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Introdução à Psicologia

Industrial/Organizacional
Prof.º Guilherme Almentero Marques

Descrição
Construção histórica da Psicologia Organizacional e sua efetivação
como campo científico e de atuação profissional.

Propósito
Compreender, conhecer e analisar os principais marcos históricos
internacionais e nacionais sobre a origem e evolução da Psicologia
Organizacional em termos de seu desenvolvimento, da sua inserção no
mundo do trabalho, do impacto das Grandes Guerras Mundiais, além do
entendimento de sua conformação nos tempos atuais.

Objetivos
Módulo 1

O desenvolvimento da Psicologia
Industrial/Organizacional
Analisar o recorte histórico e a origem da Psicologia Organizacional.

Módulo 2

A evolução e as transformações no mundo do


trabalho
Reconhecer a evolução do mundo do trabalho e suas características.

Módulo 3

O impacto das Grandes Guerras Mundiais para


o campo produtivo e a saúde do trabalhador
Identificar os impactos do estudo de Hawthorne e as influências das
duas Grandes Guerras Mundiais no percurso da Psicologia
Organizacional.

Módulo 4

A Psicologia Organizacional na atualidade


Analisar o cenário atual e as possibilidades da Psicologia
Organizacional contemporânea.

Introdução
O recorte histórico da Psicologia Organizacional é um aspecto
extremamente importante para analisarmos todo o seu percurso
evolutivo. Por isso, neste conteúdo, entenderemos como se
originou, como percorreu diferentes épocas e como se modelou
durante o tempo.

Veremos, também, como marcos históricos importantes e as


transformações da sociedade influenciaram o escopo de atuação
do psicólogo organizacional. Por fim, identificaremos os principais
pontos da atualidade e como a Psicologia Organizacional se situa
hoje em dia como prática profissional regulamentada.

1 - O desenvolvimento da Psicologia
Industrial/Organizacional
Ao nal deste módulo, você será capaz de analisar o recorte
histórico e a origem da Psicologia Organizacional.

Histórico da Psicologia
Industrial/Organizacional

O que é a Psicologia
Industrial/Organizacional?
A realização do homem acontece no amor e no trabalho. Quem disse isso
foi Freud. E a questão é que entre o amor e o trabalho, o homem nem
sempre dá preferência ao primeiro. Vivemos grande parte de nossas
vidas trabalhando. Nós somos o que trabalhamos.

Quando alguém nos pergunta o que somos, dizemos o nosso ofício.


Ninguém responde “sou carioca”, “sou mãe”, “sou judeu”. Somos
engenheiros, encanadores, designers, empresárias, psicólogas.

A Psicologia Organizacional entra em cena como uma área de fronteira.


Em outras palavras, permeia o inter-relacionamento entre o homem, o
trabalho e a sociedade, concentrando-se principalmente na análise e no
estudo da consciência humana, do comportamento e da subjetividade.

Dentro do campo da Psicologia Organizacional, esse estudo e objeto são


afetados por tudo que acontece nessas três fronteiras.

A Psicologia Organizacional era a chamada Psicotécnica em um primeiro


momento. Depois foi denominada como Psicologia Industrial, pois era
tratada na seleção de operários e de trabalhadores para a indústria. Mais
tarde, esse conceito foi mais bem desenvolvido para a perspectiva de
organizações e, portanto, passou a ser uma Psicologia Organizacional
como avanço e revisão da missão dessa disciplina.

Cenário internacional
O surgimento da Psicologia Organizacional está intimamente ligado ao
processo de industrialização observado entre o fim do século XIX e o
início do século XX. Época que também retrata a emancipação da própria
Psicologia como campo de estudos e respectivas aplicações.

A origem da Psicologia do Trabalho remete a alguns marcos históricos,


veja na linha do tempo a seguir.

1889 1903

Nesse ano, em Modena O psicólogo Walter Dill Scott


(Itália), foi fundado o publicou o livro que aborda a
laboratório de estudos da Psicologia da Publicidade
fadiga por Luigi Patrizi. (The Theory of Advertising).

Os dois psicólogos citados tinham uma abordagem experimental e


começavam a trilhar o caminho rumo à aplicação dos conhecimentos
elaborados em Psicologia. Especificamente em Münsterberg, identifica-se
um interesse em uma área que foi predominante durante muito tempo na
Psicologia aplicada ao trabalho. Trata-se do processo seletivo de
indivíduos e do uso de testes psicológicos, de maneira a enquadrar
melhor as pessoas aos seus respectivos cargos (ZANELLI; BASTOS,
2004).

Fotografia de Hugo Münsterberg.

Segundo Spector (2012), Hugo Münsterberg e Walter Dill Scott foram os


principais expoentes da Psicologia Organizacional nos Estados Unidos.
Por serem psicólogos experimentais, além de professores universitários,
voltaram seus estudos e pesquisas à aplicação da Psicologia aos
problemas e questões organizacionais. Münsterberg era alemão e
posteriormente emigrou para os Estados Unidos. Ele se interessou
especificamente pelo processo seletivo de funcionários e pela adoção de
novos testes psicológicos.

Entretanto, o fato de não ter conseguido o respeito dos colegas na


Universidade de Harvard foi a força que direcionou seu interesse ao novo
campo da Psicologia Industrial. É válido ressaltar que Scott
compartilhava muitos interesses com Münsterberg, além da Psicologia
na publicidade.

Outra grande influência dentro da Psicologia Organizacional foi Frederick


Winslow Taylor. Ele foi um engenheiro que investiu no desenvolvimento
de uma carreira voltada para o estudo da produtividade de funcionários
entre os séculos XIX e XX. Elaborou uma abordagem nova, que intitulou
de Administração Científica, visando à gestão de trabalhadores de linha
produtiva em fábricas de manufatura. A Administração Científica elenca
diversas premissas que embasam as práticas organizacionais. Em 1911,
Taylor trouxe as seguintes premissas:

Cada função deve ser analisada detalhadamente para dar mais


destaque à melhor forma de desempenhar as tarefas;

Os funcionários devem ser selecionados levando-se em


consideração determinados fatores relacionados ao seu
desempenho no trabalho;

Os gestores devem analisar criteriosamente os funcionários já


presentes, de maneira a desvelar quais atributos pessoais são
mais relevantes;

Os funcionários devem ser capacitados com critério para


desempenhar de forma plena as suas atividades no trabalho;

A produtividade dos funcionários precisa ser recompensada para


que sejam alcançados níveis de desempenho acima da média.

Conhecimentos úteis à Psicologia

Engenharia e Psicologia
Engenharia e Psicologia?! Como é possível essa relação?

Resposta
É plenamente possível! Os saberes se complementam no ambiente
científico. A Engenharia entra em cena para trazer uma perspectiva mais
pragmática e metodológica que dá ferramentas muito úteis à Psicologia.

E a Engenharia parou por aí?


A resposta é: não.

