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BLACK BOOK
DE QUESTÕES
COMENTADAS
tratamento e fisiopatologia da
diabete, hipertensão e dislipidemia
+10 ANOS DE
FARMACOLOGIA
DOCÊNCIA
farmacologia nos cursos de enfermagem, técnico em
enfermagem, farmácia, fisioterapia, psicologia e
medicina.
Atuação com tutor e orientador de programas de
residência multiprofissional, focadas na atenção ao
paciente idoso e a pacientes oncológicos.
PARTE 1-
HIPERTENSÃO
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
QUESTÃO 1:
Gabriel, 48 anos, 1,78m, 94Kg, traz seu resultado de MRPA ao farmacêutico, que mostra valores
elevados de PA. Ele pergunta: “existe alguma recomendação que eu devo seguir, sem alterar a
medicação, que possa ajudar no controle de minha pressão?”. A conduta mais adequada seria:
I. Indicar que não existem orientações não-farmacológicas efetivas, e que a melhor solução é procurar
logo atendimento médico para reavaliação da farmacoterapia.
II. Orientar a prática de exercícios físicos (conforme tolerar), e o cuidado com a ingestão diária de sal
(consumir o mínimo possível)
III. Orientar a redução de peso (IMC do paciente: 29,7 Kg/m2), dieta DASH, prática de atividade física
(mínimo de 150 min/semana), e o cuidado com a ingestão diária de sal (limite de 5g/dia). Além disso,
salientar a necessidade de acompanhamento periódico, para avaliar a resposta da PA.
IV. Orientar a redução de peso, visto que o paciente está em sobrepeso (IMC: 29,7 Kg/m2), o seguimento
da dieta Dukan (Proteína magra), a prática de exercícios (mínimo 30 min/semana), e o cuidado com a
ingestão diária de sal (mínimo possível). Além disso, salientar a necessidade de acompanhamento
periódico, para avaliar a resposta da pressão
Captopril
Hidralazina
Hidroclorotiazida
Nitroprussiato de sódio
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 3:
O tratamento da hipertensão deve envolver a terapia não-farmacológica (também conhecida
como modificação do estilo de vida) sozinha ou em conjunto com a terapia medicamentosa. No
que diz respeito ao tratamento não farmacológico, avalie as sentenças que seguem, como
verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A redução da ingesta de sal produz redução da pressão arterial (sistólica e diastólica). Recomenda-
se um consumo máximo de 2 g de sal livre ao dia.
( ) A redução de peso em indivíduos obesos pode levar a uma queda significativa da pressão arterial.
Recomendar programa específico de perda de peso é de extrema importância. A meta é alcançar um
IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2, e uma circunferência abdominal <102 cm para homens, e 90cm para
mulheres.
( ) Padrão alimentar rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais e laticínios com baixos teores de
gordura, tem importante impacto na redução da PA (Dieta DASH - Dietary Approaches to Stop
Hypertension)
V-V-F-V
V-F-V-F
V-V-V-V
F-V-V-F
QUESTÃO 4:
QUESTÃO 5:
Em qual das condições descritas a seguir o uso de espironolactona como diurético é
contraindicado?
Hipercalemia
Hipertrigliceridemia
Hipernatremia
Hipocalemia
QUESTÃO 6:
Em relação ao uso de betabloqueadores na insuficiência cardíaca aguda, pode-se afirmar que:
QUESTÃO 7:
Os inibidores da enzima conversora de angiotensina e os bloqueadores dos receptores AT1 da
angiotensina II são tratamentos de primeira linha para o tratamento da hipertensão. A respeito
destas classes, assinale a alternativa correta:
QUESTÃO 8:
Paciente do sexo feminino, 54 anos apresenta quadro de hipertensão resistente. O cardiologista
fica em dúvida entre metildopa e clonidina como agente anti-hipertensivo adicional. Na
comparação entre os dois fármacos, opta pela clonidina, por esta NÃO induzir:
Sedação
Boca seca
Efeitos colaterais autoimunes
Taquicardia após sua suspensão
QUESTÃO 9:
Um paciente que sofre de hipertensão e enxaqueca vem à sua farmácia com uma nova prescrição.
O médico dele prescreveu um fármaco adrenérgico com efeito duplo na hipertensão e enxaqueca.
Qual dos seguintes fármacos foi prescrito?
Esmolol
Metoprolol
Bisoprolol
Propranolol
QUESTÃO 10:
Quando um medicamento é considerado necessário para o tratamento da hipertensão,
recomenda-se a utilização preferencial de medicamentos com potencial para redução de eventos
cardiovasculares em longo prazo e bom perfil de segurança, também chamados de “primeira
linha”. Assinale a alternativa que contém apenas representantes de primeira linha:
QUESTÃO 11:
A ação da norepinefrina nos receptores alfa-2 pré-sinápticos visa diretamente à (ao):
Dilatação arterial
Constrição vascular
Elevação da frequência cardíaca
Aumento da liberação de norepinefrina
Inibição da liberação excessiva de norepinefrina
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 12:
Assinale a alternativa que corresponde a um inibidor direto da renina:
Reserpina
Alisquireno
Doxazosina
Hidralazina
QUESTÃO 13:
São fármacos anti-hipertensivos de ação central, EXCETO:
Metildopa
Clonidina
Moxonidina
Minoxidil
QUESTÃO 14:
Todas as seguintes afirmativas sobre os vasodilatadores estão corretas, EXCETO:
QUESTÃO 15:
Sobre os fármacos que atuam como vasodilatadores, os inibidores da enzima conversora de
angiotensina (inibidores da ACE) impedem a conversão da angiotensina I em angiotensina lI.
