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Café com Palavra

Terceira Igreja Batista de Brasília

Pastor Líder Gilberto Wegermann


Pastor de adoração Júnior Camargo
Minístra de Formação Espiritual Alair Pinto

Escrito por Pastor Júnior Camargo


Dalmo Palmeira

Projeto gráfico Carolina Cardoso

Direção de arte Lorena Alves

Baseado na série de mensagens


“Bom dia Espírito Santo”
do Pastor Carlito Paes

Permitida a reprodução, desde que mediante autorização.


Para mais informações: www.terceira.org.br | @terceiraigreja

facebook.com/tibbsb @terceiraigreja igreja@terceira.org.br


3

APRESENTAÇÃO
Deus colocou a eternidade na mente do
homem e encheu o coração humano de ane-
los. Mas nós não sabemos pelo que anelamos
até que vejamos quão formidável Deus é!
A adoração está para o Filho de Deus
como o ar para o ser vivo. É tão essencial que,
a exemplo do ar, o ser humano não vive sem
adorar.
Em amor nos predestinou para sermos
adotados como filhos, por meio de Jesus
Cristo, conforme o bom propósito da sua
vontade, para o louvor da sua gloriosa gra-
ça, a qual nos deu gratuitamente no amado.
(Efésios 1.5, 6)
Em nossa classe, Café com Palavra, busca-
mos compreender a essência da adoração,
nos dedicamos em conhecer sobre Jesus,
4

pois, ele é a essência da adoração.


Estudar sobre adoração nos ajuda a com-
preendermos muitos aspectos importantes
da vida cristã como o descanso, o prazer, a
rendição, entrega, louvor, oração, sacrifício,
jubilo, regozijo, entre outros.
A adoração é um ato de descanso espi-
ritual. Quem adora manifesta que parou de
gerenciar a sua vida. Quem adora reconhece
o bom gerenciamento de Deus sobre todas
as coisas e assim começa todo um diálogo
com ele.
Um aspecto muito importante na adora-
ção, é o fato de que adoração é comunhão
profunda com Deus, é um relacionamento
sem barreiras com Jesus Cristo.
Por ocasião do ministério de Jesus aqui
na terra, muitas pessoas desfrutaram deste
grande privilégio: Um relacionamento sem
5

barreiras! Andaram com Jesus, aprenderam


diretamente de Jesus, sentaram à mesa com
ele! Você consegue compreender a grandeza
deste privilégio?
Mas a boa noticia é que antes de Jesus su-
bir ao céu, ele prometeu nos enviar o Espiri-
to Santo; deste modo nós também podemos
adorá-lo com a mesma profundidade, com o
mesmo nível de intimidade, revelação e co-
nhecimento.
Todavia digo-vos a verdade, que vos con-
vém que eu vá; porque, se eu não for, o Con-
solador não virá a vós; mas, quando eu for,
vo-lo enviarei. (João 16.7)
Mas, quando vier aquele Espírito de ver-
dade, ele vos guiará em toda a verdade; por-
que não falará de si mesmo, mas dirá tudo o
que tiver ouvido, e vos anunciará o que há
de vir. (João 16.13)
6

Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,


que o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensina- rá todas as coisas, e vos fará lembrar
de tudo quanto vos tenho dito. (João 14.26)
Convido você para estudarmos juntos sobre
o Espírito Santo. Conhecer sua pessoa, sua
obra, seus dons e seus frutos. Entender como
podemos e devemos nos relacionar com ele,
sobretudo como não o entristecer e por fim,
como desfrutar de toda a sua plenitude!

Deus te abençoe,
Júnior Camargo
Líder de Adoração
7

“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador para


estar com vocês para sempre...”
João 14.16

INTRODUÇÃO
Apesar de vivermos já há mais de dois mil
anos o cumprimento da promessa que Jesus
fez, por vezes temos alguma dificuldade em
percebermos, de forma específica, a presen-
ça e a ação do Espírito Santo em nossas vi-
das. Temos uma facilidade maior de enten-
dermos nosso relacionamento com Deus,
o Pai, e com Jesus, o Filho. Mas o relaciona-
mento com o Espírito Santo nos parece mais
distante.

Q uebrando
o gelo
E você? Vai tudo bem no seu
relacionamento com o
Espírito Santo?
8

A pessoa do Espírito Santo


1. O Espírito Santo é uma das pessoas da
Trindade. Portanto, ele é Deus e é eterno;
2. Tanto em grego quanto em hebraico,
a palavra Espírito (greg: pneuma; heb: ruah)
significa fôlego, sopro, e representa a gera-
ção ou transmissão da vida, quer seja no sen-
tido espiritual ou físico.
Exemplos:
Deus soprou o fôlego da vida em Adão
(Gênesis 2.7);
Jesus transmitiu o Espírito Santo aos discí-
pulos com um sopro (João 20.22).

Espírito Santo e a Igreja


1. Na era em que vivemos (a era da Igre-
ja), o Espírito Santo tem exercido o papel de
“Consolador” da Igreja (João 14.16);
9

2. Ele nos traz o consolo, o alento, em


nossa caminhada em um ambiente hostil, o
mundo (1 João 5.19).

Espírito Santo e nós


1. Em meio a um ambiente que cheira
morte, o Espírito Santo Gera e nutre VIDA na
vida dos que se relacionam com ele;
2. Quando chegamos a estar cheios de
VIDA (cheios do Espírito), passamos a irradiar
VIDA (o cheiro suave de Cristo - 2 Coríntios
2.1 - a outras pessoas, nos ambientes por
onde passamos, por mais inóspitos que es-
ses ambientes sejam).

Espírito Santo e a adoração


1. O Ministério de Adoração é uma das fer-
ramentas que temos para compartilharmos
10

com outros a VIDA que recebemos por meio


de nosso relacionamento contínuo com o
Espírito Santo;
2. Não faz sentido querermos transmitir
VIDA - por meio da Adoração, ou de qualquer
outra forma -, se não estamos em comunhão
com o Espírito Santo;
3. Porém para nos relacionarmos com ele
adequadamente, precisamos conhecê-lo.

Intimidade com o Espírito Santo


1. Paulo nos diz que o relacionamento
com o Espírito Santo tem que ser tão íntimo
a ponto de nos dar prazer;
2. Ele nos diz que ao invés de nos embria-
garmos com o vinho, deveríamos nos encher
do Espírito Santo (Efésios 5.18);
3. Na época de Paulo, o vinho representa-
11

va a principal fonte de prazer para as pessoas


em geral. Mas os crentes tinham algo melhor.
Tinham uma fonte inesgotável de prazer fl
uindo de dentro de si;
4. Em nossos dias, são diversas as fontes
de prazer. Ainda assim, o convite de Paulo
continua absolutamente válido.

