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SPRINKLER

DEFINIÇÃO:

O chuveiro automático trata-se de um dispositivo hidráulico para extinção ou


controle de incêndios que funciona automaticamente quando seu elemento termo-sensível é
aquecido à sua temperatura de operação ou acima dela, permitindo que a água atinja uma área
específica.

EVOLUÇÃO:

- O primeiro dispositivo automático para extinção de incêndios foi patenteado em 1723,


por Ambrose Godfrey-Hanckuvitz, célebre químico. O dispositivo consistia em barril com
agente extintor, com pólvora no seu interior e fio detonante, o qual ao ser acionado
extinguia o incêndio em decorrência da explosão e conseqüente abafamento no local
(método primário).

Fig.: 2 – Dispositivo de Ambrose Godfrey-Hanckuvitz

- Em 1806, John Carey (inglês) inventou um sistema de “chuveiros” dotado de válvulas


fechadas com auxílio de cordas e contra pesos.
- Em 1812, o Coronel Willian Congreve aperfeiçoou o sistema de John Carey e projetou um
sistema automático que substitui as cordas do sistema de John Carey por um material
fundível.
- Em 1864, O Major A. Stewart Harrison, do Primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários de
Londres, utilizou um elemento fusível de baixo ponto de fusão para comandar o
funcionamento do sistema. Este destacava-se por permitir somente o acionamento do
chuveiro que era atingido pela ação do calor.
- Em 1875, Henry S. Parmelee inventou o primeiro chuveiro automático moderno, sendo
que em 1878 o chuveiro foi considerado viável e aprovado para a atividade comercial e
também reconhecido pelas seguradoras.

Fig.: 3 – Chuveiro automático proposto por Henry S. Permelee (1875)


- Em 1882, Frederick Grinnell, após estudos, inventa um sistema de chuveiro automático,
melhor que os já propostos, pois tinha capacidade de suportar pressões maiores e melhor
distribuição de água (uniforme).

* As companhias seguradoras da época, três anos depois a invenção de Grinnell,


passaram a oferecer descontos nos prêmios de seguro incêndio às empresas que
instalavam o sistema descrito.

Fig.: 4 – Chuveiro automático – Frederick Grinnell (1882)

Algumas datas são importantes referentes à evolução do sistema de chuveiros


automáticos:
1885 – John R. Freeman realiza testes extensivos em sistemas de chuveiros automáticos;
1895 – Reunião dos representantes de seguradoras em Nova York para estabelecer
normas de proteção contra incêndio;
1896 – a Nationa Fire Protection Association (NFPA) é oficialmente instituída e publica
normas pra sistema de proteção contra incêndios.

- Os estudos e pesquisas sobre sistema de chuveiros automáticos ocorreram ano a ano,


sendo que em 1925, na Inglaterra a empresa Mather & Platt substituiu a solda no bico de
chuveiro automático por um bulbo de quartzo como elemento termo-sensível.

Uma pesquisa realizada ao longo da década de 80 (1978 a 1987), por Solomon, 1996, nos
EUA apresentou os seguintes resultados:
28% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 1(um) chuveiro
automático;
46% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por apenas 2 dois) chuveiro
automático;
89% dos focos de incêndio foram extintos ou controlados por até 15 quinze) chuveiro
automático.

A NFPA (National Fire Protection Association) ainda nos apresenta mais duas informações
interessantes:
- Os danos materiais causados por incêndios em hotéis foram 78% menores nos hotéis que
possuíam um sistema correto de chuveiros automáticos;
- Não se tem registro de mais do que 2(duas) vítimas fatais em edificações protegidas por
sistemas de chuveiros automáticos corretamente projetados e operados.

