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Caso de Exercício BFP – Caso Roberto

Instruções: Complete o caso abaixo interpretando os resultados de Vulnerabilidade (N1) e Instabilidade


Emocional (N2). Use como referência o material de BFP disponível no site. As respostas deverão ser postadas
no site: https://forms.gle/18fM9nf9193N9Ad97 Até o dia 10/06/2019. Trabalho individual. Plágios receberão
nota 0.

Nome: Roberto (nome fictício) Sexo: Masculino

Idade: 24 anos

Escolaridade: Ensino Médio completo

Motivo para ter procurado consulta psicológica: procurou psicólogo pela insistência de sua irmã, que estava
preocupada com o fato de após ele ter perdido o último emprego, ter ficado muito isolado, com pouco contato
social além de não ter adotado uma atitude ativa para a busca de um novo emprego.

Informações complementares: seu histórico escolar indicou que nunca se destacou muito, nem no sentido
negativo nem no positivo tanto em relação às notas escolares quanto ao seu comportamento em sala de aula.
Fez vestibular logo que terminou o Ensino Médio, porém, como não foi aprovado, desistiu desse plano e, ao
longo do tempo, foi conseguindo empregos por recomendações de conhecidos, não por esforço pessoal.
Devido à pouca motivação e ao pouco empenho que demonstrou nessas atividades não permaneceu por muito
tempo nos empregos, e relatou não se incomodar com esse fato.

Indicou que na última empresa onde trabalhou, interessava-se mais e teve um rendimento melhor. Ao
acompanhar seu histórico de insucessos profissional, houve grande pressão das pessoas próximas para que
ele se emprenhasse mais nesse último trabalho, de modo a conseguir mantê-lo. Quando perdeu o emprego
recebeu muitas críticas de amigos e parentes por ter deixado isso ocorrer e relatou ter se incomodado bastante
com esses comentários. Depois desses eventos, parou de procurar amigos e parentes e se isolou em casa. Além
disso, conforme já pontuado, não buscou nova colocação no mercado de trabalho.

Relatou que se preocupava bastante com a opinião e os comentários dos outros e que, apesar da atenção que
dava a isso, acabava desagradando as pessoas com as quais lidava. Nos empregos que teve, sempre ficava
muito impressionado negativamente com os comentários de chefes e colegas sobre seu desempenho,
achando-se inferior e incapaz de dar conta das suas metas.

Como objetivos de vida relatou apenas desejos de subsistência, não possuindo outras ambições ou planos
específicos pessoais e profissionais. Quanto às relações amorosas, disse que teve alguns namoros, porém
nenhum durou muito tempo. Indicou que seus amigos e parentes falavam que ele era "usado" nessas relações,
em que ele se dedicava muito e as namoradas pareciam se importar apenas com as vantagens que tiravam da
relação. No entanto, ele não percebia as coisas dessa forma e em nenhuma relação tomou a iniciativa para a
separação.

*Adaptado de Nunes, Hutz e Nunes, 2010


Análise Gráfica do perfil de Roberto:

Interpretação dos resultados na BFP:

Os escores estiveram mais distantes da média (percentil abaixo de 30 e acima de 70) para Neuroticismo e todas
as suas facetas, E3 (Dinamismo), S2 (Pró-Sociabilidade), Socialização, R 1 (Competência), R3 (Empenho),
Realização e o fator geral de Abertura. A seguir, serão detalhados os aspectos em que o jovem se afastou da
média, com escores baixos ou altos.

Vulnerabilidade (N1) – Você deverá preencher este parágrafo pelo link disponibilizado no cabeçalho deste
exercício.

Instabilidade emocional (N2) – Você deverá preencher este parágrafo pelo link disponibilizado no cabeçalho
deste exercício.
Aliado a isso, o alto nível de Passividade (N3), ou seja, o fato de não tomar iniciativa para resolver seus
problemas e de evitar assumir responsabilidade por seus atos (mesmo quando não fazer algo diante de uma
situação já é uma decisão), pode estar associado ao fato de ele vivenciar uma situação negativa de desemprego
e, no entanto, não buscar uma solução para isso. Do mesmo modo, o afastamento de amigos e familiares,
apesar dele ter informado se importar com estes, não é visto como um problema a ser resolvido, já que ele
tende a esperar que as coisas se resolvam naturalmente ou que alguém aja em seu lugar.

Coerentemente, o nível muito alto do escore em Depressão (N4) sugere pouco otimismo, baixas expectativas
quanto ao futuro e pouco ânimo para a vida. É recomendado que o psicólogo explore mais esse tópico sobre
o cliente, uma vez que, apesar desta não ser informação suficiente para um diagnóstico de depressão, esse
resultado pode indicar uma demanda clínica. Assim, seria recomendado averiguar mais detalhadamente o
histórico de vida de Roberto para identificar se tal característica chega a representar um nível que o prejudique
em termos funcionais.

O baixo Dinamismo (E3) reforça o alto nível de Passividade (N3), no sentido de alguém que não toma iniciativa
para resolver questões importantes para sua vida, que tem dificuldade de colocar em prática o que pensa e
que normalmente não consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Assim, esses seriam aspectos a serem
tratados com o psicólogo, uma vez que se associam diretamente à dificuldade de melhorar suas relações
interpessoais e aumentar as suas oportunidades e o seu desempenho profissional.

O nível muito alto de Pró-Sociabilidade (S2) sugere agressividade muito baixa e busca por seguir as normas
sociais e não contrariar as pessoas. Esse escore muito alto pode se tomar algo pouco adaptativo, pois é
necessária a percepção de ameaça e prejuízo físico, social ou psicológico para que as pessoas reajam a
situações desfavoráveis ou em que são prejudicadas por outros.

O baixo nível de Realização, de modo geral, dificulta a retomada da vida no trabalho, pois não é comum para
ele se organizar de modo a agir para mudar situações problemáticas. Seus resultados sugerem que ele age
apenas de forma reativa, preferindo deixar que as coisas aconteçam espontaneamente do que usando
estratégias próprias. Os resultados indicam ser alguém que geralmente não possui objetivos claros, que não
se dispõe a fazer sacrifícios para conseguir o que quer (R1 -Competência) e que também tende a não se esforçar
para fazer trabalho de qualidade e a se empenhar para se destacar nos variados campos da vida (R3 -
Empenho). É possível que seu nível de baixa Realização tenha favorecido para que se colocasse em uma posição
mais passiva profissionalmente.

Por fim, houve um resultado baixo no fator geral de Abertura, sugerindo ser alguém que gosta de rotina, que
não busca por novidades e que tende a ser mais conservador quanto a normas. Assim, a sua situação de
isolamento social deve ser tratada considerando esse dado, pois é possível que as poucas situações de
interação social já tenham se tornado parte de sua rotina e que, portanto, ele pode não querer facilmente
alterar essa configuração.

Comentários finais: o jovem apresentou uma série de indicadores que podem estar associados a quadros de
depressão ou ansiedade (em função dos escores altos em Neuroticismo), de dependência psicológica dos
outros (alta Vulnerabilidade) e à possibilidade de ser enganado em algumas situações, em função da baixa
agressividade e de certa ingenuidade (Pró-sociabilidade muito alta). Além disso, o perfil de passividade (N2),
baixo dinamismo (E3), baixo senso de competência (R 1) e pouco empenho em seus objetivos (R3) faz com que
a situação de desemprego e de isolamento social, que o levaram a procurar ajuda psicológica, tome-se mais
difícil de ser contornada, uma vez que ele não age de modo a solucionar seus próprios problemas.

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