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/APOFOSTADEOMENTAGIO FRORSSONA., ” 4 A PROPOSTA DE ORIENTACAO PROFISSIONAL NA ABORDAGEM SOCIO-HISTORICA ‘A aproximagéo do individuo com as profissées Como jé foi abordado, ndo se pode aceitar © modelo de perfis ara entender a elagio do individuo com as profissées, ou ocupacées. Por isso, € necessario desenvolver outro modelo de aproximacao do individuo com as ocupagées ou profissies, de forma que propicie a superacio da visio estreita e mecanicista tradicionalmente utilizada. A pista para a superacao desta visio mecanicista e estética pode Ser encontrada nas contribuigdes de Bohoslavsky (1977) que, na década de 1970, produziu uma abordagem denominada “estraté- gia clinica”. Sob a luz da psicandlise, buscava uma interpretacdo de como os individuos éscolhiam stias profissées. Embora nao possa ser identificado com a abordagem s6cio-histética, considera-se que a grande contribuigad do psicdlogo argentino foi ter apontado que 's profissdes e ocupacées nao sdo pensadas ou operadas de forma abstrata pelo individuo. “ [1] a escolha sempre se relaciona com os outros (reais e imagina- dos). O futuro nunca é pensado abstratamente, Nunca se penea numa ” OREITAGOMRORSSONAL carreira ou numa faculdade despersonificadas. Sera sempre essa car- reira ou essa faculdade ou esse trabalho, que cristaliza relacbes, interpessoais passadas, presentes ou futuras. Deve-se examinar as zelagGes com 0s outros com os quais se estabelecem relagdes primérias (membros da familia, do mesmo ou do outro sexo como, por exem- plo, 0 casal)e aqueles outros com os quais se mantém uma relacso de natureza secundéria (fundamentalmente professores, psicdlogos ou téenicos [.., que pode determinar ou influir diretamente sobre 0 se trata, novamente, de um futuro personificado. Nao ha nenhum adolescente que queira ser engenheiro ‘em geral’ ou lanterninha de cinema ‘em geral’ ou psicélogo ‘em geral quer dizer que o ‘queria ser engenheiro’ nunca é somente ‘queria ser engenheiro’, mas ‘quero ser como suponho que seja fulano de tal, que é engenheiro ¢ tem tais‘poderes’, que quisera fossem meus’.” (Bohoslavsky, 197:53) Acregita-se que tal formulacio de Bohoslavsky"* mantém pro- ximidade, neste parti¢ular, com a visdo s6cio-histérica de indivi- duo defendida nesta abordagem, embora o referido autor nao seja seu representante. Nela, nega-se a visdo liberal e naturalizante do sujeito. Ao cor iSca-Se.O entendinfento de que ele se cons- tréi a partir do que vive, isto é, da int acao do vivido, resul- tando dai a dimensao histérica da consiifo de sua identidade. ‘Quando uma pessoa pensa em!seu futuro, ela nunca faz de forma despersonificada. Ao escolher umalforma de se envolver no mundo do trabalho bem como a atividade que vai deservolves, a pessoa mobiliza imagens que adquiriu durante sua vida. Assim, a0 pensar em profisodes expecifioas o individuo estd expressando que “Quer ser como tal pessoa, real ou imaginada, que tem tais e quais possibilidades ou atributos e que supostamente, 0 possui em vir- tude da posigdo ocupacional que exerce” (idem: 53). Ao pensar numa profiss4o, a pessoa mobiliza uma imagem que foi construida a partir de sua vivéncia por meio de contatos ptr ommene “toglanat oat be ae tpn dole deta oasr ne ee crs peer lee APIOPOSTADEGRENTEGiOFRORSSONN.. oa pessoais, de exposi¢ao & midia, de leituras (biografias, romances, revistas etc.), de ouvir dizer (transposicao de experiéncias de ou- ros), portanto nao s6 por intermédio de contatos pessoais, como Bohoslavsky aponta. Assim, quando uma pessoa diz que pretende ser tal ou qual profissional, nao esté pensando em algo genérico ¢ abstrato; existe um modelo que dé forma a esta pretensao, Esta ima- ‘gem gera uma identificacio ou um afastamento da profissio. Nos modelos tradicionais de orientaco profissional, esta ima- ‘gem construfda pela pessoa é desconsiderada. Afirma-se que aima- ‘gem formada é distante da realidade, iluséria e nio pode ser levada em conta para a escolha de uma profissio, Tal modelo pretende agir de forma neutra, sem ideologiaconsiderando que sua aco permite ao individuo fazer uma escolha adequada, aparentemente “cientifica", calcada unicamente em pretensos dados objetivos “testados” a respeito das profissées, do trabalho e de si prdprio. No presente trabalho, assume-se que esta imagem construida €exatamente o ponto de partida da opcdo profissional\Mas antes de desenvolver esta idéia € preciso pensar como a imagem de uma Profissdo é construida e como a pessoa identifica-se com ela. Recorre-se a alguns exemplos para compreender esta questo. Apresenta-se, primeiramente, 0 caso de uma orientanda (de dezesseis anos), estudante da oitava série de uma escola municipal, tesidente