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Avaliação Psicológica: é um processo de teste que usa a combinação de técnicas para ajudar a chegar a

algumas hipóteses acerca de um indivíduo e do seu comportamento, personalidade e capacidades. Avaliação


psicológica também é referida como teste psicológico ou executar uma bateria psicológica numa pessoa.

Modelo Multinível

Prevenção terciária  Intervenção, há provas que permitem monitorizar o sucesso


III

II Prevenção secundária  Neste nível já existe diagnóstico, por isso, já se usam provas
e testes normativos

Prevenção primário  Tem por base a identificação, o risco de… (screeming)


I

Avaliação do Desenvolvimento Infantil (0-5 anos)


A avaliação do desenvolvimento é um processo destinado à compreensão das competências e recursos da criança e
dos seus ambientes, de modo a desenvolver ao máximo o seu potencial desenvolvimental. A avaliação deve ser um
processo contínuo, colaborativo, de observação e análise sistemática. Quando fizermos uma avaliação psicológica
iremos fazê-la com o propósito de avaliar as competências da criança.

 Existem períodos críticos (competências, traços de personalidade)


Há determinados momentos que vão ser críticos para o desenvolvimento de competências, para o
desenvolvimento da personalidade e mesmo para o desenvolvimento geral

Importantes períodos críticos neste intervalo: fala/linguagem  A privação socioemocional pode causar
perturbação psicológica (psicose, perturbação da vinculação, depressão)

 Grandes e rápidas mudanças na estrutura e funcionamento do SNC, devido à neuroplasticidade


Nesta altura existe uma grande estimulação do bebé

O que acontece nesta fase vai ter impacto em todo o nosso ciclo vital e por isso há autores que se debruçam apenas
nos:

Factores de risco Neste balanço surge a resiliência


Factores de protecção

Na avaliação de crianças e adolescentes o nosso cliente é a criança, é a ela que vou prestar serviço, ela é o nosso
foco. Como ela não tem autonomia para pedir ajuda, quando lidamos com a criança lidamos com todo o sistema que
ela tem à sua volta (pais, professores, avós, treinadores, centro de estudos…)

Avaliação do Desenvolvimento (temos que ter em conta:)

 Contextos naturais (família, creche, jardim de infância, escola), quando pensamos em abordagens de avaliação
psicológica é necessário ter em conta o conta o contexto da criança.
 Em faixas etárias tão precoces as avaliações têm pouca fiabilidade, numa criança é difícil prever tão bem o
comportamento futuro, depende. Se uma criança tem desenvolvimento normativo e não há factores de risco
podemos prever que o desenvolvimento vai continuar a ser normativo. Ou seja, esta predição do
desenvolvimento depende dos factores de risco e de protecção aos quais a criança está exposta.
O processo de avaliação inclui:

 Formulação de questões
 Recolha de informação
 Partilha de observações
 Fazer interpretações

No método científico partimos de um problema e para percebermos o que contribui para este temos de seguir uma
série de passos para chegar à resposta. Processo (temporal):


Inicio: motivo/pedido

Desenvolvimento:
 Relação empática
 Série de metodologias de avaliação
 Entrevista de anamnese (análise histórica do desenvolvimento da criança até à data- como foi a
gestação, o parto, as primeiras semanas de vida, etc…
 Identificação do problema
 Seleccionar instrumentos, aplicação, cotação e interpretação dos resultados
 Conclusão: devolução da informação, isto fecha o processo, porque esta devolução irá responder ao
motivo/pedido

Como é que escolhemos os instrumentos de avaliação? (vai depender do tipo de decisão requerida)

 Identificar crianças de grupos de risco biológico ou desenvolvimental (screeming)- 1º nível do modelo


multinível
 Confirmar a presença e extensão de uma deficiência/perturbação do desenvolvimento (diagnóstico) - 2º
nível
 Determinar a intervenção apropriada (planificação do programa) – 3º nível (avaliar as áreas mais fortes e
onde tem dificuldades e planeamos e monitorizamos a intervenção)
 Identificar competências ou informação específica (prontidão), por exemplo, os pais querem antecipar a
entrada na escola, é necessário avaliar as competências
 Demonstrar a extensão das aquisições prévias da criança (testes de avaliação)

A escolha do método adequado para a avaliação psicológica da criança depende da junção de 3


componentes:

 Objetivo da avaliação (para quê?)


o Identificar o risco
De acordo com o objetivo temos
o Diagnóstico 3 objetivos
diferentes provas
o Avaliar para intervir
 Caraterísticas da criança (quem é?)
o Idade (é um fator que ajuda a escolher o método mais adequado)
o Sexo (o desenvolvimento geral depende do sexo)
o Estado de saúde (é importante avaliar para depois escolher o método), quando se fala em saúde
pode referir-se a doenças que foram previamente diagnosticadas
o Capacidades sensoriais (ex. se ela não ouve não podemos escolher um método que utilize esta
capacidade sensorial)
 Capacidades ou comportamentos a avaliar (o quê?)
o Desenvolvimento global
o Inteligência
o Problemas emocionais
o Outras…

A primeira característica que temos de ter em atenção para escolher o método é a idade, outra característica é o
género da criança. O contexto é importante mas não é propriamente uma característica da criança, os resultados
devem ser interpretados tendo em conta o contexto.

