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O uso do Método Isostretching no tratamento da Lombalgia

Vivian Jesus da Silva¹


fisioterapeutavivian@hotmail.com.br
Dayana Priscila Mejia Maia²
Pós-graduação em Traumato-ortopedia com Ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila

RESUMO
A lombalgia, definida como processo doloroso da coluna lombar de origens variadas,
pode ser tratada clinicamente por meio de várias técnicas fisioterapêuticas, incluindo o
método Isostretching, que se caracteriza por dor em região da coluna lombar,
lombossacral ou sacroilíacas podendo ou não irradiar para membros inferiores e
região glútea evoluindo com ciatalgia. Este artigo tem como objetivo descrever a
utilização do Isostretching no tratamento da lombalgia, com intuito de preconizar
maiores conhecimentos do método em dores lombares. O Isostreching tem a finalidade
de realizar condicionamento muscular, promovendo movimentos compensatórios sem
causar impactos osteomusculares.
Palavras-chaves: Lombalgia; Lombociatalgia; Isostretching.

1. Introdução
A região lombar situada na coluna vertebral tem como função dar apoio estrutural, sua
flexibilidade ao corpo humano. Composta por grandes cincos vértebras (L1 - L5) onde
mantém entrepostas de uma fibrocartilagem, os chamados de discos intervertebrais que
impedem que as vértebras se encontrem, bem como, protegem o canal medular
(GLINA, 2003).
A lombalgia é caracterizada pela dor na região lombar, sendo classificada em dor aguda
e crônica de acordo com a manifestação e intensidade.
A lombalgia aguda pode ser de início súbito em um período de até 6 (seis) semanas
geralmente, utiliza-se com tratamento o repouso e o uso de medicamentos
antiflamatórios e analgésicos simples. Em relação a dor crônica, as dores aparecem por
mais de 6 (seis) semanas, com períodos de recorrência. Neste caso requer
acompanhamento médico e tratamento fisioterapêutico, onde podem ser utilizados
diversos ramos de atuação no qual poderemos demonstrar através de evidências a
eficiência do isostretching (MINAYO, 2003; MACEDO, 2010).
Causa frequente de morbidade e incapacidade, no atendimento primário, apenas 15%
das lombalgias e lombociatalgia possuem uma causa específica. A caracterização
etiológica da síndrome dolorosa lombar deve ser um processo eminentemente clínico,
onde os exames complementares devem ser solicitados apenas para confirmação da
hipótese diagnóstica.
As dores lombares podem ser primárias ou secundárias, com ou sem envolvimento
neurológico. Enquanto, no adulto, a maioria das lombalgias tem causas e tratamentos
simples, a dor lombar no adolescente é incomum e com causas que devem ser
investigadas cuidadosamente pelo médico ortopedista.

¹Pós-graduanda em Traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila.


²Orientadora Especialista em Metodologia de Ensino Superior, Mestranda em Aspectos Bioéticos
Jurídicos da Saúde, Graduada em Fisioterapia.
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Os fatores de desencadeamento e cronificação são os fatores psicossociais, obesidade,


gravidez, tabagismo, grau de escolaridade, realização de trabalhos pesados,
sedentarismo, síndromes depressivas, fatores genéticos e hábitos posturais, alterações
climáticas, modificações de pressão atmosférica e temperatura.
Estima-se que 70% dos pacientes com dorsalgia evoluem com dor devido ao excessivo
uso de musculaturas dorsais, processos infecciosos, inflamatórios, metabólicos, traumas,
anormalidades congênitas, sendo rara esta última. A lombalgia idiopática é a mais
prevalente em apresentações sintomáticas iniciais sendo de etiologia degenerativa
(CAILLIET, 1998).
Fatores como: Obesidade, postura laboral, hábito de fumar, grau de escolaridade, fatores
genéticos, hábitos posturais contribuem para a cronicidade da dor lombar (LIANZA,
2001).
Nem sempre é preciso fazer exames como a ressonância magnética. Em mais de 90%
das vezes, o diagnóstico e a causa são estabelecidos com uma boa conversa com o
paciente e com um exame físico bem feito. Em caso de dúvida, o passo seguinte é a
radiografia simples.
Os exames de imagem são os de escolha para complementar o diagnóstico como
radiografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética da região lombar
para a avaliação de estruturas da coluna vertebral. A eletromiografia é utilizada como
diagnóstico diferencial para patologia de origem nervosa (CAILLIET, 1998).
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima-se que 60% a 80% da
população mundial manifestarão lombalgia, sendo que 2% a 5% podem apresentar
sintomatologia em qualquer idade (ARAKOSKI, 2004; KNOPLICH, 2000).
Segundo a diretriz de dor lombar da Associação Médica Brasileira, para tratamento
conservador está indicado repouso com retificação da coluna lombar, analgésicos para
alívio de dor, antiflamatórios não hormonais (AINH) e relaxantes musculares. Em
relação a tratamento cirúrgico, este é indicado em casos de déficits neurológicos graves
em pacientes que não melhoram após 90 dias de tratamento clínico (BRAZIL, 2009).
Em relação à prevenção e diminuição do quadro clínico, uma estratégia que vem sendo
utilizada e amplamente conhecida é o método Isostretching, que consiste em uma
ginástica terapêutica que tem a proposta de promover alongamento e fortalecimento
isométricos da musculatura corporal, exigindo esforço muscular, praticando consciência
do movimento e equilíbrio postural (CAILLIET, 1998).
O método Isostretching é amplamente conhecido, porém existem poucos estudos de sua
prática clínica a respeito do tratamento em dores lombares, por isso, faz-se necessário
uma melhor divulgação de seu resultado como uma alternativa de terapia manual.

