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Capítulo 17

Resistência Mecânica do Concreto

Jairo Andrade – PUCRS


Bernardo F. Tutikian – UNISINOS

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17.1 Introdução

• Historicamente a resistência mecânica do concreto é o


parâmetro mais empregado para se avaliar a qualidade do
material, embora sabe-se que, para determinadas
aplicações,
li õ outras
t características
t í ti como a sua durabilidade
d bilid d
à ação de agentes agressivos e/ou módulo de elasticidade
são exigidas;
• Em função disso, um conceito moderno de resistência deve
contemplar não apenas a resistência mecânica do
concreto, mas também outras propriedades que possuem
influência em p
propriedades
p de interesse na Engenharia,
g ,
como os mecanismos de transporte, a dureza, a resistência
ao impacto, a deformabilidade, a energia de fratura, entre
outras.
t
•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia
•Editor: Geraldo C. Isaia
17.1 Introdução

• O conhecimento da resistência do concreto é de extrema


importância, pois nos elementos estruturais o concreto
pode ser solicitado à compressão, à tração, ao
cisalhamento
i lh t ou a uma combinação
bi ã ddos ttrês
ê titipos d
de
tensão em várias direções, dependendo das características
dos esforços solicitantes atuantes no elemento estrutural;
• Sendo assim, o presente capítulo tem o objetivo de
apresentar os conceitos relativos a tal propriedade,
propriedade a
importância da microestrutura no comportamento resistente
do concreto,, os fatores intervenientes e os principais
p p tipos
p
de resistências mecânicas de interesse para a Engenharia
Civil.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17.3 Considerações preliminares sobre a
resistência
i tê i dod concreto
t
• Ao ppensar-se em um material de engenharia,
g ,apprimeira
propriedade na qual se leva em conta é a resistência
mecânica. De acordo com Higgins (1982), “a resistência é
uma medida
did das
d fforças externas
t aplicadas
li d ao material,
t i l as
quais são necessárias para vencer as forças internas de
atração entre as partículas elementares do mesmo”;
mesmo ;
• Em relação ao concreto, define-se a resistência mecânica
como sendo a capacidade do material de suportar as
cargas aplicadas sobre ele, sem que o mesmo entre em
ruína,, de forma prática,
p , considera-se a resistência do
concreto como a carga máxima aplicada sobre um corpo-
de-prova.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.3 Considerações preliminares sobre a
resistência
i tê i dod concreto
t
• O concreto endurecido é constituído p
pela p
pasta de cimento
Portland hidratada e pelos agregados;
g g
• Tanto os agregados q
quanto a p
pasta de cimento apresentam
p
um comportamento tensão-deformação diferenciado se
comparado ao concreto, conforme ilustrado na Figura 1.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.3 Considerações preliminares sobre a
resistência
i tê i dod concreto
t

Agregados

Tensão Concreto

Pasta

Deformação

Figura 1 – Comportamento tensão-deformação do concreto e dos seus materiais constituintes


(MEHTA E MONTEIRO, 2008).

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.3 Considerações preliminares sobre a
resistência
i tê i dod concreto
t
• Segundo Mehta & Monteiro (2008), até aproximadamente
50% da carga de ruptura a fissuração na pasta não chega a
ser significativa, tornando-se evidente entre 50% e 75% da
carga de ruptura;
• Quando atinge-se 75% da carga de ruptura, há um
aumento considerável da fissuraçãoç na matriz e na zona de
transição; e entre 75% e 80% da carga máxima pode
ocorrer a ruptura do concreto, quando submetido a um
carregamento constante;
• Dessa forma, o comportamento tensão-deformação do
concreto não é linear,
linear devido à propagação de
microfissuras e, além disso, depende da velocidade de
carregamento.

