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UNIDADE III

Atividade Motora Aplicada


a Populações Especiais

Prof. Me. Erácliton Viana


Atividade física para idoso

 O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo.

 Ocorrem diversas modificações psicológicas, como a perda da capacidade


de adaptação do idoso ao meio,

 alterações morfológicas,

 funcionais e bioquímicas,

 além do aumento da prevalência de doenças e disfunções


incapacitantes, como a perda do papel social, da renda e
da independência.
Atividade física para idoso

 O envelhecimento conduz o idoso a uma maior vulnerabilidade a fatores


intrínsecos e extrínsecos que o predispõem ao risco de morbimortalidade,
como a perda de peso não intencional, o autorrelato de fadiga;

 Diminuição da força de preensão, a redução das atividades físicas;

 Diminuição da velocidade da marcha;

 Diminuição das atividades diárias e

 Diminuição das relações sociais.


Atividade física para idoso

 Considerando a abrangência multidimensional e progressiva do envelhecimento,


desde o final da década de 1980, iniciou-se a discussão sobre a vulnerabilidade
que o envelhecimento proporciona à pessoa idosa.

Síndrome da Fragilidade do Idoso

 Uma das definições mais encontradas de “síndrome


da fragilidade” diz respeito a uma síndrome biológica
caracterizada pela diminuição da reserva homeostática
e redução da capacidade de resistência do organismo
às agressões, que resultam no declínio cumulativo em
múltiplos sistemas fisiológicos, propiciando um quadro
de vulnerabilidade e efeitos adversos.
Atividade física para idoso

 Envelhecer pode variar muito ao se comparar os indivíduos; para alguns, acontece


de forma mais rápida.

 O envelhecimento se relaciona com fatores biológicos associados ao estilo


de vida, à condição socioeconômica e a doenças.

 Os aspectos biológicos estão ligados às questões moleculares, celulares,


teciduais e orgânicas da pessoa.

 Na dimensão do psíquico, relaciona-se aos fatores


cognitivos e psicoafetivos, que interferem na
personalidade e no afeto.
Atividade física para idoso

O envelhecimento pode ser subdividido e compreendido em três etapas:

 envelhecimento primário: natural ou senescência, uma característica genética


típica da espécie. Acontece de forma gradativa e progressiva, na qual ocorrem
efeitos cumulativos.

 envelhecimento secundário: ou envelhecimento patológico, refere-se às diversas


doenças que não se confundem com o processo normal de envelhecimento.

 envelhecimento terciário: também conhecido como


terminal, que se caracteriza por um período de profundas
perdas físicas e cognitivas.
Atividade física para idoso

 Alterações do envelhecimento e a efetividade dos exercícios físicos.


 Composição corporal: declina 1 cm por década, tem associação com arco plantar
+ aumento das curvas da coluna + encurtamento da coluna vertebral.
 Há perda de tônus e fibras musculares + degeneração dos discos intervertebrais +
desequilíbrio entre os músculos do quadril, MMII e iniciam as compensações como
relaxamento do tibial medial.
 Ocorre o aumento do tecido adiposo + principalmente na cavidade abdominal +
perda de massa magra.
 Efetividade dos exercícios físicos?
Atividade física para idoso

Úmero

Fonte: Fêmur
https://sites.google.com/site/aprendi0n
a0web/ciencias/corpo-humano

Perônio
Atividade física para idoso

 Na parte esponjosa do osso idoso há a perda de lâminas ósseas em relação ao


jovem, formando-se cavidades maiores entre as trabéculas ósseas.

 Os osteócitos, que controlam todo o metabolismo da matriz extracelular, diminuem


em número e atividade. Com isso há o desequilíbrio do metabolismo do cálcio e a
perda de cálcio na matriz. Essa talvez seja a alteração mais importante que ocorre
no osso com o envelhecimento.

 A manutenção da massa óssea é regulada por estímulos


bioquímicos (fatores de crescimento e hormônios)
e mecânicos.
Atividade física para idoso

Efetividade dos exercícios físicos?

Fonte:
http://noticiasenegocios.com.br/2017/
06/remedios-para-osteoporose-e-os-
riscos-para-saude-bucal/
Atividade física para idoso

 Sistema articular: todos alteram com o envelhecimento.