Conclusão
1. Nesta série de estudos vamos conhe-
cer mais sobre o Espírito Santo e sobre sua
presença em nossas vidas. Essa presença é
o que nos capacita a transmitirmos (isto é,
testemunharmos sobre) a VIDA que está em
nossas vidas (Atos 1.8);
2. Você está convidado a, nos nossos pró-
ximos encontros, aprender a ter prazer em
conhecer sua pessoa, sua obra, seus dons,
seu fruto, sua plenitude e também a ter pra-
12

zer em não pecar contra ele;


3. Vivamos esse relacionamento íntimo
com o Espírito Santo a cada dia. Iniciemos
cada novo dia saudando esse nosso amigo
íntimo, dizendo:

Bom dia Espírito Santo!


Seja bem-vindo aqui!
13

“O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas


mais profundas de Deus.”
1 Coríntios 2.10b

PRAZER EM CONHECER
SUA PESSOA
O Espírito Santo é uma pessoa! Esta frase
pode parecer óbvia, para cristãos com algu-
ma experiência, porém traz em si implicações
que nem sempre nos damos conta. Como
uma pessoa, ele age, pensa, sente, comuni-
ca-se e quer relacionar-se conosco. Às vezes,
mesmo que inconscientemente, tendemos
a pensar no Espírito Santo como algo seme-
lhante a uma energia que vem de Deus ou o
confundimos com os dons que ele distribui.
Mas ele é muito mais do que isso.

Q uebrando
o gelo
Como vai sua comunicação com o Espírito
Santo? Você fala frequentemente com ele?
14

As características do Espírito Santo


1. O Espírito Santo é a 3ª pessoa da Trinda-
de, isso já sabemos. Mas o que quer dizer ser
uma pessoa?
2. Segundo o Dicionário Houssais, uma
pessoa é alguém “dotado de características
como racionalidade, consciência de si, domí-
nio da linguagem, valor moral e capacidade
para agir”. Ou seja, é alguém que pensa, sen-
te, fala, tem vontade própria e age;
3. Ao acompanharmos a ação do Espírito
Santo ao longo da Bíblia, vemos que não so-
mente ele demonstra essas características,
como o faz de modo a trazer o sobrenatural
de Deus para o mundo físico, através dos ho-
mens;
4. Assim, podemos dizer que o Espírito
Santo é uma pessoa maravilhosa, especial e
sobrenatural, enviada por Deus, para viver
15

dentro de nós, com o objetivo de fazer uma


grande obra neste mundo, através de nós;
5. Vejamos alguns exemplos na Bíblia das
características do Espírito Santo:
a. Ele pensa em nós:
“Pareceu bem ao Espírito Santo...” Atos 15.28a
b. Ele sente por nós:
“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus,...”
Efésios 4.30a
c. Ele age por nós:
“Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo
mesmo e único Espírito,...” 1 Coríntios 12.11a

O ministério do Espírito Santo


1. Muitas obras divinas são atribuídas às
três pessoas da Trindade em conjunto. Ou-
tras são identificadas com a ação particular
de cada uma delas;
16

2. Nesse sentido, o Espírito Santo tem seu


ministério próprio, com objetivos próprios.
Ao mover-se, ele age com liberdade e auto-
ridade;
3. Ele foi ativo no processo de criação do
universo:
“Com seu sopro os céus ficaram límpidos...” Jó
26.13a
4. Ele é ativo na sustentação da vida do
homem
“O Espírito de Deus me fez; o sopro do Todo-Pode-
roso me dá vida.” Jó 33.4
5. Ele hoje está ativo na preservação da
vida na Terra
“Quando escondes o rosto, entram em pânico;
quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao
pó. Quando sopras o teu fôlego, eles são criados,
e renovas a face da terra.” Salmo 104.29-30
6. E, principalmente, ele está ativo no pa-
pel de Consolador (João 14.16), de Orien-
17

tador (Apocalipse 2.7) e de Estimulador (1


Pedro 1.21) da Igreja em geral e de cada dis-
cípulo em particular.

Nosso relacionamento
com o Espírito Santo
1. Uma das consequências de crescer no
conhecimento da pessoa do Espírito Santo,
é que se torna impossível ficar indiferente à
sua presença;
2. Ignorar alguém que está próximo de
nós é no mínimo indelicadeza. Imagine, en-
tão, ignorar alguém que vive dentro de nós.
O Espírito Santo deseja nutrir esse relacio-
namento. Ele sabe que disso depende toda
nossa vida, aqui e na eternidade;
3. Assim, nosso relacionamento com o
Espírito Santo expressa um processo de con-
vivência (viver com alguém). Em todo pro-
18

cesso de convivência nós influenciamos e


somos influenciados;
4. Nesse processo de convivência o Espí-
rito Santo:
a. Nos ensina
“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai en-
viará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas
e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.” João
14.26
b. Nos guia
“... que não vivemos segundo a carne, mas segun-
do o Espírito.” Romanos 8.4b
c. Fala conosco
“E o Espírito disse a Filipe...” Atos 8.29a
d. Intercede por nós
“Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa
fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o
próprio Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis.” Romanos 8.26
5. Em contrapartida ele espera que nós:
19

a. Enchamo-nos dele
“...mas deixem-se encher pelo Espírito...” Efésios
5.18b
b. Vivamos na sua dependência
“Por isso digo: vivam pelo Espírito...” Gálatas
5.16a
c. Alegremo-nos nele
“Os discípulos continuavam cheios de alegria e
do Espírito Santo.” Atos 13.52

Nossa “co operação”


com o Espírito Santo
1. Um aspecto importante da presença do
Espírito Santo tem a ver com o desenvolvi-
mento de nosso ministério;
2. Quando agimos em nome de Deus aqui
na Terra, alguns aspectos da obra de Deus
são de nossa responsabilidade. Mas, outros
são de responsabilidade do Espírito Santo:
20

