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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE ECONOMIA E GESTÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Título do Protocolo de Monografia Cientifica:

A Politica de Inclusão da Pessoa Portadora de Deficiência em Moçambique:


Implementação baseada nas Experiências do Instituto Nacional de Acção Social
em Chókwè

Nome da Estudante:
Letícia Gilda Fernando
Sumbane

Tutor:
Prof. Dr. Albino Alves Simione

Lionde, Março de 2022


Título do Protocolo de Monografia Cientifica:

A Politica de Inclusão da Pessoa Portadora de Deficiência em Moçambique:


Implementação baseada nas Experiências do Instituto Nacional de Acção Social
em Chókwè

Nome da Estudante:

Letícia Gilda Fernando Sumbane

Tutor:

Prof. Dr. Albino Alves Simione

Lionde, Março de 2022

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Protocolo de Monografia Científica sobre A Política Pública de Inclusão da Pessoa


Portadora de Deficiência em Moçambique: Implementação baseada nas
Experiências do Instituto Nacional de Acção Social em Chókwè apresentado ao
Curso de Administração Pública na Divisão de Economia e Gestão do Instituto
Superior Politécnico de Gaza, como requisito para o início de atividades de
investigação no âmbito do Trabalho de Culminação do Curso em forma de
Monografia em Administração Pública.

Tutor:
Prof. Dr. Albino Alves Simione

Lionde, 2022

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Sumário
Lista de Abreviaturas 6

I. Resumo 8

I. Abstract 8

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO 10

1.2. Delimitação do Tema 12

1.2.1. Delimitação Teórica 12

1.2.2. Delimitação Temporal 13

1.2.3. Delimitação Espacial 13

1.3. Problema de Pesquisa 13

1.4. Objetivos da pesquisa 16

1.4.1. Geral 16

1.4.2. Específicos 16

1.5. Justificativa da Pesquisa 16

CAPITULO 2: ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA PESQUISA 18

2.1. Política Pública de Inclusão da Pessoa com Deficiência 18

2.1.1 Políticas Públicas 18

2.2. Inclusão Social na perspetiva das políticas públicas 18

2.3. Exclusão social como barreira para efectivação da inclusão 19

2.4. Perspectivas da Abordagem social da deficiência e o Processo de inclusão


social 19

CAPITULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA 22

3.1. Contexto Geral 22

3.2. Caracterização da Pesquisa 22

3.2.1. Quanto a abordagem 22

3.2.2. Quanto aos objetivos 22

3.3. Método de Pesquisa 23

3.3.1. Quanto aos Procedimentos Técnicos 23


4
3.4. Descrição da Unidade de Análise 24

3.5. Coleta de Dados 24

3.6. Análise de Dados 26

3.7. Resultados Esperados 27

3.8. Condições de Implementação e Fatores de Risco 28

3.9. Cronograma de Atividades 29

3.10. Plano Orçamental 29

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31

4.1. Anexos 34

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Lista de Abreviaturas

AS-Assistência Social

CRM-Constituição da Republica de Moçambique

INAS-Instituto Nacional de Acção Social

MMCS-Ministério da Mulher e Coordenação Social

MGCAS-Ministério do Género Criança e Acção Social

ONU-Organização das Nações Unidas

N°-Número

PASD-Programa Apoio Social Direto

PAUS-Programa Atendimento em Unidades Sociais

PASP-Programa Acção Social Produtivo

PNAD-Plano Nacional para Área de Deficiência

PPD-Pessoa Portadora de Deficiência

PROSAS-Programas Serviços de Acção Social

PSSB-Programa Subsidio Social Básico

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Declaração

Declaro por minha honra que este Protocolo de Monografia Científica de


Culminação do Curso é resultado da minha participação pessoal e das orientações
do meu tutor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro
ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.

Lionde, Março de 2022

Letícia Gilda Fernando Sumbane

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I. Resumo

A dinâmica e diversidade apresentada pela sociedade moçambicana exige que as


políticas públicas sejam mais abrangentes de modo a atender aos anseios desta,
com destaque para as pessoas portadoras. Esta pesquisa pretende avaliar a
política pública de inclusão da pessoa portadora de deficiência, observando se as
práticas de sua implementação têm concorrido para uma efectiva acção social
tendo em conta a diversidade, explorando as experiências do INSS em chókwè. A
pesquisa classifica-se como de abordagem qualitativa apoiada nas técnicas de
entrevista e uma análise documental, verificando-se documentos normativos sobre
a temática e depoimentos dos órgãos competentes e de beneficiários da política
social. A análise de dados terá como técnicas a análise de conteúdo e descritiva de
dados. O pressuposto aditado é de que as politicas publicas em moçambique
incentivam a que haja maior inclusão social das pessoas com deficiência, mas esta
intenção não tem sido amplamente materializada, visto que prevalecem situações
que configuram a manutenção do paradigma de exclusão social para os grupos mais
desfavorecidos como é o cado das pessoas portadoras de deficiência, o que suscita
desafios enormes para que ele seja vencido e modificado.

Palavras-chave: Assistência social, Deficiência, Políticas Públicas, inclusão.

Abstract
The dynamics and diversity presented by the Mozambican society demand that
public policies be more comprehensive in order to meet the wishes of these, with
highlights for public people. This research is intended to evaluate the public policy

8
on inclusion of persons with disabilities, observing if the practices of its
implementation have contributed to an effective social action taking into account
the diversity, exploring the experiences of INSS in Chókwè. The research is classified
as a qualitative approach supported in interview techniques and a documental
analysis, verifying normative documents on the theme and testimonials from
competent bodies and social policy beneficiaries. The data analysis techniques will
be the analysis of content and description of data, the addited assumption is that
public policies in Mozambique encourage there be a greater social inclusion of people
with disabilities, but this intention has not been broadly materialized, since
situations prevail that configure the maintenance of the social exclusion paradigm
for people. More unfavoured groups as is the case of people with disabilities, which
reasons huge challenges for it to be overcome and modified.

Keywords: Social assistance, Disability, Public Policies, inclusion.

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO

Em Moçambique a temática sobre as políticas de inclusão da pessoa portadora vem


sendo discutida desde 1992, momento em que se criou o primeiro dispositivo legal
que consagrava os direitos fundamentais dos portadores de deficiência. Segundo
Massangaie (2021) políticas públicas são desenvolvidas pelo Governo com o intuito
de solucionar um problema, ou fazer face a uma necessidade em concreto. A
política de acção social que é conceituada pelo autor como sendo política da
assistência social com dimensão institucional, visando simplesmente a resolução de
questões ligadas a área da acção social.

Configura acção social segundo a Resolução n° 46/2017, de 2 de Novembro, a


intervenção das instituições ou individualidades, através de ações, programas e
projetos de proteção e assistência social a pessoas em estado de vulnerabilidade ou
pobreza, com o intuito de garantir o bem-estar das mesmas, a acção social é
também a face normativa da assistência social a qual orienta a acção das
entidades que atuam nessa área.

A Constituição da Republica de Moçambique consagra no seu artigo 35°, a igualdade


de direitos entre todos os cidadãos, e vem ainda clarificar no seu artigo 37°,
9
conjugado com a Resolução nº 46/2017, de 2 de Novembro, a igualdade e
universalidade de direitos entre os portadores de deficiências e os demais
cidadãos, em todos os domínios da vida política, económica, social e cultural.

