Você está na página 1de 29

Gestão de

reputação
e crise
Gestão de reputação e crise
Copyright @ 2019 Cortex Intelligence

Redação
Arlan Aguiar
Bianca Cardoso
Leila Cardoso
Nathalia Curvelo

Revisão
Maria Alice Medeiros

Edição
Leandro Jardim

Capa e Diagramação
Amanda Pedrosa

Produção editorial
Marketing Cortex

Gestão de reputação e crise 2


Conteúdo

4 Introdução

6 Como a gestão de reputação gera valor para


o negócio

13 Como medir a reputação da marca?

20 Gerenciamento de crise como estratégia vital


para a marca
Introdução

Não importa o tamanho nem a natureza do negócio. Se existe uma empresa, existe a
necessidade de gerenciar reputação. Do microempreendedor às grandes companhias,
todos dependem de uma percepção positiva do público para se manterem de pé.

Especialmente nos últimos anos, quando o surgimento das redes sociais promoveu a
rápida viralização de notícias. Qualquer informação desencontrada ou mal entendido
acerca de uma marca pode se tornar uma crise institucional em poucos minutos.

Em outras palavras, a reputação corporativa se tornou muito mais frágil. Uma imagem
construída em décadas pode ser destruída rapidamente. E as consequências disso
para um negócio são avassaladoras.

Ao lado disso, há o fato de que pautas como responsabilidade socioambiental e


consumo consciente ganharam mais visibilidade e relevância. Assim, o sucesso de
uma marca está diretamente relacionado a forma com a qual ela se posiciona e,
principalmente, como as pessoas enxergam esse posicionamento.

Afinal, ao contrário do que acontecia no passado, a reputação influencia na


decisão de compra do consumidor. Não é por acaso que, para 56% dos CCOs (Chief
Communications Officer) a imagem corporativa tem impacto nos resultados
financeiros da companhia, como revelou uma pesquisa da Reputation Institute.

Para as áreas de comunicação - responsáveis pelo gerenciamento da imagem


corporativa - esse cenário trouxe, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade e um
notável desafio.

Gestão de reputação e crise 4


Por um lado, espera-se que a comunicação empresarial seja capaz de responder com
eficiência a eventuais crises de imagem, partindo de estratégias já pré-definidas, que
permitam ações rápidas para evitar danos maiores à companhia.

Da mesma forma, as áreas de Relações Públicas são cobradas para identificar


e aproveitar oportunidades de expor a marca de forma positiva junto aos
seus públicos de interesse. Cabe dizer que hoje, todo esse trabalho passa,
necessariamente, pela análise de dados, que se tornou uma competência
fundamental para profissionais da área.

Apesar de desafiador, esse novo contexto joga os holofotes sobre os times de RP,
que têm à sua frente a possibilidade de comprovar todo seu impacto e relevância
para o negócio. Trata-se de uma oportunidade única de mostrar que a comunicação
corporativa é estratégica e pode gerar resultados concretos - como aumento de
vendas e de receita.

Graças às tecnologias baseadas em dados, hoje os profissionais da área têm


conseguido demonstrar o valor do seu trabalho e o retorno gerado para a empresa.
Por isso, nesse eBook vamos abordar como você pode se apoiar nos dados para:

Comprovar o valor da reputação para o negócio;


Usar métricas precisas e modernas de mensuração da reputação;
Tomar decisões e dar respostas rápidas diante de crises de imagem.

Boa leitura!

Gestão de reputação e crise 5


Como a gestão
de reputação gera
valor para o negócio
Como a gestão de reputação gera valor para o negócio

Existe uma forte ligação entre a melhora da


reputação de marca na mídia e o aumento
nas vendas.

A área de comunicação da maior parte das empresas se acostumou a lidar com


processos e indicadores de eficiência mais táticos do que estratégicos.

Com isso, existe uma dificuldade de mensurar o impacto das suas ações em outras
áreas internas ou no resultado do negócio como um todo. Mas esse é um modo
antigo, e ultrapassado, de enxergar o trabalho de relações públicas.

No mundo de hoje não há mais razão para que seja assim. Existe uma correlação
entre comunicação e vendas, e isso tem sido cada vez mais percebido por meio da
análise de dados.

Há dois exemplos muito claros dessa associação:

O primeiro, tem a ver com a reputação da marca, ou seja, como ela é


vista pelo ambiente externo – fundamental para seu valor de mercado.

