PRESSÃO ARTERIAL

II. Distensibilidade total da arvore

Cada batimento cardíaco faz com
que nova onda de sangue chegue às artérias.
Se não fosse pela distensibilidade do
sistema arterial, todo esse novo volume de
sangue teria de defluir pelos
sanguíneos periféricos,
instantaneamente, apenas durante a sístole
cardíaca, e não ocorreria fluxo durante a
diástole. Entretanto, normalmente
complacência da árvore arterial reduz os
pulsos de pressão, de modo que quase não
ocorrem pulsos quando o sangue atinge os
capilares; assim, o fluxo sanguíneo tecidual
é essencialmente contínuo, com pulsações
muito pequenas.
Neste gráfico a cima
pressão sistólica na aorta é de 120 mmHg e
a diastólica é de 80 mmHg e a diferença
entre estas é de 40 mmHg, essa diferença é
denominada: pressão de pulso.
Há dois fatores que alteram a
pressão de pulso:
I. Volume sistólico do coração;
arterial.
Características da ejeção durante a
sístole:
 Quanto maior o volume sistólico
vasos
maior sangue deverá acomodar-se na arvore
quase
arterial, por tanto maiores serão o aumento
e a diminuição de pressão durante a sístole
e diástole.
a
 Quanto menor a distensibilidade
maior será o aumento da pressão para um
volume sistólico dado que bombeia até as
artérias.
Ou seja, se a parede das artérias se
endurece e requererá mais força para um
volume sistólico e o pulso e a pressão
estarão aumentados e isso é normal nas
pessoas mais velhas, as artérias tornam-se
mais rígidas e menos distensíveis.
Transmissão dos pulsos de pressão
para as artérias periféricas:
 Quando o coração ejeta sangue para
a aorta durante a sístole, apenas a porção
proximal da aorta é inicialmente distendida,
porque a inércia do sangue impede seu
mostra: movimento súbito por todo o trajeto até a
periferia.
 O aumento da pressão na aorta
proximal supera com muita rapidez essa
inércia, e a onda de distensão é transmitida
distalmente ao longo da aorta.
 Esse fenômeno é chamado A intensidade do pulso fica menor
transmissão do pulso de pressão para as nas pequenas artérias, nas arteríolas e
artérias. particularmente nos capilares.
A velocidade da transmissão do Essa diminuição progressiva dos
pulso de pressão na aorta normal é de 3 a 5 pulsos na periferia é chamada
m/s; nos grandes ramos arteriais, de 7 a 10 amortecimento
m/s; e nas pequenas artérias, de 15 a 35 dos pulsos de pressão. A causa desse
m/s. amortecimento é dupla:
(1) a resistência ao movimento do sangue
pelos vasos;
(2) a complacência dos vasos.
O grau de amortiguação é
proporcional ao produto de resistência pela
distensão.

