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FACULDADE ANHANGUERA- CAMPUS SÃO JOSÉ/ SC

CURSO DE PSICOLOGIA
CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA- 2021/2

JOÃO MARIA DE AUGUSTINHO FERREIRA


RA:333273515623

RELATÓRIO PARCIAL DE ATENDIMENTO PSICOTERAPÊUTICO NA


CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA DA FACULDADE ANHANGUERA DE
SÃO JOSÉ-SC

Orientador: Prof. Psicólogo Juliana Gomes Fiorott. CRP 12/16611

Período de referência do relatório: Setembro a Dezembro de 2021.

SÃO JOSÉ, 2021


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JOÃO MARIA DE AUGUSTINHO FERREIRA

RELATÓRIO PARCIAL DE ATENDIMENTO PSICOTERAPÊUTICO NA


CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA DA FACULDADE ANHANGUERA DE
SÃO JOSÉ-SC

Relatório apresentado à disciplina de Estágio Específico I (Ênfase em psicologia Clínica), como


requisito parcial para aprovação na disciplina.

SÃO JOSÉ, 2021


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................03
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................03
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS.......................................11
3.1 Paciente B.......................................................................................................... 11
4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.........................................................17
5. REFERÊNCIAS ...............................................................................................19
6. ANEXOS………………………………………………………………………20
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1. INTRODUÇÃO

Estágio Específico I do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera de São José- SC


com ênfase na prática da Psicologia Clínica, e no desenvolvimento e promoção da
saúde. Os atendimentos aos pacientes acontecem uma vez por semana, nos consultórios
da Clínica Escola de Psicologia da Faculdade Anhanguera, situados no próprio campus
da Faculdade. Esses atendimentos são realizados com pacientes que foram triados e
mostraram-se disponíveis para o atendimento por meio remoto. A abordagem teórica
escolhida para a realização dos atendimentos é Ecopsicologia, uma visão da clínica de
Gestalt-Terapia.
As orientações ocorrem com frequência semanal, e tem duração de aproximadamente de
50 minutos por encontro. Os atendimentos realizados são orientados pela professora
Juliana Gomes Fiorott, psicólogo inscrita no Conselho Regional de Psicologia, 12ª
Região, sob o número 12-16611.
Além de descrever os atendimentos realizados, neste relatório de estágio, serão
descritas, também, algumas avaliações sobre o caso. No final deste relatório serão
apresentadas algumas considerações parciais e encaminhamentos sobre o referido caso.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ECOPSICOLOGIA UMA VISÃO GESTÁLTICA


Desenvolver algumas atividades para trazer a natureza ao cotidiano e poder se
beneficiar tanto mental quanto fisicamente. Por exemplo, cultivar alimentos numa mini
horta ou cuidar de flores, fazer exercício ao ar livre ou estar perto de animais pode ter
muitos efeitos positivos, como: melhorar o humor; reduzir o estresse ou raiva; ajuda a
“dar um tempo” e se sentir mais relaxado; melhorar a saúde física; melhorar a confiança
e autoestima; ajudar a ser mais ativo; ajudar a fazer novas conexões entre outros.
A ecopsicologia tem uma visão de EU-TU, como fazendo parte de um todo. A relação
do homem com a natureza numa interligação de existência, em que uma parte completa
a outra na subjetividade do ser, de fazer no mundo. Como citado por Bilibio (2018):

“A essência do homem se manifesta por meio de seus existenciais, ou seja, ele é um


animal-racional-ambiental. Esta última dimensão humana revela que ele é parte da
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natureza e, junto com o mundo, constitui uma unidade de sentido, uma gestalt plena,
uma totalidade organizada, indivisível e articulada”.  (Ribeiro, 2009 apud BILIBIO,
2018).

2.2 HORTICULTURA E TERAPIA

A Horticultura historicamente tem sido utilizada como terapia principal ou como


coadjuvante de terapias no tratamento de doenças. Também tem sido utilizada para
alcançar benefícios sociais e psicológicos para indivíduos e comunidades
desfavorecidas e promover a saúde e o bem-estar físico e psicológico dessas pessoas.
Horticultura e Jardinagem são usadas por muitos terapeutas ocupacionais para promover
o desenvolvimento de habilidades motoras e também para desenvolver habilidades
sociais e proporcionar oportunidades sociais, particularmente para aqueles com
dificuldades em saúde mental. Juntamente com o uso da Horticultura em Terapia
Ocupacional, as práticas de Terapia Hortícola e Horticultura Terapêutica seriam
igualmente desenvolvidas. Essas abordagens têm formato e estrutura reconhecidos, uma
pedagogia bem definida e, em alguns países como nos Estados Unidos , organizações
profissionais. Os termos Terapia Hortícola e Horticultura Terapêutica são
frequentemente usados na literatura, às vezes alternadamente, para descrever o processo
de interação entre o indivíduo e as plantas ou jardins que, na maioria dos casos, são
facilitados por um profissional treinado.  “Terapia Hortícola'' diz respeito ao uso de
plantas por um profissional treinado como meio pelo qual certas metas clinicamente
definidas podem ser cumpridas. E a Horticultura Terapêutica é o processo pelo qual os
indivíduos podem desenvolver o bem-estar usando plantas e horticultura. Isto é
conseguido através do envolvimento ativo ou passivo
A distinção é que a Terapia Hortícola tem um objetivo clínico pré-definido semelhante
ao encontrado na Terapia Ocupacional, enquanto a Horticultura Terapêutica é
direcionada para melhorar o bem-estar do indivíduo de forma mais generalizada.
Recentemente, o termo “Horticultura Social e Terapêutica” (HST) tornou-se
amplamente utilizado (particularmente no Reino Unido), uma vez que as interações
sociais, os resultados e as oportunidades são uma parte importante das atividades e
processos dos projetos de hortas terapêuticas.
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Segundo SOUZA, 2017:

