Você está na página 1de 12

FACULDADE ESTÁCIO TERESINA

JOSÉ RIBAMAR SANTOS COSTA JÚNIOR

A IMPORTÂNCIA DA ARTE COMO UM RECURSO TERAPÊUTICO

TERESINA - PI

1
2021

FACULDADE ESTÁCIO TERESINA

JOSÉ RIBAMAR SANTOS COSTA JÚNIOR

A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

TERESINA - PI

2
2022

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 03

1.1. Objetivos...........................................................................................................07
1.1.1 Geral................................................................................................................07
1.1.2 Específicos......................................................................................................07

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 08

2.1 A linguagem artística....................................................................................... 04


2.2 Como unir Arte e Psicologia? .......................................................................... 05
2.3 A Arteterapia .....................................................................................................06

3.METODOLOGIA...................................................................................................09

4.CRONOGRAMA...................................................................................................10

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 10

3
1. INTRODUÇÃO

A escolha deste tema nasceu de três motivos principais. O primeiro; trabalho no


campo da arte como artista plástico, componho músicas infatis e leciono há 33
anos. O segundo; pelas mudanças que tenho percebido nas pessoas no campo
das emoções e sentimentos, provocadas pelo contato com alguma manifestação
artística, como a dança, música, pintura, teatro, fotografia, cinema e literatura. O
terceiro motivo; nasceu da minha possibilidade como futuro psicólogo de levar a
arte para um processo terapêutico, pois bservei que a arte é usada em alguns
momentos pelos psicólogos, seja como um recurso de anamnese, ou mesmo como
uma ferramenta na terapia de um paciente. Porém, acredito que poucos tenham
um conhecimento mais aprofundado nesta área. Acredito, pois, que todo psicólogo,
independente da abordagem que utilize, deveria buscar um conhecimento mais
específico sobre está área e tornar o uso da arte mais eficiente em sua atuação
profissional.
Tem-se observado segundo algumas pesquisa como a de CARRANO (2022)
de o contato com a arte seja fazendo ou observando, aproxima a pessoa
primeiramente com ela mesma e depois com as outras pessoas. Além do mais, a
arte tem o poder de entrar em contato de uma forma sutil com as características
constituintes da condição humana, como alegria, medo, tristeza, angústia, saudade
e esperança, ou seja, o comportamento por meio das emoções, que é um dos
objetivos do trabalho do psicólogo. 
Desta forma acredito que a Arte é um grande recurso a ser usado pelo
psicólogo e terapeuta dos mais diversos gêneros, no combate a traumas,
transtornos e conflitos emocionais. No livro a Psicologia da Arte, VIGOTSKI (2015)
faz uma análise sobre o processo de criação e a apreciação artística do ponto de
vista psicológico.
No campo do uso da arte como ferramenta terapêutica em contra-se a
Arteterapia, que se propõe a realizar uma mediação entre a Psicologia e a arte,
pautados em uma concepção estética do sujeito, cuja própria vida pode ser
transformada em uma obra de arte. Faz com que o sujeito encontre uma
possibilidade concreta de expressar não só aquilo que ele é, mas também o que
ainda pode vir a ser, construindo na arte outros modos de objetivação e