3. Da coordenação dessa ação conjunta,


os propósitos de Deus são realizados;
4. Mas no processo de cooperação (co
operação) com o Espírito Santo temos que
ter cuidado para: 1o) Não tentar fazer o que
é da responsabilidade dele; e, 2o) Não deixar
de fazer nossa parte;
5. Se não fazemos nossa parte ou fazemos
sem ser motivados pelo Espírito, nós pode-
mos impedir o seu agir.
21

Conclusão
1. O Espírito Santo é uma pessoa, e não
uma energia ou uma fonte inanimada de
dons espirituais;
2. Ele se move em nossos dias e realiza, por
meio de nós, a obra de Deus aqui na Terra;
3. A convivência com o Espírito é uma
grande oportunidade de termos um relacio-
namento que gera frutos em nós e nos que
estão a nossa volta, para toda a eternidade;
4. Deixemos o Espírito ocupar o lugar que
Deus reservou para ele em nossa vida, famí-
lia e ministério. Agindo assim nós seremos os
grandes beneficiados;
5. Por falar nisso, você já ouviu a voz do
Espírito hoje?
6. Então, vamos dar um passo na direção
do diálogo com ele, dizendo:
Bom dia Espírito Santo!
Seja bem-vindo aqui!
22

“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas...”

1 Coríntios 12.11a

PRAZER EM CONHECER
SUA OBRA
O Espírito Santo teve, tem e sempre terá
um papel fundamental nos planos de Deus
para a Igreja e para cada crente em particu-
lar. É por meio de sua ação que Deus se move
entre os homens e realiza os seus propósitos.
Portanto, conhecer como o Espírito age é de
fundamental importância para nossa vida e
para nosso ministério.

Q uebrando
o gelo
Você tem percebido o Espírito agir
em você e à sua volta?
23

A obra do Espírito Santo


antes de Jesus
1. O ministério do Espírito Santo junto aos
homens começou ainda no Velho Testamen-
to;
2. Da mesma maneira que Jesus prome-
teu que o Espírito Santo seria nosso orienta-
dor, o Espírito Santo ensinou os crentes que
viveram antes do nascimento de Jesus:
a. Ele inspirou os profetas
“Mas, quanto a mim, graças ao poder do Espíri-
to do Senhor, estou cheio de força e de justiça...”
Miquéias 3.8a
b. Ele inspirou as Escrituras
“Irmãos, era necessário que se cumprisse a Es-
critura que o Espírito Santo predisse por boca de
Davi...” Atos 1.16a
“Pois jamais a profecia teve origem na vontade
humana, mas homens falaram da parte de Deus,
impelidos pelo Espírito Santo.” 2 Pedro 1.21
24

c. Ele instruiu o povo de Deus


“Deste o teu bom Espírito para instruí-los...”
Neemias 9.20a

A obra do Espírito Santo na igreja


A. O Espírito nos traz convicção espiritual
1. O Espírito Santo, de forma muito amo-
rosa, move (convence) o coração do homem
para aproximá-lo de volta ao Pai;
2. Em João 16.8-11, achamos as áreas nas
quais o homem é convencido:
“Quando ele vier, convencerá o mundo do peca-
do, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os
homens não crêem em mim; da justiça, porque
vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do
juízo, porque o príncipe deste mundo já está con-
denado.”
3. Então, o Espírito trabalha para conven-
cer o homem a respeito de 3 coisas:
25

a. Do pecado – o Espírito Santo convence


as pessoas dos pecados que tenham cometi-
do (Atos 2.36, 37), especialmente do pecado
da incredulidade;
b. Da justiça – Ele convence as pessoas
da justiça de Cristo e de sua obra. Também
nos convence da necessidade que temos de
aceitar essa justiça;
c. Do juízo – o juízo vindouro geralmente
refere-se ao domínio de Jesus em nossas vi-
das. Nessa parte, o Espírito trabalha revelan-
do que Satanás já está vencido e que Cristo
já é o Rei eterno.
4. Geralmente as pessoas que vivem dis-
tanciadas de Deus não gostam que se fale
sobre o Juízo de Deus. Para elas geralmente a
palavra juízo está associada à palavra medo;
5. Veja o exemplo de Félix com Paulo:
“Quando Paulo se pôs a discorrer acerca da
26

justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro,


Félix teve medo e disse: “Basta, por enquanto!
Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei
chamá-lo de novo”. Atos 24.25.
6. Mas, para os que dão ouvidos ao que
o Espírito fala, vale o que está escrito em 1
João 4.17:
“Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre
nós, para que no dia do juízo tenhamos confian-
ça, porque neste mundo somos como ele.”

B. O Espírito nos ajuda a entender a palavra


de Deus
“Ora, nós não temos recebido o espírito do mun-
do, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim
de compreendermos as coisas que nos foram
dadas gratuitamente por Deus;” 1 Coríntios 2.12
1. Sem a ajuda do Espírito Santo torna-se
impossível compreender os propósitos de
Deus;
27

2. Da mesma forma, a Palavra de Deus pa-


rece impenetrável, se nossos olhos não fo-
rem guiados pelo Espírito:
Entendes, porventura, o que estás lendo? Ele res-
pondeu: Pois como poderei entender, se alguém
não me ensinar? Atos 8.30b-31a
3. Assim, o Espírito Santo leva aqueles que
já conhecem a Deus a aprofundar-se no co-
nhecimento de sua Palavra;
4. Por outro lado, o Espírito Santo leva
aqueles que ainda não o conhecem a serem
tocados pela Palavra de Deus e a ter acesso
à salvação.

C. O Espírito Santo nos capacita


“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espí-
rito Santo, e ser-me-eis testemunhas...” Atos 1.8a
1. Finalmente, o Espírito Santo foi enviado
à Igreja para nos capacitar; capacitar a rea-
28

lizar uma tarefa que somente nós podemos


fazer: Testemunhar;
2. Muitas vezes associamos testemunhar
exclusivamente à pregação. Mas um teste-
munho é muito mais do que falar; um teste-
munho é uma prova de que algo é verdadei-
ro, ou de que algo realmente aconteceu;
3. Movidos pelo Espírito Santo, nós deve-
mos mostrar com nossas palavras e, princi-
palmente, com nossas vidas, que o poder re-
generador de Deus é totalmente verdadeiro,
pois foi isso que aconteceu conosco;
4. Porém nada podemos fazer (João
15.5b), se tentarmos fazer por nós mesmos.
Somente mediante o agir do Espírito Santo
em nós é que nosso trabalho poderá produ-
zir frutos que durem toda a eternidade;
5. Por outro lado, sob a dependência do
Espírito Santo, os frutos virão, por mais inca-
29

pazes que nós imaginemos que somos (Lu-


cas 10.17).