[...] cultivo de plantas, de horta, estufa, pomar e jardim, que visam proporcionar
benefícios para a saúde e bem-estar humano a partir do contato com a natureza, da
interação social, da ocupação útil do tempo e da valorização pessoal, além da
consciência ambiental e social.

É esperado uma diminuição de estresse, proporcionando bem estar e uma melhora


psíquica e física. Podemos dizer também a nível nutricional, pois estarão consumindo
produtos frescos e de valor nutricional.  (Söderback, Söderström & Schälander (2004)
apud SOUZA, 2017)

2.3 TERAPIA COM ANIMAIS

Atividades Assistidas por Animais (AAA) são usadas para um serviço menos
controlado, que pode ter um efeito terapêutico, mas que não é uma terapia verdadeira
em sentido estrito. Tanto pessoas da área da saúde quanto pessoas comuns podem estar
envolvidas nessas atividades. O papel terapêutico dos animais de companhia está bem
estabelecido para pessoas fisicamente doentes, pessoas com transtornos psicológicos,
pessoas emocionalmente abaladas, prisioneiros, usuários de drogas, idosos e crianças.
O contato com animais de companhia está associado a mudanças positivas na função
cardiovascular e na concentração de vários neurotransmissores, na redução de distúrbios
psicossomáticos e aflições, e a um número menor de visitas por ano de idosos ao
médico. O apoio social de animais de estimação, por exemplo, pode ser um substituto
para a falta de apoio humano, fornecendo uma facilitação das obrigações de
relacionamento, reforçando a reorganização, restabelecendo rotinas e
“complementando” o suporte humano existente. Este e outros estudos demonstraram a
robustez dos efeitos dos animais de companhia como catalisadores da interação social
entre as pessoas.
Constata-se que animais podem afetar positivamente a saúde física/fisiológica humana
em duas direções, ambas envolvendo componentes psicológicos:
1) Estimulando o exercício e a condição física, resultando também em redução do
estresse e em aumento do bem-estar mental
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2) Estimulando mecanismos psicológicos levando, por sua vez, a uma melhora em


relação a proteção e ao desenvolvimento de transtornos psicossomáticos e aflições.

2.4 TERAPIA ECOLÓGICA

A Ecoterapia contemporânea pode ser descrita como um modelo de terapia bastante


desenvolvido em padrões ecológicos e que adota uma abordagem de “saúde do
ecossistema” com um foco amplo para a transdisciplinaridade. Ela enfatiza atitudes
sociais, bem como pesquisas e atividades que implicam um elemento de reciprocidade
entre o humano e a natureza, e que promovem ações positivas sobre o meio ambiente
que melhoram o bem-estar da comunidade. A estrutura da Ecoterapia contemporânea
delineia dois níveis de envolvimento: (1) o nível micro do processo terapêutico e (2) o
nível macro dos processos sociais mais amplos.
Esse processo implicaria em uma visão de si como parte de um “todo maior”, algo que
os indivíduos passam a apreciar e a cultivar, gerando reciprocidade em relação ao
ecossistema. Os poderosos efeitos desta dimensão irradiam do “microcosmo” pessoal
para o “macrocosmo” exterior dos parâmetros sociais. A Ecoterapia traz à luz o
esclarecimento de que a natureza não apenas nos ajuda a encontrar um equilíbrio
biopsicológico saudável, mas que a saúde de nosso ecossistema é um elemento
inextricável de nossa comunidade e sistema social. A prática ecoterapêutica não pode,
portanto, contornar questões sociais, nem tão pouco pode contornar questões de saúde
pública e de política espaços e projetos ecoterapêuticos também podem ser usados pela
comunidade em benefício do público em geral e do ecossistema; eles também ajudam o
público a se reconectar com a natureza e podem levar a mudanças comportamentais e
sociais.
A Ecoterapia contemporânea pode, portanto, ser definida como um termo genérico para
todos os métodos baseados na natureza, visando o restabelecimento do bem-estar
recíproco humano e ecossistêmico. Uma abordagem transdisciplinar e ecossistêmica
voltada para o aprimoramento colaborativo da saúde física, psicológica e social das
pessoas, comunidades e ecossistemas. Esses resultados são alcançados através do
desenvolvimento de uma relação pessoal e coletiva próxima com o ecossistema natural.

