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DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO
2. O veículo em questão é utilizado pelo também autor, NOME DO CONDUTOR, que é o condutor
responsável pelas infrações de trânsito referente aos AIT nº xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx,
xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx.
3. Cumpre informar que não houve a indicação do autor, NOME DO CONDUTOR, como condutor
responsável pelas infrações de trânsito mencionadas acima no prazo estabelecido pelo Art. 257, §7º do CTB.
4. Ocorre que em razão de não ter sido apresentado o condutor como responsável pelas infrações, o DETRAN
“lavrou virtualmente” os AITs nº xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e
xxxxxx/Txxxxxxx, atribuindo ao proprietário a responsabilidade por “DIRIGIR VEÍCULO SEM POSSUIR CNH”,
infração de trânsito prevista no Art. 162, Inc. I, do CTB.
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5. Assim, a parte autora, NOME DO PROPRIETÁRIO, está sendo injustamente penalizado por infrações de
trânsito que jamais praticou, somente pelo fato de não ter realizado a apresentação de condutor na via administrativa
das infrações de trânsito vinculadas a veículo de sua propriedade.
6. Por este motivo, vêm os Autores requererem a transferência da pontuação das infrações de trânsito referente
aos AITs nº xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx para o verdadeiro
condutor responsável pela infração, NOME DO CONDUTOR.
7. É inviável que o autor NOME DO PROPRIETÁRIO venha a ser considerado responsável pelo cometimento
das infrações de trânsito e ainda ser penalizado pelas sanções previstas no Art. 162, inc. I, do CTB, através de uma
presunção ilegal de culpabilidade.
8. De acordo com o entendimento sedimentado pelo Egrégio STJ, é possível a apresentação, em juízo, do
condutor do veículo na ocasião da infração de trânsito, para fins de transferência da pontuação, com base no princípio
da inafastabilidade do controle jurisdicional e da independência das instâncias administrativa e judicial.
9. Há também, entendimento sedimentado de que o prazo previsto no Art. 257, §7º, do CTB preclui tão somente
na esfera administrativa, podendo ser revista a apresentação do condutor infrator no âmbito judicial, em respeito ao
princípio da inafastabilidade da jurisdição previsto no Art. 5º, Inc. XXXV, da Constituição Federal.
Jurisprudência n 1:
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Jurisprudência n 2:
Jurisprudência n 3:
Jurisprudência n 4:
Ementa: RECURSO INOMINADO. SEGUNDA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. DAER/RS. APRESENTAÇAO
DE CONDUTOR INFRATOR. ART. 257 §7º DO CÓDIGO BRASILEIRO DE TRANSITO. PRAZO PRECLUSIVO NA ESFERA
ADMINISTRATIVA. APRESENTAÇÃO DE CONTUDOR INFRATOR NA ESFERA JUDICIAL POSSIBILIDADE.ORIENTAÇÃO
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
A jurisprudência do E. STJ sedimentou entendimento de que o prazo previsto no art.
257 do CTB preclui tão somente na esfera administrativa, podendo ser revista a apresentação do condutor
infrator no âmbito judicial, em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição previsto no art. 5º, inciso
XXXV, da Constituição Federal. Sentença de procedência mantida. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO. (Recurso
Cível Nº 71008016933, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Thais Coutinho de
Oliveira, Julgado em 30/01/2019).
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Jurisprudência n 5:
Jurisprudência n 6:
11. A apresentação do condutor na esfera judicial, no entanto, não prescinde da comprovação de, no mínimo,
alguns dos requisitos elencados no Art. 5º, da Resolução nº 619/2016 do CONTRAN, notadamente os dos incisos II e
IV, a saber: a) a correta identificação do condutor, com nome completo, RG, CPF e CNH, e, mais
importante, b) a assinatura do condutor, admitindo a autoria da infração que lhe é imputada.
12. Sendo assim, o condutor NOME DO CONDUTOR, responsável pelas infrações de trânsito em questão, está
figurando no polo ativo juntamente com o proprietário do veículo e junta aos autos declaração assinada e reconhecida
em cartório, onde assume a autoria das infrações e, requer, a transferência da pontuação para o seu nome.
13. Por isso, requerem os autores a transferência dos pontos da infração de trânsito referente ao AIT nº AITs nº
xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx para NOME DO
CONDUTOR, ora condutor (declaração de responsabilidade em anexo), bem como a devida anulação dos AITs
virtuais n° xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx.
