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Pré-história

A pré-história corresponde ao período da história que antecede a invenção da


escrita, desde o começo dos tempos históricos registrados até aproximadamente em
3 500 a.C.. Também pode ser contextualizada como o período da história de um povo
ou nação sobre o qual não há documentos escritos.

Uma vez que não há documentos deste momento da evolução humana, seu estudo
depende do trabalho da arqueologia, antropologia, paleontologia e genética ou de
outras áreas científicas, que analisam restos humanos, sinais de suas presenças e
utensílios preservados para tentar traçar, pelo menos parcialmente, sua cultura,
costumes e credos.

A arqueologia e a história dividem a pré-história nas seguintes fases: Paleolítico, ou


Idade da Pedra Lascada, Mesolítico, Neolítico, ou Idade da Pedra Polida e Idade dos
Metais.

Fases

Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada

Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar
este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da
região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para outra região. Desta
forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de
animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes.
Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os
bens de produção eram de uso e propriedade coletivos.

Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco


desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras.
Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de
arte, o homem trocava ideias e demonstrava sentimentos e preocupações cotidianas.
Mesolítico

Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao


desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do fogo foi o
maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais, cozinhar a
carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos
momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da
agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o
homem conseguiu diminuir sua dependência com relação à natureza. Com esses
avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma
necessidade. Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro
das comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela proteção e sustento das
famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.

Neolítico ou Idade da Pedra Polida

Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e


estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno
desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço
importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais como,
lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e produzir com
mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem
garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com
mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de
trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio
entre vilas e pequenas cidades. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades,
aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado.
Idade dos metais

É marcado pela dominação dos metais por parte das primeiras sociedades da pré-
história, sendo este fato de fundamental importância para o cultivo agrícola, e também
a prática de caças. Através de técnicas de fundição esses povos vão gradualmente
substituindo as ferramentas, que até então eram elaboradas com madeira e pedra,
por ferramentas de metal. Com o uso dessas novas ferramentas, os povos pré-
históricos conseguiram aumentar a eficiência na prática agrícola e na criação de
animais, também foram grandes aliadas na competição contra outros povos para ver
quem ficaria com as melhores pastagens, terras férteis e os excedentes.

Evolução dos Hominídeos

Os primeiros hominídeos surgiram na África, sendo que os motivos que levam os


cientistas a acreditar nessa hipótese são:

 A maior diversidade genética dentre os humanos é encontrada no continente


africano, o que seria explicado pela presença antiga e continuada nessa parte do
mundo, diferindo do que se encontra nas demais partes do planeta;
 Em razão dos fósseis de ancestrais do ser humanos encontrados na África serem
muito mais antigos que em qualquer outro lugar do mundo (em vários milhões de
anos). Desse modo, a presença de espécies do gênero Homo e antes só é
encontrada na África, possibilitando base para a teoria de que nossa espécie se
originou lá e, depois, migrou para outras partes do globo;

Entre 7 a 6 milhões de anos atrás, surgiram (na África) duas espécies que
pertenceram aos primórdios da evolução hominídea: foram o Sahelanthropus
tchadensis, um misto de caraterísticas humanas e símias, e o Orrorin tugenensis, já
bípede. Os hominídeos da época foram encontrados na Etiópia e Tanzânia, ou seja,
na África Oriental.

Seguiram-se a esses primeiros hominídeos os Ardipithecus, existindo há 5,5 até


quatro milhões de anos na Etiópia.

O Australopithecus varia entre 3,9 e 3 milhões de anos. As feições e modos de


comportamento desses hominídeos eram bem menos versáteis que do gênero Homo
que viria depois. Os australopitecos tinham cérebros maiores do que seus
antecessores, pernas mais longas, braços menores, e traços faciais mais parecidos
com os nossos. Viviam em grupos constituídos por várias dezenas de indivíduos, que
viviam em constante deslocamento. Os grupos dispersavam-se quando a seca
chegava e a comida escasseava. Tinham o conceito de casais, mas não o de família.

Há 2,5 milhões de anos surge o gênero Homo. O Homo habilis, na África oriental,
começou a usar ferramentas de pedra totalmente feitas por eles e a carne passa a ser
mais importante na sua dieta. Eram caçadores, mas também eram necrófagos e
herbívoros e tinham um cérebro maior e braços compridos.

Surgiu o Homo erectus, de constituição forte, com um cérebro muito maior, rosto
largo e foi o primeiro hominídeo a mover-se para fora de África, indo para norte há 1,8
milhões de anos, existindo também na Ásia e Europa, há 500 mil anos. É o primeiro a
usar o fogo.

Veio então o Homo neanderthalensis, entre 230 e 30 mil anos. Os neandertais


eram robustos, com um cérebro ainda maior, e viviam na Europa e oeste da Ásia.
Tinha estratégias elaboradas de caça a mamíferos corpulentos. Sobreviveram até 24
mil anos atrás e coexistiram com os modernos Homo sapiens.