 Nos discos intervertebrais, o núcleo pulposo perde água e as fibras colágenas


aumentam em número e espessura.

 No anel fibroso, ao contrário, há a perda de células e o acúmulo de cálcio


e as fibras colágenas ficam mais delgadas.

 Com tudo isso, a espessura do disco diminui, acentuando-


se as curvas da coluna, especialmente a torácica, o que
contribui para a cifose torácica e o aumento na
compressão da coluna como um todo, comumente
observados entre os idosos.
Atividade física para idoso

Efetividade dos exercícios físicos?

Fonte: Adaptada de: Nunes et


al., 2007, p. 10.
Atividade física para idoso

 Nas articulações sinoviais, há perda de líquido, número de células, proteoglicanas,


já as fibras colágenas aumentam em número e espessura.

 Como consequência, a cartilagem fica mais delgada e surgem rachaduras e


fendas na superfície. Essas alterações aumentam em frequência com a idade.

 Exercícios evitam desidratação e degeneração acentuada, aumentam o volume


de nutrientes intra-articular, ajustam e retardam alguns processos degenerativos.

 Exercícios de reequilíbrio muscular e mobilidade têm


excelentes resultados.
Atividade física para idoso

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/osteoarthritis-vector-
medical-poster-magnification-thinned-
1149968462?src=Rnoxwg3obWR0UeL4HIVTXg-1-98
Atividade física para idoso

 No sistema respiratório, a função pulmonar declina após os 30 anos.

 No envelhecimento se espera uma caixa torácica mais rígida e uma diminuição


da elasticidade pulmonar. A capacidade vital diminui e o volume residual aumenta.
No entanto, na capacidade pulmonar total, observam-se poucas alterações.

 Há a redução do VO2 máx. devido à redução arteriovenosa de oxigênio


e diminuição do débito cardíaco máximo.

 Recomendações de prescrição de exercícios incluem


fortalecimento, aeróbios, flexibilidade, com um olhar para
aptidão física, promoção à saúde e redução de FR.
Atividade física para idoso

 O exercício físico
regular pode diminuir, Idoso DAC+
Variáveis
Sedentário IAM
reverter a progressão
(Hemodinâmica) - RVP + FC  
do quadro clínico. Os
efeitos deletérios do D A-V + D. Cardíaco + D. Produto  
sistema se igualam (Neuroendócrino) SRAA + SN Simpático  
à pessoa sedentária. Sens. Barorreflexa + Atividade Vagal  
(Musculoesquelética) Massa M. +
 
T. Exercício + VO2
(Metabolismo) Enzima oxidativa  
Enz. Glicolíticas + acidose intracelular  
(Função) Fraqueza + fadiga + M. Magra  
Atividade física para idoso

Quanto à frequência e duração das atividades

 Atividades moderadas, acumular de 30 a 60 minutos/dia (150-300 min./semana).

 Atividade vigorosa, de 20 a 30 minutos/dia ou mais (75 a 150 min./semana).

 Treinar de 3 a 5 vezes/semana (treinar menos de 3 vezes aumenta o risco por


excesso de carga por intensidade do treinamento).

 Utilizar, se necessário, alguma escala de percepção


de esforço.
Atividade física para idoso

As contraindicações:
 PAS > 200 mmHg ou PAD > 110 mmHg em repouso;
 Queda da PA ortostática > 20 mmHg com sintomas;
 Hipotensão ao esforço maior que 15 mmHg;
 Arritmias não controladas;
 Doença aguda ou febre;
 Infarto ou embolismo pulmonar recente;
 Depressão de segmento ST maior que 2 mV em repouso;
 Problemas ortopédicos graves que proíbam
os exercícios resistidos;
 E todas as demais restrições quando há doença de base.
Interatividade

 É esperado que com o envelhecimento ocorram diversas alterações nos sistemas.


