Você está na página 1de 265

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

André Luiz Vieira de Sousa

PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE UMA RESIDÊNCIA


UNIFAMILIAR

Florianópolis
2022
André Luiz Vieira de Sousa

PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE UMA RESIDÊNCIA


UNIFAMILIAR

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em


Engenharia Civil do Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Civil
Orientador: Prof. Lourenço Panosso Perlin, Dr.

Florianópolis
2022
André Luiz Vieira de Sousa

PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE UMA RESIDÊNCIA


UNIFAMILIAR

Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina

Florianópolis, 14 de dezembro de 2022

________________________
Prof.a Liane Ramos da Silva, Dr.a
Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________
Prof. Lourenço Panosso Perlin, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Daiane de Sena Brisotto
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Roberto Caldas de Andrade Pinto
Universidade Federal de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida e a saúde que me foi concedida.

Agradeço aos meus pais por sempre cuidarem de mim durante todos os momentos
da minha vida e me incentivarem desde sempre a estudar para alcançar meus objetivos, além
de me introduzirem na área de edificações e da engenharia civil.

A toda a minha família, amigos e colegas presentes durante minha vida, em especial
durante o período de graduação.

A todos os professores do curso de engenharia civil da UFSC que estiveram


presentes durante minha formação, despertando interesse em diversas áreas do curso. Em
especial ao professor Lourenço, que me orientou na elaboração deste trabalho, pelo seu tempo
dedicado para que este trabalho fosse desenvolvido.

Por fim, agradeço a todos da empresa Beto Engenharia & Topografia pelas
oportunidades concedidas durante o período de estágio.
RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso apresenta a elaboração e desenvolvimento


do projeto estrutural de uma edificação unifamiliar de dois pavimentos em estrutura de
concreto armado. Tem como intuito aplicar em um caso prático as habilidades de cálculo e
projeto estrutural desenvolvida durante o curso de engenharia civil. O processo iniciou-se com
o desenvolvimento do projeto arquitetônico, sobre o qual foi realizada a concepção e pré-
dimensionamento dos elementos estruturais: pilares, vigas e lajes. Desses elementos, foram
dimensionados e detalhados as lajes de um pavimento, uma viga e um pilar por métodos
manuais com o auxílio de planilhas eletrônicas e softwares de análise estrutural. Foi
verificado nesse processo o Estado Limite Último, o Estado Limite de Serviço e a análise de
estabilidade global, dessa forma garantido o dimensionamento adequado e seguro dos
elementos. Por fim, desenvolveram-se as plantas de fôrmas dos pavimentos e as plantas de
detalhamento da viga e pilar selecionados. Para a elaboração de todos os cálculos seguiu-se as
normas técnicas brasileiras e suas recomendações referentes ao assunto.

Palavras-chave: Projeto estrutural. Concreto armado. Elementos estruturais. Cálculo


estrutural. Dimensionamento. Detalhamento.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Planta Baixa Pavimento Térreo ................................................................... 28


Figura 2 – Planta Baixa Pavimento Superior ................................................................ 29
Figura 3 – Concepção Estrutural Pavimento Térreo .................................................... 35
Figura 4 – Concepção Estrutural Pavimento Superior ................................................. 36
Figura 5 – Concepção Estrutural Pavimento Cobertura............................................... 37
Figura 6 – Concepção Estrutural Pavimento Caixa d’água e Cobertura Cx. d’água . 37
Figura 7 – Área de Influência dos Pilares no Pav. Térreo, Superior e Cobertura ...... 38
Figura 8 – Área de Influência dos Pilares no Pav. e Cobertura da Cx. d’água........... 38
Figura 9 – Limites mínimos de espessura das lajes maciças ...................................... 44
Figura 10 – Planta de Fôrmas Pavimento Térreo ......................................................... 46
Figura 11 – Planta de Fôrmas Pavimento Superior ...................................................... 47
Figura 12 – Planta de Fôrmas Pavimento Cobertura.................................................... 48
Figura 13 – Planta de Fôrmas Pavimento Caixa d’água e Cobertura Caixa d’água .. 48
Figura 14 – Vão Efetivo das Lajes ............................................................................... 50
Figura 15 – Casos de vinculação das lajes isoladas .................................................... 55
Figura 16 – Condições de Apoio das Lajes ................................................................. 59
Figura 17 – Carregamento devido alvenaria na L201 ................................................. 62
Figura 18 – Carregamento de Alvenaria em Lajes Bidirecionais............................... 62
Figura 19 – Carregamento de Alvenaria em Lajes Unidirecionais (menor vão) ....... 63
Figura 20 – Disposição dos Momentos Positivos nas Lajes Bidirecionais................ 73
Figura 21 – Disposição dos Momentos Negativos nas Lajes Bidirecionais .............. 74
Figura 22 – Disposição dos Momentos Positivos nas Lajes Unidirecionais ............. 75
Figura 23 – Disposição dos Momentos Negativos Compatibilhizados ..................... 76
Figura 24 – Disposição dos Momentos Positivos Corrigidos ..................................... 79
Figura 25 – Diagrama Tensão Deformação para Concretos de classe até C50 ......... 80
Figura 26 – Representação da Altura Útil “d” nas Lajes ............................................ 80
Figura 27 – Diagrama Tensão Deformação para o Aço.............................................. 82
Figura 28 – Domínios de Deformação no ELU ........................................................... 82
Figura 29 – Bordas Livres e Aberturas das Lajes Maciças....................................... 105
Figura 30 – Detalhamento Abertura (maior vão) ...................................................... 106
Figura 31 – Detalhamento Abertura (menor vão) ..................................................... 106
Figura 32 – Planta de Armaduras Positivas (Pav. Superior) .................................... 108
Figura 33 – Planta de Armaduras Negativas (Pav. Superior) ................................... 109
Figura 34 – Planta deArmaduras Positivas e Negativas (Pav. Cx. d’água) ............. 109
Figura 35 – Teoria das Charneiras Plásticas .............................................................. 111
Figura 36 – Efeitos Globais de Segunda Ordem ....................................................... 139
Figura 37 – Pórticos horizontais selecionados (térreo) ............................................. 144
Figura 38 – Pórticos verticais selecionados (térreo) ................................................. 144
Figura 39 – Pórticos horizontais associados .............................................................. 145
Figura 40 – Pórticos verticais associados .................................................................. 145
Figura 41 – Isopletas da velocidade básica (m/s) ...................................................... 147
Figura 42 – Fator Topográfico S1 .............................................................................. 148
Figura 43 – Dimensões da edificação ........................................................................ 151
Figura 44 – Coeficiente de arrasto para edificações (vento de baixa turbulência).. 153
Figura 45 – Coeficiente de arrasto para edificações (vento de alta turbulência)..... 154
Figura 46 – Esforços axiais direção X (vento direita)............................................... 157
Figura 47 – Esforços axiais direção X (vento esquerda) .......................................... 157
Figura 48 – Esforços axiais direção Y (vento direita)............................................... 158
Figura 49 – Esforços axiais direção Y (vento esquerda) .......................................... 158
Figura 50 – Esforços cortantes direção X (vento direita) ......................................... 158
Figura 51 – Esforços cortantes direção X (vento esquerda) ..................................... 159
Figura 52 – Esforços cortantes direção Y (vento direita) ......................................... 159
Figura 53 – Esforços cortantes direção Y (vento esquerda) ..................................... 159
Figura 54 – Momentos fletores direção X (vento direita)......................................... 160
Figura 55 – Momentos fletores direção X (vento esquerda) .................................... 160
Figura 56 – Momentos fletores direção Y (vento direita)......................................... 160
Figura 57 – Momentos fletores direção Y (vento esquerda) .................................... 160
Figura 58 – Deslocamentos direção X (vento direita) .............................................. 161
Figura 59 – Deslocamentos direção X (vento esquerda) .......................................... 161
Figura 60 – Deslocamentos direção Y (vento direita) .............................................. 161
Figura 61 – Deslocamentos direção Y (vento esquerda) .......................................... 162
Figura 62 – Esforços axiais direção X ....................................................................... 168
Figura 63 – Esforços axiais direção Y ....................................................................... 168
Figura 64 – Esforços cortantes direção X .................................................................. 168
Figura 65 – Esforços cortantes direção Y .................................................................. 169
Figura 66 – Momentos fletores direção X ................................................................. 169
Figura 67 – Momentos fletores direção Y ................................................................. 170
Figura 68 – Deslocamentos direção X ....................................................................... 170
Figura 69 – Deslocamentos direção Y ....................................................................... 170
Figura 70 – Viga selecionada para o dimensionamento e detalhamento ................. 178
Figura 71 – Envoltória de momentos fletores............................................................ 180
Figura 72 – Envoltória de esforços cortantes ............................................................ 180
Figura 73 – Armadura de Suspensão.......................................................................... 192
Figura 74 – Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo resistente .. 195
Figura 75 – Decalagem apoio P1................................................................................ 197
Figura 76 – Decalagem apoio P2................................................................................ 197
Figura 77 – Decalagem apoio P3................................................................................ 197
Figura 78 – Decalagem apoio P4................................................................................ 198
Figura 79 – Decalagem trecho P1-P2......................................................................... 198
Figura 80 – Decalagem trecho P2-P3......................................................................... 198
Figura 81 – Decalagem trecho P3-P4......................................................................... 199
Figura 82 – Barra ancorada com gancho na extremidade ......................................... 201
Figura 83 – Plamta de Armação da Viga V201 ......................................................... 206
Figura 84 – Envoltória de momentos de serviço (combinação frequente) .............. 209
Figura 85 – Flechas imediatas no pórtico (combinação quase permanente) ........... 213
Figura 86 – Concreto de envolvimento da armadura ................................................ 216
Figura 87 – Área de envolvimento ............................................................................. 218
Figura 88 – Pilar de canto P1 em planta .................................................................... 220
Figura 89 – Pilares de canto, extremidade e intermediários ..................................... 221
Figura 90 – Pórtico horizontal .................................................................................... 222
Figura 91 – Pórtico vertical ........................................................................................ 222
Figura 92 – Esforços axiais no P1 pórtico horizontal ............................................... 223
Figura 93 – Esforços axiais no P1 pórtico vertical .................................................... 223
Figura 94 – Momentos fletores no P1 pórtico horizontal ......................................... 224
Figura 95 – Momentos fletores no P1 pórtico vertical .............................................. 224
Figura 96 – Momento fletor mínimo de primeira ordem .......................................... 226
Figura 97 – Configurações dos eixos ......................................................................... 228
Figura 98 – Efeitos locais de segunda ordem ............................................................ 231
Figura 99 – Configurações das barras na seção ......................................................... 235
Figura 100 – Sequência dos ábacos............................................................................ 235
Figura 101 – Ábaco 9A para dimensionamento ........................................................ 238
Figura 102 – Ábaco 19A para dimensionamento ...................................................... 239
Figura 103 – Proteção contra flambagem das barras ................................................ 249
Figura 104 – Verificação estribo suplementar ........................................................... 249
Figura 105 – Envoltória do pilar P1 no térreo ........................................................... 251
Figura 106 – Planta de Armação do Pilar .................................................................. 252

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Área Total dos Pavimentos ......................................................................... 27


Tabela 2 – Classes de Agressividade Ambiental (CAA) ............................................. 30
Tabela 3 – Correspondência entre a CAA e a qualidade do concreto ......................... 31
Tabela 4 – Correspondência entre a CAA e o cobrimento nominal ............................ 31
Tabela 5 – Resumo dos Parâmetros Calculados do Concreto ..................................... 33
Tabela 6 – Resumo dos Parâmetros Calculados do Aço .............................................. 34
Tabela 7 – Coeficiente α para o pré-dimensionamento dos pilares............................. 39
Tabela 8 – Pré-dimensionamento dos Pilares ............................................................... 41
Tabela 9 – Pré-dimensionamento das Vigas Pavimento Superior............................... 43
Tabela 10 – Pré-dimensionamento das Vigas Pavimento Caixa d’água ..................... 44
Tabela 11 – Pré-dimensionamento das Lajes ............................................................... 45
Tabela 12 – Parâmetros a1 e a2 das Lajes .................................................................... 51
Tabela 13 – Vãos Efetivos das Lajes ............................................................................ 52
Tabela 14 – Tipo de Armação das Lajes ....................................................................... 53
Tabela 15 – Condições de Apoio das Lajes .................................................................. 58
Tabela 16 – Cargas Acidentais das Lajes...................................................................... 60
Tabela 17 – Peso Específico dos Materiais................................................................... 61
Tabela 18 – Cargas Permanentes das Lajes .................................................................. 64
Tabela 19 – Combinações de Serviço ........................................................................... 66
Tabela 20 – Valores dos Coeficientes de Redução do ELS ......................................... 67
Tabela 21 – Combinações de Carregamentos para as Lajes ........................................ 68
Tabela 22 – Coeficientes μx, μy, μx -, μy- para lajes retangulares (Casos 1, 2 e 3) .... 69
Tabela 23 – Coeficientes μx, μy, μx -, μy- para lajes retangulares (Casos 4, 5 e 6) .... 70
Tabela 24 – Coeficientes μx, μy, μx -, μy- para lajes retangulares (Casos 7, 8 e 9) .... 71
Tabela 25 – Momentos Fletores das Lajes Bidirecionais ............................................ 73
Tabela 26 – Cálculo Momentos Fletores em Lajes Unidirecionais............................. 75
Tabela 27 – Compatibilização dos Momentos Negativos............................................ 76
Tabela 28 – Correção dos Momentos Positivos ........................................................... 78
Tabela 29 – Taxas Mínimas de Armadura de Flexão................................................... 84
Tabela 30 – Valores Mínimos para Armaduras ............................................................ 85
Tabela 31 – Cálculo Armaduras Positivas (Menor Vão) ............................................. 89
Tabela 32 – Cálculo Armaduras Positivas (Maior Vão) .............................................. 90
Tabela 33 – Cálculo Armaduras Negativas .................................................................. 92
Tabela 34 – Detalhamento Armaduras Positivas (Menor Vão) ................................... 98
Tabela 35 – Detalhamento Armaduras Positivas (Maior Vão).................................... 99
Tabela 36 – Detalhamento Armaduras Negativa........................................................ 101
Tabela 37 – Detalhamento Armaduras de borda ........................................................ 104
Tabela 38 – Classificação dos Aços ............................................................................ 107
Tabela 39 – Massa de Aço ........................................................................................... 108
Tabela 40 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 1, 2 e 3)... 112
Tabela 41 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 4, 5 e 6)... 113
Tabela 42 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 7, 8 e 9)... 114
Tabela 43 – Cálculo Reações de Apoio das Lajes ...................................................... 116
Tabela 44 – Cálculo Esforço Cortante Resistente ...................................................... 118
Tabela 45 – Verificação do Comprimento de Ancoragem ........................................ 122
Tabela 46 – Momentos de Serviço das Lajes ............................................................. 126
Tabela 47 – Momentos de Fissuração das Lajes ........................................................ 127
Tabela 48 – Verificação da Fissuração das Lajes ....................................................... 127
Tabela 49 – Cálculo Momento de Inércia e Espessura Equivalente ......................... 130
Tabela 50 – Resumo Momento de Inércia e Espessura das Lajes ............................. 131
Tabela 51 – Coeficientes α para lajes retangulares Casos 1 a 9 ................................ 132
Tabela 52 – Cálculo Flechas Imediatas em Lajes Unidirecionais ............................. 133
Tabela 53 – Flechas Imediatas das Lajes .................................................................... 134
Tabela 54 – Flechas Totais das Lajes .......................................................................... 136
Tabela 55 – Verificação das Flechas das Lajes .......................................................... 137
Tabela 56 – Combinações de Carregamentos ............................................................. 142
Tabela 57 – Parâmetros meteorológicos ..................................................................... 150
Tabela 58 – Cálculo fator S2 ....................................................................................... 152
Tabela 59 – Valores mínimos do fator estatístico S3 ................................................. 152
Tabela 60 – Coeficiente de arrasto direção horizontal ............................................... 155
Tabela 61 – Coeficiente de arrasto direção vertical ................................................... 155
Tabela 62 – Velocidade do vento característico e pressão dinâmica ........................ 156
Tabela 63 – Áreas efetivas dos pavimentos ................................................................ 156
Tabela 64 – Força de arrasto ........................................................................................ 156
Tabela 65 – Peso próprio dos pilares por metro ......................................................... 163
Tabela 66 – Peso próprio das vigas ............................................................................. 163
Tabela 67 – Peso próprio das alvenarias ..................................................................... 164
Tabela 68 – Cargas permanentes das lajes sobre vigas .............................................. 165
Tabela 69 – Cargas acidentais das lajes sobre vigas .................................................. 166
Tabela 70 – Cargas pontuais sobre vigas .................................................................... 167
Tabela 71 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd1) ............................. 171
Tabela 72 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd2) ............................. 171
Tabela 73 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd3) ............................. 172
Tabela 74 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd4) ............................. 172
Tabela 75 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd1) ............................. 173
Tabela 76 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd2) ............................. 173
Tabela 77 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd3) ............................. 174
Tabela 78 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd4) ............................. 174
Tabela 79 – Cálculo coeficiente γz direção X ............................................................ 175
Tabela 80 – Cálculo coeficiente γz direção Y ............................................................ 175
Tabela 81 – Deslocamento horizontal direção X (vento direita) ............................... 176
Tabela 82 – Deslocamento horizontal direção Y (vento direita) ............................... 176
Tabela 83 – Deslocamento horizontal direção X (vento esquerda)........................... 176
Tabela 84 – Deslocamento horizontal direção Y (vento esquerda)........................... 177
Tabela 85 – Vão efetivo de cada trecho da viga V201 .............................................. 179
Tabela 86 – Momentos fletores máximos na viga V201 ........................................... 181
Tabela 87 – Momentos fletores nos apoios................................................................. 181
Tabela 88 – Cálculo Altura Útil (positiva) ................................................................. 185
Tabela 89 – Cálculo Armaduras Positivas .................................................................. 185
Tabela 90 – Cálculo Altura Útil (negativa)................................................................. 187
Tabela 91 – Cálculo Armaduras Negativas ................................................................ 187
Tabela 92 – Verificação Diagonais de Compressão ................................................... 189
Tabela 93 – Dimensionamento dos Estribos............................................................... 190
Tabela 94 – Detalhamento dos Estribos ...................................................................... 191
Tabela 95 – Comprimento de ancoragem e decalagem ............................................. 196
Tabela 96 – Cálculo área de aço ancoragem nos apoios ............................................ 203
Tabela 97 – Verificação armadura positiva nos apoios ............................................. 203
Tabela 98 – Verificação armadura negativa nos apoios............................................. 204
Tabela 99 – Ancoragem nos apoios extremos ............................................................ 204
Tabela 100 – Dimensionamento grampos nos apoios ................................................ 205
Tabela 101 – Verificação da fissuração na viga ......................................................... 209
Tabela 102 – Momento de inércia equivalente da viga.............................................. 212
Tabela 103 – Flechas imediatas na viga...................................................................... 214
Tabela 104 – Flechas diferidas no tempo na viga ...................................................... 214
Tabela 105 – Verificações nas flechas da viga ........................................................... 215
Tabela 106 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração ......................... 216
Tabela 107 – Verificações abertura de fissuras .......................................................... 219
Tabela 108 – Valores do coeficiente adicional para pilares ...................................... 225
Tabela 109 – Esforços internos atuantes no pilar P1 ................................................. 225
Tabela 110 – Momentos fletores mínimos de primeira ordem .................................. 227
Tabela 111 – Cálculo e verificação da esbeltez do pilar em X .................................. 230
Tabela 112 – Cálculo e verificação da esbeltez do pilar em Y .................................. 230
Tabela 113 – Situações de cálculo do momento fletor total ...................................... 233
Tabela 114 – Situações de cálculo para dimensionamento ........................................ 233
Tabela 115 – Momentos totais calculados .................................................................. 233
Tabela 116 – Situação 1 de cálculo ............................................................................. 234
Tabela 117 – Situação 2 de cálculo ............................................................................. 234
Tabela 118 – Situação 3 de cálculo ............................................................................. 234
Tabela 119 – Situação 4 de cálculo ............................................................................. 234
Tabela 120 – Definição dos ábacos ............................................................................. 237
Tabela 121 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 1) ..................... 240
Tabela 122 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 2) ..................... 241
Tabela 123 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 3) ..................... 241
Tabela 124 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 4) ..................... 241
Tabela 125 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 1) ............................................. 242
Tabela 126 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 2) ............................................. 242
Tabela 127 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 3) ............................................. 242
Tabela 128 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 4) ............................................. 242
Tabela 129 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 1, 2 e 3 Baldrame) ................. 243
Tabela 130 – Cálculo área de aço ................................................................................ 243
Tabela 131 – Verificação área de aço ......................................................................... 244
Tabela 132 – Verificação espaçamento entre faces.................................................... 246
Tabela 133 – Verificação espaçamento entre eixos ................................................... 246
Tabela 134 – Cálculo da emenda das barras ............................................................... 247
Tabela 135 – Detalhamento armadura longitudinal pilar P1 ..................................... 247
Tabela 136 – Detalhamento dos estribos ao longo do pilar P1 ................................. 248
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 25
1.1 OBJETIVOS .............................................................................................................. 25