Assinale a alternativa que apresenta fármacos que atuam como inibidores da ACE.
Adenosina e metilxantinas
Losartana e eprosartan
Captopril e enalapril
Diidropiridinas, tais como diltiazem e nifedipina
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 1: COMENTÁRIO
Correta: III. Medidas não-farmacológicas para auxiliar no controle da pressão incluem: redução do
peso para pacientes em sobrepeso ou obesidade (paciente com IMC 29,7 – sobrepeso), dieta DASH,
prática de exercícios de intensidade moderada (150 minutos semanais) e redução da ingesta
diária de sal, se adequando aos níveis recomendados pela OMS para qualquer adulto,
independente da presença de hipertensão (5g/dia). Salientando que a dieta Dukan não está
associada a benefícios diretos na pressão arterial.
QUESTÃO 2: COMENTÁRIO
O nitroprussiato de sódio é um fármaco utilizado comumente em emergências hipertensivas. A
hidralazina é indicada em casos de eclampsia. Você pode se familiarizar com os medicamentos
utilizados nessa situação através do quadro "Medicamentos usado por via parenteral para o
tratamento das emergências hipertensivas", disponível na VII Diretriz Brasileira de Hipertensão
Arterial Sistêmica. Fonte: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) - Médico
cardiologista (2015) - AOCP.
QUESTÃO 3: COMENTÁRIO
O nitroprussiato de sódio é um fármaco utilizado comumente em emergências hipertensivas. A
hidralazina é indicada em casos de eclampsia. Você pode se familiarizar com os medicamentos
utilizados nessa situação através do quadro "Medicamentos usado por via parenteral para o
tratamento das emergências hipertensivas", disponível na VII Diretriz Brasileira de Hipertensão
Arterial Sistêmica. Fonte: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) - Médico
cardiologista (2015) - AOCP.
QUESTÃO 4: COMENTÁRIO
O Clopidogrel foi inicialmente testado como antiplaquetário no estudo Clopidogrel versus aspirin
in patients at risk of ischemic events (CAPRIE), demonstrando ser mais efetivo e discretamente
mais seguro do que o ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção secundária. Na síndrome
coronariana aguda sem supradesnível de ST, foi avaliado no estudo Clopidogrel in unstable
angina to prevent ischemic events (CURE), pela primeira vez associado ao AAS. Nesse estudo, em
12.562 pacientes seguidos por cerca de 1 ano, a dupla terapia antiplaquetária reduziu o risco de
infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico ou óbito cardiovascular em
20%. Fonte: FARSKY, P. S. e MARTINS, W. A. Provas para obtenção do título de Especialista em
cardiologia: Questões comentadas. Editora Manole. v. 2; 4a ed: Barueri, SP, 2016.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 5: COMENTÁRIO
A espironolactona é um diurético poupador de potássio. Se houver a presença de hipercalemia
(aumento da concentração sérica de potássio) poderá ocorrer arritmia pelo excesso de potássio.
Espironolactona não tem contraindicação quando o paciente possui hipertrigliceridemia.
Espironolactona causa hiponatremia, o que seria um fator de compensação no quadro de
hipernatremia. Espironolactona é um diurético poupador de potássio e em situações de
hipocalemia podem ser administrados, não há contraindicação, podendo resultar na
compensação do quadro. Espironolactona causa hiponatremia (redução sérica de sódio), porém
no paciente hipertenso, este efeito reduz hipertensão arterial, o que pode ser benéfico no
paciente que já apresenta hiponatremia.
QUESTÃO 6: COMENTÁRIO
Os betabloqueadores aumentam a sobrevida e reduzem os riscos de progressão da doença nos
pacientes portadores de insuficiência cardíaca (IC) crônica. De maneira geral, pode-se dividir os
pacientes com IC aguda em duas populações: aqueles que não fazem uso dessa medicação e
aqueles que já estão em uso de betabloqueadores. No primeiro grupo, passada a fase aguda da
descompensação - normalmente, após 4 dias -, com estabilização clínica e resolução da congestão
pulmonar e sistêmica (euvolemia), deve-se reiniciar o uso de inibidor da enzima da
angiotensina/bloqueador do receptor da angiotensina e de diurético por via oral. Esses
medicamentos devem ser iniciados em pequenas doses com incremento progressivo e com
resultados bastante promissores. Nesse caso, o betabloqueador pode ser iniciado 2 a 3 dias antes
da alta hospitalar e a progressão da dose é feita em nível ambulatorial, com retorno em curto
período de tempo (5 a 7 dias) para uma nova revisão clínica e incremento da dose. Para os
pacientes com IC aguda e que, apesar do tratamento iniciado, ainda persistam sintomáticos e
congestos, o início de betabloqueadores deve ser postergado. No segundo grupo, já em uso de
betabloqueadores e admitidos com descompensação, o cenário é mais complexo e extremamente
controverso também. Nesse caso, a classificação do perfil hemodinâmico do paciente será muito
importante. Sabe-se que o ''perfil quente e congesto" é a forma mais comum de apresentação em
até 67% dos casos. Nesses, a conduta deve ser a manutenção da dose habitual do betabloqueador
sempre, enquanto as demais medidas de controle da congestão devem ser iniciadas. No subgrupo
com sinais de baixo débito ("frio"), os pacientes apresentam uma contraindicação relacionada à
retirada do betabloqueador, mas a conduta deve ser individualizada, podendo ser considerada
uma redução a 50% da dose já em uso pré-hospitalização. Nos casos mais graves, em que a
utilização de inotrópicos se torna mandatória, a retirada completa e provisória desses fármacos
deve ser considerada. É importante lembrar que, nesses casos, sempre que possível, isto é, após
estabilização, deve-se reiniciar o betabloqueador e aumentar a dose, segundo tolerabilidade do
paciente e considerando-se a dose que usava previamente. Fonte: FARSKY, P. S. e MARTINS, W. A.