2. Anatomia da coluna vertebral


Outro ponto que deve ser levado em consideração, devido sua importância quanto ao
diagnóstico e tratamento é o conhecimento preciso da anatomia da coluna vertebral que
é dividida em regiões como cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix.
As vértebras são entrepostas pelo disco intervertebral, que se alinham uma sobre outra
formando o canal medular abrigando a medula nervosa. A medula espinhal possui
aproximadamente 40 cm de comprimento, compreendendo a porção alongada do
encéfalo que faz parte do sistema nervoso central. Todo comprimento medular se inicia
na região cervical até a região lombar, onde a partir disso são ramificados por filetes
formando a cauda equina.
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Tais estruturas são destinadas para vários desempenhos, dentre os quais podemos
ressaltar mediações de estímulos sensoriais, transmissão de impulsos para o cérebro e
ajuste da função motora.
Em relação à unidade óssea, a vértebra se constitui por lados direito e esquerdo,
estruturas de osso e cartilagem chamadas facetas articulares. As facetas de cada vértebra
se encaixam com as facetas das vértebras superiores e inferiores. Esta conexão
juntamente com os discos permite que a coluna tenha flexibilidade. Um mau encaixe
das facetas induz a um desgaste das suas cartilagens produzindo alterações
degenerativas (ANDREWS, 2000).
As vértebras são compostas por corpo, pedículos, lâmina e apófises. O corpo está
adaptado para forças de carga e pressão, tem composição esponjosa com placa
cartilaginosa na porção supero inferior. Os corpos das vértebras cervicais são de menor
diâmetro e altura, sendo a porção mais alta da coluna na posição ortostática.
As vértebras torácicas são maiores, cilíndricos tanto na altura quanto diâmetro. Os
corpos vertebrais lombares compensam maiores pressões por isso são mais largos. As
vértebras sacrais são fusionadas entre si, articula-se com o ilíaco na região pélvica,
apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pelve ou bacia.
Quanto à composição, faz parte da estrutura anatômica vertebral o disco intervertebral
formado por anéis fibrocartilaginoso com núcleo gelatinoso com todo são 23 discos. O
anel fibroso suporta as pressões submetidas à coluna vertebral transmitida pelos corpos
vertebrais. Um núcleo gelatinoso, através do seu deslocamento, estimula o anel fibroso
na retenção das pressões e orienta o todo corporal quanto à posição da coluna vertebral
(ANDREWS, 2000).
As estruturas que conectam o arcabouço ósseo vertebral são os ligamentos, a fazerem
parte:
- Ligamento longitudinal anterior: forma laminar. Inicia-se na base do crânio até o
sacro, função de estabilidade da coluna.
- Ligamento interespinhoso: na região espinhosa, região estabilizadora entre o osso
occipital e as apófises cervicais, estendendo-se até as apófises sacras.
- Ligamentos amarelos: são expansões ligamentares.
- Ligamento Longitudinal posterior: se localiza dentro do canal vertebral na porção
posterior dos corpos vertebrais.
- Ligamentos cruciformes: localiza-se na base do crânio.
- Ligamentos inter-transversos: interligam as apófises transversais. Encontram-se
lateralmente à coluna vertebral.
- Ligamento costo-transverso e ligamento radiado: juntam-se as costelas com as
apófises transversas e com o corpo vertebral.

2.1. Semiologia da coluna vertebral


A coluna vertebral tem como função sustentação corporal, bem como equilíbrio,
mobilidade e proteção da medida.
Faz parte de sua anatomia 32 (trinta e três) vértebras divididas em sete cervicais, doze
torácicas e nove sacrococcígeas podendo estar relacionada com alterações posturais,
desvios de eixo e diferentes afecções (LEINO, 1989).
Ela sofre influência hereditária e profissional, sendo a idade influenciadora de
síndromes como cervicalgia, dorsalgia e lombalgia (ALTER, 1999).
O exame clínico juntamente com exames de imagem e laboratorial, deve ser abordado
como forma de maior sucesso no tratamento de lombalgia, permitindo reconhecer a
enfermidade que compromete tal estrutura.
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Antes da abordagem do exame físico, é necessário uma anamnese minuciosa com