O Homo sapiens, que constitui o ser humano tal como o conhecemos hoje,
apareceu, provavelmente, há cerca de 120 mil anos, como uma variação do Homo
neanderthalensis.
Ocupação da América

Ainda hoje, o processo de ocupação do continente americano é um tema que


desperta o interesse de vários membros da comunidade científica. A chegada dos
primeiros grupos à América é um assunto repleto de novas descobertas, hipóteses e
divergências que atingem a curiosidade dos vários profissionais e curiosos
interessados por essa questão. Uma das mais controversas questões gira em torno
de uma datação mais exata sobre a presença humana nesta região do planeta. A
discrepância entre os dados é tanta que enquanto algumas pesquisas trabalham com
12 mil anos, outras admitem essa mesma chegada por volta de 60 mil anos atrás.

Em geral, existem quatro hipóteses que tratam a esse respeito.

 A primeira delas sugere que os primeiros homens americanos teriam surgido na


própria América. Apesar de plausível, uma parcela inexpressiva de arqueólogos,
antropólogos e paleontólogos acreditam nessa teoria. Tal refutação se sustenta no
simples fato de que, até hoje, nunca fora encontrado um único fóssil sequer de
hominídeos anteriores ao próprio Homo sapiens no continente.

 A mais conhecida teoria de ocupação foi realizada a partir de uma série de


pesquisas desenvolvidas no sítio arqueológico de Clóvis, nos Estados Unidos.
Segundo essa tese, a ocupação teria acontecido há cerca de 11.500 anos,
momento em que a diminuição do nível do mar permitiu emersão de uma faixa de
terras que ligaria a Sibéria ao Alasca por meio do Estreito de Bering. Dessa forma,
essa teoria defende a ideia que os primeiros ocupantes da América teriam vindo
da Ásia. Durante vários anos essa hipótese foi amplamente aceita na comunidade
científica, até que a descoberta de fósseis mais antigos abriu caminho para outra
possibilidade.

 Essa nova teoria se sustenta na presença de fósseis humanos tão ou mais antigos
do que aqueles que foram inicialmente descobertos na porção norte do continente
americano. A partir dessa constatação, uma incógnita se abriu em relação à
hipótese da teoria que explica a chegada do homem pelo Estreito de Bering.

 Para resolver essa diferença temporal dos fósseis do norte e do sul, abriu-se
caminho para uma nova teoria que supõe que os primeiros homens teriam vindo
de pequenas ilhas da Polinésia ou da Oceania. Supostamente, este deslocamento
teria sido realizado em pequenas embarcações que possibilitariam a navegação
de pequenas distâncias.
Pré-história brasileira

O Brasil também possui grandes descobertas arqueológicas:

 Em uma cidade do Piauí chamada São Raimundo Nonato, um grupo de


arqueólogos liderados por Niede Guidon (uma arqueóloga brasileira descendente
de franceses), através de escavações, notificaram a presença de alguns utensílios
importantes como facas, machados e fogueiras com cerca de 48 mil anos de
existência. Entre as principais conclusões desses estudos, destaca-se que a havia
a presença na região de comunidades coletivas que caçavam e utilizavam o fogo
para se proteger e se alimentar.

 Na região da cidade mineira de Lagoa Santa, é o local onde está registrado uma
das mais importantes descobertas arqueológicas nacional. Ali que se achou o mais
antigo fóssil das Américas. Trata-se de um crânio feminino que existiu a cerca de
11.500 anos e tais pesquisas desenvolvidas a partir desse fóssil abriram portas
para novas teorias sobre o processo de ocupação do continente. A principal tese é
que como o crânio possui traços negroides, tenha ocorrido uma onda migratória da
Oceania, responsável pela ocupação do nosso continente.

 Próximo a regiões de rio e no litoral, existem também um outro conjunto de


vestígios pré-históricos. Nestes lugares, montes de conchas e esqueletos de
peixes conferem a existência de comunidades que sobreviviam da pesca. Essas
populações são conhecidas como povos sambaquis, que foram usualmente
detectadas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
 Já nas regiões do interior Brasileiro também são encontrados importantes sítios
arqueológicos que são chamados de “cemitério dos índios”, que são na verdade
resquícios de antigas civilizações do território brasileiro que praticavam cerimônias
funerárias que são datados com cerca de mil anos e possuíam uma cultura
completamente diferente dos sambaquis.

 Na Amazônia temos o relato de civilizações designadas como integrantes da


civilização marajoara (grupo indígena que habitou a ilha de marajó). Foi uma
civilização dotada de um riquíssimo poder de manusear a cerâmica.

Referências

http://brasilescola.uol.com.br/historiag/pre-historia.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-hist%C3%B3ria

http://www.infoescola.com/historia/idade-dos-metais/

http://www.suapesquisa.com/prehistoria/

http://brainly.com.br/tarefa/327494

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ocupacao-continente-
americano.htm

http://www.infoescola.com/historia/pre-historia-brasileira-2/

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