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DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO
2. Ocorre que a infração de trânsito referente ao AIT nº xxxxxx/Txxxxxxx, entretanto, foi cometida pelo
também Autor NOME DO CONDUTOR, que era o condutor do veículo na data dos fatos.
3. A referida infração compõe a grade de pontuação que culminou na instauração do PSDD contra o
Autor NOME DO PROPRIETÁRIO.
4. Cumpre informar que não houve a indicação do autor, NOME DO CONDUTOR, como condutor
responsável pela infração de trânsito mencionada acima no prazo estabelecido pelo Art. 257, §7º do CTB.
5. Em razão de não ter sido apresentado o condutor como responsável pela infração, o DETRAN atribuiu ao
proprietário a responsabilidade pelo cometimento da infração.
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6. Assim, a parte autora, NOME DO PROPRIETÁRIO, está sendo injustamente penalizado por atos que jamais
praticou, somente pelo fato de não ter realizado a apresentação de condutor na via administrativa da infração de
trânsito vinculada a veículo de sua propriedade.
7. Por este motivo, vêm os Autores requererem a transferência da pontuação da infração de trânsito referente ao
AIT nº xxxxxx/Txxxxxxx, para o verdadeiro condutor responsável pela infração, NOME DO CONDUTOR.
8. É inviável que o autor NOME DO PROPRIETÁRIO venha a ser considerado responsável pelo cometimento
da infração de trânsito e ainda ser penalizado pelas sanções previstas no Art. 261, do CTB, através de uma presunção
ilegal de culpabilidade.
9. De acordo com o entendimento sedimentado pelo Egrégio STJ, é possível a apresentação, em juízo, do
condutor do veículo na ocasião da infração de trânsito, para fins de transferência da pontuação, com base no princípio
da inafastabilidade do controle jurisdicional e da independência das instâncias administrativa e judicial.
10. Há também, entendimento sedimentado de que o prazo previsto no Art. 257, §7º, do CTB preclui tão somente
na esfera administrativa, podendo ser revista a apresentação do condutor infrator no âmbito judicial, em respeito ao
princípio da inafastabilidade da jurisdição previsto no Art. 5º, Inc. XXXV, da Constituição Federal.
Jurisprudência n 1:
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Jurisprudência n 2:
Jurisprudência n 3:
Jurisprudência n 4:
Ementa: RECURSO INOMINADO. SEGUNDA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. DAER/RS. APRESENTAÇAO
DE CONDUTOR INFRATOR. ART. 257 §7º DO CÓDIGO BRASILEIRO DE TRANSITO. PRAZO PRECLUSIVO NA ESFERA
ADMINISTRATIVA. APRESENTAÇÃO DE CONTUDOR INFRATOR NA ESFERA JUDICIAL POSSIBILIDADE.ORIENTAÇÃO
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
A jurisprudência do E. STJ sedimentou entendimento de que o prazo previsto no art.
257 do CTB preclui tão somente na esfera administrativa, podendo ser revista a apresentação do condutor
infrator no âmbito judicial, em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição previsto no art. 5º, inciso
XXXV, da Constituição Federal. Sentença de procedência mantida. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO. (Recurso
Cível Nº 71008016933, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Thais Coutinho de
Oliveira, Julgado em 30/01/2019).
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Jurisprudência n 5:
Jurisprudência n 6:
12. A apresentação do condutor na esfera judicial, no entanto, não prescinde da comprovação de, no mínimo,
alguns dos requisitos elencados no Art. 5º, da Resolução nº 619/2016 do CONTRAN, notadamente os dos incisos II e
IV, a saber: a) a correta identificação do condutor, com nome completo, RG, CPF e CNH, e, mais
importante, b) a assinatura do condutor, admitindo a autoria da infração que lhe é imputada.
13. Sendo assim, o condutor NOME DO CONDUTOR, responsável pelas infrações de trânsito em questão, está
figurando no polo ativo juntamente com o proprietário do veículo e junta aos autos declaração assinada e reconhecida
em cartório, onde assume a autoria das infrações e, requer, a transferência da pontuação para o seu nome.
14. Por isso, requerem os autores a transferência dos pontos da infração de trânsito referente ao AIT nº nº
xxxxxx/Txxxxxxx para NOME DO CONDUTOR, ora condutor (declaração de responsabilidade em anexo), bem
como a devida anulação do PSDD número XXXXXXX, já que o fato que o gerou foi desconstituído com a
transferência de pontos para o verdadeiro responsável
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Da ilegalidade do procedimento de autuação virtual/infrações de trânsito correlatas previstas na
Res. 619/16 do CONTRAN vigente à época dos fatos narrados
15. O Art. 257, §7°, do CTB, dispõe: “Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor
ou o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da autuação, para apresentá-lo,
na forma em que dispuser o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), ao fim do qual, não o fazendo,
será considerado responsável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do
veículo”.
16. O DETRAN não pode utilizar-se de mecanismos não previstos em lei para penalizar severamente os
proprietários de veículo, presumindo ilegalmente que eram os condutores nas infrações de trânsito vinculadas à veículo
de sua propriedade.
17. O Conselho Nacional de Trânsito não detém competência para criar tipos infracionais, porque não há
possibilidade do respetivo órgão em derrogar o princípio geral da legalidade, previsto no Art. 5°, Inc. II e XXXIX da
CF/88.
18. A restrição ao direito de dirigir do proprietário do veículo não pode exceder a autuação pelo veículo, pelo qual
é responsável pela pontuação em seu RENACH, quando decide não indicar condutor.