aspectos como: identificação, idade, história da doença atual, irradiação, fatores
agravantes e atenuantes da dor, duração, intensidade, presença de dor referida além da
ocorrência de manifestações sistêmicas (febre, perda de peso, fraqueza),
comprometimento extra-articular, antecedentes pessoais e familiares também são de
extrema importância na história clínica (KNOPLICH, 2000; REDONDO, 2001).
No que se diz respeito à semiotécnica do exame físico são efetuados através da
inspeção, palpação e movimentação.
A inspeção começa a se realizar à medida que o paciente chega para a consulta. Para a
realização da inspeção, uma boa iluminação e posição confortável devem ser lembradas.
Com paciente em posição ortostática, o examinador deve ficar atento à postura, possível
escoliose, hiperlordose. O peso, idade e altura influenciam em relação à sobrecarga
podendo prejudicar a coluna lombar, articulações, coxo femoral e membros inferiores.
Com a palpação, é possível caracterizar crepitações, que indica comprometimento de
estrutura articular, presença de calor sendo este um sinal de inflamação, calcificações,
nervo ciático, caracterizando lombociatalgia (KNOPLICH, 2000).
A avaliação dos movimentos das articulações permite verificar o grau de impotência
funcional, por isso, é importante conhecer os movimentos normais da coluna vertebral,
sendo assim possível detectar a amplitude de movimento anormal, limitações e
comprometimentos de movimento.
Para pesquisa de alterações relacionadas ao movimento da coluna vertebral vale
ressaltar que a movimentação deve ser feita com delicadeza nos âmbitos da rotação,
flexão, extensão e rotação, além da pesquisa de movimentos ativos e passivos, bem
como medir ADM (amplitude de movimento), (KNOPLICH, 2000).

3. Método Isostretching
O método Isostretching foi criado por Bernard Redondo, em 1974 na França. Redondo
é fisioterapeuta, osteopata, quiropodista e fisioterapeuta da equipe francesa de atletismo
e vice-presidente da Sociedade Francesa de Fisioterapia (CSBM, 2008).
O Isostretching é uma ginástica fiel a sua definição: de fato é, em sentido literal, um
procedimento para ganho de flexibilidade e fortalecimento do corpo, através de
exercícios adequados, uma ginástica postural, global e ereta (SOUZA, 2008).
O Método foi introduzido no Brasil em 1994, sendo uma ginástica postural global
ajudando flexibilidade e fortalecimento (BELOUBE, 2003).
Iso significa = Isometria
Stretching = um termo em Inglês, que significa alongamento usado neste método
ligamento-músculo.
O Isostretching se caracteriza por ser um método postural, pois os exercícios são
realizados em uma posição vertebral correta. Global, porque todo o corpo é trabalho a
cada exercício, incluindo fortalecimento e alongamento em cada postura. Ereto, pois
requer um autocrescimento da coluna vertebral, solicitando a musculatura paravertebral
(REDONDO 2001).
São trabalhados a contração e estiramento da postura complementada, através da
expiração e contração isométrica do tronco. Atua através da isocinética que tem como
definição, exercícios onde se impõe resistência ao movimento, sem permitir que este
ocorra. Iniciados com resistência mínima que por meta aumenta gradativo, com
finalidade de coordenação e relaxamento. Podem ainda ser utilizados equipamentos com
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aumento gradual de força, além de que o exercício programado pode sofrer ajuste de
velocidade, relacionado à tensão e ganho de força.
Com isso, a isometria tem como intuito a reeducação da postura corporal, realizar
analgesia, agir perante encurtamento muscular, promover consciência corporal, trazendo
benefícios de maior elasticidade, alongamento, fortalecimento e consequentemente
melhor condição física, diminuindo tensões musculares e aumento global da qualidade
de vida (BELOUBE, 2003).
O método isostretching pode ser utilizado em todas as idades, tendo em vista trabalhar
alongamento, contração isométrica como objetivo de fortalecimento. Compreendemos
que o tônus muscular influência na postura e movimentação, onde o estímulo exprime a
acomodação postural, por isso a anamnese é importante neste quesito.

“Postural, porque a maioria dos exercícios são executados dentro de uma


posição vertebral correta, por alguns segundos, o tempo de uma longa
expiração”.
“Global ou total, porque o corpo trabalha à cada exercício”.
“Ereto, porque contrariamente às ginásticas em cifose ou extensão, ele
solicita à coluna vertebral em autoengrandecimento, afim de trabalhar mais
especificamente a musculatura para vertebral profunda” (BARBATI,
1996:98).

