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SUZANE FLEURY
ASUNCIÓN - PARAGUAY
2012
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SUZANE FLEURY
ASUNCIÓN - PARAGUAY
2012
3
SUZANE FLEURY
APROVADA
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AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares, pelo apoio e confiança e ,em especial, aos meus filhos
Rhudá e Fleury Neto que tiveram sua mãe ausente por tantas vezes para a
realização desse curso. Amo vocês.
RESUMO
Este estudo com o tema direcionado à qualidade da merenda nas escolas municipais
de Goiânia, Goiás, teve como objetivo geral conscientizar os colaboradores da rede
municipal de ensino, merendeiras e alunos da importância de se ter uma merenda
escolar saudável e de qualidade. Portanto, elegeu como prioridade saber qual o papel
dos nutricionistas e a importância dada pelas merendeiras e alunos na promoção da
qualidade desta merenda escolar. O estudo quali-quantitativo utilizou-se de uma
investigação exploratória com um quantitativo de vinte merendeiras e oitocentos e vinte
e cinco alunos de 10 a 16 anos. Verificou-se que para haver funcionalidade no projeto
proposto às escolas, os nutricionistas precisam promover palestras de esclarecimentos,
conscientizando as merendeiras e os alunos, fazendo um trabalho de acompanhamento
na preparação da merenda para garantir a qualidade dos produtos utilizados para este
fim.
RESUMEN
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
1. NATUREZA DO OBJETO DE PESQUISA ................................................................ 14
1.1. Contextualização e delimitação do estudo ............................................................ 14
1.2 Problematização .................................................................................................... 16
1.3. Justificativa ........................................................................................................... 18
1.4. Objetivos ............................................................................................................... 19
1.4.1 Geral .................................................................................................................. 19
1.4.2 Específicos .......................................................................................................... 19
2. MARCO TEÓRICO .................................................................................................. 20
2.1. Políticas de Programas de Alimentação ................................................................ 20
2.1.1 O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e seus principais
programas .................................................................................................................... 23
2.1.2 Programa da agricultura familiar e alimentação escolar ..................................... 26
2.1.2.1 Merenda escolar .............................................................................................. 29
2.1.2.1.1 Histórico ....................................................................................................... 30
2.1.3 Escolas da rede municipal de Goiânia ................................................................ 33
2.1.3.1 Colaboradores da rede pública de ensino ........................................................ 34
2.1.4 Doenças resultantes de desequilíbrios nutricionais ........................................... 38
2.2. Gastronomia SLOW FOOD X FAST FOOD .......................................................... 52
2.2.1 História da gastronomía ...................................................................................... 53
2.2.2 Alimentação brasileira ........................................................................................ 68
2.2.3 Repensando a qualidade dos cardápios para as diversas fases escolares ......... 76
2.2.4 Em busca da prática do Slow Food ..................................................................... 82
3. MARCO METODOLÓGICO ..................................................................................... 89
3.1 Delineamento da pesquisa ..................................................................................... 89
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 92
4.1 Questionário respondido pelas merendeiras .......................................................... 92
4.2 Questionário respondido pelos alunos ................................................................... 102
CONCLUSÃO .............................................................................................................. 114
RECOMENDAÇÕES .................................................................................................... 115
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 116
APENDICES ................................................................................................................ 134
12
INTRODUÇÃO
1.2 Problematização
1.3. Justificativa
1.4. Objetivos
1.4.1 Geral
1.4.2 Específicos
2. MARCO TEÓRICO
2.1.2.1.1 Histórico
Não precisa ser nenhum gênio pra se deduzir que são atribuições “de mais”
para profissionais “de menos” contratados pela rede pública de ensino, o que
vincula, muito mais, a importância dos colaboradores nesse processo.
Destaca-se ao processo as supervisoras, uma ponte entre o planejado e
executado no dia a dia. Pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Escolar
fizeram com que esta função fosse conceituada sob vários enfoques. Trazendo a
origem etimológica da palavra ‘supervisionar’, tem-se: “supervisionar = supervisar e
supervisar = dirigir ou orientar em plano superior; superintender, supervisionar”
(FEREIRA, 1993, p. 520).
Dentro desta perspectiva, Nérici (1974, p. 29), afirma que Supervisão
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Escolar é a “visão sobre todo o processo educativo, para que a escola possa
alcançar os objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola”.
Este olhar exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a
escola e os objetivos da educação são o foco do trabalho, sem que sejam
considerados os professores, alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer
outra variável dentro desse processo.
Alguns anos depois, já se percebe um avanço em termos de conceituação
de Supervisão Escolar, quando Rangel (1988, p. 13), reconhece a necessidade de
relação deste com os outros profissionais da escola:
A merendeira é mais do que uma mulher que faz comida, ela é um agente
educacional. É o trabalho dela que ensina as crianças que é possível ter
uma alimentação muito gostosa e que faz bem ao corpo. ( PNUD, 2010, p.
28 )
ano. Como se pode ver, houve uma diminuição das taxas de natalidade e
mortalidade, e também houve um aumento da expectativa de vida das pessoas, ou
seja, o brasileiro está vivendo mais. (AZEVEDO, 2003).
Esse processo é chamado de transição demográfica. Antigamente a
população era formada principalmente por crianças e jovens, e atualmente, verifica-
se um aumento do número de pessoas com mais de 50 anos de idade.
