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Impacto humano

no Ambiente

A exploração de Lítio em
Portugal

Ambiente e Planeamento Biofísico

MAIO

Docente: Professor Doutor Pedro Casimiro

Catarina Lourenço (2020126370)


Pedro Gervásio (2020126347)
Vasco Céu (2020130915)
Índice

1. Introdução ........................................................................................................... 1
2. Lítio em Portugal .................................................................................................. 2
2.1. Técnicas de extração de lítio ......................................................................... 4
3. Análise matriz SWOT ............................................................................................ 5
3.1. Vantagens e desvantagens da exploração de lítio ......................................... 6
3.1.1. Vantagens ............................................................................................... 6
3.1.2. Desvantagens ......................................................................................... 6
3.2. Análise competitiva ...................................................................................... 6
4. Impactos ambientais associados à exploração de lítio .......................................... 7
4.2. Impacto no ar ............................................................................................... 8
4.3. Impacto na paisagem .................................................................................... 8
4.4. Impacto no solo ............................................................................................ 9
5. O caso da Serra de Barroso-Alvão ...................................................................... 10
6. Considerações Finais .......................................................................................... 12
7. Referências Bibliográficas .................................................................................. 13
1. Introdução

O presente trabalho, realizado no âmbito da unidade curricular de Ambiente e Planeamento


Biofísico do curso de licenciatura em Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tem como objetivo caracterizar, analisar e
compreender o impacto da exploração de lítio no ambiente, nomeadamente na paisagem; no ar; nos
solos e na água.

Numa primeira abordagem, elaborou-se um enquadramento geral da exploração de lítio em


Portugal para responder às questões: “O que é?”, ‘’Qual a sua composição mineral?’’ e como poderá
ser um elemento de alavancagem económica para o país.

Numa segunda abordagem, descreve-se e analisa-se os seus impactos aos níveis anteriormente
descritos.

Como referências bibliográficas e web-gráficas consultou-se diversas dissertações de mestrado e


de doutoramento como também artigos de revistas científicas.

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2. Lítio em Portugal

O lítio é um elemento metálico alcalino mais leve que se conhece e que pertence a cerca de 145
variedades minerais, ‘’sendo as mais comuns a espodumena, a lepidolite, a petalite, a ambligonite-
montebrasite e a trifilite-litiofilite. Estes minerais estão geralmente associados a estruturas filonianas
aplito pegmatíticas ou hidrotermais, que se formam nos estágios finais de consolidação de magmas
graníticos.’’ (Oliveira, et al; 2018). As suas principais características estão associadas à sua
condutividade e resistência mecânica e ao choque térmico em materiais cerâmicos e vidros. Este
mineral está presente na água do mar e na crosta terrestre e é obtido normalmente por ‘’extração mineira
de rochas ígneas (…) e depois processadas, ou obtido na forma de salmoura de onde é extraído em
carbonato de Li via evaporação/membranas’’. (LNEG, 2020).

Com a preocupação por futuro mais ecológico, os governos por todo o mundo e as multinacionais
da indústria automóvel têm feito esforços para corresponder às expectativas futuras. De um lado, os
governos criam e aplicam políticas «mais verdes» de modo a reduzir o impacto dos transportes movidos
a combustíveis fósseis no ambiente, apostando na dinamização dos transportes coletivos; incentivam à
redução do uso do automóvel particular e fornecendo apoios na compra de automóveis elétricos. Por
outro lado, as grandes indústrias automóveis deixaram de produzir carros a gasóleo e gasolina e
passaram a produzir mais carros elétricos. Desde que se assiste a esta transição energética a produção
de carros elétricos cresceu 200% num ano. (Oliveira, et al; 2018).

Como se sabe, o lítio é um importante mineral pois é utilizado em fabrico de baterias, ligas
metálicas, na produção de lubrificantes para máquinas que funcionam a altas temperaturas, etc. Este
facto, alicerçado à maior produção de veículos elétricos, fez a sua procura, e consequentemente o
preço, aumentarem exponencialmente.

