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A VERDADE SOBRE A PORTA DA GRAÇA E SEU FECHAMENTO NAS

ESCRITURAS SAGRADAS

Prezados irmãos,

No Adventismo, são bem conhecidos os conceitos de "porta da graça" e "fechamento da


porta da graça". Historicamente, os adventistas do sétimo dia sempre acreditaram que,
não muito tempo antes do segundo advento de Cristo, a porta da graça se fechará,
encerrando-se o tempo da oportunidade para a humanidade. Conforme a compreensão
escatológica adventista, ao mesmo tempo em que Jesus terminará Seu ministério
sacerdotal e deixará de exercer Sua função como mediador, o Espírito Santo será
retirado da Terra. Daí em diante, não se poderá mais mudar de lado, pois ninguém
poderá se arrepender de seus pecados, nem obter o perdão por eles. Há textos de Ellen
G. White expressando todos esses conceitos, mas uma importante questão que precisa
ser respondida é:

• Qual é a base bíblica para esse raciocínio?

• Em outras palavras, donde os adventistas extraíram todo esse encadeamento de


ideias, já que as expressões "porta da graça" e "fechamento da porta da graça"
não são encontradas assim nas Escrituras?

As considerações a seguir buscam prover informações seguras a esse respeito.

Evidências Bíblicas OBJETIVAS do Conceito de Fechamento da Porta da Graça

1ª Evidência Objetiva:

A primeira evidência bíblica que os mileritas e depois os adventistas do sétimo dia


encontraram para o conceito de "porta da graça" e de "fechamento da porta da graça"
está na parábola das dez virgens:

“Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas,
saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes.
As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as
prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram
todas tomadas de sono e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o
Noivo! Saí ao Seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam
as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque
as nossas lâmpadas estão-se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que
não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo
elas para comprar, chegou o Noivo, e as que estavam apercebidas entraram com Ele
para as bodas; e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens néscias,
clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas Ele respondeu: Em verdade vos digo
que não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.” (Mt 25:1-13)
Não é o objetivo fazer um estudo detalhado da importantíssima parábola das dez virgens
aqui, mas alguns pontos precisam ser destacados:

• As dez virgens são convidadas para a celebração de casamento, não são dez
noivas, como alguns equivocadamente chegam a pensar. Jesus não promoveu a
poligamia aqui. Como convidadas, as dez virgens representam o povo de Deus
aqui na Terra. Os servos de Deus são chamados de "convidados" à ceia das
bodas do Cordeiro (Ap 19:10), evento que ocorrerá após as bodas propriamente
ditas, assim como a festa se segue à cerimônia de casamento. A Noiva do
Cordeiro é a Cidade Santa, a Nova Jerusalém (Ap 21:2, 9 e 10). Após um
período de tardança, o Noivo aparece, ocorrendo à meia-noite um clamor: "Eis o
Noivo! Saí ao Seu encontro".

• O Noivo "vem" para a celebração do casamento, que, na simbologia bíblica, é o


recebimento do Reino por Jesus. É que, assim como o noivo "recebe" a noiva
como sua esposa, Cristo "receberá" a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, como
capital de Seu novo Reino, o Reino da Glória. Isso é o que está profetizado em
Daniel 7:9, 10, 13 e 14. Primeiramente o Filho do Homem recebe o reino no Céu
(Dn 7:13 e 14). Posteriormente, Ele o inaugurará por ocasião de Sua segunda
vinda (Mt 25:31). Esses dois eventos (recebimento da autoridade de Rei e
inauguração do Reino) são distintos1. Aliás, em Apocalipse, Jesus recebe o
Reino no capítulo 11, versículo 15, mas só o inaugura no capítulo 19, versos 11
a 21, após derrotar as forças combinadas do dragão, da besta e do falso profeta.
Conforme a compreensão adventista do sétimo dia, em 22/23 de outubro de
1844, Jesus "veio" ao Ancião de Dias, no Lugar Santíssimo, para ser empossado
Rei do Reino da Glória, o que ainda não ocorreu. A partir daquele momento, as
virgens começaram a entrar para o salão das bodas, para aguardar esse momento.
A entrada das virgens ocorre pela fé, não fisicamente. Neste momento, o pai do
noivo está fazendo a inspeção dos convidados, para ver se todos estão com as
vestes nupciais, conforme a parábola de Mateus 22:1-14. Esse é o Juízo da casa
de Deus (1Pe 4:17 e 18), o qual diz respeito ao povo de Deus, não aos que nunca
aceitaram a mensagem de salvação. Quando todas as virgens tiverem terminado
de entrar, o que ainda não ocorreu, a porta se fechará, conforme é dito na
parábola de Mateus 25, mais especificamente no verso 10.