CONTROLE LOCAL

Um princípio fundamental da
função circulatória é que a maioria dos
tecidos apresenta a capacidade de controlar
seu próprio fluxo sanguíneo.
As necessidades específicas dos
tecidos em relação ao fluxo sanguíneo
incluem as seguintes:
 O suprimento de oxigênio aos tecidos.
 O suprimento de outros nutrientes,
como glicose, aminoácidos e ácidos
graxos.
 A remoção de dióxido de carbono dos
tecidos.
 A remoção de íons hidrogênio dos
tecidos.
 A manutenção de concentrações
apropriadas de íons nos tecidos.
 O transporte de vários hormônios e
outras substâncias para os diferentes
tecidos.
O fluxo sanguíneo para cada tecido
é usualmente mantido no nível mínimo
suficiente para suprir as suas necessidades
— nem mais, nem menos. Por exemplo, nos
tecidos em que a necessidade mais
importante é a oferta de oxigênio, o fluxo
sanguíneo é sempre mantido em nível
apenas ligeiramente acima do necessário
para manter a oxigenação completa do
tecido, porém não mais que isso.
Este controle está dividido em:
1. Controle a corto prazo:
É realizado por meio de rápidas
variações da vasodilatação ou da
vasoconstrição local das arteríolas,
metarteríolas e esfíncteres pré-capilares
(microvasculatura), ocorrendo em segundos
ou minutos para permitir a manutenção
muito rápida do fluxo sanguíneo tecidual
local apropriado. Quando uma pessoa é
submetida a exercícios físicos, ela aumenta
o seu metabolismo em 8 vezes e como
consequência aumentará seu fluxo
sanguíneo em 4 vezes. Um dos nutrientes
metabólicos mais necessários é o oxigênio.
Quando a disponibilidade de oxigênio para
os tecidos diminui, conforme acontece (1)
nas grandes altitudes, como no topo de
montanha; (2) na pneumonia; (3) na
intoxicação por monóxido de carbono (que
impede a hemoglobina de transportar
oxigênio); ou (4) na intoxicação por cianeto
(que impede os tecidos de utilizar
oxigênio), o fluxo sanguíneo pelo tecido
aumenta intensamente.
Existem duas teorias que explicam esses
fenômenos:
Teoria da Vasodilatação
Quanto maior a intensidade do
metabolismo ou menor a disponibilidade de
oxigênio ou de outros nutrientes para o
tecido, maior será a intensidade/velocidade
de formação de substâncias vasodilatadoras
pelas células teciduais, aumentando o fluxo
sanguíneo.
 Substancias vasodilatadoras:
Adenosina (mais potente), o dióxido de
carbono, os compostos fosfatados de
adenosina, a histamina, os íons potássio e
os íons hidrogênio.
As substâncias vasodilatadoras se
difundam pelos tecidos até os esfíncteres
pré-capilares, metarteríolas e arteríolas,
causando dilatação.
Teoria da Falta de O2
A teoria da demanda de oxigênio
também pode ser chamada de, teoria da
demanda de nutrientes (porque outros
nutrientes, além do oxigênio, estão
envolvidos).
 As metarteriolas são revestidas de
musculo liso unitário, este musculo num
estado normal de contração, quer dizer que
tem-se um aumento das concentrações de
O2 (para realizar contração) e existirá um
menor fluxo.
Porém quando as concentrações de
O2 diminuem o musculo liso relaxa, logo
vaso dilata e diminui o fluxo sanguíneo.
Então para a contração do musculo
liso necessita de O2 como fonte do ATP,
mas além do O2 outras substancias
metabólicas geram a contração muscular
como, glucosa, aminoácidos, ácidos graxos,
tiamina, etc. Sem essas fontes metabólicas
o musculo liso seria incapaz de contrair-se,
promovendo assim uma vasodilatação,
aumentando o fluxo sanguíneo.
2. Controle a largo prazo:
É realizado por meio de variações
que ocorrem como resultado de aumento ou
diminuição nas dimensões físicas e no
número de vasos sanguíneos que suprem os
tecidos. São controladas ao longo dos dias,
semanas ou até mesmo meses.
Em qualquer tecido do corpo, a
elevação rápida da pressão arterial provoca
o aumento imediato do fluxo sanguíneo.
Entretanto, após menos de 1 minuto, o
fluxo sanguíneo na maioria dos tecidos
retorna praticamente a seu nível normal,
embora a pressão arterial seja mantida
elevada.
Essa normalização é referida como
autorregulação. Após a ocorrência da
autorregulação, o fluxo sanguíneo local na
maioria dos tecidos se correlaciona à
pressão arterial de modo que a curva
contínua “aguda”.
Essa autorregulação está explicada
por duas teorias:
 Teoria Metabólica:
Quando a pressão arterial fica
muito alta, o excesso de fluxo fornece
oxigênio em demasia, além de muitos
outros nutrientes, aos tecidos e “elimina” os
vasodilatadores liberados pelos tecidos.
Esses nutrientes (especialmente o oxigênio)
e níveis reduzidos de vasodilatadores
provocam então a constrição dos vasos
sanguíneos e o retorno do fluxo para
valores próximos aos normais, apesar da
pressão aumentada.
 Teoria Misógina:
Essa teoria é baseada na observação
de que o estiramento súbito de pequenos
vasos sanguíneos provoca a contração do
músculo liso da parede vascular. Por isso,
propôs-se que a alta pressão arterial ao
estirar o vaso provoca sua constrição
vascular reativa, que reduz o fluxo
sanguíneo para valor próximo ao normal.
Quando aumenta o metabolismo o tecido
anula o mecanismo misóginos.
CONTROLE HUMORAL
 O controle humoral da circulação é Função: aumenta a reabsorção de água nos
feito por substâncias secretadas ou túbulos renais (túbulo coletor).
absorvidas pelos líquidos corporais —  Substancias Vasodilatadoras
como hormônios e fatores produzidos I. Bradicinina: As cininas são
localmente. pequenos polipeptídios. Formação da
 Substancias Vasoconstrictoras bradicinina: existe uma enzima presente no
I. Noradrenalina e Adrenalina: sangue chamada de calicreína (enzima
A norepinefrina é hormônio proteolítica), geralmente se encontra
vasoconstritor especialmente potente; a inativa, mas quando existe uma inflamação
epinefrina é menos potente e, em alguns ou exposição ao tecido à substancias
tecidos, causa até mesmo vasodilatação agressivas essa enzima se ativa e vai liberar
leve. (Exemplo especial da vasodilatação alfa-globulina e vai formar a calidina que se
causada pela epinefrina é a que ocorre para converterá em bradicinina. Sua atividade
dilatar as artérias coronárias durante o funcional dura alguns minutos. Provoca
aumento da atividade cardíaca.) uma dilatação arteriolar potente e aumenta a
Quando o sistema nervoso permeabilidade vascular ocasionando
simpático é estimulado em quase todas, ou edema, ex. ocorre em pacientes que usam
em todas as partes do corpo durante estresse captopril, provoca aumento da
ou exercício, as terminações nervosas permeabilidade capilar nos pulmões e causa
simpáticas nos tecidos individuais liberam o efeito das tosses secas.
norepinefrina, que excita o coração e II. Histamina: é liberada quando os
contrai as veias e arteríolas. Além disso, os tecidos sofrem dano ou se inflamam, é
nervos simpáticos, que suprem as medulas liberada pelos mastócitos e basófilos.
adrenais, fazem com que essas glândulas Função: efeito vasodilator potente e
secretem tanto norepinefrina quanto aumenta a permeabilidade capilar, principal
epinefrina no sangue. causador de edema em processos alérgicos.
II. Angiotensina II: é outra potente
substância vasoconstritora. Até mesmo um MECANISMOS DE REGULAÇÃO
milionésimo de grama pode aumentar a DA PRESSÃO ARTERIAL
pressão arterial do ser humano por 50
mmHg ou mais. Controle nervoso:
Funções: Aumenta a resistência vascular Uma das mais importantes funções
periférica e reduz a excreção de Na e água. do controle nervoso da circulação é sua
III. Vasopressina: é considerado mais capacidade de causar aumentos rápidos da
constritor que a angiotensina II, portanto pressão arterial.
mais potente do organismo. Liberado pela
neuro hipófise.
 Para aumentar a pressão arterial o
sistema nervoso produz 3 mudanças:
 Contração da maioria das arteríolas
sistêmicas, com isso aumenta a resistência
vascular, consequentemente aumenta a p.a.;
 Contração das venas, que faz com
que o sangue alcance o coração,
consequentemente aumenta o retorno
venoso e existe uma maior distensão
ventricular (lei DE FRANK STARLING);
cair e ativa-se de imediato os
barorreceptores, causando uma descarga
simpática, minimizando a diminuição da
pressão da cabeça.
Os barorreceptores mandam seus
sinais junto com os quimiorreceptores
através do nervo de Hering e através do
nervo glossofaríngeo os sinais vão até o
bulbo quando são estimulados por um
aumento ou diminuição da pressão arterial.