num baitro de periferia da Zona Sul de Sao Paulo, que tinha com principal responsabilidade cuidar da casa e de seus ir- méos menores enquanto seus pais trabalhavam fora de casa — seu pai era cobrador de énibus e sua mae empregada doméstica. No grupo de orientacao profissional de que participava, esta menina dizia, sempre com muita convii ie queria ser jornalista. Quan- do questionada, nao conseguia explicar os motivos desse interesse nem conseguia explicitar quais seriam as atividades deste profis- sional, além de dizer que ele fazia entrevistas. Numa atividade em que os participantes deveriam colocar-se no papel do profissional de seu interesse, o motivo apareceu. A aluna declarou‘se fa apaixonadissima de um cantor popular e vis- ” ‘ORENTAGHOPRORSHONAL lumbrava um contato pessoal, ou uma aproximagio, por meio de uma entrevista que poderia realizar com ele. - A orientanda, a partir de sua insergao no mundo, de sua his- téria e vivéncias, construiu uma imagem do que é ser um jornalis- ta e sentia-se decidida e convencida do acerto de sua escolha. A imagem formada a respeito daquele profissional respondia as suas necessidades, anseios, valores e desejos e, por isso, identificava- se com aquela imagem. Valores sociais também estdo presentes nesta imagem — 0 sucesso, o glamour captado, via exposicéo aos meios de comunicacdo, mantém a estrutura social intacta, nada é questionado. Nio se pretende discutir neste momento como se lida com a situagdo, mas pretende-se pontuar que nao se despreza 0 que foi, trazido pela aluna, considerando a imagem como algo ilusério, Jantasiosg ou simplesmente distorcid ‘gem que a pessoa trax (@ a maioria tr profissoes\eo pont a partida da escotha profissional. || _ Outro caso que chama a atengo é 8 que ocorre com o.profis- sional da érea de ci O atudrio é um profissional desconhecido; quase ninguém ouviu falar algo a respeito dele. No entanto, as pessoas formam uma imagem, provavelmente a partir da sonoridade do nome, que as afasta dela. Conio ponto de partida, a imagem formada leva a um desinteresse. De fato, na experiéncia do autor, poucas pessoas se dao ao trabalho de buscar maiores in- formagées, descartando, logo de safda, qualquer possibilidade de se aproximar da profisséo. Ocorre o inverso com o profissional da 4rea de Relacées Int nacionais. Apesar do grande desconhecimento a respeito das at dades, éreas de atuagio e do mercado, essa profissio chama muita atencao. A imagem formada faz. com que varias pessoas sintam-se, hoje, interessadas pela profissao. | As pessoas, ao pensar nas profiss6es, mobilizam imagens que foram construidas durante toda a sua vida. Para esta construgdo, contribui todo 0 seu processo de socializagao, e ndo apenas um AMRORCSTADEORENTACIOPOSISCNN, 8 momento, um contato, uma histéria. O jovem constréi uma cara de tum profissional da informatica, por exemplo, a partir de desenhos animados a que assistiu na infancia, de filmes e livros de ficgao cien- tifica, por meio da relacao de seus pais ¢ amigos com o computador, de aulas na escola sobre a matéria ou mesmo de comentatios de pro- fessores sobre 0 assunto, de jogos de videogame, de contato direto com a maquina, por meio de manuais ¢ guias de profissGes ete. Enfim, as pessoas constroem e lidam com a cara da profissao (termo que se refere a imagem que a pessoa tem de cada profissao) A cara 6 resultado do contato direto ou nao, como jé afirmado, que ela teve com a area do profissional. Esta cara nao é verdadeira nem falSa, ido é nem mais préxima nem mais distante da realidade, ndo €correta ou incorreta, ¢ simplesmente uma cara que deve ser traba- Ihada. As pessoas se identificam.ou no com.essas caras. ¥ interes- Sante perceber que estas caras so constitufdas na interiorizagao singularizacio do vivido, por isto sao diferentes para cada pessoa, “© processo de identificagio valoriza estas caras. Logicamente nao so processos separados e ocorrem muitas vezes de forma si- multariea. Localizar quais caras agradam e quais no agradam é 0 que aqui se chama de processo de identificagdo. Ela nao ocorre ne- cessariamente pelo aspecto objetivo ou racional dessa cara, mas res- ponde a necessidades subjetivas que também foram construidas na relacdo com a histériae o ambiente social. Voltando ao caso'da menina que queria ser jornalista, a cara montada da profissao tem a ver com a possibilidade de entrevistar © cantor de quem é fa. A visdo de que jornalistas convivem com pessoas famosas ou glamourosas levou-a a aproximar-se da profis- Sao. Isso, ao que parece, pesou muito mais na construcdo da cara e de sua identificagdo com a profissao, do que qualquer outro aspec- to. Certamente, a imagem construfda decorre de alguma relagao estabelecida com a