A política de social da pessoa portadora de deficiência abordada pelo Policy Brief


n°1 de Fevereiro de 2014, estabelece linhas gerais sobre política estratégica do
Governo, sobre as questões ligadas a acção social no nosso país, e sobre a pouca
intervenção da assistência social na protecção dos direitos da pessoa portadora de
deficiência, suscitando grandes debates a volta da temática.

De acordo Massangaie (2021) a fraca promoção sobre a proteção dos direitos das
pessoas portadoras de deficiência, a descriminação, a estigmatização, a violação
dos seus direitos como ser humano e a crescente desigualdade de acesso aos
serviços básicos, fez com que se adopta-se a Convecção sobre os Direitos da pessoa
Portadora de deficiência trazida pela Organização das Nações Unidas-ONU em 13
de Dezembro de 2006, e os demais grupos que argumentam a favor da inclusão da
pessoa portadora de deficiência.

Os Planos de acção criados entre as duas últimas décadas visando maior eficiência
na inclusão da pessoa portadora de deficiência (1999-2009 anos da criação, e
implementação do primeiro plano, e os anos 2010-2019 quando criou-se os planos
nacionais para área da deficiência) com vista a reforçar a igualdade de
oportunidades em todas as áreas, e em concreto a social.

Segundo o plano nacional para a área da deficiência-PNAD II (2012-2019) A


incongruência entre a teoria e a prática, o fraco conhecimento normativo do plano
de assistência social da pessoa portadora de deficiência, bem como fraca
participação de familiares e da sociedade em geral são até hoje o maior causador
da exclusão social dos portadores de deficiência na sociedade.

Sob essa perspetiva se espera que o trabalho tenha maior enfoque na pessoa
portadora de deficiência, e nos agentes envolvidos no desenho e implementação
das politicas de acção social, subsidiando-se no modelo social de inclusão com vista
a trazer a perspetiva segundo a qual a pessoa com deficiência é um ser como
qualquer outro, e a importância deste na sociedade como um dos sujeitos para que

10
se efetive a acção social. Segundo Austin (2012) romper a barreira institucional
significa efectivar a inclusão das pessoas portadoras de deficiência nas decisões
políticas, sanando as limitações impostas pela sociedade.

A presente pesquisa surge do intuito de conciliar a teoria e os aspetos práticos


obtidos da experiência da convivência com as pessoas portadoras de deficiência,
aprofundado através dos estudos já realizados sobre as políticas públicas de acção
social. Neste contexto torna-se necessário questionar sobre a eficiência na
implementação das políticas públicas de inclusão da pessoa portadora de
deficiência na vertente da acção social, considerando as iniciativas do sector
publico na criação dos planos normativos ligados a organização dos serviços, e a
capacitação dos funcionários para prestar assistência social as pessoas portadoras
de deficiência.

A presente pesquisa está estruturada em três capítulos. No primeiro capítulo


encontramos a introdução, onde se referenciam os aspectos sociais ligados a
política de inclusão da pessoa portadora de deficiência, os atores que estarão
envolvidos no processo da elaboração da pesquisa, bem como a apresentação dos
resultados esperado, para além da introdução encontraremos a delimitação da
pesquisa, a apresentação do problema de pesquisa que orientará a realização do
estudo, posteriormente apresentaremos os objetivos e a justificativa. No segundo
capitulo apresenta-se o enquadramento teórico da pesquisa que será feita, na
qual se destacara o uso da abordagem social da pessoa portadora de deficiência.
O terceiro capítulo se dedica a apresentação da metodologia que irá nortear o
desenvolvimento da pesquisa.

1.2.Delimitação do Tema

Delimitar o tema, é colocar limites na investigação científica. Segundo


Lakatos e Marconi (2003) as pesquisas científicas são delimitadas consoante um
conjunto de fatores que podem limitar a realização da pesquisa, desses fatores
destacam-se a delimitação quanto a assunto ou teórica, a delimitação quanto a
extensão ou temporal, e a delimitação espacial.

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1.2.1. Delimitação Teórica

Importa referir que a discussão sobre a política de inclusão das pessoas


portadoras de deficiência virada para acção social mostra-se importante para
mitigar acções que levam à exclusão das pessoas portadoras de deficiência, a
partir de teorias sociais que encaram a pessoa portadora de deficiência como um
dos principais actores para o desenvolvimento sociopolítico e na concretização da
eficiência almejada a nível nacional e internacional, pelos vários diplomas
normativos, e planos de acção. O relatório do plano nacional para a área de
deficiência PNAD II (2010-2019) demonstrou claramente que atingir a eficiência
na assistência social da pessoa portadora de deficiência será um fator de
crescimento para as várias áreas a qual estes estão encaminhados.

Por um lado, os portadores de deficiência clamam por uma efectivação dos planos
de contingência traçado pelo governo, e por outro lado, está nítida a falta de
recursos por parte das instituições responsáveis pela efectivação das políticas,
como é o caso do INAS em Chókwè, para o efeito faz-se necessário o
aprimoramento em termos de financeiros e humanos para se fazer face a
implementação das políticas públicas de inclusão social dos portadores de
deficiência.

1.2.2. Delimitação Temporal

A pesquisa científica é transversal, pois discute o tema proposto tomando em


conta a situação e condições atuais em que o problema que será investigado se
manifesta. De acordo com Fontelles, et al (2009) o estudo transversal ou seccional
a pesquisa é realizada durante um curto período de tempo, e em um
determinando momento, ou seja, num tempo especifico, e no presente. A pesquisa
não se preocupará em estudar um momento específico no qual o problema se terá
manifestado, estará focado em verificar e analisar a eficiência na
implementação política pública de inclusão da pessoa portadora de deficiência,
ressaltando a vertente da acção social na melhoria da inclusão dos deficientes
pelo INAS-Chókwè.

12
1.2.3. Delimitação Espacial

Por fim, no que diz respeito a delimitação espacial, a pesquisa será


desenvolvida no contexto da acção social, no Instituto de Nacional de Acção Social
no Distrito de Chókwè, local que será nosso objecto de estudo.

A cidade de Chókwè tem registrado grande crescimento no que concerne a


pessoa portadora de deficiência, que procura encarecidamente pelos serviços
públicos de proteção física e social, e dos planos de assistência social que tem sido
levado a cabo, exigindo que a política pública do portador de deficiência através
dos seus planos seja capaz de tornar flexível o processo de inclusão da pessoa
portadora de deficiência.

1.3.Problema de Pesquisa

A política de inclusão da pessoa portadora de deficiência, trazida pela Resolução


nº 20/98, de 26 de Maio, e a Resolução nº 68/2009, de 27 de Novembro, tem em
vista reforçar e atualizar o disposto na CRM, e na Declaração Universal dos Direitos
do Homem, a nível da pessoa portadora de deficiência para uma efectiva
salvaguarda dos direitos, liberdades e integridade de todos os cidadãos. As
políticas públicas de inclusão da pessoa com deficiência apresentadas nesses
instrumentos, estão muito bem desenhadas, mas na prática o cenário é outro, pois,
poucos portadores de deficiência conseguem ter acesso a assistência social.