No fundo o modelo multinível tem 3 finalidades (identificação, diagnóstico e intervenção). A avaliação dos riscos
(identificação) pode ser feita a todos, é universal. O risco ainda não tem impacto clínico. Se o risco for elevado
fazemos o diagnóstico comparando com o normativo.

As provas de diagnóstico têm que ter valores quantitativos que permitam saber se são valores clínicos ou
normativos. Níveis de avaliação:

1. Atraso- está abaixo do esperado para a idade (aqui a norma é a idade), o desenvolvimento é mais lento
podendo ser em determinadas áreas ou global
Perturbação- apresenta um padrão de competências que tem alterações qualitativas, altera o
desenvolvimento típico
2. Do ponto de vista do diagnóstico temos os testes normativos (distribuição normal ou curva de gauss)

De acordo com o DSM-5, défice cognitivo é incapacidade intelectual e para ter incapacidade intelectual
é necessário ter, para além de QI igual ou inferior a 70, menos de 18 anos e défice de comportamento
adaptativo

3. Testes de referência a critérios (avaliação informal)


o Provas piagetianas
o Observação (ex. situação estranha)
o Desenho (forma de comunicação muito importante na criança)
o Jogos (ex. fantoches, jogos com regras, role play)

As interpretações dos resultados da avaliação devem considerar:

- Estado biológico da criança


- Impacto dos factores ambientais no desenvolvimento
- É importante ter em conta se a criança estava no seu melhor quando respondeu

Para avaliar o funcionamento cognitivo de uma criança de 2 anos que se encontra no estádio sensório motor
podemos aplicar as provas piagetianas e podemos explorar:

 a permanência do objecto, o pensamento simbólico e a posição do objecto (coloca em cima, coloca em


baixo)
A Avaliação Psicológica é:
 É um processo dinâmico e não mecânico- sofre mudanças e ajustes tendo em conta o pedido, as
características da criança e as competências desta, o processo tem que ser construído com base na criança e
tem uma estrutura/etapas:
o Pedido (o porquê?)
o Entrevista de anamnese
o Avaliação através de provas
o Devolução dos resultados
 É um processo de conhecimento do outro e não avalia, somente, determinadas caraterísticas- anamnese,
conhecer a criança e os pais
 É um processo científico- as provas têm de aceder a determinados critérios científicos; as avaliações
enquadram-se nas ciências psicológicas; modelo conceptual
 É um trabalho especializado e não é rápido ou simples- requer formação e treino de profissionais e um
domínio de conhecimentos e competências
 É a obtenção de amostras de comportamento- aproximação do que é o comportamento e funcionamento
real da pessoa

Passos a ser seguidos antes da Avaliação:

 Identificar os objectivos da avaliação, que podem ser:


o Intervir
o Diagnosticar (psicodiagnóstico) o risco já existente
o Identificar o risco
 Seleção apropriada de instrumentos, que podem ser:
o Provas psicológicas (psicométricas ou projectivas)
o Entrevista
o Observação
 Fazer a correcção dos instrumentos de forma cuidadosa
o Provas psicológicas, pois são mais informais
 Interpretar os resultados
 Produzir o relatório verbal ou escrito (entrevista)

Testes vs avaliação

Testes e avaliações não são sinónimos. Os testes são uma das ferramentas usadas no processo de avaliação. Avaliar
é muito mais do que aplicar testes. Avaliar é um processo dinâmico.

O setting da Avaliação

formal
(consultório)
contexto
físico
natural (da
vida-casa)
setting
pais-criança
contexto
relacional
(interação) criança-
psicólogo
De modo geral, o trabalho do psicólogo inicia-se mediante a queixa dos pais (pedido/motivo) ou da escola em
relação ao desenvolvimento, ao comportamento e/ou à aprendizagem da criança. (Por norma, os pais trazem a
criança à consulta por motivos de desenvolvimento e a escola costuma encaminhar por motivos de comportamento)

O estilo que o pai e a mãe exercem na educação da criança, vai repercutir-se no que é o comportamento atual do
cliente. Quer os contextos de vida, quer a história contribuem para este comportamento.

O que leva a criança ao psicólogo:

 Dificuldades/problemas de aprendizagem
 Problemas de comportamento (externalização)

emocionais
(ex.depressão, internalização
ansiedade) Psicopatologia do
problemas desenvolvimento
comportamentais
(ex.PHDA),
externalização
problemas
disruptivos

Antes de iniciar um processo de avaliação é importante que o profissional tenha claro a contextualização do cliente
(o presente) sem deixar de lado todo o caminho percorrido até então, ou seja, tudo aquilo que determinou a
construção da criança ou adolescente até ao momento presente.

