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Ossos do MMSS
Victor Schulthais Chagas – T11
EMBRIOLOGIA
A divisão do mesoderma lateral, feita pelos espaços celômicos, secciona-o em duas partes:
Ocorre a ativação de células mesenquimais do folheto somático do mesoderma lateral para que se inicie o
desenvolvimento dos membros. Essa ativação é regulada por alguns genes.
• Formação dos brotos dos membros superiores, na parede ventrolateral do corpo, ao final da quarta
semana. Este broto é constituído por uma camada de células mesenquimais derivada do folheto
somático do mesoderma lateral recobertas por uma camada de ectoderma.
O broto do membro superior é mais
cranial e aparece cerca de dois dias
antes do broto dos MMII aparecerem.
Crista Ectodérmica Apical → produz fator de crescimento que atua na zona de atividade de polarização
(agrupamento de células mesenquimais que se agregam, localizadas na margem inferior do membro),
ativando estas células.
As células mesenquimais do broto são responsáveis pela diferenciação em cartilagens e vasos sanguíneos.
As células mais distais da crista são as primeiras que começam a se diferenciar, formando o início da
estrutura do que será o úmero, o rádio e a ulna e, por fim, os dedos.
Se existe algum problema nessa sequência de eventos, pode haver a não-separação dos dedos, com a
presença dos dedos → Sindactilia
Centros de Condrificação → surgem nos modelos mesenquimais dos membros, normalmente a partir da
5ª semana de gestação. Estes centros são responsáveis pela condrogênese (transformação das células
mesenquimais em condroblastos e posterior produção de cartilagem, formando os moldes cartilaginosos
que darão origem aos ossos). É, portanto, um processo de ossificação endocondral.
Ossos Longos → Se inicia por volta da 7ª semana, com o aparecimento dos centros de ossificação primários
da diáfise dos ossos longos, presentes em todos estes ossos até a 12ª semana de gestação. Continua após o
nascimento, nas epífises, responsável pelo crescimento ósseo. Nos ossos longos existem dois centros
ossificação (duas epífises), enquanto nas falanges existe apenas um.
Ossos do Pulso (Carpo) → se inicia durante o primeiro ano de nascimento. Se difere dos outros ossos
justamente por este motivo.
Dermomiótomo: principalmente células miótomas cervicais migram da região inicial em direção ao broto do
membro superior. Na medida em que os ossos longos vão sendo formados, as células progenitoras de músculos
se transformam em mioblastos e, posteriormente, em tecido muscular que acompanha os ossos.
As células musculares formam uma grande massa muscular, dividida em duas partes:
O membro sofre um processo de rotação lateral em torno do seu eixo (90°) fazendo com que os músculos
extensores se encontrem nas superfícies lateral e posterior do membro. Os polegares, após essa rotação, se
encontram laterais ao embrião.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os 2/3 mediais do corpo da clavícula são convexos para frente, enquanto o terço lateral é côncavo para frente.
Isso aumenta sua resistência, uma vez que ela transmite seus choques para o esqueleto axial.
ESCÁPULA
Espinha da escápula: delimita superiormente a fossa supraespinhal e inferiormente a fossa infraespinhal
(maior). Continua lateralmente com outra projeção óssea denominada de acrômio (parte da escápula que
articula com a clavícula). Ambas as estruturas são importantes para o movimento de alavanca dos músculos
que a estas estão ligados.
Fossa subescapular, infraespinhal e supraespinhal: faces ósseas que servem para a fixação de músculos.
Cavidade glenoide: observada na vista lateral, recebe e se articula com a cabeça do úmero.
Processo coracoide: situado acima da cavidade glenoide, é o local de fixação do ligamento coraclavicular.
ÚMERO
Devido a seu contato com o úmero, o nervo axilar, o nervo ulnar e o nervo radial podem ser lesados nas
fraturas de colo cirúrgico, corpo e epicôndilo medial.
RÁDIO E ULNA
A ulna estabiliza o antebraço, sendo o osso mais medial e mais longo. Seu corpo diminui progressivamente
de tamanho em sentido distal, diferentemente do rádio. Existem as faces anterior, posterior e medial e faces
anterior, posterior e interóssea. O rádio é localizado lateralmente e é mais curto. Seu corpo aumenta
progressivamente em sentido distal, ao contrário do que acontece com a ulna. Em seu corpo, existem as faces
anterior, posterior e lateral e as bordas anterior, posterior e interóssea.