O exercício físico regular pode reverter parte do quadro clínico e retardar vários
outros. Sendo assim, leia as afirmativas a seguir sobre a prescrição de exercícios
para idosos e assinale a única alternativa incorreta.

a) Exercícios de mobilidade para idosos que têm degeneração nos discos


intervertebrais não são recomendados.
b) As recomendações incluem exercícios de fortalecimento,
aeróbios, flexibilidade, com objetivo de melhorar aptidão
física, promoção à saúde e redução de FR.
c) Se o idoso treinar 2 vezes por semana, pode aumentar
o risco por excesso de carga por intensidade
do treinamento.
Interatividade

d) Treinar um volume semanal entre 150 e 300 min./semana significa que com mais
tempo de treino distribuído na semana os benefícios são maiores.

e) O idoso pode realizar 2h30min de atividade vigorosa no seu programa


de treino semanal.
Resposta

 A resposta correta é a A, pois é a única alternativa incorreta.

 Ao contrário do anunciado na afirmativa, os exercícios de mobilidade são


essenciais para a coluna vertebral, pois somente com estresse físico que,
no mínimo, a mobilidade articular promove, é possível que haja nutrição para
os discos intervertebrais. Isso independente do grau de degeneração,
a prescrição deve considerar a individualidade e necessidade da pessoa.
Atividade física e gestante

 A gravidez é entendida como uma alteração fisiológica, portanto, apesar das


inúmeras adaptações gravídicas, não há impedimento para a prática de exercício
físico quando a gravidez se desenvolve dentro da normalidade.

 As demandas energéticas são bem evidentes. O ganho de peso acontece,


principalmente, devido ao aumento da quantidade de água dentro e fora dos
vasos sanguíneos e, em menor proporção, devido ao acúmulo de componentes
energéticos e estruturais (carboidratos, lipídeos e proteínas).

 O custo energético chega a 300 kcal/dia, chegando


a 390 kcal no meio da gestação.
Atividade física e gestante

 Há um desequilíbrio entre o metabolismo dos carboidratos e das gorduras.


 Com redução da glicemia de jejum e da glicemia basal materna às custas do
armazenamento de gordura, de glicogênese hepática e da transferência de glicose
para o feto. Isso na primeira metade da gestação, fase anabólica (de construção).
 Na segunda metade inicia a fase catabólica (fornecimento de energia), com
lipólise, gliconeogênese e resistência a insulina.
 Acredita-se que o hormônio lactogênio placentário estimule a lipólise,
com a liberação de ácidos graxos na corrente sanguínea materna.
 Período em que a mulher começa a utilizar suas reservas
para se adequar ao crescimento fetal.
Atividade física e gestante

Idade materna avançada.


Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual.
Deposição central excessiva de gordura corporal.
História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau.
Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio (líquido amniótico excessivo), hipertensão
ou pré-eclâmpsia na gravidez atual.
Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal
ou neonatal, macrossomia ou DMG, entre outros.

Há risco para DMG.


Aproximadamente 14% (com variações).
Atividade física
e gestante Resistência vascular sistêmica

Depósito de gordura

Fonte: Adaptada de: Barakat, R.;


Perales, M.; Garatachea, N. et al. Br J
Sports Med;49:1377-1381. p. 2, 2015. Lactogênio placentário humano Ventilação prejudicada (elevação
do diafragma)
Atividade física e gestante

 Coração é deslocado para cima devido ao aumento do volume do útero.


 Volume sanguíneo ↑ em 30%; ↑circulação pela aorta, cerca de 50%;
 ↑pressão venosa nos MMII, pela compressão da veia cava, pelo ↑ do útero;
 Frequência cardíaca em repouso ↑100bpm;
 Elevação do diafragma pelo útero aumentado – dispneia (esta elevação não causa
↓ da capacidade dos pulmões, pois há uma ampliação da caixa torácica
anteroposterior);
 ↑ Frequência respiratória e da quantidade de ar em cada ciclo – hiperventilação.
Atividade física e gestante

 Os exercícios de fortalecimento são eficientes e indicados por todos os benefícios


já conhecidos.

 Avaliação clínica inicial é importante.

 Cautelosos para aquelas que não praticavam antes.

 Frouxidão ligamentar.

 Promove redução das dores lombares.

 Elevação da capacidade funcional do aparelho locomotor.


Atividade física e gestante

 A sugestão da literatura: uso de EPE – 15 – difícil ou intenso.