Conclusão
1. Vimos hoje que o Espírito Santo reali-
za seu ministério junto aos homens desde a
época do Velho Testamento;
2. Aprendemos que é o Espírito quem
convence o homem do pecado, da justiça e
do juízo;
3. Reconhecemos que é ele quem nos aju-
da a entender a Palavra de Deus;
4. E descobrimos que é ele quem nos ca-
pacita a demonstrar o Poder de Deus aqui na
Terra;
5. Cabe a nós, então, ficarmos atentos ao
seu agir e permitir que ele nos use na realiza-
ção de sua obra;
30

6. Por falar nisso, você já percebeu o Espí-


rito agindo hoje em sua vida?
7. Então, vamos dar um passo na direção
de permitir que ele aja com mais liberdade
em nossas vidas, dizendo:
Bom dia Espírito Santo!
Seja bem-vindo aqui!
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“Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês


sejam ignorantes”.
1 Coríntios 12.1

“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo.”


1 Coríntios 12.4

PRAZER EM CONHECER
SEUS DONS
Um dos aspectos cruciais para entender e
cooperar com o agir do Espírito Santo é com-
preender a dinâmica dos dons espirituais. Ao
longo do tempo surgiram muitas dúvidas so-
bre o objetivo dos dons do Espírito. Vamos
aprender hoje que os dons são o modo que
o Espírito utiliza para nos capacitar para rea-
lizar a vontade de Deus aqui na Terra, mesmo
quando se trata de algo que não sabemos fa-
zer com naturalidade.
32

Q uebrando
o gelo
Você tem usado em seu ministério
os dons que o Espírito Santo lhe deu?

O que realmente são dons espirituais?


1. Em 1 Coríntios 12.4 a palavra “dons” é a
tradução da palavra grega charisma, de onde
vem o termo “carismático”;
2. A palavra charisma significa “graça”, o
que nos ensina que os dons vêm da graça de
Deus e não como consequência de nosso es-
forço ou merecimento;
3. Os dons do Espírito são capacidades e
talentos dados a alguém pela operação do
Espírito Santo (1 Coríntios 12.4-11);
4. Os dons espirituais não devem ser con-
33

fundidos com habilidades ou talentos natu-


rais. As pessoas nascem com capacidades
que podem ser desenvolvidas. Um dom es-
piritual não é algo que vem de berço, que se
herda, ou que se aprende, e sim, um presen-
te vindo diretamente do Espírito Santo com
um propósito;
5. Para conhecer quais são os dons do Es-
pírito, podemos ler os seguintes textos que
trazem listas deles: Romanos 12.5-8, Efésios
4.11-12 e 1 Coríntios 12.8-10, 28-29.

De onde vem dos dons espirituais?


1. Segundo a Bíblia, os dons do Espírito
têm uma dupla origem:
a. Eles foram dados por Cristo (Efésios 4.7-
11);
b. Eles são dados pelo Espírito (1 Coríntios
12.4-11).
34

2. Apesar da aparente contradição, essas


duas visões são compatíveis, quando lem-
bramos que o Espírito (e o seu ministério) foi
dado à Igreja por Cristo (João 20.22);
3. Assim, o Espírito, que é o Orientador
da Igreja, produz dentro de nós as habilida-
des necessárias para edificação do Corpo de
Cristo (Efésios 4.8-12);
4. Algo importante de se ter em mente é
que todos os crentes têm dons espirituais,
isto é, cada crente tem pelo menos um dom:

“A cada um, porém, é dada a manifestação do


Espírito, visando ao bem comum.” 1 Coríntios 12.7

“Cada um exerça o dom que recebeu para servir


os outros, administrando fielmente a graça de
Deus em suas múltiplas formas.” 1 Pedro 4.10.
35

Qual o objetivo de ter dons


espirituais?
1. A analogia do corpo representa muito
bem a diversidade e a unidade da Igreja de
Cristo. Como um corpo, a Igreja tem vários
membros com dons diferentes. Desse modo,
cada membro trabalha para o bem de todo
o CORPO e a saúde de cada membro é vital
para a saúde de todo o CORPO;
2. Quando alguma parte do CORPO sofre
e os demais membros não se preocupam em
cuidar dele, todo o CORPO padece. O após-
tolo Paulo nos alerta para esta simbiose que
ocorre na vida da Igreja, dizendo:
“Se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se
um deles é honrado, com ele todos se regozijam”
1Co 12.26
3. Assim, um primeiro objetivo de receber
os dons é promover a saúde da Igreja, aten-
36

dendo as necessidades (espirituais, emocio-


nais, físicas) de cada membro desse organis-
mo vivo;
4. Por outro lado, a Igreja é o Corpo de
Cristo na Terra. A luz de Cristo deve brilhar
em todos os espaços onde a Igreja estiver.
Por exemplo: no ambiente de nosso traba-
lho todos devem reconhecer a presença de
Cristo naquilo que fazemos;
5. Não podemos cair no engano de redu-
zir nossas ações apenas à comunidade dos
que compartilham de nossa fé;
6. Nossos irmãos precisam ver Cristo em
nós, mas o mundo também precisa ver a luz
de Cristo. Por isso, Jesus disse: “Vós sois a luz
do mundo” (Mateus 5.14).
37

Como devemos utilizar


os dons espirituais?
1. A partir do entendimento de que os
dons espirituais são dados para o benefício
da Igreja, eles devem ser usados de tal ma-
neira que esta finalidade seja alcançada;
2. Assim, a principal preocupação que
devemos ter no uso dos dons é deixar que
o cuidado com os outros (o amor fraternal)
controle as nossas ações;
3. O amor é tão importante no exercício
de dons espirituais, que a maior exposição
sobre amor na Bíblia é encontrada em meio
a uma discussão sobre dons espirituais (1
Coríntios 13);
4. Entretanto, temos que estar atentos,
pois tudo que Deus cria, Satanás procura dis-
torcer;
5. Os dons são dados pelo Espírito para
38