Ecologia do desenvolvimento humano (bronfenbremer)

Sistemas: microssistema, exossistema, macrossistema, mesossistema


Macrossistema- tudo aquilo que faz parte da sociedade
 Leis/política
 Ideologias
 Cultura
interacções entre os vários

 Religião
Mesossistema- são as

Exossistema- sistema que rodeia a família


 Família alargada
 Trabalho
 Vizinhos
sistemas

 Amizades

Microssistema- família
 Subsistema conjugal (pai e mãe)
 Subsistema parental (pais e filhos)
 Subsistema fraternal (relação entre irmãos)

Motivos/queixas

 Quem faz o pedido?


o Pais (família) Os que mais encaminham, procuram avaliação psicológica
o Professores (escola)
o Cuidadores formais
o Profissionais de saúde (médicos, terapeutas)
 Queixas?
o Comportamento
o Linguagem
o Desenvolvimento
o Abuso físico/psicológico
o Socialização
o Difícil adaptação
o Rendimento escolar/ problemas de aprendizagem

Setting da avaliação (continuação):


 Entender não só o comportamento na escola, mas como a família de base (nuclear) e a família paterna e
materna influenciaram e influenciam o cliente
 Entrevistas com a família e com os professores são uma maneira de compreender a aprendizagem e o
comportamento, situacionalmente.
 A anamnese (reconstrução da história da criança/adolescente), sessões lúdicas, pesquisa do material escolar
e observação, são outras ferramentas para compreensão do todo.

Dizemos que a avaliação psicológica tem multifatoriedade , porque envolve vários contextos, vários momentos
e informantes, ou seja, temos multi-contextos e multi-informantes (todos aqueles que lidam de perto com o cliente)

Quando uma criança se sente num lugar seguro é mais desinibida e por isso, o contexto em que se avalia uma
criança tem que ser apropriado à idade para que ela sinta segurança.

Criação de um contexto (espaço físico) e uma lista de material e equipamento para avaliação psicológica
dos:

0-3 anos:

 Usar cores claras, suaves


 Espaço amplo e pouco mobilado (secretária e armário), tapete com almofadas para proteger a criança (visto
que a maior parte da consulta é baseada na observação)
 Mesa de apoio (muda fraldas com gavetas)
 Menor nº possível de objectos pequenos
 Brinquedos didácticos (com cores vivas e com sons, jogos interactivos e livros)
 Brinquedos de encaixe (legos grandes)
 Se possível deve ser um espaço com luz natural e temperatura amena (no inverno e verão temos que
conseguir controlá-la)
 Bolas (para promover a interacção)
 Espelho (geralmente na zona onde está o tapete)
 Os pais ficam em todas as consultas, a partir dos 3 anos se a criança concordar podemos pedir aos pais que
saiam

4-10 anos:

 Temperatura amena
 Secretária e uma mesa redonda com cadeiras (mais adequado para a criança)
 Estante com livros mas que seja baixa para permitir que a criança chegue aos instrumentos
 Usar tons neutros que não sejam logo associados a menino ou menina
 Pufs e almofadas (mais confortável)
 Puzzles, jogos, jogos de encaixe, plasticina, lápis, tablet (sujeito a supervisão parental e em último recurso)
 Disfarces para o “faz de conta”
 Caixas de arrumação para a criança arrumar os brinquedos e ter o espaço organizado
 Bonecos e animais de miniatura, carrinhos
 Recompensa física (balão)
 Pais podem estar presentes ou não

11-18 anos:

 Cores neutras, espaço pouco preenchido e iluminado


 Luz e temperatura ajustável e candeeiro ao pé do sofá
 Espaço formal (Secretária, estante e poltronas), espaço informal (sofás com almofadas)
 Pais podem estar presentes ou não
 Material: livros, papel, lápis, caneta, tablet (para os psicólogos)
 Material didáctico (pequenos jogos de lógica, como o cubo mágico)
 Observação e interpretação de imagens

Dimensões do processo de avaliação psicológica


As dimensões que a avaliação psicológica atinge vão além da simplicidade de aplicar testes ou fazer entrevistas com
determinado objetivo. Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as
dimensões técnicas e científicas, relacionais (relação do psicólogo com a criança mas também com os pais e dos pais
com a criança), legais, profissionais, sociais e éticas.

Dimensão técnica

O psicólogo necessita de ter um vasto conhecimento em relação às técnicas que pretende utilizar, assim como uma
capacidade crítica consciente em relação aos instrumentos de avaliação que utiliza (testes, dinâmicas de grupo,
observação, entrevista e outro). O psicólogo tem que ter um pensamento crítico e flexibilidade na aplicação das
provas (exemplo, a criança está a responder à prova, mas não está a responder como poderia, tendo em conta o que
sabemos da criança).

