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Resumo

A distribuição eletrônica, ou como também é conhecida, princípio da configuração eletrônicanada


mais é que a disposição dos elétrons de forma que o átomo fique em seu estado fundamental.

O estado fundamental de um átomo é aquele onde todos os seus elétrons estão dispostos nos níveis mais
baixos de energia que estão disponíveis. O estado fundamental também é conhecido como estado
estacionário, e nesse estado o átomo possui os seus elétrons em um estado de mínima energia possível.

O modelo atômico de Rutherford-Böhr mostra que o átomo possui um núcleo com prótons e
nêutrons, além de uma eletrosfera formada por várias camadas eletrônicas, com valores de
energia específicos para cada tipo de átomo. Para os elementos conhecidos atualmente, existem,
no máximo, sete camadas que são representadas, respectivamente (de dentro para fora), pelas
letras K, L, M, N, O, P e Q.
A distribuição eletrônica refere-se ao modo em que os elétrons estão distribuídos nas camadas ou
níveis de energia que ficam ao redor do núcleo do átomo. Por exemplo, abaixo temos os elétrons
do berílio. Ele possui 4 elétrons no total, distribuídos em duas camadas eletrônicas. Assim, a sua
distribuição eletrônica é dada por: 2 – 2.
A partir do modelo atômico de Bohr, que é um aperfeiçoamento do modelo atômico de Rutherford, tornou-
se possível a compreensão de alguns fenômeno s que os modelos atômicos anteriores não conseguiam
explicar com eficácia. Através de um experimento que se baseou na emissão de luz utilizando átomos de
apenas um elétron, o postulado de Bohr mostrou que os elétrons estão confinados em determinados níveis
de energia quando em seu estado estacionário, e cada estado estacionário está relacionado à um nível de
energia, descrito pelo número quântico principal (n) que varia de 1 a 7, também chamados de camadas K,
L, M, N, O, P e Q, e representado por uma órbita localizada ao redor do núcleo do átomo. Para que o
elétron migre de um nível para o outro é necessário que haja absorção de energia.

Cada camada comporta uma quantidade máxima de elétrons, como podemos verificar a seguir:

Nível (n) 1 2 3 4 5 6 7
Camada K L M N O P Q
Máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 2
A partir dessas informações, podemos distribuir os elétrons de qualquer elemento da tabela periódica com
facilidade, por exemplo:

Hidrogênio (H):

Número atômico = 1

Nível (n) 1
Camada K
Máximo de elétrons 1
Carbono (C):

Número atômico = 6

Nível (n) 1 2
Camada K L
Máximo de elétrons 2 4
Cálcio (Ca):
Número atômico = 20

Nível (n) 1 2 3 4
Camada K L M N
Máximo de elétrons 2 8 8 2

Subníveis de Energia – Diagrama de Linus Pauling


O modelo de Bohr não corresponde com a realidade do que ocorre com a entrada de elétrons nos níveis
de energia da eletrosfera. Através de estudos quânticos, Linus Pauling criou um diagrama que facilita o
entendimento de como os elétrons ocupam os orbitais. Normalmente os elétrons ocupam quatro principais
orbitais eletrônicos que são identificados pelas letras s, p, d e pela letra f, em ordem crescente de energia.
Para cada nível de energia (n= 1 a 7), existem os subníveis de energia que estão diretamente ligados a um
dos orbitais. Este método foi criado pelo físico alemão Erwin Madelung e aperfeiçoado por Linus Pauling,
por esse motivo, na literatura é comum citar somente o diagrama de Linus Pauling, ou apenas diagrama
de Pauling.

Quando um elétron está localizado no nível 1 por exemplo, representa-se o mesmo como 1s, pois este
encontra-se no nível 1 e no orbital s, e assim sucessivamente com os demais níveis e orbitais.

O princípio básico do diagrama de Linus Pauling consiste em facilitar o entendimento de como os elétrons
se distribuem nos níveis e subníveis de energia até a sua camada de valência.

A camada de valência é a que acomoda os elétrons com maior energia, que são responsáveis pela
ocorrência das reações químicas, pois os elétrons contidos nela estão instáveis e buscando outros
elétrons para que possam se tornar estáveis conforme a Teoria do Octeto.

