adequado. Não
esqueçam qual é a essência de nossa profissão: o cuidar. Gerência, supervisão e administração, não são as
únicas funções do Enfermeiro. Muitas destas atribuições burocráticas que tomam tanto tempo dos Enfermeiros
podem ser atribuídas a um outro funcionário bem treinado.
Já a inspeção, palpação, percussão, ausculta e exames complementares são métodos utilizados pela
propedêutica. Entende-se que propedêutica (pró=antes + “poideuticos”=estudo), ciência e arte de examinar
doentes com a finalidade de prestar-lhes socorro, seja um privilégio do profissional Enfermeiro, por fazer parte
de sua formação acadêmica.
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