Aprendemos mecanicamente como aplicar diversas técnicas, mas é necessário atender a:


 Integração dos dados obtidos (das provas psicológicas, da entrevista- anamnese e clínica- e da observação)
 Análise rigorosa dos mesmos (analisar o contributo de cada uma das técnicas)
 Levantamento de hipóteses a partir dos dados recolhidos (integrando as hipóteses que podem ter trazido os
pais à avaliação psicológica)
 Interpretação dos resultados (tendo em conta as variáveis contextuais- família, escola- vou ler os resultados
tendo em conta as capacidades da criança e os factores de risco a que está exposta)
A partilha dos resultados deve ser feita com linguagem adequada e com a tradução da linguagem científica de forma
a que seja acessível, já que é importante e relevante para os pais.

Dimensão relacional

A relação terapêutica é caracterizada por ser de confiança e por ser empática. Esta dimensão relacional é
importantíssima, pois alerta-nos para mecanismos de transferência e contratransferência que sempre estão
presentes no momento da avaliação e requer:
 Exercício constante de autoperceção e autocrítica (por exemplo, se um adolescente está na consulta
obrigado e não estabelece relação de empatia, é necessário explicar aos pais e entender que não há nada a
fazer).
 Consciência de manipulações evidentes, como simpatia, mecanismos de sedução, como educação excessiva
Na primeira consulta devem vir:
 Os pais e a criança, quando a mesma é pequena então os pais devem estar presentes e acompanhá-la, pois
normalmente são os mesmos a fazer o pedido e a criança é o nosso cliente. Sempre que possível devem
estar todos para observar a relação entre pais- criança, para estabelecer a relação empática com a criança (é
mais fácil se estiver presente desde o inicio) e para explicar o que é um psicólogo, ou seja, explicar que o que
for dito é confidencial.
 Devem estar só os pais, se for para explicar o motivo ou falar sobre uma doença e não desejam que a criança
ouça.
 Só a criança

Dimensão legal

Devemos ter consciência das repercussões da nossa acção enquanto avaliadores: aplicamos provas para chegar a
um diagnóstico é preciso ter cuidado porque se não for bem fundamentado a criança fica rotulada para todo o seu
percurso académico, profissional,…
Se nos pedirem uma perícia legal e a fizermos com uma técnica desactualizada, ela não vai ser considerada legal.
Temos de fazer algumas questões como:
 Que consequências legais tem o diagnóstico?
 Qual o valor legal do uso de técnicas desactualizadas, não adaptadas à população?

Dimensão profissional

Uma avaliação feita sem a devida consistência pode levar a consequências, quer para o psicólogo, quer para a
profissão. Implicações e consequências de ordem profissional no momento de uma avaliação, da entrega de um
relatório ou da devolução dos resultados:
 Nível de seriedade e isenção dos profissionais na entrega de resultados e na prática (é necessário existir
seriedade)
 Consequências para a classe de psicólogos de um trabalho mal feito, que cede a pressões

Dimensão social

Refere-se às reflexões mais amplas da nossa sociedade e às funções sociais da avaliação psicológica:
 Temos que ter em atenção mecanismos sociais segregatórios (p. ex. uma prova portuguesa aplicada a quem
não domina a língua) a avaliação psicológica pode colaborar (ex. discriminação de género, raça, classe social)
 Qual o uso deste tipo de trabalho e que fins de manipulação ele pode ter

Dimensão ética

Qualquer acção (avaliação, intervenção e investigação) do psicólogo deve ter em conta esta dimensão. Todas as
áreas da psicologia têm que seguir esta dimensão e todos os seus pontos:
 Respeito pelo outro, pela sua dor
 Obrigações de causar o menor dano possível com a nossa intervenção
 Sustentação dos resultados (por exemplo, os pais nem sempre aceitam o diagnóstico ou as tarefas que têm
que pôr em prática no dia-a-dia para ajudar a criança), mesmo na presença de pressões (mesmo perante
chefias, pais e outros, devemos sustentar os nossos resultados)

Quando os pais pressionam o psicólogo para saberem o que a criança/adolescente diz na consulta, temos que nos
manter firmes e não quebrar o sigilo.
Obrigatoriedade de fazer entrevistas de devolução, e que pode servir como um momento muito especial de
crescimento para o cliente. A devolução pode ajudar os pais a compreender a criança, o problema, a perceber como
agir e, muitas vezes, o processo acaba aqui.
O modelo multi-nível tem 3 niveis que podem não se suceder durante o tempo da avaliação psicológica, nem
corresponder aos objectivos da mesma. A identificação representa o risco de a criança ter problemas
desenvolvimentais (crianças pequenas) e/ou psicolopatologias. O diagnóstico é mais selectivo porque já se fez a
identificação do problema. No que toca à intervenção, temos dois aspetos: avaliar e planear a intervenção e a
eficácia da intervenção.

