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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de Marília
FORO DE MARÍLIA
1ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
RUA LOURIVAL FREIRA, Nº 110/120, MARILIA - SP - CEP 17519-902

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1014069-26.2021.8.26.0344 e código 9152BD6.
SENTENÇA

Processo nº: 1014069-26.2021.8.26.0344


Classe - Assunto Divórcio Litigioso - Dissolução

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MARCELO DE FREITAS BRITO, liberado nos autos em 14/12/2022 às 10:57 .
Requerente: Franciele Marini Dias Santorato,
Requerido: Daniel Jucá Santorato

Justiça Gratuita

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Marcelo de Freitas Brito

Vistos.

FRANCIELE MARINI DIAS SANTORATO ajuizou a presente


ação de divórcio litigioso c/c partilha de bens, guarda e alimentos c/c tutela antecipada em
face de DANIEL JUCÁ SANTORATO alegando, em síntese, que se casou com o
requerido no dia 08 de maio de 2009, que estão separados de fato desde 09/06/2021,
quando o requerido se afastou do lar conjugal, que tiveram dois filhos dessa união, sendo
que a guarda deverá ficar com a genitora e estabelecido o direito de convivência ao
genitor, que a autora trabalha mas seu salário é insuficiente para manter seu padrão de
vida, assim como custear sua pós graduação e o aparelho que adquiriu, sendo necessário
que se fixe uma pensão em seu favor. Aduz que o requerido se comprometeu a custear
esse aparelho mas não o fez, assim como ficaria com os filhos para a autora trabalhar, o
que também não o fez. Que o requerido é empresário da construção civil e sempre
proporcionou à autora e aos filhos um bom padrão de vida, sendo que ele ficou à frente da
empresa, da qual advinha a maior parte da renda familiar, razão pela qual necessita dos

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alimentos compensatórios. Aduz que o requerido precisa contribuir para as despesas

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mensais dos filhos, sendo que requer a fixação de três salários mínimos para cada um dos
filhos. Que durante o casamento adquiriram um imóvel que ainda não foi averbada a
construção, 25% de um sítio, Thermas Cota do empreendimento Royal Star Thermas
Resort – Thermas dos Laranjais, um veículo automotor CHEV/TRACKER T A, ano de
fabricação 2020 e modelo 2021, placa BYX8I71 e um veículo HB 20, a empresa Santorato
Construções Eireli, assim como um terreno em nome da empresa. Ressalta que a empresa

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foi constituída durante o casamento sendo que o patrimônio da empresa e faturamento
devem ser partilhados. Requer a concessão da tutela de urgência na forma da inicial, assim
como requereu a procedência do pedido inicial nos termos formulados (fls. 01/33). A
inicial foi instruída com documentos (fls. 34/80).

A tutela antecipada foi concedida parcialmente deferindo a guarda


provisória dos filhos à autora, assim como o direito de moradia no imóvel, bem como
foram fixados alimentos provisórios em favor dos filhos (fls. 91/93).

A requerente procedeu o aditamento da petição inicial para


requerer também o arrolamento de bens da empresa, bem como informações bancárias
sobre a empresa (fls. 96/98). Juntou documentos (fls. 99/106).

O aditamento da inicial foi recebido e foi deferida a tutela


antecipada requisitando-se a pesquisa Sisbajud e o arrolamento de bens da empresa (fl.
118). Foi deferida a requisição dos extratos da fatura de cartão de crédito do requerido e da
empresa (fl. 132). O requerido foi citado (fl. 134) e se manifestou juntando procuração e
documentos (fls. 137/305).

A requerente interpôs agravo de instrumento (fls. 309/321). Houve


resposta do agravo (fls. 333/339).

Realizada audiência de conciliação junto ao CEJUSC, as partes


realizaram acordo parcial com relação à decretação do divórcio, desistência recíproca da

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pensão alimentícia entre os cônjuges, guarda e visitas, prosseguindo o feito para

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julgamento com relação à pensão alimentícia para os filhos, partilha de bens e dívidas (fls.
346/348).