Provas para obtenção do título de Especialista em cardiologia: Questões comentadas. Editora
Manole. v. 2; 4a ed: Barueri, SP, 2016.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 7: COMENTÁRIO
Os inibidores do sistema renina-angiotensina, como os IECA e os BRA, apresentam perfil de
eficácia e segurança semelhantes. E são considerados terapia de primeira linha por reduzirem
morbimortalidade por doenças cardiovasculares.
QUESTÃO 8: COMENTÁRIO
A clonidina tem muitas características em comum com a metildopa. Atua provavelmente nos
mesmos sítios centrais, tem eficácia anti-hipertensiva similar e causa muitos dos mesmos
problemas, entretanto tem efeitos adversos menos graves, com destaque para sedação e boca
seca. Não induz, no entanto, efeitos colaterais autoimunes e inflamatórios. Fonte: FARSKY, P. S. e
MARTINS, W. A. Provas para obtenção do título de Especialista em cardiologia: Questões
comentadas. Editora Manole. v. 2; 4a ed: Barueri, SP, 2016.PRÓXIMO
QUESTÃO 9: COMENTÁRIO
Propranolol é um antagonista beta adrenérgico não seletivo com efeito comprovado na
prevenção de enxaquecas, controle de tremor essencial e medo de palco. Questão adaptada
de: MARANKAN, F. S. Canadian Pharmacy Exams – Pharmacist MCQ Review, 3rd edition, 2016.
PARTE 2-
DIABETES
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
QUESTÃO 1:
Um paciente de 48 anos, diabético de tipo 2, obeso, vem tomando irregularmente metformina
1000 mg/dia. Nos últimos dias, tem tido poliúria e polidipsia e seu estado geral piorou, com febre
e tosse persistente. Ao chegar ao pronto atendimento, sua glicemia era 310 mg/dL, estava
desidratado e sonolento. A conduta adequada, além da hidratação, é administrar.
Glibenclamida e metformina.
Insulina
Glinida e metformina
Exenatida (análogo de GLP-1) e iazolidinediona
Sitagliptina e tiazolidinediona
QUESTÃO 2:
Um paciente diabético, após a ingestão demasiada de bebida alcoólica, comparece no serviço de
saúde com os seguintes sinais e sintomas: sudorese, tontura, fraqueza, cefaleia e confusão
mental. Esses achados clínicos são compatíveis com:
Hiperglicemia
Hipoglicemia
Cetoacidose diabética
Estado hiperosmolar hiperglicêmico
Coma alcoólico
QUESTÃO 3:
As sulfoniluréias agem através:
QUESTÃO 4:
Os fármacos usados para o tratamento da hiperglicemia, cujo mecanismo de ação é estimular a
liberação de insulina pelo fechamento dos canais de K dependentes de ATP nas células do
pâncreas, é:
rosiglitazona e nateglinida
Metformina e glibenclamida
Repaglinida e glipizida
Acarbose e fenformina
Pioglitazona e tolbutamida
QUESTÃO 5:
A prescrição de metformina a um homem de cinquenta e oito anos de idade, que acaba de ser
diagnosticado como portador do diabetes tipo 2, pode provocar, como principal efeito,
QUESTÃO 6:
Biguanidas são usadas nas seguintes condições, EXCETO:
QUESTÃO 7:
QUESTÃO 8:
São inibidores da alfa-glicosidase atualmente em uso, EXCETO:
Pioglitazona
Acarbose
Miglitol
Todas as alternativas acima
QUESTÃO 9:
Os inibidores da alfa-glicosidase agem:
QUESTÃO 10:
Caso essa paciente não tenha células pancreáticas funcionais, o uso de metformina não seria
eficaz no controle da glicemia, já que fármacos do grupo das biguanidas atuam de maneira
restrita por meio do estímulo a células beta funcionais à produção de insulina.
Certo
Errado
DIABETE @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 1: COMENTÁRIO
QUESTÃO 2: COMENTÁRIO
Ao atendermos um paciente que fez uso de bebida alcoólica, devemos sempre ter em mente a
hipoglicemia. Esse quadro é especialmente importante em pacientes diabéticos. O álcool é uma
substância capaz de reduzir a glicemia, portanto, quando associado aos medicamentos
hipoglicemiantes esse efeito pode ser exacerbado, causando graves episódios de hipoglicemia.