Como vimos anteriormente, os átomos comumente ocupam 7 níveis de energia, cada nível com seus
subníveis associados ao tipo de orbital em que o elétron se encaixa. Cada orbital possui no máximo dois
elétrons, por esse motivo, eles podem ser distribuídos nos subníveis de energia.

Subnível s p d f
Número de orbitais por subnível 1 3 5 7
Número máximo de elétrons 2 6 10 14
Vejamos abaixo o esquema de como funciona o diagrama de Pauling, que permite realizar a distribuição
eletrônica de todos os elementos químicos da tabela periódica e em seguida alguns exemplos de como
realizar a distribuição eletrônica utilizando esse modelo.

Preenchimento dos subníveis

Os subníveis são preenchidos sucessivamente, na ordem crescente de energia, com o número máximo de
elétrons possível em cada subnível.

Os números quânticos indicam a energia do elétron no átomo e a região de máxima probabilidade de se


encontrar o elétron.

O número quântico principal (n) indica o nível de energia. Varia de n=1 a n=7, respectivamente, no 1.°, 2.°,
3.°, … nível de energia.

O número máximo de elétrons em cada nível é dado por 2n2. Entre os átomos conhecidos, no estado
fundamental, o número máximo de elétrons num mesmo nível é 32.
O número quântico secundário ou azimutal (l) indica a energia do elétron no subnível. Nos átomos
conhecidos, no estado fundamental, há quatro subníveis, representados por s, p, d, f, em ordem crescente
de energia.

Orbitais

Os subníveis são formados de orbitais. Orbital é a região da eletrosfera onde há maior probabilidade de
estar localizado o elétron do átomo. O número máximo de elétrons em cada orbital é 2. A cada orbital foi
atribuído um número quântico magnético (m) cujo valor varia de – 1 a +1, passando por zero.

O orbital s tem forma esférica. Os orbitais p têm forma de duplo ovóide e são perpendiculares entre si
(estão dirigidos segundo três eixos ortogonais x, y e z).

Spin

Spin é o movimento de rotação do elétron em torno de seu eixo. Pode ser paralelo ou antiparalelo. A cada
um deles foi atribuído um número quântico: + 1/2 e –1/2.

Princípio da exclusão de Pauli

Em um mesmo átomo, não existem dois elétrons com quatro números quânticos iguais.

Como conseqüência desse princípio, dois elétrons de um mesmo orbital têm spins opostos.

Um orbital semicheio contém um elétron desemparelhado; um orbital cheio contém dois elétrons
emparelhados (de spins opostos).

Regra de Hund

Ao ser preenchido um subnível, cada orbital recebe, inicialmente, apenas um elétron; somente depois de o
último orbital ter recebido seu primeiro elétron começa o preenchimento de cada orbital semi-cheio com o
segundo elétron.

Elétron de maior energia ou elétron de diferenciação é o último elétron distribuído no preenchimento da


eletrosfera, de acordo com as regras estudadas.

Para íons também podemos utilizar o diagrama de Pauling para realizar a distribuição eletrônica:

Cálcio (Ca2+):

20 Ca2+ = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Camada de Valência: 3s2 e 3p6 – 8 elétrons na última camada

Flúor (F-):

9 F- = 1s2 2s2 2p6
Camada de Valência: 2s2 e 2p6 – 8 elétrons na última camada

Cloro (Cl-):

Cl- = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
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Camada de Valência: 3s2 e 3p6 – 8 elétrons na última camada

Conforme podemos observar nos exemplos acima, quando realizamos a distribuição eletrônica de íons,
partimos da distribuição do elemento químico em seu estado neutro, ou seja, partimos do átomo neutro e
depois acrescentamos ou retiramos os elétrons de acordo com a carga do íon, desse modo, para cátions
(elemento que perdeu elétron (s), portanto com carga positiva) retiramos a quantidade de elétrons de
acordo com a carga do íon e para ânions (elemento que ganhou elétron (s), portanto com carga negativa)
acrescentamos a quantidade de elétrons de acordo com a carga do íon.

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