Resposta do ofício do Banco Santander (fls. 367/368) e da Caixa


Econômica Federal (fls. 369/371) juntadas. Manifestação da autora acerca dos ofícios (fls.
372/373). O acordo parcial foi homologado às fls. 374/375.

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O requerido apresentou contestação onde requereu a
improcedência do pedido inicial alegando que vem enfrentando sérias dificuldades
financeiras, não tendo conseguido arcar com o pagamento da mensalidade escolar dos
filhos, que a participação da requerente nos haveres da empresa Santorato Construções
EIRELI deve ser fixada até a data do rompimento do vínculo conjugal, que o terreno que
se encontra no Condomínio Reserva Esmeralda com matrícula de nº 54.909 em nome da
Santorato Construções EIRELI, este terreno fora comprado pelo pai do requerido e dado
como empréstimo à sua empresa, sendo que tal fato é comprovadamente declarado à
Receita Federal do Brasil. Que com relação aos demais bens considerando o regime da
comunhão universal de bens, deve ser partilhado tanto o ativo como o passivo, com
exceção do terreno da empresa e dos haveres da empresa Santorato Construções Eireli
após a data de 19/06/2021. Que não possui condições de arcar com a pensão alimentícia
no valor postulado na petição inicial (fls. 383/391). Juntou documentos (fls. 392/407).

Resposta da Nu Pagamentos S.A. e da Nu Financeira S.A. (fls.


417/418). O requerido juntou cópia do agravo de instrumento do divórcio que ajuizou
junto à 2ª Vara da Familia, o qual concedeu a ele a gratuidade processual (fls. 422/428).

Extratos bancários do SICOOB/CREDIMOTA juntados às fls.


432/501. A requerente apresentou impugnação à contestação (fls. 504/514) e juntou
documentos (fls. 515/525). Resposta da Nu Pagamentos S.A. (fls. 535/563) encaminhando
as faturas de cartão de crédito. Resposta dos oficios juntadas (fls. 579/580, 581/582,
583/585, 586/589 e 596/597).

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A autora especificou as provas que pretende produzir (fls.
590/591) e o requerido se manifestou às fls. 598/601 informando que matriculou os filhos
no Colégio Água Viva. A autora se manifestou no sentido de que o requerido deverá
realizar a matricula dos filhos no Colégio Cristo Rei (fls. 602/604). Resposta SISBAJUD
juntada às fls. 607/656.

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O feito foi saneado e foi revogada a gratuidade processual
concedida ao requerido (fls. 663/666). Manifestação do requerido (fls. 673/674). A
requerente se manifestou alegando em suma a dilapidação do patrimônio pelo requerido,
requerendo a expedição de ofícios e juntou documentos (fls. 677/700). A expedição dos
ofícios foi deferida às fls. 711/712. Juntada de cópia da decisão do agravo de instrumento
concedendo a gratuidade processual à autora (fls. 716/720 e 727/741).

Em audiência de instrução foram ouvidas quatro testemunhas da


autora, sendo uma contraditada (fls. 749/750). Resposta dos ofícios (fls. 763, 764/766,
768/779 e 784/798). A autora se manifestou às fls. 802/803 no sentido de que o requerido
vem dilapidando o patrimônio do casal, retirou a autora da empresa e fez várias operações
financeiras nesse período. Foi deferida a tutela de bloqueio de 50% de eventuais créditos
de financiamentos imobiliários em nome da empresa Santorato Construções Ltda ou
Santorato Construções Eireli, bem como anotação nos imóveis de propriedade da empresa
da existência desta ação (fls. 804/805). O requerido apresentou embargos á decisão (fls.
807/813). Decisão atendendo parcialmente o pedido do requerido no sentido de que a
Caixa Econômica Federal realize o bloqueio do valor de até R$ 50.000,00 de eventuais
créditos de financiamentos imobiliários em nome da empresa Santorato Construções Ltda
ou Santorato Construções Eireli (fl. 816).