sermos bênção, mas eles podem ser usados


de forma equivocada se não forem usados
com sabedoria (discernimento);
6. Diferentemente do “fruto do Espírito”
(que vamos estudar no próximo estudo),
os dons podem produzir orgulho. Às vezes,
onde há uma profusão de dons espirituais
pode acontecer de haver pouco da graça de
Deus;
7. Como já dissemos, os dons são dados a
alguém para benefício de outros;
8. Assim, a aquisição de um dom espiritual
não assegura uma bênção pessoal, e sim,
muito mais uma grande responsabilidade;
9. Possuir um dom não é uma marca segu-
ra de que alguém é filho de Deus:
a. O decadente rei Saul teve o dom de
profetizar (1 Samuel 10.10-11);
b. Judas recebeu poder para expulsar de-
39

mônios e curar (Marcos 8.7, 12-13);


c. Até uma mula, a mula de Balaão, rece-
beu o dom de visão (Números 22.23);
10. Podemos dizer que aqueles que mani-
festam o fruto do Espírito estão caminhando
com Deus. O mesmo não pode ser dito, com
cem por cento de certeza, sobre as pessoas
que somente demonstram possuir dons es-
pirituais (Mateus 7.22-23);
11. Paulo disse que poderia ter todos os
dons, mas se não tivesse amor, ou seja, se
não usasse esses dons com amor, nada disso
valeria à pena (1 Coríntios 13.1-3);
12. Desse modo, fica claro porque o modo
correto de relacionar-se com um dom é por
meio do amor. Amor ao CORPO de Cristo e,
principalmente, amor a CRISTO;
13. Somente por amor a Cristo iremos
usar o dom que recebemos integralmente
40

de acordo com a sua vontade.

Conclusão
1. Hoje estudamos sobre os dons do Espí-
rito;
2. Vimos que eles são presentes vindos
do Espírito com um propósito bem definido:
Edificar a Igreja;
3. Descobrimos também que o amor é o
referencial para saber como (e quando) de-
vemos usar os dons;
4. Assim, em nosso relacionamento com
o Espírito Santo, busquemos conhecer qual
o dom que ele nos deu e como podemos usá
-lo em nossa Igreja;
5. Entendendo isso, procuremos servir
alegremente à Igreja usando nosso dom;
6. Por falar nisso, você já abençoou alguém
41

hoje com o dom que o Espírito lhe deu?


7. Então, vamos dar liberdade para que
ele nos direcione, dizendo:

Bom dia Espírito Santo!


Seja bem-vindo aqui!
42

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência,


amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão
e domínio próprio.
Gálatas 5.22

PRAZER EM CONHECER
SEU FRUTO
O Fruto do Espírito é demonstração ine-
quívoca da presença do Espírito Santo na
vida de uma pessoa. Enquanto os dons do
Espírito nos capacitam para o trabalho, o
Fruto do Espírito molda nosso caráter. Como
acontece com todo fruto, o ramo em que ele
nasce tem que receber constantemente a
seiva que vem da árvore, sem o que o fruto
não se desenvolve.

Q uebrando
o gelo
Qual dos aspectos do Fruto do Espírito
é predominante em você?
43

Introdução
1. Em Gálatas 5.19-22, Paulo nos ensina a
diferença entre a tendência da natureza hu-
mana (obras da carne) e comportamento in-
fluenciado pelo Espírito (Fruto do Espírito);
2. O Fruto do Espírito é apresentado como
um fruto que tem nove gomos;
3. Se temos o Fruto do Espírito, nós já te-
mos todos os gomos. Mesmo que eles este-
jam em diferentes graus de desenvolvimen-
to;
4. Ao crescermos em nosso relacionamen-
to com o Espírito, ele desenvolve em nós
cada um dos gomos do seu Fruto;
5. Ter o Fruto do Espírito amadurecido em
nós nos habilita a viver a vontade de Deus
com muita naturalidade. Além disso, somos
capacitados a vencer os desejos da carne
(Gálatas 5.16);
44

6. Para ajudá-lo a deixar que o Fruto do Es-


pírito se manifeste plenamente em sua vida,
vamos conhecer cada um dos seus nove go-
mos.

1º GOMO: AMOR
Seja uma pessoa mais amorosa
1. Uma das dificuldades de se crescer no
Espírito é o conceito equivocado de amor;
2. No grego, existem quatro palavras mais
frequentes para ex-pressar amor: Eros (amor
sexual), Philia (amor fraternal), Storgê (amor
paternal) e Ágape (amor de origem divina);
3. O amor Ágape só se manifesta no nosso
caráter mediante a obra do Espírito;
4. Sabemos que temos o Fruto do Espírito,
quando amamos com o amor de Deus;
5. Paulo nos ensina que o amor é uma
45

questão de decisão (Colossenses 3.14);


6. O Espírito vive em nós para produzir o
amor de Deus em nossa vida diária.

2º GOMO: ALEGRIA
Decida ser uma pessoa
permanentemente feliz
“Alegrem-se sempre no Senhor.
Novamente direi: alegrem-se!”
Filipenses 4.4
1. Nesse texto, Paulo nos ensina que a ale-
gria é fruto de um mandamento bíblico;
2. O Espírito Santo está sempre pronto
para produzir a alegria permanente e genuí-
na em nosso coração, mas nós precisamos
querer e aceitar o seu agir;
3. Enquanto a alegria humana é temporá-
ria e se relaciona com os eventos de nossa
vida, a alegria como fruto do Espírito é algo
46

profundo e que independe das circunstân-


cias.

3º GOMO: PAZ
Experimente viver uma vida pacífica
1. Para muitos de nós, paz é a ausência de
guerra, problemas, dificuldades e dilemas;
2. Alguém que ama a paz, que tem paz e
que sente paz, independentemente das cir-
cunstâncias, essa sim, pode ser chamada de
uma pessoa pacífica;
3. Porém, além de sentir paz, nós precisa-
mos semear a paz;
4. O Espírito nos capacita a ser represen-
tantes da paz por ondepassamos;
5. Viver uma vida pacífica só é possível
quando o Espírito produz seu Fruto em nós.
47

4º GOMO: PACIÊNCIA
Conserve sempre o bom ânimo
“Melhor é o homem paciente do que
o guerreiro...”
Provérbios 16.32a

1. No grego, a palavra que traduzimos


como paciência significa literalmente longa-
nimidade;
2. Longanimidade tem a ver com a capa-
cidade dada por Deus de esperar o tempo
necessário para ver os resultados esperados,
mantendo sempre o mesmo ânimo (longo
ânimo);
3. Temos que encarar as adversidades, as
imperfeições da vida e a demora como meios
para alcançar a paciência;
4. Aprendamos, ajudados pelo Espírito,
com os exemplos bíblicos de pessoas que
48

foram pacientes até Deus honrá-las com o


cumprimento de suas promessas.