No entanto, a forma como a sociedade lida com a deficiência mostra como ela
entende e assimila a concepção da pessoa portadora de deficiência, a realidade
trazida no âmbito da deficiência contribui para a prevalência do problema de
exclusão social. Isso traz a necessidade de se realizar análises e discussões sobre
como se pode prosseguir adequadamente para se fazer face ao processo de
integração social da pessoa portadora de deficiência. A mais de duas décadas que
no contexto nacional busca-se criar condições para se tratar a pessoa portadora de
deficiência de forma integra e respeitando-se os seu direitos fundamentais.
Contudo, os avanços registados até hoje mostram que eles não foram capazes de
reduzir significativamente os problemas sociais que os portadores de deficiência
enfrentam.

13
Como salientado por Doval (2006) apud Batista (2002, p. 201) entende-se que “a
inclusão da pessoa portadora de deficiência é importante, pois impõem o
reconhecimento da diversidade humana, e igualdade de participação” aspeto que
ainda é complexo para a sociedade.

Os portadores de deficiência tendem a enfrentar diariamente dificuldades


causada pela imagem preconceituosa e estigmatizadora que a sociedade constrói
em relação a eles, causada pela percepção mítica da sua condição originando uma
ruptura na percepção da sociedade Doval (2006) apud Amaral (1994).

Como referido no plano nacional de acção social-PNAD II (2012-2019) as dúvidas


sobre como se deve tratar a pessoa portadora de deficiência surgem do facto de se
considerar a pessoa portadora de deficiência, com um retrocesso para o avanço da
sociedade. A falta de informação e conhecimento sobre a relevância da inclusão
desse grupo dentro da sociedade faz com que o portador de deficiência seja
excluído, o que retira a possibilidade se beneficiarem da necessária assistência
social.

Apesar de existirem legislações eficientemente elaboradas como referido


anteriormente, entende-se que elas, não têm tido grande contributo no aumento
dos níveis de inclusão da pessoa portadora de deficiência face a intervenção social,
o fraco conhecimento da legislação tem causado dificuldades para a abrangência
da política de inclusão por parte da sociedade.

A inclusão é muito mais complexa por não envolver somente aspetos normativos,
facto que limitaria a execução das políticas por estas estarem mais vinculadas ao
processo de cumprimento que é mais exigido a sociedade e aos órgãos competentes
excluindo um todo processo mecanizado que auxilia a abordagem da inclusão social.

Entende-se que em Moçambique o plano nacional de acção social-PNAD II (2012-


2019), não surgiu por acaso, ele é em primeiro lugar resultado de um diagnóstico
situacional no qual se encontram as pessoas com deficiência no país, e em segundo
lugar, uma resposta aos esforços nacionais e internacionais para minimizar os
efeitos negativos sobre a vida deste grupo de pessoas, assim como, para adopção de
alternativas para prevenção de novos casos de deficiência.

14
Mas esse plano não teve implementação satisfatória, pois não conseguiu atingir as
metas almejadas, visto que ainda se notam grandes fragilidades no que concerne
a efectivação da inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Apesar dos
esforços verificados na implementação dessa política e plano, ainda persistem
atitudes negativas presentes no dia-a-dia da sociedade, atitudes essas que,
compreende-se como causas da exclusão e descriminação das pessoas portadoras
de deficiência. É comum a sociedade tratar as pessoas portadoras de deficiência
como doentes, e ao mesmo tempo associa-lo à dimensão de incapacidade.

Face ao que pode ser observado nesse cenário, é possível afirmar-se que do ponto
de vista institucional, isto é, a entidade responsável pela gestão das políticas
adstritas a esse grupo especifico de pessoas, não está ainda devidamente
preparado para lidar com as demandas das pessoas portadoras de deficiência, nos
termos do recomendo na Declaração de Salamanca (1994), que prevê que as
pessoas portadoras de deficiência devem ter acesso aos serviços públicos de igual
forma.

Diante desta realidade surgem questionamentos relacionados as condições que


deviam garantir direitos iguais para todos. A falta de preparação para a
implementação da política pública de INAS-Chókwè, suscita dúvidas, inquietações e
impõe muitas dificuldades à sociedade. Desta forma, suscitou a seguinte questão:

Como é materializada a política de inclusão da pessoa portadora de deficiência


em Moçambique, e quais tem sido as experiências de implementação ao nível do
Instituto Nacional de Acção Social em Chókwè.

1.4.Objetivos da pesquisa

1.4.1. Geral

 Avaliar como é materializada a política de inclusão da pessoa portadora de


deficiência em Moçambique, observando quais tem sido as experiências de
implementação ao nível do Instituto Nacional de Acção Social em Chókwè.

15
1.4.2. Específicos

a) Apresentar as abordagens teóricas que norteiam a discussão atinente à


problemática relativa à pessoa portadora de deficiência e a sua condição social;

b) Descrever os fundamentos inerentes à adopção de políticas públicas voltadas ao


grupo de pessoas portadoras de deficiência pelos governos;

c) Verificar como ocorre a implementação da política social de inclusão da pessoa


portadora de deficiência na realidade moçambicana, explorando as experiências
do INAS em Chókwè;

d) Discutir as implicações das práticas associadas a política social e a ocorrência de


situações que configuram a exclusão da pessoa portadora de deficiência.

1.5.Justificativa da Pesquisa

Em Moçambique os estudos sobre a inclusão das pessoas portadoras de deficiência


as políticas públicas, principalmente na vertente da assistência social são muito
escassos, mesmo sendo estes de natureza institucional ou social, quando existentes
são de proveniência internacional e são de campos da educação, e infraestrutura.
De acordo com Gil (2002) encontrar estudos de caso na Administração Pública
tratando desta temática é tarefa difícil e quase impossível, embora a inclusão da
pessoa portadora de deficiência se constitui num tema importante para a
sociedade.

Actualmente é possível notar a nítida discrepância entre os diferentes grupos que


integram os vários segmentos da sociedade. A sociedade demonstra sinais de ser
menos inclusiva, havendo falta de estratégias consistentes para atender as
demandas das pessoas com deficiência, pois, elas são ainda alvo da exclusão, o que
leva ao questionamento sobre a eficácia dos princípios que consagram direitos
16
iguais de exercício da cidadania, e da vida em sociedade.

Espera-se que o estudo traga grande contributo no campo das políticas públicas de
inclusão da pessoa portadora de deficiência, através do aumento do conhecimento
a volta do tema e as contribuições acerca das vantagens que o processo de inclusão
social pode trazer para a sociedade.

Na perspetiva Organizacional e académico espera-se que a pesquisa contribua


através dos resultados, para fomentar o processo de qualificação e auscultação da
sociedade e dos órgãos que executam as políticas públicas, sobre como deve-se
tratar a pessoa portadora de deficiência, baseado nos resultados espera-se que
seja possível reunir conjunto de factores informacionais que possibilitarão o
conhecimento da pessoa portadora de deficiência sobre todos os dispositivos
normativos existentes e da igualdade existente entre eles e as demais pessoas na
sociedade.

17
CAPITULO 2: ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA PESQUISA

2.1. Política Pública de Inclusão da Pessoa com Deficiência

2.1.1 Políticas Públicas

Após vários anos, a pessoa portadora de deficiência sendo excluída da sociedade,


finalmente o governo moçambicano criou estratégias através das quais a pessoa
portadora de deficiência se beneficiária.