1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 25

1.1.2 Objetivos Específicos............................................................................................... 26

1.1.3 Método ....................................................................................................................... 26

2 APRESENTAÇÃO DA ARQUITETURA E DADOS INICIAIS .................... 27


3 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ............................................................................ 30
3.1 PARÂMETROS ESTRUTURAIS DO PROJETO ................................................. 30

3.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA.................................................. 34

3.2.1 Pré-dimensionamento dos Pilares ......................................................................... 38

3.2.2 Pré-dimensionamento das Vigas ........................................................................... 42

3.2.3 Pré-dimensionamento das Lajes............................................................................ 44

4 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DAS LAJES......................... 49


4.1 VÃOS EFETIVOS .................................................................................................... 49

4.2 TIPO DE ARMAÇÃO .............................................................................................. 52

4.3 CONDIÇÕES DE APOIO ........................................................................................ 53

4.4 CARGAS ATUANTES............................................................................................. 59

4.4.1 Cargas Acidentais .................................................................................................... 60

4.4.2 Cargas Permanentes................................................................................................ 60

4.4.3 Combinações de Carregamentos ........................................................................... 65

4.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE FLEXÃO............................................................ 68

4.5.1 Momentos Fletores no ELU ................................................................................... 68

4.5.1.1 Lajes Bidirecionais .................................................................................................... 69

4.5.1.2 Lajes Unidirecionais ................................................................................................. 74

4.5.2 Compatibilização dos Momentos Fletores Negativos......................................... 76


4.5.3 Correção dos Momentos Fletores Positivos ......................................................... 77

4.5.4 Dimensionamento das Armaduras Longitudinais .............................................. 79

4.5.4.1 Armadura Mínima ..................................................................................................... 84

4.5.4.2 Cálculo das Armaduras Positivas ............................................................................ 85

4.5.4.3 Cálculo das Armaduras Negativas ........................................................................... 91

4.5.5 Detalhamento das Armaduras Longitudinais ..................................................... 93

4.5.5.1 Armaduras Positivas ................................................................................................. 94

4.5.5.2 Armaduras Negativas .............................................................................................. 100

4.5.5.3 Armaduras de Borda ............................................................................................... 102

4.5.5.4 Bordas Livres e Aberturas ...................................................................................... 105

4.5.6 Resumo de Aço ....................................................................................................... 106

4.6 ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE CISALHAMENTO ......................................... 110

4.6.1 Cálculo das Reações nas Vigas ............................................................................ 110

4.6.2 Cálculo do Esforço Cortante Resistente............................................................. 117

4.6.3 Verificação do Comprimento de Ancoragem .................................................... 118

4.7 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ......................................................................... 123

4.7.1 Verificação da Fissuração das Lajes................................................................... 123

4.7.2 Cálculo das Flechas ............................................................................................... 131

4.7.2.1 Flecha Imediata ....................................................................................................... 131

4.7.2.2 Flecha Diferida no Tempo ...................................................................................... 134

4.7.3 Verificação das Flechas......................................................................................... 136

5 ANÁLISE DA ESTABILIDADE GLOBAL ..................................................... 138


5.1 EFEITOS GLOBAIS DE SEGUNDA ORDEM ................................................... 138

5.1.1 Estruturas de Nós Fixos e Nós Móveis ............................................................... 139

5.1.2 Não Linearidade Física e Geométrica ................................................................ 139

5.1.3 Coeficiente γz .......................................................................................................... 140


5.1.4 Subestrutura de Contraventamento ................................................................... 141

5.2 COMBINAÇÕES DE AÇÕES ............................................................................... 141

5.3 PÓRTICOS ASSOCIADOS ................................................................................... 142

5.4 CARREGAMENTO HORIZONTAL DEVIDO AO VENTO............................. 145

5.4.1 Velocidade básica do vento .................................................................................. 146

5.4.2 Fator S1 ................................................................................................................... 147

5.4.3 Fator S2 ................................................................................................................... 149

5.4.4 Fator S3 ................................................................................................................... 152

5.4.5 Coeficiente de Arrasto .......................................................................................... 153

5.4.6 Cálculo do Carregamento Horizontal ................................................................ 155

5.4.7 Análise do Carregamento Horizontal................................................................. 156

5.4.7.1 Esforço Axial ............................................................................................................ 157

5.4.7.2 Esforço Cortante...................................................................................................... 158

5.4.7.3 Momento Fletor ....................................................................................................... 159

5.4.7.4 Deslocamentos ......................................................................................................... 161

5.5 CARREGAMENTOS VERTICAIS....................................................................... 162

5.5.1 Cálculo dos Carregamentos Verticais ................................................................ 162

5.5.2 Análise dos Carregamentos Verticais................................................................. 167

5.5.2.1 Esforço Axial ............................................................................................................ 167

5.5.2.2 Esforço Cortante...................................................................................................... 168

5.5.2.3 Momento Fletor ....................................................................................................... 169

5.5.2.4 Deslocamentos ......................................................................................................... 170

5.6 CÁLCULO COEFICIENTE “GAMA” Z .............................................................. 171

5.7 VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ..................................... 175

6 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DA VIGA ........................... 178


6.1 VÃOS EFETIVOS .................................................................................................. 178
6.2 ESFORÇOS NO ELU ............................................................................................. 179

6.3 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ........................ 181

6.3.1 Armadura Positiva ................................................................................................ 183

6.3.2 Armadura Negativa ............................................................................................... 186

6.4 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL .......................... 188

6.4.1 Verificação das diagonais de compressão .......................................................... 188

6.4.2 Dimensionamento dos Estribos ........................................................................... 189

6.4.3 Espaçamento entre Estribos ................................................................................ 191

6.4.4 Armadura de Suspensão ....................................................................................... 191

6.5 DETALHAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ............................... 193

6.5.1 Comprimento de Ancoragem............................................................................... 193

6.5.2 Decalagem do Diagrama de Momento Fletor ................................................... 194

6.5.3 Transpasse .............................................................................................................. 199

6.5.4 Ancoragem nos Apoios ......................................................................................... 200

6.6 VERIFICAÇÕES DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ................................... 207

6.6.1 Verificação da Fissuração da Viga...................................................................... 207

6.6.2 Cálculo das Flechas ............................................................................................... 213

6.6.2.1 Flecha Imediata ....................................................................................................... 213

6.6.2.2 Flecha Diferida no Tempo ...................................................................................... 214

6.6.3 Verificação das Flechas......................................................................................... 214

6.6.4 Verificação da Abertura de Fissuras .................................................................. 215

7 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DO PILAR ......................... 220


7.1 CARREGAMENTOS ............................................................................................. 221

7.2 ESFORÇOS INTERNOS DE PRIMEIRA ORDEM ............................................ 222

7.3 IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS LOCAIS ...................................................... 226

7.4 ESBELTEZ DO PILAR .......................................................................................... 227


7.5 EFEITOS LOCAIS DE SEGUNDA ORDEM ...................................................... 231

7.6 SITUAÇÕES DE CÁLCULO ................................................................................ 232

7.7 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ........................ 234

7.8 DETALHAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL ............................... 243

7.8.1 Armadura mínima e máxima .............................................................................. 243

7.8.2 Espaçamento entre barras ................................................................................... 244

7.8.3 Emenda por Transpasse ....................................................................................... 247

7.9 ARMADURA TRANSVERSAL ........................................................................... 248

7.10 VERIFICAÇÃO POR ENVOLTÓRIA ................................................................. 249

8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 253


9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 255
10 APÊNDICES .......................................................................................................... 256
25

1 INTRODUÇÃO
A engenharia civil possui diversas áreas de estudo, pesquisa e atuação profissional,
tais como: transportes, geotecnia, ciências geodésicas, construção civil e estruturas. Cada
área de estudo possui sua importância e muitas vezes se interligam na elaboração de grandes
projetos de engenharia, como pontes, barragens, viadutos, rodovias e entre outros. Dentro da
área de estruturas existem divisões quanto aos seus tipos: de madeira, metálicas e de
concreto armado, bem como a mistura entre esses tipos de estruturas.
Estruturas de concreto armado são amplamente utilizadas em diversos tipos de
obras, sendo as principais e mais usuais os edifícios residenciais e edificações unifamiliares.
Portanto, saber dimensionar esse tipo de estrutura é algo importante na formação do
engenheiro civil. O projeto estrutural de uma residência deve ser desenvolvido para garantir
segurança aos moradores do local e também para evitar desperdício de materiais (concreto e
aço) com o superdimensionamento de elementos estruturais, ou seja, busca-se desenvolver
um projeto econômico, seguro e eficiente.
Sabendo dessa importância, será desenvolvido ao longo do trabalho o projeto
estrutural de uma edificação unifamiliar em concreto armado apresentando todas as suas
etapas: desenvolvimento da arquitetura, concepção estrutural, pré-dimensionamento,
dimensionamento, detalhamento, verificações, análise estrutural de estabilidade e plantas de
fôrmas e armaduras. A arquitetura desenvolvida buscou atender as necessidades de conforto,
espaços e ambientes indispensáveis para uma edificação unifamiliar.
Como todo projeto a ser desenvolvido, é importante seguir as normas brasileiras
estabelecidas, em especial a NBR 6118/2014 referente ao projeto de estruturas de concreto
armado. Além disso, é preciso respeitar as imposições do projeto arquitetônico para haver
conforto visual.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Aplicar as habilidades de cálculo e análise de estruturas de concreto armado


desenvolvidas durante o curso, numa situação prática de projeto estrutural de uma residência
unifamiliar desenvolvendo os cálculos de dimensionamento e detalhamento de lajes maciças
26

de um pavimento, de uma viga e um pilar selecionado, de acordo com a NBR 6118/2014.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Desenvolver um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar que atenda todas


as necessidades de ambientes;
 Desenvolver a concepção estrutural da edificação em concreto armado de tal forma
que se tenha uma estrutura segura sem comprometer a estética arquitetônica;
 Efetuar o pré-dimensionamento dos elementos estruturais;
 Realizar a análise de estabilidade global da edificação;
 Verificar o dimensionamento dos elementos considerando os estados de limites de
serviço estabelecidos pela norma;
 Compreender o funcionamento em conjunto dos elementos estruturais: lajes maciças,
vigas e pilares;
 Desenvolver a planta de fôrmas e de armadura das lajes e a planta de detalhamento da
viga e do pilar.

1.1.3 Método

A metodologia consiste em desenvolver um projeto arquitetônico de uma edificação


unifamiliar com dois pavimentos que será utilizado para a realização da concepção estrutural,
dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais. Tal projeto e demais plantas
serão desenvolvidas no software AutoCAD. O cálculo estrutural será feito usando métodos de
dimensionamentos manuais com o auxílio de planilhas eletrônicas e o software Ftool de
análise estrutural, de acordo com a norma NBR 6118/2014. Também será necessário utilizar
a norma NBR 6120/2019 que estabelece as cargas para o cálculo estrutural de uma edificação.
Para não ocorrer repetições desnecessárias do processo de cálculo e tendo em vista que se
trata de um trabalho acadêmico será desenvolvido o cálculo da laje de apenas um pavimento
mais a laje da caixa d’água, uma viga e um pilar selecionados.
27

2 APRESENTAÇÃO DA ARQUITETURA E DADOS INICIAIS


O projeto arquitetônico elaborado tem uso residencial unifamiliar, possuindo dois
pavimentos (térreo e superior) mais o pavimento da caixa d’água, totalizando uma área
construída de 347,69 m2 dividida conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Área Total dos Pavimentos


Pavimento Área Total (m2)
Térreo 201,17
Superior 136,62
Caixa d’água 9,90
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os dois pavimentos possuem pé-direito estrutural de 3,00 metros, já o pavimento da
caixa d’água está elevado a 1,40 metros da cobertura e possui altura de 1,80 metros. O
pavimento térreo possui os seguintes ambientes: garagem; hall de entrada; sala de estar; sala
de jantar; cozinha; despensa; área de serviço; área externa; lavabo e uma suíte. Já o pavimento
superior possui: sala de estar; varanda coberta; duas suítes e uma suíte master com closet e
banheiro de maior área. A cobertura é de estrutura de madeira com telha cerâmica, possui
inclinação de 30% e beiral de 80 cm. No pavimento da caixa d’água é previsto uma caixa
d’água de 2500 litros.
A garagem e área externa do térreo são feitas em estruturas de madeira (vigas e
pilares), enquanto o restante da edificação é de concreto armado. A alvenaria de vedação
externa e interna possui espessura total de 20 cm, sendo composta por blocos cerâmicos
vazados de 17 x 19 x 19 cm e duas camadas de reboco mais acabamento com 1,5 cm de
espessura. Também será aplicado nos pavimentos reboco no teto com 1,5 cm de espessura,
composto por argamassa de cal, cimento e areia.
No pavimento térreo o contrapiso é apoiado diretamente sobre o solo compactado e
limpo com espessura de 10 cm, ou seja, não possui laje em concreto armado. Já nos demais
pavimentos o contrapiso possui 3 cm de espessura. O contrapiso é composto por argamassa de
cimento e areia. Nos pavimentos térreo e superior, sobre a camada de contrapiso possui
revestimento cerâmico com 1 cm de espessura.
28

As Figuras 1 e 2 apresentadas a seguir (sem escala) ilustram a disposição dos


ambientes nas plantas baixas dos pavimentos. O projeto arquitetônico completo em escala
adequada com todos os detalhes das plantas baixas dos pavimentos, planta de cobertura, corte
em elevação da escada, quadros de área e esquadrias encontram-se no Apêndice A.

Figura 1 – Planta Baixa Pavimento Térreo

Fonte: Elaborado pelo Autor


29

Figura 2 – Planta Baixa Pavimento Superior

Fonte: Elaborado pelo Autor


30

3 CONCEPÇÃO ESTRUTURAL

3.1 PARÂMETROS ESTRUTURAIS DO PROJETO

Definem-se os parâmetros estruturais do projeto, seguindo as recomendações da


NBR 6118/2014. Para isso, é considerado que o projeto está localizado na cidade de
Florianópolis, SC, na região do bairro Itacorubi a uma distância de 2 km do mar, ou seja, um
ambiente urbano. Portanto, conforme apresenta na Tabela 2 a seguir, a classe de agressividade
ambiental (CAA) do projeto é a moderada (CAA-II) com risco pequeno de deterioração da
estrutura.

Tabela 2 – Classes de Agressividade Ambiental (CAA)

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 6.1)

Sabendo que se trata de uma estrutura de concreto armado e com a classe de


agressividade ambiental definida, utiliza-se a Tabela 3 e 4, apresentadas a seguir, para
determinar as características do concreto e cobrimentos, respectivamente. Pela Tabela 3, é
definido que a relação água/cimento deve ser menor ou igual a 0,60 e a classe do concreto
C25, ou seja, é adotado fck de 25 MPa, que representa a resistência característica do concreto
à compressão aos 28 dias. Já pela Tabela 4 são definidos os cobrimentos dos elementos
estruturais, que serão de: 25 mm (2,5 cm) para as lajes; 30 mm (3,0 cm) para vigas e pilares; e
31

de 45 mm (4,5 cm) para elementos estruturais em contato com o solo, como as vigas baldrame
e fundações (sapatas). O cobrimento superior da laje pode ser reduzido para 15 mm (1,5 cm),
conforme a nota b Tabela 4, visto que sobre as mesmas será aplicado uma camada de
contrapiso e revestimento cerâmico.

Tabela 3 – Correspondência entre a CAA e a qualidade do concreto

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 7.1)

Tabela 4 – Correspondência entre a CAA e o cobrimento nominal

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 7.2)


32

Como agregado graúdo granítico é selecionada a brita 1 que possui 19 mm (1,9 cm)
como maior dimensão. Também deve-se definir o tempo de escoramento dos elementos
estruturais, que será de 21 dias. O aço utilizado será o CA-50 para armaduras longitudinais e
CA-60 para armaduras transversais (estribos). Todas as imposições e limites estabelecidos de
acordo com a NBR 6118/2014 serão utilizados no dimensionamento e detalhamento da
estrutura e devem ser respeitados durante a execução, sendo conferidos com alto controle.
Com todas essas definições, é possível calcular parâmetros estruturais importantes em relação
ao concreto e ao aço, conforme apresentado a seguir.
Primeiro calcula-se a resistência de cálculo do concreto à compressão, fcd, a partir
do valor fck aplicando a Equação 1.
𝑓𝑐𝑘 25
𝑓𝑐𝑑 = = = 17,86 𝑀𝑃𝑎 1
1,4 1,4

Em seguida, é calculada a resistência média à tração (fct,m) pela Equação 2.

2⁄ 2⁄ 2
𝑓𝑐𝑡, 𝑚 = 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3 = 0,3 ∗ 25 3 = 2,56 𝑀𝑃𝑎
Calcula-se também a resistência à tração inferior e superior característica e de
cálculo, conforme apresentado a seguir.

3
𝑓𝑐𝑡, 𝑖𝑛𝑓 = 0,7 ∗ 𝑓𝑐𝑡, 𝑚 = 0,7 ∗ 2,56 = 1,80 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑡, 𝑠𝑢𝑝 = 1,3 ∗ 𝑓𝑐𝑡, 𝑚 = 1,3 ∗ 2,56 = 3,33 𝑀𝑃𝑎 4

𝑓𝑐𝑡, 𝑖𝑛𝑓 1,80


𝑓𝑐𝑡𝑑 = = = 1,28 𝑀𝑃𝑎 5
1,4 1,4
Por fim, calculam-se os módulos de elasticidade, inicial e secante, do concreto, pelas
equações a seguir. O coeficiente αE na Equação 6 vale 1, pois trata-se de um agregado
granítico.

6
𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 ∗ 5600 ∗ √𝑓𝑐𝑘 = 1 ∗ 5600 ∗ √25 = 28000 𝑀𝑃𝑎

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 ∗ 𝐸𝑐𝑖 = 0,86 ∗ 28000 = 24150 𝑀𝑃𝑎 7

Onde αi é calculado pela Equação 8:


33

𝑓𝑐𝑘 25 8
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ∗ = 0,8 + 0,2 ∗ = 0,86
80 80

A Tabela 5 apresenta um resumo de todos os dados calculados referentes ao


concreto.

Tabela 5 – Resumo dos Parâmetros Calculados do Concreto

Característica do Concreto Valor (MPa)

fck 25

fcd 17,86

fct,m 2,56

fctk,inf 1,80

fctk,sup 3,33

fctd 1,28

Eci 28000

Ecs 24150

Fonte: Elaborado pelo Autor


Quanto ao aço, calcula-se a resistência de cálculo para os tipos especificados
anteriormente utilizando os valores da resistência característica, que são para o aço CA-50 e
CA-60, respectivamente, 500 MPa e 600 MPa.

𝑓𝑦𝑘 500 9
𝑓𝑦𝑑 (𝐶𝐴 − 50) = = = 434,78 𝑀𝑃𝑎
1,15 1,15

𝑓𝑦𝑘 600
𝑓𝑦𝑑 (𝐶𝐴 − 60) = = = 521,74 𝑀𝑃𝑎 10
1,15 1,15
34

Pela NBR 6118/2014, deve-se considerar para fins de dimensionamento o valor de


210 GPa ou 210000 MPa como módulo de elasticidade do aço (Es). A Tabela 6 apresenta um
resumo dos parâmetros calculados referentes ao aço.