 Sessão de 30-60 minutos.
 Indica-se repetições de 8-15.
 Recuperação entre 1-2 min.
 Frequência 2 a 3 vezes na semana.
 Teoricamente, repetições máximas são mais controladas, desde que feitas
com segurança.
 O padrão de resposta cardiovascular em não gestantes
parece se manter preservado na gravidez durante
exercício submáximo.
Atividade física e gestante

 Há modificações na caixa torácica em altura e circunferência, diminuição


dos volumes pulmonares de reserva.
 O perfil ventilatório em repouso é consequência do aumento do VO2
e ventilação VE e diminuição dos volumes residuais.
 Elevação da PAS.
 Discreta diminuição ou manutenção da PAD.
 Elevação da FC proporcional ao volume de VO2.
 Aumento do VS e DC.
 É consenso que os efeitos agudos do exercício aeróbio
são aditivos aos efeitos promovidos pela gravidez.
 Portanto, a gestante apresenta maiores VS, FC e DC
durante o exercício.
Atividade física e gestante

 Gestantes iniciam com um patamar de atividade cardiovascular mais elevado


quando começam atividade física.
 Este é um fator que reduz a capacidade de atingir a carga máxima.
 Quanto à duração, considere que: quanto maior o tempo, maior a diminuição
do fluxo uterino e
 menor a concentração de glicose.
 O limiar de oferta que passa a ser insuficiente para o feto é em torno de 45 min.
 Sugere duração compatível à observada.
 Se for sedentária, iniciar com 15 min. Aumentando
gradualmente até chegar nos 45 min.
Atividade física e gestante

Contraindicação absoluta para exercícios aeróbios na gravidez


 Doença cardíaca; Tromboflebite; Embolismo pulmonar recente; Doença infecciosa
aguda; Risco de parto prematuro; Colo uterino incompetente; Gestação múltipla;
Sangramento uterino, rotura de membrana; Doença hipertensiva grave; Suspeita
de sofrimento fetal.

Contraindicação relativa para exercícios aeróbios na gravidez


 Hipertensão arterial essencial; Acompanhamento
inadequado de pré-natal; Anemia e outras alterações
sanguíneas; Enfermidade de tireoide; Diabetes mellitus;
Obesidade excessiva ou baixo peso.
Interatividade

 Na gestação a mulher apresenta diversas modificações estruturais e metabólicas.


É considerado que os efeitos agudos do exercício aeróbio são aditivos aos efeitos
promovidos pela gravidez. Sendo assim, quanto aos cuidados que devemos observar
durante as sessões de exercícios para que se atinja as metas, são:
I. Elevação do diafragma pelo útero aumentado não causa diminuição da capacidade
dos pulmões, pois há uma ampliação da caixa torácica anteroposterior.
II. Anemia, doença de tireoide e diabetes mellitus são contraindicações absolutas.
III. Quanto maior o tempo de sessão de treino, maior será a diminuição do fluxo uterino e
menor a concentração de glicose.
IV. O perfil ventilatório em repouso é consequência do aumento
do VO2 e ventilação VE e diminuição dos volumes residuais.
V. Tromboflebite; Embolismo pulmonar recente; Doença
infecciosa aguda e Risco de parto prematuro são algumas
das contraindicações absolutas para exercícios aeróbios
na gravidez.
Interatividade

 Assinale qual é a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

a) I e II
b) II, III e IV
c) I, III, IV e V
d) II, III, IV e V
e) I, III e V
Resposta

 A resposta correta é C.

 Justifica-se pelo fato da afirmativa II estar errada ao afirmar “Anemia, doença de


tireoide e diabetes mellitus são contraindicações absolutas”. A verdade é que estas
doenças se enquadram nas contraindicações relativas.
HIV Positivo e Atividade Motora

 A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana


(HIV é a sigla em inglês), que pode causar imunossupressão profunda e um
consequente quadro de infecções oportunistas, neoplasmas secundários
e distúrbios neurológicos.
 O vírus ataca o sistema imunológico, as células mais atingidas são os linfócitos
T CD4+. O vírus altera o DNA dessa célula e faz cópias de si mesmo. Depois de
se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
 O HIV pode ser encontrado em diversos tipos de secreções, como sangue, saliva,
esperma, secreções vaginais e leite materno.
 Todas as maneiras de possível contato com essas
substâncias podem gerar contágio.
HIV Positivo e Atividade Motora

 Quando a pessoa tem HIV, ela está se referindo à fase assintomática da doença.