19. Notoriamente o método de punição criado pelo CONTRAN não está previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, pois se assim estivesse, não seria necessário criá-lo administrativamente através de resolução.
20. É neste sentido que vem se posicionando as Turmas Recursais da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do
Sul, vejamos:
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Jurisprudência n 7:
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Jurisprudência n 8
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21. Ademais, a lei prevê que o agente de trânsito aplique as medidas administrativas cabíveis, a fim de
suspender/terminar com a condução do veículo praticada pelo infrator. Porém o flagrante é ato essencial a
caracterização da infração de trânsito em discussão.
22. A necessidade de flagrante também está evidenciada em outras hipóteses previstas no CTB, como por exemplo, a
situação elencada no Art. 263, Inc. I, do Código de Trânsito Brasileiro: “A Cassação da Carteira Nacional de
Habilitação é imposta nas seguintes situações: I - quando o motorista, estando com sua carteira suspensa,
estiver conduzindo veículo;
23. O CONTRAN, órgão responsável por regulamentar as normas previstas no CTB, disciplinou na Resolução N°
182/05, Art. 19, § 3°, que: "Sendo o infrator FLAGRADO conduzindo veículo, encerrado o prazo para a
entrega da CNH, será instaurado processo administrativo de cassação do direito de dirigir, nos termos do
Inc. I do Art. 263 do CTB. (grifo nosso)."
24. Ademais, as disposições da Resolução 723/18 do CONTRAN, que dispõe sobre a uniformização do procedimento
administrativo para imposição das penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de
habilitação, previstas nos Arts. 261 e 263, Incs. I e II, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), bem como sobre o curso
preventivo de reciclagem:
Art. 19. Deverá ser instaurado processo administrativo de cassação do documento de habilitação, pela autoridade de trânsito do
órgão executivo de seu registro, observado no que couber as disposições dos Capítulos IV, V e VI, desta Resolução, quando:
IV - quando não houver abordagem, não será instaurado processo de cassação do documento de
habilitação:
25. Por tudo que foi arguido, requerem os autores a transferência dos pontos da infração de trânsito referente ao
AIT nº nº xxxxxx/Txxxxxxx para NOME DO CONDUTOR, ora condutor (declaração de responsabilidade em
anexo), bem como a devida anulação do PSDD número XXXXXXX, já que o fato que o gerou foi desconstituído com
a transferência de pontos para o verdadeiro responsável.
Da ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
26. Conforme previsão do Art. 3° da Lei. 12.153/09: "O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes,
deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação."
27. E, com o advento do novo Código de Processo Civil, a antecipação da tutela em razão da urgência deve
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito postulado, bem como, o perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo. (Art. 300 do CPC).
28. O que se pretende é justamente assegurar o resultado útil do processo, dado que até o encerramento do debate em
juízo, com todo o trâmite processual, o Autor já terá adimplido a multa “virtual”, pois necessário para licenciar o
veículo, de modo que dessa forma será impedido de dar outro destino para esse dinheiro. E, havendo mecanismos de
proteção ao Direito de Ação do Autor previstos na legislação, se faz imperioso a antecipação dos efeitos da tutela.
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29. Ademais, segundo preconiza Daniel Mitidiero: “A finalidade da tutela sumária está em distribuir de forma
isonômica o ônus do tempo no processo de acordo...A Tutela sumária serve à prestação de tutela adequada e efetiva aos
direitos. Ela não se esgota no fenômeno da urgência. A técnica antecipatória serve para adequar o processo às
especificidades do direito material alegado em juízo (urgência e evidência) a fim de que o processo seja capaz de
promover a efetividade da tutela jurisdicional (satisfação ou asseguração dos direitos).” Grifo nosso.
30. Cumpre salientar que além do risco ao resultado útil do processo, à Autora assiste a probabilidade do direito
alegado em juízo, que é possível verificar mediante análise dos documentos juntados aos autos, bem como de todos os
dispositivos legais que regem a matéria, que demonstram de forma clara os fatos narrados. Ademais, o deferimento da
tutela antecipada não acarretará nenhum prejuízo a parte contrária, sendo a Autora a única prejudicada caso não
concedida a antecipação da tutela.
31. Por isso, se faz imprescindível que sejam suspensos os efeitos do AIT n° xxxxxx/Txxxxxxx, , enquanto sub
judice a presente demanda.
32. Por via de consequência, uma vez suspensos os efeitos do AIT n° xxxxxx/Txxxxxxx, ocorrerá
automaticamente a desconstituição do fato gerador que deu causa ao PSDD n° xxxxxx.
33. Deste modo, requer-se em ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, que Vossa Excelência se digne a deferir o
pedido dos autores para que seja suspenso o referido processo administrativo, restabelecendo o direito de
dirigir do autor NOME DO PROPRIETÁRIO.
B) A citação dos órgãos demandados, no endereço preambular, para querendo, conteste o presente feito, sob
pena de revelia e confissão ficta.
C) A procedência integral da ação, com a transferência da pontuação da infração de trânsito correspondente aos
AIT nº xxxxxx/Txxxxxxx, para o condutor do veículo e autor, NOME DO CONDUTOR.
D) E, por consequência jurídica lógica, bem como pelos demais argumentos apresentados, que seja restabelecido
o DIREITO DE DIRIGIR do autor NOME DO PROPRIETÁRIO.
F) Requer, também, o benefício da AJG por não terem as partes autoras condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
G) A produção de todo tipo de prova necessária ao fiel deslinde da presente ação, quanto às afirmações
da parte autora.
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NOME DO ADVOGADO
OAB/ESTADO
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