No fim século XIX e início do século XX as instalações de sistema de chuveiros automáticos


foram realizadas no Brasil, em especial no Rio de Janeiro em algumas fábricas de tecidos,
as quais ainda funcionam. No primeiro quarto do século XX, em São Paulo, foram
instalados em diversas fábricas (ex.: fábricas Ipiranga Jafet, fábrica Maria Zélia, etc.).
COMPONENTES:

Corpo: parte do chuveiro automático que contém rosca, para fixação na tubulação,
braços e orifícios de descarga, e serve como suporte dos demais componentes;
Defletor/Difusor: componente destinado a quebrar o jato sólido, de modo a distribuir a
água, segundo padrões estabelecidos nas normas brasileiras;
Obturador: componente destinado à vedação do orifício de descarga nos chuveiros
automáticos e que também atua como base para o elemento termo-sensível tipo bulbo
de vidro;
Elemento Termo-Sensível: componente destinado a liberar o obturador por efeito da
elevação da temperatura de operação e com isso fazer a água fluir contra o foco de
incêndio. Os elementos termos-sensíveis podem ser do tipo ampola de vidro ou fusíveis
de liga metálica.

Fig.: 5 – Chuveiro automático - composição

FORMA DE INSTALAÇÃO:

Os chuveiros automáticos podem ser instalados em várias posições, e para cada


uma delas tem um formato de defletor adequado. As posições mais encontradas nas instalações
podem ser classificadas em:
Pendente (Pendent): quando o chuveiro é projetado para uma posição na qual o
jato é dirigido para baixo para atingir o defletor e espalhar o jato;
Para Cima (UpRight): normalmente utilizada em instalações onde as canalizações
são expostas (ex: garagem), esse modelo faz com que o jato suba verticalmente até encontrar o
defletor, que de uma certa forma “reflete” o jato na direção oposta, ou seja, para baixo;
Lateral (Sidewall): modelo projetado com defletor especial para descarregar a
maior parte da água para frente e para os lados, em forma de um quarto de esfera, e uma parte
mínima para trás, contra a parede.

Fig.: 6 – Chuveiros Automáticos (1 - Para Cima; 2 - Pendente; 3 - Lateral)


NBR 10897/2007:

3.2 Classificação dos sistemas de chuveiros automáticos


Esta Norma cobre os seguintes sistemas de chuveiros automáticos:
a) sistema de tubo molhado;
b) sistema de tubo seco;
c) sistema de ação prévia;
d) sistema dilúvio;
e) sistema combinado de tubo seco e ação prévia.

sistema de tubo molhado


Emprega chuveiros automáticos ligados à tubulações contendo permanentemente água sob
pressão. Empregado onde não existe risco da água congelar na tubulação.

sistema de tubo seco


Emprega chuveiros automáticos ligados à tubulações contendo ar comprimido ou nitrogênio
sob pressão. Quando um chuveiro é acionado pelo calor do fogo, o nitrogênio ou o ar
comprimido é liberado, fazendo abrir, automaticamente, uma válvula (válvula de tubo seco)
instalada na entrada do sistema, permitindo, assim a admissão de água na tubulação.
Empregado em locais de baixas temperaturas, onde a água está sujeita a congelamento.

sistema de ação prévia


Funciona como um sistema de tubulação seca, contendo ar que pode estar ou não sob
pressão. Quando ocorre o incêndio, um sistema de detecção (de operação muito mais
sensível), provoca, automaticamente, a abertura de uma válvula especial, instalada na entrada
da tubulação, permitindo o escoamento da água através dos chuveiros acionados pelo
incêndio.
A principal diferença entre este sistema e o de tubulação seca é que a válvula de suprimento
atua, neste caso, independentemente da abertura dos chuveiros.
A principal diferença entre este sistema e o de tubulação seca é que a válvula de suprimento
atua, neste caso, independentemente da abertura dos chuveiros.

sistema dilúvio
Semelhante ao sistema de ação prévia, exceto que todos os chuveiros permanecem abertos o
tempo todo.

sistema combinado de tubo seco e ação prévia


Composto por uma tubulação seca, contendo ar comprimido e um sistema de detecção de
incêndio ligado a uma válvula de tubo seco. Com a atuação de qualquer detector, a válvula de
tubo seco é aberta juntamente com as válvulas de alívio de ar, facilitando o enchimento com
água de toda a tubulação do sistema.
4.1 Classificação dos riscos das ocupações
4.1.1 Ocupações de risco leve
4.1.2 Ocupações de risco ordinário
4.1.2.1 Grupo l
4.1.2.2 Grupo ll
4.1.2.3 Grupo III
4.1.3 Ocupações de risco extraordinário
4.1.3.1 Grupo I
4.1.3.2 Grupo II
4.1.4 Ocupações de risco pesado (Áreas de armazenamento)