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17.4 Relação resistência-porosidade do
concreto
t
• Muitos artigos
g da literatura citam a interdependência
p
existente entre a resistência dos materiais e a sua
porosidade, ressaltando relação inversa entre tais
parâmetros.
â t E
Essa relação
l ã pode d ser expressa pelo
l modelo
d l
geral apresentado na Equação 1 (MEHTA E MONTEIRO,
2008).
2008)
kp
S  S 0e q ç 1))
((Equação

Em que:
S = resistência
i tê i d do material
t i l que ttem uma d
dada
d porosidade
id d p;
S0 = resistência intrínseca sob porosidade zero;
k = constante que depende do material.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.4 Relação resistência-porosidade do
concreto
t
• Microestruturalmente,, a ppasta endurecida é composta p
basicamente por três fases: a sólida, composta
basicamente pelo silicato de cálcio hidratado (C-S-H) e pelo
hid ó id de
hidróxido d cálcio
ál i [Ca(OH)
[C (OH)2];
] a líquida,
lí id composta t pelal
água que pode estar sob diversas formas no interior do
material (não combinada,
combinada fisicamente adsorvida e
quimicamente combinada); e os vazios, compostos
principalmente
p p pelo ar incorporado,
p p , ar aprisionado,
p , p
pelos
vazios capilares e pelo espaço interlamelar do C-S-H;
• Em um material,, a resistência se concentra
primordialmente na parte sólida do mesmo; assim, pode-se
concluir que os vazios são prejudiciais à resistência.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i

 Propriedades dos componentes (cimento,


(cimento agregados,
agregados
aditivos e adições minerais);
 Proporcionamento dos componentes (relação água/cimento
e relação agregado/cimento);
 Condições de cura e idade dos corpos-de-prova.
corpos de prova

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Relação
ç água/cimento
g
A influência da relação água/cimento (a/c) na resistência é um
fator importante
p no p proporcionamento
p dos materiais
constituintes do concreto. De acordo com Aïticin (2000), o
conceito de relação a/c tem sido o pilar da tecnologia do
concreto
t por quase um século, é l sendo
d considerado
id d
conveniente e simples desde que o concreto não possua
nenhum material cimentício além do cimento Portland.
Portland
Contudo, com o emprego crescente das adições minerais
nos concretos,, o termo relação
ç água/aglomerante
g g ((a/agl)
g)
também é bastante empregado na moderna tecnologia do
concreto.

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17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Idade
A dependência existente entre a relação a/c e a resistência do
concreto varia p para cada tipo
p de cimento e p para cada
idade, bem como para as condições de cura (NEVILLE,
1997). Para fins práticos, a resistência do concreto é
t di i
tradicionalmente
l t caracterizada
t i d pelo l valor l aos 28 dias.
di
Outras propriedades do concreto usam como referência
essa resistência.
resistência Neville (1997) comenta que não existe
um significado científico para a adoção dos 28 dias como
idade de referência. Segundo
g o autor,, a escolha específica
p
de um múltiplo de uma semana, como parece indicar, foi
feita para que o dia do ensaio caísse no mesmo dia útil da
semana de d concretagem.
t
•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia
•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Agregados
g g
Devido à elevada resistência que muitos agregados naturais
geralmente empregados
g p g no concreto apresentam,
p , não foi
dada a atenção devida à tal propriedade no momento da
dosagem do concreto, considerando que muitas das
f
formas d ruptura
de t d concretos
de t com níveis
í i de
d resistência
i tê i
convencional ocorrem ou na pasta ou na interface
agregado/pasta Contudo,
agregado/pasta. Contudo com o surgimento de concretos
de maiores resistências, verificou-se que algumas formas
de ruptura
p poderiam ocorrer nos agregados.
p g g Dessa forma,,
o estudo da influência das propriedades do agregado na
resistência do concreto é de extrema relevância.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Tipos
p de cimento
Um fator que influencia significativamente na resistência do
concreto é o tipop de cimento adotado. Existem várias
propriedades tanto físicas (finura, superfície específica)
quanto químicas (teores de aluminatos e silicatos de
cálcio)
ál i ) características
t í ti d cada
de d cimento
i t que vão
ã influenciar
i fl i
na resistência do concreto para uma dada idade.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Presença
ç de adições
ç minerais e aditivos q
químicos
Na moderna tecnologia do concreto, o emprego tanto de
adições
ç minerais qquanto dos aditivos vem g ganhando
destaque nos últimos anos, tanto em estudos laboratoriais
quanto na aplicação em obras. Tal fato ocorre em função
d melhorias
das lh i obtidas
btid em propriedades
i d d do d concreto,
t tanto
t t
no estado fresco quanto no estado endurecido. No
presente item,
item serão apresentados os princípios básicos
de ação de tais materiais com suas consequências diretas
na resistência do concreto. Um melhor detalhamento dos
efeitos das adições e dos aditivos serão apresentados,
respectivamente, nos capítulos 8 e 10 do presente livro.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Parâmetros referentes aos p
procedimentos de moldagem
g e
de ensaio
Todas as atividades qque envolvem o ensaio de resistência à
compressão devem ser padronizadas, a fim de que não
ocorram diferenças oriundas de procedimentos
i d
inadequados
d de d preparaçãoã e execução.ã Segundo
S d Helene
H l
& Terzian (1992), os principais fatores que influenciam nos
resultados dos ensaios à compressão estão apresentados
no Quadro 3.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
Quadro 3 – Fatores que influenciam na determinação da resistência à compressão do concreto
(HELENE & TERZIAN
TERZIAN, 1992)
Causas de variação Efeito máximo no resultado