Portugal, devido ao seu contexto geológico, confere potencial em mineralizações de lítio (Viegas,
et al; 2012) e são conhecidas 9 regiões (Fig 1.) com ocorrências de mineralizações de lítio.

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Figura 1- Áreas potenciais para mineralizações de lítio em Portugal
Fonte: Lítio em Portugal: Enquadramento, Geologia e Mineralogia

Na figura 1 está representado um mapa com as potenciais áreas de mineralização em Portugal,


sendo as de maior dimensão a área da Guarda e Barroso-Alvão e as de menor área as de Argemela e
Segura.

Pela sua observação, verifica-se que estas áreas se localizam na região Norte e Centro, pois são
nestas regiões que estão organizadas as condições físicas essenciais para a existência de jazigos
minerais de petalite, espodumena, lepidolite e fosfatos de lítio que a partir destes compostos, mediante
tratamento químico, se chega ao carbonato de lítio ou hidróxido de lítio.

O debate sobre se deve-se ou não fazer explorações de lítio é «caloroso» devido aos impactos
ambientais e sociais que poderão vir a surgir. No entanto, as empresas que pretendam ‘’desenvolver
prospeção deste trato de prospeção e Pesquisa com o Estado Português têm que assinar um contrato
com a duração máxima de 5 anos, prevendo que seja implementado um plano de trabalhos e de
investimentos que possa a vir resultar numa obtenção de uma concessão de exploração, caso os
resultados da prospeção e pesquisa venham a demonstrar a viabilidade económica do projeto.’’ (Viegas,
et al; 2012). Por isso, o futuro da extração deste mineral e o seu processamento terá que ter em conta

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a responsabilidade social e ambiental, em que se recupere a área explorada para usufruto da sociedade
ou para outro tipo de utilizações que possam ser úteis.

Para Alexandre Lima, numa entrevista feita à Agência Lusa (2020), só Covas do Barroso pode ser
compensador em termos económicos ao mesmo tempo que defende que a indústria mineira a céu
aberto não é relevantemente poluente, ‘’podendo ainda ser a solução para auxiliar a interrupção de
despovoamento populacional e industrial nesta e outras regiões (Lima et al. 2011). Considera-se,
portanto, pelas palavras do geólogo, que a exploração de lítio aparenta ser desvantajosa
economicamente, mas que surge como oportunidade para dinamizar as regiões circundantes.

2.1. Técnicas de extração de lítio


O lítio é extraído do carbonato e do cloreto do mesmo, através da evaporação das salinas (Fig.
2), tornando-se esta a principal técnica.

Nesta técnica, a evaporação da salmoura


que foi obtida em profundidade, em conjunto
com elementos químicos, desencadeiam
reações que precipitam sais, tais como o cloreto
de sódio ou de potássio que por fim serve de
modo que se obtenha o cloreto de lítio ou o
carbonato. Sendo este tipo de extração o mais
barato. Figura 2- Mina de sal no norte da Argentina
Foto: Alamy

Outra das técnicas utilizadas é a


extração em minas de céu aberto (Fig. 3),
como acontece em Portugal. O lítio, por ser um
material que não existe em estado puro na
natureza, é necessário analisar e examinar
jazigos de petalite, espodumena, lepidolite e
fosfato de lítio.

Figura 3 - Mina em céu aberto


Fonte: GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento de Território e
Ambiente

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3. Análise matriz SWOT
Com a análise da matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) identifica-se
e sintetiza-se a analise interna, através das forças e das fraquezas, e a análise externa com as
oportunidades e as ameaças.

A análise interna na exploração do lítio constitui a identificação de pontos fracos (carências da


exploração do lítio) e os pontos fortes (parâmetros sociais, políticos ou económicos).

Já a análise externa consiste no relacionamento das ameaças com as oportunidades, sendo que
estas favorecem ou comprometem a evolução dos pontos fortes e fracos.