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Da ilegalidade do procedimento de autuação virtual/infrações de trânsito correlatas previstas na
Res. 619/16 do CONTRAN vigente à época dos fatos narrados
14. O Art. 257, §7°, do CTB, dispõe: “Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor
ou o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo,
na forma em que dispuser o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), ao fim do qual, não o fazendo,
será considerado responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do
veículo”.
15. Assim, se o proprietário do veículo deixar de indicar condutor em infração de trânsito vinculada ao seu veículo,
acabará sendo o responsável pela respectiva infração. Todavia, o Código de Trânsito Brasileiro não prevê em seus
dispositivos legais o apenamento do proprietário do veículo pela conduta prevista no Art. 162, Inc. II, do CTB, no
caso de não identificar condutor.
16. O DETRAN não pode utilizar-se de mecanismos não previstos em lei para penalizar severamente os
proprietários de veículo, presumindo ilegalmente que eram os condutores nas infrações de trânsito vinculadas à veículo
de sua propriedade.
17. O Conselho Nacional de Trânsito não detém competência para criar tipos infracionais, porque não há
possibilidade do respetivo órgão em derrogar o princípio geral da legalidade, previsto no Art. 5°, Inc. II e XXXIX da
CF/88.
18. A restrição ao direito de dirigir do proprietário do veículo não pode exceder a autuação pelo veículo, pelo qual
é responsável pela pontuação em seu RENACH, quando decide não indicar condutor.
19. Notoriamente o método de punição criado pelo Contran não está previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, pois se assim estivesse, não seria necessário criá-lo administrativamente através de resolução.
20. É neste sentido que vem se posicionando as Turmas Recursais da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do
Sul, vejamos:
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Jurisprudência n 7:
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Jurisprudência n 8
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21. Ademais, as condutas previstas do Art. 162 do CTB exigem o flagrante ao condutor em situação infracional.
Além das penalidades administrativas, estão previstas também medidas administrativas, como, a retenção do veículo, e
o recolhimento do documento de habilitação, conforme o caso.
22. Desta forma, a lei prevê que o agente de trânsito aplique as medidas administrativas cabíveis, a fim de
suspender/terminar com a condução do veículo praticada pelo infrator. O flagrante é ato essencial a caracterização da
infração de trânsito em discussão.
23. A necessidade de flagrante também está evidenciada em outras hipóteses previstas no CTB, como por exemplo, a
situação elencada no Art. 263, Inc. I, do Código de Trânsito Brasileiro: “A Cassação da Carteira Nacional de
Habilitação é imposta nas seguintes situações: I - quando o motorista, estando com sua carteira suspensa,
estiver conduzindo veículo;
24. O CONTRAN, órgão responsável por regulamentar as normas previstas no CTB, disciplinou na Resolução N°
182/05, Art. 19, § 3°, que: "Sendo o infrator FLAGRADO conduzindo veículo, encerrado o prazo para a
entrega da CNH, será instaurado processo administrativo de cassação do direito de dirigir, nos termos do
Inc. I do Art. 263 do CTB. (grifo nosso)."
25. Ademais, as disposições da Resolução 723/18 do CONTRAN, que dispõe sobre a uniformização do procedimento
administrativo para imposição das penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de
habilitação, previstas nos Arts. 261 e 263, Incs. I e II, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), bem como sobre o curso
preventivo de reciclagem:
Art. 19. Deverá ser instaurado processo administrativo de cassação do documento de habilitação, pela autoridade de trânsito do
órgão executivo de seu registro, observado no que couber as disposições dos Capítulos IV, V e VI, desta Resolução, quando:
IV - quando não houver abordagem, não será instaurado processo de cassação do documento de
habilitação:
26. Embora haja dispositivo legal que afirme que não será instaurado processo de cassação do documento de
habilitação sem o devido flagrante. Por isso, conclui-se que, não havendo flagrante, inviável a punição administrativa
prevista no Art. 162, Inc. I, do CTB.
27. Deve ser levado também em consideração que o auto de infração de trânsito virtual afronta o inciso II do Art. 280
do CTB, pois atribui ao proprietário o cometimento da infração de dirigir, prevista no Art. 162, Inc. I, do CTB: no
local da infração (DETRAN), na data (vencimento do prazo de indicação do condutor no AIT original), e o horário
(15h:00m ).
28. Logo, se a resolução do Contran presumiu que o veículo autuado era conduzido pelo proprietário impedido, não
pode modificar o fato de que a direção infracional ao Art. 162 do CTB ocorreu naquela data, horário e local, e jamais
em local e horário diverso.