Após ressaltar tais questões, o treinamento postural pode ser preconizado através de 10
sessões com tempo médio de 40 minutos, mantendo um protocolo de 10 posturas das
técnicas a serem realizadas em pé, decúbito dorsal, ventral ou sentando, acrescentando
bastões e bolas como forma de variar o grau de dificuldades (CAPES, 2009).
Podem ser realizados três repetições de cada postura, mantendo a expiração forçada e
prolongada de aproximadamente 10 segundos (REDONDO, 2006; SUMMUS, 1995). O
tratamento deve ser incrementado através do fisioterapeuta, estimulação auditiva, visual,
bem como correção caso paciente esteja realizando técnica inadequada.
Outros pontos devem ser questionados como:
Avaliação global da postura, através de fotografando-a e identificando grupos
musculares acometidos pela dor.
O isostretching procura melhorar a condição física, sem abrir mão dos meios
terapêuticos: método corretivo, educativo, preventivo, flexibilizante, tonificante e não
traumático. O método pode ser praticado por quase todos, adaptando-se bem as
capacidades de cada um em cada momento. A posição é mantida durante a expiração
prolongada, realizando o auto-crescimento do tronco e uma contração isométrica dos
músculos e extremidades (REDONDO, 2001).
Uma aula inicial deve ser individual para aprendizado correto da técnica, pois o uso
errado do ISOSTRETCHING pode não ter efeito esperado. Com a postura adequada,
mantém- se a respiração prolongada juntamente com a postura dos membros inferiores e
superiores do corpo, além da coluna e alongamento preciso (KNOPLICH, 2000).
A consciência corporal é bastante estimulada, assim como as repetições posturais
corretas com sua devida respiração. Tal importância, o método Isostretching produz
ganho nos índices de flexibilidade corporal, tanto a flexibilidade geral quanto a
flexibilidade específica (MARTINS, 2008; ZATSIORSKI, 1988).
A respiração forçada e prolongada é feita durante as sessões, como objetivo de
promover relaxamento do diafragma e consequentemente da musculatura acessória, pois
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sua contração limita o alongamento da caixa torácica e coluna vertebral (MACEDO,


2010; PESSOA, 1997).
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009) comprovou
que, após as primeiras sessões com o uso de isostretching o paciente já mantinha uma
nova imagem corporal, influenciando notavelmente na diminuição da dor lombar,
autoestima e melhora laboral.
De acordo com Redondo (2001), as condições de vida evoluíram de tal forma, que a
sociedade passou a realizar suas atividades diárias, na maioria das vezes, na posição
sentada. Nesta forma, a pelve se dirige em uma leve retroversão, a coluna lombar tende
a cifosar, saindo da sua linha de base quando está de pé. Outra postura muito utilizada
em varias tarefas é a inclinação do tronco para frente, levando a uma abertura da parte
posterior da coluna, propulsão do disco, estiramento dos ligamentos e tensão muscular.
Somando todas essas alterações na coluna vertebral com a má postura, fadiga, assentos
não adequados, torções, micro traumas, acaba-se tendo razões suficientes para
preocupações, por isso, a importância de uma ginástica de compensação.
Com os alongamentos e contrações, a atividade muscular irá se aperfeiçoar, aumentando
a força e mobilidade, o que irá harmonizar as curvas naturais do corpo, evitando, ao
mesmo tempo, a inclinar-se para frente, como resultado da fraqueza muscular e
envelhecimento (REDONDO, 2001).
O fortalecimento da musculatura profunda é executado através das contrações
isométricas e do autocrescimento do tronco, desenvolvendo o sistema muscular de
fibras tônicas situadas ao longo da coluna, obtendo-se uma boa sustentação da posição
ereta. Este trabalho também é feito de forma proprioceptiva, proporcionando um melhor
controle postural e consequentemente a melhora da percepção corporal. O
fortalecimento muscular será desenvolvido em decorrência da pratica continua,
recrutando cada vez mais um numero maior de fibras, em decorrência da contração
estática (REDONDO, 2001; YOKOHAMA, 2004)
As posturas adotadas provocam o alongamento das cadeias musculares, mediante a forte
ação muscular dos antagonistas, bloqueando as rotações compensatórias, desta forma
conseguiremos, ao mesmo tempo, tonificar a musculatura por uma parte e alongar, por
outra (REDONDO, 2001; MACEDO, 2004)
O trabalho respiratório é realizado através da expiração forçada, durante todas as
posturas, recrutando constantemente a musculatura da caixa torácica. Está ação atuando
também sobre o diafragma, proporciona o relaxamento da musculatura acessória, que
geralmente está em contratura, limitando a dinâmica respiratória e a expansibilidade
toracopulmonar normais (REDONDO, 2001).

3.1 Força Muscular


O sistema muscular é um componente de mecanismo de proteção que, alivia a região
lombar das forças nocivas durante as atividades funcionais. Uma musculatura frágil leva
a má postura e consequentemente dores. Obviamente, uma estática e dinâmica correta
permite maiores movimentações de forma adequada (MCATTE, 1989).

“Músculos fracos atingem a condição isquêmica e de fadiga mais facilmente


que músculos fortes, aumentando as probabilidades de lesões e dificultando
manter a coluna em seu alinhamento adequado. Déficits de força muscular
associada às lombalgias ocorrem em função de que, a atrofia muscular
resultante leva à sobrecarga de outras estruturas lombares, bem como a
diminuição da coordenação do correto movimento a ser realizado pelas
estruturas osteomioarticulares. Existe uma relação direta entre quantidade de
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estímulos nocivos inibitórios da função muscular e, a força muscular


disponível. Portanto, a diminuição da força seria provavelmente relacionada à
dor. Exercícios adequados podem estimular o restabelecimento que irá
diminuir a inibição muscular e aumentar a força do músculo” (BLAKE,
1997:56).