ocupacao. Afinal, ela sabe que um jornalista entrevista pessoas, conhecimento adquirido muito provavelmente pela sua exposicéo aos meios de comunicagio. Vendo e ouvindo jornalistas nos noticiosos, ou mesmo observando-os numa novela ou filme, a imagem péde ser construfda. a ouBrTaGio MORSSORL (O programa de orientagao profissional, elaborado pelo autor e colaboradores, apresentalalgumas caracteristicas que permitem acre- ditar que se constitua uipa alternativa inovadora e progressista na rea da orientagao profigsional Uma das caracteristicas fundamentais é entender que a orien- taco profissional nao é de competéncia exclusiva de uma tnica rea. Ao contrério, o fendmeno da escolha profissional do indivi- duo serd mais bem compreendido com o aporte das mais variadas cigncias. E bem verdade que, no Brasil, psicdlogos e pedagogos mantinham um acordo tacito, enquanto diviséo do mercado de tra- balho: os primeiros exerceriam suas atividades nas clinicas e os se- gundos nas escolas. Mas o programa que seré descrito prevé que pelo menos a sociologia, a pedagogia e a psicologia estejam presen- ‘tes no desenvolvimento do proceso. Pela vontade do autor, seriam- incluidos outros profissionais e/ou éreas de conhecimento, tais como filésofos, economistas, lingtiistas, especialistas em comuni- cago, alguém da area de exatas ¢ tecnoldgica para compreender 0 fenémeno de forma mais ampla e integrada. A originalidade do programa revela-se na constituicdo de uma equipe interdisciplinar, que se prope a superar o discurso hermético de cada rea, sem perder sua especificidade, possibilitando a atuacao dos profissio- nais numa intervengéo km ‘grupos sem diferenciar as fung6es. O que deve dar unidade dé agio aos profissionais ¢ a perspectiva edu- cativa do processo proposto. | Quando 0 programa foi iniciado em 1981," o profissional da sociologia responsabilizava-se mais pela discussio do tema traba- Iho, enquanto o psicdlogo atinha-se as questdes pessoais de auto- conhecimento e 0 pedagogo responsabilizava-se pelas atividades de informagao profissional. Entretanto, no decorrer da experiéncia, os profissionais decidiram alternar-se na condugao dos diversos temas, no se restringindo aos especificos de sua formagao. © autor acredita que o fundamental nesta experiéncia interdisciplinar foi ter aprendido que, tanto teérica quanto pratica- ! 15.0 programa foi desenvovido a partir de 1961, na Funda Carle Chagas. Pa APOPOSTADEONENTAGROPRORSSONAL. ry mente, 0 fenémeno da escolha profissional é tema de varias cién- cias e que, para uma boa interveneao na area, € necessdrio contar com o aporte de todas elas. _ Outro principio estruturante é desmistificar a idéia de que 0 orientador faré um diagnéstico e um prognéstico como férmula de decisio. A estratégia é dar condigdes para que a propria pessoa faca Sua reflexdo e possa decidir, entendendo de forma mais ampla pos- sivel as determinag6es de sua escolha, __O trabalho em grupo é privilegiado em relagio ao atendimen- to individual, por se entender que a dinamica estabelecida enri- guece o processo, permitindo a observacio das dificuldades, opini- Ges, valores, interesses e projetos de vida do outro. A diversidade e a heterogeneidade sao valorizados. Cada um enxerga de forma di- ferente a vida e, num ambiente e sociedade democraticos, todos podein aprender com todos; pode-se perceber que nao existe uma nica verdade e um tinico caminho a seguir, apesar de todos terem em comum a exposicao constante a ideologia da classe dominante. Descrigéo do programa O programa é desenvolyido em trés unidades assim denomi- nadas: médulo I — significado da escolha profissional; médulo TI — 0 trabalho; médulo Ill — autoconhecimento e informacao pro- _fissional® ‘Médula 1 — 0 significado da escolha profissional © objetivo deste primeiro médulo.¢ introduzir a questéo da escolha profissional, discutindo os valores, a importdncia, a neces- sidade ou nao desta opcio para o sujeito, bem como a reflexio so- 16. Optouse, em fungfo dap contantes modifcaces rellzaas, por apresnta Programa que foi desenvolvido com os orientandos cu) ot ee le andi me presente investigacio. eee ‘ote PROFSSONAL « breos modelos de escolha que existem na sociedade. Este médulo é desenvolvido em quatro sessbes. = A primeira sesso esté dedicada totalmente a apresentaio de como 0 programa é desenvolvido e ao miituo conc dex | ea “que- membros do grupo. Tem 0 objetivo de situar todos na constituir-se como uma sessio facilitadora, que possibil bra de gelo” entre os seus membros." A segunda sesso coloca trés temas em pauta: o mercado de tra-_ balho, os meios dé comunicagao e o vestibular. O procedimento da sesso é 0 seguinte: primeiramente 0 participante responde, por_ escrito ¢ individualmente, trés