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Direito Tributário

Prof. Guilherme Pedrozo

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Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem
Direito Tributário

Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito


carinho para que você possa absorver, de forma rápida,
conteúdos de qualidade!
Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!
Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,

Equipe 1ª Fase Ceisc ♥

@prof.guilhermepedrozo

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Direito Tributário

1. Conceito de Tributo

Art. 3º, do CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

* Para todos verem: esquema

Toda prestação pecuniária compulsória

Paga em moeda, ou cujo valor nela se


possa exprimir

Não constitua sanção por ato ilícito

Prevista em lei

1.1 Não constitua sanção por ato ilícito

Tributo não é pena, não poderá ser exigido como forma de punição (sanção política).

Igualmente não se poderá tributar atividade ilícita, entretanto sobre os frutos decorrentes
da atividade ilícita, poderá ocorrer a incidência tributária. Trata-se do princípio da pecunia non
olet.

1.2 Prevista em lei

O tributo sempre deverá ser criado por meio de lei. Via de regra, será criado por lei
ordinária, através do Poder Legislativo. Excepcionalmente, apenas 4 (quatro) tributos, deverá ser
criado por meio de Lei Complementar.

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Exceção:

* Para todos verem: esquema

Contribuição Empréstimo Imposto sobre Imposto


social residual compulsório grandes residual
fortunas

Lembre-se que a Medida provisória não pode atuar em matéria reservada à lei
complementar, logo não poderá criar estes 4 tributos e muito menos editar normas gerais de
direito tributário, como por exemplo: regrais gerais sobre prescrição e decadência (art. 146, III, B
da CF).

2. Competência Tributária

A Constituição Federal não cria tributos, mas outorga poderes aos entes (União, Distrito
Federal, Estados e Municípios) para que estes criem.

Poderão ser criadas as seguintes espécies tributárias:

* Para todos verem: esquema

Contribuição Contribuições Empréstimo


Impostos Taxas
de melhoria especiais compulsório

Somente a União pode criar novo imposto (residual) e nova fonte de custeio para
seguridade social (residual).

2.1 Arrecadação de tributos:

A competência tributária será indelegável. Entretanto, a capacidade ativa tributária poderá


ser delegada do ente competente para outra pessoa jurídica de direito público.

Assim, lembre-se que poderá ser delegada a capacidade ativa tributária para outra pessoa
jurídica de direito público. Tal delegação consiste na delegação das funções administrativas de:

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→ Arrecadação;

→ Fiscalização;

→ Execução das leis.

A competência para criar, majorar, excluir e/ou reduzir, esta será indelegável.

3. Limitações ao Poder de Tributar

3.1 Princípio da legalidade

A criação, majoração, redução ou extinção de tributo deverá ser feita através de lei.

Mitigações/exceções:
* Para todos verem: esquema

Alterar alíquotas II, IE, IPI, IOF


Poder Executivo:
decreto ou portaria
Atualizar base de
Qualquer tributo
cálculo

STF: Alterar prazo de pagamento também poderá ser feito por ato do poder executivo.

3.2 Princípio do não confisco

O valor cobrado de tributo não pode ter significativa quantia que impeça a propriedade.
Exemplo: o valor do IPVA ser maior que o do veículo.
Segundo decisões do Supremo: o princípio do não confisco também será estendido
para as multas tributárias.

3.3 Princípio irretroatividade

A norma tributária não poderá retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que
ocorreram antes de sua vigência. Sendo assim, aplica-se a lei vigente, alíquota e base de cálculo
que estiverem em vigor quando da ocorrência do fato gerador.

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Logo, conclui-se: a norma tributária, via de regra, não poderá retroagir justamente para
preservar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança
jurídica.
Entretanto, o CTN leciona algumas exceções à irretroatividade:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


II - Tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da suaprática.

A norma nova que venha deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir a
infração (reduzir o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já ocorridos, desde
que não exista coisa julgada.
Vale ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente e tão exclusivamente no
campo das infrações (jamais no tocante às alíquotas ou base de cálculo).