A Engenharia continuou a ter grande influência na maneira como o


trabalho era desenvolvido. O casal Gilbreth – Frank, engenheiro e Lilian,
psicóloga – estudou diversas maneiras pelas quais tarefas são
executadas pelos indivíduos. Eles desenvolveram o famoso “estudo do
tempo e movimento”, tentando propor formas mais eficientes de
desempenhar o trabalho. Tais estudos compõem parte vital da
perspectiva taylorista que visava ao aprimoramento e aumento da
eficiência do desempenho no trabalho, sendo um aperfeiçoamento das
próprias ideias de Taylor.

Um fato interessante é que diversos historiadores


atribuem à Lilian o primeiro título de doutora em
Psicologia Organizacional nos Estados Unidos em
1915, enquanto a maioria atribui esse mesmo título
pioneiro a Bruce V. Moore, em 1921.

Fotografia de Lillian Moller Gilbreth.

Os estudos do casal Gilbreth formaram a base do que se entenderia mais


tarde como o campo dos Fatores Humanos, visando à análise e projeção
de cenários de trabalho e tecnologias que dessem importância aos
atributos, isto é, é a tentativa de propor a tecnologia que mais se encaixe
na realidade das pessoas (ZANELLI; BASTOS, 2004; SPECTOR, 2012).

Os testes psicológicos
A entrada definitiva da Psicologia em todo o cenário que envolve o

trabalho se deu sobretudo pela utilização de testes de inteligência.


A adoção de testes para o processo seletivo de indivíduos teve início na
Primeira Guerra Mundial, por uma demanda do exército norte-americano,
que contratou, em 1917, o psicólogo Robert Yerkes – psicólogo de
Harvard – para realizar uma extensa testagem de inteligência entre os
alistados.

Yerkes ampliou sua atuação no projeto e indicou que os testes também


elencassem as aptidões de cada soldado e oficial. Era a influência
taylorista em se ter o homem adequado para o lugar adequado, uma
premissa valiosa no cenário do trabalho. Foi formada uma comissão que
desenvolveu um grupo de testes chamado Army Alpha Test, que tinha
várias formas.

Foto de Robert Yerks.

Houve, assim, a grande descoberta da Psicotécnica, isto é, a invenção


dos testes psicológicos, tentando entender a pessoa dentro do
cientificismo da época, que ditava uma Psicologia quase como uma
ciência pura que demandava uma tecnologia que sustentasse essa
posição de ciência.

Em 1927, a Psicologia faria com que os princípios tayloristas fossem


colocados à prova. Foi o ano da Experiência Hawthorne. O corpo diretivo
da fábrica Western Eletric, situado no bairro de Hawthorne, em Chicago,
nos Estados Unidos, contratou uma equipe da Universidade de Harvard
chefiada por Elton Mayo – um médico especializado em Psicopatologia
– para estabelecer se havia ligação entre a intensidade da iluminação na
linha de montagem e a produtividade dos operários. Mas a experiência
foi muito além disso. E mais do que estudar o poder das lâmpadas, Mayo
compreendeu a importância de fatores psicológicos sobre a produção,
como o reconhecimento, a valorização do trabalho e o sentimento de
grupo.

Quando o psicólogo se centrou no início da sua atividade na tarefa de


fazer seleção, ele estava fazendo um trabalho de “portaria”, mas não
sabia o que acontecia com as pessoas que entravam após a seleção. Foi
então que o psicólogo abriu seus olhos e disse:

Não é o bastante. Temos que entender o cenário


interno. Não só entender o indivíduo, como o grupo
onde ele está e o conjunto da obra que era a
própria empresa.

A década de 1950 foi marcada pelo estudo de Abraham H. Maslow


chamado de Motivation and personality, publicado em 1954. Trata-se da
famosa proposta da hierarquia das necessidades humanas. Já em 1960,
Douglas McGregor trouxe à tona uma reflexão sobre os pressupostos que
os administradores estabelecem para as pessoas com o título de Teoria X
(tradicional) e Teoria Y (emergente) dentro da obra The human side of
enterprise. Observe que a Psicologia Organizacional começa a abrir um
caminho que dá destaque às características que relacionam de forma
sistemática os indivíduos, os grupos e a própria organização como um
todo, e tem grande relevância na interpretação do comportamento
humano (ZANELLI; BASTOS, 2004).

Psicologia Organizacional no Brasil

Cenário nacional
Onde começa a história da Psicologia Organizacional no Brasil?

Primeiro é preciso que se faça uma breve retrospectiva histórica.

Durante as primeiras décadas do século XX, muitos estrangeiros


continuaram a chegar no país e se alocaram nos centros urbanos,
principalmente na cidade de São Paulo, onde os trabalhadores que
migravam do campo também começavam a se instalar, compondo a
base de mão de obra necessária para o processo de industrialização que
se iniciava.

Nesse cenário, segundo Zanelli e Bastos (2004), surge a Psicologia


aplicada ao trabalho no Brasil, associada ao caráter científico que a
Psicologia procurava no controle dos processos produtivos. O interesse
maior era o de elencar possibilidades de maior eficiência econômica, a
partir do aprimoramento das condições de trabalho do operário.

Os testes chegaram com força poucos anos depois ao Brasil. Na década


de 20 do século passado, Léon Walther – psicólogo francês e um dos
precursores da Psicotécnica – esteve no país como visitante. Henri Piéron
certo tempo depois trouxe da França diversas palestras para a Escola
Normal de São Paulo, onde apresentou um curso sobre testes
psicológicos. Essa escola dispunha de um laboratório de pedagogia
experimental, na época dirigido por Ugo Pizzoli, um psicólogo oriundo da
Itália.

Fotografia do edifício Caetano de Campos, sede da primeira escola nomal de São Paulo.

Veja na linha do tempo alguns marcos históricos relevantes para os


testes psicológicos no Brasil.

1924

O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo começa a aplicar


testes em 1924. A psicotécnica foi conquistando espaço
de maneira significativa, ganhando notoriedade como um
relevante campo profissional para o psicólogo até os dias
de hoje.

1925

Em 1925, no Recife, houve a fundação do Instituto de


Psicologia de Pernambuco por Ulysses Pernambuco

(neurologista e psiquiatra).
1929

Em 1929, o instituto passou a ser chamado de Instituto de


Seleção e Orientação Profissional de Pernambuco, sendo
reconhecido por inúmeras pesquisas aplicadas
desenvolvidas na área.

1930

Em 1930, surge o Instituto de Organização Racional do


Trabalho (IDORT), marco histórico que destaca a
centralização das discussões do projeto industrial para o
Brasil, além das discussões sobre as propostas de
educação profissional, sob a perspectiva de formação do
novo trabalhador para uma indústria em pleno
desenvolvimento. O IDORT teve papel fundamental na
difusão das aplicações da Psicologia ao trabalho no Brasil
(ZANELLI; BASTOS, 2004).