O segundo diz respeito à importância da comunicação para que a


empresa avalie estratégias de produto e de oferta, tornando-os cada
vez mais orientados às necessidades e demandas do seu público.

Ao longo do capítulo, traremos alguns exemplos práticos para analisarmos esses


dois aspectos.

Gestão de reputação e crise 7


1. A reputação cada vez mais decisiva para o valor
de mercado

Função primordial da área de comunicação, a gestão de reputação pode impulsionar


ganhos financeiros significativos, especialmente quando baseada em dados.

No caso das empresas de capital aberto é possível entender claramente o peso que
o valor da imagem corporativa tem nos resultados concretos dos negócios. Marcas
com ações na bolsa têm sua reputação diretamente ligada ao que os investidores
entendem como ameaça para os negócios.

Por exemplo: é comum que empresas investigadas pela Operação Lava-


Jato tenham que se posicionar a todo momento em relação às delações ou
investigações do MP e da Polícia Federal.

Esses posicionamentos muitas vezes fazem com que os analistas do mercado


financeiro os encarem como fato relevante, com impacto positivo na bolsa.

Em certos casos, a própria assessoria de imprensa e a área de relações públicas, em


um trabalho de gestão de reputação, decidem se antecipar a um possível escândalo
e proativamente divulgam para a imprensa acordos de leniência ou delações de seus
executivos.

Outro exemplo curioso: recentemente, no dia em


que uma empresa divulgou seu acordo de leniência,
as suas ações na bolsa subiram 8%, registrando o
maior ganho no Ibovespa.

É um exemplo flagrante de como a reação antecipada a uma potencial crise


pode reverter seus efeitos e trazer ganhos em reputação. E note que todos esses
fatos só ganham repercussão por conta da imprensa e do trabalho da área de
comunicação.

Gestão de reputação e crise 8


Tendo em vista a associação entre a imagem corporativa e o valor de mercado
de uma marca, não é de surpreender que as grandes companhias estejam
modernizando seus processos de comunicação para torná-los data driven.

2. A comunicação como direcionador de produtos


ou serviços

A percepção de um jornalista ao avaliar um produto ou serviço afeta as vendas.


Vamos ao caso do setor automobilístico. Nessa indústria, a cobertura da imprensa é
muito pulverizada e com foco enorme nos reviews e avaliações dos produtos.

Independentemente dos releases que a assessoria produz junto à área de


comunicação, o jornalista, após realizar seu test drive, faz comparações com os
modelos dos concorrentes ou até mesmo escreve sobre as percepções dele como
expert no setor.

Há seis anos, a revista Exame repercutiu uma pesquisa realizada pela Draft FCB que
apontava os brasileiros como os que mais verificavam informações disponíveis sobre
uma marca antes de decidir pela compra de um produto ou serviço. E mais:

49% dos entrevistados entendem a reputação como o item de maior


peso para a tomada de decisão;

36% se enquadram no perfil passivo (aqueles que apenas reagem às


informações que recebem ou optam por marcas conhecidas);

Em comparação, 35% dos americanos e 22% dos alemães colocaram


a reputação em primeiro lugar;

Gestão de reputação e crise 9


Se retomamos os exemplos da indústria automobilística, esses consumidores vão
buscar as informações nos portais especializados, jornais, revistas e influenciadores
dedicados ao assunto.

Além disso, há o fato de que as pessoas acreditam mais no que os outros falam de
determinado produto do que na fala da própria marca. Isso reforça a tese de que
uma divulgação espontânea na imprensa tende a ter maior impacto na decisão de
compra do que uma ação de marketing.

Num estudo realizado internamente pela Cortex, observou-se que as três maiores
montadoras brasileiras também lideraram a reputação na mídia. Ou seja, há uma
correlação entre os dados de comunicação e resultados financeiros que pouco é
percebida pelas diferentes áreas da empresa.

Se detalharmos algumas ações realizadas pela comunicação, podemos destacar a


capacidade de dar feedback à áreas de produto. Indicando, por exemplo, quais
são os aspectos do produto que tiveram melhor aceitação e quais os que contêm
“falhas”, na percepção dos influenciadores da marca.

Vamos aos exemplos

Vamos supor que os jornalistas critiquem o motor ou design de um carro. Esta


informação pode servir de input para a área de produto rever aqueles aspectos do
modelo em questão.