2.6 TERAPIA DA NATUREZA SELVAGEM


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Virar-se para a natureza e sua configuração selvagem em busca de oportunidades de


crescimento da consciência pessoal e realização de mudanças interiores não é uma ideia
nova; o processo existe nas culturas humanas há milhares de anos. Em tempos mais
recentes, novamente, áreas ao ar livre têm sido cada vez mais utilizadas para a
configuração dessa chance de desenvolvimento pessoal e bem-estar através da imersão
em ambientes naturais mais selvagens. Envolve atividades em grupo, em ambientes
externos, utilizando atividades de aventura ao ar livre e outras atividades para o
desenvolvimento do crescimento pessoal.
Os programas normalmente oferecem exercícios saudáveis e dieta através de
caminhadas e atividade física, sessões de terapia individual e em grupo, educacionais,
habilidades primitivas, convivência em grupo com colegas, oportunidades para o
trabalho individual e treinamentos de liderança e reflexão, assim como os desafios
inerentes da vida nesses ambientes. A justificativa para as intervenções em ambientes
naturais mais selvagens envolve separar os participantes das influências negativas
diárias e colocá-los em ambientes externos seguros e organizados. Gastar tempo em um
ambiente natural permite com que os participantes acessem aspectos de si mesmos que
poderão guiá-los em seus desenvolvimentos pessoais, alcançando novas configurações
terapêuticas individuais.
Facilitam o autoconhecimento, a comunicação, a cooperação e a contribuição para o
bem-estar do grupo, permitindo com que os participantes descubram o que consideram
importante para si mesmo. Ajuda a lidar com comportamentos problemáticos,
promovendo a responsabilidade pessoal e social, e proporcionando a oportunidade para
o crescimento emocional.

“Desenvolver um conjunto integrado de ações que viabilizem a promoção do


protagonismo, a participação cidadã, a mediação do acesso ao mundo do trabalho e a
mobilização do acesso ao mundo do trabalho e a mobilização social para a construção
de estratégias coletivas.”

Segundo SOUZA et al (2017, p.320):

[...]Horticultura Terapia auxilia no aprendizado de novas habilidades cognitivas, na


socialização, no trabalho em equipe, na resolução de problemas, além de resgatar a
autoestima e proporcionar aos pacientes uma atividade laboral, que os faça planejar,
articular, executar e depois ver os resultados, possibilitando assim o resgate do
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sentimento de cidadania e de pertencimento à sociedade. Por ser uma prática de baixo


custo, de fácil implantação e manutenção, torna-se viável e acessível sua utilização em
grande parte dos serviços de saúde.

Por que não estender a terapia para o nosso meio íntimo? Com esse pensamento, neste
segundo vídeo, a estagiária Rita da Rosa faz apresentação de uma horta utilizada em
casa, trazendo uma possibilidade de construir em um espaço pequeno, uma horta para
consumo doméstico. Algumas observações na fala pessoal, ressoa com os estudos
pesquisados de como o contato com as plantas, o processo de criação, planejamento,
aguardar e perseverar nos resultados, execução e persistência no projeto, como exemplo,
a horta. Outros processos como a criatividade, foco, calma entre outros encontrando
espaço no nosso mundo interno.

2.7 GAMIFICAÇÃO DA PSICOTERAPIA

A gamificação não é necessariamente uma metodologia ativa de ensino, todavia, poderá


ser utilizada como estratégia de aprendizagem ativa. Uma metodologia de aprendizagem
ativa está fundamentada no pressuposto de que a pessoa, e não o terapeuta, encontra-se
no centro do processo de aprendizagem. De acordo com Lovato, essa metodologia parte
da premissa de que a pessoa é instigado a sair uma posição cômoda, puramente
receptora de informações, para participar ativamente das aulas em um contexto em que
poderá desenvolver novas habilidades/competências necessárias como: criatividade,
autonomia, iniciativa, a criticidade reflexiva, capacidade de inovar, cooperação para se
trabalhar em equipe e refletir diante de situações problemáticas.

No modelo de aprendizagem ativa o terapeuta passará a atuar como mediador,


orientador, supervisor e facilitador do processo de Psico-aprendizagem. A gamificação
como estratégia de ensino pode ser considerada como um exemplo de ensino
metodologia ativa quando o terapeuta, por meio de regras claras (contrato psicológico),
desafia e estimula as pessoas a realizarem suas missões (práticas da ecopsicologia).

Essa prática de aprendizagem, que possibilita a pessoa fazer alguma atividade ao ar


livre e, ao mesmo tempo, o leva a pensar sobre o que está fazendo, sintetiza um os
princípios das metodologias ativas de aprendizagem que é favorecer a pessoa as
atividades de ouvir, ver, se perceber, estar no aqui e no agora, contemplar.
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Considerando que o processo de aprendizagem da pessoa é fruto da constante interação


entre os diversos campos (família, sociedade, momento histórico, filosofia e as
tecnologias) em que o sujeito está inserido, percebe-se que a família tem o papel de
saber quais são as habilidades necessárias para o jovem contemporâneo que não eram
exigidas há décadas atrás.

