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O aue — LoaisticaA REVERSA Lourengo Costa Fabricio Molica de Mendonca Ricardo Gabbay de Souza Neste capitulo, faremos uma recapitulacdo das definicdes oferecidas pela literatura classica para logistica reversa e conceitos associados. A seguir, propomos uma definicao contemporAnea para a logistica reversa, que ser usada no restante do livro. LOGISTICA EMPRESARIAL DIRETA E REVERSA — DEFINICAO CLASSICA A logistica empresarial direta, considerada como 0 ponto nevralgico da cadeia pro- dutiva, atua em estreita consonancia com 0 modelo de gerenciamento da cadeia de su- primentos. Concentra seu foco de estudo principalmente no exame dos fluxos da cadeia produtiva direta. De acordo com o Conselho de Gestao da Logistica (Council of Logistics Management, in ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999), a logistica empresarial direta ¢: “o processo de planejar, implementar ¢ controlar o fluxo eficiente e custo-efetivo de materiais virgens, inventarios intraprocessos, bens finalizados e informagoes relacionadas, do ponto de origem para 0 ponto de consumo com o propésito de conformar-se aos requisitos dos clientes”. Para atingir 0 seu objetivo, a logistica empresarial direta tem-se valido de técnicas ¢ filosofias empresariais, que visam o aumento da velocidade de resposta e de servico aos clientes, por meio da velocidade do fluxo logistico e da reduso dos custos totais de ope- ragdo, tais como qualidade total, Just in time e tecnologia da informagao em logistica. Ole ELosimea Reena 19 Allogistica empresarial reversa, ou simplesmente logistica reversa, 6a drea da logistica empresarial que opera no sentido inverso, garantindo o retorno de produtos, materiais ¢ pegas a um novo processo de producao ou a um novo uso. De acordo coma Politica Nacional de Residuos Solidos (PNRS, Lein® 12.305/2010), a logistica reversa é entendida como: “Instrumento de desenvolvimento econdmico e social caracterizado por um conjun- to de agdes, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta ea restituigao dos residuos sélidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtives, ou outra destinagao final ambientalmente adequada.” E importante destacar que essa lei considera como residuos sélidos os materiais, as substancias, os objetos ou os bens descartados e resultantes de atividades humanas na sociedade, cuja destinacio final “se procede, se propde proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados séli- do ou semiss6lido, bem como gases contidos em recipientes e liquidos cujas par- ticularidades tornem inviével o seu langamento na rede pitblica de esgotos ou em. corpos d’agua, ou exijam para isso solucdes técnica ou economicamente inviaveis em face da melhor tecnologia disponivel”. Leite (2003), em sua definigao, destaca como objetivo da logistica reversa nao apenas © desenvolvimento econémico ¢ social, mas a agregacao de valor de diversas naturezas, como ecolégico, legal, logistico, de imagem corporativa, entre outros. A logistica reversa envolve 0 processo de planejamento, implantagao e controle de um fluxo de materiais, de produtos em processo, de produtos acabados e de informacoes relacionadas, desde o ponto de consumo até 0 ponto de origem, por meio de canais de distribuigao reversos. Tem como propésito recuperar valor ou garantir o descarte de forma apropriada. E, para viabilizar todo esse proceso, tornando-o atrativo e compensador, 0 fluxo necessita ser eficiente e de baixo custo. Deve haver alguma compensa¢io pela entre- ga do produto cuja recuperacio nao é economicamente viavel ou que se tornou obsoleta. Portanto, a logistica reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possivel e viével o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negécios, apés terem sido descarta- dos como produtos de pés-venda ou de pés-consumo. A Figura 1 é uma representagdo das definigdes classicas de logistica direta e reversa. Nela podemos aplicar o conceito de entropia, como sendo a medida da desordem ou 0 grau de “espalhamento” de um sistema. Na extragao, os elementos materiais encontram-se concentrados e, & medida que sao transformados em produtos, que sao comercializados ¢ consumidos, vao se dissipando e se espalhando geograficamente. Na logistica direta os processos atuam como sistemas abertos, porque interagem com o meio organizacional (logistica interna) e com o ambiente externo (logistica externa ou Supply Chain Manage- ment). Dessa forma, o sistema passa de uma menor para uma maior entropia. No sentido inverso, a logistica reversa também