29. Pela lógica dos fatos, mesmo que coexistisse legalidade na constatação da prática infracional, o auto de infração
seria inconsistente e irregular, pois foi preenchido com dados “estranhos a autuação original”, à qual deveria estar
vinculada, por força da lógica adotada pelo DETRAN.
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30. Ou seja, o DETRAN, utilizando-se dos mecanismos ilegais propostos pela resolução do Contran, cria um novo
lapso para a expedição da Notificação de Autuação. Conforme regula o Art. 281, § único, Inc. II, a Notificação de
Autuação deve ser expedida até 30 dias a contar do cometimento da infração de trânsito. Desta forma, o termo inicial
deve corresponder obviamente a data do fato infracional de condução do veículo, praticada na mesma ocasião da
autuação original, e não naquela fictícia, criada virtualmente em repartição pública.
31. Desta feita, em respeito as determinações legais, resta caracterizada a decadência do direito de punir pelo
DETRAN/RS, devendo o auto de infração ser arquivado e seu registro julgado subsistente.
32. Assim, diante de todos os fundamentos jurídicos arguidos acerca das ilegalidades do procedimento de autuação
virtual, requer-se a anulação dos AIT n° xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e
xxxxxx/Txxxxxxx
33. Conforme previsão do Art. 3° da Lei. 12.153/09: "O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes,
deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação."
34. E, com o advento do novo Código de Processo Civil, a antecipação da tutela em razão da urgência deve
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito postulado, bem como, o perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo. (Art. 300 do CPC).
35. O que se pretende é justamente assegurar o resultado útil do processo, dado que até o encerramento do debate em
juízo, com todo o trâmite processual, o Autor já terá adimplido a multa “virtual”, pois necessário para licenciar o
veículo, de modo que dessa forma será impedido de dar outro destino para esse dinheiro. E, havendo mecanismos de
proteção ao Direito de Ação do Autor previstos na legislação, se faz imperioso a antecipação dos efeitos da tutela.
36. Ademais, segundo preconiza Daniel Mitidiero: “A finalidade da tutela sumária está em distribuir de forma
isonômica o ônus do tempo no processo de acordo...A Tutela sumária serve à prestação de tutela adequada e efetiva aos
direitos. Ela não se esgota no fenômeno da urgência. A técnica antecipatória serve para adequar o processo às
especificidades do direito material alegado em juízo (urgência e evidência) a fim de que o processo seja capaz de
promover a efetividade da tutela jurisdicional (satisfação ou asseguração dos direitos).” Grifo nosso.
37. Cumpre salientar que além do risco ao resultado útil do processo, à Autora assiste a probabilidade do direito
alegado em juízo, que é possível verificar mediante análise dos documentos juntados aos autos, bem como de todos os
dispositivos legais que regem a matéria, que demonstram de forma clara os fatos narrados. Ademais, o deferimento da
tutela antecipada não acarretará nenhum prejuízo a parte contrária, sendo a Autora a única prejudicada caso não
concedida a antecipação da tutela.
38. Por isso, se faz imprescindível que sejam suspensos os efeitos do AITs n° xxxxxx/Txxxxxxx,
xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx, enquanto sub judice a presente demanda.
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39. Frisa-se que os fatos alegados nesta peça inicial, são absolutamente conectados ao direito pátrio vigente, ficando
assim demonstrados que se encontram presentes as circunstâncias que justificam a concessão da liminar.
40. Quanto ao requisito da prova inequívoca para a concessão da tutela antecipada, tem-se anexado os extratos dos
autos de infração de trânsito, os quais demonstram e comprovam claramente os fatos narrados.
41. Imperioso então, a antecipação da tutela no presente feito, para decretar a suspensão dos efeitos dos AITs n°
xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e xxxxxx/Txxxxxxx, enquanto sub judice a presente
demanda.
B) A citação dos órgãos demandados, no endereço preambular, para querendo, conteste o presente feito, sob
pena de revelia e confissão ficta.
C) A procedência integral da ação, com a transferência da pontuação das infrações de trânsito (originárias)
correspondente aos AITs nº xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e
xxxxxx/Txxxxxxx, para o condutor do veículo e autor, JNOME DO CONDUTOR, com a consequente
anulação dos AITs Virtuais n° xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx, xxxxxx/Txxxxxxx e
xxxxxx/Txxxxxxx, por consequência jurídica lógica, bem como pelos demais argumentos apresentados;
E) Requer, também, o benefício da AJG por não terem as partes autoras condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
F) A produção de todo tipo de prova necessária ao fiel deslinde da presente ação, quanto às afirmações
da parte autora.
NOME DO ADVOGADO
OAB/ESTADO
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