1948

Em 1948, Léon Walther retornou para dar aulas no


departamento de Pedagogia e Orientação Profissional do
SENAC do Rio de Janeiro. Pierre Weil, seu assistente, o
acompanhou nessa missão e se tornou um dos principais
expoentes da Psicologia no Brasil. Seu trabalho tinha
como bandeira a validação da profissão de psicólogo,
tendo realizado um trabalho inovador no Banco da
Lavoura de Minas Gerais. Além disso, esteve à frente da
criação do primeiro teste genuinamente brasileiro
chamado INV (Teste de Inteligência Não Verbal).

Psicologia e pro ssão


A Psicologia era uma jovem ciência na primeira metade do século XX e
passou a ser notada entre os campos de conhecimento que sustentavam
e legitimavam os métodos administrativos e suas respectivas práticas. A
profissão foi reconhecida legalmente em 1960 e já contava com um
campo de atuação aplicado ao trabalho consolidado (ZANELLI; BASTOS,
2004).

Durante muitos anos, a Psicologia caminhou entre esses dois lados: a


psicotécnica e o trabalho no interior das organizações ligado à gestão
dos recursos humanos. Já na década de 1980, ocorre o processo de
redemocratização na nova constituição e no fortalecimento dos
movimentos sociais no Brasil. A organização dos trabalhadores desvelou
o cenário que envolvia a saúde do trabalhador. A Psicologia acabou por
encontrar um novo espaço de análise, reflexão e atuação.

No começo da década de 1980, configurou-se o que veio a ser a política


de saúde do trabalhador no Brasil, articulada com o movimento social.
Não à toa, nessa época de abertura política, ocorreu a conformação da
proposição de que era possível um diálogo muito estreito entre
movimentos sociais e Estado. As questões de saúde do trabalhador
vieram a ser identificadas como algo que deveria fazer parte da agenda
desses movimentos.

As atividades do psicólogo no Brasil até as décadas intermediárias do


século XX tiveram foco no processo seletivo de indivíduos. As atividades
não ultrapassam os limites de recrutamento, seleção, treinamento,
análise ocupacional e avaliação de desempenho. As décadas seguintes
tiveram a característica básica de importação tecnológica de diversas
tendências e modismos administrativos. O cenário era marcado pelo
aumento progressivo da concorrência, ao passo que a informática
passava a crescer e dominar progressivamente as práticas de gestão,
influenciando diretamente as trocas comerciais, a propagação do
conhecimento e obviamente as relações de trabalho.


Origem da Psicologia
Industrial/Organizacional
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre a perspectiva histórica da
Psicologia Industrial/Organizacional, com destaque para os cenários que
contribuíram para o seu surgimento. Vamos lá!


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Engenharia e Psicologia

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Os testes psicológicos

Todos

 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 


Módulo 1 - Video

Origem da Psicologia
Industrial/Organizacional

Módulo 2 - Video

A Revolução Industrial e as evoluções no


trabalho

Módulo 3 - Video

As duas Grandes Guerras Mundiais e a


ã d Pi l i O i i l

Falta pouco para atingir seus


objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

Pode-se observar, entre o fim do século XIX e início do século XX, a


emancipação da própria Psicologia como campo de estudos e
respectivas aplicações. O surgimento da Psicologia Organizacional está
intimamente ligado ao processo de

A precarização.

B testagem psicológica.

C avaliação comportamental.

D individuação.

E industrialização.

Parabéns! A alternativa E está correta.


No que tange à relação de trabalho, a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa são fundamentais para compreendermos a Psicologia
Organizacional contemporânea. Com o surgimento da industrialização, o
trabalhador começa a tornar-se empregado, o produto fruto do seu
trabalho ganha escala com as máquinas e o ritmo de produtividade da
força de trabalho.

Questão 2
A Psicologia, considerada uma jovem ciência na primeira metade do
século XX, ocupou espaço no campo do saber, particularmente com
relação aos métodos administrativos e suas respectivas práticas.
Durante muitos anos, a Psicologia caminhou entre dois lados, que são

A a Psicologia Industrial e o trabalho doméstico.

B a Psicologia Industrial e a profissão do psicólogo.

C a Psicotécnica e a administração de pessoal.

D a Psicotécnica e a gestão dos recursos humanos.

E a Psicologia Organizacional e a testagem psicológica.

Parabéns! A alternativa D está correta.


A Psicologia ganhou força no meio científico no século XX e foi
reconhecida como profissão em 1960. Ao longo de vários anos, a
Psicologia esteve entre estes dois lados: a Psicotécnica e o trabalho no
interior das organizações ligado à gestão dos recursos humanos.



2 - A evolução e as transformações
no mundo do trabalho
Ao nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a
evolução do mundo do trabalho e suas características.

Trabalho e necessidades humanas

A origem do trabalho
De onde será que se origina a palavra “trabalho”? Já parou para pensar?

Resposta
A palavra “trabalho” deriva do verbo trabalhar e tem origem no latim
tripalium, a partir da união dos componentes tri (três) e palum (madeira).
Tripalium era um mecanismo de tortura, composto por três estacas de
madeira bastantes afiadas. Era muito comum em tempos remotos, na
Europa.

Possível aparência de um tripalium.

Imagine pessoas escravizadas e pobres, que eram incapazes de pagar os


impostos. Esses indivíduos, infelizmente, sofriam tortura no tripalium,
isto é, quem era destituído de posses e trabalhava, sofria. Essa
concepção foi ampliada e não se restringiu à tortura literal, ou seja,
passou a ser entendida como atividades físicas produtivas realizadas por
trabalhadores que, em geral, eram camponeses, artesões, agricultores,
pedreiros etc. O termo ultrapassou os limites do latim até chegar ao
francês como travailler. Significa basicamente sentir dor ou sofrer. O
tempo fez com que a palavra fosse interpretada como fazer uma
atividade exaustiva ou difícil, dura.

Mas será que necessariamente o trabalho deve ser


ligado ao sofrimento?

Existem várias situações e contextos de interpretação do trabalho. O


trabalho é um objeto de atribuição diversa e de definição ou interpretação
dúbia. Veja, muitos falam do trabalho com orgulho. Já outros reclamam
das circunstâncias de trabalho. Alguns ainda sonham em não precisar
trabalhar e outros em se aposentar e mudar o tipo de trabalho.

O signi cado do trabalho


A Psicologia tem diversas linhas de pesquisa que abordam exatamente
os inúmeros significados do trabalho e suas respectivas contradições.
Isso se torna ainda mais complexo quando entram em cena outros
aspectos, como as relações de poder dentro das organizações,
distinguindo o trabalho de um subordinado, de um chefe e dos

proprietários, por exemplo. É possível abordar ainda a natureza do que se


faz, a forma de contrato de trabalho, a formalidade ou informalidade do
trabalho, o nível de complexidade do trabalho, os tipos de remuneração,
entre outros elementos que tornam a análise do trabalho extensa e
densa.