2.8 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Fortalecendo as convergências, a atuação do psicólogo em OP é tão legítima como


necessária. Fala-se aqui de uma Psicologia comprometida socialmente com a cidadania,
cujas práticas estejam orientadas por finalidades transformadoras; que objetive a
promoção do desenvolvimento humano, superando perspectivas meramente
remediativas ou de solução de problemas. Cabe ao psicólogo empenhar-se na reflexão
sobre a emergência da sociedade do conhecimento e como as transformações no
contexto sócio-histórico têm afetado o desenvolvimento dos sujeitos, em todas as fases
da vida. É indispensável que ele provoque debates acerca dos futuros papéis que os
alunos desempenharam, enquanto cidadãos, perante uma nova dimensão do trabalho,
em que será cada vez mais relevante a atitude e disposição para aprender
continuamente, ao longo do curso de vida. Para cumprir integralmente com seu objetivo
de promover o desenvolvimento dos alunos, o psicólogo escolar precisa atuar em
sintonia com o que é defendido pela educação para a carreira e que é assim expresso por
Moreno (2008, p. 34): “preparar as pessoas para trabalhar deveria ser uma meta básica
do sistema educativo total”.
O trabalho é aqui definido como um esforço consciente, dirigido para produzir
benefícios socialmente aceitáveis para si e para os outros. A ideia de ser consciente
implica em ser significativo para o indivíduo, em servir à sua necessidade de realização.
Acrescenta-se aí a noção de que ser consciente também envolve a possibilidade da
pessoa ter autonomia, autodeterminar-se e fazer escolhas de carreira a partir do
reconhecimento de sua realidade pessoal e social, vendo-se na condição de transformá-
la. Pelo mapeamento se torna possível identificar necessidades de grupos específicos,
de forma que o psicólogo possa planejar ações orientadoras direcionadas a estes. Nesse
trabalho, junto a pessoa, sua função é mediar processos subjetivos envolvidos no
desenvolvimento da carreira, tais como processos de autoconhecimento, de significação
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e ressignificação das decisões, de conscientização acerca do mundo do trabalho, das


profissões e da formação profissional. Uma dimensão essencial desse trabalho é
favorecer a percepção daquilo que condiciona suas decisões,, de sua condição de sujeito
que se constrói em uma relação dialética com o contexto no qual está inserido.
Promover o desenvolvimento humano, propiciando o exercício do pensamento crítico
dos sujeitos, deve ser a meta orientadora do trabalho do psicólogo. Através dessa
vivência, tem se podido perceber o alcance da OP como importante instrumento de
exercício da cidadania, na medida em que incentiva a busca pelo que se pode oferecer
de melhor à sociedade, a prática coletiva e o re-pensar de si e de seu projeto no interior
dessa coletividade.
Seu alcance também se faz presente diante da pretensão de se ter no psicólogo um
agente de mudança capaz de auxiliar na formação de sujeitos mais ativos (igualmente
agentes de mudança), tanto na construção de seu destino individual, quanto no destino
da comunidade à qual pertencem (Valore, 2003, p. 4) 226 Revista Brasileira de
Orientação Profissional.
Enquanto sujeitos ativos, os orientandos geram seus próprios sentidos subjetivos, em
um processo contínuo de conscientização, desenvolvendo a capacidade de pensamento
crítico e autocrítico. Dessa forma, enquanto orientador profissional, o psicólogo
contribui para maximização do processo identitário de jovens.

3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

Até o presente momento, foram realizados 10 encontros com o paciente “B”, além do
total de momentos para a preparação e supervisão dos atendimentos. Todos os 10
atendimentos realizados serão descritos e especificados a seguir.

1º Encontro

No primeiro encontro com B, decidi ter manter um diálogo aberto sem seguir
necessariamente o preenchimento do roteiro de triagem, questionando o motivo dele
estar ali e o que era para ele fazer psicoterapia. B me disse que tinha sido conduzido
pela tia e segundo ele não sabia muito bem o que fazia ali na clínica escola. Discorri
para B um conceito do que é a psicoterapia, que além do desabafo contempla a
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aprendizagem, sendo assim não cabe ao profissional de psicologia julgar ou determinar


atos e modos de pensar, é muito mais sobre acolher, acolher inclusive o silêncio tão
comum na fase da vida em que B se contra, a adolescência, cabe ainda ao psicoterapeuta
exercer a função continente inscrevendo-se na capacidade de receber, conter,
transformar e articular os elementos desordenados do exterior, de forma a possibilitar a
sua integração no seu próprio psiquismo. Percebi em B a necessidade de fala, a
ansiedade por não ser compreendido. Nessa onda de desabafo que se seguiu algumas
frases se evidenciaram: -as vezes eu só gostaria de um abraço; -gostaria de saber quem
eu sou, o que fazer da vida, pensar no enem e na faculdade me deixa ansioso pois não
faço a minima ideia se sou bom em alguma coisa; -vivo dentro do meu quarto, sou
viciado em jogos;
B continuou um desabafo sobre o cansaço de seguir um script de vida e a frustração, se
perdendo de si por não saber dizer não, não saber como lidar com o real da sua
existência e o possível. Revelou uma alta expectativa da sua mãe que o reprova o tempo
todo e só no final falou de seu pai me trazendo uma memória muito doce de quando era
pequeno e estava andando por uma plantação de pinheiros com seu pai, B encontrou
uma pinha e presenteou seu pai, este guarda a pilha até hoje na gaveta da sua mesa de
escritório.
Encaminhando para o fim da sessão pedi a B um feedback da sessão, quais expectativas
ele tinha sobre o atendimento psicológico, ele disse que gostou de desabafar sobre os
conflitos familiares, sobre como sofre com a incompreensão nesse meio e me
questionou a respeito da orientação profissional. Pedi a B que refletisse sobre seu desejo
ou não em fazer a terapia e alertei sobre o contrato psicológico.
Por fim consegui preencher posteriormente todos os quesitos da triagem, pois os pontos
foram abordados durante a sessão. Assim se seguiu nas sessões posteriores dedicando
cerca de uma hora e meia a duas horas para preenchimento do relatório e pesquisas
bibliográficas.