 Quando a pessoa está com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids),


significa que ela apresenta sinais e sintomas que caracterizam a doença, como
imunodepressão com infecções oportunistas, perda de peso e degeneração do
sistema nervoso central (SNC), o que geralmente marca o início do tratamento
com os medicamentos antirretrovirais.
HIV Positivo e Atividade Motora

 O tratamento tem como base medicamentos com o objetivo de impedir a


replicação do vírus e impedir a fusão do vírus com o linfócito, diminuindo
a proliferação.

 O tratamento promove efeitos colaterais como diarreia, vômitos, náuseas,


rash cutâneo (vermelhidão), agitação e insônia.

 Outras alterações a longo prazo são resultantes de ações


inflamatórias do HIV no organismo e da toxicidade dos
medicamentos somadas aos fatores individuais e
genéticos. Sendo doença cardiovascular, alterações
metabólicas, ósseas e minerais e lipodistrofia.
HIV Positivo e Atividade Motora

 A pessoa com o HIV pode apresentar alta prevalência de alterações da densidade


mineral óssea, como osteoporose e osteopenia, que são alterações metabólicas
do tecido ósseo caracterizadas pela diminuição da densidade mineral e pelo
comprometimento da resistência e da qualidade óssea.
 Podem ser fisiológicas ou patológicas e predispõem à elevação do risco de fratura.
 O efeito do exercício físico faz parte da terapia coadjuvante e complementar em
indivíduos infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV).
 Ainda existem muitas lacunas no conhecimento sobre
os tipos de exercícios ideais, a duração, a frequência
e a intensidade em que devem ser prescritos para
essa população.
HIV Positivo e Atividade Motora

 Alguns estudos relatam que o exercício físico diminui efetivamente alguns efeitos
colaterais associados ao estresse fisiológico da infecção pelo vírus.

 Melhora o perfil lipídico e reduz o risco de doença cardiovascular.

 O exercício melhora a função imunológica, fatores psicológicos, condicionamento


cardiorrespiratório, força, composição corporal e qualidade de vida, capacidade
funcional, depressão, ansiedade e a saúde em geral.
HIV Positivo e Atividade Motora

 Há alguns fatores que podem impedir a prática de atividade física, por este
motivo, a liberação médica é importante.
 Idade superior a 34 anos para homens e 44 anos para mulheres.
 Dois ou mais fatores de riscos cardiovasculares.
 Pressão arterial sistólica > 120 milímetros de mercúrio (mmHg); pressão arterial
diastólica > 80 mmHg.
 LDL > 160 mg/dL; Triglicérides > 150 mg/dL; HDL < 50.
 Glicemia > 100 mg/dL; IMC < 18 e > 25.
 Pacientes com sinais ou sintomas de anomalias
cardiovasculares ou portadores de doença cardíaca,
pulmonar ou metabólica.
HIV Positivo e Atividade Motora

 A prescrição do exercício deve ser individual e levar em consideração o nível


de aptidão física relacionado à saúde, ao estágio da doença e ao esquema
terapêutico (medicação) e seus efeitos.
 Avaliação física, funcional, da qualidade de vida, testes de capacidade física entre
outros são importantes de serem aplicados para se ter um acompanhamento mais
adequado da melhora da qualidade de vida desta pessoa.
 A frequência de 3 vezes por semana nos treinos tem mostrado bons resultados.
 Recomenda-se uma intensidade para exercícios aeróbios
entre 40-60% da FC de reserva.
 Alguns estudos consideram também intensidade alta.
HIV Positivo e Atividade Motora

 Exercícios resistidos podem variar entre 50-80% de 1RM, dependerá do quadro


da pessoa com HIV.

 Parece que o teste mais indicado é de repetições máximas.

 Em geral, uma sessão de treino pode variar por tempo entre 20-45 minutos
de duração, 3 vezes por semana.
Interatividade

 Vimos que a prescrição do exercício para pessoa com Aids deve ser individual e
levar em consideração o nível de aptidão física relacionado à saúde, ao estágio da
doença e ao esquema terapêutico (medicação) e seus efeitos. Ainda há poucos
estudos sobre protocolos de exercícios mais indicados para este público. Sendo
assim, leia abaixo as afirmativas sobre o que temos sobre o assunto.