As famílias diminuíram o consumo da famosa mistura brasileira do arroz com
feijão, frutas, verduras e legumes e aumentaram a ingestão de gorduras,
principalmente saturadas, além de alimentos refinados e pobres em fibras, e
alimentos industrializados, ricos em gordura e/ou açúcares, como é o caso do
refrigerante, com alto teor de açúcar e nenhum nutriente.
A partir da década de 1950 difundiu-se cada vez mais nos meios científicos
a opinião de que o consumo de gordura e colesterol alimentar, oriundos em
grande parte da carne e dos laticínios, era responsável pelo aumento da
ocorrência das doenças do coração no século XX. A “hipótese lipídica”,
como foi chamada, já havia sido adotada pela Associação Americana do
Coração (SANTAMARIA, 2005, p.35)
1998).
A pesquisa mais recente que permite saber a quantidade de pessoas com
excesso de peso (sobrepeso e obesidade) no País é a Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), realizada em 2002 e 2003, pelo IBGE e o Ministério da Saúde.
De acordo com essa pesquisa, 40,6% da população brasileira, com 20 anos
ou mais, estão com excesso de peso. Há 30 anos atrás, apenas 16% dos adultos
tinham sobrepeso. Este aumento foi observado principalmente entre os homens, já
que, na década de 70, a obesidade praticamente não existia entre os homens.
Segundo a pesquisa, em 2003, o excesso de peso atingia 41,1% dos homens e 40%
das mulheres, sendo que a obesidade afetava 8,9% dos homens e 13,1% das
mulheres. Os obesos representam cerca de 20% do total de homens com excesso
de peso e cerca de um terço do total de mulheres com excesso de peso.
Essas mudanças no peso das pessoas foram observadas em todas as
regiões do País, no meio urbano e rural, e em todas as classes sociais. A Pesquisa
de Orçamentos Familiares também detectou um aumento considerável na
porcentagem de adolescentes com excesso de peso. Segundo o Estudo Nacional de
Despesa Familiar (ENDEF), realizado nos anos de 1974 e 1975, 3,9% dos garotos e
7,5% das garotas entre 10 e 19 anos estavam com excesso de peso. Em 2002 e
2003, 18% dos garotos e 15,4% das garotas estavam com excesso de peso.
fome neste caso é oculta (escondida), porque não se manifesta como uma
sensação, mas causa prejuízos para a saúde. (SCAGLIIUSI, 2006.)
A fome oculta pode ser causada pela deficiência de um ou mais nutrientes.
Este tipo de fome ocorre por vários fatores e um dos que vem se destacando é a
troca do consumo de alimentos (frutas, verduras e legumes) característicos de cada
região, que são ricos em vitaminas e minerais, pelo consumo de alimentos
industrializados ricos em açúcares, gorduras e sal. (BALABAN G, 2001.)
Ela também é considerada oculta porque no início não apresenta nenhum
sintoma, fazendo com que a pessoa não perceba que está com uma carência de
nutrientes. Porém, com o passar do tempo, se a alimentação permanecer
inadequada, os sintomas começam a aparecer, mas a situação já pode estar muito
grave. (CAMPOS et al, 2003).
As deficiências de ferro, vitamina A e iodo são consideradas problemas de
saúde pública, isso significa que um número muito grande de pessoas possui
problemas relacionados a essas deficiências.
No Brasil, as pesquisas do CONSEA (2007) feitas para verificar o número
de pessoas que têm anemia, doença causada pela deficiência de ferro, revelam que
este número está aumentando e que a doença afeta principalmente crianças
menores de dois anos de idade e mulheres grávidas.
A anemia ferropriva é causada pela falta de ferro no corpo humano, porém, a
falta de outros nutrientes como cobre, vitamina B12, proteínas e folatos também
pode levar a anemia (que nestes casos não se chama ferropriva). A anemia
ferropriva pode ocorrer por causa do consumo de alimentos pobres nesse nutriente
ou por causa da dificuldade do organismo em absorver o ferro. (BARROS, 1989.)
Portadores de anemia podem apresentar cansaço, palidez, falta de apetite,
maior chance de ter infecções, fraqueza e, nos casos mais graves, sangramento nas
gengivas e palpitações no coração. Nas crianças ela pode ter sérias consequências
além das citadas acima, podendo comprometer o desenvolvimento motor, o
desenvolvimento da coordenação, da linguagem e da aprendizagem.
A vitamina A possui várias funções no organismo, entre elas a de contribuir
para que a visão e os tecidos epiteliais estejam normais e para que o sistema de
defesa do corpo realize suas funções adequadamente. A maioria dos problemas
relacionados à falta de vitamina A ocorre na visão.
Com a falta desse nutriente o processo de adaptação que ocorre quando se
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está um local muito claro para um local escuro fica atrasado, é o que se chama de
cegueira noturna.
por "tudo aquilo que é relativo ao homem enquanto ser que se nutre" exige
conhecimentos nos domínios da antropologia, da sociologia, da economia, a
química, a agricultura, a ecologia, a medicina, os saberes tradicionais e as
tecnologias modernas.
Ainda com Cascudo (1983) a idade antiga foi o período dos grandes povos e
dos grandes banquetes, os povos faziam grandes banquetes para comemorações
de vitorias em guerras e comemorações da família real, o povo egípcio inventou a
padaria artística produzindo pães de diferentes formas.