Tabela 6 – Resumo dos Parâmetros Calculados do Aço


Característica do Aço Valor (MPa)

fyk CA-50 500

fyd CA-50 434,78

fyk CA-60 600

fyd CA-60 521,74

Es 210000

Fonte: Elaborado pelo Autor

3.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA

Com a arquitetura e parâmetros estruturais definidos e calculados, é possível iniciar


a concepção e lançamento da estrutura, realizando o pré-dimensionamento dos pilares, vigas e
lajes. Como dito anteriormente, será dimensionado apenas as lajes de um pavimento, que será
o pavimento superior, e a laje do pavimento caixa d’água. Portanto, serão pré-dimensionadas
apenas as vigas e lajes desses pavimentos. Já os pilares devem ser pré-dimensionados para
todos os pavimentos em que cruzam, mantendo sempre a mesma seção transversal. A seguir é
apresentada a concepção das fôrmas dos pavimentos (sem escala e sem dimensões dos
elementos) desenvolvidas para a realização do pré-dimensionamento.
35

Figura 3 – Concepção Estrutural Pavimento Térreo

Fonte: Elaborado pelo Autor


36

Figura 4 – Concepção Estrutural Pavimento Superior

Fonte: Elaborado pelo Autor


37

Figura 5 – Concepção Estrutural Pavimento Cobertura

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 6 – Concepção Estrutural Pavimento Caixa d’água e Cobertura Cx. d’água

Fonte: Elaborado pelo Autor


38

3.2.1 Pré-dimensionamento dos Pilares

Para o pré-dimensionamento dos pilares é necessário estimar a carga atuante sobre


cada pilar através do método das áreas de influência, que são delimitadas considerando a
metade da distância entre os pilares próximos. A Figura 7 apresenta a área de influência
considerada para cada pilar no pavimento térreo, superior e cobertura. Já a Figura 8 apresenta
as áreas de influência dos pilares que seguem para o pavimento caixa d’água e cobertura da
caixa d’água.

Figura 7 – Área de Influência dos Pilares no Pav. Térreo, Superior e Cobertura

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 8 – Área de Influência dos Pilares no Pav. e Cobertura da Cx. d’água

Fonte: Elaborado pelo Autor


39

A carga estimada é calculada pela Equação 11.


𝑁𝑘 = 𝐴 × 𝑝 × 𝑛 11
Onde:
Nk é a força de compressão atuante estimada no pilar;
A é a área de influência do pilar analisado;
p é a carga vertical em edifícios usuais e é adotado o valor de 12 kN/m 2 ;
n é o número de pavimentos.
Além disso, deve-se adicionar um coeficiente α em função dos esforços devido à
flexão compostas que podem atuar no pilar (momentos fletores). Esse coeficiente depende da
posição do pilar na edificação e são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 – Coeficiente α para o pré-dimensionamento dos pilares


Posição do Pilar α
Centro 1,8
Extremidade 2,2
Canto 2,5
Fonte: Elaborado pelo Autor

A carga final para o pré-dimensionamento, Neq , é dada pela Equação 12.


𝑁𝑒𝑞 = 𝑁𝑘 × 𝛼 12
Dessa forma, é possível calcular a área de concreto estimada para a seção transversal
do pilar, através da Equação 13.
𝑁𝑒𝑞
𝐴𝑐 = 13
0,85 × 𝑓𝑐𝑑 + 𝜌 × 𝜎𝑠
Onde:
fcd vale 17,86 MPa (Tabela 5);
ρ é a taxa de armadura estimada, cujo valor deve variar entre 1,5% e 2% e para este
pré-dimensionamento foi adotado o valor de 2%;
σs é a tensão do aço da armadura (CA-50) correspondente à deformação εc2 do
concreto. Sabe-se pela NBR 6118/2014 que para concretos com fck ≤ 50 MPa o valor de εc2 é
de 2 ‰, ou seja, 0,2% que é inferior à deformação de escoamento do aço CA-50 (εyd =
0,207%). Dessa forma:
𝜎𝑠 = 𝜀𝑐2 × 𝐸𝑠 = 210000 × 0,2% = 420 𝑀𝑃𝑎 14
40

Com a área de concreto calculada, é possível adotar a menor dimensão do pilar,


respeitando os critérios da NBR 6118/2014. Pela norma, a dimensão mínima de um pilar é de
19 cm, porém pode ser reduzida para até 14 cm. Nessas situações deve-se considerar um
coeficiente adicional no cálculo dos esforços de dimensionamento dos pilares, conforme será
visto mais adiante. Será então calculada a maior dimensão do pilar, verificando se respeita o
critério da norma que não permite seções transversais com área menor a 360 m2. Caso não
respeite será adotada uma nova dimensão para a área mínima. A Tabela 8 apresenta o pré-
dimensionamento efetuado para cada um dos pilares da edificação. Nota-se que foram fixados
17 cm como menor dimensão, visto que o bloco cerâmico da alvenaria possui a mesma
dimensão.
41

Tabela 8 – Pré-dimensionamento dos Pilares


Pavimento
Torre Caixa Cobertura Ac
Térreo Superior Cobertura Neq b adot. h calc. h adot.
Pilar Posição α d'água Torre Caixa Nk (kN) Ac (m2) adot.
(kN) (cm) (cm) (cm)
(cm2)
A (m2) n A (m2) n A (m2) n A (m2) n A (m2) n
P1 Canto 2,5 5,09 1 5,09 1 5,09 1 0,00 0 0,00 0 183,2 458,1 360 17 21 25 425
P2 Extremidade 2,2 11,07 1 11,07 1 11,07 1 0,00 0 0,00 0 398,5 876,7 372 17 22 25 425
P3 Extremidade 2,2 10,10 1 10,10 1 10,10 1 0,00 0 0,00 0 363,6 799,9 360 17 21 25 425
P4 Canto 2,5 4,04 1 4,04 1 4,04 1 0,00 0 0,00 0 145,4 363,6 360 17 21 25 425
P5 Extremidade 2,2 9,65 1 9,65 1 9,65 1 0,00 0 0,00 0 347,4 764,3 360 17 21 25 425
P6 Centro 1,8 21,01 1 21,01 1 21,01 1 0,00 0 0,00 0 756,4 1361,4 577 17 34 35 595
P7 Centro 1,8 19,17 1 19,17 1 19,17 1 0,00 0 0,00 0 690,1 1242,2 527 17 31 35 595
P8 Extremidade 2,2 7,67 1 7,67 1 7,67 1 0,00 0 0,00 0 276,1 607,5 360 17 21 25 425
P9 Canto 2,5 4,93 1 4,93 1 4,93 1 0,00 0 0,00 0 177,5 443,7 360 17 21 25 425
P10 Canto 2,5 13,42 1 13,42 1 13,42 1 3,15 1 3,15 1 558,7 1396,8 592 17 35 35 595
P11 Centro 1,8 14,04 1 14,04 1 14,04 1 3,15 1 3,15 1 581,0 1045,9 444 17 26 30 510
P12 Extremidade 2,2 5,62 1 5,62 1 5,62 1 0,00 0 0,00 0 202,3 445,1 360 17 21 25 425
P13 Canto 2,5 3,15 1 3,15 1 3,15 1 3,15 1 3,15 1 189,0 472,5 360 17 21 25 425
P14 Extremidade 2,2 5,00 1 5,00 1 5,00 1 3,15 1 3,15 1 255,6 562,3 360 17 21 25 425
P15 Canto 2,5 2,00 1 2,00 1 2,00 1 0,00 0 0,00 0 72,0 180,0 360 17 21 25 425
fcd (MPa) 17,86 ρ (%) 2%
Observação
p (kN/m2) 12 σs (MPa) 420
Fonte: Elaborado pelo Autor
42

3.2.2 Pré-dimensionamento das Vigas

Todas as vigas da edificação vão possuir 17 cm como base, que é maior que o
mínimo admitido pela NBR 6118/2014 de 12 cm, com intuito de possuir a mesma dimensão
da alvenaria e dos pilares, ou seja, uma escolha visando à parte estética e também executiva
dos elementos. Para o pré-dimensionamento da altura da viga utilizou-se a seguinte relação:

𝐿
ℎ= 15
10
Onde:
h é a altura da viga;
L é o comprimento do vão efetivo da viga.
Para a viga contínua, ou seja, formada por vários trechos de vigas menores é adotado
um valor de altura constante que satisfaça todos os trechos. A Tabela 9 apresenta o pré-
dimensionamento das vigas do pavimento superior e a Tabela 10 do pavimento caixa d’água.
43

Tabela 9 – Pré-dimensionamento das Vigas Pavimento Superior


Pavimento Superior

Viga Trecho L (cm) L/10 (cm) h adot. (cm)

V201A 384 38,4


V201B 274 27,4
V201 40
V201C 198 19,8
V201D 300 30,0
V202A 203 20,3
V202 35
V202B 303 30,3
V203A 379 37,9
V203B 269 26,9
V203 40
V203C 203 20,3
V203D 303 30,3
V204A 380 38,0
V204B 278 27,8
V204 40
V204C 203 20,3
V204D 295 29,5
V205A 278 27,8
V205 V205B 203 20,3 30
V205C 295 29,5
V206A 429 42,9
V206 45
V206B 436 43,6

V207 - 448 44,8 45

V208A 177 17,7


V208 45
V208B 433 43,3

V209 - 203 20,3 30

V210A 158 15,8


V210 30
V210B 273 27,3
V211A 182 18,2
V211 V211B 424 42,4 45
V211C 149 14,9
V212A 203 20,3
V212B 429 42,9
V212 45
V212C 154 15,4
V212D 265 26,5
Fonte: Elaborado pelo Autor
44

Tabela 10 – Pré-dimensionamento das Vigas Pavimento Caixa d’água


Pavimento Caixa D'água

Viga L (cm) L/10 (cm) h adot. (cm)

V401 498 49,8 50

V402 498 49,8 50

V403 177 17,7 30

V404 182 18,2 30


Fonte: Elaborado pelo Autor

3.2.3 Pré-dimensionamento das Lajes

Por fim, é feito o pré-dimensionamento da altura das lajes do pavimento superior e


caixa d’água, a partir da seguinte relação:
𝑙0𝑥
ℎ= 16
40
Onde:
l0x é o comprimento do menor vão da laje.
É necessário verificar o valor calculado da altura da laje com os limites dispostos na
NBR 6118/2014, apresentados na Figura 9.

Figura 9 – Limites mínimos de espessura das lajes maciças

Fonte: NBR 6118/2014 (Item 13.2.4.1)


45

Todas as lajes são de piso não em balanço, portanto, possuem altura mínima de 8
cm. A Tabela 11 apresenta o pré-dimensionamento das lajes. Nota-se que a laje L401 foi
arredondada para 12 cm, pois se trata de uma laje que vai receber a carga de caixa d’água e
outros equipamentos. Além dessa, a laje 207 foi arredondado o valor de 10,8 cm para 12 cm,
com intuito de facilitar sua execução e também por ser uma laje de dimensões elevadas. As
demais utilizaram o valor mínimo ou inteiro imediatamente superior ao calculado pela
Equação 16.

Tabela 11 – Pré-dimensionamento das Lajes


Pavimento Superior e Caixa d'água

Laje l0x (cm) l0y (cm) l0x/40 (cm) h mín. (cm) h adot. (cm)

L201 278 448 7,0 8 8


L202 388 448 9,7 8 10
L203 273 523 6,8 8 8
L204 158 203 4,0 8 8
L205 158 303 4,0 8 8
L206 388 433 9,7 8 10
L207 433 498 10,8 8 12
L208 303 433 7,6 8 8
L209 203 203 5,1 8 8
L210 203 303 5,1 8 8
L401 203 498 5,1 8 12
Fonte: Elaborado pelo Autor
A seguir são apresentadas as plantas de fôrmas de toda a edificação sem escala e
com as dimensões pré-dimensionadas das lajes, vigas e pilares de interesse para a continuação
do trabalho. O projeto de fôrmas completo em escalas com todos os detalhes encontra-se no
Apêndice B deste trabalho.
46

Figura 10 – Planta de Fôrmas Pavimento Térreo

Fonte: Elaborado pelo Autor


47

Figura 11 – Planta de Fôrmas Pavimento Superior

Fonte: Elaborado pelo Autor


48

Figura 12 – Planta de Fôrmas Pavimento Cobertura

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 13 – Planta de Fôrmas Pavimento Caixa d’água e Cobertura Caixa d’água

Fonte: Elaborado pelo Autor


49

4 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DAS LAJES

Dimensionar uma laje isolada por métodos manuais (Método Elástico) consiste em
definir sua espessura, detalhar a armadura necessária calculada e realizar verificações do
Estado Limite de Serviço, referente à fissuração e deslocamentos. Nessa etapa é calculada a
flecha imediata e diferida no tempo devido ao fenômeno de fluência do concreto. Esses
valores devem ser inferiores aos limites de deslocamentos estabelecidos pela NBR 6118/2014,
como será visto mais adiante. Deve-se também verificar os momentos fletores no estado de
serviço com o momento de fissuração do elemento.
Realiza-se o cálculo da armadura positiva e negativa da laje no Estado Limite
Último (ELU) de Flexão para a elaboração das plantas de armação das lajes do pavimento e
quantificação do aço necessário para a execução do projeto. Nessa etapa as lajes deixam de
ser vistas como elementos independentes no pavimento, para que os momentos fletores
possam ser compatibilizados. Outra verificação a ser feita é referente ao Estado Limite Último
de Cisalhamento, onde se verifica os valores das reações das lajes nas vigas com o esforço de
cisalhamento máximo.
Antes de iniciar as verificações e cálculo de armadura, é necessário definir
parâmetros essenciais para cada laje a ser dimensionada, que são: os vãos efetivos; tipo de
armação; condições de apoio; e cargas atuantes. A seguir serão definidos esses parâmetros
para as 11 lajes a serem dimensionadas no projeto, seguindo todos os critérios estabelecidos
pela NBR6118/2014. A fim de evitar repetições o procedimento de cálculo será feito para
duas lajes distintas, contemplando lajes uni e bidirecionais.

4.1 VÃOS EFETIVOS

Os vãos efetivos de uma laje são calculados de acordo com a Equação 17, a seguir:
𝑙 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑎1 + 𝑙 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 + 𝑎2 17
Onde:
l livre é o valor do vão livre da laje, l0x ou l0y;
a1 e a2 são distâncias calculadas pela Equação 18 e 19.
𝑡1/2
𝑎1 ≤ { } 18
0,3 × ℎ
50

𝑡2/2
𝑎2 ≤ { } 19
0,3 × ℎ

Onde:
h é a espessura da laje pré-dimensionada anteriormente (Tabela 11);
t1 e t2 são distâncias relacionadas às vigas definidas de acordo com a Figura 14.

Figura 14 – Vão Efetivo das Lajes

Fonte: NBR 6118/2014 (Figura 14.5)

Como todas as vigas possuem a mesma base de 17 cm, os valores de t1 e t2 são


iguais e valem 17 cm.

Cálculo para a L201:


𝑙0𝑥 = 278 𝑐𝑚
𝑙0𝑦 = 448 𝑐𝑚
ℎ = 8 𝑐𝑚
𝑡1 17
𝑎1 ≤ { = = 8,5 𝑐𝑚 }
2 2
0,3 × ℎ = 0,3 × 8 = 𝟐, 𝟒 𝒄𝒎
𝑡2 17
𝑎2 ≤ { = = 8,5 𝑐𝑚 }
2 2
0,3 × ℎ = 0,3 × 8 = 𝟐, 𝟒 𝒄𝒎
𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑉ã𝑜: 𝑙𝑥 = 𝑎1 + 𝑙0𝑥 + 𝑎2 = 2,4 + 278 + 2,4 = 282,8 → 𝟐𝟖𝟑 𝒄𝒎
𝑀𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑉ã𝑜: 𝑙𝑦 = 𝑎1 + 𝑙0𝑦 + 𝑎2 = 2,4 + 448 + 2,4 = 452,8 → 𝟒𝟓𝟑 𝒄𝒎
51

Cálculo para a L401:


𝑙0𝑥 = 203 𝑐𝑚
𝑙0𝑦 = 498 𝑐𝑚
ℎ = 12 𝑐𝑚
𝑡1 17
𝑎1 ≤ { = = 8,5 𝑐𝑚 }
2 2
0,3 × ℎ = 0,3 × 12 = 𝟑, 𝟔 𝒄𝒎
𝑡2 17
𝑎2 ≤ { = = 8,5 𝑐𝑚 }
2 2
0,3 × ℎ = 0,3 × 12 = 𝟑, 𝟔 𝒄𝒎
𝑀𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑉ã𝑜: 𝑙𝑥 = 𝑎1 + 𝑙0𝑥 + 𝑎2 = 3,6 + 203 + 3,6 = 𝟐𝟏𝟎 𝒄𝒎
𝑀𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑉ã𝑜: 𝑙𝑦 = 𝑎1 + 𝑙0𝑦 + 𝑎2 = 3,6 + 498 + 3,6 = 𝟓𝟎𝟓 𝒄𝒎

As Tabelas 12 e 13 apresentam os valores de a1 e a2 e os valores dos vãos efetivos


calculados para cada laje, respectivamente.

Tabela 12 – Parâmetros a1 e a2 das Lajes

Laje h (cm) t1 (cm) t2 (cm) a1 (cm) a2 (cm)

L201 8 17 17 2,4 2,4


L202 10 17 17 3,0 3,0
L203 8 17 17 2,4 2,4
L204 8 17 17 2,4 2,4
L205 8 17 17 2,4 2,4
L206 10 17 17 3,0 3,0
L207 12 17 17 3,6 3,6
L208 8 17 17 2,4 2,4
L209 8 17 17 2,4 2,4
L210 8 17 17 2,4 2,4
L401 12 17 17 3,6 3,6
Fonte: Elaborado pelo Autor
52

Tabela 13 – Vãos Efetivos das Lajes

Laje a1 (cm) a2 (cm) l0x (cm) l0y (cm) lx (cm) ly (cm)

L201 2,4 2,4 278 448 283 453


L202 3 3 388 448 394 454
L203 2,4 2,4 273 523 278 528
L204 2,4 2,4 158 203 163 208
L205 2,4 2,4 158 303 163 308
L206 3 3 388 433 394 439
L207 3,6 3,6 433 498 440 505
L208 2,4 2,4 303 433 308 438
L209 2,4 2,4 203 203 208 208
L210 2,4 2,4 203 303 208 308
L401 3,6 3,6 203 498 210 505
Fonte: Elaborado pelo Autor

4.2 TIPO DE ARMAÇÃO

A definição do tipo de armação da laje é feita a partir dos vãos efetivos e calculada
de acordo com a Equação 20.
𝑙𝑦
𝜆= 20
𝑙𝑥
Onde:
Se λ > 2, a laje é dita como unidirecional, ou seja, é armada apenas na menor direção
(x) e a maior direção (y) considera-se a armadura mínima. Quando λ ≤ 2 a laje é bidirecional e
calcula-se armadura para as duas direções do elemento. É importante definir isso, pois no
Método Elástico o processo de dimensionamento é diferente para lajes uni e bidirecionais.

Cálculo para a L201:


𝑙𝑥 = 283 𝑐𝑚
𝑙𝑦 = 453 𝑐𝑚
𝑙𝑦 453
𝜆= = = 𝟏, 𝟔𝟎 ≤ 2,00 → 𝑩𝒊𝒅𝒊𝒓𝒆𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍
𝑙𝑥 283

Cálculo para a L401:


𝑙𝑥 = 210 𝑐𝑚
53

𝑙𝑦 = 505 𝑐𝑚
𝑙𝑦 505
𝜆= = = 𝟐, 𝟒𝟎 > 2,00 → 𝑼𝒏𝒊𝒅𝒊𝒓𝒆𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍
𝑙𝑥 210

A Tabela 14 apresenta o cálculo do parâmetro λ, definindo-se o tipo de armação de


cada laje. Nota-se que apenas a laje L401 do reservatório resultou em laje unidirecional.