2º Encontro

Devido ao feriado não houve sessão, também não conseguimos remarcar por
impossibilidade de um responsável acompanhar B a clínica escola já que ele é menor de
idade.
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Utilizei o tempo disponível para pesquisar como jogos de tabuleiro pode ser utilizados
para criar vínculo e agir como uma ferramenta estratégica de aprendizagem ativa, ao
mesmo tempo que esse bem estar proporcionado terá sua hora e local determinado, a
ferramenta da gamificação mostrou-se um interessante motivador de novos encontros e
observação de comportamentos frente a situações de expectativa, vitória, derrota. A
busca pela ênfase de como uma derrota incrível pode ser igualmente admirável e
apreciada.

3º Encontro

Se faz sentido é porque faz sentir, porque mobiliza o outro. Muitas vezes dizer sim para
o outro é dizer não para si. Utilizei o jogo de tabuleiro damas e lancei um desafio a B,
mesclar o ambiente da natureza, comum a ecopsicologia, a uma partida de damas. Na
busca por uma clínica ampliada que proporcionasse a B, aprendizagem e bem estar,
fomos jogar damas em um dos bancos no bosque da faculdade, localizado ao lado da
clínica escola. B aceitou o desafio, saímos do ambiente fechado tão comum na rotina de
B, para um espaço aberto e natural. Árvores, grama, passarinhos, o vento balançando os
galhos,, convidei B a perceber todos os elementos e praticar um pouco de contemplação
antes da partida de damas, já que ele havia me relatado que passa longos períodos
dentro do quarto jogando e muitas vezes só se estressa mais do que convivendo com a
família e os problemas de conflitos vigentes. A contemplação é a maneira mais simples
de meditação, trabalha a percepção do ambiente, e trás uma sensação de integração,
leveza e presentificação. Durante a partida de damas B me trouxe o desejo de fazer um
teste psicológico chamado Eneagrama através de um aplicativo de celular, este é
reconhecido pelo CFP e é de cunho privativo trazendo informações sobre a
personalidade, porém como são muitas perguntas sugeri que B aguardasse minha
supervisão pois como a intenção com o teste seria orientação profissional muito
provavelmente as informações apenas sobre a personalidade poderiam ser insuficientes
para trabalharmos.
Ainda no ambiente de natureza após 3 partidas muito leves em que B acabou perdendo
duas, ele já não parecia ligar muito para o jogo, estava mais inebriado pelo ambiente, os
passarinhos que pareciam brincar se jogando dos galhos das árvores, pousando
suavemente nas folhas pelo chão, queria saber que fruta era de uma árvore, e de repente
aquele menino que não saia de dentro do quarto estava correndo pela grama pegando
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um galho no chão para tentar tirar uma fruta da árvore, pelo google lens descobri que se
tratava de uma maçã de elefante, B ficou encantado com a fruta exótica consumida
cozida nos países asiáticos, também usada em remédios para dor muscular, pensei
comigo mesmo que nesse dia a maçã de elefante também estava sendo curativa para as
dores da alma de B.

4º Encontro

Falta justificada, conflito familiar envolvendo o pai e o tio, um caso de polícia.


Utilizei o tempo disponível para pesquisar sobre orientação profissional e o papel do
psicólogo nesse processo. Trabalhar na parte de referências bibliográficas do relatório.

5º Encontro

Devido ao feriado não houve sessão, também não conseguimos remarcar por
impossibilidade de um responsável acompanhar B a clínica escola já que ele é menor de
idade.
Após conversar com minha supervisora, recebi a oportunidade de aplicar o teste AIP,
utilizei o tempo disponível para ler o livro do teste AIP - Avaliação dos Interesses
Profissionais (Levenfus, Rosane Schotgues; Levenfus, Denise Ruschel Bandeira;) e
preparar a aplicação.

6º Encontro
Iniciamos a sessão falando sobre os acontecimentos com os familiares de B, que em
certo momento se sente responsável e gostaria de poder resolver tudo, e ao mesmo
tempo só gostaria de estar bem longe de toda aquela situação envolvendo o pai e o tio.
B aparentemente estava muito bem e tratando do assunto como algo passado, por isso
decidi continuar com o programado e aplicar o teste AIP (documento anexo).

Aplicação do teste AIP:

OBJETIVO: Avaliar os interesses profissionais dos jovens.


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APLICAÇÃO: Individual ou coletiva, sem limite de tempo, sendo que a maioria das
aplicações leva em média de 50 minutos.
 