Forças Fraquezas

• Potencial mineral: diversos campos • Falta de incentivos as empresas do


de exploração (que contam com 9 setor;
regiões); • Jazidas com diferentes

Interno • Elevada atratividade: maior conhecimentos e investimentos


Extern investimento no setor mineiro;
o • Recursos humanos: mais
qualificados e com maior
experiência;
Oportunidades Ameaças

Externo
• Expansão do mercado de EVs: • Carência de programas financeiros;
Produção exclusiva de veículos • Preocupações ecológicas
elétricos a partir de 2035 (Fit for 55); • Alternativas futuras: Alternativas por
• Procura elevada do Lítio explorar (Sodium-ion);

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3.1. Vantagens e desvantagens da exploração de lítio
3.1.1. Vantagens

A exploração do lítio para Portugal traz vantagens porque potencializa o país por ter a 6ª maior
reserva do mundo e a maior da Europa, dinamizando, assim, a economia do país atraindo investimento
e, consequentemente, gerando postos de trabalho.

Apesar disto, a comunidade científica concentra a sua atenção para quatro áreas de investigação:
aceleração da descoberta de novos materiais e interfaces; capacidade de autorregeneração;
capacidade de fabrico e capacidade de reciclagem.

3.1.2. Desvantagens

A extração do lítio a céu aberto é prejudicial para a população e para o ambiente, pois destrói
ecossistemas, paisagens, habitats e contamina as águas. Não valorizando assim os princípios do
desenvolvimento sustentável.

A exploração pode ser tão intensa que se sobrepõem aos recursos naturais, recursos hídricos e
a agricultura.

Salientado a poluição devido a emissão de dióxido de carbono.

3.2. Análise competitiva

Portugal possui fatores que permite a competitividade e a sustentabilidade da exploração do lítio,


sendo estes, o grau de conhecimento geológico do recurso, como exemplos temos o número de
ocorrências conhecidas e a concentração do minério; o conhecimento dos custos de explorações
nacionais; a capacidade de efetuar o processamento da extração do minério com base no grau de
desenvolvimento do país e devido aos avanços tecnológicos e os custos relacionados ao transporte.

O governo Português (RCM nº 11/2018) valoriza a extração do lítio pois é um recurso que a nível
nacional pertence a indústria integrada, sendo a cadeia com maior valor localiza-se em Portugal.
Apostando no conhecimento geológico, em modelos para a criação de unidade minero-metalúrgicas de
processamento e em projetos de recuperação de lítio de baterias usadas. Portugal segundo a cadeia
de valores de baterias da EU apenas tem representatividade na exploração e no processamento do lítio.

Relativamente aos projetos, o Barroso é o que está mais desenvolvido em comparação a outros
projetos (Alvarrões, Argemela e Romano) e é o que apresenta menor duração, visando exportar 86%

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do volume extraído de concentrado de espodumena (6% Li2O). Outros projetos na UE apostam em
produtos de Li de maior valor de mercado (ex. hidróxido ou carbonatos).

A competitividade da exploração do lítio em Portugal está em sintonia com outros projetos em


vigor, contudo é necessário esclarecer a sustentabilidade assente nos pilares ambientais, sociais e
internacional.

4. Impactos ambientais associados à exploração de lítio

As explorações mineiras, apesar de serem necessárias para a obtenção de recursos necessários


para o desenvolvimento de um país, trazem consigo impactos negativos em diferentes meios, sendo
assim necessário estudar, analisar e prever quais os seus impactos a curto, médio e longo prazo.

A extração mineira é uma das diversas atividades antrópicas que contribuem para a degradação
ambiental. A utilização de explosivos, a presença de gases tóxicos e a utilização de máquinas e
equipamentos constituem riscos inerentes a esta atividade (Caldeira, 2015).

Porém, as minas de céu aberto são mais seguras em comparação com as minas subterrâneas,
tanto pela maior área de implantação como também pela capacidade de receber equipamentos de
grandes dimensões, permitindo rentabilidades mais elevadas e menores custos de exploração (Costa,
2017).

Nesta parte do relatório analisou-se os impactos da exploração de lítio em Portugal no ar, nas
águas, na paisagem e no solo.