Classificação das temperaturas e codificação das cores dos chuveiros automáticos com
elemento termossensível tipo ampola

Temperatura Temperatura Classificação da temperatura Cor do líquido da


máxima no recomendada do de funcionamento do ampola
telhado (°C) chuveiro (°C) chuveiro

38 57 Ordinária Laranja

49 68 Ordinária Vermelha
60 79 Intermediária Amarela

74 93 Intermediária Verde

121 141 Alta Azul


152 182 Muito alta Roxa

175/238 204/260 Extra-alta Preta

Fig.: 7 – Temperatura de rompimento de chuveiros automáticos conforme a cor.


NBR 10897/2007:
Classificação das temperaturas e codificação das cores dos chuveiros automáticos com
elemento termossensível tipo solda eutética

Temperatura Temperatura Classificação da temperatura Cor dos braços do


máxima no recomendada do de funcionamento do chuveiro corpo do chuveiro
telhado (°C) chuveiro (°C)

38 57 a 77 Ordinária Incolor
66 79 a 107 Intermediária Branca
107 121 a 149 Alta Azul

149 163 a 191 Muito alta Vermelha

191 204 a 246 Extra-alta Verde


246 260 a 302 Altíssima Laranja
329 343 Altíssima Laranja

Fig.: 8 – Modelos de chuveiros automáticos .

Fig.: 9 – Tomada de recalque da rede de chuveiros automáticos .


COSCIPE
Art. 107.
Parágrafo único
O sistema de proteção por chuveiros automáticos,
quando exigido nas edificações previstas no artigo 7º deste Código, tem por finalidade:
I - proteger áreas de maior risco;
II - evitar a propagação dos incêndios;
III - garantir um caminhamento seguro às rotas de fuga.

Art. 110. São elementos constitutivos do sistema de proteção por chuveiros


automáticos, e características indispensáveis ao perfeito dimensionamento e seleção dos
mesmos:
I - chuveiro automático - sprinkler - dispositivo instalado em grupo ou conjunto sobre a área a
ser protegida, permitindo a passagem de água em quantidade necessária para a extinção e o
controle do incêndio e proteção das rotas de fuga ou vias de escape;
II - válvula de governo ou de bloqueio, componente que tem como finalidade principal dividir o
sistema em zonas de proteção;
III - dispositivo responsável pelo acionamento do alarme, individualizando cada zona de
proteção, de forma a possibilitar uma rápida localização do setor afetado pelo sinistro, e,
ainda, quando for o caso, responsável pelo acionamento das bombas;
IV - canalização, de transporte d’água das fontes de abastecimento aos pontos de instalação
dos chuveiros.

Dos Reservatórios
Art. 112. O abastecimento d’água do sistema de proteção por chuveiros automáticos deverá
ser feito, a princípio, por reservatório elevado.
§ 1º Nos casos em que o abastecimento d’água for efetivado por reservatório subterrâneo ou
de superfície, o sistema deverá ser dotado de bombas de recalque.
§ 2º Em qualquer situação, o sistema de proteção por chuveiros automáticos deverá
permanecer sempre pressurizado e ter um suprimento permanente de água.
Art. 113. Poderá ser previsto um único reservatório para atender o consumo geral da
edificação e para emprego dos chuveiros automáticos, desde que haja a manutenção de uma
reserva mínima para funcionamento do sistema, em conformidade com o disposto no artigo
114, e observadas as disposições do artigo 54 deste Código.