Nesse caso, não devemos pensar em hiperglicemia, estado hiperosmolar hiperglicêmico ou
cetoacidose diabética, pois o uso do álcool não causa aumento da glicemia. Os sintomas descritos
não induzem o profissional de saúde a considerar que essa situação é um coma alcoólico. Questão
reproduzida de: Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Enfermeiro (2013) – VUNESP
QUESTÃO 3: COMENTÁRIO
QUESTÃO 4: COMENTÁRIO
QUESTÃO 5: COMENTÁRIO
A metformina não provoca ganho de massa corporal. Na realidade, este fármaco é reconhecido
justamente por causar o oposto, ou seja, perda de peso. Com isso, é uma boa opção terapêutica
para pacientes obesos. A metformina também não causa hiperglicemia, pois se trata de um
antihiperglicemiante de uso oral. Não existem opções terapêuticas para o aumento do colesterol
HDL, e a diminuição dessa fração não é um efeito adverso da metformina. Sendo assim, a única
resposta correta é que a metformina aumenta a captação periférica de glicose. Questão
reproduzida de: Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (SESA-ES) - Farmacêutico
Bioquímico (2013) – CESPE.PRÓXIMO
QUESTÃO 6: COMENTÁRIO
A metformina é boa no caso de pacientes diabéticos obesos, pois promove redução de peso. Ela
também ajuda a reduzir a necessidade de insulina, pois diminui a resistência ao hormônio,
aumentando a captação de glicose no tecido periférico. Também pode ser utilizada
conjuntamente com uma sulfoniluréia, quando o tratamento com essa classe de fármacos não
traz os resultados esperados. Por fim, a metformina não é utilizada no tratamento de choque
hiperglicêmico. Para esse caso, o paciente deve ser manejado com a utilização de insulina com
reposição hídrica intra venosa. Questão reproduzida de: FAROOK, M. MCQs in pharmacology, 1st
edition, 2015.
QUESTÃO 7: COMENTÁRIO
QUESTÃO 8: COMENTÁRIO
QUESTÃO 9: COMENTÁRIO
O mecanismo de ação das biguanidas não é o descrito na afirmativa. Os fármacos que têm a
capacidade de estimular a produção de insulina nas células beta pancreáticas são as
sulfoniluréias. A metformina não altera a secreção de insulina, mas sim diminui a resistência ao
hormônio nos tecidos periféricos. Sendo assim, a afirmativa está errada. Questão reproduzida
de: Fundação Universidade de Brasília (FUB) - Farmacêutico (2015) - CESPE.
@FARMACOLOGIAFACIL
PARTE 3-
DISLIPIDEMIA
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
QUESTÃO 1:
São considerados fatores estratificadores de risco coronário:
QUESTÃO 2:
Existem vários fatores de risco que aumentam a chance de infarto do miocárdio. Os mais
importantes são:
QUESTÃO 3:
Segundo a IV Diretriz Brasileira sobre as dislipidemias e medidas de prevenção da aterosclerose,
assinale a alternativa INCORRETA.
QUESTÃO 4:
Assinale a opção que indica os fatores (ambos) nutricionais que podem aumentar o LDL -
colesterol.
QUESTÃO 5:
Existem vários fatores de risco que aumentam a chance de infarto do miocárdio. Os mais
importantes são:
QUESTÃO 6:
Em relação à prevenção secundária da doença arterial coronariana, assinale a alternativa
ERRADA:
QUESTÃO 7:
Pacientes em prevenção secundária necessitam de metas rigorosas de LDL-colesterol (LDL-c). Das
alternativas a seguir, qual das estratégias terapêuticas tem potencial para redução acima de 45%
do LDL-c?
Sinvastatina 10 mg ou atorvastatina 10 mg
Atorvastatina 40 mg ou rosuvastatina 20 mg
Pravastatina 20 mg ou sinvastatina 10 mg
Atorvastatina 10 mg ou ezetimiba 10 mg
Ezetimiba 10 mg ou resinas.
QUESTÃO 8:
Em relação à hipertrigliceridemia, assinale a alternativa INCORRETA:
QUESTÃO 9:
Com relação aos fármacos utilizados nas dislipidemias, assinale opção correta.
QUESTÃO 10:
Rosângela, cinquenta e cinco anos de idade, diagnosticada três anos antes com diabetes mellitus
tipo 2 (DMII), procurou atendimento em serviço de saúde. A paciente têm 1,62 m e pesa 82 kg, sua
circunferência da cintura é de 100 cm. Os exames laboratoriais revelaram hemoglobina glicada
(HbA1c) de 8,5%, colesterol sérico de 250 mg/dL, HDL de 40 mg/dl e triglicerídeos de 230 mg/dL.
Esses exames apresentaram resultados semelhantes aos das avaliações anteriores, realizadas
semestralmente desde o diagnóstico inicial. Considerando que a paciente nunca fez uso de
nenhum medicamento para dislipidemia. Considere qual a alternativa terapêutica adequada a tal
condição?
Ômega 3
Bezafibrato
Atorvastatina
Fitoesterois
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 1: COMENTÁRIO
A Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, considera
como fatores estratificadores de risco (ER): idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher;
tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos; história familiar de parente de primeiro grau com
DCV prematura (< 55 anos para homem e < 65 anos para mulher); tabagismo (pelo menos um
cigarro no último mês); hipertensão arterial sistêmica; síndrome metabólica, caracterizada de
acordo com a International Diabetes Federation; presença de albuminúria > 30 mg/g de creatinina
e/ou retinopatia; TFG < 60 mL/min. Questão reproduzida de: FARSKY, P. S. e MARTINS, W. A. Provas
para obtenção do título de Especialista em cardiologia: Questões comentadas. Editora Manole. v.
2; 4a ed: Barueri, SP, 2016.
