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NITERÓI – RJ
2019
MARCELE GORITO DE MELLO DE OLIVEIRA
Orientadora
Profª Drª Euzeli da Silva Brandão
NITERÓI – RJ
2019
Ficha catalográfica automática - SDC/BENF
Gerada com informações fornecidas pelo autor
CDD -
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof.a Dra. Euzeli da Silva Brandão (Orientadora) – EEAAC/UFF
___________________________________________________________________________
Prof.a Dra.Beatriz Fernandes Dias - EEAAC/UFF
___________________________________________________________________________
Enfª Ms. Claudia Labriola de Medeiros Martins - HUAP/UFF
___________________________________________________________________________
Enfª Ms. Fernanda Machado Pinheiro
NITERÓI - RJ
2019
Dedico este a vó Raimunda Benta de Oliveira que sempre foi e sempre será minha inspiração de
pessoa bondosa e fiel a Deus.
AGRADECIMENTOS
Entrar na universidade não foi fácil, passar por ela muito menos. Houve dias em
quedesejei desistir, houve diz em que me julguei incapaz de seguir adiante, houve dias em que
precisei fazer escolhas atrás de escolhas, escolhas bem difíceis até. Entrar no curso de
enfermagem foi desafiador, foi ver a vida além do que se vê de fato, foi enxergar a dor do
outro, aprender a lidar com o próximo, adquirir uma responsabilidade para com o outro e
respeitá-lo. Esses anos foram difíceis, mas é com gratidão que estou aqui, finalizando esse
ciclo.
Primeiramente gostaria de agradecer à Deus por não ter me desamparado nunca, por
ter me iluminado e me dado forças pra seguir em frente. Aos meus pais, Vânia e Robert, por
todo apoio que foi fundamental, sonharam este sonho e se sacrificaram junto comigo. Aos
meus irmãos, Gabriel Willians e Monique, que são meus alicerces e sempre acreditaram em
mim. Aos meus avós, Wanderley e Dalva, que fazem de tudo por mim. Aos meus avós,
Raimunda e Ângelo, que hoje são dois anjinhos no céu, não estão mais aqui presentes, mas
dedico esta realização a vocês.
À minha família que comemora comigo a cada conquista, a cada passo dado em
direção aos meus sonhos. Aos meus amigos que entenderam minhas ausências e sempre
estiveram ali torcendo por mim. Ao meu cunhado Ricardo que imprimia meus trabalhos e
documentos referentes a faculdade, e também sempre acreditou em mim. Ao meu amigo
Justino que me ajudou totalmente na escrita desse trabalho. Ao Lucas, uma pessoa muito
importante nessa minha trajetória, que aturava meus surtos de querer trancar a faculdade,
obrigada por não me deixar desistir, por todo apoio nesses anos, por ser meu porto seguro e
ter aturado minhas mudanças de humor por conta da faculdade, por ter me feito companhia
em casa quando precisava estudar pra prova ou fazer trabalhos. Ao meu padrinho Ilson por
confiar tanto no meu potencial. À minha amiga Daiane, pela cumplicidade nesses anos. À
minha princesa Manuela, que veio como um presente para alegrar meus dias, não vejo a hora
de ver seu rostinho, você me deu o gás necessário para finalizar esse ciclo.
Às amizades que fiz nessa caminhada: Gabrielle Castro, Monique Santos, Mariana
Moreira, Manuella Holovaty, Thais Thomaz, Tayana Marques, Layla Linhares, Bruna
Carvalho, Carol Moscon, Rebeca Melo, Amanda Casal, Fabiane Sorrentino e entre outros.
Vocês foram essenciais nessa trajetória, vocês foram as mãos que me erguiam quando tudo
estava de cabeça pra baixo, vocês dividiram momentos muito importantes comigo, risadas,
tristezas, desespero das provas, trabalhos, ETPs, estágio curricular, sorriso de um paciente etc.
Sem vocês eu não teria chegado até aqui.
Thais Thomaz foi meu alicerce, um presente de Deus, virou minha amiga do nada e
sou tão grata por essa amizade, por essa conexão, sem você eu não teria sobrevivido a
fundamentos nem a ESAI. E sem você foi tão difícil seguir essa trajetória, está marcada na
minha história. Tayana foi outro presentinho de Deus e da UFF, nem lembro quando viramos
amiga de fato, mas lembro que eu estava mais sozinha do que nunca e sentia que não me
encaixava em lugar nenhum, mas aí você, com seu jeito incrível me cativou, te desejo um
mundo de coisas maravilhosas, sou eternamente grata pela sua amizade, sem nossas
reclamações diárias, sem nossos desabafos, sem seu apoio, eu não conseguiria.