Resposta do oficio (fls. 827/829, 835/837 e 846/848).


Manifestação do requerido (fls. 830/834). Resposta SISBAJUD com os extratos bancários
da autora (fls. 851/965). A instrução foi encerrada (fl. 966) e as partes apresentaram suas
alegações finais reiterando suas argumentações anteriores, bem como acrescentando novas

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de acordo com as provas produzidas nos autos (fls. 969/974 e 975/979). O nobre

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representante do Ministério Público opinou pela procedência do pedido inicial (fls.
984/987).

É o relatório.

Fundamento e decido.

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O pedido inicial é parcialmente procedente.

As partes celebraram acordo parcial com relação à decretação do


divórcio, desistência recíproca da pensão alimentícia entre os cônjuges, guarda e visitas,
prosseguindo o feito para julgamento com relação à pensão alimentícia para os filhos,
partilha de bens e dívidas (fls. 346/348), sendo devidamente homologado às fls. 374/375.

I) Dos alimentos para os filhos menores:

Restou comprovada a relação de parentesco entre os menores Theo


Dias Santorato e Luigi Dias Santorato, e o requerido, conforme certidões de nascimento
juntadas às fls. 42/43, de modo que a obrigação alimentar é inconteste e decorre do artigo
1695 do Código Civil:

"Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende


não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e
aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento."

A fixação do valor mensal a ser pago como pensão alimentícia


para prover as necessidades do incapaz deve obedecer ao disposto no artigo 1694 do
Código Civil:

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"Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros

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pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência,
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia."

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No caso em exame, as necessidades dos filhos menores são
presumidas e devem ser supridas pelos pais, conjuntamente. A mãe, que lhe exerce a
guarda unilateral, já lhes supre as necessidades por meio de moradia, alimentação,
vestuário, transporte, cuidados de higiene e todos os demais que os infantes precisam,
cabendo ao genitor que não lhe possui a guarda diária, prover o sustento em forma de
pagamento mensal de quantia que seja compatível com as necessidades dos filhos e com
as possibilidades do pai.

Quanto a estas, as provas produzidas ao longo da instrução, em


especial na quebra de sigilo bancário, denotam a capacidade financeira do alimentante
para contribuir com o valor postulado.

O genitor atua como empresário no ramo da construção civil e ao


que se denota proporcionava à família um elevado padrão de vida, matriculando os filhos
em escola particular e residindo em condomínio de classe média alta da cidade.

É inegável que com a separação das partes o padrão de vida da


família como um todo tende a diminuir, pois antes era um lar para se prover, e com a
separação passam a ser dois lares, ou seja, as despesas sem dúvida alguma aumentam.

De outro lado, também é preciso se tentar achar um denominador


comum para que os filhos sofram o menos possível com a separação, buscando-se manter
um padrão de vida próximo do vivido, já que lhes basta o sofrimento psicológico advindo

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com a separação dos pais.

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Frisa-se que não se encontram nos autos elementos que impeçam o
alimentante de contribuir com os alimentos para a subsistência de seus filhos.

Ressalte-se que tendo em vista que o requerido atua como


empresário, sua renda mensal se mostra variável, sendo que são necessários outros

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elementos probatórios, como extratos bancários, de cartão crédito, declaração de imposto
de renda, e outros, para se aferir o possível padrão de vida do alimentante.

As partes nos autos do cumprimento de sentença n.


0001853-16.2022.8.26.0344, realizaram acordo às fls. 173/175 no sentido de que o
requerido ficaria responsável em matricular os filhos em período integral no Colégio
Esmeraldas, ficando responsável pelo pagamento da pensão já fixada, bem como das
matrículas e mensalidades do Colégio Esmeraldas. O requerido também ficou responsável
em pagar o curso de inglês para os dois filhos, escoteiro para o menor Luigi, bem como
uma modalidade de artes marciais para o menor Theo. Ficou ainda responsável pelo
pagamento de tratamento psicológico e psiquiátrico para o menor Luigi.