QUESTÃO 2: COMENTÁRIO
A resposta correta é idade, colesterol alto, diabetes, hereditariedade, tabagismo, sedentarismo.
Idade é um fator de risco considerável para homens acima de 55 anos e mulheres acima de 65
anos de idade. No caso de gênero, o risco dos homens é maior nas juventude, mas a partir dos 65
anos, as mulheres apresentam o mesmo risco (ou superior) aos homens, portanto gênero (visto de
forma isolada) não pode mais ser considerado um fator de risco. Por fim, hipotensão não é um
fator de risco, hipertensão sim. Questão reproduzida de: Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (EBSERH) - Enfermeiro - Hemodinâmica (2015) - Instituto AOCP.
QUESTÃO 3: COMENTÁRIO
Não existem evidências robustas de que suplementos de vitaminas antioxidantes previnam
manifestações da aterosclerose, e esses compostos não são recomendados para tal
indicação. Questão reproduzida de: UPENET - 2008 - PM-PE - Oficial de Saúde - Cardiologia
QUESTÃO 4: COMENTÁRIO
Exercícios físicos, fitoesterois e fibras estão associados a redução dos níveis de LDL, e não ao
aumento. Já o excesso de peso, a ingestão de colesterol dietético e de ácidos graxos saturados
pode estar associada ao aumento dos níveis de LDL. Questão reproduzida de: Secretaria de Estado
de Educação do Amazonas (SEDUC-AM) - Nutricionista - 2014 - FGV.PRÓXIMO
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 5: COMENTÁRIO
A Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, considera
como fatores estratificadores de risco (ER): idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher;
tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos; história familiar de parente de primeiro grau com
DCV prematura (< 55 anos para homem e < 65 anos para mulher); tabagismo (pelo menos um
cigarro no último mês); hipertensão arterial sistêmica; síndrome metabólica, caracterizada de
acordo com a International Diabetes Federation; presença de albuminúria > 30 mg/g de creatinina
e/ou retinopatia; TFG < 60 mL/min. Questão reproduzida de: FARSKY, P. S. e MARTINS, W. A. Provas
para obtenção do título de Especialista em cardiologia: Questões comentadas. Editora Manole. v.
2; 4a ed: Barueri, SP, 2016.
QUESTÃO 6: COMENTÁRIO
A aspirina, se não for contraindicada, deve ser usada em todo paciente com doença coronariana.
Ela reduz o risco de eventos subsequentes em 25%, além de reduzir também a mortalidade e
tornar o surgimento da doença cardiovascular não fatal. A dose recomenda pela American Heart
Association/ American College of Cardiology Foundation é de 75 a 162 mg/dia. Os estudos sobre
betabloqueadores têm demonstrado sua eficácia na redução da mortalidade após infarto do
miocárdio, além do fato de que eles diminuem o risco de recorrência de eventos cardiovasculares.
O uso dos inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) após infarto do miocárdio reduz
em 7% a mortalidade em 30 dias. Em pacientes com baixa fração de ejeção após infarto, a
mortalidade total é reduzida em 26%. O estudo Hope sugeriu que os benefícios dos IECA fossem
estendidos para pacientes com doença cardiovascular clínica e diabetes mellitus, mesmo na
ausência de disfunção ventricular esquerda. Foi determinado que, nas diretrizes sobre angina
pectoris estável em pacientes com doença coronariana demonstrado aumento da sobrevida com
o uso de nitratos orais. Questão reproduzida de: FARSKY, P. S. e MARTINS, W. A. Provas para
obtenção do título de Especialista em cardiologia: Questões comentadas. Editora Manole. v. 2;
4a ed: Barueri, SP, 2016.
QUESTÃO 7: COMENTÁRIO
Até o presente, a redução do LDL-C por inibidores da hidroximetilglutaril coenzima A (HMG CoA)
redutase ou estatinas permanece a terapia mais validada por estudos clínicos para reduzir a
incidência de eventos cardiovasculares. A depleção intracelular de colesterol estimula a liberação
de fatores transcricionais e, consequentemente, a síntese e a expressão, na membrana celular, de
receptores para captação do colesterol circulante. Dessa forma, a ação das estatinas pode
influenciar potencialmente todo o conjunto das lipoproteínas circulantes, como a LDL, a VLDL e
remanescentes de quilomícrons.
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA @FARMACOLOGIAFACIL
QUESTÃO 8: COMENTÁRIO
A niacina é utilizada para redução dos níveis séricos de triglicerídeos (até 30%) e aumento do HDL-
C (até 30%), entretanto não se observa benefícios cardiovasculares adicionais na associação de
niacina a estatinas em pacientes dentro da meta preconizada de LDL. O Coronary Drug Project,
realizado na década de 1970, demonstrou que o tratamento com niacina na sua forma cristalina
pode reduzir a incidência de eventos cardiovasculares. O tratamento com formulações mais
toleráveis, como as formas estendidas, reduziu a espessura médio-intimal mesmo em pacientes
em uso de estatinas. Entretanto, estudos clínicos recentes não demonstraram benefício na adição
de niacina ao tratamento eficaz com estatinas com ou sem ezetimiba. Questão adaptada
de: Prova de Endocrinologia TEEM 2014
QUESTÃO 9: COMENTÁRIO
A Lovastatina é uma estatina, e portanto reduz a síntese de colesterol hepático por meio da
inibição da HMG CoA, e não a síntese de triglicerídeos. Os medicamentos anti-hiperlipêmicos,
como qualquer classe de medicamentos com efeito sistêmico, apresenta sim efeitos adversos
importantes, dentre eles destacamos o risco de miopatia e de alterações hepáticas com as
estatinas e fibratos, e o risco de declínio cognitivo associado a redução maciça do colesterol. Os
fibratos limitam a produção de triglicerídeos através da ligação a fatores de transcrição
específicos, os receptores ativados pelo proliferador de peroxissomos (PPARs). Já a niacina limita
a síntese de triglicerídeos através da sua ligação ao receptor GPR109A. As estatinas realmente
reduzem os níveis de LDL, pois limitam a síntese hepática de colesterol, através da HMG CoA.