Princípios Prima facie


Princípios universais que se aplicam a todas as ciências da vida. Estão na base da construção do código da ordem
porque a Psicologia é uma ciência da vida, em todas as áreas trabalhamos com humanos.
 Princípio de beneficência- devemos fazer o bem e promover o desenvolvimento positivo e a adaptação
 Princípio da não maleficiência- não causar dano e prejuízo
 Estes dois princípios andam a par
 Princípio da justiça- devemos dar serviços de qualidade a TODOS independentemente da idade, religião,
crenças, etc. Nem sempre isto é possível porque nem todos temos os mesmos acessos à psicologia
 Princípio da autonomia- o cliente tem que ter liberdade para tomar decisões (ex. abandonar o processo
terapêutico, devemos é informar sobre as consequências que essa decisão pode trazer).
 Este princípio associado às crianças traz problemas porque a criança não tem esta autonomia, quem
decide são os pais, isto é mais difícil com a chegada à adolescência

Estes princípios dão origem aos princípios gerais

Princípios gerais
 Respeito pela dignidade e direitos da pessoa (cliente- adolescente/criança-e pais) - temos que saber os
direitos humanos (pais e criança) e os direitos da criança para saber se não estamos a violá-los e temos
também que atender aos direitos humanos. Temos que salvaguardar o melhor da criança (ex. em caso de
negligência não temos que pedir permissão aos pais para denunciar). Devemos respeitar os direitos da
criança e da família.
 Competência- em relação a aspetos técnicos e científicos. Para exercer temos que ter formação para
ficarmos competentes a nível técnico e científico, permitindo saber as questões do problema e sobre como
lidar com ele. Isto implica uma actualização constante de modelos e técnicas.
 Responsabilidade- as consequências que a minha prática pode ter na criança/adolescente, se estamos a
atuar numa etapa tão fundamental como a infância/adolescência temos que ter mais cuidado
 Integridade- devemos atuar segundo os princípios éticos e do código (ex. temos que saber gerir o que
podemos contar aos pais ou não pelo princípio da confidencialidade). Podemos ter conflitos de interesses,
conflitos entre terceiros (ter que encaminhar pacientes), conflitos entre organizações.
 Beneficência e não-maleficiência- no código vem como 1 único princípio. Agir de acordo com o melhor
interesse da criança (beneficência), sempre que é possível devem estar presentes os pais para melhorarem
como pais sendo que são eles que tomam as decisões. Não podemos causar danos ou prejuízo (não-
maleficiência)

Princípios Éticos na avaliação psicológica


A avaliação psicológica é entendida como um processo compreensivo (abrangendo áreas relacionadas com o pedido
de avaliação e os problemas identificados), diversificado (recorrendo a vários interlocutores pode atingir diversos
objectivos, reconhecer diferentes tipos de informações e considerar variados resultados), justo (reconhecendo e não
penalizando diferenças relativas a grupos minoritários a menos que sejam estas variáveis a mensurar e considerando
as consequências dos resultados), com recurso a protocolos válidos e que deve responder a necessidades objectivas
de informação, salvaguardando o respeito pela privacidade da pessoa.
 Natureza da avaliação psicológica- ato exclusivo da psicologia: psicólogos (inscritos na ordem), psicólogos
juniores (estão a fazer o estágio de acesso à ordem) porque já têm competências específicas e os estudantes
de psicologia em estágio curricular. Estes 2 só podem fazer avaliação com a supervisão de um psicólogo
inscrito na ordem
 Competência específica- para ser psicólogo temos que passar por formação específica, com treino e muita
vezes com necessidade de formação complementar. Na avaliação psicológica para crianças precisamos de
certificados próprios para administrar alguns testes.
 Utilização apropriada de técnicas e instrumentos- isto implica que o psicólogo seja capaz de seleccionar as
provas adequadas para o cliente. Temos que nos actualizar para saber se a prova continua a ter evidência
empírica (saber se continua a ter validade)
 Consentimento informado para a avaliação- o consentimento informado é expresso pelos pais, não tendo
que ser necessariamente escrito. O que temos que fazer é explicar o processo, explicar que temos que
obedecer à confidencialidade. Também temos de explicar tudo à criança e ter o seu consentimento
(assentimento, ainda que seja informal) porque muitos vêm contrariados à consulta. Quem presta
consentimento são os pais e o cliente.
 Matérias de avaliação, sua protecção e segurança- a responsabilidade é sempre do psicólogo, é ele que tem
que seleccionar e utilizar de moto apropriado protocolos de avaliação válidos. Os psicólogos têm ainda de
assegurar a protecção e segurança dos dados. Podemos partilhar com os clientes a interpretação dos
resultados, os resultados em si não serão importantes porque o cliente não vai conseguir interpretá-los. Os
protocolos e notas do psicólogo não devem ser partilhados com o cliente. Se a criança mudar de psicólogo e
o pai quiser levar o processo não o disponibilizamos.
 Instrumentos- utilizamos instrumentos de avaliação sobre os quais existe informação científica que inclui
estudos psicométricos que garantem a validade e fiabilidade dos seus resultados. O uso dos instrumentos
supõe um conhecimentos rigoroso dos seus manuais e dos modelos teóricos subjacentes, condições de
administração, cotação, interpretação.
 Dimensões da interpretação- na interpretação dos resultados considera-se o objetivo da avaliação, as
carateristicas da pessoa avaliada e situações ou contextos que influenciam os juízos formulados
 Comunicação dos resultados- na comunicação pode estar os pais e a criança e se for necessário como é o
fim do processo podemos estar apenas com os pais, se houver caraterísticas que possam melhorar, e deve
ser uma comunicação objectiva, neutra e imparcial e deve favorecer o crescimento do cliente e dos pais.
Quando queremos comunicar a terceiros implica a autorização dos pais.
 Fundamentação dos pareceres- temos que ter em mente o melhor para a criança e o parecer tem que ser
objetivo, imparcial e neutro. Tem que ser tudo fundamentado.
 Relatórios psicológicos- devem ser documentos escritos objectivos, rigorosos, neutros e imparciais,
procurando apenas introduzir informação relevante que dê resposta aos pedidos de avaliação. A devolução
é feita aos pais mas a criança deve ser incluída neste momento de devolução porque é um momento de
mudança. Apenas são entregues aos pais, os pais é que depois podem informar os outros informantes
(treinadores, médicos, professores,…), mesmo que a criança seja encaminhada para o psicólogo por um
professor, o relatório é sempre entregue aos pais.
 Relações profissionais- se os pais pretendem uma segunda opinião de outro psicólogo, os dados da
avaliação são enviados diretamente para evitar interpretações incorretas dos pais e assegurar a segurança e
integridade dos materiais de avaliação. Na partilha de informação da avaliação psicológica com outros
psicólogos apenas partilhamos os resultados mas precisamos sempre do consentimento dos pais.