Tabela 14 – Tipo de Armação das Lajes

Laje lx (cm) ly (cm) λ Tipo de Armação

L201 282,8 452,8 1,60 Bidirecional


L202 394 454 1,15 Bidirecional
L203 277,8 527,8 1,90 Bidirecional
L204 162,8 207,8 1,28 Bidirecional
L205 162,8 307,8 1,89 Bidirecional
L206 394 439 1,11 Bidirecional
L207 440,2 505,2 1,15 Bidirecional
L208 307,8 437,8 1,42 Bidirecional
L209 207,8 207,8 1,00 Bidirecional
L210 207,8 307,8 1,48 Bidirecional
L401 210,2 505,2 2,40 Unidirecional
Fonte: Elaborado pelo Autor

4.3 CONDIÇÕES DE APOIO

A laje unidirecional tem um dimensionamento mais simplificado e similar ao de uma


viga com carga vertical distribuída, onde se considera uma base de 100 cm (1 metro) para o
cálculo dos momentos fletores e flechas. Por outro lado, o método de cálculo das lajes
bidirecionais é mais complexo e é utilizado o Método Elástico. Assim como para lajes
unidirecionais, o método considera as lajes como placas isoladas compostas por material
elástico, isótropo (mesmas propriedades, independente da direção) e homogêneo com baixas
deformações.
Essa é uma hipótese feita a fim de simplificar os procedimentos de cálculo, sendo
possível aplicar o princípio da superposição e calcular os momentos fletores e flechas. Tal
método de dimensionamento pode ser utilizado, contanto que atenda alguns requisitos da
NBR6118/2014 apresentados nos itens 14.5.2 e 14.5.3. Nesses itens, referente à análise
54

estrutural pode ser considerada para a análise global a seção bruta do concreto, o módulo de
elasticidade secante (Ecs) para os cálculos, coeficiente de Poisson igual a 0,2 e que deve-se
considerar a fissuração para o cálculo dos deslocamentos nas análises locais. A norma ainda
salienta que esse método pode ser empregado para as verificações do ELS e também para o
ELU, desde que sejam garantidas as condições de equilíbrio e ductilidade.
Como dito anteriormente, são feitas algumas simplificações que facilitam o cálculo
dos esforços e deslocamentos, que são: considerar que há apenas transmissão de cargas
verticais distribuídas uniformemente para as vigas no contorno das lajes, de acordo com o
Método das Linhas de Ruptura; que as vigas de contorno não se deslocam verticalmente; os
apoios das lajes podem ser considerados como apoios simples, engastes perfeitos (engastadas)
ou bordos livres. Dessa forma, a Equação de Lagrange (Equação 21), uma equação diferencial
resultante do equilíbrio dos deslocamentos verticais (w) das placas, pode ser resolvida por
meio de séries trigonométricas, utilizando a teoria da elasticidade para encontrar os esforços
(momentos fletores) como solução das equações diferenciais.
𝛿 4𝑤 𝛿 4𝑤 𝛿 4𝑤 𝑝
+ 2 × + = 21
𝛿𝑥 4 𝛿𝑥 4 𝛿𝑦 4 𝛿𝑦 4 𝐷
Onde:
w é o deslocamento vertical em qualquer ponto x, y da laje;
p é o carregamento vertical em qualquer ponto x, y da laje;
D é o coeficiente de rigidez à flexão da laje, que depende do coeficiente de Poisson,
módulo de elasticidade e espessura da laje.
Trata-se, portanto, de um procedimento complexo do cálculo, porém para lajes
retangulares, alguns autores, como Bares, desenvolveram tabelas para facilitar no processo de
cálculo, onde são desenvolvidas as Equações 22 e 23 apresentadas a seguir, referentes aos
cálculos dos momentos fletores (positivos e negativos) e flechas das lajes, respectivamente.

𝑀𝑥 𝜇𝑥
𝑀𝑥 − 𝜇𝑥 − 𝑝 × 𝑙𝑥 2
{ } = { 𝜇𝑦 } ×
𝑀𝑦 100 22
𝑀𝑦 − 𝜇𝑦 −

𝑝 × 𝑙𝑥 4 23
𝑓=𝛼×
100 × 𝐸𝑐𝑠 × ℎ3
55

Onde:
lx o comprimento do menor vão da laje;
p é o carregamento uniformemente distribuído da laje;
h é a espessura da laje;
Ecs é módulo de elasticidade secante;
μx, μy, μx-, μy- e α são coeficientes para lajes retangulares tabelados desenvolvidas
por BARES, que dependem da relação das dimensões da laje (λ) e das condições de apoio das
lajes, que podem ser de nove tipos, conforme apresentado na Figura 15.

Figura 15 – Casos de vinculação das lajes isoladas

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Figura 7.5)
56

Sendo assim, é preciso definir para cada laje isolada suas condições de apoio no
pavimento, a fim de se determinar o caso de vinculação (1 a 9) com intuito de calcular os
coeficientes citados anteriormente, como será visto mais adiante. Os critérios para determinar
o tipo de apoio das lajes são os seguintes (não há rebaixos entre lajes):

 Critério 1: Uma laje de espessura h pode ser engastada à sua vizinha se esta possuir
espessura superior ou igual a h – 2;
 Critério 2: Uma laje pode ser engastada a outra quando possuir mais de 2/3 do vão de
continuidade com uma vizinha (na mesma direção);
 Critério 3: Uma laje pode ser engastada a outra quando 2/3 do seu vão for maior do
que o vão da laje vizinha analisada (na mesma direção).

Para cada laje é avaliada as três condições com suas vizinhas, engastando a laje que
atender aos três critérios, e define-se o caso de vinculação, conforme apresentado na Tabela
15 e ilustrado na Figura 16 (sem escala). É importante salientar que tais condições indicam a
possibilidade de engastamento não sendo, portanto, uma obrigatoriedade, ficando a cargo do
projetista a definição destes engastamentos. Para lajes pequenas, como a L203, L204, L205,
L208, L209 e L210, optou-se por considerá-las sem engastamentos com as lajes adjacentes.

Cálculo para a L201 (h = 8 cm):


Laje vizinha L202 (h = 10 cm):
ℎ (𝐿201) − 2 = 8 − 2 = 6 𝑐𝑚
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 1: ℎ(𝐿2020) = 10 𝑐𝑚 > 6 𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠 = 454 𝑐𝑚 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣ã𝑜
2 2
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 2: 454 𝑐𝑚 > × 𝑙𝑦(𝐿201) = × 454 = 303 𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
3 3
2 2
× 𝑙𝑥 (𝐿201) = × 284 = 189 𝑐𝑚
3 3
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 3: 𝑙𝑥 (𝐿202) = 394 𝑐𝑚 > 189 𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
Portanto, L201 pode ser engastada na L202.
Laje vizinha L206 (h = 10 cm):
ℎ (𝐿201) − 2 = 8 − 2 = 6 𝑐𝑚
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 1: ℎ(𝐿206) = 10 𝑐𝑚 > 86𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠 = 454 𝑐𝑚 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣ã𝑜
57

2 2
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 2: 284 𝑐𝑚 > × 𝑙𝑥 (𝐿201) = × 284 = 189 𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
3 3
2 2
× 𝑙𝑦 (𝐿201) = × 454 = 303 𝑐𝑚
3 3
𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 3: 𝑙𝑦 (𝐿206) = 439 𝑐𝑚 > 303 𝑐𝑚 → 𝑬𝒏𝒈𝒂𝒔𝒕𝒆
Portanto, L201 pode ser engastada na L206.
Trata-se do Caso 4 de vinculação ao comparar a situação apresentada na Figura 16
com os casos da Figura 15, apresentada anteriormente.

Cálculo para a L401:


É uma laje unidirecional, portanto, não é classificada em nenhum dos nove casos.
58

Tabela 15 – Condições de Apoio das Lajes


Caso de
Laje Caso de
Laje Critério 1 Critério 2 Critério 3 Apoio ou Engaste Vinculação
Vizinha Vinculação Adot.
Indic.
L202 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE
L201 CASO 4 CASO 4
L206 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L201 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE


APOIO
L203 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
APOIO APOIO
L202 L204 ENGASTE APOIO SIMPLES CASO 3 CASO 3
SIMPLES SIMPLES
APOIO
L206 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
APOIO
L207 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
L202 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE
APOIO APOIO
L203 L204 ENGASTE APOIO SIMPLES CASO 2 CASO 1
SIMPLES SIMPLES
APOIO APOIO
L205 ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES SIMPLES
L202 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L203 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE


L204 CASO 9 CASO 1
L205 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L207 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L203 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L205 L204 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE CASO 8 CASO 1

L208 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L201 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE


APOIO
L206 L202 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES CASO 3 CASO 3
SIMPLES
L207 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE
APOIO
L202 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
APOIO APOIO APOIO
L204 APOIO SIMPLES
SIMPLES SIMPLES SIMPLES
L207 L206 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE CASO 2 CASO 2
APOIO APOIO
L208 ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES SIMPLES
APOIO APOIO APOIO
L209 APOIO SIMPLES
SIMPLES SIMPLES SIMPLES
APOIO
L205 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
L208 L207 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE CASO 3 CASO 1
APOIO
L210 ENGASTE ENGASTE APOIO SIMPLES
SIMPLES
L207 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE
L209 CASO 4 CASO 1
L210 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

L208 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE


L210 CASO 4 CASO 1
L209 ENGASTE ENGASTE ENGASTE ENGASTE

Fonte: Elaborado pelo Autor


59

Figura 16 – Condições de Apoio das Lajes

Fonte: Elaborado pelo Autor

4.4 CARGAS ATUANTES

A NBR6118/2014 e a NBR8681/2004 classificam as ações a serem consideradas no


projeto no seu item 11.2 em três tipos: variáveis, permanentes e excepcionais.
As cargas variáveis se dividem em dois tipos: as diretas, que englobam as cargas
variáveis relacionadas ao uso do ambiente, cargas de vento, água e entre outras ações; e as
indiretas, relacionadas à variação de temperatura e ações dinâmicas. Em relação às cargas
variáveis serão consideradas para fins de dimensionamento as cargas acidentais do ambiente.
Já as cargas permanentes são as que vão atuar durante toda a vida útil da obra,
podendo ser: diretas, como o peso próprio dos elementos em função do tipo de material; e
60

indiretas relacionadas a fenômenos de retração e fluência do concreto. É considerado como


carga permanente o peso próprio dos elementos construtivos.
Para a determinação das cargas atuantes em cada laje será utilizada a norma
NBR6120/2019, que apresenta os valores mínimos de cargas verticais em função do local a
ser projetado e valores do peso específico dos materiais, que são essenciais para o cálculo das
cargas permanentes.

4.4.1 Cargas Acidentais

Para a determinação das cargas acidentais (q) das lajes foi utilizada a Tabela 2 da
NBR6120/2019 com os valores relacionados a edifícios residenciais que contempla os
ambientes usuais de uma edificação. Para a laje do reservatório de caixa d’água é considerado
o valor de carga de um terraço com acesso ao público devido à presença de outros
equipamentos como um boiler. A Tabela 16 apresenta os valores de carga acidental para cada
laje.

Tabela 16 – Cargas Acidentais das Lajes

Laje Ambiente q (kN/m2)

L201 Banheiro e Closet 1,5


L202 Dormitório 1,5
L203 Dormitório 1,5
L204 Circulação 1,5
L205 Banheiro 1,5
L206 Varanda Coberta 1,5
L207 Sala 1,5
L208 Dormitório 1,5
L209 Circulação 1,5
L210 Banheiro 1,5
L401 Caixa d'água 3,0

Fonte: Elaborado pelo Autor

4.4.2 Cargas Permanentes

As cargas permanentes estão relacionadas aos materiais utilizados nos elementos que
vão atuar durante a vida útil da estrutura, tais como a própria estrutura de concreto (laje, viga
61

e pilar), a alvenaria de blocos cerâmicos, o contrapiso, o forro, o revestimento cerâmico, o


telhada, a caixa d’água e entre outros elementos.
Como definido anteriormente, o pavimento superior possui sob a laje o reboco do
teto e sobre a laje o contrapiso e revestimento cerâmico, além de uma alvenaria rebocada de
blocos cerâmicos. Já o pavimento da caixa d’água apenas não possui o revestimento cerâmico.
A Tabela 17 das cargas permanentes, de acordo com a Tabela 1 da NBR6120/2019.

Tabela 17 – Peso Específico dos Materiais


Elemento Material γ (kN/m3)
Peso Próprio da Laje Concreto Armado 25

Piso Revestimento (Lajotas) Cerâmico 18

Reboco no teto e parede Argamassa de Cal, Cimento e Areia 19

Contrapiso Argamassa de Cimento e Areia 21

Caixa d'água Água 10

Alvenaria Blocos Cerâmicos (Tijolos) Furados 13

Fonte: Elaborado pelo Autor


Com os valores desses coeficientes e das espessuras dos elementos é possível
calcular a carga permanente (g) uniformemente distribuída pela área da laje do peso próprio
da estrutura, do piso, reboco no teto e contrapiso, conforme as respectivas equações a seguir.
𝑔 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 𝛾 𝑙𝑎𝑗𝑒 × ℎ 24

𝑔 𝑝𝑖𝑠𝑜 = 𝛾 𝑝𝑖𝑠𝑜 × 𝑒 𝑝𝑖𝑠𝑜 25

𝑔 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝛾 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 × 𝑒 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 𝑡𝑒𝑡𝑜 26

𝑔 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 𝛾 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 × 𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 27


Onde:
h é a espessura da laje (variável para cada uma);
e piso é a espessura do revestimento cerâmico, que vale 1 cm;
62

e reboco teto é a espessura do reboco no teto, que vale 1,5 cm;


e contrapiso é a espessura do contrapiso, que vale 3 cm.
Diferente dos elementos explicados anteriormente, a carga de uma parede sobre a laje
é determinada por outro método que depende de sua posição. No projeto essa situação ocorre
apenas na laje L201, conforme ilustrado na Figura 17 (sem escala), onde a parede possui um
comprimento (C) de 2,75 m e altura (H) de 2,90 m, considerando o pé-direito estrutural e uma
laje de 10 cm no pavimento acima.

Figura 17 – Carregamento devido alvenaria na L201

Fonte: Elaborado pelo Autor


A L201 é uma laje bidirecional, portanto, a carga da parede será uniformemente
distribuída pela laje, sendo considerada a situação ilustrada na Figura 18 e calculada conforme
a Equação 28.

Figura 18 – Carregamento de Alvenaria em Lajes Bidirecionais

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 3.15)
63

𝑉𝑎
𝑔 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 = 𝐾 × 28
𝑙𝑥 × 𝑙𝑦
Onde:
Va é o volume da alvenaria, considerando os blocos cerâmicos de 17 cm e reboco nas
duas faces da parede de espessura igual a 1,5 cm, bem como o comprimento C e altura H da
parede definidas anteriormente, ou seja:
𝑉𝑎 = (2 × 𝛾 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 × 𝑒 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 + 𝛾 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 × 𝑒 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 ) × 𝐶 × 𝐻 29
K é o coeficiente que depende da posição da alvenaria e varia de 1,0 a 1,5.

Para o carregamento devido à água no pavimento da caixa d’água, é determinado o


seu peso próprio e distribuído sobre a área indicada na Figura 19 a seguir, de maneira similar
a de uma alvenaria orientada sobre o menor vão de uma laje unidirecional.

Figura 19 – Carregamento de Alvenaria em Lajes Unidirecionais (menor vão)

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 3.14)
Sendo assim, é utilizada a equação a seguir com os dados referentes à água com
volume de 2500 litros (2,5 m3), porém, por simplificação, considera-se a dimensão de b igual
a 1 metro.
𝑉𝑎
𝑔 á𝑔𝑢𝑎 = 𝛾 á𝑔𝑢𝑎 × 30
𝑏 × 𝑙𝑥
64

Foi considerado para a L201 um coeficiente K de 1,20, visto que a parede não está no
meio da laje. Já para a L401 foi considerado K igual a 1,50, ou seja, considerando uma
situação mais crítica com a caixa d’água exatamente sobre o meio do vão da laje.
Cálculo para a L201 (h = 8 cm):
𝑔 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 𝛾 𝑙𝑎𝑗𝑒 × ℎ = 25 × 0,08 = 𝟐, 𝟎 𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑔 𝑝𝑖𝑠𝑜 = 𝛾 𝑝𝑖𝑠𝑜 × 𝑒 𝑝𝑖𝑠𝑜 = 18 × 0,01 = 𝟎, 𝟏𝟖 𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑔 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝛾 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 × 𝑒 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 𝑡𝑒𝑡𝑜 = 19 × 0,015 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟓 𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑔 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 𝛾 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 × 𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 21 × 0,03 = 𝟎, 𝟔𝟑𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑉𝑎 = (2 × 19 × 0,015 + 13 × 0,17) × 2,75 × 2,90 = 22,17 𝑚3
22,17
𝑔 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 = 1,20 × = 𝟐, 𝟎𝟖 𝒌𝑵/𝒎𝟐
2,83 × 4,53
𝑔 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2,0 + 0,18 + 0,285 + 0,63 + 2,08 = 𝟓, 𝟏𝟕 𝒌𝑵/𝒎𝟐

Cálculo para a L401 (h = 12 cm):


𝑔 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 𝛾 𝑙𝑎𝑗𝑒 × ℎ = 25 × 0,12 = 𝟑, 𝟎 𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑔 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 = 𝛾 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 × 𝑒 𝑟𝑒𝑏𝑜𝑐𝑜 𝑡𝑒𝑡𝑜 = 19 × 0,015 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟓 𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑔 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 𝛾 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 × 𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑖𝑠𝑜 = 21 × 0,03 = 𝟎, 𝟔𝟑𝒌𝑵/𝒎𝟐
2,5
𝑔 á𝑔𝑢𝑎 = 10 × = 𝟏𝟏, 𝟗𝟎 𝒌𝑵/𝒎𝟐
1 × 2,10
𝑔 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3,0 + 0,285 + 0,63 + 11,90 = 𝟏𝟓, 𝟖𝟐 𝒌𝑵/𝒎𝟐
A Tabela 18 apresenta os valores de cada parcela e o valor total da carga permanente
para cada laje
65

Tabela 18 – Cargas Permanentes das Lajes


Cargas Permanentes (kN/m2)
Laje h (cm)
g laje g piso g reboco no teto g contrapiso g alvenaria g água g

L201 8 2,00 0,18 0,29 0,63 2,08 - 5,17


L202 10 2,50 0,18 0,29 0,63 - - 3,60
L203 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L204 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L205 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L206 10 2,50 0,18 0,29 0,63 - - 3,60
L207 12 3,00 0,18 0,29 0,63 - - 4,10
L208 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L209 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L210 8 2,00 0,18 0,29 0,63 - - 3,10
L401 12 3,00 - 0,29 0,63 - 11,90 15,82

Fonte: Elaborado pelo Autor

4.4.3 Combinações de Carregamentos

Como dito anteriormente, o dimensionamento é feito no ELU de flexão e ainda


devem-se realizar verificações no ELU de cisalhamento e no ELS de deformações excessivas.
Para isso, as cargas permanentes e acidentais determinadas devem ser combinadas de acordo
com os critérios apresentados na NBR6118/2014. Nessas combinações há coeficientes de
majoração e também de minoração das ações, a fim de se determinar a carga total (p)
combinada que será utilizada nos cálculos e verificações das lajes.
O ELU consiste em majorar tanto as cargas permanentes, quanto as variáveis, com
um coeficiente de 1,4. Dessa forma, p é calculado pela Equação 31, a seguir.
𝑝 = 1,4 × (𝑔 + 𝑞) 31
As demais combinações a serem calculadas são a quase permanente e a frequente,
ambas as combinações de serviço das cargas permanente e variáveis. Essas combinações são
calculadas conforme a Tabela 19.
66

Tabela 19 – Combinações de Serviço

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 11.4)

Os coeficientes Ψ1 e Ψ2 são fatores de redução do ELS e são determinados pela


NBR6118/2014, conforme apresentado na Tabela 20. Nota-se que para este projeto adotou-se
os valores dos coeficientes de minoração, considerando locais sem predominâncias de pesos
de equipamentos fixos por longo tempo e de baixa concentração de pessoas.
67

Tabela 20 – Valores dos Coeficientes de Redução do ELS

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 11.2)

Por fim, é elaborada a Tabela 21 com os valores da carga p para as três combinações
de carregamento explanadas.
68

Tabela 21 – Combinações de Carregamentos para as Lajes

p (kN/m2)
L
q g Combinação
γ ψ1 ψ2 Combinação Combinação
Laje (kN/m2) (kN/m2) Quase
Frequente no ELU
Permanente
L201 1,5 5,17 1,40 0,40 0,30 5,77 5,62 9,34
L202 1,5 3,60 1,40 0,40 0,30 4,20 4,05 7,13
L203 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L204 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L205 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L206 1,5 3,60 1,40 0,40 0,30 4,20 4,05 7,13
L207 1,5 4,10 1,40 0,40 0,30 4,70 4,55 7,83
L208 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L209 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L210 1,5 3,10 1,40 0,40 0,30 3,70 3,55 6,43
L401 3,0 15,82 1,40 0,40 0,30 17,02 16,72 26,34
Fonte: Elaborado pelo autor

4.5 ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE FLEXÃO

Com a definição dos vãos efetivos, tipo de armação, caso de vinculação de apoio e o
carregamento sobre a laje na combinação do ELU, inicia-se o processo de dimensionamento e
detalhamento das armaduras longitudinais da laje no Estado Limite Último de Flexão.

4.5.1 Momentos Fletores no ELU

Os momentos fletores de cálculo (Md), que são gerados nas lajes devido ao
carregamento atuante, foram calculados, compatibilizados e corrigidos. O método de cálculo
dos momentos fletores depende do tipo de armação da laje. Uma laje bidirecional possui
momento fletor positivo nas duas direções e utilizam-se as relações já apresentadas do
Método Elástico (item 4.3), enquanto a unidirecional possui momento apenas no sentido do
seu menor vão e é determinado como se fosse uma viga com determinada condição de apoio.
Os momentos negativos são gerados nos engastamentos e, portanto, só serão determinados em
lajes que possuírem engastamento. Assim como os momentos positivos, os momentos
negativos também dependem do tipo de armação da laje para cálculo, possuindo fórmulas
distintas para lajes unidirecionais e bidirecionais.
69

4.5.1.1 Lajes Bidirecionais


O cálculo dos momentos fletores das lajes bidirecionais consiste em buscar em
tabelas da literatura o valor dos coeficientes μx, μy, μx-, μy- para lajes retangulares. Como
dito anteriormente, esses coeficientes dependem do valor de λ e do caso de vinculação da laje.
A seguir são apresentadas as tabelas desses coeficientes desenvolvidas por BARES.