Além disso elas apresentam efeitos anti-inflamatórios e de estabilização da placa aterosclerótica,
o que reduz o risco de eventos agudos causadores de isquemia miocárdica. Questão reproduzida
de: CESPE - 2013 - SESA-ES - Farmacêutico BioquímicoPRÓXIMO
Por trás da insuficiência cardíaca (IC), estão condições extremamente comuns na população,
como hipertensão arterial e a doenças coronariana aterosclerótica, além de uma infinidade
de outras etiologias, tais como etilismo pesado, infecções virais, disfunções valvares, diabete
melittus e doença de chagas.
Podemos diferenciar os tipos de IC, pelo modelo de congestão que cursa a partir dele. A
maioria dos casos estão associados a uma IC esquerda (IVE), que pode ser causada por IAM,
sobrecarga do ventrículo esquerdo (VE) por cardiopatia hipertensiva e doença valvar, e que
resulta em uma congestão pulmonar inicialmente, como sintomas como dispneia ortopnéica
e dispneia paroxística noturna. A insuficiência ventricular direita (IVD), pode ser fruto da
DPOC, obesidade mórbida, pneumopatias, tromboembolismos pulmonares e hipertensão
pulmonar primárias, resultando em uma congestão sistêmica, ascite e edema nos membros
inferiores. Na maioria das vezes o curso da IVE, evolui para uma insuficiência biventricular
(IVE e IVD), por isso que se diz que a causa mais comum da IVD é a IVE.
Podemos ainda, diferenciar outro aspecto fisiopatológico. As IC sistólicas, são aquelas onde
diminui a fração de ejeção o que diminui o débito cardíaco e a pressão de enchimento
ventricular, o que é refletido aos átrios e ao sistema venocapilar. As IC diastólicas,
apresentam uma força de contração ventricular normal, mas de restrição ao enchimento
alteadas, da mesma forma, aumentando a pressão venocapilar.
Sabemos que na grande maioria das vezes a IC, inicia-se por um comprometimento isolado
do VE, como resultado, os pulmões tornam-se congestos, acumulando líquido intersticial e
interalveolar. A congestão aumenta o trabalho respiratório e estimula os receptores J
pulmonares, provocando a sensação de dispneia. Como as pressões de enchimento
ventricular elevam-se durante o esforço, o sintoma clássico é a dispneia aos esforços.
Alguns pacientes que apresentam congestão mais acentuada podem apresentar dispneia
com o decúbito dorsal. A queixa do paciente nesse caso, é a necessidade de mais um
travesseiro para dormir. Outro sintoma é a dispneia paroxística noturna e a tosse seca
devido a congestão a mucosa brônquica. A congestão brônquica mais acentuada pode
desencadear uma crise semelhante ao broncoespasmo, a “asma cardíaca”.
O IVD, diminui ainda mais o débito cardíaco, o que explica a piora clínica de maneira geral.
Quanto ao tratamento da IC e de suas complicações como a síndrome congestiva, podem
ser determinadas diferentes abordagens, com o ajuste na dieta, o controle do
remodelamento cardíaco, a fim de diminuir a mortalidade e o controle dos sintomas.
A dieta é de fundamental importância para o controle dos sintomas na IC. O paciente que
apresenta sintomas congestivos deve ter o controle da ingesta de sal. Pois, quanto maior o
consumo de sal maior será o acúmulo de líquido. No entanto, consumos muito baixos,
principalmente se o paciente faz uso de diuréticos, pode diminuir muito o débito cardíaco e
a volemia.
O primeiro estudo que demonstrou o grande benefício dos IECA na insuficiência cardíaca foi
o estudo chamado CONSENSUS, onde o enalapril reduziu em 40% a mortalidade dos
pacientes, primeiramente em IC graves e depois em classes II e III. O mecanismo pelo qual os
IECA’s atuam no ICC, é pela inibição da formação de angiotensina II, resultando em
venodilatação e diminuição da pré-carga e arteriodilatação, diminuindo a pós-carga, assim
como redução dos efeitos da angiotensina sobre o miocárdio. A melhora dos sintomas
ocorre logo após o início do tratamento, devido ao resultado sobre a performance geral
ventricular. O IECA também aumenta a quantidade de Bradicinina, que apesar de causar
tosse em 5% dos pacientes, é um vasodilatador endógeno, essa é uma das vantagens da
classe sobre os antagonistas de angiotensina.