Princípio da Irretroatividade

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4. Imunidades

* Para todos verem: quadro esquemático

Imunidade Isenção

Dispensa Dispensa legal (norma


constitucional ao infraconstitucional) ao
poder de tributar poder de tributar. Cada
ente cria para seus
tributos

Não pode ser Em regra, poderá ser


revogada revogada a qualquer a
tempo. Exceção: isenção
onerosa (condição e prazo
certo), em razão da
segurança jurídica e do
direito adquirido não poderá
Admite ampla ser revogada a qualquer
tempo
forma de
interpretação

Apenas admite
interpretação literal

Existem dois gêneros (grupos) de imunidades:

4.1 Específicas

Podem ser de qualquer espécie tributária (caso concreto/caso certo). Estão espalhadas
por toda a CF.
Exemplo: as entidades de assistência social sem fins lucrativos (por exemplo, Sistema S)
não irão pagar contribuição de seguridade social (Contribuição Patronal, PIS/COFINS).

4.2 Genéricas

Somente de impostos. Estão apenas no artigo abaixo citado e estarão de forma genérica
em nossa Constituição.

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São espécies de imunidade genéricas:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - Instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidadessindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

4.2.1 Templos

Não haverá incidência de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços que estejam em
nome do templo e que sejam revertidos ao cumprimento de sua finalidade essencial na forma do
artigo 150, §4º da CF.
Atenção: § 1º-A O imposto previsto no inciso I (IPTU) do caput deste artigo não incide
sobre templos de qualquer culto, ainda que as entidades abrangidas pela imunidade de que trata
a alínea "b" do inciso VI do caput do art. 150 desta Constituição sejam apenas locatárias do bem
imóvel.

4.2.2 Livros, jornais, revistas e periódicos

Não haverá a incidência de impostos sobre livros, jornais, revistas, periódicos e dos papéis
destinados à impressão destes, desde que transmitam pensamento e não possuam cunho
publicitário.
STF: livros eletrônicos (e-books) e seus readers (suportes de leitura) também tem
imunidade na forma da SV 57 do STF.
Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante ao objeto e não
sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel pertencente à fábrica do jornal.
E para gozarem da imunidade quais são os requisitos necessários que devem ser
observados: transmitir um pensamento e ter uma ideia formalmente orientada
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo sexual gozarão desta
imunidade.
E as revistas com finalidade de marketing, que desejam prioritariamente vender produtos?
Estas revistas não gozarão de imunidade, muito menos o papel destinado à impressão destas
revistas publicitárias.

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5. Obrigação Tributária

* Para todos verem: esquema

Pagar tributo e/ou


Principal
multa
Obrigações
Fazer/não fazer
Acessória (nota fiscal, livro
contábil)

As relações obrigacionais são independentes.

Pessoas, instituições imunes e isentas apenas estarão desobrigadas ao cumprimento da


obrigação principal, porém não estarão desobrigadas ao cumprimento das obrigações
acessórias.
O descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma principal (multa).
Quem irá exigir o cumprimento da obrigação? Ente competente, salvo quando houver
delegação a outro entre.

5.1 Sujeito passivo

Sujeito passivo é quem irá cumprir a obrigação.

* Para todos verem: esquema

Vínculo direto com o fato


Contribuinte gerador

Sujeito passivo
Terceiro. Porém terá
vínculo com fato gerador e
Responsável sua responsabilidade
deverá estar em lei
expressa

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Contrato particular relativo à responsabilidade pelo pagamento de tributos não poderá ser
oposto contra à Fazenda Pública, bem como não poderá servir para modificar a definição legal
do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Duas ou mais pessoas poderão ser solidariamente obrigadas ao pagamento de um único
tributo? Sim, desde que haja vínculo/interesse comum na situação que constitua o fato gerador
(solidários).
E se uma destas pessoas gozar de isenção tributária em razão de condição especial? Os
demais continuarão devedores pelo saldo devedor de forma solidária.

6. Domicílio Tributário

Em regra, o domicílio tributário será aquele eleito pelo sujeito passivo.