Essa é uma das bases objetivas para a compreensão adventista do sétimo dia quanto ao
futuro fechamento da porta da graça.

2ª Evidência Objetiva:

A segunda evidência objetiva em que os adventistas sempre se apoiaram para a


compreensão de que haverá um evento de fechamento da porta da graça, o qual

1Historicamente, por exemplo, Herodes, o Grande, foi nomeado rei da Judeia em 40 a.C., em Roma, pelo
Senado, mas só inaugurou seu reino três anos depois, em 37 a.C., quando tomou Jerusalém.
assinalará o fim do tempo de oportunidade, está neste texto do Evangelho segundo
Lucas:

“E alguém Lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes:
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois Eu vos digo que muitos procurarão
entrar e não poderão. Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a porta, e
vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: Senhor, abre-nos a porta, Ele vos
responderá: Não sei donde sois. Então, direis: Comíamos e bebíamos na Tua presença,
e ensinavas em nossas ruas. Mas Ele vos dirá: Não sei donde vós sois; apartai-vos de
Mim, vós todos os que praticais iniquidades. Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós,
lançados fora”. (Lc 13:23-28)

Diante da clareza do texto, maiores considerações são desnecessárias.

3ª Evidência Objetiva:

Somam-se aos textos de Mateus 25:10 e Lucas 13:25, os textos de Apocalipse que
revelam o SISTEMA DE PORTAS do Santuário. A explanação completa desse ponto é
longa e cheia de riquíssimos detalhes, mas, por ora, um resumo já será suficiente. Em
Apocalipse 4:1, João declara ter visto uma "porta aberta" no Céu. Essa é a porta que dá
acesso ao Lugar Santo do Santuário, não ao Lugar Santíssimo, como alguns têm
defendido muito equivocadamente.

Acessando essa "porta", João pôde contemplar o trono de Deus (Ap 4:2), o candelabro
(Ap 4:5) e o altar de incenso (Ap 8:3). Importante notar que, até aí, João não faz
nenhuma referência à arca da aliança. Entretanto, em Apocalipse 11:19, passagem que
está inserida no contexto do soar da sétima trombeta, João declara que o Santuário de
Deus foi aberto no Céu e que, então, pôde contemplar a arca da aliança.

Considerando que João não tinha descrito a arca da aliança até então; considerando que,
em Apocalipse 4:1, João já tinha afirmado que a porta que dava para o Lugar Santo
estava "aberta"; e, considerando que, em Apocalipse 11:19, João diz ter se aberto o
Santuário de Deus, quando então ele pôde divisar a arca da aliança, conclui-se que ele
só poderia estar falando do Lugar Santo dos Santos, pois era nessa parte do Santuário
Terrestre que ficava a arca da aliança. Vale lembrar que o Santuário Terrestre era uma
cópia simbólica do Santuário Celestial (Hb 8:5; e 9:24). Em Apocalipse 15:5-8, João diz
que o "Santuário do tabernáculo do testemunho" foi aberto no Céu, para dar passagem
aos sete anjos contendo as sete últimas pragas, o que suscita o questionamento: se a
porta do Lugar Santo já estava aberta em Apocalipse 4:1 e a do Santíssimo se abrira em
Apocalipse 11:19, o que foi que se abriu em Apocalipse 15:5? A resposta para essa
indagação depende da compreensão do SISTEMA DE PORTAS.

Quando uma loja está atendendo aos seus clientes, sua porta fica aberta e se pode dizer
que "a loja está aberta". Quando o supermercado está em funcionamento, pode-se
afirmar que ele está aberto. Quando o fórum está operando e as audiências estão
ocorrendo, o prédio fica com as portas abertas. Aliás, sempre que uma audiência se
inicia, diz-se que "foi aberta a audiência". Quando, em Apocalipse 4:1, a porta que dá
acesso ao ambiente onde estão o candelabro e o altar de incenso é descrita como estando
"aberta", o que se quer indicar é que o Lugar Santo do Santuário Celestial estava em
funcionamento. Deus, o Pai (Ap 4:2 e 9-11), os vinte e quatro anciãos (Ap 4:4), os
quatro seres viventes (Ap 4:6 e 7), o Cordeiro (Ap 5:6) e uma multidão imensa de anjos
(Ap 5:11) estavam ali. O Lugar Santo estava em sessão.

Quando, porém, Apocalipse 11:19 indica que o Lugar Santíssimo foi aberto, a
implicação é que a porta do Lugar Santo se fechou. Do contrário, nada mais haveria
para se abrir em Apocalipse 15:5. Aliás, observe-se que, em Apocalipse 15:5-8, a porta
se abre para os sete anjos saírem a derramar as pragas, o que reforça a evidência de se
tratar da porta do Lugar Santo. Esse SISTEMA DE PORTAS foi indicado por Jesus em
Apocalipse 3:7 e 8:

“Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o Santo, o Verdadeiro,
Aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém
abrirá: Conheço as tuas obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a
qual ninguém pode fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a Minha
palavra e não negaste o Meu nome”.