questdes que se constituem como afirmativas com as quais ele deve concordar ou nao, explicando, seu posicionamento, Pdsteriormente, no grupo, 0 orientadot solici- ta que verbalizem suas réspostas a cada questo, propondo um de- bate em que os que estao de um ladoldevem tentar convencer, com argumentos, 08 do oiitro, sobre 0 acerto de sua posigo, ¢ vice-ver- sa. Independentemente da resposta, aqui o objetivo é a explicitacao de todos os argumentes e valores eivelion ne. essunto x ers iva é que cada pessoa ouga argumentos a fav 7 _ aay que poss apie, rica at mesmo modificar seu ponto de vista. A interyencao do coordenador do grupo ororre no sentido de ampliar a discussdo, trazendo os conceitos envolvidos na questao. Ht | : Quanto ao tema mercado de trabalho, esclarece-se 0. conceito — relacio entre a oferta de empregos (hoje de trabalhos) ea procu- xa por parte de trabalhadores qualificados para tal, apontando a historicidade desse mercado, isto 6, evidenciando que se. modifica em virtude de um grande mishero de varidveis de ordem econémi- a/financeira, social, cultural e politica contingencizidos pelo con- texto regional, nacional e internacional. | Introduz-se 0 conceito de “campo de trabalho”, que significa o_ potencial de trabalho ainda nao necessariamente convertido em mercado, de forma que uma profissao ou ocupagio pode se apre- sentar em um mercado de trabalho saturado, mas com um campo ArhoromaneoneNTaOMIORSEN, ® de trabalho aberto. Com isto, mostra-se que o mercado modifica-se no tempo, ocorrendo alteragées tanto no lado da demanda como no da oferta. Neste ponto, discute-se ainda a questao da realizagao pessoal ¢/ouprofissional, apresentada geralmente como argumento dos que discordam da afirmacio de que o mercado é 0 elemento fundamen. tal de uma escolha profissional. Estes participantes apontam que a realizado pessoal, isto é, 0 gosto pela atividade, leva a um maior empenho, que gera maior competéncia, tendo como conseqiiéncia a superagio das dificuldades apresentadas pela realidade. No gru- Po, procura-se analisar o significado do termo “realizagao profis. sional”, apontando que a competéncia nem sempre é saida para todos os obsticulos, isto é, hd profissionais competentes que esto desempregados. A questdo que versa sobre os meios de comunicagao tem por objetivo evidenciar os valores sociais dominantes em nossa socie~ dade, estabelecendo uma relagao com a escolha profissional, b como com a confiabilidade das informagées apresentadas. Anali- sam-se algumas pecas publicitatias, novelas, filmes e procura-se extrair deles as mensagens implicitas. De forma geral, aponta-se que sao valorizados 0 poder, o prestigio, o dinheiro e o individua. lismo por meio do poder de consumo. Estes valores delinciam a escolha profissional, mas destaca-se que podem existir outros valo- tes que demarcam outras possibilidades. Aqui se prope queo orien tando pense em seus valores, isto é, relacione-os, analise-os ¢ criti. que-os, estabelecendo sua prépria hierarquia (que pode ou nao es- tar de acordo com os dominantes). speito do vestibular, discute-se 0 seu significado. -se a idéia de que 6 0 esforco individual que diferen- datos, em primeira instancia, quanto a aprovacao. Para isso, utilizam-se dados do vestibular da USP apresentados numa tabela que contém dados de niimero de insctitos por carreira, nti. mero de vagas, relacdo candidatos por vaga, notas de corte, entre- Sue para cada participant. Discute-se a importancia desta prova em fungao da realidade da populacao, introduzindo a questio da « neo RRORSSCNAL politica educacional brasileira. Por fim, discutem-se os sentimen- tos envolvidos na temdtica, observando hist6rias em quadrinhos referentes & questo. A terceira sessio aborda mais dois assuntos: 1) a relacao género « e escolha; 2) relacao do desempenho escolar com a escolha. Proje- tamese, por meio de transparéncias, dados que mostram que ho- mens escolhem mais a drea de exatas e mulheres escothem mais as reas de biolégicas e humanas, e propée-se a seguinte questdo: como se pode entender que homens e mulheres escolham de forma dife- rente? Esta questdo tem como objetivo discutir de que forma os in- teresses ¢ a personalidade como um todo sao construidos, por meio da socializacio na cultura no de uma suposta matriz inata. Neste tépico, discute-se ainda ‘a questo de como a elaboragio cultural das questées de género afetam os saldrios pagos para homens ¢ mulheres, por meio da discuss4o de dados do PNAD (IBGE). O getto pelas disciplinas escolares €utilizado como mote para a discuss mais geral a respeito do significado, importancia e for- ma da efetivacéo de ¢scolhas. Desenvolve-se 0 “procedimento do sorvete”, que se constitui numa metéfora, para demonstrar a elabo- ragio e desenvolvimento de processos de escolha. Apresenta-se a seguir o procedimento, uma vez que se considera de fundamental importncia para a compreensio adequada do programa e por de- monstrar com clareza a concepgao de escolha que o fundamenta. O “procedimento do sorvete”) | Apresentagio do problema: Vocé vai ter que tomar uma deci= sio muito importante: vai escolher um soryete. Para facilitar a tarefa, utilizaré apenas um tipo de sorvete:’0 picolé e apenas dois sabores: 0 sabor X eo sabor Y. Mas existem algumas regras preestabelecidas. 