O treinamento que envolve força muscular potencializa o recrutamento de fibras


musculares, adaptando suas unidades motoras, que conhecemos como adaptação neural.
Todo esse recrutamento de fibras B, que são envolvidos no treino de ganho de força
muscular (FOX, 1991; LEHMKUHK, 1989).
Com isso alterações estruturais como a hipertrofia ocorrem consequentemente, após
início do treino com ganho de proteínas contráteis e não contráteis.
O método isostretching trabalha no aspecto de fortalecimento, como forma de promover
possíveis fragilidades musculares causadas por dor lombar. O fortalecimento muscular
será desenvolvido em decorrência da prática contínua.

3.2 Alongamento muscular


Tem como objetivo estiramento muscular, flexibilidade com meta de diminuir risco de
lesão. Assim trabalhar as cadeias musculares, alongando-as e fortalecendo-as para que
possam responder de forma correta e sem prejuízos de alguma lesão, todas às vezes que
necessitarmos dos músculos (CEAS, 1997).
Alongamento passivo é realizado com musculatura até a sua extensão máxima de
movimento, podendo permanecer por um período que varia de 3 a 60 segundos
(KISNER, 1998).
Alongamento ativo corresponde à habilidade de se utilizar a ADM, no desempenho de
uma atividade física em velocidades rápidas. Contrapondo resistência muscular.
Segundo Arakoski (2004; 85), para maior efetividade de manutenção da flexibilidade
muscular é importante o aquecimento, pois assim o músculo ganha mais poder de
estiramento. Fisiologicamente podemos explicar que, o aquecimento muscular
influencia agindo e aumentando a cavidade muscular, com isso diminui a viscosidade
do líquido sinovial, de forma que, a compressão e diminuição da pressão sobre a
superfície articular reduz o risco de lesão (KISNER, 1998).
Ao realizar um alongamento não pode haver dor;

“Ao encontrar este ponto, permaneça nesta posição por um período de 10 a


30 segundos. Após um período de tempo em que tenha mantido esta posição
e a tensão nos músculos diminuir, você pode ir um pouco mais além até
sentir novamente uma leve tensão nos músculos. Permaneça nesta posição
por mais de 10 a 30 segundos. É importante lembrar que caso sinta dor, deve
diminuir a intensidade até encontrar um ponto confortável. Desta forma, você
vai aumentando a intensidade pouco a pouco sem sentir dor. Este é o que
chamamos de Alongamento Avançado” (ACHOUR, 1996: 25).

Os exercícios de alongamento podem ser realizados de várias maneiras, dependendo dos


objetivos, da capacidade física e do nível de treinamento de quem os pratica (DANTAS,
1999).
Sendo assim, os exercícios de alongamento é parte fundamental do método
isostretching, pois, realiza a consciência corporal, diminui risco de lesões, amplia a
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flexibilidade, reduz riscos musculares, melhora coordenação motora, aumento de fibras


musculares reduzindo as tensões (ANDERSON, 2000; PRETICE, 2003).
Praticando exercícios de alongamento, nota-se, entre outras coisas, uma redução das
tensões musculares e sensação de um corpo mais relaxado. Obterá também benefícios
para a coordenação, já que os movimentos tornam-se mais soltos e fáceis; estará se
prevenindo contra lesões tais como distensões musculares (um músculo forte e
previamente alongado resiste melhor a tensões do que um músculo forte não alongado).
Perceberá que ficará mais fácil realizar atividades de desgastes, na medida em que
prepara o corpo para a atividade; fazer alongamentos nessas situações é como sinalizar
para os músculos que estão prestes a ser utilizados (ANDERSON, 2002).
Os autores acima supracitados, ainda acrescentam que é fácil aprender a fazer
alongamentos, mas existe o modo certo, bem como o errado, de executá-los. Um modo
adequado de se alongar é relaxando num movimento estável, ao mesmo tempo em que a
atenção se focaliza sobre os músculos que estão sendo alongados. Já uma forma
incorreta de se praticar o alongamento (e que infelizmente é feito por muitas pessoas) é
balançar o tronco para cima e para baixo numa posição em bipedestação, ou alongar-se
até sentir dor, o que pode causar mais danos que benefícios à saúde. Fazendo
alongamentos de forma correta e regular, perceberá que todos os movimentos se tornam
mais fáceis de realizar. Levará algum tempo para soltar músculos tensos ou grupos
musculares enrijecidos, porém, logo estará sentindo-se muito bem.
Contra indicações do uso do alongamento existe, se há bloqueio que limita a mobilidade
de uma articulação, fraturas ósseas em processos inflamatórios e infecciosos, paralisia e
parestesia, quando houver dor aguda ou cortante durante o movimento articular ou
alongamento muscular; em indícios de hematomas ou traumas nos tecidos; quando as
contraturas ou tecidos moles encurtados estiverem promovendo aumento na estabilidade
articular em substituição à estabilidade estrutural normal ou força muscular e quando as
contraturas ou tecidos moles encurtados forem à base de habilidades funcionais,
particularmente em pacientes com paralisia ou fraqueza muscular intensa.
No entanto, com o isostretching o corpo irá recuperar a consciência das posições
corretas da coluna. As más posturas desenvolvidas durante o dia, além de problemas na
coluna vertebral como, uma escoliose, por exemplo, dores no quadril, entre outras,
podem acarretar dores de cabeça e dor na região do pescoço. Realiza-se um trabalho de
conscientização corporal, em que o indivíduo passa a conhecer seus próprios limites.
A técnica ajuda a aumentar a força muscular e como não têm impactos, não causa lesões
musculares. Recomendado para todas as idades e tipos físicos, pois a força das
contrações isométricas do alongamento é controlada e estabelecida de acordo com a
força muscular de cada um, a pessoa trabalha dentro do que o seu corpo suporta.
Nas sessões de isostretching, o ideal é utilizar roupas para ginástica ou aquelas que não
atrapalham o movimento. As sessões são realizadas em grupo de até 5 pessoas. Isso
porque enquanto o aluno desenvolve o exercício, o fisioterapeuta vai orientando e
corrigindo cada um. O tratamento para a lombalgia é feito com a tomada de
medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. Na fisioterapia ainda pode-se optar pelo
uso de métodos de aquecimento supercial e/ou profundo, alongamentos e exercícios de
fortalecimento para as costas.
A melhoria da atitude e do gesto começa por um reforço dos músculos profundos da
coluna, pelo alongamento das cadeias musculares.
O trabalho dos músculos profundos permite um melhor controle do posicionamento da
ação da coluna, em relação aos gestos e às atitudes da vida (prevenção dos acidentes
discais e articulares).
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O sedentarismo, o envelhecimento, as atitudes viciadas, e até mesmo a atividade física