EXTREMIDADES PROXIMAIS
EXTREMIDADES DISTAIS
OSSOS DA MÃO
OSSOS DO CARPO
Ossos do carpo → somam um total de oito ossos dispostos em duas fileiras (uma proximal e uma distal), que
contém, cada uma, quatro ossos. Permitem flexibilidade ao punho. Há um deslizamento de cada osso entre
cada osso adjacente para que essa flexibilidade ocorra.
ESCAFOIDE Maior osso da fileira proximal. Além de se articular com o rádio, se articula com
outros ossos carpais.
TRAPÉZIO Se articula com o escafoide e com o primeiro metatarso e com o trapezoide.
Maior osso dentre todos os ossos carpais. Se articula com o terceiro osso metacarpal,
CAPITATO trapezoide, semilunar e hamato.
OSSOS DO METACARPO
Formam o esqueleto da palma da mão, sendo cinco ossos no total. Todos possuem a base (articulam com a
base do carpo), corpo e cabeça (articulações metacarpicofalângicas).
FALANGES
Em todos os dedos, menos no polegar, existem três falanges: a proximal, a medial e a distal. Cada falange
possui um corpo e uma cabeça distal para articulação com a falange adjacente.
APLICAÇÕES CLÍNICAS
MALFORMAÇÕES
MALFORMAÇÃO DESCRIÇÃO
AMELIA DOS MEMBROS Defeito na formação do broto na quarta semana de gestação, ocasionando a
SUPERIORES ausência completa de membros superiores.
MEROMELIA Defeito na formação do membro após a quarta semana de gestação,
ocasionando a ausência de parte dos membros.
Redução do comprimento dos dedos, rara. Relacionada a uma herança
BRAQUIDACTILIA genética dominante e normalmente associada à diminuição da estatura
corporal.
Defeito na apoptose das membranas interdigitais. Pode ser cutânea (mais
SINDACTILIA simples e comum, onde o tratamento cirúrgico não é indicado precocemente)
ou óssea (mais grave, com indicação de cirurgia para reparo).
POLIDACTILIA Dedos supranumerários.
FRATURAS
FRATURA DESCRIÇÃO
As extremidades fraturadas do osso se projetam através da pele.
ABERTA/COMPOSTA/ Contrariamente, a fratura fechada (simples) não ultrapassa a pele. Deve ser
EXPOSTA lavada a pele para reduzir riscos de infecção e recolocar o segmento ósseo no
local, com fixador externo (Emergência – reparo rápido).
O osso é separado, esmagado ou quebrado em pedaços no local do impacto e
fragmentos ósseos menores são encontrados entre os dois fragmentos
COMINUTIVA principais. Deve-se realizar a união dos pedaços quebrados seguidos da fixação
no local adequado. Geralmente, são fraturas de tratamento cirúrgico.
Fratura exclusiva de crianças, parcial, na qual um lado do osso quebra e o outro
enverga; ocorre apenas em crianças pois os ossos não estão totalmente
GALHO VERDE ossificados e contêm mais material orgânico do que inorgânico. Normalmente,
o tratamento é conservador (gesso e acompanhamento por radiografias para
verificar consolidação).
DE COLLES Fratura de extremidade distal do rádio no adulto na qual o fragmento distal se
desloca posteriormente.
DO BOXEADOR Fratura do dedo mindinho, típica de consequências de socos em brigas ou
situações em que o paciente deu um soco em alguma superfície sólida.
Impacto da palma aberta. A fratura não é muito nítida nas radiografias. Como
essa região possui muita sobreposição óssea, pode passar despercebida. A
DO ESCAFOIDE vascularização do escafoide é mais complexa quando comparada a outros ossos
do carpo e, portanto, a consolidação do osso novamente é um pouco mais
delicada. Em escassez de tratamento, algum fragmento ósseo pode sofrer
necrose.
CONSOLIDAÇÃO DE FRATURAS
Concomitantemente à lesão do tecido ósseo, ocorre lesão de vasos sanguíneos, que dá origem a uma formação
de hematoma de fratura (fase reativa – 1), que ocorre entre 6 e 8h após a incidência.
A concentração de células sanguíneas no local faz com que se inicie a fase de reparação, no qual fibroblastos
e condroblastos advêm das zonas mais profundas do periósteo e formam o calo fibrocartilaginoso (calo mole).
Após o processo de ossificação, esse calo é denominado calo duro e pode desaparecer com o tempo de acordo
com as ações dos osteoclastos.