5º GOMO: AMABILIDADE
Mantenha o foco nas pessoas
“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo
e amado, revistam-se de profunda compaixão,
bondade, humildade, mansidão e paciência.”
Colossenses 3.12

1. Observe que o texto lido usa a palavra


“revistam-se”. É uma escolha nossa, para lidar
com pessoas, nos preparar emocional, men-
tal e espiritualmente antes de sair de nosso
quarto;
2. Assim como escolhemos a roupa que
vamos usar, da mesma maneira devemos es-
colher vestir nossa mente, emoção e vonta-
de com a virtude da amabilidade;
49

3. A amabilidade é uma expressão prática


da graça de Deus em nossa vida;
4. Tendo amabilidade somos mais sensí-
veis às necessidades dos outros; Filipenses
2.4;
5. Então, preste mais atenção e dê mais
atenção às pessoas. Entenda suas necessida-
des, interesses, sofrimentos e comparta gen-
tileza e ternura com elas, isto é, seja amável.

6º GOMO: BONDADE
Viva uma vida de plena generosidade
“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo
e amado, revistam-se de profunda compaixão,
bondade, humildade, mansidão e paciência.”

Colossenses 3.12
50

1. Observe que o texto lido usa a palavra


“revistam-se”. É uma escolha nossa, para lidar
com pessoas, nos preparar emocional, men-
tal e espiritualmente antes de sair de nosso
quarto;
2. Assim como escolhemos a roupa que
vamos usar, da mesma maneira devemos es-
colher vestir nossa mente, emoção e vonta-
de com a virtude da amabilidade;
3. A amabilidade é uma expressão práti-
ca da graça de Deus em nossa vida;
4. Tendo amabilidade somos mais sensí-
veis às necessidades dos outros; Filipenses
2.4;
5. Então, preste mais atenção e dê mais
atenção às pessoas. Entenda suas necessida-
des, interesses, sofrimentos e comparta gen-
tileza e ternura com elas, isto é, seja amável.
51

7º GOMO: FIDELIDADE
Demonstre que você é uma pessoa leal
“Muitos se dizem amigos leais, mas um homem
fiel, quem poderá achar?”
Provérbios 20.6

1. Fidelidade tem a ver com relaciona-


mentos. Mostra que somos fiéis e leais. Que
somos pessoas confiáveis e cuja palavra po-
de-se aceitar completamente;
2. Portanto, a virtude da fidelidade aqui
está diretamente associada à lealdade;
3. Com a ajuda do Espírito, cumpra suas
promessas, palavras e responsabilidades;
4. Use bem seu tempo, seus recursos,
seus talentos e dons. Faça bom uso dos seus
relacionamentos, invista neles com lealda-
de integral.
52

8º GOMO: MANSIDÃO
Haja sempre com moderação
“Seja a vossa moderação conhecida de todos os
homens. Perto está o Senhor.”
Filipenses 4.5

1. Essa virtude está diretamente ligada


com suavidade no falar, delicadeza no pro-
ceder (conduta) e moderação no agir (inte-
ração). É a união da força e da delicadeza em
ação, a um só tempo. É o espírito com qual
devemos responder ao próximo;
2. Tendo mansidão, seremos tolerantes,
corteses, razoáveis e reverentes;
3. Esse é o retrato do Pai, de Jesus e do
Espírito Santo! Se temos seu Fruto em nós,
não podemos ser diferentes disso.
53

9º GOMO: DOMÍNIO PRÓPRIO


Lidando com as emoções
“Como a cidade com seus muros derrubados,
assim é quem não sabe dominar-se.”
Provérbios 25.28

1. Domínio próprio tem a ver com o con-


trole das nossas emoções. Tendo dominado
nossas emoções, nossas atitudes ficarão su-
bordinadas ao comando do Espírito;
2. O domínio próprio nos permite con-
servar nossa vida limpa de pecado, mácula
ou mancha, pois deixando sua vida no con-
tro- le do Espírito você será bem sucedido
em palavras, pensamentos, atitudes e ações;
3. Dependa do poder do Espírito Santo e
saiba que ele pode lhe transformar. Seu cará-
ter e personalidade podem ser transforma-
dos pelo desenvolvimento diário do Fruto
54

do Espírito;
4. Assim, nunca mais seremos os mes-
mos, pois, com ele, todo dia será um novo
dia!

Conclusão
1. Hoje aprendemos sobre a composição
do Fruto do Espírito e como desenvolvê-lo;
2. Cultive-o a cada dia em sua vida e ande
em intimidade com o Espírito;
3. Conceda a ele liberdade diariamente
para nutrir o seu Fruto em você, dizendo:
Bom dia Espírito Santo!
Seja bem-vindo aqui!
55

Não entristeçam o Espírito Santo de Deus...”


Efésios 4.30a

PRAZER NÃO PECAR


CONTRA SUA PESSOA
Algumas vezes nós ofendemos alguém,
mesmo sem querer. Normalmente isso ocor-
re porque não conhecemos seus valores, seus
objetivos ou sua maneira de desenvolver re-
lacionamentos. Isso também acontece em
nosso relacionamento com o Espírito Santo.
Por não conhecermos bem suas intenções
e seu modo de agir, nós tomamos atitudes,
conscientemente ou não, que são contrárias
ao seu caráter.

Q uebrando
o gelo
Você se lembra de já ter entristecido al-
guém sem querer? Como você reagiu ao
perceber isso?
56

Introdução

1. Pecar contra o Espírito Santo tem sido,


ao longo do tempo, um tema cercado de
controvérsias e confusões;
2. Temos que lembrar que o Espírito vive
dentro de nós para nos conduzir em vitória,
em nossa caminhada espiritual;
3. Porém, nossas ações, palavras e atitu-
des podem gerar um ambiente de liberdade
ou de constrangimento para o Espírito San-
to;
4. Assim, quando pecamos contra ele im-
pedimos o seu agir;
5. Veremos neste estudo 5 tipos de peca-
dos contra o Espírito Santo.
57

1. O PECADO DE ENTRISTECER
O ESPÍRITO SANTO (O AMOR FRIO)
“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o
qual vocês foram selados para
o dia da redenção.”
Efésios 4.30