intensa (musculação, gestos repetitivos), favorecem o enrijecimento. Daí a necessidade,
para manter uma boa mobilidade e ter uma atitude elegante, de trabalhar os
alongamentos. A hipoflexibilidade muscular é uma das causas essenciais das patologias
crônicas.
O isostretching é uma ginástica, que age ao mesmo tempo sobre as patologias crônicas
da coluna de origem mecânica, na prevenção destas, e na aquisição de uma boa forma
fisica. Através de um reforço da musculatura profunda da flexibilidade muscular e da
mobilidade articular do controle respiratório e da concentração mental.
Contrariamente à atividade física normal ou mesmo esportiva, na qual o fortalecimento
profundo é automaticamente feito de forma proprioceptiva, optamos por tomar
consciência desse fortalecimento profundo e por privilegiá-lo.
Iremos, assim, solicitar contrações isométricas com a retificação da coluna (redução das
curvas fisiológicas) a fim de desenvolver mais especificamente esse sistema muscular
de fibras tônicas, situado essencialmente ao longo da coluna vertebral, e bem próximo
aos ossos.
A vantagem desses alongamentos é múltipla, facilitar o movimento, diminuir as
pressões articulares, rearmonizar as tensões, agir sobre a circulação sanguínea e
linfática, graças às deformações dos envelopes e do tecido conjuntivo.
Os alongamentos podem ser feitos sob diversas formas como segmentares ou globais,
simétricos ou assimétricos no eixo ou em rotação.
Escolhemos os alongamentos globais, na maioria das vezes simétrica ou no eixo, a fim
de melhor harmonizar as tensões e evitar as compensações que favorecem as torções.
Desta forma, os músculos mais rígidos responderão em primeiro lugar.
É recomendado fazer o alongamento antes dos exercícios, por proporcionar maior
agilidade e melhor condicionamento físico, ele também ajuda a impedir lesões
musculares. Para se fazer o alongamento não é preciso habilidades atléticas. Para quem
tem algum problema específico, basta apenas diminuir a intensidade do alongamento
para não forçar as articulações e os músculos. Os alongamentos não são feitos apenas
antes e depois dos exercícios, pois eles servem também para relaxar o corpo e a mente, e
quando feitos de maneiras adequadas ele ainda traz os seguintes benefícios para o
corpo: reduzem as lesões; relaxam o corpo; ativam a circulação; deixam o corpo mais
solto e leve; corrige a postura; aumenta a agilidade mesmo com idade avançada;
benefícios para a coordenação.
O alongamento é um tipo de exercício que pode ser feito todos os dias, qualquer um
pode fazer independente da idade ou da flexibilidade que o corpo tenha, a qualquer hora
e não são necessários equipamentos especiais e nem algum tipo de treinamento, mas
deve se tomar alguns cuidados, pois quando mal feito pode trazer mais danos físicos
(lesões), ao invés de benefícios.
A falta de aquecimento, ou alongamento incorreto e ainda sedentarismo podem causar
lesões musculares, desde os mais leves até graves. O principal efeito do alongamento
muscular é o aumento da flexibilidade.
O conhecimento acerca dos exercícios tem evoluído ao longo dos anos e isso é essencial
para manter a eficácia de um recurso terapêutico. Inicialmente, os movimentos gerais de
membros e troncos foram largamente explorados, seguidos por exercícios específicos de
pequenos grupos musculares até então com funções pouco conhecidas e, concomitante a
isso, existe o desenvolvimento de técnicas aprimoradas, que utilizam o exercício para
finalidades próprias. O método isostretching desperta a imagem mental e o
conhecimento do corpo pela correção dos exercícios.
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4. Metodologia
Neste estudo foram expostos conceitos amplos e variados sobre a coluna vertebral, força
muscular, alongamento muscular e a própria técnica de Isostretching. Foram debatidas
ainda, de maneira genérica, a anatomia e a semiologia da coluna, bem como suas
estruturas que conectam o arçobouço ósseo vertebral, bem como o objetivo,
importância da prática de exercícios de alongamento e suas vantagens do alongamento,
essenciais ao entendimento dos princípios que norteiam o método Isostretching.
Utilizou-se artigos científicos de revisões bibliográficas, estudos de casos e livros de
fisioterapia ortopédica e ainda do próprio criador da técnica, Bernard Redondo.
A referida pesquisa deu início em setembro de 2012 tendo seu término em Março de
2013.