Nesse contexto, considerando o acordo das partes, bem como as


condições do caso e a possibilidade financeira do requerido, entendo pertinente a fixação
da pensão alimentícia nos mesmos termos do que fora acordado nos autos n.
0001853-16.2022.8.26.0344, qual seja: o requerido ficará obrigado ao pagamento da
pensão alimentícia em favor dos dois filhos no valor de 1,5 salário mínimo nacional
vigente à época do pagamento, com caráter intuito familiae; bem como ficará responsável
em matricular os filhos em período integral no Colégio Esmeraldas, assim como pelo
pagamento das matrículas e mensalidades do Colégio Esmeraldas, ou de outro colégio de
valor e qualidade compatíveis; ficará também responsável em pagar o curso de inglês para
os dois filhos, curso de escoteiro para o menor Luigi, bem como uma modalidade de artes
marciais para o menor Theo, e também ficará responsável pelo pagamento de tratamento
psicológico e psiquiátrico para o menor Luigi.

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A quantia arbitrada, embora insuficiente ao atendimento de todas
as necessidades dos menores, permite suprir parte das despesas básicas com alimentação,
educação e saúde e ao mesmo tempo busca preservar a regra de proporcionalidade entre a
possibilidade de quem paga e a necessidade de quem pede, garantindo a efetiva percepção
de pensão pelos menores.

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II) Da partilha de bens, dívidas e da empresa:

No que concerne à partilha de bens e dívidas, o vetor que a orienta


é o regime de bens adotado no casamento. As partes casaram-se sob o regime da
comunhão universal de bens em 08/05/2009, conforme certidão de casamento de fl. 41.
Assim, todos os bens adquiridos e dívidas contraídas pelo casal, antes e depois do
casamento serão partilhados igualmente. Ou seja, todo o patrimônio do casal adquirido
antes do casamento se funde com o do cônjuge, salvo se estiver dentre as hipóteses do
artigo 1.668 do Código Civil.

Dispõe o artigo 1.667 do Código Civil que: O regime de


comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos
cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:


I - os bens doados ou herdados com a cláusula de
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro
fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de
despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro
com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.

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Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo
antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o
casamento.

As partes firmaram acordo de divórcio em audiência no CEJUSC


informando que estavam já "separados de fato há 4 meses", ou seja, desde 09/06/2021.

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Assim, a data da separação de fato ocorreu em 09/06/2021.

Relevante consignar que, não somente a separação judicial, mas


igualmente a separação de fato põe fim ao regime de bens. Nesse sentido, a já pacificada
jurisprudência em torno do tema, verbis:

"Divórcio litigioso. Discussão sobre a partilha de dívidas


contraídas na constância do matrimônio. Embora seja a separação de fato o momento
em que encerra o regime de bens, as dívidas (empréstimos consigandos) foram
contraídas em momento anterior a separação de fato (junho de 2021) e, portanto, serão
incluídas na partilha de bens (art. 1.644, CC). Autora não se desincumbiu do ônus de
comprovar extinção do vínculo matrimonial em periodo anterior (art. 373, I, CPC).
Sentença mantida. Recurso não provdo" (grifei)(TJSP, 4ª Câmara de Direito Privado,
Apelação Cível nº 1004189-76.2021.8.26.0322 j. 12.08.2022).

APELAÇÃO. Ação de divórcio c.c. partilha de bens. [...]


Conhecimento apenas da pretensão de exclusão da pessoa jurídica em nome da autora, que
fica rejeitada, uma vez que foi o próprio réu que arrolou tal bem na sua contestação, sendo
devida a partilha dos ativos e passivos dos bens dos cônjuges durante a relação
conjugal, considerada a data da separação de fato. Litigância de má-fé não
configurada. Honorários advocatícios fixados em proporção, eis que as partes decaíram
reciprocamente. Princípio da causalidade. Sentença irretocável. Recurso conhecido em
parte e desprovido" (grifei)(TJSP, 7ª Câmara de Direito Privado, Apelação Cível nº
1011826-26.2020.8.26.0577, j. 06.06.2022).