é um sistema aberto; no entanto, é necessario dimi- nuir a entropia, ou seja, reordenar e concentrar aquilo que foi dissipado ou “espalhado” pelo processo anterior — entropia negativa. O esforgo consiste em buscar aquilo que esta 20 Locisrca Revensa: Procksso 4 Procesio * Vaue /Soua disperso e fazer voltar ao longo da cadeia. Neste tiltimo caso, o processo pode tornarse mais complexo e por vezes nao se apresentar economicamente vidvel. Figura 1 - Entropia nas logisticas direta e reversa LOGISTICA DIRETA > Natureza Extracdo-Fornecimento Producéo —Distribui¢o Comercializacio Consumo ie & & £22 E44 $80 $2 8) & Disposicao Final Reaproveitamento Coleta Acondicionamento LOGISTICA REVERSA AN Fonte: Elaboracao propria. Ambas as logisticas, direta e reversa, em sua defini¢do classica, sio fases da logistica empresarial. Dessa forma, tendem a receber um enfoque estritamente operacional e econ6- mico, em detrimento dos pontos de vista ambiental e social — embora alguns aspectos am- bientais sejam abordados como fatores econémicos e/ou operacionais da logistica reversa. Obie e Loctencs Reersa 21 LOGISTICA VERDE Enquanto a logistica reversa se preocupa com o fluxo reverso de materiais e produtos tanto no pés-venda como no pés-consumo, a logistica verde, conforme McKinnon et al. (2010), ocupa-se da avaliacao e minimizagéo dos problemas ambientais associados as atividades de logistica empresarial. Isso envolve basicamente cinco frentes de trabalho: + redugiio das externalidades dos transportes de cargas: impactos no volume do trafego e poluigao atmosférica ¢ sonora gerada; + logistica urbana: além da avaliacao dos impactos acima, envolve a avaliacao dos beneficios econdmicos, alocagao de espaco vidrio ¢ investimento em transportes; + logistica reversa: retorno dos res{duos a cadeia produtiva e redueao do volume de residuos destinados & disposigao final (aterros ou incineragao); + estratégias ambientais organizacionais no sentido da logistica: incorporagao do meio ambiente como elemento-chave do modelo de negécios da organizagao, iniciativas e programas ambientais; + gestiio verde da cadeia de suprimentos: alinhamento e integragio da gest’io ambiental na gestao da cadeia de suprimentos. Dessa forma, Donato (2008) conceitua a logistica verde como “a parte da logistica que se preocupa com os aspectos e impactos ambientais causados pela atividade logistica, que podetrazer ganhos ambientais, pois tem como finalidade o desenvolvimento sustentavel”. ‘Tanto a logistica reversa quanto a logistica verde se preocupam com a reciclagem, coma remanufatura e com as embalagens reutilizaveis, conforme mostra a Figura 2. Figura 2 - Comparacao entre logistica verde e lagistica reversa Logistica Logjstica reversa verde + Reducio de embalagens = Redugio de omissdes * Impacto ambiental de operacées logisticas + Retorno dos produtos ‘+ Retornos comerciais + Materiais secundarios * Reciclagem © Remanufatura ‘+ Embalagens reutilizéveis Fonte: Rogers e Tibben-Lembke (2001, p. 131). Percebe-se que a logistica reversa ndo é, portanto, apenas um processo a ser imple- mentado pela organizagao, mas uma filosofia que deve ser considerada sob diversos pon- 22 Locisrca Revensa: Procksso 4 Procesio * Vaue/ Souza tos de vista. A partir dai, precisa ser traduzida para a estratégia e ento para os processos operacionais da organizagio. Os conceitos da logistica verde nao se aplicam somente & logistica reversa, mas tam- bém sao utilizados na logistica direta, Por exemplo, um estudo para reutilizacao de pilhas e baterias trata ao mesmo tempo da logistica reversa e da logistica verde. Por outro lado, a redugao no consumo de energia em um determinado proceso é um estudo de logistica verde, porém nao trata de logistica reversa. LOGISTICA REVERSA DE POS-VENDA E POS-CONSUMO 0 fluxo de produtos e materiais, em um primeiro momento, segue o que se chama de canais de distribuicZo diretos, que compreende o trajeto que se inicia com a entrada das matérias-primas virgens até o consumidor final. Esse fluxo direto pode se processar de diversas possibilidades, podendo passar por fabricantes, atacadistas, varejistas, até o consumo final. Esse fluxo direto é a principal preocupacio da logistica empresarial e do marketing. Os canais de distribuicao reversos sio aqueles que partem do mercado consumidor ou de algum ponto zo longo do canal de distribuicao em direcao origem com a finali- dade de retorno; retiso, por meio da revenda imediata ou reutilizacao do produto em um mercado secundario; recuperacio do produto tanto por canibalizacao (reaproveitamen- to de alguns