Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INDICAÇÕES
Aumento de volume abdominal
Dor abdominal
Hepatomegalia
massa/neoplasia hepática
Alterações laboratoriais
Icterícia
Ascite
Perda de peso
Trauma
Estudo vascular
Punções guiadas, etc.
LIMITAÇÕES
Baixa especificidade
Exame normal não exclui doença
Isolado não fornece prognóstico
Dificuldade de visualização de órgão
Falta de jejum prévio pode atrapalhar o exame
Conformação anatômica do paciente pode dificultar a visualização
ANATOMIA
O fígado é o maior órgão da cavidade abdominal, sendo localizado no abdômen
cranial, parcialmente encoberto pelo arco costal (dificultando um pouco a visualização).
Esse órgão é dividido em quatro lobos, quatro sublobos e dois processos, sendo eles
lobo esquerdo (lateral e medial), lobo quadrado, lobo direito (medial e lateral) e lobo caudado
(processo papilar e caudado). Não dá para diferenciar cada lobo na ultrassonografia.
B - Representação esquemática dos principais ramos hepáticos e venosos portais para
os lobos hepáticos. CVC, veia cava caudal; GB, vesícula biliar; PV, veia porta.
O lobo caudado fica encostado no rim direito. A vesícula biliar fica entre o lobo caudado
e lobo medial direito. Cranialmente, é possível visualizar o diafragma. Se está vendo o fígado
dentro do tórax, o diafragma não está normal, logo, é necessário considerar ruptura ou hernia
diafragmática. Usa o diafragma para começar a avaliação hepática, aumentando a
profundidade do campo de imagem até conseguir visualizá-lo, para ter certeza que o fígado
inteiro está na tela. Ventralmente, é possível visualizar a gordura falciforme, ela é importante
para entender a ecogenicidade do fígado, sendo isoecoica, hiperecoica ou hipoecoica em
relação ao parênquima em cães e geralmente isoecoica em gatos.
TÉCNICA DE VARREDURA
Jejum alimentar prévio, uso de antifiséticos;
Tricotomia e gel acústico (menos sphyntz e lulu)
Decúbitos: laterais (direito e esquerdo)
dorsal e em estação (raro);
Tranquilização/sedação/anestesia
Transdutores: - Linear - Convexo/microconvexo (o mais recomendado é utilizar os dois
aparelhos, começando pelo microconvexo porque teremos uma superfície de contato
pequena e conseguimos ver uma visão de parênquima maior, também o fígado é um
órgão profundo, precisando de frequências mais baixas).
Ajustar equipamento – Foco sempre no meio, aumentar a profundidade até visibilizar a
superfície diafragmática e reduzir frequência.
Janelas ultrassonográfica – Para cada região do fígado tem uma janela
ultrassonográfica ideal para avaliação.
Sempre avaliar sagital e transversal, sendo sagital sempre o maior eixo do órgão.
Janela subxifóide
Transdutor na linha média, ventral à porção caudal do processo xifóide do esterno, com a
marcação do transdutor cranialmente, inclinado aprox. 45°; avaliando longitudinal e
transversalmente (rodar 90º)
O que poderá ser visualizado? Parte dos lobos esquerdos, lobo quadrado e VB.
Janela subcostal direita
Decúbito lateral esquerdo, com o transdutor colocado subcostal na linha média ou decúbito
dorsal com o transdutor no último arco costal (do lado direito), marcação do transdutor
cranialmente. Paciente deitado de lado, palpa o gradil costal, coloca o transdutor na última
costela.
O que poderá ser visualizado? Lobos esquerdos (medial e vascularização hepática, parede
gástrica).
Decúbito lateral esquerdo com o transdutor colocado para uma visão no 10o ao 12o espaço
intercostal direito ou deslocar o transdutor da porção caudal da xifóide até a coluna (lado
direito). Cachorro faz nódulo bem nessa janela.
O pode poderá ser visualizado? Lobos direitos, visualização dos 3 grandes vasos da região
portal: Veia porta,VCC e Aorta.
AJUSTES DE IMAGEM
Escolha de transdutor
Frequência X tamanho do paciente
Profundidade (aproximar e afastar)
Ganho/brilho – Fígado o ganho deve ser aumentado
Zona focal
Dividir o fígado em secções
PLANOS DE IMAGEM
Lembrar dos planos de imagem: no corte longitudinal o lado cranial é à esquerda do monitor e
caudal a direita. Já no corte transversal o lado direito é à esquerda do monitor e o lado
esquerdo é a direita do monitor. OBS: Depende da orientação de imagem no monitor.
ECOGENICIDADE E ECOTEXTURA
A ecogenicidade do fígado será hipoecoica em relação ao baço e isoecoico/levemente
hiperecoico em relação a cortical renal. A comparação deve ser feita na mesma altura.