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Portanto, neste processo, os ativos e passivos constituídos pelas
partes até 09/06/2021, data da separação de fato, devem ser partilhados por igual entre os
demandantes.

No ponto, as partes não demonstraram estar presentes qualquer das


exceções previstas no artigo 1.668 do Código Civil.

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Assim, deverão ser partilhados de forma igualitária todos os bens
trazidos na inicial, qual sejam: a) o terreno e sua construção localizado na Rua Dolores
Guerreiro de Oliveira, 361, Quadra A, Lote 16, Condomínio Reserva Esmeralda, matricula
n. 54.913 junto ao 1º Cartório de Registro de Imóveis de Marília (fls. 80/82); b) a parte
ideal de 25% do imóvel denominado Sitio São José II, localizado no município de
Alvinlandia/SP, matricula n. 25.891 do cartório de Registro de Imóveis e Anexos da
Comarca de Garça/SP (fls. 83/85); c) a unidade fracionada, no regime de
multipropriedade, referente ao apartamento n. 1209, cota 06, ala oeste, do
empreendimento Royal Star Thermas Resort (fl. 86); d) os veículos Chev/Tracker T A,
placas BYX8I71, ano/modelo 2020/2021, e Hyundai HB20, placas FVK 8707, e e)
eventual saldo bancário e dívidas existentes em nome das partes na data da separação de
fato – 09/06/2021.

Com relação à empresa Santorato Construções Eireli, CNPJ n.


30.189.699/0001-40, a mesma foi constituída durante o matrimônio das partes, ou seja, em
12/04/2018, devendo assim também ser partilhada em 50% para cada uma das partes,
assim como todo o patrimônio, haveres, lucros e dividas dessa empresa constituídos até
09/06/2021, data da separação de fato, uma vez que o requerido é quem permanece na
administração dessa empresa.

Da mesma forma a empresa Franciele Marini Dias, CNPJ


08.813.944/0001-90 (fl. 831), constituída em 10/05/2007, também deverá ser partilhada
igualitariamente entre as partes.

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fls. 999

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São aquisições, portanto, dentro do período de casamento,
presumindo-se o desforço comum do casal, devendo ser partilhados em 50% os direitos
sobre essas cotas, ou seja, caberá à autora os direitos sobre 50% das cotas da empresa
Santorato Construções Eireli, CNPJ n. 30.189.699/0001-40.

Ressalto que o terreno registrado em nome da citada empresa e

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objeto da matricula n. 54.909 junto ao 1º CRI de Marília/SP não será partilhado, posto que
adquirido com recursos exclusivos do genitor do requerido, conforme comprovado pelos
documentos de fls. 394/405. Vale dizer que apesar da existência de projeto de construção
de uma residência no citado imóvel, o certo é que não consta dos autos que o genitor do
requerido tenha doado expressamente esse bem ou o respectivo valor para as parrtes.

Frise-se que o fato da autora ter sido retirada somo sócia da


empresa, se trata de questão meramente comercial, não podendo se confundir com o
direito previsto no regime de bens do casamento.

Importante consignar que a presente partilha não torna a requerente


automaticamente sócia nessa empresa, dada a necessária voluntariedade e affectio
societatis que preside a relação entre os sócios.

Sobre a questão, dispõe o art. 1.027 do Código Civil, verbis:

"Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do


que se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na
quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade”
(grifei).