4.1. Impacto na água

Qualquer atividade mineira é nefária para as águas, no caso de Portugal, o lítio necessita
ser extraído numa mina a céu aberto, o que logo á partida tem consequências na rede hidrográfica de
uma determinada região, inevitavelmente linhas de água serão obstruídas durante a abertura da mina,
o que afetará o escoamento normal das águas, para além disto, a contaminação das águas
subterrâneas é quase certa, no processo de extração, de descarga e mesmo por infiltrações de água
da chuva contaminada.

A extração de lítio em particular utiliza grandes quantidades de água (cerca de 12 204 Litros por
minuto), o que juntamente com as contaminações, pode provocar alguma escassez no fornecimento de
água local.

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Figura 4 - Mina em S. Domingos
Fonte: EDM

4.2. Impacto no ar

Em minas de céu aberto, como é o caso das minas que serão alvo de exploração em busca do
lítio, o impacto no ar está garantidamente presente. Desde o processo de construção, operação e
finalização das explorações mineiras, estas e as maquinarias necessárias para a operação poluirão
certamente o ar, pois libertam químicos e levantam poeiras prejudiciais para o ar e que poderá, de certa
forma, progredir para outras regiões, afetando não só o espaço da exploração como populações
relativamente próximas.

4.3. Impacto na paisagem

Relativamente à paisagem, os seus impactos são similares aos impactos no solo, uma vez que
estão correlacionados. Em algumas fases do processo inicial de mineração a remoção da vegetação
que ocupa parte do território que será alvo de mineração contribui para a alteração momentânea da
paisagem alterando as suas formas, cores e texturas. O mesmo acontece em locais cuja vegetação é
inexistente como é o caso das salinas quando se evapora a salmoura e os sais formam uma paisagem
esbranquiçada. Estes exemplos podem ser vistos nas figuras 2 e 3 do ponto 2.1.

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4.4. Impacto no solo

No que toca ao solo, as três fases pelas quais a exploração mineira passa deixam impactos.

Na primeira fase, a de construção, o impacto é instantâneo. Nesta fase ocorre a remoção da


vegetação que se encontra nos locais onde se irá realizar a extração mineira. A circulação de máquinas
e a construção de estruturas imperativas ao processo mineiro pode levar à ocorrência de
movimentações de terra, ocorrendo deslizes, por exemplo.

Na fase de exploração, acontece o mesmo que na primeira fase, quiçá mais intensivamente e que
poderá resultar na compactação do solo e na sua contaminação, por exemplo, o derrame de
combustíveis e óleos lubrificantes devido à circulação de equipamentos assim como a deposição de
outros resíduos (baterias, pneus, etc.) colocados indiscriminadamente no terreno em exploração.

Na última e terceira fase, a de desativação, o desmantelamento de infraestruturas e maquinarias


leva à descompactação do solo. Todo este processo leva à erosão do mesmo dificultando a sua
reutilização a pequeno e médio prazo.

Figura 4 -Fotografia de uma exploração mineira.


Fonte: Sol, SAPO (2019)

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5. O caso da Serra de Barroso-Alvão

Localizado no distrito de Vila Real, o


campo pegmatítico de Barroso-Alvão
ocupa parte de Montalegre e outros
concelhos adjacentes. Em termos
geológicos, o campo integra «a Zona
Galiza Trás-os-Montes e abrange o
carreamento que estabelece o extremo
norte da Zona Centro-Ibérica a oeste da
Falha Régua – Verin». (REPÚBLICA
PORTUGESA, P.13. 2016) como se pode
verificar na seguinte figura.

Figura 5 – Enquadramento Geológico do campo pegmatítico de Barroso-Alvão


Fonte: República Portuguesa – Economia. Grupo de Trabalho. (2016)

Em Portugal, a mina de lítio situada no concelho de Montalegre já é alvo de estudos para futura
exploração. Segundo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), a exploração mineira será de céu aberto e
subterrânea, além de ser construída uma fábrica hidrometalúrgica para a transformação posterior do
minério.