Variabilidade
i bilid d da
d resistência
i i do
d cimento
i  12%
Mate-
Variabilidade da quantidade total de água  15%
riais
Variabilidade dos agregados (principalmente miúdos)  8%

Variabilidade do tempo e procedimento de mistura - 30%


M.O. e
Ausência de aferição de balanças - 15%
Equip.
Mistura inicial, sobre e subcarregamento, condições das correias - 10%

Coleta imprecisa - 10%

Adensamento inadequado - 50%

Procedim Cura inadequada (efeito considerado a idades > 28 dias)  10%


ento de
ensaio - 30% para concavidade
Acabamento inadequado da superfície dos corpos-de-prova
- 50% para convexidade

Ruptura (velocidade de carregamento)  5%

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Tamanhos dos corpos-de-prova
p p e dimensão máxima
característica do agregado graúdo
Ao analisar-se o efeito do tamanho do corpo-de-prova
p p na
resistência do concreto, deve-se considerar a influência da
dimensão máxima caraterística (Dmáx) dos agregados
graúdos.
úd S o tamanho
Se t h dos
d agregados
d f pequeno em
for
relação às dimensões dos corpos-de-prova, a
heterogeneidade do material pode ser minimizada (ou até
mesmo desconsiderada) para fins práticos. Entretanto,
para um corpo-de-prova
p p p de p
pequenas
q dimensões com
agregados de grande tamanho, esta influência se mostrará
significativa (COURA, 2006).