Durante muitos anos, os betabloqueadores eram drogas proscritas me pacientes com IC,
devido a seu conhecido efeito inotrópico negativo, já que a ação beta das catecolaminas,
exerce um efeito compensatório, aumentando a contratilidade e acelerando a frequência
cardíaca. Antes da década de 90, seria um grande absurdo utilizar um fármaco dessa classe
para tratar pacientes com IC. Mas hoje, com todos os ensaios feitos, o panorama é bem
diferente. Primeiramente essa classe foi testada em pacientes pós-IAM, demonstrando já ser
capaz de reduzir a mortalidade e a incidência de morte súbita. Depois desses estudos,
diversas pesquisas foram realizadas, chegando até o maior estudo já feito com a classe, o
“US carvedilol Program”, que demonstrou um resultado surpreendente, 65% de redução da
mortalidade.
No entendo 30% dos pacientes hoje, não toleram a classe, descompensando o IC. Mas se a
dose inicial for pequena e aumentada paulatinamente (de semana em semana), até a dose
plena e se o paciente estiver previamente compensado com IECA, diuréticos e digitálicos, a
intolerância é reduzida.
A ação benéfica dos antagonistas de aldosterona foi comprovada pelo revolucionário estudo
RALES, publicado em 1999, no “New England Journal of Medicine”, que surpreendeu a
cardiologia, ao comprovar uma redução de 30% da mortalidade e uma redução ainda mais
expressiva dos eventos de descompensamentos com a associação de espironolactona ao
tratamento de ICC.
O mecanismo através do qual a classe age é na diminuição dos efeitos da aldosterona sobre
os miócitos, como gerador de apoptose, fibrose intersticial e outros fatores do
remodelamento. Além disso outro possível efeitos benéfico é a prevenção da hipocalemia,
quando utilizado diuréticos de alça e tiazídicos, com isso diminuindo a chance de arritmias
ventriculares e mortes súbitas. A associação entre hidralazina e dinitrato de isossorbida
demonstrou ter amplos benefícios na IC, principalmente na população negra. A hidralazina é
um vasodilatador arteriolar direto, que reduz a pós-carga e o dinitrato é um importante
venodilatador, reduzindo assim a pré-carga. A taquicardia reflexa resultante do uso de
hidralazina, não é tão incidente em pacientes com IC.
Por fim a última classe satisfatoriamente utilizada para o controle dos fatores
descompensantes, é dos antagonistas dos receptores AT1 da angiotensina II. Na prática essa
classe, é utilizada em pacientes sintomáticos em uso de IECA e betabloqueadores, que não
estão em uso de antagonistas da aldosterona. Inibindo a ação da Ag II sobre os receptores
AT1, inicia-se um processo de vasodilatação da musculatura lisa vascular e redução da
liberação de aldosterona pela suprarrenal, além de impedir o remodelamento da Ag II nos
miócitos. Além da prevenção e combate dos fatores descompensantes, é fundamental tratar
os sintomas. Nesse âmbito, podem ser utilizados os diuréticos de alça, os diuréticos
tiazídicos, digitálicos e com menos frequência outras aminas inotrópicas com a dobutamina
e os inibidores da fosfodiesterase.
Muitos pacientes da classe funcional III-IV, não podem deixar de utilizar os diuréticos de alça
e os digitálicos, com risco de franca descompensação. Ainda, quando internados em eventos
agudos, frequentemente fazem uso de infusões endovenosas de dobutamina e furosemida.
Não existe nenhum fármaco superior a furosemida EV, para compensar um paciente com
ICC.
Os tiazídicos são diuréticos menos potentes que a furosemida, uma que, enquanto
aumentam a excreção de sódio e água em 5-10%, a furosemida o faz de 20-25%, outra
desvantagem dos tiazídicos é a baixa eficácia em pacientes com insuficiência renal.
É importante ressaltar que ao tratar um hipertenso, devemos ter em mente que o objetivo
não é simplesmente baixar os níveis pressóricos, mas sim reduzir os riscos cardiovasculares.
Ao definirmos esses riscos, podemos categorizar o grau de hipertensão, bem como a
presença de fatores como AVE, ICC, IAM, etc. Evidências apontam que como regra, quanto
maior o risco cardiovascular total do paciente, maior será o benefício da terapia anti-
hipertensiva.
Pacientes com risco cardiovascular baixo, podem em algumas situações serem tratados
apenas com mudanças nos hábitos de vida, mas conforme o risco progride, se faz mais
necessário o uso de farmacoterapia. Atualmente existem disponíveis 10 classes de drogas
anti-hipertensivas no mercado. Antes de prescrever um anti-hipertensivo é fundamental o
médico observar se há realmente há indicação (analisar os critérios de seleção e classificação
dos pacientes) e optar pela droga que melhor se encaixe em cada pacientes, de maneira
específica. Para isso é necessário conhecer as indicações e contraindicações de cada uma
dessas classes, assim como a sua eficácia maior ou menor em determinados grupos de
pacientes.
Os principais fatores responsáveis pela resistência aos diuréticos tiazídicos são: (1) alta
ingesta de salina; (2) insuficiência renal (principalmente com os tiazídicos); (3) no uso
concomitante de AINES e; (4) na própria hipercalemia. Aliás os AINES podem inibir a ação de
todos os anti-hipertensivos, exceto dos bloqueadores de canais de cálcio. Os tiazídicos são
os mais indicados para o tratamento crônico de hipertensão, tanto associados, quanto em
monoterapia. Os integrantes da classe hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida, têm
como principais efeitos adversos hipovolemia, hipocalemia, hiponatremia e
hipomagnesemia, assim como hiperglicemia, hiperlipidemia e hiperuricemia.