O trabalho não pode ser separado da condição humana. Trata-se de uma


ação que consolida uma relação imprescindível entre homem e natureza,
e da própria sociedade e a natureza. A origem do trabalho está
intimamente ligada às chamadas necessidades naturais, ou seja, fome,
sede, seguindo as condições históricas e sociais de cada indivíduo. Isso
quer dizer que o trabalho depende do acesso que cada pessoa tem à
tecnologia, aos recursos naturais, ao conhecimento, ao saber. Além disso,
envolve a sua posição em uma estrutura social, as suas condições de
execução de tarefa, o controle que tem sobre o seu próprio trabalho, as
ideias, a cultura, entre inúmeros aspectos, de acordo com Zanelli e Bastos
(2004).

Pode-se falar de trabalho humano desde as épocas mais remotas do


percurso dos seres humanos no mundo, considerando os caçadores e
coletores, a agricultura primária (Oriente Médio, China e África), a
escravidão das civilizações antigas, além da servidão da Idade Média.
Havia aqui uma ideologia do trabalho mais restrita, isto é, o trabalho era
reduzido às atividades mais pesadas e braçais, sendo executado por
pessoas escravizadas e considerado, muitas vezes, como um fenômeno
natural. Era impossível que um indivíduo escravizado fosse considerado
apto a descobertas e saberes, devendo necessariamente estar voltado
para atividades que fizessem uso de sua força corporal.

De acordo com Zanelli e Bastos (2004), durante a Idade Média muitas


mudanças foram acontecendo na economia e estrutura das sociedades,
fazendo com que diversas ideias relacionadas ao trabalho se tornassem
inadequadas. Com o surgimento do capitalismo, esse processo de
mudança se tonou mais notório e palpável, a partir de dois fatos que
marcam a emergência da produção capitalista: a ocupação de um
imenso número de operários de um mesmo capital individual, fornecendo
produtos em grande quantidade; e a anulação das diferenças individuais,
fazendo com que o capitalista passasse a lidar com uma espécie de
operário médio, homogêneo.

Revolução Industrial e trabalho

O contexto na Revolução Industrial


Revolução nada mais é que uma transformação brusca. E onde tudo
começou?

A vanguarda inglesa foi o catalisador que tornou a Inglaterra uma grande


potência mundial. Na Inglaterra, ocorreu a invenção da máquina a vapor,
o marco histórico essencial que propiciou o crescimento exponencial da
indústria e determinou a primeira fase desse processo.

Isso só foi possível por conta de dois fatores fundamentais:

1º fator
O primeiro envolve a emancipação da burguesia inglesa, que usou a
riqueza para sua própria ascenção, atingindo o poderio político no século
XVIII, levando o Estado a adotar diversas medidas, que beneficiaram o
desenvolvimento industrial.

2º fator
É o fato de os ingleses terem passado séculos acumulando riquezas com
várias atividades, como negócios internacionais, contrabando de pessoas
escravizadas, cercamento de terras, além do corso (prática de roubo de
navios de outros países em nome do Estado).

Todo esse montante de capital acumulado no tempo foi investido


diretamente na indústria.

E de onde veio a mão de obra que compôs esse


processo?

Da relação entre os dois polos da produção trabalho X capital, operários e


burgueses. A burguesia tinha a seu dispor algumas vantagens naquela
época em parte devido às revoluções inglesas do século XVIII, que
concederam poder para a classe no parlamento, limitando até a
abrangência de atuação da aristocracia e da realeza. A burguesia inglesa
era a mais poderosa do mundo, governando seu país e sendo uma
exceção aos regimes aristocráticos da própria Europa.

A expansão da Revolução Industrial se deu em três fases, veja na linha


do tempo a seguir.

Primeira Fase

Meados do século XVIII e início do século XIX

Estendeu-se desde a Inglaterra, atingindo a França e tendo


o carvão como o principal combustível.

Segunda Fase

Final do século XIX

As máquinas se espalharam pelo resto da Europa, dos


Estados Unidos e do Japão, sendo o principal combustível
o petróleo. Além disso, era o começo da utilização dos
motores à combustão. Inclusive, o neocolonialismo ou
imperialismo que marcava o domínio das potências
capitalistas sobre regiões mais atrasadas do globo a partir
do progresso econômico e militar foi propiciado por essa
fase da Revolução Industrial. A independência desses
países só começaria a acontecer depois da Segunda
Guerra Mundial.

Terceira Fase

Século XX, m da Segunda Guerra Mundial

A revolução se expandiu para outras regiões do mundo,


trazendo tecnologias abrangentes e populares que ainda
fazem parte de nosso dia a dia. Aliás, muitas coisas
presentes no cotidiano e no estilo de vida das pessoas,
atualmente, são consequências diretas dessa revolução,
que começou no século XVIII.

A grande importância da industrialização foi fazer com que os métodos


de produção ganhassem maior eficiência que os já existentes naquele
tempo. Passou-se a se produzir muito mais em intervalos de tempo
menores e com maiores índices de qualidade. As mercadorias ficaram
mais baratas por estarem sendo produzidas mais rapidamente, o que
também estimulou o consumo, principalmente, a partir da terceira etapa
da Revolução Industrial.

O contexto do trabalho
E o que todo esse processo de revolução aumentou?

Resposta
Ele amplificou a evolução bagunçada das cidades, a poluição ambiental
em uma amplitude global, trazendo ameaças ao futuro da própria
humanidade.

Atualmente, passamos pela quarta fase da Revolução Industrial, também


conhecida como “Indústria 4.0”. Não possui uma data específica de início
nem de término. Trata-se de um processo pelo qual o mundo passa nos
dias de hoje. Esse cenário torna mais difícil o processo de análise, uma
vez que o processo está em curso, isto é, é possível ver o que está
acontecendo e fazer especulações sobre o futuro.

Fato é que essa Indústria 4.0 está intimamente ligada à chamada


“Inteligência das Coisas”, também conhecida como IA (Inteligência
Artificial).

A terceira etapa da revolução é marcada pela automação e pela


robotização. Entretanto, esses robôs não eram inteligentes, isto é, robôs
que não conseguem tomar decisões, por exemplo, que respondem a
comandos de seres humanos. Essa fase vai envolver o autocomando.

Autocomando? Veja no exemplo a seguir.

Exemplo
As indústrias podem monitorar de forma autônoma se algo falta em seu
estoque e requisitar automaticamente para um fornecedor encaminhar o
item. Além disso, começam a ter a capacidade de resolver problemas.
Imagine que uma máquina quebra. Um robô passa a ter a capacidade de
promover a manutenção da máquina.


A Revolução Industrial e as evoluções
no trabalho
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre o marco histórico da Revolução
Industrial, com destaque para as evoluções no contexto do trabalho.
Vamos lá!


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

A origem do trabalho

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

O signi cado do trabalho

Todos

 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 


Módulo 1 - Video

Origem da Psicologia
Industrial/Organizacional

Módulo 2 - Video

A Revolução Industrial e as evoluções no


trabalho

Módulo 3 - Video

As duas Grandes Guerras Mundiais e a


ã d Pi l i O i i l

Falta pouco para atingir seus


objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Qual a origem da palavra “trabalho”?