5. Resultados e Discussão
Achados estão de acordo com a revisão sistemática que indica que o exercício
terapêutico em sua forma geral é efetivo, em pequena escala, na redução da dor e
incapacidade funcional em adultos com lombalgia. O exercício é um recurso terapêutico
que permite variadas formas de aplicação. Vários estudiosos foram criando, ao longo do
tempo, técnicas ou métodos a partir de um conjunto específico de exercícios.
A técnica de Isostretching, criada por Bernard Redondo, que utiliza o alongamento com
isometria muscular, foi aplicada a um grupo de dez mulheres jovens, com idade média
de 20,7 anos, portadoras de lombalgia. Após dez sessões, todas mostraram diminuição
da dor e otimização da força muscular, alongamento das cadeias musculares e equilíbrio
corporal.
Esta revisão possui limitações inerentes ao próprio tipo de estudo, ou seja, não foi
possível esgotar todo o assunto seja pela diversidade de discussões que podem ainda ser
desdobradas a partir do tema ou mesmo pela não inclusão de artigos em outros idiomas
ou materiais não publicados. Entretanto, ela pode mostrar que ainda existem conflitos
nos resultados dos estudos e muito precisa ser explorado.
Fica explícita a necessidade de os profissionais conhecerem uma variedade de técnicas
que se desdobram do exercício terapêutico, pois não há consenso de qual seja melhor e
nem mesmo para que tipo de paciente seja mais adequada. Também a contribuição de
técnicas específicas, até recentemente pouco elucidadas, é essencial para ampliar os
conhecimentos sobre a lombalgia que é tão estudada, mas que, na prática clínica, é de
difícil resolução. Assim sendo, o objetivo deste estudo, de rever na literatura as diversas
abordagens dos exercícios terapêuticos em populações com lombalgia crônica e seus
respectivos resultados trouxe também a confirmação de que a terapia por um único
recurso vem se tornando ultrapassada, porque disfunções multifatoriais têm exigido
tratamentos multidisciplinares.
Percebeu-se através desse estudo bibliográfico que pacientes tiveram benefícios ao
realizar o tratamento da dor lombar, através do método isostretching.
Analisando a evolução da dor lombar, o presente estudo compreendeu-se que os
exercícios de alongamento com o método isostretching contribuiram para a diminuição
da dor.
Levando em conta isso, é de grande valia que novos estudos fossem realizados á
respeito deste tema, com maior número de participantes, para comprovar assim a
eficiência não só desse método utilizado, mas também de tantos outros presentes na
fisioterapia provando assim o papel importante que faz um fisioterapeuta no tratamento
não só da algia lombar, mas de tantos outros desconfortos apresentados por diversos
indivíduos.
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6. Conclusão