Se não escolher (fizer opção):

* Para todos verem: esquema

Local dos
atos/fatos que
Pessoa física Residência Trabalho deram origem
ao fato gerador

Local dos atos/fatos


Pessoa jurídica Sede da empresa que deram origem ao
fato gerador

Pode o domicílio fiscal eleito pelo sujeito passivo ser recusado pelo fisco, desde que o
local escolhido dificulte ou impeça a arrecadação ou fiscalização

7. Compensação

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada
caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários
com

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créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda


pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os
efeitosdeste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução
maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer
entre a data da compensação e a do vencimento.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de


contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial.

Ocorrerá o direito a compensar quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor uma da outra. Agora, não bastará para ocorrer a compensação ter crédito e débito, mas
também faz-se necessário a existência de norma específica do ente competente que estipule as
condições e garantias, observando o teor do artigo 170 do CTN.
Cuidado com a Súmula 212 do STJ que foi revogada em razão de decisão do STF. Logo,
poderá ocorrer liminarmente a concessão do direito de compensação.

8. Remissão

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - À situação econômica do sujeito passivo;
II - Ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - À diminuta importância do crédito tributário;
IV - A considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do
caso;
V - A condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-
se,quando cabível, o disposto no artigo 155.

9. Anistia

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência


dalei que a concede, não se aplicando:

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I - Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
terceiroem benefício daquele;

II - Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas
naturais ou jurídicas.

A anistia também trata-se de medida desonerativa que, entretanto, visa retirar do


contribuinte a denominação de infrator. Logo, o legislador, mediante lei própria (específica do
ente competente), poderá excluir/dispensar o contribuinte do pagamento da multa tributária.
Agora não confunda remissão com anistia. Remissão é forma de extinção e poderá
extinguir todo o crédito tributário (tributo/multa). Notadamente a remissão ocorreu após a
constituição do crédito tributário. Já a anistia ocorrerá antes da constituição da multa, e portanto
poderá apenas excluir a multa tributária.

10. Responsabilidade Tributária

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o


respectivo preço.

O que disposto no artigo supra, trata-se da responsabilidade dos adquirentes de bens


imóveis. Portanto, todos os tributos/multas devidas, relativos ao bem imóvel (impostos, taxas e
contribuição de melhoria) serão transferidos ao adquirente do bem.
Entretanto, o adquirente apenas não poderá ser responsabilizado quando houver
comprovação da negativa de débitos (possuir certidão negativa na data da compra) ou quando
adquirir o bem em leilão judicial, visto que neste último caso, os valores das dívidas estarão sub-
rogadas pelo preço pago em hasta pública. Logo, se houver saldo pendente, mesmo com a
realização da arrematação, o adquirente não poderá ser cobrado pelo saldo devido.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas
de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer
sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual,
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do
ato:

I - Integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;


II - Subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio,
indústria ou profissão.

§ 1° O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Incluído
pela LCP nº 118, de 2005)
I – Em processo de falência; (Incluído pela LCP nº 118, de 2005)
II – De filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. (Incluído pela
LCP nº 118, de 2005)

§ 2° Não se aplica o disposto no § 1° deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela LCP
nº118, de 2005)
I – Sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo
devedorfalido ou em recuperação judicial; (Incluído pela LCP nº 118, de 2005)
II – Parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela LCP nº 118,
de 2005)
III – Identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária. (Incluído pela LCP nº 118, de 2005)

Aquele que compra e continua a explorar comercialmente:


*Para todos verem: esquema

A) Regra: quem responderá é o adquirente.

B) Integralmente pelo adquirente: se quem vendeu


cessar a prática de exploração.

C) Subsidiariamente: se aquele que vendeu continuar a


explorar ou retornar no prazo de até 6 meses.

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Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
I - As pessoas referidas no artigo anterior;
II - Os mandatários, prepostos e empregados;
III - Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

A responsabilidade é do terceiro (dever de zelo), mas quando ocorrer dolo, são


pessoalmente responsáveis.
Tutor, curador e tabelião = se cometerem atos em excesso.
Entram também os administradores da empresa. Cuidado: não é qualquer sócio. Aqui são
aqueles que tenham e exerçam cargo de administração da empresa.
Vide: Súmula 430 e 435 do STJ.