DESCRIÇÃO: O teste é composto por 200 frases, divididas em 100 pares de
atividades, que estão relacionadas aos 10 campos de interesses descritos pelas autoras:
Campo Físico/Matemático (CFM); Campo Físico/Químico (CFQ); Campo
Cálculos/Finanças (CCF); Campo Organizacional/Administrativo (COA); Campo
Jurídico/Social (CJS); Campo Comunicação/Persuasão (CCP); Campo
Simbólico/Linguístico (CSL); Campo Manual/Artístico (CMA); Campo
Comportamental/Educacional (CCE); Campo Biológico/Saúde (CBS). O jovem
seleciona a atividade que mais lhe desperta interesse e registra sua escolha na folha
apropriada. A correção é realizada pela classificação das respostas dadas, por meio da
avaliação quantitativa e qualitativa. Existem estudos de precisão, validade e tabelas em
percentis para o público-alvo de acordo com seu sexo.

7º Encontro
Falta justificada conflitos familiares.
Utilizei o tempo livre na correção do livro de exercícios folha teste, confecção do
protocolo de levantamento AIP, preenchimento do gráfico masculino segundo o
levantamento do percentil do resultado de cada área analisada. Segui preparando o
laudo psicológico com a devolutiva do AIP, recebi o acompanhamento da supervisora.

8° Encontro

Esse encontro teve o roteiro focado na aprendizagem das ferramentas de bem estar
disponíveis de forma simples na natureza e no cotidiano de B: a possibilidade de ter
uma horta em casa; seus momentos de contato de qualidade com os animais de
estimação da casa, ampliando com a possibilidade de uma passeio com seu cão pela
praça arborizada próxima a sua casa; nessa mesma praça contemplar a natureza, relaxar
e se perceber, respiração, visão, olfato, tato.
Apesar de o roteiro ser o norte mas nunca ser a lei, do desenrolar da sessão se mostrou
ser o momento exato de propor tais temas. Percebi que B estava um tanto fragilizado
com as brigas frequentes na família, entre pai e o tio. A seguinte frase me tocou quando
eu perguntei a B como ele se sentia frente a toda situação: - eu sinto que aqui na terapia
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é o único lugar onde eu posso falar o que eu penso sem me mandarem calar a boca;
Segundo B apesar dele fazer tudo que a mãe pede, ainda assim ela o reprova a todo
momento, o que ele não considera justo. Sugeri a B que em momento oportuno
conversasse com ela sobre a própria história de vida dela, sua criação e refletissem
juntos se tudo que serviu para ela serve para ele também nesse momento, nesse contexto
histórico.
B me mostrou alguns desenhos, como ele tinha comentado comigo que desenhava após
eu citar que toda forma de arte seria uma boa forma de se expressar o que ele sente sem
precisar necessariamente de palavras, já que sua demanda muitas vezes tratou da
dificuldade em se comunicar, os desenhos são sempre em preto e branco, sempre
monstros e espirais com traços fortes e desconexos, revelando toda a confusão de
pensamentos e violência que muitas vezes se faz presente no ambiente em que B vive.
Citei a B uma fala sua incial do primeiro encontro sobre as vezes só querer um abraço, e
iniciei com ele o processo de aprendizagem do Abraço de Borboleta, técnica muito
simples de estimulação bilateral, percepção da respiração e relaxamento, desenvolvida
pela psicóloga Luciona Artigas para tratar vítimas de desastres naturais, onde se coloca
das duas mãos como que fazendo a imagem de uma borboleta em um teatro de sombras,
pousando então essa borboleta sobre o coração e batendo suas asas levemente. Meu
intuito é que B desenvolva uma maior percepção sobre si mesmo, se cuidando, se
acolhendo em um gesto de amor próprio como é um auto abraço.

9° Encontro

Neste encontro trabalhamos a Devolutiva do teste AIP (documento anexo), seguimos o


protocolo do teste e exploramos através da leitura do livro, todos os campos que se
mostraram mais relevantes (pontuação acima de 80%) e fiz algumas recomendações de
pesquisas para que B receba mais informações a respeito do processo de formação.
mercado de trabalho e papel na sociedade de cada profissão proposta no resultado. Na
sequência iniciamos uma retrospectiva de 2021, e os vislumbres para de 2022. Ainda o
que fazer além da clínica de psicoterapia durante as férias, retomando e reforçando de
maneira pensada e viável as práticas de aprendizagem da ecopsicologia do encontro
passado.

10° Encontro
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A meu convite recebemos a mãe de B para que ela nos relatasse sobre sua trajetória de
vida, a infância, sua criação. Esse encontro teve objetivo de trabalhar a relação mãe e
filho, buscando restaurar esse diálogo que se encontra tão ruidoso, motivo de queixas
recorrentes durantes as sessões de terapia, ainda, levar ambos a reflexões,
principalmente a mãe acerca do que foi positivo durante a criação dela que valha a pena
ser passado para B, e o que foi negativo e acaba por se reproduzir em um presente onde
já não cabe mais. Ela nos relatou sobre a vida sofrida que teve na infância, sobre ser
mãe muito jovem aos 17 anos, ter que parar os estudos para cuidar de B, viver em
situação de vulnerabilidade, passar fome, receber uma educação rígida e praticamente
ser tratada como um pequeno adulto. Foi um desabafo que chegou a narrativa dos dias
atuais, sobre ela mesma não ter seus esforços reconhecidos pela família, fazendo o
trabalho de casa. Nesse momento pude questionar sobre, na concepção dela, o que valia
a pena ser passado para as próximas gerações. Ela inferiu uma fala sobre moralidade,
dignidade e autonomia. Para finalizar a sua participação agradeci o fato dela ter aceitado
o convite e perguntei se ela estava bem para deixar a sala naquele momento. Nos
despedimos da mãe de B e tratamos das práticas de bem estar, reforçando para B as
ferramentas que agora ele tem disponíveis, que podem ser acessadas nesses dois meses
em que a clínica escola estará fechada, ações como dedicar todos os dias momentos com
a natureza, seja de contemplação, atividades físicas, contato com animais de estimação,
horticultura, procurar manter um diálogo de qualidade com a mãe recorrendo a
reflexões sobre as vivências de ambos, sobre a possibilidade de B recorrer a serviços de
plantão psicológico se julgar necessário (forneci a B uma lista de ongs psi e psicólogos
que oferecem gratuitamente esse serviço),