Tabela 22 – Coeficientes μx, μy, μx-, μy- para lajes retangulares (Casos 1, 2 e 3)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.3)
70

Tabela 23 – Coeficientes μx, μy, μx-, μy- para lajes retangulares (Casos 4, 5 e 6)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.4)
71

Tabela 24 – Coeficientes μx, μy, μx-, μy- para lajes retangulares (Casos 7, 8 e 9)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.5)
72

Quando o valor de λ está entre dois valores fixados nas tabelas apresentadas, utiliza-
se a Equação 32 para a realização da interpolação linear com os limites superior e inferior do
respectivo μ e λ.
(𝜇 𝑠𝑢𝑝 − 𝜇 𝑖𝑛𝑓) × (𝜆 𝑐𝑎𝑙𝑐 − 𝜆 𝑖𝑛𝑓)
𝜇= + 𝜇 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 32
(𝜆 𝑠𝑢𝑝 − 𝜆 𝑖𝑛𝑓)
A seguir é mostrado o cálculo para a laje L201. As demais lajes bidirecionais
seguiram o mesmo modelo de cálculo, onde em alguns casos foi necessário realizar a
interpolação linear para a determinação dos coeficientes. Os resultados obtidos estão
dispostos na Tabela 25 e ilustrados nas Figuras 20 e 21(sem escala).

Cálculo para a L201 (h = 8 cm):


𝑙𝑥 = 2,83 𝑚
𝜆 = 1,60
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑈 = 9,34 𝑘𝑁/𝑚2
𝐶𝑎𝑠𝑜 4 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝜇𝑥 = 5,06
𝜇𝑥 − = 10,99
{ }
𝜇𝑦 = 2,31
𝜇𝑦 − = 8,12
𝑀𝑑𝑥 𝜇𝑥
𝑀𝑑𝑦 𝜇𝑥 − 𝑝 × 𝑙𝑥 2
{ } = { } ×
𝑀𝑑𝑥 − 𝜇𝑦 100
𝑀𝑑𝑦 − 𝜇𝑦 −
𝑀𝑑𝑥 5,06 3,78 𝑘𝑁𝑚/𝑚
− 2
𝑀𝑑𝑥 10,99 9,34 × 2,83 8,21 𝑘𝑁𝑚/𝑚
{ }={ }× ={ }
𝑀𝑑𝑦 2,31 100 1,73 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑦 − 8,12 6,07 𝑘𝑁𝑚/𝑚
73

Tabela 25 – Momentos Fletores das Lajes Bidirecionais

Laje lx p Mx Mx- My My-


λ Vinculação μx μx- μy μy-
(m) (kN/m2) (kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (kNm/m)
L201 2,83 1,60 Caso 4 9,34 5,06 10,99 2,31 8,12 3,78 8,21 1,73 6,07
L202 3,94 1,15 Caso 3 7,13 4,64 9,63 2,68 - 5,14 10,66 2,97 -
L203 2,78 1,90 Caso 1 6,43 9,63 - 3,75 - 4,78 - 1,86 -
L204 1,63 1,28 Caso 1 6,43 6,47 - 4,43 - 1,10 - 0,76 -
L205 1,63 1,89 Caso 1 6,43 9,59 - 3,77 - 1,64 - 0,64 -
L206 3,94 1,11 Caso 3 7,13 4,47 9,37 2,74 - 4,95 10,38 3,03 -
L207 4,40 1,15 Caso 2 7,83 4,14 - 3,97 9,53 6,28 - 6,03 14,47
L208 3,08 1,42 Caso 1 6,43 7,37 - 4,32 - 4,49 - 2,63 -
L209 2,08 1,00 Caso 1 6,43 4,41 - 4,41 - 1,23 - 1,23 -
L210 2,08 1,48 Caso 1 6,43 7,74 - 4,27 - 2,15 - 1,19 -
Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 20 – Disposição dos Momentos Positivos nas Lajes Bidirecionais

Fonte: Elaborado pelo autor


74

Figura 21 – Disposição dos Momentos Negativos nas Lajes Bidirecionais

Fonte: Elaborado pelo autor

4.5.1.2 Lajes Unidirecionais


As lajes unidirecionais não necessitam dos coeficientes μ para o cálculo do momento
fletor, podendo ser calculado de maneira similar ao de uma viga com base de 1 metro. A
condição de apoio da laje é importante, pois para cada vinculação existe uma formulação para
o momento positivo e o negativo, quando existir, conforme a Tabela 26.
75

Tabela 26 – Cálculo Momentos Fletores em Lajes Unidirecionais

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Tabela 3.4)
A única laje unidirecional a ser dimensionada é a L401, cujo cálculo do momento
fletor é demonstrado a seguir.

Cálculo para a L401 (h = 12 cm):


𝑙𝑥 = 2,10 𝑚
𝜆 = 2,40 (𝑈𝑛𝑖𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙)
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑈 = 26,34 𝑘𝑁/𝑚2
𝑉𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝐴𝑝𝑜𝑖𝑜 − 𝐴𝑝𝑜𝑖𝑜
𝑝 × 𝑙𝑥 2 26,34 × 2,102
𝑀𝑑 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 = = = 14,55 𝑘𝑁𝑚/𝑚
8 8
𝑀𝑑 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0

Figura 22 – Disposição dos Momentos Positivos nas Lajes Unidirecionais

Fonte: Elaborado pelo autor


76

4.5.2 Compatibilização dos Momentos Fletores Negativos

A compatibilização dos momentos fletores negativos consiste em deixar de pensar


em cada laje como um elemento isolado no pavimento que não é o que ocorre na prática. Por
isso, nos engastamentos devem-se compatibilizar os distintos valores de momentos negativos
entre duas lajes vizinhas, a fim de se ter apenas um único momento negativo para o
dimensionamento da armadura negativa entre essas lajes. É utilizada a Equação 33 para
executar essa compatibilização.
0,8 × 𝑀𝑎−
𝑀𝑑− ≥ {𝑀𝑎− + 𝑀𝑏 − } 33
2
Onde:
Ma- é o maior valor do momento entre as duas lajes analisadas;
Mb- é o menor valor do momento entre duas lajes analisadas.
A seguir é feito a compatibilização do momento negativo entre a laje L201 e a L202.
A Tabela 27 apresenta os valores dos momentos negativos compatibilizados e também são
ilustrados na Figura 23 (sem escala).

Cálculo entre a L201 e L202:


𝐿201: 𝑀𝑑𝑥 − = 8,21 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝐿202: 𝑀𝑑𝑥 − = 10,66 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑎 − = 10,66 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑏 − = 8,21 𝑘𝑁𝑚/𝑚
0,8 × 10,66 = 8,53 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑− ≥ { 10,66 + 8,21 }
= 9,44 𝑘𝑁𝑚/𝑚
2
𝑀𝑑 − = 9,44 𝑘𝑁𝑚/𝑚
Tabela 27 – Compatibilização dos Momentos Negativos

Compatibilização entre as lajes Ma- (kNm/m) Mb- (kNm/m) M- (kNm/m)


L201-L202 10,66 8,21 9,44
L201-L206 6,07 0,00 4,85
L206-L207 14,47 10,38 12,42
Fonte: Elaborado pelo autor
77

Figura 23 – Disposição dos Momentos Negativos Compatibilhizados

Fonte: Elaborado pelo autor

4.5.3 Correção dos Momentos Fletores Positivos

Em algumas lajes ocorreu a alteração dos momentos negativos devido à


compatibilização e, portanto, devem-se corrigir os momentos positivos dessas lajes, de tal
forma que só vai ser corrigido se o momento negativo reduziu do valor original, o que
provoca um aumento no momento fletor positivo. A correção é feita de acordo com a Equação
34.
𝑀𝑑+ = 𝑀 + + (𝑀𝑎𝑛𝑡 − − 𝑀− )/2 34
Onde:
Md+ é o momento positivo corrigido;
M+ é o momento positivo original;
78

Mant- é o momento negativo anterior à compatibilização;


M- é o momento negativo compatibilizado.
A seguir é feita a correção do momento positivo da laje L201. A Tabela 28 apresenta
os valores dos momentos positivos corrigidos e também são ilustrados na Figura 24 (sem
escala).

Cálculo para a L201:


𝑀𝑑𝑥 = 3,78 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑥 𝑎𝑛𝑡 − = 8,21 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑥 − = 9,44 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑥 𝑎𝑛𝑡 − < 𝑀𝑑𝑥 − → 𝑁ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑒
𝑀𝑑𝑦 = 1,73 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑦 𝑎𝑛𝑡 − = 6,07 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑦 − = 4,85 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑑𝑥 𝑎𝑛𝑡 − > 𝑀𝑑𝑥 − → 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑒
6,07 − 4,85
𝑀𝑑 + = 1,73 + = 2,33 𝑘𝑁𝑚/𝑚
2

Tabela 28 – Correção dos Momentos Positivos

Laje Mdx (kNm/m) Mdy (kNm/m) Mdx corrig. (kNm/m) Mdy corrig. (kNm/m)

L201 3,78 1,73 - 2,33


L202 5,14 2,97 5,75 -
L207 6,28 6,03 - 7,05
Fonte: Elaborado pelo autor
79

Figura 24 – Disposição dos Momentos Positivos Corrigidos

Fonte: Elaborado pelo autor

4.5.4 Dimensionamento das Armaduras Longitudinais

A partir dos momentos fletores compatibilizados e corrigidos é possível iniciar o


dimensionamento da armadura positiva e negativa das lajes do pavimento. Tal processo
consiste em calcular uma área de aço para cada metro de laje (bw = 1 metro) de maneira
semelhante ao de uma seção de viga submetida à flexão simples. Portanto, é necessário
calcular a linha neutra (x) dentro da seção que divide a região comprimida e tracionada do
elemento.
De acordo com o item 17.2.2 da NBR6118/2014, no ELU as tensões de tração
normais à seção transversal que o concreto sofre podem ser desprezadas e a distribuição de
tensões é feita conforme o diagrama parábola-retângulo apresentado na Figura 25. Tal
diagrama possui como tensão de pico, para concretos com fck inferior a 50 MPa, 85% (αc =
80

0,85) da tensão de cálculo (fcd). Além disso, o diagrama pode ser substituído por um
retângulo de profundidade y = λx, onde λ = 0,80.

Figura 25 – Diagrama Tensão Deformação para Concretos de classe até C50

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado I (PINTO, 2020, Figura 6.6)

A linha neutra á determinada pela Equação 39, porém antes é necessário estimar o
valor da altura útil (d), que é à distância da face superior (ou inferior em caso de armadura
negativa) da laje até o centro geométrico da armadura, conforme ilustrado na Figura 26.

Figura 26 – Representação da Altura Útil “d” nas Lajes

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 3.19)
O cálculo da altura útil para o menor vão (direção x), maior vão (direção y) e para
armadura negativa são feitos respectivamente pelas equações a seguir.
81

𝑑𝑥 = ℎ − 𝑐 − 0,5 × 𝜙𝑥 35

𝑑𝑦 = ℎ − 𝑐 − 𝜙𝑥 − 0,5 × 𝜙𝑦 36

𝑑𝑛𝑒𝑔 = ℎ − 𝑐 − 0,5 × 𝜙𝑛𝑒𝑔 37


Onde:
h é a altura da laje, porém no caso de armadura negativa (entre lajes) utiliza-se a
menor espessura entre as lajes;
c é o cobrimento para as lajes que, conforme visto anteriormente, vale 25 mm (2,5
cm) na face inferior e pode ser reduzido para 15 mm (1,5 cm) na face superior;
ϕx, ϕy e ϕneg são os diâmetros adotados para as respectivas armaduras,
determinados a partir de um limite máximo calculado conforme a Equação 38.

𝜙𝑚á𝑥 = 38
8
Com o diâmetro adotado e altura útil calculada, determina-se a posição da linha
neutra da seção.
𝑀𝑑
𝑑 − √𝑑2 − 2 ×
𝑏𝑤 × 𝛼𝑐 × 𝑓𝑐𝑑 39
𝑥=
𝜆
Onde:
d é a altura útil;
Md é o momento fletor atuante por metro;
bw é a base de 1 metro da laje;
fcd é a resistência de cálculo do concreto (Tabela 5);
Para concretos até classe C50: αc = 0,85 e λ = 0,80.
Verifica-se então a ductilidade das lajes que deve respeitar a relação x/d ≤ 0,45, visto
que não se dimensiona armadura dupla (armadura comprimida) para as lajes, como ocorre
com as vigas. Caso uma laje ultrapasse esse limite deve-se aumentar a espessura da laje.
O dimensionamento no ELU se dá no Estádio III do concreto, que consiste nos
materiais (concreto e aço) atingir suas deformações específicas (ε) máximas, separadamente
ou ao mesmo tempo. No caso do concreto, essa deformação é o εcu, que vale 3,5‰ (0,0035)
para concretos até classe C50 e εc2 que vale 2,0‰ (0,0020), conforme mostrado
82

anteriormente na Figura 25. Já para o aço CA-50 essa deformação é de 10‰ (0,01), conforme
a Figura 27 a seguir, e a deformação de escoamento é a. εyd, que vale 2,07‰ (0,00207).

Figura 27 – Diagrama Tensão Deformação para o Aço

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado I (PINTO, 2020, Figura 6.7)

Com esses limites de deformação, a NBR6118/2014 define os domínios de


deformação para o Estádio III do concreto, conforme a Figura 28.
Figura 28 – Domínios de Deformação no ELU

Fonte: NBR 6118/2014 (Figura 17.1)


83

Cada domínio tem algumas características descritas a seguir, conforme disposto na


norma.
 Domínio 1: tração não uniforme, sem compressão;
 Domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (εc <
εcu);
 Domínio 3: flexão simples ou composta com ruptura à compressão do concreto e
escoamento do aço (εs ≥ εyd);
 Domínio 4: flexão simples ou composta com ruptura à compressão do concreto e aço
tracionado sem escoamento (εs < εyd);
 Domínio 4a: flexão composta com armaduras comprimidas;
 Domínio 5: compressão não uniforme, sem tração.

Na flexão simples sempre vai existir uma região comprimida, ou seja, a seção sempre
vai estar no domínio 2, 3 ou 4. Em caso de momentos positivos, a região superior é a
comprimida e em momentos negativos ocorre o inverso. Para concretos de até classe C50 e
aços do tipo CA-50, que são os utilizados para as armaduras longitudinais das lajes, define-se
dois pontos de transição entre domínios, que são o x23 e o x34, calculados por semelhança de
triângulos, pelas equações a seguir.
𝑥23 𝜀𝑐𝑢
= 40
𝑑 10 ‰ + 𝜀𝑐𝑢

𝑥34 𝜀𝑐𝑢
= 41
𝑑 𝜀𝑦𝑑 + 𝜀𝑐𝑢
Substituindo os valores das deformações específicas citados anteriormente, calcula-se
que x23/d = 0,259 e x34/d = 0,628, ou seja, se a relação x/d calculada para as lajes for inferior
a 0,259 o concreto está no domínio 2. As lajes podem até estar no domínio 3, porém
respeitando o limite de ductilidade.
A definição dos limites de deformação é fundamental para determinar a tensão do
aço, visto que há domínios ode a deformação do aço é inferior à deformação de escoamento e,
conforme a Figura 27, nesses casos a tensão é calculada no regime elástico-linear do material.
No caso dos domínios 2 e 3, a deformação do aço é superior ao εyd e, portanto, utiliza-se a
tensão de escoamento do aço (fyd ver Tabela 6) para o cálculo da área de aço por metro
necessária para laje. Tal cálculo é feito conforme a Equação 42.
𝑀𝑑
𝐴𝑠 = 42
𝑓𝑦𝑑 × (𝑑 − 0,5 × 𝜆 × 𝑥)
84

É feito o dimensionamento das armaduras positivas e negativas de todas as lajes do


pavimento, a seguir, porém antes são apresentadas as recomendações da NBR6118/2014
relacionados à armadura mínima para as lajes.

4.5.4.1 Armadura Mínima


Para determinar a armadura mínima de uma laje é preciso antes definir a taxa mínima
de armadura (ρ) em função da forma da seção e do fck do concreto. Para o caso das lajes do
pavimento (seção retangular e fck = 25 MPa), ρmín = 0,15%, conforme a apresentado na
Tabela 29.

Tabela 29 – Taxas Mínimas de Armadura de Flexão

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 17.3)

Conforme o tipo de armação da laje (uni ou bidirecional) ou o tipo de armadura


(positiva ou negativa), a norma recomenda diferentes relações para o cálculo da armadura
mínima, conforme apresentado na Tabela 30, onde destaca-se o cálculo para elementos
estruturais sem armaduras ativas.
85

Tabela 30 – Valores Mínimos para Armaduras

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 19.1)

A partir da relação tabelada determina-se ρs de acordo com a Equação 43,


independentemente da condição da laje ou armadura, igualando com a respectiva fórmula da
tabela a fim de isolar o termo As,mín.
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = 43
𝑏𝑤 × ℎ
Onde:
As,mín é a área de armadura mínima a ser calculada;
bw é a base de 1 metro da laje;
h é a espessura da laje.

4.5.4.2 Cálculo das Armaduras Positivas

A seguir é demonstrado o dimensionamento das lajes L201 e L401, seguido das


Tabelas 31 e 32 com os resultados para todas as lajes no menor e maior vão, respectivamente.
Cálculo para a L201:
86

ℎ = 8 𝑐𝑚
𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 2,5 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑑 = 17,86 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,67 × 𝜌𝑚í𝑛
𝑏𝑤 × ℎ
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,67 × 0,15%
100 × 8
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,80 𝑐𝑚2/𝑚
Menor vão:
𝑀𝑑𝑥 = 3,78 𝑘𝑁𝑚/𝑚
8
𝜙𝑚á𝑥 = = 1,00 𝑐𝑚 → 10 𝑚𝑚
8
𝜙𝑥 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 6,3 𝑚𝑚
𝑑𝑥 = 8 − 2,5 − 0,5 × 0,63 = 5,19 𝑐𝑚
3,78
0,0519 − √0,05192 − 2 ×
1 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥= = 0,0063 𝑚 → 0,63 𝑐𝑚
0,8
𝑥 0,63
= = 0,12 < 0,45 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2
𝑑 5,19
3,78
𝐴𝑠 = = 1,76 × 10−4 𝑚2/𝑚 → 1,76𝑐𝑚2/𝑚
434,78 × 103 × (0,0519 − 0,5 × 0,8 × 0,0063)
𝐴𝑠 = 1,76 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 ≥ { }
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,80 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 1,76 𝑐𝑚2/𝑚

Maior vão:
𝑀𝑑𝑦 = 2,33 𝑘𝑁𝑚/𝑚
8
𝜙𝑚á𝑥 = = 1,00 𝑐𝑚 → 10 𝑚𝑚
8
𝜙𝑦 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 6,3 𝑚𝑚
𝑑𝑦 = 8 − 2,5 − 0,63 − 0,5 × 0,63 = 4,56 𝑐𝑚
87

2,33
0,0456 − √0,04562 − 2 ×
1 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥= = 0,0044 𝑚 → 0,44 𝑐𝑚
0,8
𝑥 0,44
= = 0,10 < 0,45 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2
𝑑 4,56
2,33
𝐴𝑠 = = 1,22 × 10−4 𝑚2/𝑚 → 1,22𝑐𝑚2/𝑚
434,78 × 103 × (0,0456 − 0,5 × 0,8 × 0,0044)
𝐴𝑠 = 1,22 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 ≥ { }
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,80 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 1,22 𝑐𝑚2/𝑚

Cálculo para a L401:


ℎ = 12 𝑐𝑚
𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 2,5 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑑 = 17,86 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑝𝑎
Menor vão:
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 𝜌𝑚í𝑛
𝑏𝑤 × ℎ
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,15%
100 × 12
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 1,80 𝑐𝑚2/𝑚
𝑀𝑑𝑥 = 14,55 𝑘𝑁𝑚/𝑚
12
𝜙𝑚á𝑥 = = 1,5 𝑐𝑚 → 15 𝑚𝑚
8
𝜙𝑥 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 6,3 𝑚𝑚
𝑑𝑥 = 12 − 2,5 − 0,5 × 0,63 = 9,19 𝑐𝑚
14,55
0,0919 − √0,09192 − 2 ×
1 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥= = 0,0139 𝑚 → 1,39 𝑐𝑚
0,8
𝑥 1,39
= = 0,15 < 0,45 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2
𝑑 9,19
14,55
𝐴𝑠 = = 3,88 × 10−4 𝑚2/𝑚 → 3,88𝑐𝑚2/𝑚
434,78 × 103 × (0,0919 − 0,5 × 0,8 × 0,0139)
88