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Diferente dos tiazídicos, os diuréticos de alça só têm quatro possíveis indicações dentro da
hipertensão, na crise hipertensiva, por serem mais rápidos, na ICC, na IR, na presença de
edema periférico de causa não cardíaca (cirrose hepática). Os efeitos adversos são muito
semelhantes aos dos tiazídicos, porém não quanto ao cálcio, que com os diuréticos de alça, o
cálcio passa a ser excretado. O fármaco mais famoso da classe, é a sem dúvida a
furosemida. Na hipertensão os poupadores de potássio têm como principal função a
prevenção e diminuição da hipocalemia e hipomagnesemia causado pelos tiazídicos e
diuréticos de alça.
São classificados em não seletivos e beta 1-seletivos. A inibição dos receptores beta 1, é que
tem a ação anti-hipertensiva, o beta-2 é responsável, quando bloqueado, por causar
broncoespasmo e uma maior tendência à hipoglicemia. Existe uma terceira classe, que faz
bloqueio alfa adrenérgico periférico (carvedilol e labetalol). Os betabloqueadores diferem
pela sua lipossolubilidade, como propranolol e metoprolol, que por serem mais lipossolúveis
penetram mais no SNC e são mais metabolizados pelo tecido hepático.
Inibidores da ECA: A ação anti-hipertensiva do IECA é devido ao seu efeito vasodilatador pela
redução significativa dos níveis de angiotensina II do plasma. Com menos AgII, forma-se
menos aldosTerona e ocorre uma reduzida resposta hiperadrenérgica, evitando taquicardia
reflexa pelo aumento da bradicinina, uma substância vasodilatadora que também é
metabolizada pela ECA. Um dos principais benefícios da classe é a diminuição dos efeitos
deletérios da AgII no remodelamento cardíaco. É uma classe benéfica para os rins (nefro
protetora). A resposta do IECA é maior nos pacientes com renina alta, como na hipertensão
renovascular e nos hipertensivos jovens e brancos. São a escolha na hipertensão associada a
insuficiência cardíaca, isquemia coronariana, nefropatia diabética e nefropatia não diabética
crônica.
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Antagonistas da angiotensina II (ARAII): o bloqueio dos efeitos da AgII nos receptores AT1,
presentes na musculatura dos vasos periféricos, acarreta na vasodilatação tento arterial
quanto venosa. O nível de AgII quanto aumenta, não consegue agir nos receptores AT1
(vasoconstritores) e passa a agir nos ATII, que são hipotensores. Como essa classe não tem
pelo seu mecanismo, o efeito de aumentar a bradicinina, não apresenta efeito de tosse e
angioedema. A losartana tem uma característica farmacológica associada, ela é capaz de
eliminar do organismo o ácido úrico (gota), sendo benéfico para pacientes hiperuricêmicos.
As diidropiridinas de ação curta, como nifedipino, por causarem uma ação nos vasos muito
grande, podem causar taquicardia reflexa, além disso provocam vasodilatação renal,
aumentando a TFG. Estudos mostram que os antagonistas de canais de cálcio, tem potencial
de reduzir a mortalidade semelhante aos IECA, betabloqueadores e diuréticos, excelente
ação em idoso e muito mais na população negra que os betabloqueadores e diuréticos. A
associação com diuréticos é benéfica pois eles têm uma ação natriurética moderada.
A associação com IECA é benéfica porque os IECA’s reduzem o edema maleolar que pode ser
fruto do uso dos bloqueadores de canais de cálcio. Algumas contraindicações da classe, são
alguns tipos de ICC, IAM e AVE. Alfa-bloqueadores: o primeiro antagonista alfa-1 seletivo,
introduzido no tratamento da hipertensão foi a prazosina. O bloqueio desse receptor pós-
sináptico inibe o tônus da musculatura lisa venosa, mantido previamente pela ação das
catecolaminas sobre esses receptores. A consequência do uso do fármaco é a redução da
resistência vascular pulmonar e do retorno venoso. O débito cardíaco continua estável e
qualquer indicio de aumento, como reflexo, é mitigado pela diminuição do retorno venoso.
Os fármacos da classe não são primeira linha para o tratamento da hipertensão, são mais
empregados nos casos de hiperplasia de próstata benigna, pelo papel que têm no
relaxamento da musculatura lisa da uretra prostática. Um dos efeitos adversos mais comuns
é a hipertensão postural, principalmente em pacientes hipovolêmicos ou em uso de
diuréticos.
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Alfa-2 agonistas centrais e imidazólicos: os agonistas centrais são divididos em dois grupos,
os alfa-2 agonistas como a afla-metildopa, clonidina e o guanabenzeno e os agonistas
imidazólicos como a própria clonidina (efeito duplo), moxonidina e rilmenidina. Os
receptores alfa-2 e imidazólicos estão localizados nos núcleos centrais do sistema simpático
ou adrenérgico. A sua ativação leva a hipoativação do sistema adrenérgico, redução da
resistência vascular pulmonar e do débito cardíaco. Não são fármacos de primeira escolha,
pois carregam vários efeitos adversos, como boca seca, sedação e hipotensão postural. A
alfa-metildopa é a droga de escolha para o tratamento de pré-eclâmpsia, pelo fato de ter
efeitos vasodilatadores preferencialmente placentários, além de uma série de estudos que
comprovam sua eficácia e segurança na gestação.
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DE QUESTÕES
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tratamento e fisiopatologia da
Prof. José Afonso C. da SIlva
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diabete, hipertensão e dislipidemia