4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Considero a importância de apresentar a B um novo olhar para a natureza e a


representação em sua vida. As hortas, vasos de flores, jardins ou de forma mais arrojada
como caminhadas em trilhas, considero destacar a possibilidade de serem feitas em
grupos pequenos ou grandes, até pela idade do participante  que é menor de idade.
Quanto ao trabalho de Orientação Profissional realizado creio que foi preciso,
atendendo a uma demanda que emergiu durante a psicoterapia e será de grande
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contribuição na formação de um cidadão mais crítico, consciente de suas


potencialidades e do que pode oferecer de bom a sociedade. A recomendação é que B
continue a fazer psicoterapia para trabalhar sua zona de contato, restaurar diálogos,
fortalecer sua autoestima e autoconhecimento. Que ele possa vivenciar nesse processo
de transição da infância para a vida adulta, que ser adulto é habitar-se.
18

5 REFERÊNCIAS

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de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília.
Disponível em: http://repositorio.unb. br/handle/10482/14858.

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BÔLLA, Kelly Daiane Savariz;  MILIOLI, Geraldo;  REICHOW, Jeverson Rogério


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Vídeo A Árvore Generosa.


https://www.youtube.com/watch?v=o_hQJ4Krg4Y.(Acessado:09/12/2021, 18:09)
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crescer?” O psicólogo, a escola e a orientação profissional: Articulações possíveis.
PsicoUTPonline, 2, 1-5. Recuperado em 15 novembro de 2021, de
http://www.utp.br/psico.utp.online.

6 ANEXOS

CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA


Faculdade Anhanguera São José - SC
Rua Luiz Fagundes, 1680 - Picadas do Sul - São José SC
cep: 88.106-000, (48) 3954-9700

LAUDO PSICOLÓGICO ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

I. IDENTIFICAÇÃO:
Autores(as): João Maria de Augustinho Ferreira; Supervisão de Campo:
Juliana Gomes Fiorott
Avaliada(o): Bernardo Henrique de Souza Passos
Idade: 14 anos Escolaridade: Ensino Fundamental Incompleto Início da
orientação: Outubro de 2021; Término da orientação: Dezembro de 2021;

II. DESCRIÇÃO DA DEMANDA:


O presente documento apresenta a comunicação dos resultados do processo
de avaliação e intervenção em Orientação Profissional do estágio clínico de
Psicologia da Faculdade Anhanguera São José SC. O processo de Orientação
Profissional ocorreu com o cliente Bernardo Henrique de Souza Passos, sexo
masculino, 14 anos de idade, estudante, cursando 9º ano do ensino
fundamental, prospectando realizar o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM). Este processo teve início a partir do contato com o cliente, que
demonstrou interesse em participar de uma Orientação Profissional. A
procura pelo serviço de orientação profissional pelo cliente visou esclarecer
suas dúvidas sobre as profissões de seu interesse e ajudá-lo a decidir, dentre
as profissões já pensadas anteriormente, qual profissão “seria melhor para
20

ele”. As áreas apresentadas pelo orientando como de maior interesse foram


as de matemática e cálculos. Em relação a expectativa do orientando sobre o
processo, destaca que espera que o “ajude a entender qual a melhor profissão
para ele''. E que proporcione maior realização pessoal”.

III. PROCEDIMENTOS:
O processo de orientação vocacional surgiu como demanda em confluência
com a psicoterapia, foi realizado através de encontros semanais, com
duração média de 50 minutos, ocorridos entre os meses de outubro,
novembro e dezembro de 2021. Os métodos e técnicas utilizadas durante o
processo foram: Questionários de Triagem da Clínica Escola; Observação
clínica; Entrevistas psicológicas; Teste psicológico AIP, complementando
com atividades de pesquisas, leituras sobre as profissões. O teste psicológico
utilizado na intervenção psicológica foi o teste AIP - Avaliação dos
Interesses Profissionais (Levenfus, Rosane Schotgues; Levenfus, Denise
Ruschel Bandeira;). As entrevistas psicológicas foram divididas em :
entrevista inicial; entrevista de levantamento de interesses profissionais;
entrevistas de pré e pós testagem; e a entrevista devolutiva. Os questionários
de triagem são instrumentos elaborados pela Clínica Escola da Faculdade
Anhanguera com o objetivo de realizar uma triagem sobre o perfil do
orientando, suas expectativas para o processo e a participação da família no
processo de escolha da profissão. O AIP é o teste de Avaliação dos
Interesses Profissionais, da editora Vetor. O instrumento para avaliação dos
Critérios para a Escolha Profissional; As atividades de pesquisas e leituras
sobre as profissões eram realizadas entre os atendimentos e objetivavam
maior contato do orientando com a realidade socioprofissional de profissões
e/ou áreas de interesse.