No ponto, Ricardo Fiuza e Newton de Lucca consignam que: Esta


norma regula duas situações distintas: (a) o falecimento de sócio e do seu cônjuge,
deixando herdeiros; e (b) a hipótese de separação judicial ou divórcio de sócio. Tanto em

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fls. 1000

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uma situação como em outra, deverá ocorrer a partilha dos bens do sócio falecido ou

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daquele que extinguiu a sociedade, por sucessão das respectivas quotas, desde que exista
mútuo acordo entre estes e os demais sócios (art. 1.028, III). Mas, no que se refere aos
herdeiros do cônjuge do sócio falecido, estes não terão direito a assumir as quotas e
participar da sociedade, até mesmo em respeito ao princípio da affectio societatis, que
implica a prevalência da vontade de manutenção da relação associativa apenas entre os
sócios enquanto assim o desejarem. Portanto, os herdeiros do cônjuge do sócio ou o

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cônjuge que anteriormente mantinha sociedade conjugal com o sócio não terão direito
a integrar, automaticamente, a sociedade, como consequência do resultado da partilha.
A partilha em questão não poderá ter como objeto as quotas detidas pelo sócio na
sociedade, mas apenas o direito à percepção dos lucros que ao sócio falecido ou
separado tocariam e que seriam distribuídos a cada ano, se positivo o resultado social.
No caso de a sociedade entrar em processo de liquidação, então, os herdeiros do cônjuge
ou o cônjuge separado, enquanto não ultimada a partilha e no caso de as quotas da
sociedade não terem sido arrecadadas ou colacionadas no processo de separação ou
inventário, nessa hipótese, terão eles direito à participação nos bens sociais que
remanescerem e forem distribuídos ou divididos na liquidação. (Código Civil Comentado;
coordenadora Regina Beatriz Tavares da Silva; 6ª ed., São Paulo, Saraiva, 2008, p. 1.026,
art. 1.027).

E para Paulo R. Colombo Arnoldi, o artigo estabelece que aos


herdeiros cabe “O direito aos haveres sociais, limitados à participação nos lucros, e não
nas quotas, até que se liquide a sociedade. Ou seja, não caberá a imediata liquidação
parcial da sociedade, para apuração dos valores pertencentes a estes terceiros, mas sim a
participação nos lucros da sociedade. Entende-se que, se a sociedade não estiver auferindo
lucro e persistir tal situação, poderá ser solicitada a sua liquidação parcial, para apuração
dos haveres, haja vista que, de outra forma, estaria a lei postergando indefinidamente o
exercício de um direito” (Código Civil Interpretado Artigo por artigo, parágrafo por
parágrafo; organização de Costa Machado; coordenação de Silmara Juny Chinelato; 2ª ed.;
Barueri; Manole; 2009; p. 757; nota ao art. 1.027).

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fls. 1001

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Não bastasse, o Código de Processo Civil, dispondo sobre a

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possibilidade de dissolução parcial da sociedade, prevê que o ex-cônjuge pode provocar a
apuração de haveres de sociedade, para sua dissolução parcial, a fim de ser pago
proporcionalmente ao valor real das cotas sociais a que tem direito (Art. 600, Parágrafo
único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou convivência
terminou poderá requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à
conta da quota social titulada por este sócio). E o montante deve ser apurado no momento

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da efetiva partilha.

Nesse sentido, o Colendo Superior Tribunal de Justiça:


“CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
CASAMENTO EM REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. PARTILHA DE
BENS. MOMENTO DE AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO ECONÔMICA DAS COTAS DE
SOCIEDADE. Diploma legal incidente: Código Civil de 2002. Controvérsia: dizer, para
efeitos de partilha, se o valor de cotas de sociedade médica, da qual um dos ex-cônjuges é
sócio, e que foi constituída na constância do casamento, devem coincidir com o seu valor
histórico da data da ruptura do relacionamento, ou terem os valores fixados, em data
posterior, quando da efetiva apuração dos valores atribuídos às cotas e o pagamento do
quinhão à ex-cônjuge, não-sócia. A participação em sociedade não constitui um
patrimônio partilhável,automaticamente, no rompimento de uma relação conjugal,
detendo o ex-cônjuge sócio, a singular administração da integralidade das cotas do ex-
casal. Essa circunstância, que deprime, em nome da preservação da sociedade
empresarial, o pleno direito de propriedade do ex-cônjuge, não sócio, pode dar ensejo a
manipulações que afetem, ainda mais o já vulnerado direito à propriedade. Nessa linha,
verifica-se a existência de mancomunhão sobre o patrimônio, ou parte dele, expresso,
na hipótese, em cotas de sociedade, que somente se dissolverá com a partilha e
consequente pagamento, ao cônjuge não sócio, da expressão econômica das cotas que
lhe caberiam por força da anterior relação conjugal. Sob a égide dessa singular relação
de propriedade, o valor das cotas de sociedade empresaria deverá sempre refletir o
momento efetivo da partilha. Recurso não provido.” (REsp nº1537107/PR, Terceira
Turma do SJT, Relatora Ministra Nancy Andrighi, julgado em 17.11.2016, Dje