Aos pacientes que passaram por mim, cada um de vocês foi único e cada um de
vocês me ensinou um pouquinho, se sou uma enfermeira hoje foi graças a vocês. Vocês me
ensinaram tanto sobre amor, sobre dor, perda, felicidade, gratidão. Eu poderia escrever um
livro sobre todas as coisas que sinto quando penso em cada um de vocês. Cada paciente que
pude proporcionar conforto, alívio, cada paciente que ajudei a se alimentar, cada criança que
vi nascer, cada paciente que vi ter alta, ou até mesmo os que se foram, meu muito obrigada.
Por último, mas não menos importante, à minha orientadora Euzeli que sempre
esteve ali por mim, não desistiu de mim mesmo quando eu chegava pra ela dizendo que não
iria conseguir, que não aguentava mais e ia trancar a faculdade. Ela que sempre acreditou que
eu era capaz mesmo quando eu não acreditava. Obrigada por todo suporte até aqui, pelas
oportunidades que me foram dadas no decorrer dessa caminhada, pelas correções e incentivos.
À todos que diretamente ou indiretamente torceram por mim, muito obrigada! Amo
cada um de vocês de um jeito especial.
Independentemente das circunstâncias,
devemos ser sempre humildes, recatados e
despidos de orgulho.
Dalai Lama
RESUMO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES, p. 12
LISTA DE TABELAS, p. 12
1 INTRODUÇÃO, p. 13
2 REFERENCIAL TEMÁTICO, p. 15
2.1 ANEMIA FALCIFORME, p. 15
2.2 ÚLCERAS FALCÊMICAS, p. 16
3 MÉTODO, p. 17
4 RESULTADOS, p. 21
5 DISCUSSÃO, p. 22
5.1 PREVENINDO AS ÚLCERAS FALCÊMICAS, p. 22
5.3 AVALIAÇÃO DA PESSOA COM ANEMIA FALCIFORME PARA PREVENÇÃO E CUIDADOS COM
A FERIDA, p. 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 25
7 OBRAS CITADAS, p. 27
8 OBRAS CONSULTADAS, p. 29
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Características e evidências dos artigos selecionados. Niterói, RJ. Abril, 2019,
f. 21
13
1 INTRODUÇÃO
1
AMORIM, T.; PRATES, S.; PURIFICAÇÃO, A.C. et al. Incidência de hemoglobinopatias na cidade de Salvador Bahia: um estudo de
base populacional. Serviço de Referência em Triagem Neonatal, APAE Salvador, 2004.
2
GOMES L.M.X et al. Acesso e assistência à pessoa com anemia falciforme na Atenção Primária. Acta Paul Enferm. 2014.
14
3
ONYEMACHI, N.O; ENWEANI U.N; MADUKA C.O. Musculoskeletal complications of sickle cell disease in Enugu, Nigeria. Nigerian
Journal of Medicine. 2011.
15
2 REFERENCIAL TEMÁTICO
Segundo Brunner & Suddarth (2005), trata-se de uma anemia grave que ocorre a
partir da ruptura das hemácias. É caracterizada pela predominância da hemoglobina (Hb) SS,
que é decorrente a uma mutação no gene β-globínicoque codifica as cadeias ß da Hb,
ocasionando alterações físico-químicas em sua molécula quando desoxigenada e polimerizada
(BRASIL, 2012). Essa polimerização é o principal evento da patogenia e depende de variáveis
tais como: concentração de oxigênio, pH, concentração de hemoglobina S, temperatura,
pressão, força iônica e presença de hemoglobinas normais. Essas alterações fazem com que a
hemácia assuma a forma de uma foice (ZAGO et al 2013).
Em 90% dos casos, as úlceras falcêmicas ocorrem de forma traumática, por prurido,
picadas de insetos ou sem fatores extrínsecos, como a hipóxia causada pelas crises vaso-
oclusivas recorrentes (MENESES et al, 2010), sendo este um dos mecanismos
fisiopatológicos determinantes para seu surgimento, somado aos processos infecciosos
bacterianos e a diminuição do transporte de oxigênio. Paladino (2007) afirma que a inibição
do óxido nítrico (ON) também tem papel importante no aparecimento dessas úlceras, tendo
em vista que é um gás regulador do tônus muscular produzido pelo endotélio, fazendo a
vasodilatação e realizando o controle da pressão sanguínea, assim como a inibição da adesão
plaquetária. Nessa patologia, há a inativação do ON pela hemoglobina livre no plasma, que é
consequente a hemólise intravascular, devido a produção da meta-hemoglobina, nitrato e
radicais livres, que vão impedir que o oxigênio se ligue e seja transportado, com isso ocorre a
vasoconstrição favorecendo assim o processo de vaso-oclusão, devido ao estreitamento dos
vasos somado ao processo de afoiçamento.