Deriva do verbo trabalhar e tem origem no latim tripalium,


A um instrumento de tortura, constituído de três estacas de
madeira bastante afiadas.

B Tem origem no regime escravocrata.

C Tem a mesma origem da palavra emprego.

D Sua origem remete à noção de prazer e satisfação.

E Origina-se durante a Primeira Guerra Mundial.

Parabéns! A alternativa A está correta.


A origem da palavra trabalho sugere sofrimento, uma vez que a
etimologia da palavra deriva de tripalium, que era um objeto de tortura.
Era bem comum em tempos remotos na Europa.

Questão 2

Vivemos na era digital, na qual as relações de trabalho, a melhoria da


eficiência e a produtividade dos processos são influenciadas por
tecnologias para automação, troca de dados, sistemas ciberfísicos,
Internet das Coisas e Computação em Nuvem. Esse é o foco da Quarta
Revolução Industrial, também conhecida como

A inteligência artificial.

B mundo VUCA.
C gestão de processos de negócios.

D automatização.

E indústria 4.0.

Parabéns! A alternativa E está correta.


Atualmente, passamos pela quarta fase da Revolução Industrial, também
conhecida como “Indústria 4.0”, que engloba um amplo sistema de
tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial e robótica, que estão
mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e
no mundo.



3 - O impacto das Grandes Guerras


Mundiais para o campo produtivo e a
saúde do trabalhador
Ao nal deste módulo, você será capaz de identi car os
impactos do estudo de Hawthorne e as in uências das duas
Grandes Guerras Mundiais no percurso da Psicologia
Organizacional.

Marcos históricos

Primeira Guerra Mundial

Mulheres trabalhando nas fábricas de munição durante a guerra.

O marco histórico de utilização da Psicologia Organizacional para


esforços de guerra se deu na Primeira Guerra Mundial no Reino Unido e
Estados Unidos. No Reino Unido, a Psicologia Organizacional teve seu
início em 1915, a partir da criação do Health of Munitions Committee
(HMC), que representava o comitê de saúde dos trabalhadores de
fábricas de munição e equipamentos bélicos. Era uma instituição que
tinha o objetivo de dedicar-se a aspectos relacionados à saúde,
segurança e produtividade dos trabalhadores, uma vez que o ritmo
produtivo era muito alto, por causa das altas demandas de guerra.

Paralelamente a esse cenário, vários psicólogos organizacionais


ofereceram seus serviços ao exército com o acesso inicial dos Estados
Unidos na guerra, em 1917. Tal processo foi motivado por Robert Yerkes,
sendo a maior e mais notória contribuição da equipe o desenvolvimento
de testes de competência mental, aplicados aos grupos denominados
Army Alpha e Army Beta, aproveitando uma das maiores dificuldades do
exército que era a de alocar novos recrutas às atribuições mais aderentes
às suas respectivas habilidades.

Fotocópia do teste para o grupo Army Alpha.

Analisados os resultados do teste, descobriu-se que mais de um quarto


dos recrutas eram analfabetos e incapazes de fazê-lo. Assim, outro teste,
o Army Beta, foi desenvolvido para tentar recrutar analfabetos. Os novos
testes sugeriam uma forma mais eficiente de resolver esse problema do
exército norte-americano e representavam a primeira e notória aplicação
abrangente e relevante de testes psicológicos para posicionar pessoas
em um tipo de trabalho peculiar e característico. Esses testes formaram a
base fundamental para os testes em massa, comumente aplicados em
contextos educacionais e de trabalho desde essa época (SPECTOR,
2012).

O período entre guerras


As décadas que se passaram entre as duas Guerras Mundiais foram um
período marcado pela expansão significativa da Psicologia
Organizacional, consolidando a maioria das áreas hoje conhecidas. As
organizações apresentaram crescimento e, assim, viram a necessidade
de trazer psicólogos organizacionais com o objetivo de trabalhar com
diversas questões que envolviam seus funcionários, principalmente
ligadas à produtividade nos Estados Unidos. Além disso, inúmeras
pesquisas com temáticas relacionadas à Psicologia Organizacional são
realizadas com maior frequência.

O ano de 1921 marca alguns pontos históricos importantes nesse


contexto. O psicólogo Charles Myers cofunda o National Institute of
Industrial Psychology (NIIP), visando à melhoria da eficiência e condições
de trabalho dos funcionários no Reino Unido. O foco era o bem-estar do
trabalhador, dando continuidade ao trabalho do Health of Munitions
Committee (HMC) e caracterizando a Psicologia Organizacional não
apenas na Grã-Bretanha, como na Europa, dentro do desenvolvimento
inicial dessa área de conhecimento. Ainda naquele ano, a Penn State
University chancelou o que é considerado por muitos como o primeiro
doutorado norte-americano nesse campo – chamado de Psicologia
Industrial na época – a Bruce V. Moore. Ocorre uma organização de
psicólogos organizacionais em diversas empresas de consultoria, sendo
a mais famosa delas a Psychological Corporation, fundada ainda em
1921, por James Mckeen Cattel, nos Estados Unidos, sendo hoje
chamada de Harcourt Assessment (SPECTOR, 2012).
Fotografia de James McKeen Cattell.

O subcampo de testagem de pessoal cresceu rapidamente, porém, retraiu-


se quando os resultados não satisfizeram às expectativas dos
administradores. Diversas organizações que já aplicavam testes
psicológicos no final da guerra deixaram de lado a prática certo tempo
depois. Outros e novos tipos de testes surgiram no período. Vale destacar
os testes de interesse vocacional, por exemplo.

Estudos e contribuições importantes

Criação de departamentos de pessoal


Outro importante marco foi a criação de departamentos de pessoal,
fazendo com que as empresas recorressem aos psicólogos
organizacionais para suportarem a elevação dos níveis de eficiência e
bem-estar dos trabalhadores.

Atenção!

É importante destacar que nem todas as organizações procuraram


melhorar o bem-estar dos trabalhadores por motivos nobres. Na verdade,
a crença era de que a melhoria do moral tornaria os trabalhadores menos
vulneráveis à atração dos sindicatos, que começavam a crescer no
período pós-guerra.

Esse período, segundo Spector (2012), ainda teve um marco histórico


importante voltado para os estudos de Hawthorne, que foram conduzidos
durante mais uma década na Western Eletric Company nos Estados
Unidos. Previamente aos estudos de Hawthorne, os psicólogos
organizacionais dos Estados Unidos se concentravam em temas de
produtividade laboral e eficiência organizacional, incluindo a respectiva
avaliação de aptidões dos funcionários e a modelagem eficiente do
trabalho. Embora os pesquisadores de Hawthorne estivessem inclinados
a estudar tais tópicos, eles não demoraram a concordar com seus pares
britânicos em como é difícil desmembrar a produtividade das questões
sociais da vida organizacional. Os estudos passaram, então, a dar
atenção a aspectos organizacionais do ambiente de trabalho.