componentes dos produtos retornéveis) quanto por reciclagem; upgrade do produto por meio de reforma, reparacdo, remanufatura e reempacotamento; reciclagem de produtos e materiais para fazer parte de outros produtos; e incineracao e/ou descar- te em aterros seguros, controlados, que nao provocam poluicdo e nem impactos maiores sobre o meio ambiente etc. Esses canais reversos definem o papel da logistica reversa na sustentabilidade, que consiste em reduzir o uso de recursos nao renovaveis a geragao de residuos nocivos a0 ambiente. Nessa perspectiva, Leite (2003) divide a atuacio da logistica reversa em duas grandes dreas: a dos bens de pés-venda e a dos bens de pés-consumo, além de um grupo de residuos industriais (Figura 3). Obie e Lostncs Raersa 23 Figura 3 - Areas da logistica reversa Garantia e Bens de Aspectos pésvenda comerciais Substituigso de componentes Ushi Fim de uso Fim de vida til Fonte: Adaptada de Leite (2003). Os bens de pés-venda podem ter a sua origem motivada por aspectos relativos & ga- rantia e qualidade, comerciais ou de substituic¢ao de componentes. No que concerne aos aspectos de garantia e qualidade, a concorréncia acirrada impée aos fabricantes e varejistas que assumam a responsabilidade sobre os pro- dutos danificados durante a distribuigao. No entanto, para que se tenha um fluxo reverso eficiente, é necessdrio ter-se uma estrutura para recebimento, classifica go e expedicdo, a fim de garantir 0 retorno desses bens. Um fator que reforga essa tendéncia aqui no Brasil é a existéncia do Gédigo de Defesa do Consumidor, que garante o direito de devolugao ou troca de um produto danificado. Além dis- so, 0s avangos tecnolégicos tém permitido aos fabricantes aumentar os prazos de garantia dos produtos. Dessa forma, tais produtos estardo mais sujeitos & neces- sidade de reparos e possiveis trocas ao longo de sua vida util, o que exige mais desse processo de retorno. Produtos danificados ou com defeito passam por um proceso de reparagao que pode ou nao ser bem-sucedido. Em caso positivo, 0 produto retorna 2o ciclo de negécios, normalmente destinado ao mercado secun- dario de bens. Em caso negativo, este vai para o desmanche, onde seus compo- nentes poderdo ser reaproveitados. Ha ainda os bens de pés-venda provenientes do processo de recall do fabricante; esse aspecto, embora contemple os aspectos de garantia e qualidade, esta mais associado a melhoria da imagem da organiza- go e A fidelizagao do cliente. Quanto aos aspectos comerciais, um produto pode tornar-se obsoleto, retornar por erro de expedigao, excesso de estoque, mercadoria em consignagao, mudan- fa de estacdo, ou ter seu prazo de validade vencido. Neste tltimo caso, o produto podera ter alguns de seus materiais constituintes reciclados e o que ndo puder ser 24. Locisrca Revensa: Prockiso 4 Procesio * Vaue /Soua reaproveitado serd enviado diretamente para a destinagio final. Nos casos ante- riores, os pradutos serio comercializados através de outro canal de distribuicao, como, por exemplo, nos outlets (lojas de vendas a varejo, onde os fabricantes ven- dem seus produtos diretamente aos clientes, fora dos grandes centros). + Dentre os bens de pés-venda, existem ainda aqueles que se originam a partir da substituigdo de componentes de bens duraveis ou semidurdveis, danificadosao longo da sua vida itil e que passaram por um processo de manutengio. Esses com- ponentes sdo normalmente enviados ao processo de reciclagem, remanufatura ou encaminhados para a disposigao final. A rea dos bens de pés-consumo envolve os produtos e materiais que se encontram no estégio de fim de uso ou que atingiram o fim de sua vida itil. + Nocaso do retorno de fim de uso, o produto tornou-se inservivel ao proprietario anterior, porém ainda encontra-se em condigGes de uso. Para tanto, o bem passa por um processo de limpeza e pode sofrer pequenos reparos, sendo encaminha- do ao processo de revenda no mercado de bens de segunda mio. Nesse circuito, 0 produto pode ser reutilizado diversas vezes, por consumidores diferentes, até atingir o fim de sua vida util. + No caso do retorno de fim de vida titil, nao hd possibilidade de que o produto seja reutilizado, devido ao seu mau estado, implicacées legais, restricées ambien- tais ou obsolescéncia. E entio encaminhado ao processo de desmanche, onde é decomposto em seus componentes elementares, que sao analisados quanto a via- bilidade de recuperacao. Aqueles componentes considerados passiveis de serem recuperados passam pelos processos de recondicionamento ou remanufatura, de tal forma que possam ser utilizados na