11. Denúncia Espontânea

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,


se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de


qualquerprocedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

A denúncia espontânea é o famoso instituto que imita a delação premiada no direito penal.
Ela ocorrerá quando o contribuinte e/ou responsável realizar um fato gerador e, posteriormente
a sua ocorrência, o realizador do fato gerador vem realizar tal comunicação junto a autoridade
fazendária.
E qual benefício gozará o contribuinte/responsável que delatar-se para o fisco? Ele, na
forma do artigo 138 do CTN, estará livre do pagamento da multa, devendo pagar apenas o tributo
devido, este acrescido de juros.
Mas lembre-se da condição disposta na norma: tal fato gerador deverá ser totalmente
desconhecido da autoridade fazendária, sob pena de ser impossível utilizar-se do referido
instituto.
Por fim, e não menos importante: aplica-se o instituto da denúncia espontânea aos tributos
sujeitos ao lançamento por homologação, desde que estes não venham a ser declarados. Acaso
declarados, por mais que não sejam pagos e/ou cobrados, não poderá mais o sujeito passivo
utilizar-se de tal benefício na forma da súmula 360 do STJ.

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12. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

Reza o artigo 184 do CTN que sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados
bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos
bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláu-sula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetua-dos unicamente os bens e
rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Na forma do artigo supracitado, o crédito tributário poderá servir-se, via de regra, de


quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas gravadas com cláusula
de inalienabilidade ou impenhorabili-dade. Entretanto, os bens descritos no artigo 833 do CPC e na
lei 8.009/1990 (único bem imóvel – família) serão impenhoráveis.

Mas tenha cuidado, visto que na própria lei 8.009/1990 (art. 3º, IV) temos uma exceção à
impenhorabilida-de por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário for oriundo do bem imóvel,
ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos (exemplo: IPTU, Taxa, Contribuição de
Melhoria).

Ainda, quanto as disposições legais sobre a garantia, é importante referir o artigo 185 do
CTN: que presu-me-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.

Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer alienação (venda) de
bens com a fina-lidade de não pagar tributo. O lapso temporal para definição da referida fraude é a
inscrição em dívida ativa. Ainda, afirma o parágrafo único do referido artigo que apenas não será
considerado fraude se o devedor conservar bens suficientes para à satisfação do crédito tributário.

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Caderno de Questões – Direito Tributário
Guilherme Pedrozo
Caderno de Questões – Direito Tributário
Guilherme Pedrozo

1) FGV – 2022 - OAB - XXXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q22
O Município X, desejando fomentar os pequenos negócios de tinturaria e lavanderia na cidade (item 14.10 da lista
anexa à Lei Complementar 116/2003), editou, em 2018, Lei Ordinária que fixou a alíquota do Imposto sobre Serviços
(ISS) em 1,5% sobre o preço desses serviços. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. Diante desse
cenário, assinale a afirmativa correta.
A) A referida alíquota de ISS não poderia ser fixada por lei ordinária, mas sim por lei complementar municipal.
B) A referida alíquota de ISS foi fixada sobre base de cálculo equivocada, pois não deveria incidir sobre o preço do
serviço.
C) A referida alíquota de ISS não viola a alíquota mínima geral de ISS estabelecida em lei complementar federal,
pois os serviços de tinturaria e lavanderia constituem uma das hipóteses de exceção à regra geral de alíquota
mínima.
D) A referida alíquota de ISS viola a alíquota mínima geral de ISS estabelecida em lei complementar federal.

2) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q26

José e João eram sócios da Sociedade Empresária XYZ Ltda. entre os anos de 2017 e 2019, cada um com 50% do
capital social e poderes de administração. Em janeiro de 2020, João se retira regularmente da sociedade, alienando
suas cotas sociais para Joaquim, passando este a exercer a gestão juntamente com José. Em novembro de 2021
é ajuizada uma ação de execução fiscal contra a Sociedade Empresarial XYZ Ltda. para a cobrança de um crédito
tributário relativo a fato gerador ocorrido no ano de 2018. No momento da citação, verifica-se que a empresa havia
sido dissolvida irregularmente poucos meses antes, não possuindo mais bens. O procurador responsável pela ação
decide requerer o redirecionamento da execução fiscal. Diante deste cenário e à Luz do CTN, assinale a afirmativa
correta.
A) Apenas José e João respondem solidariamente em caso de redirecionamento da execução fiscal por dissolução
irregular da sociedade.
B) Apenas José responderá pessoalmente em caso de redirecionamento da execução fiscal por dissolução irregular
da sociedade.
C) Apenas a Sociedade Empresária XYZ Ltda. responderá pela dívida tributária, não sendo possível o
redirecionamento da execução fiscal por dissolução irregular da socidade.
D) Apenas José e Joaquim respondem pessoalmente em caso de redirecionamento da execução fiscal por
dissolução irregular.

3) FGV – 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q24

Maria dos Santos, querendo constituir hipoteca sobre imóvel de sua propriedade em garantia de empréstimo bancário
a ser por ela contraído, vai a um tabelionato para lavrar a escritura pública da referida garantia real. Ali, é informada
que o Município Z, onde se situa o bem, cobra o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) sobre a constituição
de direitos reais de garantia. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
A) É possível tal cobrança, pois a constituição de direito real de garantia sobre bens imóveis, por ato inter vivos, é
uma das hipóteses de incidência do ITBI.
B) O contribuinte do ITBI, nesse caso, não seria Maria dos Santos, mas sim a instituição bancária em favor de quem
a garantia real será constituída.
C) O tabelião atua como responsável por substituição tributária, recolhendo, no lugar do contribuinte, o ITBI devido
em favor do Município Z nessa constituição de direitos reais de garantia.
D) Não é possível exigir ITBI sobre direitos reais de garantia sobre imóveis.

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Caderno de Questões – Direito Tributário
Guilherme Pedrozo

4) FGV – 2019 - OAB - XXIX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q23
Um carregamento de computadores foi abandonado no porto pelo importador, que não chegou a realizar o
desembaraço aduaneiro dentro do prazo previsto na legislação tributária. Por isso, a autoridade tributária, após o
devido processo legal, aplicou a pena de perdimento e realizou leilão para alienação dos computadores. Diante dessa
situação, a base de cálculo do imposto sobre a importação incidente na hipótese será o valor
A) de mercado dos bens.
B) da arrematação.
C) arbitrado pela autoridade tributária.
D) estimado dos bens, deduzindo-se os custos com armazenagem e as comissões do leiloeiro público.

5) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q25
Pequenos produtores rurais do interior do Estado Alfa vendem sua produção de leite para uma indústria de laticínios
localizada no Município Beta, no mesmo Estado. Por determinação em lei do Estado Alfa, fica atribuída a tal indústria
a responsabilidade tributária pelo pagamento do ICMS vinculado ao fato gerador da etapa de circulação da mercadoria
dos pequenos produtores rurais para a indústria (excluindo-se a responsabilidade dos contribuintes produtores rurais).
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
A) A indústria é substituta tributária no âmbito de uma substituição tributária regressiva (substituição “para trás”).
B) A indústria é substituta tributária no âmbito de uma substituição tributária progressiva (substituição “para frente”).
C) A indústria realiza um fato gerador presumido.
D) A indústria realiza um fato gerador fictício.

6) FGV – 2018 - OAB - XXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q22
A Fazenda Pública apurou que fato gerador, ocorrido em 12/10/2007, referente a um imposto sujeito a lançamento
por declaração, não havia sido comunicado pelo contribuinte ao Fisco. Por isso, efetuou o lançamento de ofício do
tributo em 05/11/2012, tendo sido o contribuinte notificado desse lançamento em 09/11/2012, para pagamento em 30
dias. Não sendo a dívida paga, nem tendo o contribuinte impugnado o lançamento, a Fazenda Pública inscreveu, em
05/10/2017, o débito em dívida ativa, tendo ajuizado a ação de execução fiscal em 08/01/2018. Diante desse cenário,
assinale a afirmativa correta.
A) A cobrança é indevida, pois o crédito tributário foi extinto pelo decurso do prazo decadencial.
B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o prazo prescricional para propor a ação de execução fiscal.
C) A cobrança é devida, pois a inscrição em dívida ativa do crédito tributário, em 05/10/2017, suspendeu, por 180
dias, a contagem do prazo prescricional para propositura da ação de execução fiscal.
D) A cobrança é devida, pois não transcorreram mais de 10 anos entre a ocorrência do fato gerador (12/10/2007) e a
inscrição em dívida ativa do crédito tributário (05/10/2017).