Este artigo tem como proposta ressaltar o método Isostretching como eficaz no
tratamento de lombalgias, para tanto, a atuação do fisioterapeuta se faz extremamente
necessário como maior viabilidade em mais um tratamento para dor lombar, este que
vem sendo divulgado no Brasil desde 1994, oferecendo, portanto, a atividade postural,
melhorando a flexibilidade, prevenindo e/ou corrigindo posturas habituais defeituosas e
possibilitando a realização de alongamento, fortalecimento, conscientização corporal,
equilíbrio, melhora da capacidade respiratória.
Diante do estudo científico, percebeu-se que o método é fidedigno no que concerne a
diminuição da incapacidade e dor, bem como aumenta a resistência nos pacientes com
lombalgia.
É possível compreender que a lombalgia é um mal que atinge milhares de pessoas,
tornando-se responsável por atividades funcionais e comprometimento da qualidade de
vida. Diante da grande variabilidade de métodos terapêuticos, é relevante considerar o
método Isostretching, apesar da pouca fundamentação científica.
Não se pode esquecer que a região lombar é mais suscetível a desordens devido às
várias posições feitas durante o dia, acrescido de fraqueza muscular. A falta ou excesso
de esforço físico nessa estrutura facilmente acarretará danos, como hábitos posturais,
insatisfação e estresse mental no trabalho, imagem corporal negativa, obesidade,
sedentarismo, depressão, alterações climáticas também podem levar a lombalgia.
Antes do início de qualquer tratamento é imprescindível realizar um diagnóstico
cauteloso da dor, por exemplo, originada de outras doenças, como infecção renal, hérnia
de disco e poder tratá-las adequadamente.
E para iniciar o tratamento com o método isostretching é necessário um exame
físico e ações terapêuticas visando alívio do quadro doloroso e medidas para evitar a
reincidência e as alterações anatômicas.
É importante destacar que o ideal seria a disciplina de conseguir fazer exercícios
físicos de fortalecimento, posturais e aeróbicos, aconselhamento em casa e também
palestras para informar a importância de toda essa atividade, lembrando que a lombalgia
é queixa comum nos ambulatórios e consultórios fisioterapêuticos, o que demonstra o
reconhecimento da população e profissionais quanto ao seu importante papel no
controle da dor lombar. O tratamento consiste do controle dos sintomas e da restauração
funcional, com objetivo de promover o retorno às atividades laborais e de lazer,
comprovando, desta forma, a grande influência do fisioterapeuta como agente
necessário na avaliação e melhora do quadro clínico e funcional do paciente.
Obteve-se a compreensão de que tal método é um exercício postural global cujo
objetivo é prevenir e tratar as doenças da coluna vertebral de origem mecânica e
também patologias decorrentes do sedentarismo. O método age no sentido de promover
a sustentação corporal através de um reforço da musculatura profunda, da flexibilidade
e mobilidade articular, do controle respiratório e mental através de exercícios realizados
em posturas nas quais é possível trabalhar a ação, fortalecimento e alongamento de
praticamente todos os grupos musculares, atuando de forma global em toda a
musculatura corporal.
Muitos fatores são importantes para evitar que uma lombalgia aguda se torne crônica. A
correção postural, principalmente na maneira de se sentar no trabalho e na escola é
essencial. Na fase aguda, a ginástica não é indicada, porém, após o final da crise, a
prática regular de exercícios físicos apropriados é importante. Quando fizer exercício
com pesos na ginástica, proteja a coluna deitando ou sentando com apoio nas costas.
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Sempre evitar carregar peso. Não permanecer curvado por muito tempo. Quando se
abaixar no chão, dobrar os joelhos e não dobrar a coluna. Evitar usar colchão mole
demais ou excessivamente duro, principalmente se o indivíduo é muito magro.
A fisioterapia é indicada para o tratamento da lombalgia quando a dor no fundo das
costas é persistente ou muito incômada. Neste caso, o indivíduo deverá realizar o
tratamento fisioterapêutico diariamente até a completa remissão dos sintomas.
Nas sessões de fisioterapia alguns aparelhos deverão ser utilizados para aliviar a dor e
diminui a inflamação, mas isto não isenta a necessidade da toma de medicamentos anti-
inflamatórios nos primeiros 7 dias.
Alongamentos e fortalecimento muscular também fazem parte do tratamento
fisioterapêutico da lombalgia, mas uma técnica atualmente indispensável para a maior
parte dos pacientes é a manipulação da articulação sacro-ilíaca pelo menos 1 vez por
semana, bem como a manuseio da técnica de Isostretching.
Ensinar o indivíduo a ter boa postura durante todo o dia e toda a noite, também é uma
parte muito importante no tratamento da lombalgia visto que a má postura é uma das
causas mais comuns do seu desenvolvimento. Uma ótima técnica para conseguir tal
efeito é a reeducação postural global.
Durante o tratamento fisioterapêutico aconselha-se evitar os esforços e não realizar
atividades físicas para evitar a dor nas costas e a sobrecarga nas articulações.
Em casa, o indivíduo poderá utilizar uma bolsa de água morna para aliviar a dor,
durante aproximadamente 20 minutos, antes de deitar e as massagens de relaxamento
também podem ser indicadas para alívio da dor e melhora a circulação sanguínea local,
mas estas devem ser preferencialmente realizadas por um massoterapeuta.
A dor não é o principal fator para as pessoas buscarem tratamento, mas sim a limitação
que ela acarreta. Esses dados são importantes para conscientizar as pessoas que estão
apresentando sintomas leves de dor nas costas e ainda sem muita limitação, se este é o
caso, deve-se procurar ajuda imediatamente. Não se deve esperar as dores se
transformarem em limitações graves que podem prejudicar o trabalho e a vida social.
Desta feita, o tratamento das lombalgias ou lombociatalgias deve visar ao alívio do
quadro doloroso, às medidas necessárias para evitar a recidiva, cada vez mais frequente
e mais dolorosa, e às alterações anatômicas que em consequência vão surgindo e se
agravando.
Ainda são utilizadas medidas como a fisioterapia (calor, massagem, manipulação, o uso
de cintos e coletes, o programa de atividade física, a tração no leito, a crioterapia,
eletroterapia e a acupuntura), o repouso, a prescrição de analgésicos e antiflamatórios.
Essas medidas terapêuticas funcionam como um auxílio para o relaxamento da
musculatura lombar e ajudam também na redução do limiar de dor, sendo o seu
principal objetivo na profilaxia de novos episódios, além de serem aplicados programas
de reabilitação e reeducação da postura de forma individualizada.
Em geral, as decisões do fisioterapeuta para o tratamento devem ser baseadas em
avaliações dos sintomas do paciente e das respostas às intervenções, de modo que os
resultados obtenham um sinal positivo de progresso do alívio das algias. Os recursos
terapêuticos utilizados devem ser analisados e adequados para cada caso clínico (sendo
diferenciadas em agudas, subagudas e crônicas), por meio de um prognóstico claro e
objetivo.

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