As úlceras falcêmicas são úlceras de membros inferiores que na maior parte dos
casos acometem pessoas do sexo masculino, acima dos 10 anos de idade. Ocorrem geralmente
nas regiões maleolares, tibial anterior, área do tendão calcâneo e ocasionalmente no dorso do
pé (PALADINO, 2007). Ela pode se apresentar de forma superficial, podendo ser únicas ou
múltiplas lesões, com bordas definidas e elevadas, tecido de granulação, exsudato e necrose
em seu leito, sendo de recuperação lenta com grande possibilidade de recidivas, e não
apresenta tanta resposta positiva ao tratamento como os demais tipos de úlceras (MENESES
et al, 2010).
17
3 MÉTODO
Conforme Souza, Silva e Carvalho (2010), a quarta fase trata-se da análise dos
dados, dos estudos selecionados, através dos critérios de inclusão. Essa análise deve ser feita
de modo criterioso, de forma a garantir a validação da revisão. As autoras ainda afirmam que
para auxílio na classificação de evidência é utilizado um sistema de classificação alicerçado
na Prática Baseada em Evidências, contendo seis níveis de hierarquização, onde o nível 1, o
de maior evidência, sendo caracterizado por estudos clínicos e randomizados, o nível 2 por
estudos individuais e experimentais, o nível 3 por estudos quase experimentais, o nível 4 por
estudos descritivos ou com abordagem qualitativa, nível 5 por estudos através de relatos de
caso ou experiência e nível 6 por estudos através de opiniões de especialistas, sendo no
entanto, o de menor evidência.
Estudos incluídos em
síntese qualitativa = 3
Inclusão
Estudos incluídos em
síntese quantitativa (meta-
análise) = 1
4 RESULTADOS
Quadro 1: Características e evidências dos artigos selecionados. Niterói, RJ. Abril, 2019
Resposta para
Título do Tipo de Nível de
Nro Periódico Autores questão de
artigo/ano pesquisa evidência
pesquisa
Recomenda-se
repouso,
Intervenções de
elevação discreta
enfermagem
dos membros
Rev Bras Enferm, durante crises
SILVA, DG; Revisão de inferiores, uso de
1 Brasília 2007 maio- álgicas em 4
MARQUES, IR. literatura compressas de
jun; 60(3):327-30 portadores de
água morna e
Anemia
curativos diários
Falciforme/ 2007
de forma
asséptica.
Importância da
prevenção das
úlceras,
mantendo a pele
hidratada, ingesta
Assistência de
hídrica adequada,
enfermagem na
Rev. bras. hematol. uso de calçados
doença
hemoter. Revisão de adequados, como
2 falciforme nos KIKUCHI, BA. 4
2007;29(3):331- literatura também a
serviços de
338 realização de
atenção básica/
curativos diários
2007
em lesões já
instaladas,
observando se há
sinais de
infecção.
Recomenda-se o
O autocuidado uso de solução
para o tratamento Estudo tópica à base de
Esc Anna Nery MARTINS, A;
de úlcera de longitudinal poli-hexanida
(impr.)2013 out - MOREIRA, DG;
3 perna falciforme: com 3 como forma de
dez ; 17 (4): 755- NASCIMENTO, EM;
orientações de abordagem barreira biológica
763 SOARES, E.
enfermagem/ quantitativa contra agentes
2013 patogênicos em
úlceras crônicas.
Uso de cobertura
Uso de cobertura
à base de
não convencional
colágeno e aloe
no tratamento de
vera como forma
Online Brazilian ferida isquêmica
de tratamento,
Journal of Nursing, em paciente
4 SILVA, MSM L et al Relato de caso 5 além do uso de
[S.l.], v. 8, n. 3, set. portador de
meias grossas e
2009 anemia
macias e sapatos
falciforme:
para evitar o
estudo de caso/
aparecimento de
2009
novas úlceras.
Fonte: Produção do próprio autor, 2019
Os quatro artigos selecionados são de autores brasileiros, três publicados nos últimos
12 anos e o mais recente, publicado em 2013, ou seja, há 6 anos. Apenas um artigo apresentou
resultados de pesquisa de um estudo longitudinal com abordagem quantitativa. Dois estudos
22
5 DISCUSSÃO
Após leitura dos artigos selecionados, foi possível perceber que dois deles (números
1 e 2, apresentados no quadro 1) tratam das medidas preventivas relacionadas ao
desenvolvimento da úlcera, bem como cuidados gerais. Os outros dois artigos (números 3 e 4)
abordam principalmente produtos e coberturas utilizados no tratamento das úlceras
falcêmicas, sendo eles: hidrogel de poli-hexanida e cobertura à base de colágeno e aloe vera.