1) Voeé nao pode daf uma lambidinha antes para depois escolher (vocé nao pode experiment 0 profisses para de- pois escolher). | 2) Vocé sé pode escolher um. sorvete, isto 6, nao pode escolher 08 dois (néo pode escolher ao mesmo tempo 100 profissses). 3) Voce quer fazer a melhor escolha,|com menor risco possivel com a maior chance de “sucesso”. | /APOPOSTADE ORENTAGKOFROFBHONAL. o 4) Esta escolha é importante; nio é para o resto da vida (como Profissdo também nao 6), mas deve permanecer determinado tem- po com vocé. Em seguida, solicita-se aos participantes do grupo que elabo- rem hipsteses para resolver o problema da escolha de um sabor do sorvete, Abaixo, apresentam-se hipéteses levantadas e a discussio que se pode fazer a respeito de cada uma. 1° hipdtese para a solugdo: Tirar a sorte no par ou fmapar. Anélise: Esta hipotese, € Idgico, esta descartada, porque nao garante absolutamente nada. Entretanto, deve-se apontar que, al- gumas vezes, se usa este tipo de solucio para resolver determina- dos problemas. Seria uma loteria em que se corre todos os riscos possfveis com uma chance minima de “sucesso”. Existem pessoas que adoram jogar, isto é, gostam deste tipo de solugio, mas aqui é necessério uma escolha consciente e responsdvel. 2* hipétese: Othar a embalagem, observar a cor dos sorvetes. Osorvete ¥ tem como cor predominante na embalagem abran- a, j 0 X tem a cor marrom. © quea cor branca lembra? Paz, a, assepsia e 0s sabores limo. O marrom, ao con- Jembra sujeira, terra e os sabores de chocolate, amendoim, café, coco queimado etc. Alguém conseguiria decidir com estes da~ dos? Logicamente que nao. O problema seria se autoconvencer, por exemplo, de que 0 sorvete Y, por causa da cor branca, é de creme. Seria uma mera fantasia e, possivelmente, quando confrontado com a realidade, surpresas poderiam aparecer. / (O mesmo pode ocorrer com profissdes: a partir dos dados que se adquirem no transcorrer da vida, forma-se uma imagem, e se 0 otientando tomar a decisio apenas sobre este dado, poder-se-ia di- zer que seria realizada sobre fundamentos muito ftageis, Pode-se dar como exemplo concreto 0 caso real de um orientando que se autoconvenceu que o curso de engenharia florestal formaria profis- ® ono REASON. sionais que trabalham com a preservagao do meio ambiente. Nao ‘que seja uma informagao de todo incorreta, mas esse préprio‘orien- tando, em conversa individual, admitiu, depois de dois anos de curso, que 0 profissional esté mais voltado para a tecnologia da madeira do que para a ecologia propriamente dita, como pensava. 3¢ hipétese: Conhecer os ingredientes dos sorvetes O conhecimento dos ingredientes tem como objetivo tentar escobrir 0 sabor das opebes. Anélise: Os ingredentes podem ser conhecidos por meio de pesquisas: num “guia do sorvete”, conversando com pessoas, indo a fabricas (faculdades), visitando locais de trabalho. Em pesquisa realizada,” encontrou-se a seguinte composi¢ao: * ¥ ‘Conservante tipo | Conservahte tipo Agicar Agicar Chocolate Agua Leite Abacaxt i Eagora, dé para resolver o problema? A maioria diré que sim. A experiéncia também diz que a maioria encolhers ra Por qué? Porque quase todos preferem chocolate em vez ae abacaxi. A questo, entio, que deve ser feita éa seguinte: 0 fato de comhecer e saber qual éa sua preferéncia entre chocolate e a ou Agua e abacaxi so elementos safiiontes para indicar a melhor escolha? Isto é, dé para afirmar com seguranga que 6 fato de gos- tar mais de chocolate implica necessariamente gostar mais de sor- jcament a expres pssite rea wtlzada come forma de omnis fo, Or dadosaprsentados sto meres tics utzadon para aleancar on ebjelvos aque 2 aie ropte APIOFOSTADEORENTAGIOFRORISONAL » vete de chocolate? Pode-se dar como um exemplo relativamente comum 0 fato de que muitas pessoas gostam de café, o que pode- tia indicar que possivelmente gostem também de bolo de café, 0 que na maioria das vezes nao corresponde a realidade. Este passo serve para refletir sobre a relagio entre o desempenho escolar (gos- to mais rendimento) e a escolha. Gostar de matematica, quimica ¢ fisica indica que nécessariamente a pessoa deve escolher uma pro- fissdo na area de