De acordo com Amaral (2010) políticas são planos levados a cabo pelo Estado com
vista a prossecução dos interesses públicos. As políticas públicas de inclusão da
pessoa portadora de deficiência começam a ganhar enfoque em 1999, ano que foi
declarado o inicio da década africana, foi através dela que se mobilizaram
esforços com vista a favorecer aos portadores de deficiência, e proporcionar – lhes
condições para que estes sejam incluídos na sociedade.

Anos depois da criação da década de Africa, que tinha como objectivo levar a cabo
acções que fossem capazes de reverter o cenário de exclusão que se vivia antes,
garantindo o gozo das liberdades, e empoderamento da pessoa portadora de
deficiência na sociedade. Logo depois, criou-se o Instituto Nacional de Acção Social
como um órgão responsável pela assistência dos portadores de deficiência a nível
local, como forma de auxiliar na concretização a politica para área de deficiência
inicialmente trazida pela ONU e pela legislação sobre os direitos da pessoa com
deficiência.

2.2. Inclusão Social na perspetiva das políticas públicas

De acordo o plano nacional para a área de deficiência-PNAD II (2012-2019) as


ações levadas a cabo pelo primeiro plano nacional para a área de deficiência
realizado entre 2006-2010, não foi suficiente para suprir as demandas da pessoa
portadora de deficiência, foi nessa perspetiva que viu-se a necessidade de
aprimorar os trabalhos com vista a tornar esse processo mais eficiente, mas mesmo
com a execução deste plano ainda notam-se lacunas.

Diante desta realidade Moçambique viu a necessidade de criar condições para que
se efective a inclusão social. Na perspetiva de Galle e Mengden (2016) apud Garcia
18
(2011, p. 1) a inclusão social seria o processo de integração, e respeitos pelos
direitos humanos de cada cidadão incluindo as pessoas portadoras de deficiência.
Ademais, os cidadãos que no passado eram excluídos da sociedade passaram a ser
um ator importante na efectivação dos planos do Governo. A deficiência é tida
como uma punição divina, ou fatores que limitam a pessoa a fazer e agir como as
demais pessoas.

De acordo com Assis, e Freitas, (2014) apud (CIDID – 1989) "A definição
Internacional de Deficiência, Incapacidades e Desvantagens conceitua de forma
concreta a deficiência, pressupondo que esta é a perda de alguma sensibilidade ou
anormalidade pisco – física de estrutura psicológica, fisiológica ou anatómica".
Ainda neste olhar critico de incluir as pessoas com deficiência, o processo de
inclusão ainda é permeado de dificuldades, sejam eles de inclusão social, acesso a
escola, ou acesso ao mercado de emprego. É por existirem documentos normativos,
planos de acção que se exclui o facto de ainda perpetuarem-se acções de estigma
contra os deficientes, facto que causa a ineficiência dessas políticas, causado pela
falta de conhecimentos das normas que protegem os deficientes e punem a
sociedade desobediente.

2.3. Exclusão social como barreira para efectivação da inclusão

Os portadores de deficiência são fruto da descriminação social, e para tal é


necessário que essa mesma sociedade seja capaz de criar condições através do
INAS de integra-los como qualquer outro cidadão, a integração é o processo de
colocação de pessoas portadoras de deficiência e nas instituições, desde que essas
pessoas consigam se ajustar aos requisitos pré-estabelecidos nas instituições, por
outro lado a inclusão é o processo pelo qual a sociedade se adequa a determinadas
mudanças. De acordo com Augustin, Ingrid (2012) os estudos sobre os processos
relativos as políticas de inclusão da PPD são dinâmicas, podendo ser abordado de
maneiras diferentes em cada sociedade, mas é importante salientar que todas elas
devem ter a finalidade de proteger, e incluir o portador de deficiência no
ambiente social.

19
2.4. Perspectivas da Abordagem social da deficiência e o Processo de
inclusão social

A abordagem social da deficiência em primeiro lugar aceita as limitações e


dificuldades que estes enfrentam, mais salienta que estas dificuldades não são
somente causadas por eventos biológicos, são também causados por eventos sociais.
No distrito de Chókwè pode-se notar que maior parte das deficiências não são de
origem biológica, são muitas vezes situações que envolvem acidentes, problemas
mentais adquiridos por traumas de convivência.

O modelo social acolitará na determinação das perguntas para a entrevista, e


baseado nela como deverão ser interpretadas as respostas que serão dadas pelos
entrevistados. No Instituto Nacional de Acção social, o programa serviços de acção
social-PROSAS é o programa responsável por prestar assistência social aos
portadores de deficiência

De acordo com Alves et al (2010) apud Hunt, (1966) estes planos de intervenção
devem ser responsáveis pela devolução do deficiente a sociedade, portanto sempre
que se quiser efectivar este processo é necessário que existam pessoas portadoras
de deficiência envolvidas no processo, pois se pressupõe que estes entendam melhor
as dificuldades enfrentadas. Na mesma perspectiva Franca, (2013) apud Upias
(1976) defende que os portadores de deficiência devem ser emancipados e assumir
as rédeas da sua vida, exigindo dos profissionais responsáveis a garantia dessa
independência.

Ademais Vygotsky citado por Stetsenko (2018) defende que a de a deficiência deve
ser olhada sob ponto de vista sociocultural, pois é originário de práticas
socioculturais que envolvem toda a sociedade como um todo, portanto o principal
caminho para a inclusão da pessoa com deficiência é a emancipação, e reforma
das políticas públicas que se adequem a essas pessoas, na perspetiva deste actor o
programa serviços de acção social-PROSAS e o Decreto nº 53/2008, de 30 de
Dezembro, documentos pré-estabelecidos que permitem a acessibilidade, circulação
e utilização dos sistemas de serviços em lugares públicos pelas pessoas com
deficiência, e a obrigatoriedade de cumprimento por parte da sociedade em geral,
mas há ainda resistência, e o governo não cria condições para que essas pessoas
20
sejam corretamente tratadas, outro obstáculo é a da falta de pessoal capacitado
para ajudar a sociedade na compreensão deste fenómeno.

As pessoas portadoras de deficiência-PPD fazem parte do último censo


populacional de 2017 correspondendo a 2.6% (727.620) num total de 27.909.798
habitantes, este nível de aumento de pessoas com deficiência em comparação com
o ultimo censo populacional realizado em 2010, o que leva a ideia da causa do
aumento de pessoas portadoras de deficiência. (Instituto Nacional de Estatística,
2017).

De acordo com Galle, e Mengden (2016) apud Neri, (2003, p.9 7) ``a inclusão social
da pessoa portadora de deficiência esbarra nas barreiras funcionais decorrentes
dos problemas orgânicos e das barreiras de origem social.´´ Os desafios enfrentados
pela pessoa portadora de deficiência no dia-a-dia, causados pela sociedade tais
como o preconceito, a estigma, e a mitologia sobre a causa da sua incapacidade são
questões de extrema importância, e muitas vezes são tomadas como atitudes
normais, conforme demonstram as normas da Resolução n° 20/99, de 23 de Junho.

É necessário que se mude a sociedade, que se mudem os seus costumes e os seus


estereótipos sobre a pessoa portadora de deficiência, facto que pode ser
solucionado se a sociedade trabalhar em conjunto com os órgãos competentes, para
a efectiva salvaguarda da igualdade de direitos e deveres. Ressalta Assis e Freitas
(2014) Estudos sobre as políticas de inclusão da pessoa com deficiência são
unânimes em apontar as dificuldades decorrentes desse processo, e aponta a
barreira social, o estigma que as pessoas têm das pessoas portadoras de deficiência,
como sendo a mais difícil de romper.