A ecotextura é homogênea, interrompida apenas pelos vasos e vias biliares.
Os contornos serão definidos (quando saudável) ou pouco definidos. As margens serão
finas (quando saudável) ou abauladas. A superfície será lisa/regular (quando saudável) ou
irregular.
O tamanho do fígado será avaliação subjetiva. Para avaliar o tamanho do fígado o
melhor método é avaliação do lobo lateral esquerdo, geralmente o lobo para na altura do
estômago. Quando está aumentado, se projetará para fora do gradil costal. Além disso, as
margens podem estar arredondadas, pode haver maior distância entre o diafragma e
estômago, aumento da extensão do fígado ventral para o estômago ou ventral para o rim
direito. Normalmente o lobo lateral esquerdo para na altura do estômago, quando ele está
passando do estômago, pode haver a hepatomegalia. Como está levando em consideração o
estômago, o animal deve estar em jejum.
Quando está diminuído vai haver uma má visualização do fígado, ele se projeta para
dentro do gradil costal, a borda caudal é visibilizada acima dos últimos espaços intercostais,
RD deslocado cranialmente.
INFILTRAÇÃO GORDUROSA
Pode ocorrer no caso de esteatose hepática e hepatopatia esteroidal/vacuolar. A
imagem vai ser a mesma, diferencia apenas na histopatologia. No caso da esteatose vai haver
acúmulo de gordura entre os hepatócitos (animal obeso ou lipidose hepática) e no caso da
hepatopatia esteroidal vai haver infiltração gordurosa dentro dos hepatócitos (ocorre nas
endocrinopatias, utilização de corticoide). Essa última não dá pra reverter, a outra dá.
Geralmente a margem fica abaulada. A gordura falciforme fica bem aparente (lembrando que
no gato é quase isoecoica então provavelmente o animal está com lipidose).
Quais serão os aspectos ultrassonográficos? No grau leve vai haver uma hepatomegalia e
um parênquima hiperecoico. No grau moderadora vai haver hepatomegalia, parênquima
hiperecoico com atenuação do feixe sonoro distal e diminuição da visualização da
vascularização intra-hepática. No grau avançado vai haver hepatomegalia, parênquima
acentuadamente hiperecoico e com acentuada atenuação do feixe sonoro distal e perda da
visualização da vascularização intra-hepática.
Fígado hiperecoico – Fígado e baço de um cão que foram obtidos com configurações
idênticas (profundidade, ganho e foco), permitindo que as ecogenicidades parenquimatosas
fossem comparadas. A lipidose hepática causou um fígado difusamente hiperecoico, isoecoico
ao baço.
Lipidose hepática felina - Imagens sagitais (A) e transversais (B) do fígado em um gato com
hiperecogenicidade difusa e hiperatenuação do feixe ultra-sonográfico. O fígado (L) é
marcadamente hiperecogênico à gordura falciforme (FF). Os ecos provenientes das porções
mais profundas do fígado foram reduzidos e só puderam ser parcialmente compensados por
aumentando o ganho distante. Um pequeno volume de derrame peritoneal (EP) é observado
entre os lobos do fígado.
Hepatopatia esteroidal - Imagens longitudinais da porção esquerda do fígado em um cão com
hiperadrenocorticismo. O fígado (L) está aumentado, difusamente hiperecogênico e
heterogêneo. Múltiplos focos nodulares hipoecoicos são observadas no fígado (A) (setas). B -
O contorno do fígado está arredondado (pontas de seta) e se estende além o fundo gástrico.
Em A, a porção profunda do fígado é difícil de avaliar devido ao aumento da atenuação do
feixe de ultrassom. Biópsia guiada por ultrassom indicou hepatopatia vacuolar e hiperplasia
nodular benigna
Lipidose hepática - Fígado branco, com atenuação do feixe sonoro distal pq o ultrassom
perde a força depois de passar pelas gorduras. Normalmente causado por algum estresse no
gato.
CIRROSE
Hoje em dia sabemos que a cirrose não é apenas aquele fígado heterogêneo e diminuído. Há
alguns níveis que pode ser classificado a cirrose. Há algumas alterações na doença hepática
crônica: A Denise só afirma que é cirrose no último estágio. O fígado que sempre estará com
infiltração gordurosa pode se tornar um fígado cirrótico, necessário acompanhar.
ALTERAÇÃO DIFUSA HIPOECOGÊNICA
Vai haver uma redução difusa de ecogenicidade do parênquima hepático. Doenças
hepáticas difusas podem produzir hipoecogenicidade do fígado, no qual o parênquima hepático
parece menos ecogênico que o córtex renal, e as paredes da veia porta aparecem mais
proeminente do que o habitual
Na hepatite aguda vai ser visualizado fígado aumentado ou normal (rim deslocado
caudalmente, arredondamento de bordas, aumento da distância entre estomago e diafragma,
etc), parênquima geralmente hipoecoico e ecotextura variável. Vai haver uma evidenciação dos
vasos portais.