7) FGV – 2017 - OAB - XXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q26
A pessoa jurídica Sigma teve lavrado contra si um auto de infração. A autuação fiscal lhe impôs multa pela falta de
exibição de notas fiscais durante um determinado período. Após ser citada em sede de execução fiscal, a pessoa
jurídica Sigma alegou, em embargos à execução, que não apresentou as notas fiscais porque elas haviam sido
furtadas por seu antigo gerente geral, que, com elas, praticara ilícito criminal, tendo sido, por isso, condenado na
esfera penal por sonegação fiscal e furto daquelas notas. Com base nessa narrativa, no que tange ao pagamento da
multa tributária, assinale a afirmativa correta.
A) A responsabilidade é pessoal do antigo gerente por ter cometido infração conceituada na lei como crime.
B) A empresa deve arcar com o pagamento da multa, sendo possível, posteriormente, uma ação de regresso em face
do antigo gerente geral.
C) O antigo gerente não pode ser responsabilizado na esfera cível/tributária, por já ter sido condenado na esfera
penal.
D) O caso é de responsabilidade solidária, por ter a empresa nomeado o antigo gerente para cargo de tamanha
confiança.

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Guilherme Pedrozo

8) FGV – 2013 - OAB - XI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q23


Devido à crise que vem atingindo o Estado Y, seu governador, após examinar as principais reclamações dos
contribuintes, decidiu estabelecer medidas que facilitassem o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA). Por meio de despacho administrativo, autorizado por lei, perdoou débitos de IPVA iguais ou
inferiores a R$ 300,00 (trezentos reais) na época da publicação. Além disso, sancionou lei prorrogando o prazo para
pagamento dos débitos de IPVA já vencidos. Com base no caso apresentado, assinale a opção que indica os institutos
tributários utilizados pelo governo, respectivamente.
A) Remissão e isenção.
B) Moratória e anistia.
C) Remissão e moratória.
D) Isenção e moratória.

9) FGV – 2013 - OAB - X Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q25


O Município M, ao realizar a opção constitucionalmente prevista, fiscalizou e cobrou Imposto sobre
PropriedadeTerritorial Rural (ITR), incidente sobre as propriedades rurais localizadas fora da sua área urbana. Em
função desse fato, o Município M recebeu 50% (cinquenta por cento) do produto do imposto da União sobre a
propriedade rural, relativo aos imóveis nele situados. Diante dessa situação, sobre a fiscalização e a cobrança do ITR
pelo Município M, assinale a afirmativa correta.
A) Não são possíveis, por se tratar de imposto de competência da União.
B) São possíveis, sendo igualmente correta a atribuição de 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do
imposto a ele.
C) São possíveis, porém, nesse caso, a totalidade do produto da arrecadação do imposto pertence ao Município.
D) São possíveis, porém, nesse caso, 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação do imposto pertence
ao Município.

10) FGV – 2013 - OAB - XI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q24
O Estado A ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica B, com o objetivo de cobrar crédito referente ao
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Nesse sentido, requereu, em sua petição
inicial, que, após a citação, fosse determinada a imediata indisponibilidade de bens e direitos da contribuinte. Nesse
caso, o juiz deve indeferir o pedido, porque a decretação da indisponibilidade de bens e direitos
A) ocorre somente após o insucesso do pedido de constrição sobre ativos financeiros, embora desnecessária qualquer
outra providência.
B) ocorre somente após a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, embora
desnecessária qualquer outra providência.
C) ocorre somente após o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis.
D) é impossível durante a execução fiscal.

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Guilherme Pedrozo

Gabaritos das questões:

1-D 2-D 3-D 4-B 5-A 6-B 7-A 8-C 9-C 10 - C

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