Retornando ao primeiro aspecto citado – a gestão de reputação – imaginemos que


haja necessidade de recall de um produto. Se a área de comunicação tem uma
ação proativa, enviando um comunicado para as diferentes mídias, pode gerar um
impacto positivo na reputação. Logo, um ganho no valor da marca.

Gestão de reputação e crise 10


Esses dois casos explicitam o potencial que a área de relações públicas tem para
alavancar resultados concretos para as empresas. Em ambas as situações, há um
fator fundamental para que esse trabalho seja eficaz e essa relação positiva: o uso
de análise de dados para medir e gerenciar ações nas mídias espontâneas.

Gestão de reputação e crise 11


Takeaways
A área de comunicação pode alavancar de forma concreta os resultados das
empresas e utilizar dados é a maneira moderna de mensurar esse impacto;

A gestão de reputação é uma função-chave da comunicação e tem potencial


para aumentar o valor de mercado da marca. Quando bem trabalhada, pode
evitar crises, melhorar o relacionamento com o público e até mesmo ajudar no
aumento das vendas;

Sem o trabalho da comunicação, uma importante parcela de percepção


do consumidor em relação ao produto não chegaria às áreas internas
responsáveis pela oferta. Essa lacuna poderia causar uma queda nas vendas
ou perda de clientes para eventuais concorrentes. Ciência de dados e big
data podem ser instrumentos poderosos para captar de forma mais eficiente
essas impressões do público.
Como medir a
reputação da marca?
Como medir a reputação da marca?

Era dos dados tornou ainda mais desafiador


mensurar a reputação das marcas.

A utilização de dados para sustentar o trabalho de Relações Públicas – o que passa


por medir a reputação da marca – tem sido um grande desafio para a área.

Mas, na era dos dados, empresas que não conseguirem responder a essa questão
tendem a perder espaço para os concorrentes.

Não é por acaso que 60% dos gestores de RP entendem que a complexidade do
mundo é o principal desafio que enfrentam no dia a dia de trabalho, como revelou
uma pesquisa recente da Aberje.

E uma das perguntas que precisam responder frequentemente é: “Afinal, como


tangibilizar, em números, algo tão abstrato quanto a reputação?”

Evolução da Mensuração

Esse questionamento surge e ganha uma nova relevância em função das mudanças
na comunicação nos últimos anos.

Com a chegada do digital, e a emergência de novos canais e mídias, a modernização


das métricas se tornou fundamental para fazer uma análise correta e precisa de
reputação.

Gestão de reputação e crise 14


Atualmente no mercado são usados alguns métodos tradicionais. Como:

Percentual de sentimento das matérias e posts;


Equivalência comercial;
Pontuação de matérias.

A grande questão com esses métodos mais tradicionais é que eles possuem alguns
problemas conceituais. Isso porque utilizam parâmetros de avaliação de notícia que
são fundamentados em critérios como, por exemplo, notas pré-definidas.

Assim, o conteúdo, independentemente do nível de maturidade de cada área de


comunicação ou da sua estratégia, tem que ser adaptado a esses critérios.

Há também outros métodos mais avançados, baseados em:

Alcance de matérias;
Modelagem e regressão de indicadores financeiros;
Correlação de indicadores financeiros versus indicadores de reputação;
Opinião de stakeholders.

Inteligência de dados na mensuração

Atualmente algumas áreas de comunicação mais modernas utilizam inteligência de


dados para embasar suas métricas.

Dessa forma, é possível medir a reputação da marca a partir da análise do impacto


de cada matéria que repercute a empresa, considerando o alcance de um ou mais
veículos, independentemente da plataforma de mídia.

Gestão de reputação e crise 15


A classificação de publicações identifica o que foi falado a respeito da marca na
matéria, de que forma, e o que destacaram.

Outra métrica moderna é o Índice de Promoção da Marca, que vai além de medir
a visibilidade da marca na mídia, pois analisa o percentual de exposição positiva,
negativa ou neutra. Seria equivalente ao Net Promoter Score (NPS) utilizado
pela publicidade.

Gestão de reputação e crise 16


Equívocos da mensuração

Apesar de já existirem métricas modernas à disposição das áreas de RP, tangibilizar o


desempenho da gestão de reputação no cenário atual permanece sendo um desafio
para as empresas que ainda não estão atualizadas ao uso de dados na comunicação.
Geralmente elas cometem erros que acabam distorcendo resultados da análise de
reputação da marca. Vamos listar alguns desses equívocos:

Não falar uma linguagem de negócios

Quem trabalha com comunicação sabe muito bem os retornos que uma área de
relações públicas bem estruturada pode gerar para a empresa. E sabe, também, o
quão difícil é quando não se consegue demonstrar isso para os outros setores ou
para os altos executivos da companhia.