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Condições
ç de cura ((umidade e temperatura)
p )
Sabe-se que o concreto vai ganhando resistência ao longo do
tempo
p em função
ç da contínua hidratação
ç das p partículas do
cimento. Desta forma, as condições de cura dos corpos de
prova que serão ensaiados são de fundamental
i
importância.
tâ i Segundo
S d a ABNT NBR 5738:2008,
5738 2008 a cura
deve ser realizada em água saturada com cal ou em
câmara úmida com uma umidade relativa de, de no mínimo,
mínimo
95%.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Condições de regularização dos corpos-de-prova
Outro fator de importância diz respeito às condições de regularização das
superfícies dos corpos-de-prova que ficarão em direto contato com a
prensa (base e topo) e que podem ser responsáveis por uma grande
variação nos resultados de resistência, conforme mostrado no Quadro
3. Segundo a ABNT NBR 5738:2008, o adensamento do concreto
d
durante
t o processo ded moldagem
ld pode
d ser realizado
li d com vibrador
ib d de d
agulha, mesa vibratória ou manualmente, em função de sua
consistência. Nesse processo, o topo dos corpos-de-prova pode ficar
com uma textura rugosa, interferindo nos contatos com os pratos da
prensa no momento da realização do ensaio de ruptura, considerando-
se q
que ppequenas
q irregularidades
g na superfície
p jjá são suficientes p
para
provocar excentricidade pelo carregamento desuniforme e,
consequentemente, uma diminuição da resistência final.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 5 F
17.5 Fatores
t que iinfluenciam
fl i na resistência
i tê i
 Velocidade e duração
ç da aplicação
p ç da carga
g
Outro fator de relevância está relacionado com a velocidade e
a duração
ç de aplicação
p ç da carga. g A ABNT NBR 5739:2007
fixa uma velocidade de carregamento entre 0,3 e 0,8
MPa/s, aplicada continuamente e sem choques. Além
di
disso, a norma especifica
ifi que nenhum
h ajuste
j t deve
d ser
efetuado nos controles da máquina quando o corpo-de-
prova estiver se deformando ao aproximar-se da ruptura.
ruptura

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
• Para se determinar a resistência do concreto,, p
podem ser
empregados dois métodos: os ensaios destrutivos e os
não destrutivos;
• Normalmente os ensaios destrutivos são empregados em
maior escala para a verificação de tal propriedade, em
f
função
ã da d praticidade
ti id d ded emprego, da d rapidez
id d
dos
resultados obtidos e dos baixos custos envolvidos.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
• Já os ensaios não destrutivos são mais aplicados
p na área
de investigação de estruturas acabadas, quando há sinais
de comprometimento de elementos estruturais em função
d resistência
da i tê i inadequada
i d d do
d concreto;
t
• Geralmente são ensaios mais complexos, que exigem
equipamentos
i t maisi sofisticados
fi ti d e mão-de-obra
ã d b qualificada
lifi d
para a sua operação e interpretação dos resultados.

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17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à compressão
p
Normalmente os corpos-de-prova são regularizados com
enxofre na sua base e no topo, p , a fim de p
permitir a
transferência de carga através de toda a superfície do
exemplar. Logo após, o corpo-de-prova é adequadamente
posicionado
i i d no equipamento
i t de
d ensaio.
i Neste
N t momento t
ocorre o chamado efeito de atrito entre os pratos da
prensa
prensa, que eventualmente podem modificar as
distribuições de tensões nas faces dos exemplares,
conforme apresentado
p na Figura
g 5.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à compressão
p
A resistência à compressão axial é uma propriedade bastante
estudada p pelos p
pesquisadores,
q , uma vez q que p
pode ser
associada (direta ou indiretamente) com outras
propriedades do concreto no estado endurecido,
principalmente
i i l t àquelas
à l relacionadas
l i d com a durabilidade.
d bilid d

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17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à compressão
p
A resistência à compressão do concreto é calculada através
da Equação
q ç 4.

F
fc  (Equação 4)
A
Em que:
fc = resistência à compressão (kgf/cm2);
F = carga máxima aplicada (kgf);
A = área da seção do corpo-de-prova (cm2).

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17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à compressão
p
Quando é ensaiado um número grande de corpos-de-prova,
pode-se construir um histograma
p g que representa
q p a
distribuição da resistência do concreto, conforme
apresentado na Figura 6.