producao de produtos novos ou encami- nhados ao mercado secundario de componentes. Se o componente nao apresentar viabilidade para recuperacao, é encaminhado ao proceso de reciclagem, onde se procuraré recuperar os materiais constituintes, que servirao ao mercado secunda- rio de matérias-primas. Na hipétese de a reciclagem nao ser vidvel ou possivel, 0 produto serd encaminhado diretamente para a destinacio final. A diferenca entre fim da vida titil e o fim de uso pode ser menor do que parece de antemao. Pro- datos e sistemas nao apenas envelhecem com o decorrer do tempo, mas também porque seu ambiente impde-lhes requisitos mais elaborados. Isso acontece espe- cialmente com os computadores e equipamentos eletrénicos. Falamos do retorno de fim de vida se eles sfio de uma idade que a sua funcionalidade (se dispontvel) estd muito abaixo dos padrées atuais. No entanto, um equipamento eletrénico poderia ser direcionado a um mercado menos exigente ou que se encontra em um estagio tecnolégico inferior, podendo ainda ser reutilizado e caracterizando oretorno de fim de uso. Além das duas grandes areas de atuagao aqui descritas, existe uma categoria que en- globa 0s residuos gerados durante a fabricagao dos produtos (obras, aparas, pecas de- feituosas etc.), que compdem o grupo dos residuos industriais. Alguns desses residuos recebem tratamento ¢ so reaproveitados dentro da propria indtstria, outros sdo vendidos para serem utilizados no processo de fabricagao de outras empresas e aquilo em que nao hd possibilidade de ser reaproveitado é destinado aos aterros sanitarios. A quantidade de Obie LoGincs Rversa 25. residuos gerados por cada industria é um importante fator a ser considerado, pois se esta for muito pequena pode tornar o processo de reciclagem invidvel. Nesse caso, cresce a importdncia das associagdes de empresas de determinado setor e dos arranjos produtivos locais, para dar destinagao conjunta aos residuos que sao comuns a todas elas. LOGISTICA REVERSA E A CADEIA DE SUPRIMENTOS Amodelagem convencional da cadeia de suprimentos geralmente considera um con- junto de processos impulsionados pela demanda do cliente, que transferem as mercadorias dos fornecedores, através de fabricantes e distribuidores para os clientes finais (Figura 4). Entretanto, este nao é o lugar onde o valor do produto fisico termina. Nem os bens fisicos em si, nem tampouco seu valor, sao totalmente consumidos apés alcangarem o cliente. A fim de capturar esse valor, é necessario um alargamento da perspectiva de cadeia de suprimentos, de modo a incluir novos processos que fazem parte da logistica reversa e varios ciclos de tratamento inter-relacionados, ligados por interfaces especificas do mer- cado (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999). Figura 4 — Cadeia de suprimentos integrada REDE DE ~ S REDE DE 3 HORECEDORES DISTRIBUIDORES N s vu u ' D ° R E s F 1 N A 1 s Base de recursos (capacitaczo, infarmacio, competéncias cantrais, financairo) Fonte: Handfield e hols Jr. (2002, p. 9). 26 Locisrca Revensa: Procksso 4 Procesio * Vaue/Soua Muitos produtos se deslocam para além do horizonte da cadeia de suprimentos con- vencional, desencadeando assim transagdes comerciais adicionais: produtos usados sao vendidos em mercados secundarios, produtos desatualizados sao atualizados para atender &s mais recentes normas; componentes avariados so reparados para servir como pecas de reposigSo; estoques nao vendidos sao recuperados; embalagens reutilizaveis so retor- nadas e recarregadas, produtos utilizados sao reciclados e transformados em matérias- -primas novamente. Portanto, um conjunto de processos que sé acomoda o fluxo para frente (forward) de produtos em um esquema convencional da cadeia de suprimentos nao é responsavel pelo que acontece com os produtos apés chegarem ao cliente. Para cobrir essa lacuna, é necessario estender o horizonte do fluxo do produto, aco- modando um novo conjunto de processos que alarga a responsabilidade da cadeia de su- primentos, de forma a retornar produtos a partir do cliente. O objetivo é capturar o valor econémico, bem como valores ambientais desses produtos. Sob essa perspectiva, nas or- ganizacdes em que existe uma cadeia de suprimentos mais articulada, as estratégias de logistica reversa acabam sendo desenvolvidas em conjunto com as da logistica direta. As melhorias de materiais, tenologias e processos so pensadas para toda cadeia. Isso re- duz 0 risco dos investimentos em logistica reversa, jA que tudo é desenvolvido por meio de articulagio e parceria. No entanto, muitas organizac6es ainda