4
subjetivação e, a partir daí, reconstruindo-se na vida, a partir de um novo olhar
sobre si mesmo e sobre o mundo. Isso ocorre porque a vivência da arte traz
sempre uma abertura do eu ao outro.
Ciornai (2004), vê a Arte como uma área que se amplia na psicologia. Em
sua obra, ela traz um estudo sobre a utilização de recursos artísticos no trabalho
psicoterápico e os princípios que norteiam a atividade de supervisão no campo da
Arteterapia.
Silva (2004), ao analisar algumas das contribuições da arte para a formação
do psicólogo, a partir de uma proposta de estágio supervisionado na área de
Psicologia Escolar, envolvendo atividades referentes à arte, a autora constatou
mudanças nos estagiários de psicologia que participaram dos trabalhos que
envolviam contato com música, literatura e artes visuais. Segundo essa autora,
ficou evidente a necessidade de se pensar a importância da arte na formação
pessoal e profissional do psicólogo desde o seu ingresso na universidade.
A Arte pode curar alguém? Não posso dizer que a arte por si só possa curar
alguém, porém quando utilizada de forma apropriada, no momento certo em um
processo terapêutico e que os pacientes se reconheçam como coparticipantes do
processo criativo que a arte proporciona, ela se torna uma poderosa ferramenta de
cura. Esta temática é abordada muito bem por Andrade (1995), ao afirmar que: “o
contato com a arte possibilita rememorar vivências, experiências e conflitos
associados ao adoecimento”.
A partir destas considerações iniciais, será estabelecido o seguinte problema
de pesquisa: Com qual frequência e os psicólogos utilizam recursos artísticos em
seu processo terapêutico com seus pacientes?

1.1 Objetivo geral:


 Identificar a frequência com que a arte é utilizada no processo terapêutico
de psicólogos de uma clínica de Teresina.
.
1.2 Objetivos específicos:
 Conhecer as linguagens de arte, utilizadas nos processos terapêuticos

 Identificar as abordagens psicológicas que mais utiloizam a arte em seu


processo terapêutico.

5
2. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 A linguagem artística

Há basicamente 30 mil anos foram registradas as primeiras manifestações


artísticas da humanidade. Muitos questionamentos ainda são feitos sobre o que
levou o homem a produzir arte, porém o certo é que a cada período de nossa
história a arte vem se desenvolvendo e sendo mais relevante em nossa sociedade.
O vocábulo arte (ars em latim é a tradução da palavra grega techné) designa,
igualmente, a técnica, a perícia, assim como a criação artística, a procura do belo
(Elisabeth Clemente et al, 1994, p. 34, citada por Sousa, 2010, p. 28).
Segundo o filósofo grego Aristóteles a arte era uma imitação da realidade.
Esse conceito, mais tarde, foi duramente refutado por diversas correntes artísticas
que compreendiam que a arte não era somente baseada na imitação da realidade,
e sim, na criação.
Contudo, é bom esclarecer que definir arte é algo muito complexo, pois é
uma atividade que reúne uma produção muito vasta e diversificada. Porém, é
possível afirmar que ela está relacionada à necessidade de comunicação
humana e, em sua maioria, à expressão de emoções e questionamentos, tanto
existenciais, sociais, ou puramente estéticos. Desta forma, as manifestações
artísticas podem ser feitas através de uma série de linguagens diferentes, como a
pintura, escultura, gravura, dança, arquitetura, literatura, música, cinema, fotografia,
performance, etc.
Segundo Vygotsky (1999), a obra de arte provoca um modo específico de
pensamento comparável com o pensamento científico, mas o que os diferencia é
que o pensamento artístico atinge o sujeito por outras vias, e destaca que é a do
sentimento. Neste sentido, ao pensarmos na formação profissional do psicólogo
temos que considerar a formação destes não apenas nos espaços formais de
constituição profissional, mas entendemos outros espaços como importantes
formadores do sujeito e, consequentemente, do profissional. Assim, as expressões
artísticas são um convite ao profissional para entender de forma diferenciada sua

6
realidade bem como a si mesmo, sendo instigado a exercitar outros olhares ao
pensar e elaborar sua prática.