1. Nesse texto, Paulo nos instrui a não en-


tristecermos o Espírito. O fato de que o Es-
pírito pode ser entristecido já demonstra o
quanto ele nos ama;
2. Entristecemos alguém que nos ama
quando não correspondemos ao seu amor;
3. Esta ideia do amor do Espírito é usada
por Paulo como um motivo para não o en-
tristecermos;
4. Tendo consciência desse amor será
que desejamos realmente entristecê-lo?
5. A forma mais comum pela qual o Espí-
58

rito é entristecido é através da presença do


pecado em nossas vidas;
6. Nossos corpos são o seu templo e nós
devemos cuidar para não “sujar” sua casa;
7. Em Efésios Paulo menciona algumas si-
tuações que entristecem o Espírito:
a. Quando pronunciamos palavras peca-
minosas; Efésios 4.29;
b. Quando adotamos atitudes pecamino-
sas; Efésios 4.31;
c. Quando praticamos ações pecamino-
sas. Efésios 5.3.
8. Que Deus nos ajude a caminhar respei-
tando a presença do Espírito e retribuindo o
amor que ele nutre por nós.
59

2. O PECADO DE RESISTIR
AO ESPÍRITO SANTO
(SÓ UM POUCO DIFERENTE)
“Povo rebelde, obstinado de coração e de ou-
vidos! Vocês são iguais aos seus antepassados:
sempre resistem ao Espírito Santo”.
Atos 7.51
1. Estevão acusou os judeus de resistirem
ao Espírito Santo como haviam feito seus an-
tepassados;
2. No capítulo 7 de Atos, Estevão de-
monstra que, ao longo da história de Israel,
sempre existiu um espírito de resistência ao
agir de Deus;
3. Esse espírito de engano agiu, por meio
de alguns membros do próprio povo de
Deus, das seguintes formas:
a. Tentando impedir a realização do plano
de Deus na vida de seus servos; Atos 7.9
60

b. Pondo em dúvida a liderança levanta-


da por Deus. Atos 7.27;
c. Propondo caminhos alternativos àque-
le indicado por Deus. Atos 7.40.
4. Hoje em dia as formas de resistir ao Es-
pírito se tornaram mais sutis, mas seguem a
mesma fórmula: resistir, questionar ou pro-
por atalhos aos projetos de Deus;
5. Temos que estar atentos para não in-
correr neste pecado.

3. O PECADO DE MENTIR PARA


O ESPÍRITO SANTO (GLÓRIAS A MIM!)
“Então perguntou Pedro: “Ananias, como você
permitiu que Satanás enchesse o seu coração, ao
ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar
para si uma parte do dinheiro que recebeu pela
propriedade?”
Atos 5.3
61

1. Em Atos encontramos a história de


Ananias e Safira, que mentiram sobre uma
oferta que eles entregaram na igreja;
2. O pecado que eles cometeram não
foi o de segurarem parte do dinheiro, mas
a mentira de dizer que haviam dado tudo,
para receber honra por um sacrifício (sacro +
ofício) que não fizeram;
3. Tentar enganar a Igreja é o mesmo que
tentar enganar o Espírito, pois ele é o admi-
nistrador onisciente dela. Portanto, esse é
um pecado contra o Espírito Santo;
4. Por isso Pedro lhes perguntou:
“Por que vocês entraram em acordo para tentar o
Espírito do Senhor?...” Atos 5.9a
5. O destino daquele casal é uma adver-
tência para toda a Igreja, de ontem e de hoje.
62

4. O PECADO DE EXTINGUIR
O ESPÍRITO SANTO
(LIDERANÇA IGNORADA)
“Não extingais o Espírito.”
1 Tessalonicenses 5.19
1. Neste texto Paulo nos adverte a não
extinguirmos o Espírito. Isso ocorre quando
um crente endurece sistematicamente seu
co- ração contra a liderança do Espírito;
2. Devemos estar atentos para não aba-
farmos a voz do Espírito de Deus;
3. Homens como Davi e Jonas parecem
ter extinguido o Espírito durante algum tem-
po e pagaram caro por isso;
4. Alguns modos pelos quais o Espírito
pode ser extinto em nós são:
a. Rebelar-se contra a Palavra de Deus; 1
Tessalonicenses 5.20-22;
b. Ignorar as repreensões do Espírito;
63

c. Resistir à liderança interna do Espírito


em nossas vidas.
5. Se não somos guiados pelo Espírito,
ele fica impedido de agir e nós assumimos a
direção;
6. Assim, passamos a gerenciar nossas vi-
das de acordo com nossas próprias ideias,
ignorando completamente a direção do Es-
pírito em nossa vida;
7. A partir daí ele se afasta e ficamos sozi-
nhos.

5. O PECADO DE
1. Em Mateus 12.22-32, nós temos a his-
tória de algumas pessoas que blasfemaram
contra o Espírito Santo;
2. Alguns fariseus acusaram Jesus de es-
tar agindo pelo poder de Satanás;
64

3. Ao atribuir a Satanás milagres realiza-


dos por Cristo, eles estavam roubando a gló-
ria de Deus e conferindo-a a Satanás;
4. Fazendo isso eles blasfemaram contra
o Espírito Santo, uma vez que Jesus agia por
meio de seu poder;
5. Assim, Jesus proclamou este pecado
como imperdoável;
6. Quando alguém atribui os feitos de
Deus ao Reino das Trevas, isto é muito grave
e traz sérias consequências.

Conclusão
1. Hoje conhecemos cinco situações que
representam pecado contra o Espírito Santo;
2. Com a ajuda de Deus, fujamos do risco
de cair nelas;
65

3. Aliás, você precisa pedir perdão ao Es-


pírito por tê-lo ofendido no passado?
4. Então, vamos começar o processo de
restauração desse relacionamento, dizendo:

Bom dia Espírito Santo!


Seja bem-vindo aqui!
66

“... Deixem-se encher pelo Espírito”.


Efésios 5.18b

PRAZER EM DESFRUTAR
DA SUA PLENITUDE
Nos estudos anteriores, descobrimos
suas características, sua obra, seus dons
e seu fruto. Aprendemos ainda como pode-
mos não pecar contra o Espírito. Aprende-
mos, portanto, o quanto é importante nosso
relacionamento com ele. Hoje veremos que
esse relacionamento pode e deve ser apro-
fundado a cada dia. Devemos aprofundá-lo
a ponto de experimentar a Plenitude do Es-
pírito Santo.