O psicólogo organizacional sempre lembrado em tais estudos é Elton


Mayo, o que não significa que muitos outros estiveram envolvidos em
diferentes aspectos da pesquisa.

Fotografia de Elton Mayo.

As análises de campo de Elton Mayo na Western Electric Company, que


ficaram largamente conhecidas como os estudos de Hawthorne, foram o
marco histórico das décadas de 1920 e 1930 e desvelaram a importância
de considerar os fatores sociais em um contexto de trabalho. Mayo
divulgou, em 1933, uma obra que sintetizou as descobertas desses
estudos e foi a força motriz da chamada Era das Relações Humanas, The
human problems of industrial civilization.

Estudo de Hawthorne
O mais notório e conhecido estudo de Hawthorne foi, sem dúvida, o que
investigava a interferência direta dos níveis de iluminação. Veja o estudo
a seguir.

O objetivo geral era o de identificar o patamar de


iluminação apto a aprimorar o desempenho em uma tarefa
relacionada à manufatura. Dessa forma, determinado
grupo de funcionários foi conduzido a um cômodo
especial, onde os níveis de iluminação poderiam ser
manipulados.

As luzes recebiam maior e menor intensidade de um dia


para o outro, de maneira a apurar os efeitos dessa
variação no ritmo produtivo. A surpresa foi geral entre os
pesquisadores quando descobriram durante o experimento
que os índices de produtividade se elevavam e mostravam
ter baixa relação direta com os graus de iluminação.

Segundo Spector (2012), a explicação mais difundida


sobre os resultados do experimento envolve o fato de os
funcionários saberem que participavam do experimento,
causando relativa melhoria no resultado. Esse fenômeno
foi intitulado de Efeito Hawthorne, que destacou que os
efeitos sociais podem ser mais relevantes que aspectos
físicos no desempenho dos indivíduos.

É importante destacar que os estudos de Hawthorne foram desenvolvidos


com o objetivo de reparar a característica desumanizada do trabalho
proveniente da aplicação dos métodos rigorosos, científicos e
pragmáticos da teoria de Taylor.

Portanto, no início, os estudos de Hawthorne tratavam de aspectos


relacionados à teoria da Administração Científica como os efeitos de
diferentes níveis de iluminação, incentivos salariais, ventilação e pausas
para descanso. A partir dos estudos de Mayo, passou a ocorrer um
deslocamento do foco na tarefa e na estrutura organizacional para o
destaque nas pessoas que trabalhavam nas organizações.

Segunda Guerra Mundial e


desenvolvimento da Psicologia
Organizacional

Segunda Guerra Mundial


A Segunda Guerra Mundial foi outro grande catalisador do
desenvolvimento da Psicologia Organizacional, principalmente nos
Estados Unidos e Reino Unido. Vale dizer que, embora as duas Guerras

Mundiais tenham um efeito importante na Psicologia Organizacional,


esse efeito foi diferente para cada uma delas.
Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial ajudou a formar a profissão do psicólogo


organizacional e a consolidar a aceitação social.


Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial ajudou a ampliar a profissão e aprimorá-


la, enfatizando aspectos mais amplos, para além da indústria,
também para o trabalhador.

Os psicólogos, de acordo com Spector (2012), concentravam sua


atuação, nesse período, em abranger tanto a perspectiva das pessoas
quanto o lado organizacional nessa área de conhecimento, incluindo a
seleção de recrutas, alocação deles em diversas funções, treinamento,
moral, avaliação de desempenho, desenvolvimento de equipes e
modelagem de equipamentos. Previamente à Segunda Grande Guerra, a
American Psychology Association (APA) somente se interessava pela
chamada Psicologia Experimental e rechaçava as iniciativas de atuação
prática de psicólogos organizacionais por considerá-la não científica. Por
conta da Guerra, a APA flexibiliza sua perspectiva e abre o caminho à
Psicologia Aplicada, formando a Divisão de Psicologia Industrial e
Empresarial em 1944.

Psicologia Organizacional e saúde do


trabalhador
Posteriormente à guerra, a Psicologia Organizacional continuou a se
expandir. Um bom exemplo desse movimento foi quando Arthur
Kornhauser conduziu pesquisas a respeito de como as condições de
trabalho afetariam a saúde mental e a vida pessoal dos funcionários,
sendo considerado um dos primeiros estudos norte-americanos dentro do
que hoje se denomina como Psicologia da Saúde Ocupacional.

Além disso, a divisão criada pela APA passa a se chamar Division of


Industrial and Organizational Psychology (Divisão de Psicologia
Industrial e Organizacional) em 1970, e hoje é conhecida como Society
for Industrial and Organizational Psychology (SIOP) (SPECTOR, 2012).

Atenção!
Vale destacar que a Psicologia Organizacional também passou a ser
amplamente utilizada na vida civil americana, pois a força de trabalho e
o país enfrentavam alguns desafios singulares. A economia tinha de
passar da produção da época de paz para uma acelerada produção de
guerra.

Os trabalhadores, muitos deles sem experiência de guerra, deslocaram-se


para a crescente indústria de defesa. Nesse contexto, os psicólogos
foram chamados para ajudar a reduzir o absenteísmo.

A Segunda Guerra Mundial foi um impulso para aperfeiçoar as técnicas


psicológicas organizacionais e aprimorar as habilidades dos psicólogos
na Psicologia Aplicada. A preocupação preponderante antes da guerra
era a de adequar pessoas aos cargos. Ao término da guerra, o foco sofreu
uma transposição para o ajuste do trabalho às pessoas em termos da
organização e do grupo de trabalho, e não somente em termos de uma
tarefa específica.


As duas Grandes Guerras Mundiais e a
expansão da Psicologia
Organizacional
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre as duas Grandes Guerras
Mundiais, destacando a expansão da Psicologia Organizacional. Vamos
lá!


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Criação de departamentos de pessoal

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Estudos de Hawthorne

Todos

 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 


Módulo 1 - Video

Origem da Psicologia
Industrial/Organizacional

Módulo 2 - Video

A Revolução Industrial e as evoluções no


trabalho

Módulo 3 - Video

As duas Grandes Guerras Mundiais e a


ã d Pi l i O i i l

Falta pouco para atingir seus


objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

O que o estudo de Hawthorne investigou?

A A influência dos níveis de iluminação.

B Os fatores que deixavam os funcionários felizes.

C Os aspectos relativos à satisfação no trabalho.

D As causas principais de absenteísmo.


E As psicopatologias relacionadas ao trabalho.

Parabéns! A alternativa A está correta.