A entrevista na avaliação psicológica


As entrevistas são uma “forma de comunicação e de troca verbal, numa situação face a face, orientada para a
procura de informação relevante”. Constituem habitualmente a primeira aproximação que o psicólogo tem com o
sujeito identificado (criança, adolescente ou adulto) e com as pessoas significativas da vida do sujeito (p.ex. pais,
professores, outros familiares).
São o primeiro passo no processo de avaliação e de formulação de hipóteses acerca dos problemas comunicados. É
através da entrevista que ocorre o desenvolvimento de hipóteses testáveis acerca dos factores que contribuem para
os atuais problemas do sujeito e que podem ser relevantes para a posterior planificação da intervenção.

Metodologias e técnicas de APCA:


- Provas psicológicas
- Entrevista
- Observação
- Técnicas de avaliação informais

 ANAMNESE – DOCUMENTO WORD À PARTE

Modelos e Técnicas

Níveis e objectivos da avaliação do desenvolvimento

A escolha do método adequado para avaliar o desenvolvimento da criança depende do objetivo da avaliação, que
nos levará às caraterísticas da criança, estas vão ajudar-nos a compreender qual objetivo das provas psicológicas
devemos seguir para averiguar as capacidades ou comportamentos a avaliar da criança. Iremos sempre procurar, em
primeiro plano, as capacidades da criança e não as suas falhas.

O objetivo das provas psicológicas compreende-se em identificação (universal), diagnóstico (selectiva) e intervenção
(intensiva). Depois temos de ter em conta as caraterísticas da criança, como a idade, o género ou algum tipo de
psicopatologia que pode afetar a nossa escolha da prova. Por fim, avaliamos as capacidades ou comportamentos. O
objetivo é verificar se a criança tem algum risco de ter uma anomalia no desenvolvimento ou psicopatologia.
 A psicopatologia do desenvolvimento tem 2 dimensões: a internalização (depressão, ansiedade, queixas
somáticas) e a externalização (PHDA, pert. Do comportamento, pert. Oposicional desafiante)

Níveis
1. Identificar crianças em risco de atraso ou perturbação do desenvolvimento
 Rastreio das perturbações do desenvolvimento (screening)
o Schedule of growing skills (SGS-II)- dos 0 aos 5 anos, com risco de perfil de desenvolvimento, como
atraso no desenvolvimento e perturbação do desenvolvimento
o Scale of difficulties and capacities (SDQ)- dos 4 aos 17 anos, avalia o risco de perturbações emocionais e
do comportamento
2. Diagnóstico de capacidades e competências específicas (testes normativos), os resultados destas
provas apresentam-se em resultados quantitativos e as provas permitem situar o resultado do indivíduo
face aos resultados da população geral (testes normativos)
 Avaliação aprofundada (diagnóstico)
o Bayley scales of infant development- dos 0 aos 2 anos
o Griffiths- dos 2 aos 8 anos, dá-nos o quociente de desenvolvimento
o WWPPSI/ WISC-III – teste de inteligência que se aplica entre os 6 e os 16 anos, em que a média dos
valores tem de ser 100. Aplicada para ver se confirma o atraso, ou seja, os valores normativos estão
entre os 70 e os 130
o Escalas de achenbach- dos 6 aos 18 anos (CBCL- pais; TRF- professores; YSR- adolescentes até aos 11
anos) - psicopatologia do desenvolvimento, perturbações de internalização (depressão, ansiedade e
queixas somáticas) e de externalização (PHDA, POD, P. do comportamento).

