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PLANO DE ENSINO
Nesta aula, vamos estudar as bases da iniciação científica para a Geografia, como o conhecimento geográfico se torna um conhecimento
científico por meio da utilização de diferentes métodos científicos, tanto os métodos quantitativos, quanto os qualitativos.
Iniciaremos estudando o conceito de conhecimento científico e outros tipos de conhecimento. Veremos as diferenças entre geografia
humana e geografia física, método tradicional e método quantitativo. Por fim, conheceremos a pesquisa qualitativa e as categorias de análise
geográfica.
CONVERSA INICIAL
Quando pensamos em ciência, não raro nosso cérebro remete à imagem de uma ou mais pessoas de jaleco branco fazendo experimentos
em laboratórios. Essa referência faz parte do nosso imaginário sobre as práticas científicas, dela podemos absorver a informação de que os
experimentos realizados se tratam de métodos científicos para averiguar informações. Os métodos procuram testar a veracidade de alguma
hipótese, buscando, com isso, refutar ou confirmar determinada teoria ou experimento.
Acontece que as teorias e experimentos científicos podem ser de diversas naturezas, ou seja, possuem objetos de análise diferenciados.
No caso da geografia, o objeto é o espaço geográfico em suas diferentes categorias de análise: região, paisagem, território e lugar – é dentro
desse universo que os cientistas vão produzir o conhecimento geográfico acadêmico, seja na geografia física ou na geografia humana.
Convencionou-se chamar de abordagem qualitativa na geografia os conhecimentos produzidos a partir da década de 1970 no contexto da
virada crítica e cultural na geografia.
Os geógrafos passaram a perceber que apenas os métodos quantitativos não eram capazes de sozinhos, explicar as dinâmicas complexas da
sociedade. Era necessário que se contestassem as condições e contradições da sociedade numa perspectiva crítica, que tinha a dialética como
método, e que, para além dos dados quantificáveis da sociedade, se buscasse a compreensão das diferentes nuances da cultura, com base
em um método fenomenológico, que considera a cultura e suas manifestações como fenômenos sociais.
Portanto, a geografia produzida com base na perspectiva de um método dialético e de um método fenomenológico ocasionou uma mudança
de postura científica nos geógrafos que buscavam, então, uma abordagem que considerasse a qualidade das observações.
NA PRÁTICA
Os problemas ambientais urbanos são derivados da relação conflituosa entre sociedade e natureza, por isso vamos apresentar uma situação
hipotética que possibilite realizar uma reflexão sobre o método científico.
Considere que um bairro de determinada cidade está sofrendo com a poluição de um rio que a corta. Essa poluição se deve ao adensamento
populacional, às más condições de preservação, à falta de saneamento e ao lançamento de resíduos industriais. Acontece que, devido à grande
incidência de precipitação, esse rio extravasa o canal principal toda vez que chove, ocasionando enchentes e deixando centenas de famílias
desabrigadas.
A prefeitura decidiu que irá canalizar o rio e, por isso, contratou um geógrafo para fazer um estudo sobre as condições hidrológicas,
climáticas e socioeconômicas da área. Como poderia proceder esse geógrafo, considerando que terá de utilizar métodos da geografia física e
da geografia humana?
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Finalizando
Referências
CASTRO, I. E. de.; GOMES, P. C. da C.; CORRÊA, R. L. Geografia: conceitos e temas. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
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MENDONÇA, F.; KOZEL, S. Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Editora da UFPR, 2002.
MOREIRA, R. Para onde vai o pensamento geográfico? por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2009.
SANTOS, M. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.