Optar-se pela integração efectiva na sociedade, estar-se-á a contribuir para uma


sociedade sem portadores de deficiência, visto anteriormente abordam a pessoa
portadora de deficiência como produto da má formação da sociedade. Adaptação
comportamental de ambas as partes será uma das mais viáveis estratégias para
que haja uma sociedade saudável e inclusiva. É nessa perspetiva que Galle, e
Mengden (2016) apud Medeiros e Diniz (2005, p.16) defendem que a aceitação
social, acontecerá quando a sociedade entender que a deficiência não esta
somente na pessoa com incapacidade mas sim em todos a sua volta e os
21
descriminam.

Portanto, esta aceitação deve partir da base (família) ao geral (sociedade) como
forma de educa-los a saber conviver com estas pessoas. Para tal a PPD deve ser
tratada como mais um membro da família, e não como o centro dela, pois será
graças a essa aceitação que será possível normalizar a vida, conforme consagra o
artigo n° 35, e n° 37 da CRM.

Vários programas sociais levados a cabo pela sociedade vêem se destacando no


processo de acção social como forma de ajudar os agentes públicos a efectivar o
processo de assistência social, mas ainda é necessária uma grande intervenção sob
todas as perspetivas e nesse âmbito que será materializado a pesquisa.

22
CAPITULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. Contexto Geral

Segundo Gil (2002) a metodologia é a discrição minuciosa dos procedimentos a


serem seguidos na realização da pesquisa, a qual vária de pesquisa para
pesquisa. A pesquisa seguirá o fundamento de que qualquer que seja a pesquisa
cientifica se caracteriza por seguir o processo sistematicamente formal visando
a descoberta da verdade para a resolução do problema por meio de
procedimentos científicos.

3.2. Caracterização da Pesquisa

3.2.1. Quanto a abordagem

Para a materialização desta investigação será usada a pesquisa que se


caracteriza como sendo a abordagem qualitativa a qual permitira maior
interação com os atores do estudo. De acordo Fonseca (2012) apud Chizzoti, et
all (2011) a abordagem qualitativa fundamenta-se na estratégia baseada em
dados colectados em interacções socias ou inter-pessoais, analisadas a partir do
significado que o pesquisador atribui ao facto.

A pesquisa possibilita que o pesquisador tenha contacto directo com os


participantes, com o intuito de melhor compreender e interpretar as
informações colhidas. A pesquisa qualitativa permite maior veracidade na coleta
dos dados, estabelecendo uma linha de concordância com os objetivos traçados.
Tal como argumenta Fonseca (2012) “o importante na escolha deste método é o
rigor cientifico aplicado ao longo da experiencia e a coerência absoluta com os
objetivos pré – estabelecidos”. Este método analisa os dados de forma subjetiva,
evitando que um outro pesquisador os replique, pois, parte do princípio de que
estes não estarão a tratar dos mesmos objetivos.

3.2.2. Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, o estudo será classificado como sendo do tipo descritivo e
exploratório. De acordo com Gil (2002) pesquisa descritiva é aquela que se
propõem a fazer o estudo sobre um fenómeno ou uma característica numa
23
determinada população, através do embasamento entre as variáveis que se
pretendem verificar. A pesquisa descritiva permitirá o uso de técnicas
previamente desenhadas e padronizadas para auxiliar na coleta de dados.

Será pesquisa com características exploratórias segundo Gil (2002) porque


“proporcionará maior familiaridade com o problema, com vista a torna-lo mais
explícito, objetivando a descoberta de ideias mediante intuição”. Possibilitará a
exploração do problema, visando fornecer informações que permitam a
aproximação da realidade ou do objeto de estudo sob o qual ainda possui-se
poucas informações. A pesquisa exploratória permitirá o envolvimento das
técnicas de levantamento de dados via entrevista e levantamento bibliográfico,
e o estudo de caso.

3.3. Método de Pesquisa

3.3.1. Quanto aos Procedimentos Técnicos

Para a concretização do objetivo desta investigação cientifica, usar – se – á o


método de estudo de caso, o qual é usado como principal estratégia da pesquisa.
Segundo Pranadov (2013) ``O estudo de caso é usado quando o pesquisador tem
pouco controlo sobre o evento em estudo, e quando o seu foco são eventos
contemporâneos´´. O objetivo da escolha do estudo de caso como materializador
da pesquisa é devido a vantagem de poder submeter a investigação científica a
uma análise concisa e profunda, abrangendo aspetos que não seriam possíveis se
se usasse outro método.

De acordo com Yin (2001) o estudo de caso se ocupa com o estudo de eventos
contemporâneos, sobre os quais não se tem controlo, para este autor o estudo de
caso surge como uma necessidade de entender eventos complexos, deste modo o
estudo de caso tem vantagem de contar com muitas técnicas que podem ser
aplicadas em diversas áreas, e a capacidade de poder lidar com vários tipos de
factores.

A importância do estudo de caso encontra-se na sua definição que segundo Yin


(2001) “o estudo de caso é uma investigação empírica que investiga os fenómenos
contemporâneos dentro do seu contexto de vida real especialmente quando os
24
limites entre o fenómeno não estão claramente definidos”. Tendo em conta a
experiencia adquirida através da observação e conversa com as pessoas
portadoras de deficiência e com pessoas com experiencia na área, este método
destaca princípios pelos quais será possível materializar a investigação,
excluindo qualquer probabilidade de manipulação dos dados que serão colhidas.

3.4. Descrição da Unidade de Análise

A unidade de análise deste estudo de caso será o INAS na delegação de Chókwè. O


Instituto Nacional de Acção Social tem a sua sede na Av. de Angola, n° 2146, na
cidade de Maputo. É instituição pública que actua na área de assistência social em
Moçambique, foi criado pelo Decreto n° 28/97, de 10 de Setembro, em 1997, como uma
instituição do Estado doptada de personalidade jurídica e autonomia administrativa,
antes subordinada ao MMCS, com o propósito de implementar programas de
assistência as populações vulneráveis e de promoção de desenvolvimento com vista a
redução da pobreza a nível nacional. A instituição foi reestruturada na
quadragésima terceira secção ordinária do Conselho de Ministros, em 2016 e passou a
subordinar-se ao MGCAS. O Instituto Nacional de Acção Social possui trinta e uma
delegações espalhadas por todo território nacional, sendo uma delas no distrito de
Chókwè.

A instituição tem como Visão a defesa práctica da canalização dos benefícios do


desenvolvimento socioeconómico do país as camadas mais vulneráveis da população
moçambicana. Tem a Missão de implementar e promover programas de assistência
directa aos indivíduos impedidos de satisfazer por meios próprios temporária ou
permanentemente as suas necessidades básicas, bem como contribuir para o aumento
da cobertura da proteção social básica.

Quanto aos Princípios ele preconiza o universalismo e focalização na inclusão, a não


institucionalização promove a participação comunitária, a justiça social, equidade de
género, e o respeito pela diversidade cultural.