As investigações de Elton Mayo na Western Electric Company, que
ficaram largamente conhecidas como os “Estudos de Hawthorne”, foram
o marco histórico das décadas de 1920 e 1930 e desvelaram a
importância de considerar os fatores sociais em um contexto de trabalho.
Mayo divulgou, em 1933, uma obra que sintetizou as descobertas desses
estudos e deu impulso à Era das Relações Humanas, “The human
problems of industrial civilization”. O mais notório e conhecido estudo de
Hawthorne foi, sem dúvida, o que investigava a influência dos níveis de
iluminação. O objetivo geral era o de identificar o nível de iluminação
capaz de melhorar o desempenho em uma tarefa relacionada à
manufatura.

Questão 2
Como a Segunda Guerra Mundial impulsionou o desenvolvimento da
Psicologia Organizacional?

Ajudou a formar a profissão e a consolidar a aceitação


A
social.

Teve o patrocínio das tropas alemãs para o seu


B
desenvolvimento.

Difundiu a atuação da Psicologia Organização por toda a


C
Ásia.

Fez com que a Psicologia Organizacional chegasse à


D
África.

Enfatizou aspectos mais amplos não só voltados para a


E
indústria, mas também para o trabalhador.

Parabéns! A alternativa E está correta.


A Segunda Guerra Mundial foi outro grande catalisador do
desenvolvimento da Psicologia Organizacional principalmente nos
Estados Unidos e no Reino Unido. Embora as duas Guerras Mundiais
tenham um efeito importante na Psicologia Organizacional, esse efeito
foi diferente em cada uma delas. A Primeira Guerra Mundial ajudou a
formar a profissão e a consolidar a aceitação social. Já a Segunda
Guerra Mundial ajudou a desenvolver a profissão e aperfeiçoá-la,
enfatizando aspectos para a indústria e para o trabalhador.



4 - A Psicologia Organizacional na
atualidade
Ao nal deste módulo, você será capaz de analisar o cenário
atual e as possibilidades da Psicologia Organizacional
contemporânea.

Psicólogo Organizacional no Brasil

Regulamentação
Em 1992, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) fez uma contribuição à
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), descrevendo as atividades
do psicólogo organizacional. O recorte de atuação desse profissional
envolvia atividades propostas mais tradicionais. O psicólogo teria uma
atuação que iria desde processos de recrutamento e seleção, passando
por treinamento e avaliação de desempenho, até programas de promoção
de saúde e bem-estar.

Aqui, o foco de inserção do psicólogo na organização


estava na adaptação e compreensão do local e das
relações de trabalho em uma dimensão mais
operacional.

A Resolução nº 13/2007 do CFP expandiu essa compreensão sobre o


papel do psicólogo organizacional e trouxe uma perspectiva muito mais
abrangente em termos de regulamentação profissional e espaço em
organizações. O escopo de atuação passa a ser voltado para análises
mais conectadas com a organização como um todo. Há maior destaque
para atividades voltadas à análise e ao desenvolvimento organizacional,
desenvolvimento de equipes, à consultoria organizacional, ao estudo e
planejamento das condições de trabalho, aos estudos e às intervenções
dirigidos à saúde do trabalhador.

Dessa forma, o psicólogo organizacional se encorpa e consegue atuar na


promoção de programas e atividades em saúde e segurança do trabalho,
relacionando aspectos psicossociais para garantir condições
satisfatórias de trabalho. Trata também de ações destinadas a mediar e
entender as relações de trabalho para garantir aumento de produtividade,
a realização pessoal de indivíduos e grupos, o fomento e estímulo à
criatividade e o tratamento justo em processos de demissão,
aposentadoria e projetos de vida.

O psicólogo organizacional amplia ainda sua atuação para:

mediação de conflitos;

diagnósticos relacionados à saúde do trabalhador;

elaboração de políticas de recursos humanos;

programas de avaliação e melhoria do desempenho humano.

Tudo isso a fim de aproveitar todo o potencial e aspectos motivacionais


relacionados ao trabalho.

Para que isso ocorra, ele utiliza métodos e técnicas da Psicologia


Aplicada ao trabalho, como entrevistas, testes, provas, dinâmicas de
grupo etc., dando base às decisões na área de Recursos Humanos como:
promoção, movimentação de pessoal, incentivo, remuneração de carreira,

capacitação e integração funcional, para promover, em consequência, a


autorrealização no trabalho.
Contexto de trabalho atual
Nos últimos anos, a sociedade mudou muito e o trabalho se transformou
em correlação com a sociedade, o que também traz mudanças
significativas à subjetividade humana. O trabalho muda, a sociedade
muda e o homem muda junto com seus sonhos e suas ambições, e de
alguma maneira a Psicologia Organizacional sempre esteve atenta a
essas modificações.

Dessa forma, o período histórico atual é marcado por constantes


transformações decorrentes de um processo robusto e acelerado de
globalização, extinguindo limites e fronteiras geográficas.

A produção de conhecimento é democratizada e


acontece em uma velocidade nunca vista e em tempo
real.

A emergência de novas tecnologias traz à tona diversos efeitos colaterais


em termos sociais, que ocasionam diversas mudanças nas organizações
e nos próprios trabalhadores, afetando o processo de trabalho, a
qualificação da mão de obra, as condições de trabalho, a saúde do
trabalhador, o que impacta diretamente toda a questão relativa ao
emprego.

É fácil constatar que o mundo de hoje submete o psicólogo


organizacional a um número incrível de variáveis que influenciam
diretamente o trabalho. Cabe a ele, então, buscar ferramentas e ações
que permitam o entendimento desse novo paradigma do trabalho e do
novo perfil do trabalhador.

Trata-se de atuar na mediação entre trabalhador e organização de


maneira a permitir que um ambiente de reciprocidade seja consolidado
por meio de uma atuação em dois grandes eixos: contribuindo para o que
trabalhador torne-se continuamente melhor em termos de desempenho,
desenvolvimento de novas competências, o que não quer dizer fazer com
que o trabalhador trabalhe mais, mas sim que trabalhe melhor; e
debruçando seu olhar para as condições do trabalhador de maneira a
contribuir para que ele obtenha uma melhor condição de satisfação no
trabalho.

Transformações na Psicologia
Organizacional

Escopo de atuação
Por ser notadamente uma prática social, a atividade do psicólogo
organizacional não passa despercebida às transformações do contexto e
desenvolvimento científico. Agora no século XXI, é notório que o horizonte
do escopo de sua atuação se tornou bem mais dinâmico e abrangente se
comparado aos períodos iniciais de consolidação da profissão como
descrito anteriormente.

Esse alargamento das possibilidades profissionais


traz consigo uma demanda clara de intercâmbio de
conhecimento com outros domínios da própria
Psicologia, assim como com outras disciplinas.

A atuação do psicólogo organizacional é hoje dividida em diversos


subcampos, como administração de pessoal, qualificação,
desenvolvimento, comportamento organizacional, condições de higiene
do trabalho, relações de trabalho, além da mudança organizacional. Tais
subcampos são atravessados por um grande conjunto de atividades
profissionais, que vão desde uma característica mais tradicional ou
clássica até as mais novas questões recentemente incorporadas aos
interesses do psicólogo organizacional.