IV. ANÁLISE:
Durante o processo o orientando se mostrou implicado, buscando colaborar e
se empenhar nas atividades propostas. Participativo e interessado em
aprofundar as discussões sobre os campos profissionais, as profissões de
interesse. Demonstrou inicialmente ter um bom nível de conhecimento sobre
o mercado e a realidade socioprofissional das profissões de interesse
relatadas no início do processo.

V. A aplicação do questionário de triagem, favoreceu o levantamento de


informações sobre a falta de experiência do cliente com processos de
orientação profissional anterior, e que seu principal critério atual para a
escolha de uma profissão é que “sinta-se realizado pessoalmente”. De
acordo com os resultados apresentados pelo orientando na resolução do AIP,
suas áreas de maiores interesses são: Campo Cálculo/Finanças, Campo
Organizacional Administrativo, Campo Jurídico Social, Campo
Comportamental/Educacional. Estes quatro campos obtiveram uma
classificação de pontuação superior em relação aos demais campos. As áreas
de menor interesse apresentadas pelo o orientando, são: Campos
Simbólico/Linguístico e Manual/Artístico. O que indica que ocupações e/ou
profissões relacionadas a estes campos tendem a não motivarem e/ou
relacionarem com os interesses profissionais do mesmo. Deverão ser
21

realizadas pesquisas sobre os campos de maior interesse do orientando,


apresentando-se e discutindo critérios e condições das profissões
relacionadas a estes campos, confirmando maior interesse em aprofundar
suas pesquisas em relação às profissões dos campos de interesse. Em relação
aos resultados do orientando na aplicação do instrumento critérios da escolha
profissional, destaca-se que os critérios de maior interesse apresentado
foram: Ambiente de trabalho: 1- escritório; 2- consultoria; 3- ambiente
amplo; 4- trabalho em casa; 5- ambiente fechado; 6- jornal, 7-lojas; 8-
exposição de eventos; 9- ambiente sofisticado; e 10- espaço compartilhado;
Objetos/conteúdos de trabalho: 1- biologias; 2- jornais; 3-adolescentes; 4-
psicologia; 5- propaganda; 6- corpo humano; 7- saúde; 8- administração;
Atividades de trabalho foram escolhidos: 1- organizar; 2- planejar; 3- tomar
decisão; 4- ensinar; 5- comandar; 6- quantidade em massa; Rotinas de
trabalho o orientando pontuou: 1- horário flexível; 2- trabalhar
moderadamente; 3- deslocar-se constantemente; 4- trabalho presencial; 5-
viajar. Em relação ao critério Retornos de trabalho, foram escolhidos os
seguintes retornos, em ordem de prioridade: 1- independência; 2-
estabilidade financeira; 3-autossatisfação; 4- status; 5- superação pessoal.
Com base na pesquisa e discussão com o orientando sobre as vantagens e
desvantagens dos critérios em relação às profissões pensadas dos campos de
interesse, o orientando poderá identificar as profissões tidas como aquelas
que apresentam maior potencial de atender aos critérios de sua identidade
ocupacional. As visitas técnicas poderão ser agendadas por videoconferência
com os profissionais das áreas de interesse demonstradas. Profissionais que
possuam como característica serem atuantes e referências em seus campos
profissionais, bem como professores universitários dos respectivos cursos de
graduação. Entre os temas que devem ser discutidos nas “visitas”, estão:
formação profissional, campo de atuação na região, média salarial, questões
de como se deu a escolha da profissão pelos entrevistados, qual as maiores
dificuldades enfrentadas e dicas sobre para pessoas que querem atuar na
referida profissão. As visitas possibilitaram maior contato do orientando com
a realidade socioprofissional das profissões de interesse, e podem ampliar
seu conhecimento sobre as diversas áreas de atuação de cada profissão em
cada campo de atuação.

VI. CONCLUSÃO
De acordo com a demanda inicial do processo de orientação profissional, o
orientando Bernardo Henrique de Souza Passos se mostrou interessado nos
cursos da área de Cálculo/Finanças, Organizacional Administrativo, Jurídico
Social, Comportamental/Educacional.. No decorrer do processo demandou
forte inclinação para o curso de Exatas e Jurídico. A partir da aplicação dos
procedimentos adotados, verifica-se que o mesmo apresenta habilidades
sociais, cognitivas e comportamentais importantes para uma boa adaptação
aos cursos de interesse. Compreende-se que, no momento, profissões que
atendem de forma mais satisfatória os critérios e interesses profissionais, que
foram sua identidade ocupacional, são aquelas do campo
Comportamental/Educacional. Por fim, sugere-se que o orientando procure
ter maior contato com as realidades sócio profissionais destas profissões, por
exemplo, através de pesquisas, conversando com estudantes e profissionais
da área.
22

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Levenfius, Roseane Schotgues. Avaliação dos Interesses Profissionais (AIP).-
São Paulo: Vetor: 2009-(coleção AIP; v,1)

São José, 30 de Novembro de 2021

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Supervisão de Campo Aluno

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