De acordo com Elias (2004) a idade moderna foi a época das grandes
inovações, foi o período do renascimento e da descoberta de novas sensações e a
gastronomia como sempre acompanha a história e também foram descobertos
novos gostos, um marco dessa época foi o cozinheiro de reis Taillevent que
escreveu o livro mais antigo de cozinha em francês, ele ficou famoso pela
importância que deu aos molhos engrossados com pão e também pelas receitas de
sopa, dentre as quais estavam as de cebola e de mostarda, as especiarias eram
muito apreciadas pelos europeus, foi aí onde entrou o Brasil que por ser rico em
especiarias foi muito explorado, o sorvete foi quem revolucionou a sobremesa da
época, em meados do século XVII os franceses descobriram o café e também a
descoberta que o peru era muito suculento. (ELIAS, 2004).
No Brasil não é diferente, por ter tamanho continental, é um país que possui
diversos tipos de culinárias espalhadas. Existem três grandes tendências como já foi
dito que são a tendência portuguesa, a tendência indígena e por último a tendência
africana. Em todo o país se tem características peculiares, apenas São Paulo e Rio
de Janeiro que por terem maiores influências estrangeiras.
O chefe de cozinha de acordo com Elias (2004) é o grande artista do fogão
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nos dias atuais eles é quem são responsáveis por produzir as delícias que atraem
as pessoas a provar diferentes sabores.
Há hoje uma obsessão pela história da mesa, fazendo com que a
gastronomia saia da cozinha e passe a ser objeto de estudo com a devida atenção
ao imaginário, ao simbólico, às representações e às diversas formas de
sociabilidade ativa. Nesse sentido, a questão da alimentação deve se situar no
centro das atenções dos historiadores e de reflexões sobre a evolução da
sociedade, pois a História é a disciplina que oferece um suporte fundamental e
projeta perspectivas.( SCHLOSSER, 2001).
As cozinhas locais, regionais, nacionais e internacionais são produtos da
miscigenação cultural, fazendo com que as culinárias revelem vestígios das trocas
culturais.
Hoje os estudos sobre a comida e a alimentação invadem as ciências
humanas, a partir da premissa que a formação do gosto alimentar não se dá,
exclusivamente, pelo seu aspecto nutricional, biológico. O alimento constitui uma
categoria histórica, pois os padrões de permanência e mudanças dos hábitos e
práticas alimentares têm referências na própria dinâmica social. Os alimentos não
são somente alimentos. (COSTA, 2001) .
Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui
atitudes, ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. Nenhum
alimento que entra em nossas bocas é neutro. A historicidade da sensibilidade
gastronômica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais, como
espelho de uma época e que marcaram uma época. Nesse sentido, o que se come é
tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem
se come. Enfim, este é lugar da alimentação na história afirma Ackerman (1996).
A abrangência do tema da alimentação é tão ampla que na França o
Ministério da Educação está criando, neste semestre, o Instituto do Gosto, da
Gastronomia e da Arte à Mesa, enquanto que na Itália o movimento Slow Food está
criando a Universidade de Ciências Gastronômicas, destacando aí a História da
Cozinha e da Gastronomia. Portanto, surgem na França e na Itália, ainda neste ano
de 2004, universidades da Comida e da História da Alimentação . ( ROSS,1996 )
Do exposto, constata-se que a história da alimentação, que foi por muito
tempo ignorada, principalmente pela historiografia brasileira, demonstra agora a sua
vitalidade, pois diz muito sobre a educação, a civilidade e a cultura dos indivíduos.
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[...] Essas regras práticas também não são formuladas no jargão da ciência
da nutrição. Não porque a ciência da nutrição não tenha nada de importante
a nos ensinar — ela tem, pelo menos quando evita as armadilhas do
reducionismo e do excesso de confiança —, mas porque acho que temos
muito, se não mais, a aprender sobre alimentação com a história, a cultura e
a tradição. (SANTAMARIA, 2005, p. 104)
Segundo Thompson (1993) historiadores como Jean Paul Aron e Jean Louis
Flandrin deslocam o foco da história em migalhas para o comer e para aquele que
come. Através destes novos paradigmas, os ensinamentos dos Annales, era para
que a comida fosse levada a sério pelos historiadores.
Desta forma, a história do cotidiano e das mentalidades vai dar consistência
aos estudos da sensibilidade alimentar, do gosto, da gastronomia. A partir do final
dos anos 70, multiplicaram-se os estudos que se dedicaram às práticas alimentares
dos indivíduos em contextos e períodos históricos diferentes. ( SANTOS, 1998.)
Em destaque a obra de Jean-François Revel “Um Banquete de Palavras”,
traduzida e publicada no Brasil em 1996, onde o autor persegue as duas faces da
gastronomia - a popular e a erudita - e revela que as grandes fontes da história da
sensibilidade gastronômica são a literatura e a arte. Nesse sentido, para Revel
(1996), a cozinha é arte desde que se considere a representação dos sabores. A
cozinha, para o autor, é o universo onde convivem intuição, sensibilidade,
imaginação e criatividade, permitindo múltiplas dimensões e integrações. Mas,
afirma, a cozinha é também um espaço de desaparecimentos, de perdas e
destruições.
Nessas casas, o caldo revigorante era o restaurador das forças, o “restaurant”, que
por extensão acabou dando nome a esses estabelecimentos. ( VISSER, 1998.)