𝐴𝑠 = 3,88 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 ≥ { }
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 1,80 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 3,88 𝑐𝑚2/𝑚

Maior vão:
Como não há momento nessa direção ara a laje unidirecional, é adotada a área
mínima para armadura positiva secundária, conforme a Tabela 30.
𝜙𝑦 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 6,3 𝑚𝑚
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,5 × 𝜌𝑚í𝑛
𝑏𝑤 × ℎ
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,5 × 0,15%
100 × 12
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,90 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,90 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 ≥ {20% × 3,88 = 0,78 𝑐𝑚2/𝑚 }
0,90 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 0,90 𝑐𝑚2/𝑚
89

Tabela 31 – Cálculo Armaduras Positivas (Menor Vão)


h Mdx c inf laje ϕ máx ϕx dx x x/d ≤ As ρ mín As mín As adot.
Laje Domínio
(cm) (kNm/m) (cm) (mm) (mm) (cm) (cm) 0,45 (cm2/m) (%) (cm2/m) (cm2/m)
L201 8 3,78 2,5 10,0 6,3 5,19 0,63 0,12 2 1,76 0,15% 0,80 1,76
L202 10 5,75 2,5 12,5 6,3 7,19 0,69 0,10 2 1,91 0,15% 1,01 1,91
L203 8 4,78 2,5 10,0 6,3 5,19 0,81 0,16 2 2,26 0,15% 0,80 2,26
L204 8 1,10 2,5 10,0 6,3 5,19 0,18 0,03 2 0,50 0,15% 0,80 0,80
L205 8 1,64 2,5 10,0 6,3 5,19 0,27 0,05 2 0,74 0,15% 0,80 0,80
L206 10 4,95 2,5 12,5 6,3 7,19 0,59 0,08 2 1,64 0,15% 1,01 1,64
L207 12 6,28 2,5 15,0 6,3 9,19 0,58 0,06 2 1,61 0,15% 1,21 1,61
L208 8 4,49 2,5 10,0 6,3 5,19 0,76 0,15 2 2,12 0,15% 0,80 2,12
L209 8 1,23 2,5 10,0 6,3 5,19 0,20 0,04 2 0,55 0,15% 0,80 0,80
L210 8 2,15 2,5 10,0 6,3 5,19 0,35 0,07 2 0,98 0,15% 0,80 0,98
L401 12 14,55 2,5 15,0 6,3 9,19 1,39 0,15 2 3,88 0,15% 1,80 3,88
Fonte: Elaborado pelo autor
90

Tabela 32 – Cálculo Armaduras Positivas (Maior Vão)


h Mdy c inf laje ϕ máx ϕy dy x x/d ≤ As ρ mín As mín As adot.
Laje Domínio
(cm) (kNm/m) (cm) (mm) (mm) (cm) (cm) 0,45 (cm2/m) (%) (cm2/m) (cm2/m)
L201 8 2,33 2,5 10,0 6,3 4,56 0,44 0,10 2 1,22 0,15% 0,80 1,22
L202 10 2,97 2,5 12,5 6,3 6,56 0,38 0,06 2 1,07 0,15% 1,01 1,07
L203 8 1,86 2,5 10,0 6,3 4,56 0,35 0,08 2 0,97 0,15% 0,80 0,97
L204 8 0,76 2,5 10,0 6,3 4,56 0,14 0,03 2 0,39 0,15% 0,80 0,80
L205 8 0,64 2,5 10,0 6,3 4,56 0,12 0,03 2 0,33 0,15% 0,80 0,80
L206 10 3,03 2,5 12,5 6,3 6,56 0,39 0,06 2 1,09 0,15% 1,01 1,09
L207 12 7,05 2,5 15,0 6,3 8,56 0,70 0,08 2 1,96 0,15% 1,21 1,96
L208 8 2,63 2,5 10,0 6,3 4,56 0,50 0,11 2 1,39 0,15% 0,80 1,39
L209 8 1,23 2,5 10,0 6,3 4,56 0,23 0,05 2 0,63 0,15% 0,80 0,80
L210 8 1,19 2,5 10,0 6,3 4,56 0,22 0,05 2 0,61 0,15% 0,80 0,80
L401 12 - 2,5 - 6,3 - - - 2 - 0,15% 0,90 0,90
Fonte: Elaborado pelo autor
91

4.5.4.3Cálculo das Armaduras Negativas


A seguir é demonstrado o dimensionamento da armadura negativa entre as lajes L201
e L202, seguido da Tabela 33 com os resultados para todos os locais em que se necessita de
armadura negativa.

Cálculo entre a L201 e L202:


ℎ 𝐿201 = 8 𝑐𝑚
ℎ 𝐿202 = 10 𝑐𝑚
ℎ 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠 = 8 𝑐𝑚
𝑐 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 1,5 𝑐𝑚
𝑓𝑐𝑑 = 17,86 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑦𝑑 = 434,78 𝑀𝑝𝑎
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 𝜌𝑚í𝑛
𝑏𝑤 × ℎ
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,15%
100 × 8
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 1,20 𝑐𝑚2/𝑚
𝑀𝑑 𝑛𝑒𝑔 = 9,44 𝑘𝑁𝑚/𝑚
8
𝜙𝑚á𝑥 = = 1,00 𝑐𝑚 → 10 𝑚𝑚
8
𝜙𝑛𝑒𝑔 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 8,0 𝑚𝑚
𝑑𝑛𝑒𝑔 = 8 − 1,5 − 0,5 × 0,80 = 6,10 𝑐𝑚
9,44
0,061 − √0,0612 − 2 ×
1 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥=( = 0,014 𝑚 → 1,40 𝑐𝑚
0,8
𝑥 1,40
= = 0,23 < 0,45 → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2
𝑑 6,10
9,44
𝐴𝑠 = = 3,92 × 10−4 𝑚2/𝑚 → 3,92 𝑐𝑚2/𝑚
434,78 × 103 × (0,061 − 0,5 × 0,8 × 0,014)
𝐴𝑠 = 3,92 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 ≥ { }
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 1,20 𝑐𝑚2/𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 3,92 𝑐𝑚2/𝑚
92

Tabela 33 – Cálculo Armaduras Negativas

Entre as Menor h c sup


Md- ϕ máx ϕ- d- x x/d ≤ As ρ mín As mín As adot.
entre as lajes laje Domínio
Lajes (kNm/m) (mm) (mm) (cm) (cm) 0,45 (cm2/m) (%) (cm2/m) (cm2/m)
(cm) (cm)
L201-
8 9,44 1,5 10 8 6,1 1,40 0,23 2 3,92 0,15% 1,20 3,92
L202
L201-
8 4,85 1,5 10 6,3 6,185 0,68 0,11 2 1,89 0,15% 1,20 1,89
L206
L206-
10 12,42 1,5 12,5 8 8,1 1,35 0,17 2 3,78 0,15% 1,50 3,78
L207
Fonte: Elaborado pelo autor
93

4.5.5 Detalhamento das Armaduras Longitudinais

Detalhar a armadura longitudinal de uma laje consiste em definir o espaçamento


entre barras, a quantidade total de barras e o seu comprimento total. Nas armaduras positivas é
feita a ancoragem nos apoios (vigas) e nas negativas utiliza-se ganchos nos dois lados da
barra.
As armaduras podem ser detalhadas como armaduras corridas que passam por todo o
vão da laje nas duas direções e também utilizando economia de ponta. Essa última opção
permite a redução de armadura nos apoios, tendo em vista a variação do diagrama dos
momentos positivos. Para este trabalho será detalhado tanto para as positivas, quanto para as
negativas, armaduras corridas.
O detalhamento para as positivas e negativas seguem um mesmo padrão, com
algumas diferenças pontuais que serão destacadas. Inicia-se determinando a quantidade de
barras por metro (n) a partir da área de aço adotada e a área de uma única barra do diâmetro
escolhido (As,uni).
𝜋 × 𝜙2
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = 44
4

𝐴𝑠
𝑛= 45
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖
Calcula-se em seguida o espaçamento entre barras (s) arredondo-o para o número
inteiro imediatamente inferior. Em seguida, deve-se verificar com os valores máximos de
espaçamentos definidos no item 20.1 da NBR6118/2014, que são diferentes para o tipo de
armação da laje. Para as lajes bidirecionais e para o menor vão das unidirecionais, o
espaçamento máximo é dado pelo menor valor entre 2h e 20 cm, onde h é a espessura da laje.
Já para o maior vão de uma laje unidirecional o máximo espaçamento é de 33 cm.
100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 46
𝑛
Com o espaçamento verificado e definido, calcula-se a quantidade total de barras (Q)
arredondando para o inteiro imediatamente superior.
𝑙0
𝑄= −1 47
𝑠
94

Onde:
l0 é o comprimento que varia para o tipo de armadura, sendo o valor de l0y para a
armadura positiva do menor vão, l0x para a do maior vão e o comprimento comum entre as
lajes que vão receber a armadura negativa.
O comprimento das barras é calculado de forma distinta para armaduras positivas e
negativas. Para a positiva calcula-se a ancoragem máxima (lb, máx) nos apoios a qual será
utilizada para a ancoragem das barras em todas as lajes, facilitando o processo construtivo.
Mais adiante, no Estado Limite Último de Cisalhamento será feita uma verificação do
comprimento de ancoragem, calculando o comprimento necessário efetivo (lb nec efetivo).
𝑙𝑏, 𝑚á𝑥 = 𝑏𝑤 𝑣𝑖𝑔𝑎 − 𝑐 𝑣𝑖𝑔𝑎 48

𝐶 = 𝑙0 + 𝑙𝑏, 𝑒𝑠𝑞 + 𝑙𝑏, 𝑑𝑖𝑟 49


Onde:
bw é a largura da viga à esquerda ou a direita;
c é o cobrimento da viga que vale 30 mm (3 cm);
l0 para o menor vão é o valor de l0x e para o maior l0y;
lb, esq e lb, dir são as ancoragens em cada lado da barra.
Já para as armaduras negativas, o comprimento é dado pela Equação 50 que provém
de um diagrama triangular de momentos, deslocado a 25% do comprimento lx,máx, que é o
maior comprimento lx de lajes adjacentes engastadas uma na outra ou o comprimento lx da
laje que é engastada a sua adjacente.
𝐶 = 𝑔𝑒 + 10 × 𝜙 + 2 × 0,25 × 𝑙𝑥, 𝑚á𝑥 + 10 × 𝜙 + 𝑔𝑑 50
Onde:
ge e gd são os ganchos calculados pelas equações a seguir.
𝑔𝑒 = ℎ𝑒 − 𝑐 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 − 𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 51

𝑔𝑑 = ℎ𝑑 − 𝑐 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 − 𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 52

4.5.5.1 Armaduras Positivas


A seguir é demonstrado o detalhamento das lajes L201 e L401, seguido das Tabelas
34 e 35 com os resultados para todas as lajes no menor e maior vão, respectivamente.
95

Cálculo para a L201:


ℎ = 8 𝑐𝑚
𝑙0𝑥 = 278 𝑐𝑚
𝑙0𝑦 = 448 𝑐𝑚
𝑐 𝑣𝑖𝑔𝑎 = 3 𝑐𝑚
𝑏𝑤 = 17 𝑐𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠
Menor Vão:
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 1,76 𝑐𝑚2/𝑚
𝜙𝑥 = 6,3 𝑚𝑚
𝜋 × 0,632
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,312 𝑐𝑚2
4
1,76
𝑛= = 5,65 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,312
100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 17,68 𝑐𝑚 → 17 𝑐𝑚
5,65
20 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { 2 × 8 = 16 𝑐𝑚 }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 17 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 16 𝑐𝑚
448
𝑄= − 1 = 27 → 27 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
16
𝑙𝑏, 𝑚á𝑥 = 17 − 3 = 14 𝑐𝑚 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎)
𝐶 = 278 + 14 + 14 = 306 𝑐𝑚
Detalhamento final:
27 𝜙6,3 𝑐16 − 306
Maior Vão:
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 1,22 𝑐𝑚2/𝑚
𝜙𝑦 = 6,3 𝑚𝑚
𝜋 × 0,632
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,312 𝑐𝑚2
4
1,22
𝑛= = 3,93 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,312
96

100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 25,45 𝑐𝑚 → 25 𝑐𝑚
3,93
20 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { 2 × 8 = 16 𝑐𝑚 }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 25 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 16 𝑐𝑚
278
𝑄= − 1 = 16,38 → 17 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
16
𝑙𝑏, 𝑚á𝑥 = 17 − 3 = 14 𝑐𝑚 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎)
𝐶 = 448 + 14 + 14 = 476 𝑐𝑚
Detalhamento final:
17 𝜙6,3 𝑐16 − 476

Cálculo para a L401:


ℎ = 12 𝑐𝑚
𝑙0𝑥 = 203 𝑐𝑚
𝑙0𝑦 = 498 𝑐𝑚
𝑐 𝑣𝑖𝑔𝑎 = 3 𝑐𝑚
𝑏𝑤 = 17 𝑐𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠
Menor Vão:
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 3,88 𝑐𝑚2/𝑚
𝜙𝑥 = 6,3 𝑚𝑚
𝜋 × 0,632
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,312 𝑐𝑚2
4
3,88
𝑛= = 12,44 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,312
100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 8,04 𝑐𝑚 → 8 𝑐𝑚
12,44
20 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { 2 × ℎ = 24 𝑐𝑚 }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 8 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 8 𝑐𝑚
498
𝑄= − 1 = 61,25 → 62 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
8
97

𝑙𝑏, 𝑚á𝑥 = 17 − 3 = 14 𝑐𝑚 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎)


𝐶 = 203 + 14 + 14 = 231 𝑐𝑚
Detalhamento final:
62 𝜙6,3 𝑐8 − 231
Maior Vão:
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 0,90 𝑐𝑚2/𝑚
𝜙𝑦 = 6,3 𝑚𝑚
𝜋 × 0,632
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,503 𝑐𝑚2
4
0,90
𝑛= = 2,89 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,312
100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 34,64 𝑐𝑚 → 34 𝑐𝑚
2,89
33 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 34 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 33 𝑐𝑚
203
𝑄= − 1 = 5,15 → 6 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
33
𝑙𝑏, 𝑚á𝑥 = 17 − 3 = 14 𝑐𝑚 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎)
𝐶 = 498 + 14 + 14 = 526 𝑐𝑚
Detalhamento final:
𝜙6,3 𝑐33 − 526
98

Tabela 34 – Detalhamento Armaduras Positivas (Menor Vão)


bw viga bw viga lb máx lb máx
h l0x l0y c viga ϕx As adot. As uni s Calc. s Adot. C
Laje esq dir n Q esq dir
(cm) (cm) (cm) (cm) (mm) (cm2/m) (cm2/m) (cm) (cm) (cm)
(cm) (cm) (cm) (cm)
L201 8 278 448 17 17 3 6,3 1,76 0,312 5,65 17,68 16 27 14 14 306
L202 10 388 448 17 17 3 6,3 1,91 0,312 6,14 16,29 16 27 14 14 416
L203 8 273 523 17 17 3 6,3 2,26 0,312 7,26 13,78 13 40 14 14 301
L204 8 158 203 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 12 14 14 186
L205 8 158 303 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 18 14 14 186
L206 10 388 433 17 17 3 6,3 1,64 0,312 5,25 19,03 19 22 14 14 416
L207 12 433 498 17 17 3 6,3 1,61 0,312 5,18 19,31 19 26 14 14 461
L208 8 303 433 17 17 3 6,3 2,12 0,312 6,79 14,73 14 30 14 14 331
L209 8 203 203 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 12 14 14 231
L210 8 203 303 17 17 3 6,3 0,98 0,312 3,14 31,80 16 18 14 14 231
L401 12 203 498 17 17 3 6,3 3,88 0,312 12,44 8,04 8 62 14 14 231
Fonte: Elaborado pelo autor
99

Tabela 35 – Detalhamento Armaduras Positivas (Maior Vão)


bw viga bw viga lb máx lb máx
h l0x l0y c viga ϕx As adot. As uni s Calc. s Adot. C
Laje esq dir n Q esq dir
(cm) (cm) (cm) (cm) (mm) (cm2/m) (cm2/m) (cm) (cm) (cm)
(cm) (cm) (cm) (cm)
L201 8 278 448 17 17 3 6,3 1,22 0,312 3,93 25,45 16 17 14 14 476
L202 10 388 448 17 17 3 6,3 1,07 0,312 3,42 29,24 20 19 14 14 476
L203 8 273 523 17 17 3 6,3 0,97 0,312 3,11 32,15 16 17 14 14 551
L204 8 158 203 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 9 14 14 231
L205 8 158 303 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 9 14 14 331
L206 10 388 433 17 17 3 6,3 1,09 0,312 3,50 28,58 20 19 14 14 461
L207 12 433 498 17 17 3 6,3 1,96 0,312 6,28 15,91 15 28 14 14 526
L208 8 303 433 17 17 3 6,3 1,39 0,312 4,46 22,42 16 18 14 14 461
L209 8 203 203 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 12 14 14 231
L210 8 203 303 17 17 3 6,3 0,80 0,312 2,58 38,77 16 12 14 14 331
L401 12 203 498 17 17 3 6,3 0,90 0,312 2,89 34,64 33 6 14 14 526
Fonte: Elaborado pelo autor
100

4.5.5.2 Armaduras Negativas


A seguir é demonstrado o detalhamento da armadura negativa entre as lajes L201 e
L202, seguido da Tabela 36 com os resultados para todos os locais em que se necessita de
armadura negativa.

Cálculo entre a L201 e L202:


ℎ 𝐿201 = 8 𝑐𝑚
ℎ 𝐿202 = 10 𝑐𝑚
𝑙0 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠 = 448 𝑐𝑚
𝑐 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 1,5 𝑐𝑚
𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 2,5 𝑐𝑚
𝐴𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 3,92 𝑐𝑚2/𝑚
𝜙 𝑛𝑒𝑔 = 8,0 𝑚𝑚
𝜋 × 0,82
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,503 𝑐𝑚2
4
3,92
𝑛= = 7,80 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,503
100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 12,83 𝑐𝑚 → 12 𝑐𝑚
7,80
20 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { 2 × 8 = 16 𝑐𝑚 }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 12 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 12 𝑐𝑚
448
𝑄= − 1 = 36,33 → 37 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
12
𝑙𝑥 𝐿201 = 283 𝑐𝑚
𝑙𝑥, 𝑚á𝑥 ≥ { }
𝑙𝑥 𝐿202 = 394 𝑐𝑚
𝑙𝑥, 𝑚á𝑥 = 394 𝑐𝑚
𝑔𝑑 = 10 − 1,5 − 2,5 = 6 𝑐𝑚
𝑔𝑒 = 8 − 1,5 − 2,5 = 4 𝑐𝑚
𝐶 = 6 + 10 × 0,8 + 2 × 0,25 × 394 + 10 × 0,8 + 4 = 223 𝑐𝑚
Detalhamento final:
37 𝜙8,0 𝑐12 − 223
101

Tabela 36 – Detalhamento Armaduras Negativa

c sup c inf
Entre as he hd l0 lx máx ϕ- As adot. As uni s Calc. s Adot. ge gd C
laje laje n Q
Lajes (cm) (cm) (cm) (cm) (mm) (cm2/m) (cm2/m) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm)
(cm) (cm)
L201-
8 10 448 394 1,5 2,5 8 3,92 0,503 7,80 12,83 12 37 4 6 223
L202
L201-
8 10 278 283 1,5 2,5 6,3 1,89 0,312 6,05 16,52 16 17 4 6 165
L206
L206-
10 12 433 440 1,5 2,5 8 3,78 0,503 7,52 13,30 13 33 6 8 250
L207
Fonte: Elaborado pelo autor
102

4.5.5.3 Armaduras de Borda


Deve-se também calcular e detalhar uma armadura de borda, de acordo com o item
19.3.3.3 da NBR6118/2014 nos apoios das lajes que não apresentam continuidade com planos
adjacentes. O dimensionamento da área de aço é feito utilizando área de aço mínima pela
relação, a seguir com bw = 100 cm.
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,67 × 𝜌𝑚í𝑛 53
𝑏𝑤 × ℎ
O detalhamento é feito seguindo a mesma ordem a das demais armaduras,
apresentadas anteriormente. O espaçamento máximo por norma é de 33 cm e o comprimento é
dado pela equação a seguir.
𝐶 = 25 × 𝜙 + 𝑏𝑤 − 𝑐 𝑣𝑖𝑔𝑎 + 0,15 × 𝑙𝑥 + ℎ − 𝑐 sup 𝑙𝑎𝑗𝑒 − 𝑐 inf 𝑙𝑎𝑗𝑒 54
Onde:
lx é o comprimento do menor vão da laje analisada.
A seguir é demonstrado o detalhamento da armadura de borda da laje L201, seguido
da Tabela 37 com os resultados para todas as lajes que necessitaram de armadura de borda.