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25.11.2016).

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Nessa tessitura, a requerente terá os direitos sobre as cotas na
proporção acima. Poderá, então, exigir a distribuição proporcional e periódica dos lucros
e, oportunamente, a apuração de seus haveres, ambas providências em ação própria em
face do requerido e da sociedade empresária junto à Vara Cível, eis que esgotada a
jurisdição nesta vara de família com a presente partilha.

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No que se refere aos móveis que guarneciam a residência, nem a
autora, nem o requerido os relacionaram pormenorizadamente. Assim, impossível
identificar com precisão tais bens e seus respectivos valores, devendo ficar fora da
partilha.

Como corolário do regime de bens, as dívidas contraídas pelo casal


até a data da separação de fato devem ser partilhadas por igual entre as partes. As dívidas
assim contraídas são presumíveis que o foram em benefício do casal. Admitem-se, porém,
provas em contrário, o que será possível em liquidação de sentença, caso as partes não
cheguem a um consenso.

Com essas premissas, determino a partilha por igual de todas as


dívidas do casal. Eventuais dívidas sobre os veículos e sobre o imóvel devem ser debitadas
quando de suas alienações. Eventuais dívidas em execução contra a autora e requerido,
desde que documentadas nestes autos e contraídas em prol da família, também serão
partilhadas por igual. As dívidas das pessoas jurídicas devem ser aferidas em ação própria
de apuração dos haveres representativos das proporções das cotas cabentes à requerente.

Caso não haja consenso entre as partes, para a apuração do


quantum das dívidas, que nesta vara sejam possíveis de aferição, remeto as partes à regular
liquidação de sentença, onde devem expor pormenorizadamente cada dívida, origem,
natureza, datas, valores e onde empregado o valor quando do empréstimo, bem assim as
páginas destes autos onde constam. Desde já, advirto que não serão admitidas inovações,

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fls. 1003

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ou seja, apresentação de dívidas na liquidação que já não estejam documentadas nestes

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autos.

Ante o exposto, nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de


Processo Civil, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para
determinar a partilha dos bens, empresas e das dívidas segundo cada tópico específico
acima, que fica fazendo parte integrante deste dispositivo. Condeno o requerido ao

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pagamento de pensão alimentícia aos filhos no valor de 1,5 salário mínimo nacional
vigente à época do pagamento, com caráter intuito familiae; bem como ficará responsável
em matricular os filhos em período integral no Colégio Esmeraldas, assim como pelo
pagamento das matrículas e mensalidades do Colégio Esmeraldas, ou de outro colégio de
valor e qualidade compatíveis; ficará também responsável em pagar o curso de inglês para
os dois filhos, curso de escoteiro para o menor L., bem como uma modalidade de artes
marciais para o menor T., e também ficará responsável pelo pagamento de tratamento
psicológico e psiquiátrico para o menor L..

Ante a sucumbência mínima da autora, condeno o requerido no


pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais arbitro em R$
4.000,00, corrigido monetariamente a partir desta data.

Ciência ao Ministério Público.

P.I.C.

Marília, 08 de dezembro de 2022.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME


IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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