Figura 6 – Curva de Gauss para a resistência


do concreto à compressão.
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17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à compressão
p
A ABNT NBR 8953:2009 estabelece que os concretos
estruturais devem ser classificados em dois g grupos,
p , no
que diz respeito à resistência à compressão: o grupo I e o
grupo 2, conforme apresentado no 4 e no 5,
respectivamente.
ti t
Quadro 4 – Classes de resistência do Quadro 5 – Classes de resistência do
grupo I (ABNT NBR 8953:2009) grupo II (ABNT NBR 8953:2009)
G
Grupo I fck (MPa)
(MP ) G
Grupo II fck (MPa)
(MP )
C20 20 C55 55
C25 25 C60 60
C30 30 C70 70
C35 35 C80 80
C90 90
C40 40
C100 100
C45 45
C50 50

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Resistência à tração
ç
Existem três formas de determinar a resistência à tração do
concreto: p por tração
ç direta,, tração
ç na flexão e tração
ç ppor
compressão diametral. Segundo Mehta & Monteiro (2008),
a determinação da tração direta raramente é executada,
pois
i os di
dispositivos
iti d
de fifixação
ã ddos corpos d
de prova
induzem o surgimento de tensões secundárias que não
podem ser desconsideradas e influenciam
significativamente nos resultados. Assim, serão
apresentados
p e discutidos neste item os dois ensaios mais
empregados para ensaios à tração, o de tração na flexão e
o por compressão diametral.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
Resistência à tração
ç na flexão

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
Resistência à tração
ç p por compressão
p diametral

Figura 8 - Arranjo esquemático do ensaio de tração por compressão


diametral (ABNT NBR 7222:2010).

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17.6 Ensaios para determinação da
resistência
i tê i dod concreto
t
 Ensaios não destrutivos
Existem ainda os ensaios não destrutivos, que podem ser
empregados
p g para avaliação
p ç da resistência do concreto em
condições específicas. Dentre as propriedades do
concreto que podem ser avaliadas por meio de ensaios
não
ã destrutivos,
d t ti t
tem-se: massa específica,
ífi módulo
ód l ded
elasticidade e resistência. Ainda podem ser investigadas a
dureza superficial,
superficial absorção,
absorção permeabilidade,
permeabilidade condições
de umidade, e também a localização das armaduras,
existência de vazios e fissuração
ç ((EVANGELISTA,, 2002). )

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17.7 Resistência em estados múltiplos de
t
tensão
ã
• Quando se rompem p os corpos-de-prova
p p ((CP´s)) de
concreto por compressão simples em uma prensa de
laboratório, surgem interferências do ensaio no valor da
resistência
i tê i final
fi l e na forma
f d ruptura,
de t d id ao atrito
devido t it dos
d
topos do CP com os pratos da prensa;
• A forma
f d ruptura
de t usuall está
tá representada
t d na Figura
Fi 10
10;
• Porém, quando se elimina o atrito entre os topos do CP e
os pratos da
d prensa, consegue-se determinar
d i a resistência
i ê i
real daquele concreto, bem como definir sua forma de
ruptura aproximando-se da realidade;
ruptura,
• Na Figura 11 observa-se a forma real de rompimento do
CP
CP.
•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia
•Editor: Geraldo C. Isaia
17.7 Resistência em estados múltiplos de
t
tensão
ã

Figuras 10 e 11 – Modos aparente e real de ruptura do concreto (FUSCO, 1995).

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17 8 Ci
17.8 Cisalhamento
lh t
• Ao atuar uma carga
g vertical em uma estrutura de concreto,,
conforme a Figura 14, dificilmente se poderá determinar a
resistência ao cisalhamento, pois em virtude da baixa
resistência
i tê i à tração
t ã do d concreto,t ocorreráá a fissuração
fi ã
diagonal nos planos de atuação das tensões principais de
tração de acordo com a Figura 15.
tração, 15

Fi
Figuras 14 e 15 – Fissuração
Fi ã di
diagonall nos planos
l d
de atuação
t ã ddas ttensões
õ principais
i i i d de
tração do concreto (FUSCO, 1995).
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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 8 Ci
17.8 Cisalhamento
lh t
• Para fins de cálculo estrutural,, a base p para
dimensionamento ao cisalhamento na flexão de peças de
concreto armado é o modelo proposto por Mörsch, onde o
mecanismo
i resistente
i t t ded uma viga
i fi
fissurada
d pode
d ser
associado ao de uma treliça, com o concreto e aço
equilibrando conjuntamente,
equilibrando, conjuntamente o esforço cortante;
• Neste modelo, segundo Clímaco (2008), a viga tem o
funcionamento análogo a uma treliça,treliça com o banzo
superior constituído pelo concreto comprimido na flexão, o
banzo inferior ppela armadura longitudinal
g de tração,
ç , as
diagonais tracionadas pela armadura transversal e as
diagonais comprimidas por bielas de concreto inclinadas.