No projeto, denominado Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados, «está


previsto uma exploração mineira, onde decorrerão as operações do minério bruto e deposição do
material estéril, como também a construção de um complexo de anexos mineiros, onde o minério bruto
será transformado, concentrado e convertido em hidróxido de lítio de elevada pureza.» (DINHEIRO
VIVO). Desta forma, o projeto futuro não se limita apenas à extração do minério, mas também à sua
valorização através da sua transformação. Isto permitirá que o investimento de 650 milhões de euros
traga consigo benefícios para a população local como a criação de emprego e o desenvolvimento das
atividades económicas daquela região. Segundo avança o jornal digital Dinheiro Vivo (2022), as
instalações industriais e a exploração mineira subterrânea funcionarão todos os dias sem paragem
enquanto o processo de extração a céu aberto, assim como o transporte, decorrerá nos dias úteis entre
as 7h da e as 19h. Na fase de implementação supõe-se a presença de 100 trabalhadores, enquanto na
fase de exploração estão previstos 376 trabalhadores diretos distribuídos pelo processo de extração

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(85), processo industrial (205) e outras atividades (86), além de outros postos de trabalho considerados
indiretos.

No que toca aos impactes ambientais, o EIA afirma que estes «são principalmente determinados
pelas alterações que se introduzem no território com a exploração da mina e construção de todas as
infraestruturas associadas, pela circulação de veículos e maquinaria e ainda pelo processo de refinação
dos minérios de lítio"», como emissões poluentes atmosféricas, poluição sonora, efeitos indiretos da
desflorestação, perda de habitats, biodiversidade, entre outros., que no entanto, são justificados pelos
benefícios do minério que é essencial para a atual transição energética e no combate às alterações
climáticas, além dos mencionados no segundo parágrafo deste capítulo. Mas, para que estes impactos
não permaneçam e afetem a região a longo prazo, está previsto a «implementação de planos de
recuperação ambiental e paisagístico, de monitorização (os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos, ambiente sonoro, vibrações, qualidade do ar, solos, morcegos e lobo-ibérico) e, por fim,
de desativação e recuperação ambiental.» (EIA).

Economicamente, a execução deste projeto permitirá o desenvolvimento de políticas e parcerias


com entidade locais para maximizar os efeitos positivos a nível regional, nomeadamente na criação de
emprego, formação profissional e na dinamização do tecido empresarial.

Quanto ao período de exploração do lítio, está previsto uma duração de 13 anos e que as
instalações fabris durem no mínimo 20 anos. A responsável do projeto é a empresa Lusorecursos
Portugal Lithium S.A., a entidade responsável pelo licenciamento da exploração é a Direção-Geral de
Energia e Geologia e a responsável pela avaliação ambiental é a Agência Portuguesa do Ambiente.

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6. Considerações Finais

Com a transição energética de combustíveis fosseis para eletricidade num futuro próximo, o lítio
tem vindo a tornar-se um recurso altamente cobiçado, estando atualmente (março, 2022) a valer dez
vezes mais do que em 2010. Então deviam-se construir mais locais de extração de lítio de forma a
satisfazer a demanda global? Sim, pois a sociedade moderna não funciona sem equipamentos
eletrónicos, e também porque, embora o minério do lítio tenha impactos negativos, é efetivamente mais
“sustentável” do que os combustíveis fosseis. Não, porque existem processos para reciclar lítio
possíveis alternativas ao lítio, como o sódio, com potencial de ser mais limpo e barato.

Não é uma decisão simples de modo algum e é por isso necessário ter-se em consideração de
todos os desfechos ecológicos, económicos e sociais, e engendrar a melhor solução possível.

Tendo em conta a informação que recolhemos e analisámos ao longo deste relatório, a questão
que nos colocámos foi qual a relação custo/beneficio da exploração do lítio? Reconhecemos a
dependência no recurso da nossa sociedade, porém, não podemos assegurar que os impactos
ambientais que a sua extração acarreta sejam um trade-off ajustado, acreditando em alternativas como
a reciclagem e o investimento em possíveis alternativas para uma segunda fase do processo de
transição energética.

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7. Referências Bibliográficas

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