Afinal, como uma valoração obtida por meio da mensuração em reputação pode ir
para um balanço financeiro?

Se a área não consegue mostrar resultados concretos, está sujeita a ser vista como
menos importante do que outras, ou até mesmo como dispensável.
O pior é quando essa crença sobre o trabalho de comunicação vem à tona em
momentos de crise financeira, e o departamento de relações públicas perde
orçamento ou espaço na empresa.

Por ser fundamentada de forma muito conceitual e trabalhar com valores abstratos,
a grande dificuldade da comunicação nos últimos anos tem sido tornar esses
conceitos palpáveis, e traduzi-los para uma linguagem de negócios. Por isso é tão
importante que as entregas em comunicação sejam de fácil compreensão e uso de
diversos setores.
Padronização de métricas

Para as agências que prestam serviço de relações públicas, um erro bem comum é
padronizar as métricas de medição para todos os clientes, fazendo-os se encaixar nos seus
métodos já pré-estabelecidos. Nem sempre isso condiz com o que a empresa precisa.

Consequentemente, faz com que a relação entre cliente e agência fique desgastada, pois
as entregas não são eficazes em relatar o status real da reputação da empresa.

Não conhecer os objetivos da empresa

É de suma importância que haja um bom entendimento de onde a empresa quer chegar a
partir das entregas geradas pela comunicação.

Conhecer essas metas e, principalmente, o setor em que a empresa está inserida é


primordial. Nem sempre o objetivo é identificar se a marca está com boa reputação
apenas. Às vezes seu interesse é descobrir como está seu desempenho em determinados
setores. Por exemplo: se ela é referência em inovação, em sustentabilidade, etc.

Outro problema de não entender o objetivo da empresa é desvalorizar os grupos de


comunicadores que interessam para a mesma. Pode ser arriscado usar um método de
avaliação que dê o mesmo peso para veículos com alcances e públicos-alvo diferentes.

Imagine, por exemplo, um portal regional, de uma cidade do interior de São Paulo,
entrando no mesmo método de avaliação que um site de alcance nacional. Ou, ainda,
o perfil em uma rede social de algum influenciador na mesma avaliação de um veículo
especializado.

Parece uma avaliação injusta, certo? Principalmente se tiver em mente que todos esses
veículos alcançarão números e públicos distintos.
Takeaways
Mensurar a reputação deixou de ser diferencial. Na era dos dados, em que há um
enorme volume de informações surgindo a todo momento, a mensuração em tempo
real se tornou algo primordial.

A imagem é o carro-chefe de muitas companhias, mais até que os produtos


oferecidos pela mesma.

A busca pelo gerenciamento e mensuração de reputação aumentou e, com isso, os


métodos também precisam estar atualizados. O processo realmente é complexo,
mas as entregas precisam ser claras e tangíveis.

Além disso, nem todo mundo tem a mesma base de entendimento dos profissionais
de comunicação.

Logo, a informações da área precisam ser compreensíveis para os demais


departamentos da empresa.

Para isso é preciso fundamentá-las em algo que já está intrínseco na linguagem de


negócios (já que é esse setor o seu público-alvo), e o caminho mais seguro é embasá-
las em dados.
Gerenciamento de
crise como estratégia
vital para a marca
Gerenciamento de crise como estratégia vital para a marca

Hoje, a reputação de uma organização é bem


menos estática e mais suscetível a sofrer
abalos bruscos, repentinos e, em alguns casos,
avassaladores.

Nunca se deu tanta importância ao gerenciamento de crise de imagem como nos


dias de hoje.

A velocidade na transmissão de informações e o grande poder de influência daquilo


que é veiculado em mídias sociais fizeram com que a reputação das empresas se
tornasse muito mais vulnerável do que era até meados da década de 90.

Para piorar, o século XXI trouxe uma dinâmica de mercado marcada por extrema
competitividade, grande similaridade entre produtos concorrentes (por força do
barateamento da tecnologia) e um público consumidor cada vez mais exigente.

A reunião desses fatores ampliou exponencialmente o poder da imagem sobre os


resultados de uma organização.

Assim, a reputação corporativa passou a ser fundamental no cenário econômico


atual e o gerenciamento de crises de imagem cada vez mais indispensável.