Hepatite canina - A: Imagem oblíqua transversal do lado esquerdo do fígado em um cão com
hepatite aguda com veias porta (VP) proeminentes devido à hipoecogenicidade difusa do
parênquima. A principal veia hepática esquerda (VH) também é observada, mas sua parede é
menos aparente. A proeminência dos limites da VP também pode estar relacionada ao
processo inflamatório. B: Leptospirose - Imagem ultrassonográfica de uma porção do fígado
em um cão com leptospirose aguda. O fígado é difusamente hipoecóico e suas paredes portais
são proeminentes, aparecendo como linhas duplas e “donuts” em todo o parênquima. Estes
achados são comuns em cães com leptospirose. C: Hepatite supurativa crônica. Neste
Labrador de 6 anos, o fígado (L) é heterogeneamente hiperecogênico.
A congestão passiva pode ser causada por ICCD, doença pericárdica, pulmonar, dirofilariose,
neoplasia cardíaca, insuficiência renal, super-hidratação, hernia ou ruptura diafragmática. Isso
porque as veias hepáticas desembocam na veia cava e esta irá para o átrio direito, se o
coração não bombeia direito, haverá refluxo sanguíneo para cava e ocorrerá congestão no
fígado.
CALCIFICAÇÕES HEPÁTICAS
Podem ser únicas ou múltiplas. Podem ser granulomas, hematomas, neoplasias ou cistos
parasitários. Na ultrassonografia é possível visualizar pontos/áreas hiperecoicas podendo
formar sombra acústica posterior.
Quando é visualizado essa ‘’árvore’’ se pensa mais em cálculo nas vias biliares
CISTOS HEPÁTICOS
Geralmente são achados incidentais, podendo ser únicos ou múltiplos. Afetam
parênquima ou trato biliar. Pode também ser congênitos (ex: doença renal policística) ou
adquiridos (ex: trauma ou alterações inflamatórias).
‘’Os cistos hepáticos típicos são caracterizados por paredes finas e bem definidas,
ausência de ecos internos, bordas distais nítidas, zonas reflexivas e refrativas periféricas, e
fortes distais realce acústico. Ocasionalmente, os cistos não atendem a todos esses critérios.
Podem possuir paredes irregulares, septações, detritos internos ou elementos sólidos.’’
Cisto hepático – A - Um cisto hepático típico (setas pretas) tem uma fina e bem definida
parede, sem ecos internos ou septações e forte realce acústico distal (seta branca). B - Este
pequeno cisto hepático (aproximadamente 5 mm, seta) tem líquido anecóico, realce da parede
distante, mas pouco realce acústico distal por ser pequeno. O fígado está aumentado, baseado
em uma margem caudoventral arredondada e espessa. C - Cistos hepáticos atípicos não
preenchem todos os critérios de um cisto típico e pode ter septações, paredes irregulares ou
espessadas ou mesmo havendo realce acústico distal (setas). D – Múltiplos e pequenos cistos
como visto aqui (setas) podem ser difíceis de diferenciar de neoplasia hepática. Tumores
hepáticos benignos, como cistoadenomas hepáticos, e alguns tumores malignos tumores
hepáticos primários ou metastáticos podem ter uma aparência semelhante. A aspiração guiada
por ultrassom é indicada em casos duvidosos.
ABCESSO HEPÁTICO
Relativamente incomuns em cães e gatos, geralmente associado à alterações em
outros órgãos (doença biliar, pancreatite, neoplasia e administração prolongada de esteróides)
ou a Diabetes Mellitus. Pode ter produção de gás em seu interior.
Na ultrassonografia vai ser visualizado uma área central hipo/anecoica, com margens
hiperecoicas, irregulares e pouco definidas, podendo ser multifocais ou focais.
Gato ictérico/fígado muito provavelmente é alteração nas vias biliares (mais provável que
massa) e cão é o oposto.
Carcinoma hepatocelular – C - Envolvimento hepático difuso, com e áreas hipoecoicas. D -
Massa hiperecoica irregular e focal. E - Massa focal com hipoecóica e áreas anecóicas. F -
Grande massa hiperecóica com áreas nodulares hipoecóicas focais.