Esse texto diz expressamente que Jesus abre e ninguém fecha e que Ele fecha e ninguém
abre. Embora o texto não afirme explicitamente que, ao abrir uma porta, Jesus feche
outra, observa-se que isso é exatamente o que acontece no Santuário, pela somatória das
evidências extraídas dos demais textos de Apocalipse que acabam de ser indicados. Não
se deve olvidar que, justamente na mensagem ao anjo da igreja de Filadélfia, Jesus faça
referência explícita ao Santuário (Ap 3:12).

De tudo o que acaba de ser exposto, tem-se que a porta da graça atual não é mera porta
metafórica, mas, sim, a porta literal do Lugar Santíssimo do Santuário Celestial.
Enquanto o Juízo Investigativo está em andamento, essa porta está aberta. Jesus está
oficiando como Sumo Sacerdote e o tempo de oportunidade prossegue. No período em
que o ministério intercessório de Jesus se desenvolveu no Lugar Santo, a porta desse
ambiente ficava aberta e era a "porta da graça" para a humanidade. A partir do momento
em que Jesus encerrou Seu ministério apenas intercessório no Lugar Santo e passou
para o Santíssimo, para Se envolver também na obra de julgamento, sendo, então,
acompanhado de toda a corte celeste (Dn 7:9 e 10), a porta do Lugar Santo se fechou e a
do Santíssimo se abriu.

Voltando a Apocalipse 15:5-8, alguém poderia se perguntar: "Mas, se a porta aberta


indica que o Lugar Santo ou o Lugar Santíssimo estão em sessão, a reabertura do Lugar
Santo em Apocalipse 15:5 não sugeriria o reinício do ministério intercessório naquele
ambiente?" A resposta é NÃO, por causa do que diz Apocalipse 15:8. Ali se diz que "o
santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém
podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete
anjos".
Esse texto é um dos mais importantes para se firmar o conceito adventista do sétimo dia
sobre o fim do tempo da graça. Fechando-se a porta do Lugar Santíssimo e abrindo-se a
porta do Lugar Santo apenas para dar passagem aos anjos encarregados de aplicar as
sete pragas, o Santuário se enche de fumaça, de modo que ninguém nele pode entrar. O
que isso significa?

Hoje, todos são chamados a entrar pela fé no Santuário. Prova:

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os
céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à
nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao
trono da graça, a fim de recebermos MISERICÓRDIA e acharmos GRAÇA para
socorro em ocasião oportuna”. (Hb 4:14-16)

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e
tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração,
em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo
com água pura”. (Hb 10:19-22)

Quando, porém, os anjos saírem para derramar os flagelos, ninguém mais poderá entrar
no Santuário. Daí para frente, ninguém mais poderá receber misericórdia, nem achar
graça para socorro em ocasião oportuna.

Será o tempo do derramamento das pragas (Ap 16:1), as quais serão lançadas sobre os
ímpios sem mistura alguma (Ap 14:10) de misericórdia, pois com elas se revelará toda a
ira de Deus (Ap 15:1), isto é, todo o Seu desagrado contra a transgressão.

PORTANTO, é dos textos de Mateus 25:10, Lucas 13:25 e Apocalipse 15:8 que se
extrai a compreensão adventista do sétimo dia sobre o fechamento da porta da graça.

Neste momento, alguém indagará: "E quanto a Apocalipse 22:11 e 12?"

Certamente, esse é o texto mais famoso sobre o assunto, embora de modo algum seja a
passagem mais clara a respeito. Objetivamente falando, não é o texto mais informativo
sobre o tema porque a declaração de Apocalipse 22:11 parece um tanto solta no
contexto. Observem-se os versos 11 e 12:

“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo
continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem
demora, e Comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas
obras.”

Esse texto, isoladamente, não é muito claro porque não revela o momento exato em que
o injusto deveria continuar praticando a injustiça; o justo, a praticar a justiça; o imundo,
a ser imundo; e o santo, a santificar-se. Uma pista está no verso 12, que fala da volta de
Jesus. Por causa dessa sequência, os primeiros adventistas concluíram que a declaração
do verso 11 teria cumprimento pouco tempo antes do segundo advento, pensamento que
encontra total apoio nos escritos de Ellen G. White, mas a evidência contextual em
Apocalipse é bem limitada.

Esse esclarecimento precisa ser dado aqui para que os irmãos saibam que a aplicação de
Apocalipse 22:11 ao fim do tempo de graça é um conceito mais particular dos
adventistas do sétimo dia, não encontrando forte ressonância na maioria esmagadora dos
teólogos da Cristandade.