3. Determinar estratégias de intervenção apropriadas (testes de referência a critérios), pois são provas
mais qualitativas, ex. provas projectivas, aqui temos uma visão mais focada nas necessidades do sujeito
 Avaliação por referência a currículos (planificação). Percebe-se o perfil intra-individual (áreas fortes e fracas)
o Portage
o Crescer: do nascimento aos 3 anos
 Observação
 Entrevista

Avaliação do desenvolvimento

Temos de ter a visão completa do padrão ou perfil do processo de


desenvolvimento. A compreensão e interpretação do padrão global e do
que o pode influenciar, o número de padrões é “ilimitado”. Há uma
interrelação das diferentes áreas do desenvolvimento.

A área motora é dependente da maturação do SNC (sistema nervoso


central), enquanto a área socioemocional é dependente da estimulação por
parte de factores ambientes.

A criança A tem um desenvolvimento normativo, enquanto a criança B pode


ter uma maturação atrasada do SNC, pois o desenvolvimento da sua área
motora está ao nível de crianças com 18 meses, sendo que a criança já tem
30 meses. Estas 2 últimas têm um desenvolvimento atípico, sendo que a B
pode ter síndromes, lesões no SNC , deficiências, etc, e a C está em risco de
desenvolvimento (ligeiras)

3 Processos básicos da patologia do desenvolvimento:

 Atraso
o Não aquisição das etapas a tempo em uma ou mais áreas de desenvolvimento
o Pressuposto da normatividade, ordem e sequência do processo de desenvolvimento
o Gravidade do atraso poderá estar relacionada com organicidade
 Dissociação
o Diferença entre as taxas de desenvolvimento de 2 áreas, com uma significativamente mais atrasada do
que outras ou todas as outras
o Na PC existe uma dissociação entre Motricidade e as outras áreas
o Nos distúrbios da comunicação as capacidades da linguagem afastam-se da realização e da motricidade
 Desvio
o Aquisição não sequencial de capacidades numa ou mais áreas de desenvolvimento
o Passa itens mais difíceis de uma sequência e não passa os mais simples
o O padrão não sequencial é intrinsecamente anormal para qualquer idade

Áreas do desenvolvimento

 Motricidade global (MG)


o Postura e locomoção
o Baixa correlação com nível de desenvolvimento geral ou inteligência
o Aparecimento sequencial e ordenado dos comportamentos motores, dependente da maturação
neurológica
o Influências ambientais minimais
o Importância do exame neurológico
 Visuomotricidade/ resolução de problemas (VM/RP)
o Capacidades manipulativas superiores e coordenação óculo-manual
o Interrelação: visão/motricidade/funções cognitivas
o Etapas visuais precoces fortemente preditivas da função cognitiva (alerta visual, fixação, perseguição
visual,…)
o Interacções com objectos (crianças pequenas)
o Resolução de problemas (final 1º ano)
o Habilidades grafomotoras (idade escolar)
o Área mais correlacionada com a inteligência não verbal
 Linguagem receptiva (LR) e Expressiva (LE)
o Área de correlação elevada com o nível intelectual
o Importância dos comportamentos pré-linguísticos no diagnóstico precoce (marcadores neuro-
maturacionais)
o Influência significativa do ambiente a partir dos 3 anos
Normal
Atraso da LE Avaliar LR Normal
Atraso Avaliar VM/RP Atraso
Atraso
global
 Comportamento Socio-Adaptativo/ Autonomia (S-A)
o Etapas sociais têm origem comunicativa e representam o impacto da linguagem + resolução de
problemas
o Aquisições que passam da linguagem para a área social
- Sorriso social (3-4 meses)
- Jogo paralelo (20m)
- Jogo de grupo (36m)
o Área fortemente dependente de factores ambientais
o Padrões de interacção social, comportamento alimentar e higiene são culturais
o Avaliação útil para confirmar o padrão geral do desenvolvimento
The Schedule of Growing Skills II
Esta escala apareceu com Mary Sheridan (1ª investigadora). É um teste normativo de avaliação do desenvolvimento

 Avaliamos para quê? Para promover um desenvolvimento, diagnóstico e intervenção precoce, perceber as
causas (de factores de risco) no sentido de prevenir

É um teste normativo por referência à idade. De forma global há uma ordem de aquisição de capacidades de acordo
com a idade.

Com esta escala, avaliamos para: promover desenvolvimento óptimo (estimular ao máximo as capacidades apartir
do rastreio (identificação) ), identificar causas (de factores de risco), no sentido de prevenir, identificar o risco
desenvolvimental. Não permite fazer diagnóstico precoce

Esta escala avalia as seguintes áreas:

 Motricidade global
o Postura passiva (0-6 meses)
o Postura ativa (0-12 meses)
o Locomoção (9-60 meses)
 Visão e motricidade fina
o Manipulação
o Visão
 Linguagem (linguagem receptiva/ linguagem expressiva- podem estar ambas comprometidas ou nenhuma
delas)
o Audição e linguagem
o Fala e linguagem
 Comportamento e adaptação social
o Interacção social
o Autonomia
 Cognição
o Compreensão (visão)
o Cubos, desenho, figura humana (manipulação)
o Comportamento social e jogo (interacção social)

A área motora não está relacionada com a cognição, está relacionada com a maturação do SNC. A autonomia
depende da estimulação do meio e por isso, não é avaliado na cognição.