Quanto aos programas de Assistência Social Básica são designadamente foco do INAS
o Programa Apoio Social Direto (PASD), o Programa Subsidio Social Básico (PSSB), o
Programa Serviços de Acção Social (PROSAS) por vezes designada Serviço Social de

25
Acção Social, o Programa Acção Social Produtiva (PASP), e o Programa de
Atendimento em Unidades Sociais (PAUS), e nesta pesquisa nos focaremos mais no
Programa Serviços de Acção Social, que é onde são atendidas as pessoas portadoras
de deficiência.

3.5. Coleta de Dados

As investigações científicas baseadas em abordagens do tipo qualitativa e


sustentadas no estudo de caso tem a prerrogativa de recorrer a diversas fontes
para a recolha das informações, mesmo tendo em conta a natureza do caso e a
finalidade da pesquisa, estas perspectivas possibilitam o cruzamento de varias
linhas de pensamento e visões de estudo.

Segundo Albino (2007) nesta tipologia de pesquisas podem ser usados dados
primários (entrevistas), e em dados secundários (documentos, e dados eletrónicos).

Utilizar-se-á entrevista semi-estrutura que de acordo com Albino (2007) é aquela


que da liberdade ao entrevistador de conduzir a entrevista de maneira aleatória,
abrindo espaço para que este mude o roteiro pré-estabelecido de modo a alcançar
os objetivos da pesquisa, tendo em conta que as entrevistas serão realizadas em
dias diferentes entre os meses de Março à Maio.

O panorama das entrevistas será elaborado baseado nos dados que serão colhidos
no referêncial teórico e organizado de acordo com o decorrer da entrevista,
abrindo espaço para o dinamismo das perguntas, sendo que cada entrevista
poderá possuir uma serie de perguntas que auxiliaram na escolha ou na pesquisa de
outros assuntos que serão pertinentes para a investigação científica. Durante a
entrevista, as conversas serão gravadas, como forma de permitir que o
entrevistador transcreva com exatidão as respostas.

As entrevistas abrangerão dois tipos de entrevistados, por um lado os agentes


públicos ligados diretamente a área da AS a pessoa portadora de deficiência no
INAS-Chókwè, este grupo corresponderá a amostra intencional ou por julgamento
da pesquisa, que de acordo com Oliveira (2001) na amostra não probabilística por
conveniência o pesquisador tem a prerrogativa de escolher os entrevistados que se

26
julgarão pertinentes para a pesquisa segundo sua posição, domínio da matéria, e
tempo de serviço na organização.

Por outro lado, serão entrevistados os portadores de deficiência assistidos pela


instituição. Este grupo corresponderá a amostra por quotas ou proporcional que de
acordo com Oliveira (2001) “é um tipo de amostra não probabilística intencional na
qual o pesquisador procura extrair uma amostra que seja similar á população sob
algum aspeto”, os portadores de deficiência serão escolhidos por possuir maior
credibilidade de informação, e por estar a mais tempo sendo assistido pela
instituição, pois, constituem actores relevantes no alcance dos objetivos propostos
pela pesquisa.

Na materialização do estudo será também usada a pesquisa documental que de


acordo com Lakatos e Marconi (2003) é a técnica que permite trazer aspectos novos
sobre o problema, e auxilia as informações obtidas com base em outras técnicas. A
pesquisa documental orienta para a obtenção de dados que dão acesso ao sujeito
da investigação. Serão consultados no INAS-Chókwè, planos de acção para área de
deficiência dos anos 2019 – 2021, onde se verificará o número de beneficiários da
política, bem como a verificação no cumprimento das metas pré-estabelecidas
nestes anos. Foi nos últimos anos que se verificou grande índice de portadores de
deficiência em situação desfavorável, bem como o aumento de números de
deficientes expulsos do seio familiar e da sociedade.

3.6. Análise de Dados

Para a análise dos dados será usado a análise de conteúdo, aplicada para ambas
fontes de dados que serão usados em momentos diferentes. Usar-se-á essa técnica
de análise de informação que segundo Teixeira (2003) apud Minayo (1994) ela é a
técnica usada para a análise dos dados em uma pesquisa qualitativa. Ademais
Teixeira (2003) apud Bardin, (1979; p42) explica que a técnica de análise de
conteúdo permite o uso de procedimentos sistemáticos na interpretação das
informações obtidas na investigação de caracter social ou humano, permitindo a
manipulação e posterior utilização directa dos dados colhidos no momento da sua
análise. A técnica de análise de conteúdo é a mais ideal para a interpretação de
matérias textuais, compreendendo um conjunto de processos continuados e
27
interligados para a análise das informações.

Segundo Santos (2012) apud Bardin (2011) na primeira fase da pesquisa que
compreende a pré-análise, nesta fase o pesquisador seleciona o material
necessário, e o procedimento a ser usados na pesquisa, na segunda fase explora-se
o material colhido, e se codifica para posterior inferência que será feito no sistema
IBM SPSS statistics versão 2.2, sistema que tem mais vantagem para processar
dados qualitativos. Na última fase, faz-se a interpretação dos dados, através da
inferência baseada no referêncial teórico por sua vez a autora define como sendo
inferência a técnica de tratamento dos resultados, orientada para possível
surgimento de informações que não estavam previstas no roteiro, será na terceira
fase que o pesquisador concretiza ou não as constatações apresentadas durante o
decorrer da investigação cientifica.

Assim sendo, será aplicada a análise de conteúdo nesta pesquisa como sendo um
dos métodos de tratamento de dados da abordagem qualitativa que mais se
adapta a pesquisa. Espera-se com este método poder confrontar os aspetos
teóricos e o material experimental recolhido, permitindo explorar os vários tipos de
comunicação que serão usados nas entrevistas e encontrados nos documentos. Será
também possível analisar os dados através da extração de certas passagens
textuais, das falas, e das ideias que serão colhidas no campo.

A dimensão descritiva da analise do conteúdo permite ao pesquisar entender que


para a interpretação torna necessário a adoção factores quantitativos do conteúdo
extraído nas comunicações com os entrevistados, assim sendo, a medida em que se
realizaram as entrevistas se se verificar oportuno na interpretação algumas
respostas serão submetidas ao tratamento estatístico. Que de acordo com Santos
(2012) “é um método de categoria que permite a classificação dos componentes do
significado da mensagem em espécie de gaveta… sem deixar de ser apenas uma
análise de significados, mas ocupa-se também com a descrição objetiva,
sistemática, e quantitativa do conteúdo extraído das comunicações e sua respetiva
interpretação”.

28
3.7. Resultados Esperados

Com este estudo espera-se conceber mecanismos que sejam capazes de ajudar o
Instituto de Acção Social em Chókwè de actualizar em termos práticos a politica
social de inclusão da pessoa portadora de deficiência, em virtude desta
expectativa espera-se obter no campo material suficiente que possa apoiar na
implementação dos objectivos, é importante ressaltar que este tema não surge por
acaso, surge dos depoimentos colhidos da experiência de convivência com as pessoas
portadoras de deficiência e as constantes reclamações na efectivação desta
política. Espera-se também colher material teórico/prático que seja capaz de
actualizar os dispositivos normativos e literários que abordam sobre a temática,
possibilitando possível capacitação dos agentes competentes a lidar com as diversas
situações que enfrentam os portadores de deficiência. Será possível trazer
aspectos capazes de auxiliar no aprimoramento de uma nova abordagem normativa
capaz de desenhar novos planos, capazes de melhorar o entendimento da
importância pessoa portadora de deficiência no desenvolvimento político-social da
sociedade, através do desenvolvimento de palestras comunitárias, e mapeamento
geográfico que ajudaram a conhecer e configurar o tamanho da amostra
populacional que intervirá na conceção da investigação.