tratam produtos retornados de uma forma ad- -hoe, considerando-os como meros rejeitos. Esta falta de interesse pode ser parcialmente explicada pelo fato de que as decisdes sobre a devolugao de produtos ¢ informacées a eles relacionadas fluem de maneira irregular e complexa, devido a sua natureza interfuncional ¢ interdependente. Assim, numa organizagio onde a cadeia de suprimentos é mais desar- ticulada ou mesmo fragmentada, o trabalho de logistica reversa se torna mais complexo, principalmente quando o produto final encontra-se pulverizado no mercado. Orisconesse caso se refere & falta de desenvolvimento conjunto de todos os aspectos da estratégia de logistica reversa. Estratégias pontuais e tomadas em separado podem ser comprometidas pela propria evolugo da tecnologia, materiais e processos. Tanto na logistica direta como na reversa, diversas metodologias e formas de gestao (como a modelagem e a governanca de processos) podem ser utilizadas para melhorar 0 desempenho empresarial, através da concepgao e modelagem de decisdes para 0s pro- cessos de negécio. Isso se aplica especialmente nas organizagdes onde a cadeia de supri- mentos ¢ mais desarticulada e onde a necessidade de visibilidade e controle dos processos € prioritaria, GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESIDUOS gerenciamento integrado de residuos sdlidos ¢ uma definigao usualmente aplicada para caso dos residuos sdlidos municipais, de responsabilidade piiblica. De acorde com Vilhena et al. (2010), o gerenciamento integrado de residuos sélidos municipais consiste m “um conjunto articulado de ages normativas, operacionais, financeiras e de plane- jamento que uma administragao municipal desenvolve, com base em critérios sanitarios, ambientais, e econdmicos, para coletar, segregar, tratar e dispor o lixo de sua cidade”. Na Obie e Lostncs Reena 27 definicao de Monteiro et al. (2001), acrescentam-se os aspectos sociais aos jé menciona- dos na definicao acima. Essa definico, embora bastante completa, restringe o gerenciamento de residuos as atividades de tratamento e disposicao final dos residuos. Dessa forma, nao contempla a possibilidade de retorno dos materiais & cadeia produtiva, o que é uma premissa da lo- gistica reversa. LOGISTICA REVERSA: UMA DEFINICAO TRANSDISCIPLINAR ‘Todas as definigdes acima mencionadas, bem como os aspectos envolvidos, esto in- trinsecamente relacionados. Dessa forma, no deveriam ser abordados separadamente quando o problema for traduzido em termos estratégicos e operacionais pelas organiza- ‘ces puiblicas ou privadas. Por esse motivo, apresentamos uma definigio transdisciplinar e mais abrangente de logistica reversa: “A logistica reversa € o processo de recuperacao dos residuos de pés-venda ou de pés-consumo, pela coleta, pré-tratamento, beneficiamento e distribuicao, de for- ma ou retorné-los & cadeia produtiva, ou dar-lhes destinacao final adequada. Deve enfocar a minimizacao dos rejeitos e dos impactos negativos ea maximizacio dos impactos positivos, sejam ambientais, sociais ou econdmicos. Este processo incorpora as atividades operacionais, de gestio e de apoio que, de forma integra- dae envolvendo os diversos atores, planejem e viabilizem a implementacao das solugdes mais adequadas para os residuos.” Essa definigdo, do ponto de vista operacional, integra a concepao classica da logistica reversa ao gerenciamento integrado de residuos sdlidos. Numa perspectiva mais gerencial e menos operacional, abrange também os aspectos da logistica verde e doLCM (Life Cycle Management), no que concerne ao fluxo dos materiais e residuos. FLUXO DE MATERIAIS E PROCESSOS DA LOGISTICA REVERSA 0 répido crescimento dos volumes de bens ¢ materiais retornados, associado A cres- cente variedade de suas caracteristicas fisicas e quimicas, de sua qualidade e localizagao tém contribuido para o aumento da complexidade da logistica reversa. Meade e Sarkis (2002) sugerem que uma cadeia de logistica reversa que dependa do ciclo de vida do produto (Product Life Cycle - PLC), da indistria e do projeto da rede de logistica reversa precisa estar disponivel para atendimento ao cliente. Nesse sentido, assim como as em- presas se esforcam para desenvolver processos eficientes de logistica para produtosnovos, elas devem fazer 0 mesmo para as mercadorias de retorno, sem deixar de considerar que, nesse caso, 0s processos podem ser bastante diferentes daqueles definidos para a logisti- ca de distribuigao direta 0 tipo de reprocessamento ou destinagao de um produto ou material depende do estdgio em que ele entra no processo de logistica