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•Editor: Geraldo C. Isaia
17 9 R
17.9 Resistência
i tê i à F
Fadiga
di
• A resistência à fadiga
g do concreto é uma p propriedade
p
importante para aplicações em pavimentos viários e pisos
industriais, nos quais há carregamentos dinâmicos e
cíclicos
í li ao longo
l d vida
da id útil de
d serviço,
i ou em aplicações
li õ
menos comuns, como em estruturas em alto mar
(offshore) e dormentes ferroviários;
• Quando o concreto se rompe sob um número repetido de
solicitações todas elas menores que a resistência,
solicitações, resistência diz-se
que houve a ruptura por fadiga;
• Esta propriedade é dependente da resistência à tração na
flexão do concreto e a tensão de tração à flexão máxima
para cada carga
p g considerada.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17 9 R
17.9 Resistência
i tê i à F
Fadiga
di
• Neville ((1997)) explica
p que a curva tensão-deformação
q ç do
concreto varia com o número de ciclos de carregamento;
• A cada carregamento
g e descarregamento,
g , surgem
g
deformações residuais na estrutura, deslocando a linha de
comportamento ao longo do eixo do ‘x’, como se observa
na Figura
Fi 18
18;
• Porém a ruptura ocorre apenas no limite de fadiga.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17 9 R
17.9 Resistência
i tê i à F
Fadiga
di

Fi
Figura 18 – Curvas
C ttensão-deformação
ã d f ã ddo concreto
t sobb carregamento
t cíclico
í li
à compressão (NEVILLE, 1997).

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17.11 Aderência entre o concreto e a
armadura
d
• O concreto armado é sem dúvida o material mais utilizado
para as estruturas das edificações, por combinar o baixo
custo do concreto e sua resistência à compressão com as
propriedades
i d d b benéficas
éfi d
do aço, como a resistência
i tê i à
torção, flexão e tração;
• Porém,
P é para que se usufrua
f d ttodas
de d as vantagens
t desta
d t
combinação, é essencial que o concreto e o aço trabalhem
unidos com mútua transferência de esforços;
unidos,
• Por isso, o estudo da aderência entre o concreto e aço é
fundamental para o funcionamento eficiente da estrutura
de concreto armado.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17 12 C
17.12 Considerações
id õ fifinais
i
• Apesar
p de ser um assunto clássico na Engenharia
g Civil,, a
resistência mecânica do concreto é dependente de fatores
que são variáveis e que podem influenciar, em graus
dif
diferentes,
t no seu valor
l fifinal;
l
• Pode-se considerar que os princípios que governam a
resistência
i tê i são ã clássicos
lá i e já fforam abordados
b d d em muitasit
bibliografias consideradas de referência, mas o surgimento
de novos materiais e a sinergia existente entre os
parâmetros que governam o comportamento do concreto
ao longo
g do tempop torna o estudo da resistência mecânica
de suma importância atualmente.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia
17 12 C
17.12 Considerações
id õ fifinais
i
• Espera-se
p que novos conhecimentos sobre o
q
entendimento do comportamento global do concreto sejam
disponibilizados ao meio técnico-científico, a fim de que o
projeto
j t das
d novas construções
t õ atenda
t d à às modernas
d
especificações de durabilidade e de desempenho de uma
estrutura de concreto ao longo da sua vida útil
útil.

•Livro Concreto: Ciência e Tecnologia


•Editor: Geraldo C. Isaia

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