Assim, os cuidados recomendados foram organizados conforme a seguir:
Para minimizar tal agravo, um estudo publicado por Martins et al (2013) destaca a
utilização tópica de hidrogel de poli-hexanida em pessoas com úlceras falcêmicas, visando
inibir o crescimento bacteriano. Neste, vinte e três pessoas (57,5%) alcançaram cicatrização
completa, enquanto dezessete (42,5%) apresentaram cicatrização parcial com redução de 47%
do tamanho das úlceras. Salientando que no primeiro ano de estudo, dez pessoas obtiveram
cicatrização completa realizando a troca diária do curativo com soluções à base de poli-
hexanida.
Ainda segundo este atlas (2017), a aplicação da solução a base de poli-hexanida deve
ser realizada após a higienização do leito da ferida com solução fisiológica.
24
Sobre isso, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) adverte, também, que o estímulo
ao autocuidado é de fundamental importância para o tratamento local. Sobre as ações de
autocuidado, Silva e Marques (2007) recomendam ainda repouso, elevação discreta dos
membros inferiores, uso de compressas mornas e curativos diários, com a utilização de
técnicas assépticas.
No que diz respeito a dor, Paladino (2007) afirma que as úlceras falcêmicas são
dolorosas, diferentemente das úlceras neuropáticas, descritas por Horta (2015), que são
consideradas indolores, tornando difícil a percepção das mesmas pelas pessoas acometidas.
Paladino (2007) ainda diz que as úlceras falcêmicas são de recuperação lenta e apresentam
altas taxas de recorrência. Concordando com esta afirmação, Meneses et al (2010), relatam
que esse tipo de úlcera responde mais lentamente ao tratamento do que de outras etiologias.
Um estudo de caso realizado por Silva et al (2009) revela que cerca de um mês após
a utilização de cobertura à base de colágeno e aloe vera, houve cicatrização das lesões
falcêmicas, o que se contrapõe ao que Paladino (2007) e Meneses et al (2010) dizem sobre o
tempo de cicatrização da úlcera falcêmica. Outro estudo de caso, realizado por Oliveira,
Soares e Rocha (2010), destacou o uso do mesmo tipo de cobertura em um paciente diabético
e hipertenso, com ferida isquêmica, que cicatrizou cerca de dois meses após a utilização da
mesma, também se contrapondo a Meneses et al (2010) e Paladino (2007), sobre o fato das
úlceras falcêmicas responderem mais lentamente ao tratamento do que úlceras de outras
etiologias.
5.3 AVALIAÇÃO DA PESSOA COM ANEMIA FALCIFORME PARA PREVENÇÃO E CUIDADOS COM
A FERIDA
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
propriamente dita. Além disso, importa mencionar a ausência de artigos com níveis de
evidência significativos.
Nesse sentido, destaca-se que este estudo contribui para o ensino e a prática de
enfermagem, pois identificou lacunas, que servirão de base para realização de outros estudos.
Como proposta sugere-se a ampliação da busca em outras fontes de dados, e estudos clínicos,
visando a elaboração de protocolos para nortear o enfermeiro no atendimento a esta clientela.
27
7 OBRAS CITADAS
DI NUZZO, D.V.P.; FONSECA, S.F. Anemia falciforme e infecções. J Pediatr (Rio J).
2004;80:347-54. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5/v80n5a04.pdf>.
Acesso em: 16 set. 2018.
INSTITUTE TJB. Joanna Briggs Institute Reviewers' Manual, 2019. Disponível em:
<https://wiki.joannabriggs.org/display/MANUAL/2.6.2+Review+question>. Acesso em 11
dez. 2019.
SILVA, L. O. da; et al. Consulta de enfermagem às pessoas com úlceras de perna e doença
falciforme: relato de experiência. Extensão, Uberlândia, v. 13, n. 2, p.137-145, dez. 2014.
Disponível
em:<https://www.researchgate.net/publication/282362828_CONSULTA_DE_ENFERMAGE
M_AS_PESSOAS_COM_ULCERAS_DE_PERNA_E_DOENCA_FALCIFORME_RELAT
O_DE_EXPERIENCIA>. Acesso em: 11 out. 2018.
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico
Cirúrgico. 10 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2005. 1 v.
8 OBRAS CONSULTADAS