exatas (tal como engenharia)? Na visio do autor, no — assim como chocolate é diferente de sorvete de chocolate, a profisso de engenheiro é diferente da somatéria da matemati. a, da fisica e da quimica. Por outro lado, também se deve pensar como os interesses ins- talam-se ou aparecem, isto é por que a maioria prefere chocolate em vez de abacaxi? Aqui se localiza o aspecto afetivo (identifica- So) da éscolha: no caso do chocolate, pode-se dizer que o tablete carrega consigo um significado que ultrapassa o aspecto fisico: 0 afeto. As pessoas s6 ganham chocolate quando alguém quer dizer “gosto de vocé” ou em situagdes de festa e alegria (infancia, avés, pascoa etc.). O contetido afetivo do chocolate é positivo, ao contré- tio do abacaxi, que tem um contetido afetivo negativo (descascar um abacaxi, enfrentar um abacaxi). Seguramente, as pessoas que preferem abacaxi alocam outro significado simbdlico para a fruta, Provavelmente valorizando seu aspecto saudvel por ser algo na- tural, Da mesma forma, passar a gostar de uma ou mais disciplinas na escola tem a ver com seu contetido afetivo, isto 6 0 professor, que de certa forma representa aquela disciplina, ou 0 pai ou qual- quer outra identificacao. Neste ponto, pode-se iniciar a discussao sobre a questéo do conceito de vocagio. Ninguém nasce gostando mais de chocolate do que de abacaxi. O fundamental é apontar que © gosto pode mudar, ja que é cultural, e a relago com as disciplinas escolares também. Assim, esta varidvel-ndo € téo segura como se jimagina para a tomada de decisio. Desta forma, podemos dizer que conhecer os “ingredientes” nao resolve o problema proposto, isto é, nao aponta para a escolha certeira. E simplesmente um indicador e mais nada. ” ORTHO ORSON. 4 hipdtese: Perguntar para outras pessoas o que clas acham. Perguntar para alguém que come sorvete de chocolate o que ela acha pode resultar em duas respostas: éla gosta ou ndo. A ques- Go que se coloca é: 0 fato de alguém preferir um caminho indica : que 0 optante deva seguir 0 mesmo? A resposta légica indica que no, entretanto algumas decisdes tomadas seguem esta férmula. £ ‘uma deciséo que se toma a partir da autoridade, “respeitabilidade” idade da fonte. As criangas aceitam as decisbes dos pais; confiam neles. As vezes, num restau- rante, segue-se o conselho de alguém (amigos, gargom) que diz que tal prato 6 o methor. Entretanto, quando se trata de profisso, to- mar decisao s6 pelo crédito da fonte € algo perigoso. Como foi apon- tada na hipétese 2, 6 simplesmente mais um indicador. Por outro lado, ho adianta perguntar para quem chispa sor- vete de abacaxi o qed acha do sorvete de chocolate, pois ser4 ape- nas uma opiniao pessoal, uma vez que o sujeito desconhece a outra possibilidade, j4 que apenas vive um lado. De pouco adianta per- guntar para um engenheiro 0 que ele acha da profissio do direito; ele apenas dard sua opiniao pessoal. 5* hipotese: Identificar "quais as conseqiléncias para a vida"de cada s, no enso, identificar vantagens e desvantagens. x! ¥ VANTAGENS VANTAGENS mais nutritivo é mais refrescante DESVANTAGENS* DESVANTAGENS engorda; por ser Gacido, gorduroso, pode pode dar afta dar espinhas | E importante conhecer as vantagens e desvantagens de cada alternativa; porém elas nao definem nada. Mas hé um perigo: neste AMOFSTADEOMENTAGhO MOFBUON. " momento a pessoa pode estar sofrendo um problema, por exemplo de espinhas, o que a empurraria para a alternativa Y. Porém este problema deixa de existir daqui a algum tempo. O que questiona a idéia de que era um motivo razodvel de escolha. 6° hipotese: Pesquisar 0 mercado ¢ observar se hd di - mo entre homens e mulheres. ce A pesquisa de mercado de consumo indica que se vende mui- fo mais sorvetes de X do que de Y. Entretanto, dentre as pessoas que compram Y, a maioria é de mulheres. No caso de X, a procuraé equilibrada entre homens e mulheres __Oque estes dados revelam? O interessado deve escolher X s6 Poique a maioria compra esta alterativa? Por outro lado, seria melhor comprar Y, por ser menos consumido, e por isso ser ma fécil dé aché-lo ou de adquiri-io sem filas? - Observem-se dados do vestibular da USP abaixo: Tabela 1 (Cursos mais procurados Fuvest — 1982/1990/2000 — em % 1982 1990 2000 Engenharia 140 2g 82 Medicina 36 10,2 110 Direito 77 oF 104) Total 303 327 296 Fone: elatvios da Fuvest 1982/1990/2000: informagi Tetirada do site da Fuvest na Intemet. a Nesta tabela, pode-se verificar que h4 muito tempo os cursos de engenharia, medicina e direito s4o'os mais procurados, alcan- sando a preferéncia de aproximadamente 30% do total de candida- tos nos trés anos do corte, ocorrendo apenas a troca na ordem. No ano 2000, refletindo provavelmente tendéncias de mercado de