Além disso, é importante ressaltar que todas as atividades do psicólogo


organizacional passam por níveis de intervenção. Veja esses níveis a
seguir.

1º Nível 

O primeiro é o nível técnico, que é mais superficial e no qual o


profissional faz intervenções em processos a partir de
instrumentos e procedimentos conhecidos.

2º Nível 

O segundo é o estratégico, incluindo agora a possibilidade de


formulação de estratégias pelo profissional, para que sejam
incorporadas determinadas atividades.

3º Nível 

O terceiro nível envolve intervenções dentro da perspectiva de


políticas globais para toda a organização, fazendo com que
sejam elencadas ações estratégicas e técnicas condizentes.

Vale ressaltar ainda que a pesquisa é atividade indissociável na atuação


do psicólogo organizacional, como base fundamental de garantia de
competência técnica e ética.

Três grandes movimentos na


Psicologia Organizacional
Todo esse conjunto de mudanças e tendências gera um cenário inovador
no campo da Psicologia Organizacional. Pode-se reunir as
transformações em três grandes movimentos: dentro de cada atividade,
no interior do subcampo e um movimento geral entre os contextos de
intervenção. Esses movimentos estão remodelando a prática profissional
do psicólogo organizacional. Veja mais detalhes desses movimentos.

1º Movimento

O primeiro movimento ocorre no interior das práticas tradicionais, como


análise do trabalho, recrutamento e seleção, treinamento e
desenvolvimento e avaliação de desempenho, a partir da incorporação de
novos instrumentos, práticas e metodologias.

2º Movimento

O segundo movimento inovador abordou a inserção do psicólogo em


equipes multidisciplinares de recursos humanos, permitindo que novas
atividades que eram desempenhadas por outros profissionais fossem
incorporadas no escopo do psicólogo. Surgem, assim, escopos
vinculados à administração de pessoal, ao planejamento de cargos, à
remuneração, aos benefícios, ao planejamento de recursos humanos,
além de atividades relacionadas ao desenvolvimento e à qualificação de
carreira, ao desenvolvimento gerencial e de equipes, expandindo o
conceito tradicional de treinamento. Aqui, ainda se destaca a
consolidação do subcampo de análise das condições do trabalho e os
respectivos impactos na saúde do trabalhador, possibilitando o contato
com outros saberes, como a Sociologia e Economia, na análise de todo o
panorama do trabalho que extrapola os muros da organização.

3º Movimento

O terceiro movimento apresenta uma característica específica ao


destacar as transições que fundamentam uma atuação mais complexa
nas organizações. O psicólogo organizacional passa a contribuir para o
processo de tomada de decisões em nível estratégico, mostrando que o
âmbito psicológico ou comportamental incorporou novas demandas de
sistematização e responsabilidades. O psicólogo pode assessorar ou
prestar consultoria para analisar as iniciativas de mudança da
organização e a reverberação das partes com o todo, compreendendo a
organização como um fenômeno psicossocial.

Portanto, segundo Zanelli e Bastos (2004), qualquer que seja a atuação


do psicólogo organizacional, a prática desse profissional vai exigir uma
ética administrativa e política, visão de mundo fundamentada em rigor
científico, pesquisa, flexibilidade e disponibilidade para contribuir com
equipes multiprofissionais.


A Psicologia Organizacional
contemporânea
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre o contexto de trabalho atual,
com destaque para os três grandes movimentos na Psicologia
Organizacional. Vamos lá!


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 4 - Vem que eu te explico!

Regulamentação

Módulo 4 - Vem que eu te explico!

Escopo de atuação

Todos

 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 


Módulo 1 - Video

Origem da Psicologia
Industrial/Organizacional

Módulo 2 - Video

A Revolução Industrial e as evoluções no


trabalho

Módulo 3 - Video

As duas Grandes Guerras Mundiais e a


ã d Pi l i O i i l

Falta pouco para atingir seus


objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Qual o principal objetivo do psicólogo em organizações
contemporâneas?

A Garantir a produtividade para alta gestão.

Retirar os funcionários que não se encaixam no perfil


B
produtivo.

Atuar na mediação entre trabalhador e organização de


C maneira a permitir que um ambiente de reciprocidade seja
consolidado.

D Recrutar somente candidatos com um perfil predefinido.

Garantir que os funcionários se mantenham sempre com


E
alto desempenho.

Parabéns! A alternativa C está correta.


O psicólogo organizacional atua como mediador entre o trabalhador e a
organização, buscando desenvolver pessoas e competências, a fim de
melhorar o desempenho, gerar bem-estar e qualidade de vida no trabalho
e maximizar os lucros e resultados.

Questão 2
Quais são os níveis de intervenção de um psicólogo organizacional?

A Técnico, estratégico e intervenção em políticas globais.

B Tático, operacional e estratégico.

C Superficial, médio e profundo.

D Artesanal, técnico e basal.

E Crítico, médio e leve.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O primeiro é o nível técnico, que é mais operacional e no qual o psicólogo


auxilia na comunicação da estratégia organizacional. O segundo é o
estratégico, engloba a formulação de estratégias pelo profissional para
que possam ser desmembradas para as equipes. E o terceiro nível
envolve intervenções ao nível de políticas globais para a organização,
possibilitando que sejam elencadas prioridades.



Considerações nais
Neste conteúdo, aprendemos questões centrais básicas da origem e
evolução histórica da Psicologia Organizacional. Vimos que a Psicologia
Organizacional tem como fundamento principal a ciência em termos de
teoria e prática. Verificamos que o mundo do trabalho é altamente
plástico e sofreu diversas mudanças no tempo por conta da Revolução
Industrial e das Grandes Guerras, o que também fez com que a própria
Psicologia Organizacional acompanhasse esse percurso evolutivo.

Conhecemos em detalhes como cada Grande Guerra funcionou como


impulso ao desenvolvimento da atuação do psicólogo organizacional,
desde uma atuação mais pragmática até um contexto mais complexo em
termos de fenômenos psicossociais na atualidade.


Podcast
Neste podcast, o especialista abordará os principais marcos históricos da
Psicologia Industrial/ Organizacional e seus impactos no mundo do
trabalho contemporâneo com exemplos da atuação do psicólogo nesta
área.

Referências
BRASIL. Classificação Brasileira de Ocupações: CBO – 2010 – 3. ed.
Brasília: MTE, SPPE, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP n.º 013/2007.


Institui a Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de
Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para
seu registro. Brasília: CFP, 2007.

SPECTOR, P. E. Psicologia nas Organizações. Tradução de Cristina


Yamagami. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia,


Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Explore +
Leia e estude o livro Trabalho e as Organizações – Atuações a partir da
Psicologia, de Livia de Oliveira Borges e Luciana Mourão, para
aprofundar o escopo em detalhes da Psicologia Organizacional.

Leia a Referência Técnica em Psicologia sobre Saúde do Trabalhador no


Âmbito da Saúde Pública, disponível no site do Conselho Federal de
Psicologia (CFP).

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