1.2 Como unir Arte e Psicologia?

A teoria histórico-cultural atribui importância fundamental às interações


sociais na formação do psiquismo humano. Segundo Vygotsky (1988), os signos
criados pela humanidade (como a linguagem, o desenho, os sistemas numéricos
etc.) dialeticamente apresentam a capacidade de transformar o funcionamento
mental, configurando as funções psicológicas superiores (memória mediada,
percepção mediada e outras) e também promovendo alterações qualitativas nas
mesmas. Essas funções encontram terreno fértil para seu desenvolvimento no
contato com as obras de arte.
Acreditamos que, como afirma o citado autor, a vivência estética marca
indelevelmente o comportamento humano. A dança, músicas, literatura, pinturas e
outras formas de arte são constituídas pela linguagem, mesmo que o artista,
inicialmente, não esteja consciente disso ao criar. Ao adquirir forma, a obra de arte
exige a participação da consciência do frutidor. Quando uma pessoa produz ou
aprecia música, por exemplo, toda a atividade mental provoca uma expansão nas
funções psicológicas como a percepção, a atenção e a memória. Diante de uma
obra, podemos nos observar, ao mesmo tempo que observamos a imagem que se
entrega à nossa contemplação.
Ao nos emocionarmos com uma obra, passamos a ouvir em nós o eco da
mesma verdade que levou o artista a criá-la.” É essa relação dialética que acentua
e possibilita a existência da obra de arte no contato com o público. Vygotsky (1999,
p. 315), afirma que a arte sempre implica transformação, e enfatiza o seu sentido
social ao escrever que “A arte é o social em nós [...]; quando cada um de nós
vivencia uma obra de arte, converte-se em pessoal sem, com isso, deixar de
continuar social”. O contato de cada indivíduo com uma música, um poema ou um
quadro implica uma apreciação que envolve aspectos cognitivos, afetivos e sociais
a partir de seus referenciais histórico-culturais.
Para Bronowski (1983), a obra de arte só existe quando a recriamos para
nós. Pressupõe, assim, a participação ativa e efetiva do sujeito no processo de

7
fruição. A partir dessa perspectiva, a arte pode oferecer oportunidades preciosas
tanto para trabalhos em Psicologia quanto para a formação do psicólogo
Acredita-se que a utilização da Arte como ferramenta que possibilita a
apropriação de aspectos que auxiliam a pensar e repensar os saberes próprios da
atuação do psicólogo, ampliando seu universo de referência, pois atuam
diretamente com seres humanos, dotados de sentimentos e percepções estéticas
que tanto influenciam nossa forma de ser e pensar. Desta forma ao integrar a Arte
às suas práticas profissionais, ele não só estará enriquecendo seu conhecimento,
mas tendo posse de uma poderosa ferramenta.

1.3 A Arteterapia

A fundadora da Arteterapia foi a americana Margareth Naumbur, pois foi a


primeira a sistematizá-la, em 1941. A Arteterapia é um método baseado no uso de
várias formas de expressão artística com uma finalidade terapêutica. Para isso,
emprega a atividade artística como um recurso de intervenção para a promoção da
saúde e a qualidade de vida do sujeito.
Caso o psicólogo a utilize em sua prática profissional, poderá adaptá-la a
diferentes objetivos, independentemente de sua abordagem teórica, cabendo ao
psicólogo a escolha da linha com que mais se identifique.
Segundo Freud o inconsciente se expressa por imagens, tais como as
originadas no sonho, levou à compreensão das imagens criadas na arte como uma
via de acesso privilegiada ao inconsciente, pois elas escapariam mais facilmente
da censura do que as palavras. Apesar desse grande achado, o próprio Freud não
chegou a utilizar a arte como parte do processo psicoterapêutico.
O psicanalista Jung, que foi discípulo de Freud, começou a usar a linguagem
artística associada à psicoterapia. Diferentemente de Freud, que considerava a arte
uma forma de sublimação das pulsões, Jung considerava a criatividade artística
uma função psíquica natural e estruturante, cuja capacidade de cura estava em dar
forma, em transformar conteúdos inconscientes em imagens simbólicas (Silveira,
2001). Ele sugeria aos seus pacientes que desenhassem ou pintassem livremente
seus sonhos, sentimentos, situações comitivas, etc., analisando as imagens
criadas por eles como uma simbolização do inconsciente individual e coletivo.

8
(Andrade, 1995, 2000). Seu trabalho é denominado Arteterapia de
Orientação Dinâmica, e foi desenvolvido com base na teoria psicanalítica
(Naumburg, 1966). Nessa perspectiva, as técnicas de Arteterapia visam a facilitar a
projeção de conflitos inconscientes em representações pictóricas, sendo esse
material submetido à interpretação seguindo o modelo teórico proposto por Freud.