Como tema História da Alimentação, o trabalho de Heinrich E. Jacob sobre
“Seis Mil Anos de Pão: a civilização humana através do seu principal alimento”,
datado de 1944 e recentemente publicado no Brasil, conta como a história do pão se
confunde com a própria trajetória da civilização ocidental: o trigo cultivado no Egito
que produziu a padaria artística, a presença do pão entre os gregos considerados
como os melhores padeiros da antiguidade e os romanos que fizeram dele um
instrumento de suas políticas de conquistas e de manutenção da ordem no vasto
Império. ( LINHARES, 1953. )
Considerando ainda a presença deste alimento entre os judeus e cristãos, o
autor identifica no pão elementos simbólicos, de representação, de expressão
religiosa e manifestação cultural. Através da história do pão, o autor busca detectar
os fios de uma rede de sentidos múltiplos que demarcam, diferenciam e retiram do
silêncio determinados processos históricos, como se procedessem de diversas
escritas. ( SANTOS, A. C. ,1990).
Outra contribuição importante segundo Schlosser (2001), que veio à luz em
2004, trata da “Comida: uma história” do historiador Felipe Fernández-Armesto,
onde pretende demonstrar que a história da comida é tão cultural quanto a história
da culinária. Lamentando a negligência da maioria das instituições acadêmicas com
a história da comida e a diversidade de abordagens dos historiadores, que dificultam
a sua síntese, o autor considera que a rapidez com que surgem novos materiais faz
com que seja mais difícil a atualização satisfatória por meio de revisões periódicas.
Adotando uma perspectiva global, Fernández-Armesto trata a comida como
um tema da história mundial, a partir de oito grandes revoluções, desde a invenção
da culinária, passando pelo significado do ato de comer, contemplando a utilização
da vida vegetal como alimento, até a comida e a industrialização nos séculos XIX e
XX, que combinadas parecem fornecer uma visão geral de toda a história da
alimentação.
Também como história tem-se o livro de Mark Kurlansky intitulado “Sal: uma
história do mundo”, publicado no Brasil em 2004. Para o autor, o sal está presente
em quase todos os lugares e durante milênios foi sinônimo de riquezas: pelo sal
criaram-se rotas comerciais, firmaram-se impérios, provocaram-se revoluções,
sendo também um instrumento comum de comércio e câmbio.
Como o sal está presente no nosso cotidiano, sua dimensão é universal e
Kurlansky busca, ao estudar o sal, perseguir e explicar a história da humanidade.
Assim como na história do pão, já referenciada acima, a história do sal é impregnada
de simbolismo, de superstições, de tabus, de representações culturais, de símbolo
metafórico de todas as religiões. ( LEONARDO DA VINCI , 2002.)
Uma obra geral de grande evidência e referência de acordo com Pitte
(2001), sob a direção de Jean Louis Flandrin e Massimo Montanari, ofereceu um
balanço das pesquisas que vinham sendo realizadas pelos historiadores sobre o
tema, propondo caminhos e métodos de investigação. Seu aparecimento trouxe
novos impulsos e estímulos aos estudos da História da Alimentação. Na base da
obra está a preocupação com as estruturas do cotidiano, suas historicidades
explicadas pela comida, e inseridas na longa duração Braudeliana. ( BIZZO, 2005.)
O volume da produção historiográfica que trata da História da Alimentação
no Brasil é ainda muito pobre, comparando com o ativo mercado editorial nos países
europeus, cujos principais historiadores estão filiados ao IEHA (Instituto Europeu de
História da Alimentação), onde participam também pesquisadores dos EUA,
Canadá, México, Brasil, Austrália e Israel. (TAYLOR, L.J.; GALLAGHER, M.;
MCCULLOUGH, F.S.W., 2004. )
Ainda com Freixa (2008) no Brasil o destaque provém da imensa obra de
Luís da Câmara Cascudo, a mais completa no tema, onde se sobressai, em dois
volumes, publicado em 1967, “A História da Alimentação no Brasil: cardápio
indígena, dieta africana, ementa portuguesa, e cozinha brasileira”. Nesta obra,
Câmara Cascudo, sociólogo e folclorista brasileiro, afirma “que todos os grupos
humanos tem uma fisionomia alimentar. A fidelidade ao paladar, fixado através de
séculos na continuidade alimentar é uma permanente tão arraigada que já pode ser
biológica”. As dádivas sob a forma de comida sempre tiveram um papel importante
nas sociedades tradicionais para estabelecer e/ou reforçar os laços de solidariedade
no conjunto da comunidade.
Para Câmara Cascudo (1963, p. 41), “em momentos rituais ou cerimoniais o
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entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram grandes
novidades ao cardápio nacional e concomitantemente foi fortalecido o consumo de
diversos ingredientes.
A farinha de mandioca, os alimentos assados e cozidos em folhas de
bananeira, as comidas feitas com milho, o uso moderado do sal e condimentos, o
uso dos utensílios de cerâmica e o consumo de alimentos frescos foram herdados
dos índios. ( REINHARDT, 2002.)
Uma das raízes mais importantes era a mandioca, considerada a base da
alimentação de muitas tribos. Da mandioca, eles retiravam a farinha, a tapioca, o
polvilho e o tucupi. Esses produtos eram usados com certas carnes de caça
assadas, torradas ou trituradas no pilão, a famosa paçoca, ou serviam para preparar
mingaus, beijus e molhos. ( HALBWACHS, 1990.)