 Estimula diretamente o coração, Os barorreceptores quando recebem

graças ao estimulo simpático que aumenta a uma informação de diminuição da p.a., eles

contratilidade cardíaca, aumenta o gasto enviam a informação para o centro

cardíaco em consequência aumenta a p.a. vasomotor e este por sua vez pede a zona

O controle da pressão arterial por sensitiva que estimule a zona constritiva

meio do sistema nervoso é o controle mais para aumentar o fluxo sanguíneo e inibir a

rápido que a pressão pode aumentar 2 x zona vasodilatora.

entre 5 – 10 segundos e também pode  Controle por Quimiorreceptores:

diminuir 2x entre 10 – 40 segundos. Diferente dos barorreceptores que são

sensíveis a pressão, os quimiorreceptores
Reflexos: são sensíveis a:
Esse mecanismo atua todo tempo - Diminuição de O2;
para manter os valores normais da p.a. A - Aumento de CO2;
maioria deles se baseiam em mecanismos - Aumento de H2.
de reflexos de retroalimentação negativa. -Localização: no cajado aórtico e nas

 Reflexos Barorreceptores: Esses carótidas.

-Invervação: nervo vago (cajado aórtico) e
receptores estão localizados em parede de
nervo glossofaríngeo (bifurcação
ambas carótidas e na parede do cajado
carotídea).
aórtico. Sua função principal é, detectar
Quando a pressão arterial cai
mudanças do estiramento do vaso, ou seja a
abaixo do nível crítico, os
pressão nas paredes dos vasos (diminuição
quimiorreceptores são estimulados, porque
ou aumento da pressão arterial). Outra
a redução do fluxo sanguíneo provoca a
função,
redução dos níveis de oxigênio e o acúmulo
regulação dos câmbios de postura.
de dióxido de carbono e de íons hidrogênio
Exemplo, quando acordamos, ao levantar,
que não são removidos pela circulação.
pela gravidade a pressão da cabeça tende a
 Os sinais transmitidos pelos
quimiorreceptores excitam o centro
vasomotor, e essa resposta eleva a pressão
arterial de volta ao normal. Entretanto, o
reflexo quimiorreceptor não é controlador
potente da pressão arterial, até que esta caia
abaixo de 80 mmHg. Portanto, apenas sob
pressões mais baixas é que esse reflexo
passa a ser importante para ajudar a
prevenir quedas ainda maiores da pressão
arterial.