I. Exercícios resistidos podem variar entre 50-80% de 1RM.


II. O teste de repetições máximas tem sido o mais indicado.
III. Em geral, uma sessão de treino pode variar por tempo
entre 20-45 minutos de duração.
IV. Ao menos a osteoporose é uma situação que não
se observa no quadro clínico da pessoa com Aids.
Interatividade

 Responda a única alternativa que apresenta as afirmativas corretas.

a) I
b) I e II
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
Resposta

 A resposta correta é a C.

 A afirmativa IV está errada. O correto é que a pessoa com Aids pode apresentar
alta prevalência de alterações da densidade mineral óssea, como osteoporose e
osteopenia.
Câncer

 Num conceito simplificado do câncer, ele é um conjunto de doenças caracterizadas


pelo acúmulo de mutações no genoma de uma célula.
 Essas mutações induzem mudanças no ambiente celular, que se prolifera, bem
como desenvolve maior resistência aos mecanismos de morte celular programada
(apoptose).
 É entendido como um microambiente ideal para a progressão do crescimento
tumoral por meio dos elementos celulares que o compõem.
 Esses elementos podem vir da interação das células
geneticamente modificadas, das células normais, com
os fibroblastos das células do sistema imune, dos vasos
sanguíneos e de diferentes moléculas produzidas
localmente ou provenientes da capilarização.
Câncer

 Assim, após uma alteração no DNA, as células cancerosas começam a se dividir


descontroladamente, podendo se multiplicar por outros tecidos, e formam tumores
ou neoplasias malignas que afetam o funcionamento do corpo, utilizando energia e
nutrientes acima do normal e se concentrando fora das células normais.

 A maioria dos tratamentos cirúrgicos aplicados, quimioterápicos e/ou


radioterápicos tem efeito prejudicial na saúde do indivíduo, podendo levar
a uma série de morbidades associadas ao câncer, que diminuem drasticamente
a qualidade de vida do indivíduo.
Câncer

 Dois exemplos são a caquexia e a toxicidade cardiovascular induzida pelos


quimioterápicos. São necessárias, assim, estratégias para atenuar as
comorbidades e aumentar a qualidade de vida e o exercício físico
é uma dessas estratégias.
 O avanço do câncer, na maior parte das vezes, se dá por fatores externos, que
envolvem aspectos físicos, ambientais, econômicos e sociais, compondo um
complexo sistema conceitual que engloba desde os aspectos individuais –
caracterizados pela maior acessibilidade na tomada de consciência sobre
o que pode aumentar o risco de desenvolver o câncer,
 – até a escolha da adoção de hábitos saudáveis e as
condições econômicas que possibilitem a efetivação
dessa escolha.
Câncer

 As alterações imunológicas, as mutações hereditárias e as infecções prolongadas


por vírus e bactérias, consideradas fatores internos causadores do câncer são,
muitas vezes, resultados das influências externas do meio a que o indivíduo está
submetido, evidenciando que, além da genética e das questões biológicas, o
comportamento – incluindo a alimentação saudável e a higiene – também é um
fator importante a ser considerado na prevenção do câncer.
Câncer

 Um tumor benigno significa uma massa localizada de células que se multiplicam


vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original e que, raramente,
constituem um risco de morte.

 80% a 90% estão relacionados a fatores ambientais

 Os agentes indutores dos danos celulares podem ser químicos,


físicos ou patológicos e também iniciadores ou promotores.
Câncer

Um agente iniciador é a radiação solar:

 Quando um indivíduo se expõe por longo tempo à radiação solar, é gerado um


processo inflamatório no qual ocorre uma série de alterações celulares locais.
 A longo prazo, a radiação pode ser, portanto, um iniciador do tumor.
 Já os agentes promotores não causam danos diretamente, mas atuam sobre as
células já danificadas pelo agente iniciador. Um bom exemplo seria o consumo
de álcool.
 Os tumores também são influenciados pelos componentes genéticos individuais.
 A partir disso fica mais fácil compreender a relação entre
atividade/inatividade física versus o possível aparecimento
de um câncer.
Câncer

 A atividade física é altamente recomendada em mulheres pós-menopausa


na prevenção de câncer de mama.