Desta forma, de acordo com Freixa (2008) a farinha de mandioca, um dos
produtos mais consumidos no País, e os outros produtos derivados da mandioca
como a tapioca, foram uma das maiores contribuições da culinária indígena. Várias
frutas eram utilizadas na alimentação e preparo de bebidas, como, por exemplo, o
caju.
Os índios colhiam as frutas, mas não as plantavam. O doce em sua cultura
vinha do mel de abelha, que era consumido puro, como simples gulodice ou
misturado a raízes e frutas, no preparo de bebidas fermentadas.
Esta cozinha teve origem também nos hábitos dos escravos negros, trazidos
principalmente de Guiné e Angola, para preencher a escassez de mão de obra nos
trabalhos agrícolas durante a colonização.
Porém, inicialmente, a cozinha dos escravos não conseguiu, no Brasil,
reproduzir inteiramente os pratos típicos da sua terra. Eram ignorados, pois era
considerada uma culinária da senzala. Com o tempo, a população negra foi
aumentando e sua cultura começou a influenciar a população brasileira,
principalmente em relação à culinária, com algumas técnicas de cocção e
conservação de alimentos. (JOHNSON,1999.)
Uma das contribuições mais importantes da cozinha africana segundo Freixa
(2008) é o azeite de dendê, o coco da bahia, o quiabo (ingrediente indispensável na
culinária africana), a cebola, o alho e a pimenta malagueta. A palmeira de onde o
dendê é extraído veio da África para o Brasil nas primeiras décadas do século XVI.
Todos os pratos trazidos da África foram recriados pelos baianos. A paçoca é,
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baseava apenas nos recursos do meio ambiente, com o uso abundante da pesca e
da caça, já que existem dois grandes rios nessa região. Com a influência da cozinha
do Sul, a culinária desse local se ampliou e alguns pratos foram incluídos, como o
churrasco gaúcho, principalmente pela existência de grandes rebanhos na região,
mas sem comprometer os pratos típicos já existentes.
O consumo de peixes de água doce, aves e caça do Pantanal e erva-mate é
bastante comum. Por exemplo, o famoso Pacu de Mato Grosso. As frutas do cerrado
também se destacam, principalmente o pequi, uma fruta de cheiro forte e obrigatória
na cozinha goiana. O arroz com pequi é uma das maneiras de prepará-lo e constitui
um prato típico local.( FREI BETTO, 2003.)
Os estados mais ricos do Brasil segundo Matos (2001) estão na Região
Sudeste e sua comida está ligada a vários fatores como a permanência dos índios
no litoral do Espírito Santo, a influência dos imigrantes no estado de São Paulo,
espanhóis e árabes no Rio de Janeiro, alemães e italianos no Espírito Santo, além
da influência dos bandeirantes que foram em busca do ouro em Minas Gerais. (
DUCROT, 1998.)
As grandes cidades dos estados do Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro, se
destacam pela grande variedade de sua cozinha devido à influência de outros
países como Itália, Japão, Coréia, China, Alemanha, Polônia, entre outros, bem
como do grande número de visitantes que recebem de outras regiões do país e do
exterior em busca de lazer e negócios.( MENESES, U. T. B. & CARNEIRO, H. 1997)
Em São Paulo, por exemplo, de acordo com Matos (2001) os italianos foram
os que mais influenciaram a culinária, inclusive a brasileira. Os italianos também
trouxeram o pão e, junto com a criatividade do brasileiro, o pão se tornou um dos
produtos mais importantes na indústria brasileira. Os italianos também inventaram o
salsichão e o espeto corrido. ( BOURDAIN, 2003.)
Os espanhóis, os árabes e os japoneses também se destacam nesses
estados com algumas preparações como paelha, quibes, esfihas, grão-de-bico,
doces de gergelim, sushi e sashimi. Já no Rio de Janeiro, os portugueses foram os
que mais influenciaram a culinária carioca com “os petiscos de padaria”, como os
risoles de camarão ou palmito, as coxinhas com requeijão e o bolinhos de bacalhau,
informa Freixa (2008).
Além dessas influências estrangeiras, existem alguns pratos típicos como o
cuscuz salgado, o cuscuz paulista, em São Paulo, e a feijoada carioca com o feijão
75
uma redução do apetite. Isso significa que a criança continuará a crescer, só que
com uma menor velocidade, quando comparado ao primeiro ano de vida. Nessa
época da vida, as crianças necessitam de menos energia para garantir o
crescimento normal. (AVÉ-LALLEMANT, 1858)
Nesse período, o apetite é irregular, apresentando variações de uma
refeição para a outra. Por exemplo, a criança pode comer muito no almoço e não ter
vontade de se alimentar na hora do jantar. A diminuição do apetite pode estar
associada a outros aspectos como a atenção desviada para outras atividades, por
exemplo, andar e mexer em objetos espalhados pela casa. Além disso, a criança
começa a buscar o seu próprio alimento e a mostrar recusa ou aceitação deste. (
GUIMARÃES, 2006.)
Nesta fase é natural que a criança recuse um ou vários tipos de alimentos. É
a fase do “Eu não quero”, em que a criança, descobrindo suas próprias preferências,
diz não a tudo o que ela pensa não ser bom para ela. Ou ainda, distraída com essa
ou aquela brincadeira, a criança simplesmente esquece de comer.( BRANDÃO,
2000)
Quadro 1- Cardápio da fase pré escolar
Café da manhã - 7h: leite (puro ou com café), pão ou biscoito com manteiga ou
margarina e queijo. Fruta B (mais calorias e menos água - mamão, pera,
banana e maçã).