reversa e de suas condigGes gerais. Em 28 Locisrca Revensa: Procksso 4 Procesio * Vaue / Souza fungao desses fatores, produtos e materiais podem retornar para 0 fornecedor, serem di- recionados para processos de revenda, recondicionamento, remanufatura, reciclagem, ou ainda serem descartados ¢ enviados A destinacao final em aterros sanitérios ou incinera- dores. A Figura 5 mostra os fluxos de produtos e materiais envolvidos no processo geral da logistica reversa. Nela se pode perceber a diversidade de subprocessos e atividades, consequéncia dos diversos canais de retorno de produtos e materiais, Oretiso direto de um bem ocorre quando este, apés a utilizagao inicial, ainda esté em condicdes de ser utilizado. Exemplos de itens que podem ser reutilizados diretamente, sem operacées de reparagao (embora possivelmente apés a limpeza e pequena manutencao), sdo os bens duraveis ¢ as embalagens reutilizdveis, como garrafas, paletes ou contéineres. Areembalagem de produtos ¢ utilizada quando estes so devolvidos sem uso ou nao foram abertos. Nesse caso, 0 produto devolvido recebe uma embalagem nova, a fim de que possa ser revendido como novo. Em outros setores, restrigdes legais impedem que um produto retornado seja revendido como novo. 0 objetivo da revenda de produtos ¢ maximizar o valor dos produtos devolvidos. O processo de revenda consiste na reinsercao de um produto no mercado, apés este ter se tornado inservivel para o proprietério anterior do bem. Arevendase aplica aos produtos que, apés a utilizacao inicial, ainda estiverem em condigdes adequadas de comercializa- 60, caracterizando o retiso. Um bem durdvel, como um imével, por exemplo, pode ser tevendido diversas vezes ao longo de sua vida ttl. O proceso de revenda também se aplica quando a produto oriundo de um fluxo re- verso passou por um recondicionamento ou uma remanufatura, de forma a readquirir as caracteristicas iniciais de uso, podendo entio ser revendido no mercado de bens usados. No entanto, hd alguns pontos que precisam ser tratados parase obter o maior valor dos produtos devolvidos, como por exemplo identificaco do produto, preco, embalagem, ga- rantia, rastreabilidade, requisitos regulatérios e ambientais, politica de retorno do produto. O processo de desmanche, ou canibalismo, consiste em separar as diversas partes que compdem um produto. Apds serem desmontados, os componentes usados passam por limpeza, inspecao, teste ¢ posterior andlise, a fim de determinar quais poderao ser re- manufaturados ou utilizados diretamente na fabricacao de produtos novos. Aquelescom- ponentes que nao apresentarem condicées de recuperacdo serao enviados a reciclagem. A desmontagem pode ser destrutiva ou nao destrutiva, dependendo da forma como 0 produto foi projetado. O projeto desempenha um papel importante, pois pode tornar os produtos mais faceis de desmontar. Reduzir o tempo gasto na desmontagem aumenta a viabilidade da operacao. Nesse sentido, o conceito de Projeto para a Desmontagem (Design For Disassembly - DED) tem sido utilizado pelas induistrias, com 0 objetivo de conceber produtos que possam ser mais facilmente desmontados no fim de sua vida tril. O processo de remodelagem consiste em realizar uma melhoria no produto, pro- movendo a sua atualizacao para atender as necessidades tecnoldgicas e ambientais do mercado atual. Ouee Locincs Roersa 29 euudosd ogde.0q2/3 :equ0y (eu ogdsocha sonlan sosobued sonpysas @ sojoloy sonoloy soueloy ‘opbexiue0, Joxses0urru ‘sopemiou scanpoig ‘Sopesr sovIpaid = S| aaa Produtos usados Rejeitos ¢ residuos perigosos soudlou “eimenuewes ‘sopesn soinpoig , fuseBejppowss Teinenpa: wabes0y ‘Sonpsas no sianguioias svaBejeqwis sopesn ou sompoid es1an2) eo11si60] eu sievalew ap oxnj4—g einBi4 Loaisrea Revers Processo s Procesto + Vale /Souza O proceso de remanufatura ocorre quando os componentes provenientes do processo de desmanche industrial ou provenientes da substituigao de pecas durante a manutencao de bens duraveis passam por técnicas avancadas de engenharia de producao que promo- vem a sua reparagao ou renovagio, de modo que a qualidade dos produtos remanufatura- dos seja pelo menos igual a dos produtos novos. Assim, a remanufatura procura devolver 0 produto as suas especificagées originais, a fim de ser enviado ao mercado secundario ou a propria industria. Aplica-se normalmente aos casos em que a recuperagao dos produtos usados é economi- ‘camente mais atrativa do quea climinagao. A remanufatura de componentes de alto valor nao é muito usual se nao houver mercado para itens recuperados ¢/ou remanufaturados. © fabricante