 Sabe-se que os níveis elevados do IMC e do hormônio estrona são fatores


determinantes de câncer e podem ser diminuídos com o exercício físico.

 O câncer colorretal que atinge o cólon (intestino grosso e o reto). Também pode
ser prevenido com exercícios físicos.

 Seu fatores de risco são: idade acima de 50 anos;


história familiar de câncer de cólon e reto; história pessoal
pregressa de câncer; dieta com alto teor de gordura;
inatividade física; obesidade.
Câncer

 O exercício é uma intervenção segura durante ou após o tratamento.


 Efeitos indiretos do exercício físico são relevantes.
 Capacidade aeróbia, força, redução da fadiga e melhora do sistema imune.
 É necessário observar que pessoas mais velhas podem apresentar outras
doenças.
 São necessários para garantir a segurança do programa de exercícios.
 Uma anamnese detalhada, exame clínico do oncologista, exame físico que avalie
sinais e sintomas cardíacos, pulmonares, neurológicos e musculoesqueléticos.
Câncer

 Recomendações de: 150 min./semana de intensidade moderada ou 75 minutos


de exercício físico intenso.

 Não é aconselhada para indivíduos sedentários durante ou imediatamente


após a terapia citotóxica.

 Prescrição deve ser individualizada.

 Indivíduos com câncer, portanto, devem receber atenção


especial quanto às variações patofisiológicas da doença,
ao gerenciamento terapêutico e ao prognóstico das
malignidades e características individuais.
Câncer

 Indivíduos que já fazem exercícios conforme recomendações gerais quanto


a tempo, sessões por semana e intensidade, a sugestão é que continuem.

 O aumento progressivo na quantidade de exercício físico pode promover


benefícios adicionais à saúde. Esses benefícios são alcançados pela variação
da intensidade, da frequência, da duração e do tipo de exercício, que pode ser
modificado a cada duas ou três semanas para evitar lesões e estresse excessivo,
melhorando a capacidade cardiorrespiratória.
Câncer

 O mais desafiador da prescrição de exercícios é encontrar a intensidade


apropriada.

 Medidas mais subjetivas podem ser explicadas aos indivíduos, mas, se


possível, recomenda-se utilizar medidas com maior efetividade, como os
cálculos das zonas-alvo de treinamento, que podem ser feitos por equações
ou, preferencialmente, por testes de esforço.
Interatividade

 Apesar de se encontrar poucos artigos na literatura nos quais se discute formas ou


protocolos de treinamento, é possível perceber que a prática regular de exercícios
físicos é importante durante e após o tratamento, assim como alguns tipo câncer
podem ser prevenidos com a prática regular de exercícios. Leia as afirmativas
a seguir sobre a prescrição de exercícios para a população com câncer.
I. O aumento de intensidade, duração e frequência pode trazer prejuízo
a longo prazo.
II. Indivíduos que já fazem exercícios conforme recomendações gerais quanto a
tempo, sessões por semana e intensidade, a sugestão é que continuem.
III. Não é aconselhada para indivíduos sedentários, durante
ou imediatamente após a terapia citotóxica, a prática
geral recomendada de 150 e 75 min./semana de
exercícios moderados e intensos.
Interatividade

IV. Em geral, o exercício ainda não é uma intervenção segura durante ou após
o tratamento.

Assinale a alternativa que aponta as afirmativas corretas.

a) I e II d) II, III e IV
b) I, II e III e) I, II, III e IV
c) II e III
Resposta

 A resposta correta é a C.

 Pois a afirmativa I está errada ao afirmar que “o aumento de intensidade, duração


e frequência pode trazer prejuízo a longo prazo”. Verdadeiramente, é importante
aumentar estes fatores para se ter maiores benefícios à saúde da pessoa com
câncer.

 E na IV é errado afirmar que “Em geral o exercício ainda


não é uma intervenção segura durante ou após o
tratamento”. É exatamente o inverso, o exercício é
altamente recomendado, durante e após o tratamento.
ATÉ A PRÓXIMA!

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