QUESTIONARIO
SUA ABORDAGEM DO PSICÓLÓGICA_______________________________
MARQUE AS LINGUAGENS DE ARTE QUE JÁ UTILIZOU COM SEUS
PACIENTES:
DESENHO ( ) PINTURA ( ) DRAMATIZAÇÃO ( )

9
FILMES ( ) COLAGEM ( ) MÚSICA ( )
MODELAGEM (BARRO, MASSINHA ETC) ( )

REFERÊNCIAS

ANDRADE, L. Q. Linhas teóricas em arte-terapia. In M. M. M. J. de Carvalho (Org.),


A arte Cura? Recursos artísticos em psicoterapias. (pp. 39-54). Campinas, SP:
Editorial Psy II. 1995.

10
ACHCAR, R. (Org.). Psicólogo brasileiro: práticas emergentes e desafios para
a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo.1994.
BARDIN, Laurence, Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BARROCO, S. M. Psicologia Educacional e arte: uma leitura histórico-cultural da
figura humana. Maringá: Eduem, 2007.
BERNARDES, J. S. O debate atual sobre a formação em psicologia no Brasil:
análise de documentos de domínio público. Estudos e Pesquisas em Psicologia,
3(2), 2004. Disponível em: www.revispsi.uerj.br. 2004.
BRONOWSKI, J. Arte e Conhecimento – Ver, Imaginar, Criar. Tradução Artur
Lopes Cardoso. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
CALAIS, Sandra Leal; PACHECO, Elisabeth M. de Camargo. Formação de
psicólogos: análise curricular. Psicol. esc. educ., Campinas, v. 5, n. 1, p. 11-
18, jun.  2001 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-85572001000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acessos
em 02 out.  2021.
CARRANO, Eveline. Materiais De Arte – Sua Linguagem Subjetiva Para O
Trabalho Terapêutico E Pedagógico. São Paulo2a Edição Capa comum – Edição
padrão, 2022
CIORNAI, S. Percursos em Arteterapia: Arteterapia gestáltica, arte em
psicoterapia, supervisão em Arteterapia. São Paulo, Summus Editorial, 2004.

DIAS, C. A. Considerações sobre elaboração de currículos para formação de


psicólogos: a partir de uma perspectiva didática. Psicologia: Ciência e
Profissão, 21(3), 36-49. 2001.
DURAN, A. P. Alguns Dilemas na Formação do Psicólogo: Buscando
Sugestões. In: Conselho Federal de Psicologia, Psicólogo Brasileiro: práticas
emergentes e desafios para a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo. (1994).
FRANCO. Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de Conteúdo. Brasília: 4ª ed.
Liber Livro, 2012.

LISBOA F. S & BARBOSA A. J. G. Formação em Psicologia no Brasil: Um Perfil


dos Cursos de Graduação. Artigo. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2009,
29 (4), 718-737
MARTINS, A. Didática das Expressões. Lisboa: Universidade Aberta. 2002.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 3.ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.

SANDÍN ESTEBAN, Maria Paz. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos


e tradições. Tradução Miguel Cabrera. Porto Alegre: AMGH, 2010.

11
SILVA, S. M. C. Algumas reflexões sobre a arte e a formação do psicólogo.
Psicologia Ciência e Profissão, Brasília, v. 2004, n.4, p. 100-111, 2004.
SOUSA, M. R. Música, Educação Artística e Interculturalidade - A Alma da Arte na
Descoberta do Outro. Rio Tinto: Lugar da Palavra Editora, Unip. Lda. 2010.
VIGOTSKI, L. S. Imaginação e Criação na Infância (Comentários Ana Luiza
Smolka). (Z. Prestes, Trad.) São Paulo: Ática, 2015 .
______. Psicologia da Arte. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
______. A Formação Social da Mente. Tradução José Cipolla Neto, Luis Silveira
Menna Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes,1998, 2. ed.

12

Você também pode gostar