tem que identificar e chegar a uma classe de clientes dispostos a comprar ¢ operar maquinas com tecnologia nao tio recente. O projeto dos produtos desempenha um papel importante, jé que pode torn-los mais faceis de desmontar. Isso reduz.o tempo gasto na desmontagem e aumenta a viabilidade do processo de remanufatura. processo de recondicionamento é semelhante ao de remanufatura. Apenas no primeiro caso o nivel de trabalho realizado sobre o componente € menor, limitando-se, as vezes, apenas a limpeza e ao conserto de onde este apresentou falha, com pouca ou nenhuma substituigdo de elementos. O objetivo desse processo ¢ retornar 0 produto as suas especificagdes originais. O processo de reciclagem industrial consiste no reaproveitamento de residuos in- dustriais, embalagens retorndveis e de materiais constituintes de produtos em final de sua vida ‘itil para a fabricagao de novos produtos, seja por seu produtor original ou por outras indtistrias. Apés ter passado pela etapa de preparacio, onde o material a ser re- ciclado é separado dos demais elementos através de processos mecanicos, magnéticos, 6pticos ou quimicos, os residuos sao encaminhados ao processo de reciclagem industrial propriamente dito. Essencialmente, o processo de reciclagem industrial compreende duas fases. A primei- ra consiste na extracao do material desejado através de fustio, como é 0 caso dos metais, plasticos e vidros, ou através de processo quimico, no caso do papel e alguns tipos de plis- ticos. A segunda fase consiste em adequar o material as condicdes de qualidade exigidas para sua utilizacao como matéria-prima secundaria na fabricacao de novos produtos. Para isso, so empregados métodos industriais de moagem, filtragem, limpeza, purificacdo ou acerto de composi¢ao quimica. A reciclagem de materiais constitui uma forma de substituicdo de matérias-primas primarias e uma fonte de economia de energia. Os materiais reciclados podem ser utili zados para a fabricacdo do mesmo tipo de produto, chamado de circuito fechado, ouna fabricacao de produtos diferentes do original, chamado de circuito aberto. Outra forma de tratamento de residuosé a incinerago, cujo objetivo é tratar os resi- duos de forma a reduzir o seu volume e perigo, através da captura (e, portanto, concen- trag&o) ou destruigao de substancias potencialmente nocivas. Processos de incineragao também podem fornecer um meio para permitir a recuperacao da energia, minerais e/ ou contetido quimico dos residuos. Basicamente, a incineracdo de residuos consiste na queima de materiais combustiveis neles contidos. Em alguns casos, o watamento térmico de residuos pode ser visto como uma solugao para as ameagas ambientais decorrentes de fluxos de residuos mal ou nao gerenciados, Obie e Loctncs Reersa 31 4 que o alvo da incineragao é uma redugio do impacto ambiental que poderia surgir a partir da deposicAo dos residuos. No entanto, no decorrer da operagao das instalagdes de incineraco, surgem emissdes e consumos, cuja exist8ncia ou magnitude é influenciada pela concepcao e operacio da instalagao. Os aterros sanitarios constituem a etapa de destinagao final dos rejeitos, bens e ma- teriais que nao puderam ser reaproveitados no processo de logistica reversa. Neles os resi- duos sélides, como papel, plastico, vidro e metal sao enterrados entre as camadasde terrae outros materiais de tal forma a reduzir a contaminagao dos terrenos circundantes. Aterros sanitarios modernos sao frequentemente revestidos com camadas de material absorven- tee folhas de plastico para conter o vazamento de poluentes no solo e na agua. Embora pareca ser a escolha mais barata, a opgdo pelos aterros sanitarios pode ser uma escolha muito mais cara do que a maioria das organizagdes percebe, devido as taxas de aterro, aos custos de transporte e ao valor dos ativos depreciados que esto sendo jogados fora. Lambert e Stock (1993) apontam alguns dos principais problemas identificados na implementagao da logistica reversa: (a) a maioria dos sistemas log{sticos nao est prepa- rada para gerenciar a movimentagao de produtos em um canal reverso, (b) os custos asso- ciados a logistica reversa podem ser até nove vezes maiores do que na movimentacao do mesmo produto em um canal direto, (c) os produtos devolvidos muitas vezes nao podem ser transportados, armazenados e/ou tratados da mesma maneira que em umcanal direto. Os problemas inerentes a logistica reversa apresentam oportunidades para desenvolver novos processos de distribuigao reversa ou reestruturar os jé existentes. Nessa diregao, a abordagem de processos propicia