tra- balho, a procura por engenharia caiu para o terceito lugar. Medici- z CRENTACROFRORSHONAL na e direito assumiram respectivamente 0 primeiro segundo lu- gares. O fato de que a maioria escolhe estas profissdes indica que clas, de fato, sao as melhores opces? Pode-se dizer que a maioria das pessoas escolhe sorvete X por- que assim reza a tradicao, ¢ 08 meios de comunicagio reforgam cons- tantemente esta tendéncia a0 veicular comerciais de chocolate e deri- vados. Pode-se falar 0 mesmo a respeito das profissdes. A maioria escolhe engenharia, medicina ou direito por serem as mais tradicio- nais, Afinal, s2o estas profissées que formam o doutor que nao fez doutorado. Sao as que mais aparecem em novelas, filmes e livros. Por outro lado, dentre os consumidores do picolé Y, as mulhe- res sdo maioria. Serd que por causa de uma adequacio biol6gica? Pode-se afirmar que néo. As mulheres, mais vaidosas, procurariam mais oY para manter a silhueta com algo menos caldrico. 7* hipétese: Anal aro prego. | X 6 mais caro do que Y. | Isto quer dizer ze se deve egcolher 0 Y por ser mais barato? Decidir por este critério seria acertado? Ou, ao contrério, a melhor escolha seria 0 X, justamente por ser o mais caro, o que poderia denotar mais qualidade? i 7 a pessoa nao tiver dinheiro para escolher X? Neste caso, nao aa escolha, estaria determinada a Y. A maioria da populaggo brasileirando adquiriu ainda o direito de escolher profissio. Estio pre- destinados a fazer aquilo que aparece na sua frente para sobreviver. “Mas, no caso, todos tém dinheiro suficiente para adquirir tan- toum como 0 outro. Este problema (sorvete) tem solugio? — Ao que parece nada garante a melhor escolha. Mas existe, sim, uma forma de resolvé- Jo. A solugdo é& \/| Ato de coragem APLOFOSTADECRENTAGIOROMSCNAL. coragem. Um ato de coragem leva em conta todos os indicadores Pode acontecer 0 caso eri que os indicadores apontam para- ido caminho e a pessoa éScolhe 6 outro (seria uma escolha Por desafio que também leva em conta 0s mesmos indicadores), idéia de colocar todas as vatiavéis na balanga para ver qual lado pesa mais nao funciona (em nenhum caso de escolha), porque as varidveis tendem para o equilibrio, isto & 3é existe alguma des- vantagem numa opedo, a outra também apresentaré desvantagens, _@ assim por diante.-~ Nao existe indicador capaz de apontar de antemao qual a me- Ihor escolha, porque, se existisse,-ndo-ocotreria éscolha,Uma esco- ‘Ta, Ha qual uma possibilidade é ‘6tima e outra é péssima, nao é uma escolha. O autor costuma brincar que nao existe escolha quan-. do se compara umia Ferrari com um fusquinha, Escolher significa exatamente ter que se posicionar (tomar par- tido) entre as pos fades colocadas que sao igualmente atrati- vas e contém também desvantagens. S30 possibilidades que bri- gaim entre si. Por isso se diz qite qualquer escolha implica conflito, ou melhor, escolher significa resolver conflito. Qualquer escolha implica risco. Nao existe escotha sem risco. O autor chega’a afirmar que escolha‘sem risco nao €escolha. A_ Anseguranga faz parte de qualquer decisio. _Qualquer escolha implica perda. E um mito dizer que 86 existe um caminho para cada pessoa. Ao contratio; existem v: ‘sso a perda faz parte da escolha. Escolher uma profissi “perda das outras, pelo menos nesse momento... Agora, pode-se ter um ato de coragem para escolher um sor vete. A pessoa se toma de coragem e, por exemplo, escolhe 0 X. Agora ela pode abrir a embalagem e verificar se a escolha foi “Ie- gal”. Duas ou trés conclusées sao possiveis, Gostou, néo gostou ou mais ou menos. Sea pessoa gostou, mas for muito “encucada”, pode assar o resto da vida perguntando-se como seria se tivesse esco- Ihido Y (jamais conseguird esta resposta, mesmo que mais tarde “ CRENTAOPRORSIONAL decida fazer uma experiéncia com Y). Se nao gostou, isso nao quer dizer que teria necessariamente gostado mais de Y. E deye nova- mente realizar outra opcfo: muda ou permanece? Muitas pessoas acabam permanecendo para ndo ter que passar por outra experién- ; cia de escolha. Enfim, escolher algo, como uma profissio, pressupde que a pessoa conheca a realidade que contextualiza a deciséo, que s¢_ autoconhega ¢ esteja] si be tudo isto ter ofato de corager”, que € tama inte di ordem emocional, que envolve o bom-senso, a intuicio e a vontade. A quarta sessiio 6 apresentada como sintese do primeiro médulo. Inicialmente desenvolve-se um “aquecimento”, que consiste na lo- calizagéo de um = agradével da sala para que os orientandos possam se acomodar de forma trangiila. Faz-se um pequeno traba- Iho de relaxamento ¢ pede-se para que ab pessoas pensem e digam algo para'o seu dé orientacdo. Esse aquecimento tem 0 objeti- vo de fortalecer os lagos de