Almoço - 12h: arroz ou batata ou macarrão, feijão e carne (bife, carne moída
ou coxa de frango). Se a criança não gostar de salada, uma saída é
“mascarar” os legumes, misturando-os no arroz, no macarrão e no preparo de
suflês. Depois da refeição, ela pode tomar sucos de laranja, acerola, maracujá
ou limonada. De sobremesa, uma fruta A (menos calorias e mais água):
laranja, melão, abacaxi e melancia.
78
b) Fase Escolar
A fase escolar inclui crianças com idade de 7 anos até o inicio da puberdade.
No entanto, o escolar no âmbito educacional é a criança de 6 a 14 anos de idade.
Esta etapa caracteriza-se por um lento e constante crescimento. Os dentes
permanentes começam a aparecer nesta fase. Desse modo, os bons hábitos de
saúde, como a alimentação e a higiene, devem ser reforçados para evitar a
ocorrência de problemas dentários, como, por exemplo, a cárie. (TAYLOR, 2004).
Nesse período, a criança é mais independente e, portanto, começa a
demonstrar preferências, aversões, apresentando senso crítico. Isso reflete
diretamente nos hábitos alimentares, promovendo uma melhor aceitação de
preparações alimentares diferentes e mais sofisticadas.
É nessa época da vida, segundo Taylor (2004) que ocorre um aumento da
atividade física por meio do uso de bicicletas, patins e outras brincadeiras, o que
aumenta o gasto de energia. Porém, é nessa fase também que as crianças podem
se tornar sedentárias com o uso de videogames, computador e televisão. Por isso, é
importante que a escola estimule a prática de atividade física.
Outro problema verificado é a diminuição na ingestão de leite, o que pode
prejudicar o fornecimento de cálcio necessário para a formação dos ossos. Essa
situação pode piorar durante o estirão da adolescência, período em que se atinge o
máximo da formação dos ossos, principalmente nas meninas, nas quais o estirão
ocorre entre os 10 e 11 anos de idade. ( KURLANSKY, 2004. )
79
Almoço - 12h: arroz ou batata ou macarrão, feijão e carne (bife, carne moída,
coxa de frango ou carne de peixe). Se a criança não gostar de salada, uma
saída é “mascarar” os legumes, misturando-os no arroz, no macarrão e no
preparo de suflês. Depois da refeição, ela pode tomar sucos de laranja,
acerola, maracujá ou limonada. De sobremesa, uma fruta A (menos calorias e
mais água): laranja, melão, abacaxi e melancia.
Lanche da tarde - 16h: O lanche pode ser mais caprichado, com vitamina ou
café com leite e pão com queijo e manteiga.
c) Fase da Adolescência
[...] Eis então um fato simples mas crucial sobre dieta e saúde, porém,
curiosamente, um fato que o nutricionismo não enxerga, provavelmente
porque tenha se desenvolvido com a industrialização de nossa comida e,
assim, a considere natural. O nutricionismo prefere ficar mexendo na dieta
ocidental, ajustando os vários nutrientes (diminuindo a gordura, aumentando
as proteínas) e enriquecendo alimentos processados a, antes de tudo,
questionar seu valor. O nutricionismo é, em certo sentido, a ideologia oficial
da dieta ocidental e, assim, não se pode esperar que vá questioná-la de
forma efetiva (ARZAK, 2008, p. 52)
Almoço - 12h: arroz ou batata ou macarrão, feijão e carne (bife, carne moída,
coxa de frango ou carne de peixe). Se a criança não gostar de salada, uma
saída é “mascarar” os legumes, misturando-os no arroz, no macarrão e no
preparo de suflês. Depois da refeição, ela pode tomar sucos de laranja,
acerola, maracujá ou limonada. De sobremesa, uma fruta A (menos calorias e
mais água): laranja, melão, abacaxi e melancia.
82
Lanche da tarde - 16h: O lanche pode ser mais caprichado, com vitamina ou
café com leite e pão com queijo e manteiga.
OBS: Nessa fase, o adolescente deverá estar fazendo alguma atividade física
o que fará aumentar sua necessidade energética e reposição hídrica. Não
esquecendo que se trata de uma fase crítica para transtornos alimentares e
por isso uma consciência nutricional maior frente ao bombardeio dos fast food.
Fonte: FNDE (2002)
CONNORS, 2001.)
Apesar de muitas das fortalezas praticarem técnicas orgânicas, poucas
delas estão certificadas devido aos elevados custos da certificação. Para se
tornarem uma fortaleza, os produtos têm que ser concordantes com o conceito de
agricultura sustentável e, além disso, o Slow Food trabalha para garantir que estes
sejam tradicionais, naturais, seguros, e - acima de tudo - de grande qualidade
organoléptica (com ricas qualidades de cheiro, sabor, textura e aspectos visuais)
afirma Petrini (2009).
É um objetivo nos próximos anos promover (e financiar, onde possível) a
certificação dos produtos das fortalezas, visto que a certificação pode expandir
mercados ou representar aumento de renda para as comunidades produtoras
(PETRINI, 2009).
O nome Slow Food é uma referência a uma nova gastronomia, que começa
com a escolha dos alimentos e a forma de produção, respeitando o meio ambiente e
os produtores artesanais, chegando até a mesa, onde a convivência e a celebração
são fundamentais.