Art. 54. Poderá ser previsto um único reservatório para atender o consumo geral da edificação
e para o emprego no combate a incêndios, desde que haja uma reserva mínima para
funcionamento do sistema, em conformidade com o disposto no artigo 57 do presente Código.
Art. 57. A reserva mínima para combate a incêndios deverá ser dimensionada em função da
classe de ocupação do risco correspondente, em conformidade com o disposto na tabela
abaixo.
RESERVATÓRIOS CLASSE CAPACIDADE ( em litros )

Elevados A 7.200
B 15.000
C 21.600
Subterrâneos A 30.000
Ou
Superfície B 54.000
C 60.000

Art. 114. A reserva mínima para o sistema de chuveiros automáticos será de 50% (cinqüenta
por cento) daquela destinada ao sistema de hidrantes ou de carretéis com mangotinho.
Art. 115. O reservatório do sistema de chuveiros automáticos poderá ser o mesmo da rede de
hidrantes e/ou carretel com mangotinho, desde que atenda às demandas dos sistemas,
considerados em uso simultâneo.

SUSEP Nº 006, DE 16.03.92


1.1- Classificação dos riscos a proteger
Para fins de proteção de que trata este item, são os riscos isolados, no conceito da Tarifa de
Seguro Incêndio do Brasil, classificados em três classes, de acordo com a natureza de suas
ocupações.
1.1.1- Classe A - Riscos isolados cuja classe de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do
Brasil, seja 1 ou 2, excluídos os “depósitos” que devem ser considerados como Classe “B”.
1.1.2- Classe B - Riscos isolados cujas classes de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do
Brasil, sejam 3, 4, 5 ou 6, bem como os “depósitos” de classes de ocupação 1 ou 2.
1.1.3- Classe C - Riscos isolados cujas classes de ocupação, na Tarifa de Seguro Incêndio do
Brasil, sejam 7, 8, 9, 10, 11, 12 ou 13.

COSCIPE
Dos Chuveiros Automáticos
Art. 121. A área máxima a ser coberta por um bico de chuveiro automático, e a distância
máxima entre os bicos, deverão obedecer, de acordo com os riscos respectivos, a tabela
abaixo:
RISCO TIPO DO BICO DO ÁREA MÁX. A SER COBERTA POR UM DISTÂNCIA MÁX.
CHUVEIRO BICO (m2) ENTRE OS BICOS (m)

A Pendente no Teto 21,0 4,5


Lateral (Parede) 4,2
B Pendente no Teto 15,0 4,5

Lateral (Parede) 4,2


C Pendente no Teto 9,0 3,5
Lateral (Parede) 3,5
COSCIPE
Das Vazões e Pressões Mínimas
Art. 122. Os níveis mínimos de vazão e pressão exigidos para os bicos dos chuveiros
automáticos mais desfavoráveis são os estabelecidos na tabela abaixo:
RISCO TIPO DO BICO DO DIÂMETRO DO PRESSÃO DE DESCARGA VAZÃO DE
CHUVEIRO ORIFÍCIO DO NO ASPERSOR (Kgf/cm2) DESCARGA
BICO (mm) (L/min)

A Pendente no Teto 13 0,40 52,2


Lateral (Parede)
B Pendente no Teto 13 0,40 52,2
Lateral (Parede)
C Pendente no Teto 16 0,70 110,0

Lateral (Parede)

COSCIPE
Dos Acessos
Art. 147. As distâncias máximas a serem percorridas, em cada pavimento, para atingir as
portas das escadas enclausuradas ou as portas das antecâmaras das escadas à prova de
fumaça, ou ainda, do degrau superior das escadas protegidas, medidas dentro do perímetro do
pavimento, a partir do ponto mais afastado do mesmo, serão determinadas em função dos
seguintes critérios:
I - quando os pavimentos forem isolados entre si, a distância máxima a percorrer deverá ser de
25,0 m;
II - quando não houver isolamento entre pavimentos, a distância máxima a ser percorrida
deverá ser de 15,0 m;
III - quando houver, além do isolamento entre pavimentos, isolamento entre unidades
autônomas, a distância a ser percorrida deverá ser de 35,0 m;
§ 1º No caso da edificação considerada dispuser de sistema de chuveiros automáticos
protegendo as rotas de fuga, as distâncias constantes deste artigo serão aumentadas em até
15,0 m.

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