O que é uma crise de imagem?

Ela pode ser qualquer “mácula” disseminada ao grande público que seja capaz de
desconstruir a credibilidade de uma marca ou as virtudes de uma empresa.

Gestão de reputação e crise 21


Dito isso, um bom gerenciamento de crise deve:

Refletir sobre todos possíveis motivos que provocam uma crise –


conhecer esses motivos ajuda a pensar em meios de evitá-los;

Ter ciência de todos os danos que uma crise de imagem pode causar
para uma marca – entender a gravidade de um problema gera senso de
urgência para evitar ou resolvê-lo;

Vejamos esse pontos em mais detalhes a seguir.

Ruídos de comunicação – se sua empresa tem múltiplas vozes, possíveis


diferenças nas visões sobre os rumos da empresa podem confundir seus
stakeholders e deteriorar a confiança do mercado em sua organização.
Esse ruídos acontecem com frequência quando a comunicação
empresarial não é padronizada;

Difusão de mensagens negativas – divulgações frenéticas de


denúncias e reclamações em texto, fotos e vídeos na web, sem que
medidas adequadas tenham sido tomadas para evitar ou contorná-
los adequadamente. Problemas com gerenciamento de redes sociais
geralmente pioram esse cenário;

Péssimas condições de trabalho/desrespeito aos colaboradores – uma


empresa que trata seu capital intelectual com desprezo gera uma péssima
imagem junto ao seu consumidor (muitas vezes, de forma irreversível);

Descompromisso com questões socioambientais – responsabilidades


social e ambiental agregam valor à imagem da empresa, na mesma
proporção em que a ausência de políticas próprias que tratem desses
temas transmite uma imagem de irresponsabilidade;

Gestão de reputação e crise 22


Baixa qualidade dos produtos ou serviços oferecidos – os reiterados
defeitos de um produto ou falhas recorrentes em um serviço podem
afogar qualquer empresa nas águas turvas do descrédito. Quando a má
fama se dissemina, muitos potenciais consumidores passam a evitar a
marca. Não somente pelos prejuízos concretos que possam vir a sofrer,
mas também pela reprovação social de que podem ser vítimas por
terem optado por uma empresa mal vista;

Índice de reclamações – a lealdade dos consumidores pode ser


altamente abalada pelos comentários negativos sobre a marca na
internet. Principalmente quando os comentários são volumosos, o
efeito sobre a marca pode ser devastador. De nada adianta, portanto,
investir muitos recursos em comunicação e marketing, se a empresa
não se preocupar em neutralizar a insatisfação de seus clientes. É
altamente recomendado, então, aderir a ferramentas eletrônicas de
monitoramento para que se esteja sempre a par de tudo que sai nas
mídias tradicionais e sociais, assim como nos sites de reclamação;

Endividamento/má administração financeira – o simples rumor


sobre uma eventual fragilidade na saúde financeira de uma empresa,
principalmente quando ela é de grande porte, pode ser suficiente para
derrubar suas ações na bolsa, causando estragos comprometedores em
suas finanças e, consequentemente, em sua reputação;

Fake news – a livre disseminação de informações anônimas na internet


estimula a propagação de fake news. Propositalmente ou não, qualquer
marca pode se tornar vítima de uma notícia falsa, que pode tomar
proporções impensáveis, se não gerenciados da forma correta;

Gestão de reputação e crise 23


O que um mau gerenciamento pode causar para
sua empresa

Além do que já foi dito, a imagem de uma marca também é uma espécie de
representação cognitiva, um símbolo que se associa a determinados valores, e que é
dotado de alto poder de atração ou repulsão.

Especialistas dizem que a reputação de uma marca, por si só, não é um ativo
controlável.

Todavia, os elementos que a compõem podem sim ser gerenciados de forma a se


evitar um desgaste irreversível. E é nesse ponto que os gestores devem ficar de
olhos bem abertos.

Uma situação de crise exige muita atenção, visto que ela pode transmitir ao mercado
várias idéias deturpadas, que não condizem exatamente com os valores promovidos
interna e externamente.

As conseqüências mais comuns são perda de valor de mercado, desconfiança por


parte dos stakeholders e, por conseguinte, perda de faturamento e espaço no
segmento.

Em casos mais graves, pode determinar o fechamento de portas de uma empresa.

Gestão de reputação e crise 24


Takeaways
A marca de uma empresa é seu bem intangível mais valioso. Mas, apesar de
intangível, os elementos que a compõem podem ser perfeitamente gerenciados de
forma a se evitar que ela seja maculada.