O caracol foi escolhido porque se movimenta lentamente e vai comendo
calmamente durante o seu ciclo de vida. Ainda que não se oponha à pesquisa
científica nas universidades e entidades públicas, o Slow Food opõe-se à
comercialização e cultivo de sementes de organismos geneticamente modificados
(OGM ou transgênicos). Hoje pode-se transplantar um gene de uma espécie para
outra, mas ainda não se pode prever ou conter os resultados disso, criando uma
ameaça à biodiversidade natural e agrícola. ( FISCHLER, 1990.)
Outro problema do cultivo de transgênicos (OGM) é a tendência a privar os
agricultores da sua liberdade de escolha dos produtos a cultivar. Quando o pólen
dos campos de OGM viaja quilômetros e poliniza os campos de cultivo convencional
ou orgânico, os agricultores involuntariamente investem capital e trabalho na colheita
de culturas que não plantaram. ( COLLET, 1996.)
O Slow Food defende que todos os produtos contendo ingredientes
transgênicos devem ser devidamente rotulados, permitindo aos consumidores
fazerem uma escolha consciente do que apoiam e ingerem. Slow Food é uma
organização não governamental fundada em 1989, por Carlo Petrrini, na Itália, com
o objetivo de proteger os prazeres da boa mesa contra a homogeneização da "fast
food" moderna. Sua filosofia é simples: preservar as formas tradicionais de se fazer
85
único tempo que existe. Tempo todo mundo tem, por igual. Ninguém tem mais nem
menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo.
Precisa-se saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon
(1976), "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro".
(ARON, 1974)
89
3. MARCO METODOLÓGICO
A. Tipo de Estudo
Este estudo caracteriza-se por apresentar a pesquisa quali-quantitativa. Este
estudo que combina dados qualitativos e quantitativos que se complementam.
B. Universo
Foi composto de 20 merendeiras e 991 alunos
C. Amostra
Composta de 825 alunos de 10 a 16 anos de idade e 20 merendeiras de
cinco escolas municipais. Esta faixa etária dos alunos foi escolhida por serem alunos
mais maduros, conscientes e independentes para responderem ao questionário e
que vivenciam a rotina da merenda escolar.
D. Amostragem
E. Operacionalização da hipótese
Apesar dos nutricionistas e colaboradores estarem trabalhando na promoção
da qualidade da merenda escolar, ainda há uma resistência por parte das
merendeiras e alunos, os quais ainda valorizam muito os produtos industrializados
F. Método
Caracteriza-se por um estudo exploratório. Para Sampieri et al. (2004) os
estudos exploratórios servem para aumentar o grau de familiaridade com fenômenos
relativamente pouco pesquisados, obter informações sobre a possibilidade de levar
adiante uma investigação mais completa sobre um contexto particular da vida real e
estabelecer prioridades para investigações posteriores, entre outras utilizações.
Porém, os estudos exploratórios em poucas ocasiões constituem um fim em
si mesmos.
G. Tamanho
Abarcou ao todo 845 pessoas
H. Técnica
A técnica utilizada foi o questionário. Inicialmente, a pesquisadora procurou
a coordenação do departamento DALE (Departamento de Alimentação Escolar)
solicitando uma autorização para entrar em contato com as escolas. Em seguida, foi
feito um contato com a Direção das escolas, explicando os objetivos e justificativa da
pesquisa.
Quanto aos alunos, cada um recebeu em sala de aula o questionário. A
pesquisadora lia a questão e cada um respondia. Havendo dúvida na pergunta, esta
era esclarecida.
Quanto ao questionário de entrevista das merendeiras, foi feito
individualmente, portanto, não puderam deixar suas atividades neste momento. A
91
I. Instrumento
Foi elaborado um formulário de perguntas com 11 questões para as
merendeiras e 11 para os alunos.
0,5
0,45
0,4
0,35
0,3 Série2
50%
0,25
Série1
0,2
30%
0,15
20%
0,1
0,05
0
01 ano De 01 a 03 anos Mais de 03 anos
sobrecarregados.(CHIAVENATO, 2005).
Observa-se nesse resultado a dificuldade de se ter um quadro devidamente
treinado na rede municipal já que o índice de merendeiras com período de atuação
dentro dos três primeiros anos alcança metade do total entrevistado.
100%
90%
80%
70%
60% 1/2 período
100%
50% Período integral
40%
30%
20%
10%
0%
1 2
40%
10% 5%
0%
3 2 1 Nenhum
94
75%
0,8
0,7
0,6
0,5
Série1
0,4
Série2
25%
0,3
0,2
0,1 0%
0
Semanalmente Quinzenalmente Mensalmente
70%
60%
50%
40% Série2
20% 35%
10%
5%
0% 0% 0%
Semanal Quinzenal Mensal Anual Nenhuma
São fatores que começam pela observância de preceitos éticos, através dos quais o
cliente é respeitado; passa pela qualidade do produto ou serviço, sempre capaz de
assegurar a manutenção da atividade proposta; e chega até aos preceitos da
cidadania, onde o Código de Defesa do Consumidor determinou uma nova relação
de direitos e deveres no Brasil.
0,7 65%
0,6
0,5 Industrializados/prontos
0,4 35%
Industrializados/semipront
0,3 os
Inatura
0,2
0,1
0%
0
1 2 3
cuidando no rótulo para evitar as gorduras trans, o excesso de açúcar, sal, gordura e
carboidrato simples. ( BOOG, 1999.)