3.8. Condições de Implementação e Fatores de Risco

Na avaliação das possíveis condições de risco os quais são conceituados por como
sendo a avaliação do ambiente que pode afectar negativa ou positivamente a
implementação da pesquisa, os quais são denominados viabilizador-es de
implementação. Campos, et all.

Factores humanos, serão factores de risco viáveis a medida em que os entrevistados


se mostrarem disponíveis a responder as perguntas que serão feitas durante a
entrevista, e serão factores de risco negativos, caso estes não se desponham a
responder as questões elaboradas para as entrevistas, espera-se que este processo
seja o mais eficiente possível, para tornar eficiente o processo de recolha de dados.

Os factores de risco tecnológicos serão viáveis tendo em conta que facilitarão na


consulta de documentos eletrónicos da instituição, bem como situações em que as

29
informações estejam na responsabilidade de um ente que não esta disponível
fisicamente no momento que será pedido a informação.

O factor de risco financeiro será um risco se por causa de meios financeiros se


precisar parar com a pesquisa, ou retroceder em algumas questões a pesquisa,
tornando o tempo definido para a execução da pesquisa ainda mais longo do que o
planificado. O factor ambiental será um risco a medida em que pode dificultar o
processo de ida ao campo (INSS-Chókwè) para recolha de dados, visto que o local
de estudo é suscetível a mudanças ambientais que não são favoráveis ao
pesquisador, estes factores são os mais imprevisíveis, e o distrito de Chókwè é muitas
vezes assolado por mudanças climáticas que congestionam a circulação.

30
3.9. Cronograma de Atividades
Etapas/ Meses Dezembro Janeiro – Marco Abril Maio Junho
Fevereiro
Escolha da Pesquisa X
Sumários da pesquisa X
(justificativa,
objetivos, problema)
Definição dos X
Capítulos
Levantamento X
bibliográfico
Revisão da X
Literatura
Realização e X X
submissão do
projecto
Coleta de dados para X X X
projecto
Ajustes X X X X X
metodológicos,
conceituais, e
formatação
Preparação para X X
defesa: pré –
defesas
Apresentação do X
trabalho Final-
defesa
3.10. Plano Orçamental
Itens Quantidade Valor Unitário Valor Total
Esferográfica 2 10,00 20,00
Internet 1 000,00 1 000,00
Resma 2 200,00 400,00

31
Lanche 300,00 300,00
Lápis 5 10,00 50,00
Bloco de notas 1 250,00 250,00
Total 2020,00

32
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tecnicas e metodologias. https://www.nescon.medicina.ufmg.br. Acessado a 7 de
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Instituto Federal Catarinense.

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para temática da deficiência. https://www.scielo.br. Acessado a 1 de Fevereiro de
20222.

Amaral, J, N. Lopes, B. Caldas, R,W. 2008. Politicas Públicas: conceitos e práticas.


Minas Gerais. 4, ed.

Amaral, Marcelo Perreira do. 2010. Politica Pública educacional e sua dimensão
internacional: abordagens teóricas. Alemanha.

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inclusiva. IX seminário de pesquisa em educação na região sul. São Paulo.

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sobre a inserção de pessoas com deficiência numa organização de grande porte.
Disponível em https://dx.doi.org. [04.04.2021]

Doval, Jorge Luiz Morais. 2006. Inclusão das pessoas portadoras de deficiência no
mercado de trabalho: tendências e desafios. Porto – Alegre.

Fonseca, Regina Cleia Veiga de. 2012. Metodologia de trabalho científico. Curitiba:
PR Brasil. 1, ed.

Fontelles, Mauro José. Simões, Marilda Garcia. 2009. Metodologia da pesquisa


científica: diretrizes para elaboração de um protocolo de pesquisa.
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Freitas, Emani Cesarde. Pradanov, Cleber Cristiano. 2013. Metodologia do trabalho


científico: métodos e técnicas da pesquisa académica e trabalho académico. Novo
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33
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Acessado a 11 de Dezembro de 2021.

Lakatos, Eva Maria. Marconi, Marina Andrade. 2003. Fundamento da Metodologia


científica. São Paulo: Atlas. 5, ed.

Massangaie, Delfina Benjamim Silva da. 2021. Educação especial em Moçambique:


uma análise das políticas publica de 1998 – 2019. https://hdl.handle.net.
Acessado a 4 de aneiro de 2022.

Nascimento, L, A. Leão, A. 2019. Estigma social e estigma internalizada.


https://scielo.br. Acessado a 1 de Fevereiro de 2022.

Oliveira, Tânia Modesto Veludo. 2001. Amostragem não – probabilística: adequação


de situações para o uso e limitações de amostras por conveniência, julgamento ou
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Plano Nacional da Área de Deficiência II. 2012 – 2019.

Policy Brief n°1. 2014. Refletindo sobre as políticas públicas para a área da criança
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Santos, Fernanda Marsaro dos. 2012. Análise de conteúdo: A visão de Laurence


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34
Yin, Robert K. 2001. Estudo de caso: planeamento e métodos. Porto Alegre:
Bookwane. 2, ed.

Quadro legal:

Constituição da Republica de Moçambique.

Decreto 53/2008, de 30 de Dezembro.

Decreto n° 28/97, de 10 de Setembro

Resolução n° 46/2017, de 2 de Novembro.

Resolução nº20/98 de 26, de Maio.

Resolução nº 68/2009 de 27, de Novembro.

Resolução n° 20/99 de 23, de Junho

35
4.1. Anexos
Preparação da entrevista

Enquadramento da entrevista

Passos a seguir Descrição


Enquadramento da As entrevistas têm o objetivo de responder ao seguinte problema de
entrevista estudo:
Qual é a eficiência da implementação da política pública de inclusão
social pata a pessoa portadora de deficiência?
Definição dos objetivos Identificar o processo de implementação da Politica Pública de
da entrevista Inclusão do portador de deficiência;

Verificar a eficiência na implementação da política social de inclusão


da pessoa portadora de deficiência;

Compreender as implicações da exclusão da pessoa portadora de


deficiência.

Entrevistados Agentes Públicos que trabalham no Prosas e os Portadores de


deficiência atendidos pelo INAS.
Entrevistadores Letícia Sumbane – estudante finalista do curso de Administração
Pública.
Prazos 6 de Junho ( 16 semanas contadas a partir do dia 1 de Marco)
Condições Logísticas Impressões de guiões
Telefone celular

Planificação da entrevista

Passos necessários Descrição


Enquadramento da As entrevistas têm o objetivo de responder ao seguinte problema de
entrevista estudo:
Qual é a eficiência da implementação da política pública de inclusão
social pata a pessoa portadora de deficiência?

36
Definição dos objetivos Identificar o processo de implementação da Politica Pública de
Inclusão do portador de deficiência;

Verificar a eficiência na implementação da política social de inclusão


da pessoa portadora de deficiência;

Compreender as implicações da exclusão da pessoa portadora de


deficiência.