uma visao clara das etapas dos sis- temas de producao, distribuicao e vendas onde os residuos sao produzidos. Isto permite que tais residuos sejam identificados e que se possa planejar a forma adequada de traté- -los, de modo a promover sua reintegracdo ao sistema produtivo. Quando os conceitos da logistica reversa s4o aplicados aos processos de fabricacao, estes podem sofrer adaptaces a fim de que os produtos gerados sejam mais aderentes aos fluxos de distribuicao reversos, como, por exemplo, o desmanche, a remanufatura areciclagem. Assim, uma mudanga na estrutura de um processo pode facilitar ou até pos- sibilitara utilizagdo de um determinado fluxo reverso. Outro aspecto importante é a utilizacio de algumas atividades de um processo de fa- bricaco ou distribuicio de bens para o atendimento a certas etapas da logistica reversa. Por exemplo, o tipo de transporte utilizado para a distribuigao direta dos bens para ven- da poderia ser utilizado, com algumas adaptacées, para o retorno de bens de pés-venda e/ou pés-consumo. Os processos acima mencionados serao mais detalhados na Parte III deste livro. 32> Locisrca Revensa: Procksso 4 Procesio * Vaue/Soua Box 1: O Que NAO £ LOGISTICA REVERSA Nem sempre hd uma compreensio tio ampla da logistica reversa. Muitas ve- zes, as empresas se limitam a recolher produtos, sem gerenciar adequadamente 0 caminho destes até o descarte. Relatérios mostram que diversos fabricantes americanos e europeus de componentes eletroeletrénicos recolhem seus produ- tos e enviam para paises da Africa, alegando estarem contribuindo para o acesso da populacao desses paises a inclusao digital e a outros produtos de tecnologia avancada. Em consequéncia, surgiram graves passivos ambientais em tais paises, decorrentes de contaminacao por substancias téxicas. Segundo o Basel Action Network, 75% dos equipamentos de informatica exportados para paises africanos sao lixo, ou seja, seu reaproveitamento nao é economicamente vidvel, seja por retiso ou por remanufatura. Além disso, os paises africanos nao possuem qual- quer estrutura para tratamento de lixo eletroeletronico. Os produtos terminam em aterros, onde as toxinas facilmente se infiltram nos lencéis freaticos. Para combater essa situaco, no ano de 2006, a ONG Greenpeace elaborou um guia ambiental de produtos eletroeletrénicos (Guide to Greener Electronics), que tem por fim orientar os fabricantes para a responsabilidade sobre todo 0 ci- clo de vida de seus produtos, incluindo o lixo eletroeletrnico que eles geram. O objetivo principal é fazer com que as empresas eliminem dos produtos as subs- tancias perigosas e, ainda, recuperem e reciclem seus produtos, logo que se tor- nem obsoletos. De modo mais geral, a edigdo de legislagdes ambientais mais severas © a cons- cientizag3o do consumidor sobre a importncia do meio ambiente esto obrigando as empresas de todos os setores a reconhecer sua responsabilidade sobre todo © ciclo de vida de seus produtos. Com isso, ganha enorme interesse 0 estudo de eventuais beneficios econdmicos advindos da reinsercao destes produtos e resi- duos no processo produtivo, ja que a alternativa das empresas seria incorrer nos. altos custos de seu correto descarte. A legislagao sobre descarte tem fevorecido avaliagdes econémicas quanto ao uso de produtos e residuos do processo produtivo, evitando que a empresa \corra em altos custos para o correto descarte. Isso tem favorecido a andlise da logistica reversa do ponto de vista holistico, combinando pontes de vistas logis- tico, ambiental e econémico no planejamento da rede logistica Fonte: Adaptado de Mendonca, Valle @ Miguez (2010). Obie e LoGtncs Reena 33 REFERENCIAS DONATO, V. Logistica verde: uma abordagem socioambiental. Rio de Janeiro: Ciéncia Moderna, 2008. HANDFILED, R. B.; NICHOLS Jr., E. L. Supply Chain Redesign: transforming Supply Chains into Integrated Value Systems. New Jersey: Financial Time Prentice Hall, 2002. LAMBERT, D. M.; STOCK, J. R. Strategicphysical distribution. Homewood, IL: Irwin, 1981. LEITE, P. R. Logistica reversa: meio ambiente ¢ competitividade. Sao Paul tice Hall, 2003. MENDONGA, F. M.; VALLE, R.; MIGUEZ, E. C. 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S40 QUESTOES PARA DISCUSSAO 1. Vocé acredita que a definicio de logistica reversa adotada pela PNRS € completa? 2. — Quais as implicagées da “entropia” da distribuicao dos produtos para a logistica reversa? 3. Reflita sobre a Figura 5 e procure exemplos de materiais residuos que se enqua- drem nos diferentes processos.

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