70% 65%
60%
50%
40%
Série1
30% 25%
20%
10% 5% 5%
0%
3 2 1 Nenhuma
90% 85%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 15%
10%
0%
Sim Não
Fonte: Dados obtidos pela autora da pesquisa, 2012
75%
80%
70%
60%
50%
Série1
40%
Série2
25%
30%
20%
10% 0%
0%
Ótimo Satisfatório Insatisfatório
Gráfico11- Consciência das doenças que poderão ser contraídas pelas crianças
devido ao seu tipo de alimentação
80%
70%
60%
50%
40% Série1
70%
30%
20%
25%
10%
5%
0%
Sim Não Pouco
[...] Atualmente, com a vida agitada que todos levam, muitos não se
preocupam com a alimentação. Apenas lembram do assunto quando surge
algum tipo de doença e a pessoa se vê obrigada a se alimentar de uma
forma mais saudável. ( SUS, Portal da Saúde, 2002 ).
0,7
0,6
0,5
0,4 Série2
68%
Série1
0,3
0,2
0,1 19%
13%
0
Mais de 01 ano De 01 a 03 anos Mais de 03 anos
100%
90%
80%
70%
60%
100% Série2
50%
40% Série1
30%
20%
10%
0% 0%
0%
Integral Parcial Jornada
Ampliada
40% 36%
35% 32%
30%
25%
20% 16% 16% Série1
15%
10%
5%
0%
3 2 1 Nenhuma
0,8
0,7
0,6
0,5
Série2
80%
0,4 Série1
0,3
0,2
0,1 17%
3%
0
Satisfatório Insatisfatório Sem retorno
70%
60%
50%
40% Série1
61%
30%
39%
20%
10%
0%
Doces Salgados
57%
60%
50% 43%
40%
Lanche
30%
Almoço ou jantar
20%
10%
0%
1 2
43%
45% 41%
40%
35%
30%
25% Série1
20% 16%
15%
10%
5%
0%
Fritos Assados Cozidos
quase se equipararam ficando o maior índice para os assados com 43% e para os
fritos em 41%. Apresentando , assim, menor preferência para os cozidos com 16%.
Muitas vezes as crianças não aceitam bem os alimentos do dia-a-dia
oferecidos pelos pais, ou na hora de comer ficam separando no prato o que
encontram de temperos e verduras. E com isso as mães precisam usar a criatividade
para “disfarçar” alguns alimentos e, muitas vezes recorrem aos industrializados que
na embalagem diz: “ricos em vitaminas e sais minerais” como sucos, iogurtes,
hambúrgueres, nugget’s, massinhas, sopinhas, biscoitos etc.( BOSI, 1987.)
As influências motivacionais de hoje podem ser diferentes das de amanhã e
metas em curto prazo podem sobrepor as de longo prazo. O problema é que tornar-
se ou permanecer saudável, além de ter o cuidado apropriado nas doenças crônicas
como diabetes ou doença cardiovascular, envolve metas ao longo prazo. Entretanto,
a vontade de comer alimentos com alto teor energético como um bolo de chocolate,
trufas, salgadinhos fritos etc, satisfaz uma vontade imediata e ao curto prazo,
proporcionando muitas vezes uma sensação de prazer (ASSIS & NAHAS, 1999).
Dentro de uma perspectiva mais ampla, os hábitos alimentares são
adquiridos em função de aspectos culturais, antropológicos, socioeconômicos e
psicológicos, que envolvem o ambiente das pessoas. A seleção de alimentos é parte
de um sistema comportamental complexo. Na criança, é determinada primeiramente
pelos pais, práticas culturais e éticas. Experiências precoces e interação contínua
com o alimento determinam as preferências alimentares, hábitos e atitudes exibidas
pelos adultos. (RODRIGUES et al., 2005).
109
Gráfico 19. Consciência das doenças que poderão ser contraídas pelas crianças
devido ao seu tipo de alimentação
80%
70%
60%
50%
40% Série1
72%
30%
20%
10% 17%
11%
0%
Sim Não Pouco
80%
70%
60%
50%
40% Série1
72%
30%
20%
10% 17%
11%
0%
Sim Não Pouco
100%
90%
80%
70%
60%
Série1
50% 91%
40%
30%
20%
10% 9%
0%
Não Sim
70%
60%
50%
40% Série2
62% Série1
30%
20%
30%
10%
8%
0%
Ótimo Satisfatório Insatisfatório
que se come.
A gastronomia está envolvida nesse sistema em grande escala ,em que a
alimentação é produto ,em desenvolvimento de novas tecnologias ,como o uso de
químicas no processo de feitura de alimentos e a aceleração do preparo dos
chamados fast foods precisam ser substituídos por uma alimentação mais natural e
saudável.
114
CONCLUSÃO
RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
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APENDICES
135
10- Após tomar conhecimento desses produtos, qual o grau de aceitação dos alunos
em relação a eles?
( ) Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Insatisfatório
11- Possui conhecimento sobre os tipos de doenças que uma pode adquirir através
do tipo de alimentação que ela recebe diariamente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Pouco
137
11- Qual o grau de satisfação que você daria para a merenda escolar que hoje
recebe?
( ) Ótima ( ) Satisfatória ( ) Insatisfatória