Ainda em apoio à ideia de fechamento da porta da graça pouco tempo antes do segundo
advento, os adventistas sempre tomaram como paralelo o que ocorreu no dilúvio (Mt
24:37-39). Em Gênesis 6:3, consta o anúncio de Deus de que Seu Espírito não agiria
para sempre no homem e que o prazo para a existência da corrupta sociedade
antediluviana seria de cento e vinte anos:

“Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este
é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gn 6:3)

Sete dias antes do dilúvio, Noé e sua família entraram na arca (Gn 7:1-4) e a Bíblia diz
que "o Senhor fechou a porta após ele".

Tem-se aí uma sucessão de eventos: 1) um período de 120 anos de ação do Espírito


Santo no homem (Gn 6:3); 2) A pregação de justiça por Noé durante esse período (2Pe
2:5); 3) a construção da arca (Hb 11:7); 4) a entrada na arca sete dias antes do início do
dilúvio (Gn 7:1 e 4); 5) o fechamento da porta da arca pelo próprio Deus [por
intermédio de um anjo] (Gn 7:16); e 6) o início do dilúvio (Gn 7:11 e 12).

Embora não seja muito seguro construir uma compreensão escatológica apenas na base
de um paralelo, dado o seu elevado grau de subjetividade, essa comparação entre os
eventos referentes ao dilúvio e os últimos acontecimentos da história deste mundo
sempre foi bem enfatizada entre os adventistas do sétimo dia, por encontrar amparo
objetivo nos demais textos que tratam do assunto, os quais já foram examinados aqui.

Aliás, é desse paralelo que os adventistas extraíram o conceito de retirada do Espírito


Santo da Terra por ocasião do fechamento da porta da graça e do fim do tempo de
oportunidade, já que não há declaração explícita nesse sentido no restante das
Escrituras, embora esse ponto seja claro nos textos de Ellen G. White.

A seguir, estão outros textos, bem menos claros, que também levaram os primeiros
adventistas a entenderem que o tempo de oportunidade se encerrará pouco antes do
segundo advento, quando, então, ninguém mais poderá se converter:

“Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de
pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. Andarão de mar a mar e
do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do SENHOR, e
não a acharão.” (Am 8:11 e 12)
“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite
vem, quando ninguém pode trabalhar.” (Jo 9:4)

“Porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação;


eis, AGORA, o tempo sobremodo oportuno, eis, AGORA, o dia da salvação.” (2Co 6:3)

Sobre o fim do tempo de graça, é necessário fazer ainda um esclarecimento. O que


encerrará é o ministério sacerdotal de Cristo. Sem a mediação e intercessão de Jesus,
nenhum pecado poderá ser expiado e apagado dos registros celestiais. Portanto, quem
deseja obter o perdão definitivo para seus pecados, deve buscá-lo enquanto Jesus está no
Santuário. Depois disso, será impossível.

Não estando Jesus no Santuário, nenhuma razão haverá mais para o Espírito Santo
convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8-11). O perdão não estará
mais disponível. É por isso que os adventistas creem na retirada do Espírito Santo da
Terra, o que, como já foi dito, é afirmado com clareza por Ellen G. White.

A retirada do Espírito Santo tem a ver com o fim de Sua obra de convencimento para
arrependimento e abandono de pecado, mas não com o fim da concessão do poder
espiritual para resistir ao pecado. Tendo sido selados com o selo do Deus vivo, os santos
vivos na crise final estarão com seu caráter puro consolidado para sempre, pela ação do
Espírito Santo, de modo que não mais pecarão. Não que não possam pecar, como se
lhes tivesse sido removido o livre-arbítrio, mas porque optaram por não mais pecar,
decisão que será consolidada em suas mentes pelo poder do Espírito Santo.

Por esse raciocínio é que se chegou à conclusão de que os servos de Deus que estiverem
vivos na crise final permanecerão sem pecar, numa terra de pecado, mesmo sem
mediador no Santuário, o que Ellen G. White o afirma com clareza.

Como última informação, neste arrazoado, é importante frisar que, nos textos em Inglês
de Ellen G. White, o "tempo de graça" não é comumente chamado assim. A expressão
geralmente usada por ela em Inglês é "time of probation" (tempo de prova). Ao passo
que a expressão "tempo de graça" enfatiza a ação de Deus para o perdão e a
transformação do ser humano, a expressão "tempo de prova" ressalta a contrapartida
humana ao chamado de Deus. O ser humano precisa passar pelo teste de obediência
para ser aprovado no Juízo. Em Português, optou-se por amenizar a força da
terminologia empregada em Inglês.

Elaborado por: Henderson H. L. Velten Contato pelo website: www.concertoeterno.com

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