Cálculo para a L201:


ℎ = 8 𝑐𝑚
𝑙0𝑥 = 278 𝑐𝑚
𝑙0𝑦 = 448 𝑐𝑚
𝑙𝑥 = 283 𝑐𝑚
𝑐 𝑣𝑖𝑔𝑎 = 3 𝑐𝑚
𝑐 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 1,5 𝑐𝑚
𝑐 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 2,5 𝑐𝑚
𝐴𝑠 𝑚í𝑛
𝜌𝑠 = ≥ 0,67 × 0,15%
100 × 8
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,80 𝑐𝑚2
𝜙 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑜 = 6,3 𝑚𝑚
𝜋 × 0,632
𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 = = 0,312 𝑐𝑚2
4
0,80
𝑛= = 2,58 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
0,312
103

100
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = = 38,77 𝑐𝑚 → 38 𝑐𝑚
2,58
33 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 ≤ { }
𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 38 𝑐𝑚
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 = 33 𝑐𝑚
𝐶 = 25 × 0,63 + 17 − 3 + 0,15 × 283 + 8 − 1,5 − 2,5 = 76,2 → 77 𝑐𝑚
Menor Vão:
278
𝑄= − 1 = 7,42 → 8 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
33
Detalhamento final:
8 𝜙6,3 𝑐33 − 77
Maior Vão:
448
𝑄= − 1 = 12,58 → 13 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
33
Detalhamento final:
13 𝜙6,3 𝑐33 − 77
104

Tabela 37 – Detalhamento Armaduras de borda


h l0 lx bw viga c viga c sup laje c inf laje ϕ bordo ρ mín As As uni s Calc. s Adot. C
Laje n Q
(cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (mm) (%) (cm2/m) (cm2/m) (cm) (cm) (cm)
278 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 8 77
L201 8 283
448 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 13 77
388 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,01 0,312 3,22 31,02 31 12 95
L202 10 394
448 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,01 0,312 3,22 31,02 31 14 95
273 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 8 76
L203 8 278
523 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 15 76
158 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 4 59
L204 8 163
203 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 6 59
158 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 4 59
L205 8 163
303 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 9 59
388 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,01 0,312 3,22 31,02 31 12 95
L206 10 394
433 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,01 0,312 3,22 31,02 31 13 95
433 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,21 0,312 3,87 25,85 25 17 104
L207 12 440
498 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,21 0,312 3,87 25,85 25 19 104
433 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 13 80
L208 8 308
303 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 9 80
203 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 6 65
L209 8 208
203 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 6 65
203 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 6 65
L210 8 208
303 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 0,80 0,312 2,58 38,77 33 9 65
203 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,21 0,312 3,87 25,85 25 8 70
L401 12 210
498 17 3 1,5 2,5 6,3 0,15% 1,21 0,312 3,87 25,85 25 19 70
Fonte: Elaborado pelo autor
105

4.5.5.4 Bordas Livres e Aberturas


A laje L401 apresenta uma abertura de 60 x 60 cm e, portanto, seu detalhamento
deve levar em consideração o item 20.2 da NBR 6118/2014 que apresenta as prescrições
referentes ao detalhamento de bordas livres e aberturas em lajes maciças. A Figura 29 ilustra
o detalhamento recomendado pela norma. Devem-se utilizar armaduras complementares de
reforço no contorno e canto da abertura substituindo as armaduras interrompidas, de tal forma
a evitar perturbações e concentrações de tensões nesses locais.

Figura 29 – Bordas Livres e Aberturas das Lajes Maciças

Fonte: NBR 6118/2014 (Figura 20.1)

Na direção do detalhamento da armadura menor vão (62 𝜙6,3 𝑐8 − 231), nos 60 cm


da abertura 7 barras vão ser interrompidas, já no maior vão (6 𝜙6,3 𝑐33 − 526), apenas 1
barra, a partir dos espaçamentos calculados. Nas armaduras de bordas, são interrompidas 2
barras na direção de ambos os vãos. Considerando a espessura da laje, comprimento de
ancoragem utilizado e os cobrimentos dos elementos, bem como o apresentado na Figura 29,
é feito o detalhamento da armadura complementar da laje L401, conforme ilustrado a seguir
(sem escala).
106

Figura 30 – Detalhamento Abertura (maior vão)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 31 – Detalhamento Abertura (menor vão)

Fonte: Elaborado pelo autor

4.5.6 Resumo de Aço

As armaduras dimensionadas e detalhadas foram divididas em famílias agrupando as


de mesmo comprimento, conforme apresentado a seguir. Foi considerado perdas de 10%
durante a execução para cada diâmetro para o cálculo da massa total necessária de aço.
Também são apresentadas as plantas de armação das lajes (sem escala). O projeto de
armadura completo em escala com todos os detalhes encontra-se no Apêndice C deste
trabalho.
107

Tabela 38 – Classificação dos Aços


Resumo de Aço Pavimento Superior e Pavimento Caixa d'água

Comprimento
Tipo de Aço ϕx (mm) N Quantidade
Unitário (cm) Total (m)
1 27 306 82,62
2 49 416 203,84
3 40 301 120,40
4 30 186 55,80
5 63 461 290,43
6 51 331 168,81
7 106 231 244,86
8 36 476 171,36
9 17 551 93,67
10 33 526 173,58
11 17 165 28,05
12 21 77 16,17
13 37 95 35,15
14 23 76 17,48
15 4 59 2,36
6,3
16 13 80 10,40
CA-50
17 27 65 17,55
18 50 70 35,00
19 1 497 4,97
20 7 202 14,14
21 4 112 4,48
22 11 104 11,44
23 14 169 23,66
24 19 201 38,19
25 4 118 4,72
26 15 135 20,25
27 9 139 12,51
28 13 184 23,92
29 9 145 13,05
30 6 169 10,14
31 37 223 82,51
8
32 33 250 82,50
Fonte: Elaborado pelo autor
108

Tabela 39 – Massa de Aço

Tipo de
ϕx Comprimento Total Massa Nominal do Aço Massa Total + 10% de
Aço (mm) (m) (kg/m) perdas (kg)

6,3 1949,00 0,245 525,26


CA-50
8,0 165,01 0,395 71,70
TOTAL = 552,61
Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 32 – Planta de Armaduras Positivas (Pav. Superior)

Fonte: Elaborado pelo autor


109

Figura 33 – Planta de Armaduras Negativas (Pav. Superior)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 34 – Planta deArmaduras Positivas e Negativas (Pav. Cx. d’água)

Fonte: Elaborado pelo autor


110

4.6 ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE CISALHAMENTO

A verificação do Estado Limite Último de Cisalhamento é feita para as lajes, a fim de


verificar se a laje resiste ao cisalhamento sem armadura transversal (estribos). As lajes de
maneira geral não falham por cisalhamento, ou seja, o concreto sem armadura transversal
resiste a esses esforços. Entretanto, a NBR6118/2014 recomenda a verificação, pois caso o
cisalhamento não passe é necessário alterar a espessura da laje. Tal processo consiste em
calcular as reações das lajes nas vigas distribuídas de forma uniforme e comparar seu maior
valor com o esforço cortante resistente. Esse esforço é calculado considerando a situação de
laje sem armadura para força cortante, conforme apresentado no item 19.4.1 da norma.

4.6.1 Cálculo das Reações nas Vigas

O item 14.7.6.1 da norma dispõe sobre o cálculo das reações de apoio das lajes
maciças nas vigas. A norma indica algumas aproximações a serem feitas para esse cálculo
através do método das charneiras plásticas no regime de ruptura. O método consiste em traçar
linhas de ruptura dos vértices das lajes traçadas para cada apoio, com ângulos aproximados
para as seguintes condições, de acordo com a NBR6118/2014:
 45º entre apoios do mesmo tipo;
 60º a partir do apoio considerado engastado, se outro for considerado simplesmente
apoiado;
 90º a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.
A Figura 35 ilustra as condições da norma para o cálculo das reações de apoio.
111

Figura 35 – Teoria das Charneiras Plásticas

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 3.28)
É importante salientar que Carvalho utilizou esse método e criou tabelas, que serão
utilizadas neste trabalho para calcular os esforços de cisalhamento. O cálculo das reações (q) é
dado pela Equação 55 a seguir, de maneira similar ao cálculo dos momentos fletores.
𝑞𝑥 𝑘𝑥

𝑞𝑥 𝑘𝑥 − 𝑝 × 𝑙𝑥
{ 𝑞𝑦 } = { }×
𝑘𝑦 10
𝑞𝑦 − 𝑘𝑦 − 55

Onde:
p é o carregamento da laje na combinação do ELU;
kx, kx-, ky e ky-são coeficientes tabelados em função do caso de vinculação (similar
aos coeficientes μ da flexão), dados pelas tabelas a seguir, onde é feita interpolação linear
caso o λ esteja entre valores tabelados. A classificação de lajes unidirecionais é uma
simplificação feita no processo de cálculo à flexão, entretanto, para o cisalhamento, a fim de
evitar situações perigosas, essa simplificação não é feita. Logo, a laje é classificada
novamente, porém como bidirecional e, portanto, vai apresentar um caso de vinculação
considerando o coeficiente λ tendendo ao infinito, pois é um valor maior que 2.
112

Tabela 40 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 1, 2 e 3)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.8)
113

Tabela 41 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 4, 5 e 6)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.9)
114

Tabela 42 – Coeficientes kx, ky, kx-, ky- para lajes retangulares (Casos 7, 8 e 9)

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.10)

A seguir é demonstrado o cálculo para a L201 e apresentado os demais resultados na


Tabela 43.
115

Cálculo para a L201:


𝑙𝑥 = 283 𝑐𝑚
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑈 = 9,34 𝑘𝑁/𝑚2
𝜆 = 1,60 (𝐵𝑖𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙)
𝐶𝑎𝑠𝑜 4 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝑘𝑥 = 2,52
𝑘𝑥 − = 4,36
{ }
𝑘𝑦 = 1,83
𝑘𝑦 − = 3,17
𝑞𝑥 2,52 6,66 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑞𝑥 − 9,34 × 2,83
4,36 11,52 𝑘𝑁𝑚/𝑚
{ 𝑞𝑦 } = { }× ={ }
1,83 10 4,83 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑞𝑦 − 3,17 8,37 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑞 𝑚á𝑥 = 11,52 𝑘𝑁𝑚/𝑚
116

Tabela 43 – Cálculo Reações de Apoio das Lajes


lx Tipo de p qx qx- qy qy- q máx
Laje λ Vinculação kx kx- ky ky-
(m) Armação (kN/m2) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m)
L201 2,83 1,60 Bidirecional Caso 4 9,34 2,52 4,36 1,83 3,17 6,66 11,52 4,83 8,37 11,52
L202 3,94 1,15 Bidirecional Caso 3 7,13 2,50 4,32 1,83 - 7,03 12,14 5,14 - 12,14
L203 2,78 1,90 Bidirecional Caso 1 6,43 3,68 - 2,50 - 6,58 - 4,47 - 6,58
L204 1,63 1,28 Bidirecional Caso 1 6,43 3,05 - 2,50 - 3,19 - 2,62 - 3,19
L205 1,63 1,89 Bidirecional Caso 1 6,43 3,67 - 2,50 - 3,84 - 2,62 - 3,84
L206 3,94 1,11 Bidirecional Caso 3 7,13 2,45 4,25 1,83 - 6,89 11,94 5,14 - 11,94
L207 4,40 1,15 Bidirecional Caso 2 7,83 2,10 - 2,44 4,22 7,24 - 8,41 14,55 14,55
L208 3,08 1,42 Bidirecional Caso 1 6,43 3,24 - 2,50 - 6,42 - 4,95 - 6,42
L209 2,08 1,00 Bidirecional Caso 1 6,43 2,50 - 2,50 - 3,34 - 3,34 - 3,34
L210 2,08 1,48 Bidirecional Caso 1 6,43 3,31 - 2,50 - 4,42 - 3,34 - 4,42
L401 2,10 2,40 Bidirecional Caso 1 26,34 5,00 - 2,50 - 27,68 - 13,84 - 27,68
Fonte: Elaborado pelo autor
117

4.6.2 Cálculo do Esforço Cortante Resistente

A verificação consiste em comparar o valor máximo de reação, que corresponde ao


esforço cortante de cálculo (Vsd), determinado anteriormente com o valor do esforço cortante
resistente, de acordo com a Equação 56.

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑1 = (𝜏𝑟𝑑 × 𝑘 × (1,2 + 40 × 𝜌1) + 0,15 × 𝜎𝑐𝑝) × 𝑏𝑤 × 𝑑 56

Onde cada item é calculado por equações específicas apresentadas a seguir e σcp = 0,
visto que não há a protensão.
3
𝜏𝑟𝑑 = 37,5 × 10−3 × √𝑓𝑐𝑘 2 (𝑎𝑡é 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐶50) 57

𝑘 = (1,6 − 𝑑) ≥ 1 58

𝐴𝑠1
𝜌1 = ≤ 0,02 59
𝑏𝑤 × 𝑑
Onde:
d é a altura útil da armadura que chega até a viga de maior reação de apoio;
As1 é a área de armadura de tração que se estende no mínimo até d – lb,nec além da
seção considerada, quando a reação máxima está sobre o apoio. Quando a reação máxima está
sobre a região de engastamento, utiliza-se a armadura de tração da região, que no caso passa a
ser a armadura negativa calculada anteriormente.
100
𝐴𝑠1 = 𝐴𝑠, 𝑢𝑛𝑖 × 60
𝑠 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜

Cálculo para a L201:


𝑉𝑠𝑑 = 𝑞 𝑚á𝑥 = 11,52 𝑘𝑁𝑚/𝑚
O esforço máximo ocorre na viga V207, que recebe a armadura negativa entre as lajes
L201 e L202, com o seguinte detalhamento e altura útil:
34 𝜙8,0 𝑐13 − 223
𝑑 𝑛𝑒𝑔 = 6,19 𝑐𝑚
𝑘 = (1,6 − 0,0619) = 1,54 ≥ 1
118

100
𝐴𝑠1 = 0,503 × = 3,87 𝑐𝑚2/𝑚
13
3,87
𝜌1 = = 0,00625 ≤ 0,02
100 × 6,19
3
𝜏𝑟𝑑 = 37,5 × 10−3 × √252 = 0,321 𝑀𝑃𝑎 → 321 𝑘𝑁/𝑚2
𝑉𝑟𝑑1 = (321 × 1,54 × (1,2 + 40 × 0,00625) + 0,15 × 0) × 1 × 0,0619 = 44,23 𝑘𝑁/𝑚
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑1
11,52 𝑘𝑁/𝑚 ≤ 44,23 𝑘𝑁/𝑚

Tabela 44 – Cálculo Esforço Cortante Resistente

Laje Vsd (kN/m) As (cm2/m) d (cm) k ρ1 Vrd1 (kN/m) Verificação


L201 11,52 4,19 6,10 1,54 0,00687 44,39 OK
L202 12,14 4,19 6,10 1,54 0,00687 44,39 OK
L203 6,58 2,40 5,19 1,55 0,00462 35,64 OK
L204 3,19 1,95 5,19 1,55 0,00376 34,75 OK
L205 3,84 1,95 5,19 1,55 0,00376 34,75 OK
L206 11,94 3,87 8,10 1,52 0,00477 54,87 OK
L207 14,55 3,87 8,10 1,52 0,00477 54,87 OK
L208 6,42 2,23 5,19 1,55 0,00429 35,30 OK
L209 3,34 1,95 5,19 1,55 0,00376 34,75 OK
L210 4,42 1,95 5,19 1,55 0,00376 34,75 OK
L401 27,68 3,90 9,19 1,51 0,00424 60,83 OK
Observação τ rd (kN/m2) 321
Fonte: Elaborado pelo autor

4.6.3 Verificação do Comprimento de Ancoragem

No detalhamento das armaduras positivas realizado no item 4.5.5, utilizou -se todo o
comprimento disponível de ancoragem nos apoios de 14 cm retirando do bw da viga de 17 cm
o seu cobrimento de 3 cm. É necessário verificar se essa ancoragem é suficiente calculando o
comprimento de ancoragem necessário para cada laje nos apoios sem engastamento.

Os itens 9.4.2.4 e 9.4.2.5 da NBR6118/2014 apresentam as formulações para o cálculo


do comprimento de ancoragem básico (lb) e necessário (lb,nec), respectivamente,
apresentados a seguir. O comprimento lb se refere ao trecho reto de uma barra necessário para
119

ancorar a força limite As × fyd, porém não necessariamente o aço escoa, visto que a armadura
efetiva detalhada é sempre superior à armadura calculada. Dessa forma, o comprimento de
ancoragem pode ser reduzido para o lb,nec.

𝜙 × 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = 61
4 × 𝑓𝑏𝑑

𝐴𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 × 𝑙𝑏 × ≥ 𝑙𝑏, 𝑚í𝑛 62
𝐴𝑠 𝑒𝑓

Onde:
Φ é o diâmetro da barra;
fyd é a tensão de escoamento do aço, apresentado na Tabela 6;
α é um coeficiente que depende do uso ou não de ganhos, valendo 0,7 para barras
tracionadas com gancho e cobrimento superior a 3Φ e 1,0 para barras sem gancho, que é o
caso utilizado;
As,calc é a área de aço calculada;
As,ef é a área de aço efetiva utilizada a partir do detalhamento;
lb,mín é o maior valor entre 0,3lb, 10Φ e 10 cm;
fbd é a resistência de aderência de cálculo entre a armadura e o concreto na ancoragem
definida no item 9.3.2.1 da norma.
𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 × 𝜂2 × 𝜂3 × 𝑓𝑐𝑡𝑑 63
Onde:
fctd é a resistência a tração de cálculo do concreto apresentada na Tabela 5;
η1 é igual a:
 1,0 para barras lisas (CA-25);
 1,4 para barras entalhadas (CA-60);
 2,25 para barras de alta aderência (CA-50), que é caso utilizado.

η2 é igual a:
 0,7 para regiões de má aderência;
 1,0 para regiões de boa aderência que é definida, para barras horizontais e de
elementos com espessura inferior a 60 cm, como regiões de no máximo 30 cm acima
120

da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima, sendo ocaso


utilizado.

η3 é igual a:
 1,0 para Φ ≤ 32 mm, sendo o caso utilizado;
 (132 – Φ)/100 para Φ > 32 mm.

A ancoragem das lajes é feita nos apoios (vigas), portanto, deve-se calcular a força a ser
ancorada dada pela equação a seguir.
𝑎𝑙
𝑅𝑠𝑑 = × 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑 64
𝑑
Onde:
d é altura útil da laje;
Vd é a reação de apoio máxima da laje sobre a viga;
Nd é a força normal, nula nesse caso;
al é o comprimento de decalagem do momento fletor, dado pela equação a seguir, de
acordo com ARAÚJO (2003).
𝑎𝑙 = 1,5 × 𝑑 65

Sabendo que a força limite é As × fyd, a área de aço necessária calculada para a
ancoragem é dada pela Equação 66.
𝑅𝑠𝑑
𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐 = 66
𝑓𝑦𝑑

Calcula-se o comprimento de ancoragem necessário para o os apoios, comparando com


os valores mínimos e caso o valor calculado seja inferior à ancoragem máxima utilizada (14
cm) não há problema no detalhamento realizado, ou seja, o comprimento de ancoragem
disponível é suficiente. A seguir é demonstrado o cálculo para a laje L201 seguido da Tabela
45 com os valores calculados para as demais lajes.