relacionamento entre os membros do grupo, aumentando q sensagio de acolhimento, respeito eliberdade. Em seguida, diate © que chamou a atencio da leitura do conto “A Profissdo”, de Isaac Asimov (1977), uma ficcio cientifica cija historia se passa por volta dos anos 6000, descrevendo a situa- fo de dois jovens que vivem uma situagio de “escolha” de profis- sio/ trabalho. Por meio do conto, abordam-se os seguintes assun- uisigdo de conhecimentos; escola / educacio; teste vocacional; escolha profissional; pressao familiar / social; ensino pro- ante; vocagao, dons; mercado de trabalho; competicéo; sociedade; trabalho manual e intelectual; poder; realizacio pessoal; vestibular; construgio de identidade; liberdade de escolha. Médulo || — 0 trabatho Este médulo tem como objetivo a trabalho, abordando desde o conceito AMOPOSTADECRSNTAGNOPROASBONAL aa ‘A quinta sesso prope que os participantes “construam” duas empresas. Um grupo seré responsavel pela empresa do setor pri- mario ¢ outro por uma do setor secundario da economia, Cada subgrupo deve montar sua empresa de acordo com um roteiro pre- viamente discutido, ‘Terminada a tarefa da montagem, o grupo apresenta sua em- Presa e cada participante conta a hist6ria de sua personagem, enfatizando a forma como “obteve” as habilidades e conhecimen. tos necessarios para o desempenho de suas atividades de trabalho. Também verifica-se o que é necessério para a produgio de qual. quer objeto. Observam-se as matérias-primas, instrumentos de tra- Para executar trabalho (por exemplo, comunidades indigenas). Na comparacao das lista, chega-se.ao.conceito de trabalho genético: agao humana sobre a natureza, por meio de instrumentos de traba~ tho, Para a obténcao de coisas necessdrias a vida. Por fim, aplica-se_ © conceito em exemplos atuais, diferenciando e entendendo 0 tra- balho manual e intelectual, Tendo claro conceito genético de trabalho, pode-se ento discutir a questo para 0 setor tercidrio da economia. A sexta sessiio continua a discutir a temética iniciada na sesso anterior e visa atualizar os assuntos para o tempo presente. Discu- tem-se as formas de divisio de trabalho, o conceito de mercadoria; ode forca de trabalho e 0 estabelecimento dos salérios. Ainda neste encontro, a partir do debate do tema trabalho, aborda-se o aspecto da vocacio, da mesma forma como jé apresentado no Capitulo 3, no item que introduz a abordagem sécio-histérica, Atualmente, nesta sessio, projeta-se um video que trata do tra- balho e desemprego (Globo Repérter de 1996), discute-se'o conceito de vocagao e abordam-se as solugGes apontadas pela classe diri- gente quanto ao desemprego que grassa no pais, que sempre apon- tam para safdas individualizadas. Como contraponto, sao apresen- oneTaGhoRORSSONAL tadas outras propostas de combate ao desemprego que ndo passam unicamente por alternativas meramente individuais. ‘Médulo MI — Autoconhecimento e informacéo prefissonal O terceiro e tiltimo médulo do programa é desenvolvido em nove sessies, sendo as duas tiltimas dedicadas a sinteses. Por autoconhecimento entende-se a andlise da trajet6ria de vida do préprio sujeito, quanto as formas de escolha e a compreensao de ‘Como construiu sua individualidade, Perceber © que jd se desen- volveu em termos dé interesses, habilidades e caracteristicas pes- soaig para projetar o que pretende desenvolver mais, mudar ou -miestio construir dé forma diferente é 0 que se visa ito programa, Nao se pretende buscar alguma relagao éntre as caractéristicas pes- soais e asrprofissbes: trata-se de propiciar-2o orientando que-com- preenda sua forma pessoal de tomada de decisao e dar condicées ‘para que possa elaborar projetos, inclusive de miidangas, em suas caracteristicas pessoas. Nas atividade de informacio.profissional objetiva-se que o orientando amplie o conhecimento que tem das profissbes, partin- do de informacées genéricas e superficiais de todas as profissGes que se constituem como op¢des para seu estégio educacional ¢ ca- minhando paulatinamente para as mais especificas e.aprofunda- das, de acordo com o afunilamento das opgdes. Na sétima sessio, inicia-se 0 processo de informagio profissio- nal. Apresenta-se 0 jogo de fichas das profiss6es, que se constitui de mais.de cem fichas com 0 nome das profissées.** Procede-se a ‘uma critica & classificacao das profissées tradicionalmente utiliza- das que as ordéha pelo cfitério da érea de conhecimento (humanas, exatas e bioldgicas). Apresenta-se outra forma de classificar'as pro- 199, acrecentourse no verso de ada Ache sn pagrafo que apreseta setae sy sesamin np enone |APLOPOSTADEORENTACAOFRORSSONNL ” fissdes, que as ordena em oito grupos, segundo o critério de-ativi-

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