Cistoadenoma felino - Este tumor benigno do fígado ocorre em gatos mais velhos,
geralmente 10 anos ou mais. É caracterizada por massas de ecogenicidade mista (setas) que
contêm cistos que variam em tamanho de vários milímetros a mais de 10 cm
Vesícula biliar e vias
biliares
SISTEMA BILIAR
A vesícula biliar faz parte do sistema biliar, juntamente com o ducto cístico e os ductos biliares
intra e extra-hepáticos; localizada no sétimo espaço intercostal, entre os lobos quadrado e
medial direito. A vesícula terá um formato variável, dependendo do corte: será arredondada no
corte transversal e ovalada/piriforme no corte longitudinal.
O sistema biliar é relativamente semelhante em cães e gatos. O GB, ocasionalmente bilobado
em gatos, representa o reservatório de bile e é uma forma anecóica em forma de lágrima
possuindo uma estrutura com extensão cônica: o ducto cístico.
A bile vai participar da digestão seguindo para o intestino (se o animal está de jejum
então espera-se que a vesícula biliar esteja bastante distendida).
Formato oval ou arredondado, de paredes finas e hiperecoicas, preenchida por
conteúdo anecogênico e homogêneo (bile);
Divisão - fundo, corpo e colo;
Gato - VB bilobada; VB duplicada
Espessura da parede varia de acordo com grau de distensão
De acordo com Penninck e D’Anjou, 2015 – CÃES e GATOS até 0,1 cm de espessura.
Transdutor de alta frequência (maior resolução)
A árvore biliar intra-hepática, composta por canalículos biliares e ductos biliares
maiores, não é observada em pacientes normais.
Vias biliares extra-hepáticas (dá para seguir em alguns casos, ainda mais em gatos) -
Ducto cístico + Ducto biliar comum/Ducto colédoco desembocando na papila duodenal.
Em gatos o ducto pancreático se junta ao ducto biliar comum e entram junto na papila
duodenal. Em cachorro isso não ocorre, as duas vias entram no intestino por vias
diferentes. Os gatos desenvolvem a tríade felina com muita facilidade por isso
(inflamação intestinal se torna hepática e pancreática).
Técnica de escaneamento do ducto biliar comum em um gato - Representação
esquemática da anatomia regional e pontos de referência do trato biliar no gato, com a
sonda de ultra-som colocada para obter uma visão longitudinal (A) do ducto biliar. A
sonda é então girada para obter um plano transversal (B) - O ducto biliar comum (2 m
de largura) encontra-se ventralmente a a veia porta (VP) e dorsal ao duodeno proximal
(D). Este duto pode às vezes ser seguido até o nível do canal principal
papila duodenal, no mesmo nível da terminação do ducto pancreático.
ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS DAS
ALTERAÇÕES BILIARES
LAMA BILIAR
Mistura de cristais precipitados, glicoproteínas, proteínas, restos celulares e mucina. A lama
biliar em excesso pode evoluir para mucocele. Um estudo concluiu que o lodo não era
particularmente relacionado à doença hepatobiliar e deve ser considerada uma achado
incidental.
Animais normais;
Animais doentes – jejum prolongado/anoréticos;
Animais obesos e polifágicos;
Animais idosos;
Endocrinopatas.
Lama biliar
Progressão:
Resolução completa;
Cálculos biliares;
Mucocele;
Colangite, pancreatite aguda, ...
O espessamento difuso da parede da vesícula biliar é uma anormalidade, causada tanto por
doença primária da vesícula biliar quanto por envolvimento secundário da vesícula biliar por
doença.
Parede com duplo halo hiperecoico com centro hipoecoico = EDEMA - associado à
hepatite, congestão passiva, hipoalbuminemia grave ou doença envolvendo a VB
(agudo);
Parede difusamente espessa e hiperecoica – COLECISTITE;
MUCOCELE
Acúmulo excessivo de muco dentro do lúmen da VB
Evolução progressiva
Pode haver distensão excessiva levando a necrose ou ruptura
Os tampões mucinosos intraluminais podem se estender ou migrar para dentro do
ducto biliar comum causando obstrução
Aspecto ultrassonográfico - Estriações radiadas, hiperecoicas e imóveis – padrão
similar a fruta kiwi. A parede da VB pode estar espessa, hiperecoica e irregular.
COLANGITE (COLANGIO-HEPATITE)
Inflamação das vias biliares (inflama também o fígado)
Mais comum em gatos – “TRÍADE FELINA”
Aguda ou crônica
Classificação - Colangite neutrofílica, colangite linfocítica e colangite crônica associado
à infestação por vermes do fígado (Platynosomum fastosum)
Aspectos ultrassonográficos – Fígado e vias biliares podem estar normais. Com a
evolução pode haver espessamento da vesícula biliar e/ou da parede do ducto biliar
comum, conteúdo hiperecoico na vesícula biliar, colélitos e/ou coledocolitos, fígado
com parênquima hipoecoico. Com a cronicidade o fígado fica hiperecoico.