Começamos no item da idade da criança e vamos até ela falhar 2 vezes seguidas.

Sendo uma escala de rastreio podemos utilizar brinquedos da criança, não implica utilizar todos os materiais da
pessoa (ex. a criança pode utilizar a sua boneca, o seu copo). Nos cubos, nós fazemos a tarefa e a criança tenta
imitar.

É importante registar a preocupação com a qualidade do desempenho, conta como sucesso, consideramos que a
competência está adquirida mas teve dificuldades.

Linha base- 2 sucessos consecutivos (continuo a avaliar)


Linha teto- 2 insucessos consecutivos (paramos a avaliação)

Como obter a pontuação total das 9 áreas? Somar os itens mais elevados de cada “subárea”, se a criança falhar num
item mais baixo mas completa um mais elevado conta este.
Porque é que um gráfico assim representa um atraso global de desenvolvimento (AGD)? Esta escala permite
avaliar o risco, é uma escala de rastreio por isso, só podemos dizer que representa um risco de AGD, porque as suas
competências estão abaixo do esperado.

Num caso clínico: ao devolver os resultados aos pais falamos 1º das áreas fortes e só depois daquelas em que a
criança deve melhorar. Nas áreas fracas podemos sugerir despistes de problemas e por vezes, expor a crianças a
estímulos diferentes para ver se desenvolve e passado uns meses, avalia-se novamente o desempenho da criança.

SDQ- Strengths ans Difficulties Questionnaire de Goodman


Avalia o risco de perturbações emocionais e do comportamento (4-17 anos), identificação precoce de problemas
sociais, comportamentais e emocionais.
A SDQ tem sido utilizada para screening do ajustamento psicológico na infância e adolescência. Pode também ser
usada para incrementar a identificação e intervenção nos problemas emocionais e comportamentais.

Aplicações:

 Screening (triagem, identificação)


 Avaliação de resultados da intervenção
 Contexto clínico
 Estudos epidemiológicos
 Investigação

3 subescalas: problemas externalizados (escala hiperactividade e escala de problemas de comportamento),


problemas internalizados (escala de sintomas emocionais e escala de problemas de relacionamento) e escala de
comportamento pró-social.

Para além disto, existe a escala de suplemento de impacto, onde se avalia o sofrimento e o prejuízo social, se tiver
pontuação igual ou superior a 2 é anormal.

Exemplo: se num caso, as pontuações totais (da soma esc. Emocional, esc. Problema de k, esc. Hiperactividade, esc.
Problema de relacionamento) dadas pelos pais e pelo professor forem atípicas havia risco de desenvolver
perturbações emocionais comportamentais e tínhamos que passar para a intervenção

WISC-III
Weschler, definiu inteligência como “agregação da capacidade global do indivíduo para agir intencionalmente, para
pensar racionalmente e para inserir-se efectivamente no seu meio social”. A inteligência é uma entidade global
evidenciada pela maneira como o indivíduo associa as habilidades e as aplica na situação prática.

É uma escala que se propõe a avaliar a inteligência, sendo das mais bem elaboradas e das que tem maior
fidedignidade e validade empiricamente demonstradas.

As escalas de Weschler são utilizadas nas mais diversas áreas da prática psicológica, educacional e clínica. Mais do
que uma medida de inteligência, são um importante auxiliar no processo de diagnóstico.

O teste apresenta 13 subtestes que medem diferentes habilidades da inteligência e são agrupados, numa
componente verbal e numa componente de realização:

Subtestes verbais: Subtestes de realização:

 Informação  Completamente de gravuras


 Semelhanças  Código
 Disposição de gravuras
 Aritmética
 Vocabulário  Cubos
 Compreensão  Composição de objectos
 Memória de dígitos (subteste opcional)  Pesquisa de símbolos (opcional)
 Labirintos (opcional)

4 Índices factoriais presentes na WISC-III

 Compreensão verbal (CV)- informação, semelhanças, vocabulário, compreensão


 Organização perceptiva (OP)- completar figuras, arranjo de figuras, cubos, composição de objetos
 Velocidade de processamento (VP)- aritmética, memória de dígitos
 Resistência à distracção (RD)- código, pesquisa de símbolos

Na versão portuguesa, estão presentes 3 índices factoriais: CV, OP, VP

A WISC deve ser aplicada individualmente, numa única sessão (Cerca de 90 mins) ou em duas, se se verificar cansaço
ou desmotivação da criança. Pode ser aplicada a crianças e adolescente entre os 6 e os 16 anos.

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