Em casos mais extremos, uma boa gestão de crise pode evitar, inclusive, que uma
empresa encerre suas atividades.

Assim, para resguardar a imagem de uma empresa, é fundamental conhecer:

Os motivos que mais costumam provocar crises de imagem;


As conseqüências que essas crises podem trazer para uma marca.
7 dicas para preservar a imagem da sua empresa
Se uma crise de imagem já se instaurou na sua empresa, não adianta fugir, nem
fingir que nada está acontecendo.

Aliás, esses são os piores comportamentos que se pode assumir nessas horas.
As providências mais adequadas (e recomendadas), quando se busca minimizar ou
sublimar completamente os efeitos de uma crise de imagem corrente são:

1 - Acompanhar permanentemente o que estão falando sobre


sua empresa

Não seria possível falar sobre gestão de crise de imagem, sem mencionar a
importância do monitoramento do que é dito sobre a sua empresa.
Sem saber a opinião de influenciadores e da mídia, fica difícil melhorar sua
reputação, concorda?

Estar a par do que falam sobre a marca que você representa permite, sobretudo,
identificar um possível problema, antes mesmo que ele ocorra.

Assim, diretores e gerentes de comunicação e marketing devem recorrer às


ferramentas de monitoramento integrado de mídias para ter indicações antecipadas
de possíveis crises de imagem.

Essas soluções já são utilizadas pelos grandes players do mercado.


Ao gerar insights que alertam sobre crises, ajudam as equipes de comunicação a
preveni-las ou a agir para minimizar seus efeitos.
2 - Não se esconder (seja ágil)

Uma vez que boatos ou notícias sobre problemas na empresa já tenham se


espalhado de forma descontrolada pela web, o mais importante é não se calar.
O velho “nada a declarar” transmite uma imagem de consentimento, arrogância e
indiferença em relação ao seu público.

Manifeste-se, não importa o que tenha acontecido. E, sobretudo, seja rápido..

3 - Ser honesto e transparente

A sinceridade é capaz de conquistar (ou “reconquistar”) a confiança do seu público.


Mostre que a empresa está ciente de suas falhas, que compreende a insatisfação
dos clientes e está aberta para solucionar todos os problemas que a envolvem.

Isso mostra humildade e humaniza a marca, aspectos essenciais para aproximá-la


novamente de seu público.

4 - Elaborar um plano de gerenciamento de crise de imagem

Essa poderia perfeitamente ser a primeira das recomendações.

Isso porque um plano de controle da imagem institucional deve ser construído antes
mesmo de haver qualquer foco de incêndio em sua empresa.
5 - Montar um time de gestão

Essa equipe deve ser multidisciplinar. Dependendo da estrutura interna de cada


empresa, pode ser composta de: gerente de marketing, gerente de comunicação,
CIO’s (diretores da área de tecnologia), representantes comerciais e colaboradores
ligados a CRM.

Essa equipe pode também ser fragmentada em duas partes: uma para solucionar
a crise e outra focada na execução de um plano de comunicação previamente
elaborado.

6 - Comunicar-se individualmente com cada cliente insatisfeito

Muitos clientes, ainda que não tenham seu problema integralmente resolvido, já
acabam por arrefecer a animosidade contra a empresa pela simples atenção dada
por ela ao seu problema.

Procure oferecer, então, alternativas que os contemplem e evite que se tornem


detratores da sua marca.

7- Usar o mesmo canal de comunicação que gerou a crise

A sua crise de imagem nasceu nas redes sociais? Então melhore seu gerenciamento
de redes sociais e capriche na execução de um plano que restabeleça a reputação
da empresa pelos mesmos canais através dos quais ela foi depreciada. Isso é
importante até mesmo para ter garantia de que suas ações atinjam o mesmo
público.
Traga sua estratégia de comunicação para a Era dos Dados

Monitore publicações em todas


as mídias e faça a gestão da reputação
Compare com a concorrência e comprove o ROI da comunicação

Conheça o CortexPR

Sobre a Cortex
Cortex é a plataforma líder em inteligência e
insights para marketing, comunicação e vendas no
Brasil. Com interface amigável, atende desde as
necessidades mais simples às mais sofisticadas e
possibilita análises que combinam dados externos
do mercado, monitorados automaticamente, com
dados internos da própria empresa.

Agende uma conversa

Você também pode gostar