Dimensão da amostra: 1 instituição (50 entrevistados)


Entrevistados Diretor do INAS em Chókwè, Diretor do departamento de assistência
Social em Chókwè, Diretor coordenador do PROSAS em Chókwè,
Coordenador de atividades do departamento de assistência social em
Chókwè, Coordenador de assuntos sociais comunitários em Chókwè, e a
repartição de aquisições, e as PPD atendidas no INAS.
Meios de comunicação Tipo – oral (será gravada caso o entrevistado de autorização)
Momento – a ser definido pelo entrevistado
Tempo de duração da 20 – 30 Minutos
entrevista
Entrevistas Variáveis a serem verificadas
Ações de apoio as PPD;
Atividades realizadas para incluir as PPD;
Opiniões particulares dos agentes sobre a pessoa portadora de
deficiência;
Opinião das PPD sobre a assistência social oferecida;
Elaborar questões em categorias e subcategorias
Considerar expectativas do entrevistador
Sintetizar a colocação das questões.
Marcação da entrevista Apresentar um resumo da pesquisa sempre que iniciar as entrevistas;
Negociar o tempo da entrevista com o entrevistando.
Critérios gerais a ter em Mesmo sendo a análise de conteúdo devem se ter em conta seguintes
conta na entrevista aspetos:
O estudo emocional do entrevistado;
As contradições do entrevistado;

37
Momentos em que este manifesta emoções;
Linguagem corporal;
Tonalidade e ritmo de linguagem;
Género de linguagem utilizada;
Ambiente onde a entrevista será realizada.
Aspetos formais Apresentação:
Criar ambiente descontraído, mostrando gentileza e atenção para com
o entrevistado;
Manter o profissionalismo, procurando levar o entrevistado a questões
esclarecedoras de dúvidas;
Referir o âmbito da entrevista: verificar os níveis de implementação e
abrangência da política publica de inclusão dos portadores de
deficiência, e o factor de aumento dos portadores à cada dia, e o
porquê esses não são abrigados, e o que o INAS como uma das
instituições tem feito diante deste cenário;
Garantir confidencialidade das entrevistas.
Consentimento do entrevistado:
Durante a entrevista:
Solicitar a autorização para gravar a entrevista;
Ajudar o entrevistado a expressar – se claramente;
Focar o entrevistado nos tópicos principais;
Estimular o entrevistado a expor mais a cerca dos tópicos importantes.
A terminar
Obedecer sempre o tempo;
Fazer sempre resumos das entrevistas;
Agradecer sempre.

38
39
Roteiro da entrevista semiestruturada para os agentes públicos do INAS

Sou estudante finalista do curso de Licenciatura em Administração Pública, no


Instituto Superior Politécnico de Gaza. No contexto da minha pesquisa de
Licenciatura com o título: Política Pública de inclusão da pessoa portadora de
deficiência-INAS Chókwè. A presente entrevista visa coletar dados com o propósito
de entender dos agentes públicos como é o processo de implementação da política
pública de inclusão social.

Desta forma, a sua colaboração é fundamental de modo a poder conhecer a sua


opinião, e perceção daqueles envolvidos no processo.

As respostas são confidenciais e a participação não é obrigatória.

Se estiver de acordo, gostaria de gravar esta entrevista em áudio.

Obrigada pela atenção e colaboração!

Nome:
Idade:
Cargo/função:
Local da entrevista:
Data da entrevista:

Quanto ao mapeamento das PPD:


Que medidas são levadas a cabo para controlar o número de PPD existentes
no distrito de Chókwè?
Quantas PPD são assistidas mensalmente pelo instituto?
Existem bases comunitárias de apoio no âmbito do PROSAS?
Quanto as metas planificadas:
Quais eram as metas estabelecidas para a acção social para os últimos 3
anos?
Quais são os fatores que influenciam no processo de execução de atividades?
Quanto ao relacionamento com as famílias dos PPD:
Oferecem algum apoio a família das PPD?
Que tipos de apoio oferecem aos familiares das PPD?

40
Tem tido atividades de educação cívica nessas famílias?
As famílias tem dado acompanhamento as PPD?
Quanto a relação da sociedade com as PPD:
Quais medidas o instituto toma para evitar ações de descriminação?
Em termos psicológicos, quais são as implicações da descriminação que as PPD
passam?
Particularmente, qual seria a medida que tomaria em caso de se deparar
com uma situação em que uma PPD é estereotipada/estigmatizada?
Quanto ao direito de assistência:
Quais são os requisitos para ser assistido pelo INAS?
Porque o número de PPD vivendo nas ruas esta cada vez mais aumenta?
O INAS da a conhecer os seus assistidos sobre a lei que os protege?
Na sua perspetiva a pessoa precisa se deficiente para receber assistência?
Quanto ao apoio recebido:
O INAS tem parceiros que auxiliam no processo de assistência social?
Em que sentido esses parceiros ajudam?
De acordo com o PNAD II, as atividades de assistência social não atingiram
as metas estabelecidas, quais são os fatores que influenciaram para este
resultado?
A assistência dada as pessoas com deficiência adquirida é a mesma dada a
das pessoas com deficiência genética?
Existe um espaço físico para abrigar as PPD?
Quais são os desafios enfrentados pelo INAS para fazer face a assistência
social nessa época pandémica?

41
Roteiro das entrevistas semiestruturadas para os portadores de
deficiência/parentes

Sou estudante finalista do curso de Licenciatura em Administração Pública, no


Instituto Superior Politécnico de Gaza. No contexto da minha dissertação de
Licenciatura com o título: Política Pública de inclusão da pessoa portadora de
deficiência-INAS Chókwè. A presente entrevista visa colectar dados com o propósito
de entender das pessoas portadoras de deficiência ou dos familiares responsáveis
como é o processo de implementação da política pública de inclusão social.

Desta forma, a sua colaboração é fundamental de modo a poder conhecer a sua


opinião, e perceção deste fenómeno.

As respostas são confidenciais e a participação não é obrigatória.

Se estiver de acordo, gostaria de gravar esta entrevista em áudio.

Obrigada pela atenção e colaboração!

Nome:
Idade:
Local da entrevista:
Data da entrevista:

Quanto ao mapeamento das PPD:


Há quanto tempo é ajudado pelo INAS?
O INAS tem feito visitas a sua família/comunidade?
Alguma vez ajudou na preparação do processo de assistência social?
Quanto as metas:
Quantas vezes são lhe ajudam ao mês?
Em caso de necessidade (falta de comida, ou crises) em quanto tempo o
INAS intervém?
Sabe que o INAS tem direito a protege – lo diante do preconceito da
sociedade?
Conhece os seus direitos como ser humano? O INAS respeita esse direito?
Já ouviu falar do PROSAS? Já se beneficiou deste programa?

42
Quanto ao relacionamento com a família:
Como tem sido a convivência com a sua família?
Teve algum apoio para lidar com a sua deficiência?
O INAS vem a sua casa para ver as condições em que vive?
A foi atacado por algum parente? Fez queixa do ocorrido? O que o INAS fez
para fazer face a essa agressão?
Quanto a relação das PPD com a sociedade:
Já foi insultado pelas pessoas na rua? O que fez diante disso?
Já foi proibido de ter acesso a algum serviço por conta da tua condição?
Tem capacidade de ensinar a sua comunidade a lidar com a sua condição?
Alguma vez o INAS foi ao seu bairro para palestrar sobre educação cívica
(sobre como eles devem se comportar perante sua condição?

43

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