Q uebrando
o gelo
Quem é, ou era seu melhor amigo?
Como é, ou era, esse relacionamento?
67

Introdução
1. Ao longo desta sequência de estudos,
aprendemos que temos o Espírito vivendo
em nós, mas que somente ter o Espírito não
é o suficiente;
2. Para vivermos uma vida vitoriosa, pre-
cisamos ter a plenitude, estar cheios do Es-
pírito Santo, para que ele possa fluir e nos
guiar com serenidade a cada dia;
3. Temos que lembrar que todos nós es-
tamos sob a ordem de “encher-se do Espíri-
to”;
4. Não fiquemos contentes somente por
aprendermos sobre esta doutrina, mas por
estarmos em obediência, e por experimen-
tar este “encher” a cada dia.
68

O que é encher-se do Espírito Santo?


1. Encher-se do Espírito implica viver sob
o controle do Espírito;
2. Paulo usa a imagem da embriaguez
pelo vinho para indicar como é diferente
o nosso modo de viver, quando estamos
cheios do Espírito;
3. Assim, como o vinho influencia o bê-
bado para a “contenda”, o indivíduo cheio do
Espírito é levado, pelo Espírito, a:
a. Ter uma vida de paz, isto é, de conten-
tamento; Efésios 5.19-20;
b. Desenvolver relacionamentos saudá-
veis: com Deus - Efésios 5.27, com familia-
res - Efésios 5.22-6.4 e no ambiente profis-
sional- Efésios 6.5-9;
c. E manter-se firme contra o diabo - Efé-
sios 6.10-11.
69

4. No entanto, encher-se do Espírito im-


plica enfrentar uma batalha diária contra a
carne, que é a maior ameaça à presença do
Espírito em nossas vidas.

“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito;


e o Espírito, o que é contrário à carne.
Eles estão em conflito um com o outro”.
Gálatas 5.17

Que características tem quem


recebe o enchimento do Espírito?
1. Este é um ponto que frequentemen-
te gera dúvidas, pois estar cheio do Espírito
pode manifestar-se (externamente) de dife-
rentes maneiras;
2. Em certas circunstâncias o encher-se
não tem nada a ver com uma experiência
emocional, e sim, com o aprofundamento da
70

comunhão com Deus;


3. Em outras ocasiões, no entanto, o en-
chimento vem com sinais especiais;
4. As Escrituras mostram claramente que
o enchimento do Espírito não tem um pa-
drão;
5. Vejamos alguns exemplos de homens
de perfis bem diferenciados:
a. Estevão, homem de vida santa, era
cheio do Espírito Santo; Atos 7.55-56;
b. Paulo, ex-fariseu, era cheio do Espírito;
Atos 13.9;
c. Barnabé, que era levita, era cheio do
Espírito Santo; Atos 11.24;
d. Muitos discípulos, inclusive não-ju-
deus, receberam o Espírito Santo. Atos
13.52.
71

6. Apesar dessa diversidade da presença


ou ausência de cer- tas experiências e carac-
terísticas, temos certeza de que todo cren- te
pode e deve ser cheio do Espírito;
7. Deus sabe a necessidade e caracterís-
ticas espirituais de cada um de nós e, a par-
tir disso, ele determina as circunstâncias do
nosso encher diário.

Quais as condições para que alguém


seja cheio do Espírito?
1. Por sermos instruídos a buscar ser
cheios do Espírito - Efésios 5.18 - é óbvio que
há certas condições que devem ser preen-
chidas;
2. O crente que deseja estar cheio do Es-
pírito deve observar os seguintes princípios:
a. Viver no Espírito cada momento de
nossa vida; Gálatas 5.16;
72

b. Ser guiado pelo Espírito a cada decisão


que tomamos; Romanos 8.14;
c. Orar de acordo com o Espírito; Judas
1.20;
d. Não entristecer o Espírito; Efésios 4.30;
e. Não extinguir o Espírito; 1 Tessaloni-
censes 5.19.
3. Devemos, portanto, buscar diariamen-
te um relacionamento mais íntimo com Deus
por meio de seu Espírito.

Quais as atitudes que acompanham


quem está cheio do Espírito?
1. Ter atitudes guiadas pela direção do Es-
pírito sempre está associado à realização da
vontade de Deus;
2. Na Bíblia a presença do Espírito esteve
associada em especial a falar da Palavra de
73

Deus com ousadia;


“Depois de orarem, tremeu o lugar em que
estavam reunidos; todos ficaram cheios
do Espírito Santo e anunciavam
corajosamente a palavra de Deus.”
Atos 4.31
3. Mas viver a Plenitude do Espírito tam-
bém indica transformações em nossa vida
diária;
4. Entre as principais estão:
a. Crescimento espiritual;
“Cresçam, porém, na graça e no conhecimento
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
A ele seja a glória, agora e para sempre!
Amém.” 2 Pedro 3.18
b. Comportamento sábio;
“Portanto, vede prudentemente como andais,
não como néscios, mas como sábios”. Efésios 5.15
74

c. Vida alegre;
“Os discípulos continuavam cheios de alegria e
do Espírito Santo.” Atos 13.52
d. Espírito de unidade na Igreja;
“Façam todo o esforço para conservar a unidade
do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.3
e. Ousadia no testemunho;
“Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes:
“Autoridades e líderes do povo! Atos 4.8
f. Adoração como estilo de vida.
“Falando entre si com salmos, hinos e cânticos
espirituais, cantando e louvando de coração ao
Senhor, dando graças constante- mente a Deus
Pai por todas as coisas, em nome de nosso Se-
nhor Jesus Cristo.” Efésios 5.19-20
5. Quando Deus está no comando de nos-
sa vida, por meio de seu Santo Espírito, po-
demos esperar crescermos diariamente na
graça e no conhecimento dele.
75

Conclusão
1. Depois de tudo que vimos, fica mais fácil
entender porque experimentar a Plenitude é
essencial para uma vida espiritual prazerosa;
2. Transmitir vida no nosso falar, no nosso
agir e no nosso ministério está intimamente li-
gado a estar cheio do Espírito;
3. Sem a Plenitude do Espírito a vida cristã
será um fardo e não um prazer, e isso ficará evi-
dente para as pessoas que nos cercam;
4. Busquemos a todo instante a intimidade
com o Espírito que nos permita viver um rela-
cionamento pleno com ele a todo o mo- men-
to;
5. Para isso, lembre-se de a cada dia convi-
dar o Espírito Santo para lhe guiar nos mínimos
passos, dizendo:
Bom dia Espírito Santo!
Seja bem-vindo aqui!

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