Cálculo para a L201:


𝑉𝑑 = 𝑞 𝑚á𝑥 = 6,66𝑘𝑁/𝑚 (𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜)
𝑑𝑥 = 5,19 𝑐𝑚
121

𝑎𝑙 = 1,5 × 5,19 = 7,78 𝑐𝑚


7,78
𝑅𝑠𝑑 = × 6,66 = 9,99 𝑘𝑁/𝑚
5,19
9,99
𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐 = = 0,23 𝑐𝑚2/𝑚
43,478
𝐴𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜) = 1,95𝑐𝑚2/𝑚 (27 𝜙6,3 𝑐16)
𝑓𝑏𝑑 = 2,25 × 1 × 1 × 1,28 = 2,89 𝑀𝑃𝑎
0,63 × 434,78
𝑙𝑏 = = 23,7 𝑐𝑚
4 × 2,89
0,23
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 = 1 × 23,7 × = 2,80 𝑐𝑚 ≥ 𝑙𝑏, 𝑚í𝑛
1,95
0,3 × 23,7 = 7,11 𝑐𝑚
𝑙𝑏, 𝑚í𝑛 ≥ { 10 × 0,63 = 6,3 𝑐𝑚 }
10 𝑐𝑚
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 = 10 𝑐𝑚 < 14 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾
122

Tabela 45 – Verificação do Comprimento de Ancoragem


As,
Vd As, calc Diâmetro lb,nec lb, mín lb, calc lb adot
Laje Tipo de Vínculo d (cm) al (cm) Rsd (kN/m) efetiva lb (cm) Verificação
(kN/m) (cm2/m) (mm) (cm) (cm) (cm) (cm)
(cm2/m)
L201 6,66 Apoio menor vão 5,19 7,78 9,99 0,23 1,95 6,3 23,7 2,80 10,0 10,0 14 OK
L202 7,03 Apoio menor vão 7,19 10,78 10,54 0,24 1,95 6,3 23,7 2,95 10,0 10,0 14 OK
L203 6,58 Apoio menor vão 5,19 7,78 9,86 0,23 2,40 6,3 23,7 2,25 10,0 10,0 14 OK
L204 3,19 Apoio menor vão 5,19 7,78 4,79 0,11 1,95 6,3 23,7 1,34 10,0 10,0 14 OK
L205 3,84 Apoio menor vão 5,19 7,78 5,77 0,13 1,95 6,3 23,7 1,62 10,0 10,0 14 OK
L206 6,89 Apoio menor vão 7,19 10,78 10,33 0,24 1,64 6,3 23,7 3,44 10,0 10,0 14 OK
L207 8,41 Apoio maior vão 8,56 12,83 12,62 0,29 2,08 6,3 23,7 3,31 10,0 10,0 14 OK
L208 6,42 Apoio menor vão 5,19 7,78 9,62 0,22 2,23 6,3 23,7 2,36 10,0 10,0 14 OK
L209 3,34 Apoio menor vão 5,19 7,78 5,01 0,12 1,95 6,3 23,7 1,40 10,0 10,0 14 OK
L210 4,42 Apoio menor vão 5,19 7,78 6,64 0,15 1,95 6,3 23,7 1,86 10,0 10,0 14 OK
L401 27,68 Apoio menor vão 9,19 13,78 41,53 0,96 3,90 6,3 23,7 5,82 10,0 10,0 14 OK
fyd (kN/cm2) 43,478
η1 2,25
η2 1,00
Observação
η3 1,00
fctd (MPa) 1,28
fbd (MPa) 2,89
α 1,00
Fonte: Elaborado pelo autor
123

4.7 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO


A verificação do estado limite de serviço é necessária para uma laje, a fim de garantir
conforto ao usuário em relação a aspectos visuais e de vibração da estrutura, bem como sua
durabilidade e vida útil. É nessa etapa em que se verifica a fissuração da laje devido aos
momentos fletores gerados nos vãos devido ao carregamento de serviço com o momento de
fissuração do elemento. Também se verifica os deslocamentos (flechas) das lajes imediatos e
devido ao efeito da fluência do concreto com os limites estabelecidos pela NBR618/2014.
Utiliza-se o carregamento da combinação frequente de serviço para o cálculo dos momentos
de serviço da mesma forma apresentada no item 4.3 e a combinação quase permanente para o
cálculo das flechas.

4.7.1 Verificação da Fissuração das Lajes

Diferente do Estado Limite Último visto anteriormente, o Estado Limite de Serviço às


estruturas trabalham parcialmente no Estádio I e parcialmente no Estádio II, conforme
disposto no item 17.3.1 da norma. O Estádio I trata-se da fase inicial, o estágio elástico do
concreto, onde ainda não ocorrem as fissurações. Já o Estádio II é o estado de fissuração do
concreto, ou seja, o carregamento sobre o elemento é suficiente de tal forma que as tensões de
tração devido ao momento fletor superam a resistência à tração do concreto. Há, portanto, o
valor de um momento fletor cuja tensão de tração produzida é igual à tração resistente do
concreto. Esse é o momento de fissuração definido pela norma como a separação entre os
Estádios I e II do concreto, sendo calculado pela Equação 67.
𝑓𝑐𝑡𝑚 × 𝐼𝑐
𝑀𝑟 = 𝛼 × 67
𝑦𝑡
Onde:
α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a
resistência à tração direta do concreto, que depende da seção transversal do elemento, sendo
1,5 para seções retangulares;
fctm é a resistência à tração direta do concreto (Tabela 5);
yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada, sendo para
seções retangulares metade de sua altura;
Ic é o momento de inércia da seção bruta da laje considerando uma base de 1 metro.
124

𝑏 × ℎ3
𝐼𝑐 = 68
12
Se o momento de serviço da laje for inferior ao momento de fissuração, o concreto está
em seu Estádio I e não ocorre a fissuração da laje e utiliza-se o momento de inércia da seção
bruta (Ic). Porém, quando o valor for superado a laje fissura e deve-se calcular um novo
momento de inércia reduzido pela Equação de Branson, a seguir, que realiza uma ponderação
entre o momento da seção bruta e do momento de inércia do Estádio II.
𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = 𝐼𝑐 × ( ) + (1 − ( ) ) × 𝐼𝑖𝑖 ≤ 𝐼𝑐 69
𝑀𝑎 𝑀𝑎
Onde:
Ma é o momento fletor de serviço atuante;
Iii é momento de inércia do Estádio II dado pela Equação 70.
𝑏 × 𝑋𝑖𝑖 3
𝐼𝑖𝑖 = + 𝛼𝐸 × 𝐴𝑠 × (𝑋𝑖𝑖 − 𝑑)2 + (𝛼𝐸 − 1) × 𝐴′𝑠 × (𝑋𝑖𝑖 − 𝑑′)2 70
3
Onde:
b é a base de 1 metro;
As é a área de aço tracionada;
A’s é a área de aço comprimido, cujo valor para as lajes é nulo;
d é a altura útil da seção;
d’ é distância da borda comprimida até a armadura comprimida, cujo valor também é
nulo;
αE é dado pela relação entre o módulo de elasticidade do aço e do módulo de
elasticidade secante do concreto.
𝐸𝑠
𝛼𝐸 = 71
𝐸𝑐𝑠
Xii é a altura da linha neutra no Estádio II dada pela Equação 72, cujos coeficientes A e
B são calculados pelas Equações 73 e 74.

𝑋𝑖𝑖 = −𝐴 + √𝐴2 + 2 × 𝐵 72

(𝛼𝐸 − 1) × 𝐴′ 𝑠 + 𝛼𝐸 × 𝐴𝑠
𝐴= 73
𝑏𝑤
125

𝑑′ × (𝛼𝐸 − 1) × 𝐴′ 𝑠 + 𝑑 × 𝛼𝐸 × 𝐴𝑠
𝐵= 74
𝑏𝑤
A seguir é demonstrado o cálculo para a laje L201 e apresentado a Tabelas 46, 47 e 48
com o cálculo dos momentos de serviço, do momento de fissuração e a verificação da
fissuração das lajes, respectivamente, onde nota-se que houve fissuração no momento
negativo da laje L201 e no momento positivo na laje L401.

Cálculo para a L201 (h = 8 cm):


𝑓𝑐𝑡𝑚 = 2,56 × 103 𝑘𝑁/𝑚2
1 × 0,083
𝐼𝑐 = = 4,27 × 10−5 𝑚4
12
8
𝑦𝑡 = = 4 𝑐𝑚 → 0,04 𝑚
2
2,56 × 103 × 4,27 × 10−5
𝑀𝑟 = 1,5 × = 4,10 𝑘𝑁𝑚/𝑚
0,04
𝑙𝑥 = 2,83 𝑚
𝜆 = 1,60
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑆 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 5,77 𝑘𝑁/𝑚2
𝐶𝑎𝑠𝑜 4 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝜇𝑥 = 5,06
𝜇𝑥 − = 10,99
{ }
𝜇𝑦 = 2,31
𝜇𝑦 − = 8,12
𝑀𝑥 𝜇𝑥
𝑀𝑦 𝜇𝑥 − 𝑝 × 𝑙𝑥 2
{ − } = { 𝜇𝑦 } ×
𝑀𝑥 100
𝑀𝑦 − 𝜇𝑦 −
𝑘𝑁𝑚
2,34 < 4,10
𝑚
𝑀𝑥 5,06 𝑘𝑁𝑚
𝑀𝑥 − 5,77 × 2,832 5,07 > 4,10
10,99 𝑚
{ }={ }× = → 𝑀𝑥 − 𝐹𝑖𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎
𝑀𝑦 2,31 100 𝑘𝑁𝑚
𝑀𝑦 − 8,12 1,07 < 4,10
𝑚
𝑘𝑁𝑚
{3,75 𝑚 < 4,10}
126

Tabela 46 – Momentos de Serviço das Lajes

Laje lx (m) λ Vinculação p (kN/m2) μx μx- μy μy- Mx (kNm/m) Mx- (kNm/m) My (kNm/m) My-(kNm/m)

L201 2,83 1,60 Caso 4 5,77 5,06 10,99 2,31 8,12 2,34 5,07 1,07 3,75
L202 3,94 1,15 Caso 3 4,20 4,64 9,63 2,68 - 3,02 6,27 1,75 -
L203 2,78 1,90 Caso 1 3,70 9,63 - 3,75 - 2,75 - 1,07 -
L204 1,63 1,28 Caso 1 3,70 6,47 - 4,43 - 0,63 - 0,43 -
L205 1,63 1,89 Caso 1 3,70 9,59 - 3,77 - 0,94 - 0,37 -
L206 3,94 1,11 Caso 3 4,20 4,47 9,37 2,74 - 2,91 6,10 1,78 -
L207 4,40 1,15 Caso 2 4,70 4,14 - 3,97 9,53 3,77 - 3,61 8,67
L208 3,08 1,42 Caso 1 3,70 7,37 - 4,32 - 2,58 - 1,51 -
L209 2,08 1,00 Caso 1 3,70 4,41 - 4,41 - 0,70 - 0,70 -
L210 2,08 1,48 Caso 1 3,70 7,74 - 4,27 - 1,23 - 0,68 -
L401 2,10 2,40 Apoio-Apoio 17,02 - - - - 9,40 - - -
Fonte: Elaborado pelo autor
127

Tabela 47 – Momentos de Fissuração das Lajes


Ic seção
Laje Mr
h (cm) bruta yt (m)
(kNm/m)
(m4)
L201 8 4,27E-05 0,04 4,10
L202 10 8,33E-05 0,05 6,41
L203 8 4,27E-05 0,04 4,10
L204 8 4,27E-05 0,04 4,10
L205 8 4,27E-05 0,04 4,10
L206 10 8,33E-05 0,05 6,41
L207 12 1,44E-04 0,06 9,23
L208 8 4,27E-05 0,04 4,10
L209 8 4,27E-05 0,04 4,10
L210 8 4,27E-05 0,04 4,10
L401 12 1,44E-04 0,06 9,23
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 48 – Verificação da Fissuração das Lajes

Laje Mx Mx- My My- Mr


Verificação
(kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (kNm/m) (kNm/m)
Fissura o
L201 2,34 5,07 1,07 3,75 4,10
Mx-
L202 3,02 6,27 1,75 - 6,41 Não Fissura
L203 2,75 - 1,07 - 4,10 Não Fissura
L204 0,63 - 0,43 - 4,10 Não Fissura
L205 0,94 - 0,37 - 4,10 Não Fissura
L206 2,91 6,10 1,78 - 6,41 Não Fissura
L207 3,77 - 3,61 8,67 9,23 Não Fissura
L208 2,58 - 1,51 - 4,10 Não Fissura
L209 0,70 - 0,70 - 4,10 Não Fissura
L210 1,23 - 0,68 - 4,10 Não Fissura
L401 9,40 - - - 9,23 Fissura o Mx
Fonte: Elaborado pelo autor

Para as lajes L201 e L401 é necessário calcular o momento de inércia e espessura


equivalente, afinal essas lajes passaram a atuar no Estádio II. É efetuado, a seguir, o cálculo
para a L201 seguido com os resultados para a L401 na Tabela 49.
128

Cálculo para a L201 (h = 8 cm):


𝑀𝑟 = 4,10 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝑀𝑎 = 5,07 𝑘𝑁𝑚/𝑚
𝐸𝑠 210000
𝛼𝐸 = = = 8,70
𝐸𝑐𝑠 24150

𝑏 =1𝑚

A fissuração ocorre no engastamento entre as lajes L201 e L202, portanto, é


considerada a altura útil e área de aço tracionada efetiva do engastamento (armadura
negativa), calculado anteriormente no item 4.6.2.

𝑑 = 6,19 𝑐𝑚

𝐴𝑠 = 3,87 𝑐𝑚2/𝑚

100 × 83
𝐼𝑐 = = 4266,67 𝑐𝑚4
12

(8,70 − 1) × 0 + 8,70 × 3,87


𝐴= = 0,336 𝑐𝑚
100

0 × (8,70 − 1) × 0 + 6,19 × 8,70 × 3,87


𝐵= = 2,080 𝑐𝑚2
100

𝑋𝑖𝑖 = −0,336 + √0,3362 + 2 × 2,080 = 1,731 𝑐𝑚

100 × 1,7313
𝐼𝑖𝑖 = + 8,70 × 3,87 × (1,731 − 6,19)2 + (8,70 − 1) × 0 × (1,731 − 0)2
3

𝐼𝑖𝑖 = 839,90𝑐𝑚4

4,10 3 4,10 3
𝐼𝑒𝑞 = 4266,67 × ( ) + (1 − ( ) ) × 839,90 = 2653,30 𝑐𝑚4 ≤ 4266,67 𝑐𝑚4
5,07 5,07

Utiliza-se a Equação 75 para o cálculo do momento de inércia final por meio de uma
ponderação. Para a laje L201(bidirecional) é considerado o momento da seção bruta no vão e
129

no apoio não engastado na ponderação. Já para a laje L401 (unidirecional e apoiada nas duas
extremidades) não é feita a ponderação. Com o momento de inércia final, calcula-se a
espessura equivalente com a Equação 76.

𝐼 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,15 × 𝐼𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜1 + 0,15 × 𝐼𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜2 + 0,70 × 𝐼𝑣ã𝑜 75

3 12 × 𝐼𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
ℎ 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = √ 76
𝑏

Cálculo para a L201 (h = 8 cm):


𝐼 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,15 × 4266,67 + 0,15 × 2653,30 + 0,70 × 4266,67 = 4024,66 𝑐𝑚4

3 12 × 4024,66
ℎ 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = √ = 7,85 𝑐𝑚
100
130

Tabela 49 – Cálculo Momento de Inércia e Espessura Equivalente


As Ic seção h
h Mr Ma d A B Xii Iii Ieq I final
Laje efetivo bruta equiv.
(cm) (kNm/m) (kNm/m) (cm) (cm) (cm2) (cm) (cm4) (cm4) (cm4)
(cm2/m) (cm4) (cm)
L201 8 4,10 5,07 6,10 4,19 4266,67 0,364 2,222 1,775 867,75 2666,42 4026,63 7,85
L401 12 9,23 9,40 9,19 3,90 14400,00 0,339 3,112 2,179 2007,99 13764,30 13764,30 11,82
Observação αE 8,70
Fonte: Elaborado pelo autor
131

A Tabela 50 apresenta um resumo com a situação da seção (bruta ou fissurada), bem


como o momento de inércia e espessura de cada laje, após as verificações de fissuração.

Tabela 50 – Resumo Momento de Inércia e Espessura das Lajes


Laje Seção I (cm4) h (cm)
L201 Fissurada 4026,63 7,85
L202 Bruta 8333,33 10,00
L203 Bruta 4266,67 8,00
L204 Bruta 4266,67 8,00
L205 Bruta 4266,67 8,00
L206 Bruta 8333,33 10,00
L207 Bruta 14400,00 12,00
L208 Bruta 4266,67 8,00
L209 Bruta 4266,67 8,00
L210 Bruta 4266,67 8,00
L401 Fissurada 13764,30 11,82
Fonte: Elaborado pelo autor

4.7.2 Cálculo das Flechas

São calculados dois tipos de flechas: as imediatas e as diferidas com o tempo. A flecha
imediata é a que ocorre imediatamente após a retirada do escoramento das lajes com a
finalização do processo de cura do concreto. Portanto, estão diretamente relacionadas ao
carregamento quase permanente de serviço que atua sobre as lajes. Já a flecha diferida com o
tempo do elemento está relacionada ao fenômeno de fluência do concreto, que aumenta as
deformações com o passar do tempo por conta dos carregamentos de longa duração que atuam
sobre as lajes.
4.7.2.1 Flecha Imediata
É calculada de forma distinta para lajes bidirecionais e unidirecionais. Para lajes
bidirecionais utiliza-se a Equação 23 apresentada anteriormente no item 4.3, onde é
necessário definir o coeficiente α tabelado que depende do caso de vinculação e do λ. A
Tabela 51 apresenta os valores de α para todos os casos e a interpolação linear é necessário,
quando λ for um valor intermediário.
132

Tabela 51 – Coeficientes α para lajes retangulares Casos 1 a 9

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Tabela 7.2)

Já para lajes unidirecionais, o cálculo depende da condição de apoio da mesma,


semelhante ao cálculo dos momentos fletores. A Tabela 52 apresenta a equação para o cálculo
das flechas imediata em função do tipo de apoio.
133

Tabela 52 – Cálculo Flechas Imediatas em Lajes Unidirecionais

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Tabela 3.4)
A seguir é demonstrado o cálculo para a laje L201 e L401 com a Tabela 53
apresentando o resultado da flecha imediata para as demais lajes.

Cálculo para a L201:


ℎ = 7,85 𝑐𝑚
𝑙𝑥 = 2,83 𝑚
𝜆 = 1,60
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑆 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑠𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 5,62 𝑘𝑁/𝑚2
𝐶𝑎𝑠𝑜 4 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝛼 = 4,65
𝐸𝑐𝑠 = 24150 × 103 𝑘𝑁/𝑚2
5,62 × 2,834
𝑓0 = 4,65 × = 1,43 × 10−3 𝑚 → 1,43 𝑚𝑚
100 × 24150 × 103 × 0,07853

Cálculo para a L401:


ℎ = 11,82 𝑐𝑚
𝑙𝑥 = 2,10 𝑚
𝜆 = 2,40 (𝑈𝑛𝑖𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙)
134

𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑆 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑠𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 16,72 𝑘𝑁/𝑚2


𝑉𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝐴𝑝𝑜𝑖𝑜 − 𝐴𝑝𝑜𝑖𝑜
𝑏 × ℎ3 1 × 0,11823
𝐼= = = 1,38 × 10−4 𝑚4
12 12
𝐸𝑐𝑠 = 24150 × 103 𝑘𝑁/𝑚2
5 𝑝 × 𝑙𝑥 4 5 16,72 × 2,104
𝑓0 = = 3 −4
= 1,28 × 10−3 𝑚 → 1,28 𝑚𝑚
384 𝐸𝑐𝑠 × 𝐼 384 24150 × 10 × 1,38 × 10

Tabela 53 – Flechas Imediatas das Lajes


h lx Tipo de p Flecha
Laje λ Vinculação α
(cm) (m) Armação (kN/m2) Imediata (mm)
L201 7,85 2,83 1,60 Bidirecional Caso 4 5,62 4,65 1,43
L202 10 3,94 1,15 Bidirecional Caso 3 4,05 3,82 1,54
L203 8 2,78 1,90 Bidirecional Caso 1 3,55 11,21 1,91
L204 8 1,63 1,28 Bidirecional Caso 1 3,55 7,19 0,14
L205 8 1,63 1,89 Bidirecional Caso 1 3,55 11,16 0,22
L206 10 3,94 1,11 Bidirecional Caso 3 4,05 3,67 1,48
L207 12 4,40 1,15 Bidirecional Caso 2 4,55 4,47 1,83
L208 8 3,08 1,42 Bidirecional Caso 1 3,55 8,29 2,13
L209 8 2,08 1,00 Bidirecional Caso 1 3,55 4,67 0,25
L210 8 2,08 1,48 Bidirecional Caso 1 3,55 8,73 0,47
Apoio-
L401 11,82 2,10 2,40 Unidirecional 16,72 - 1,28
Apoio
Fonte: Elaborado pelo autor

4.7.2.2 Flecha Diferida no Tempo


Segundo o item 17.3.2.1.2 da NBR6118/2014 é possível calcular o valor da flecha total
(imediata mais diferida) a partir do produto da flecha imediata com um termo relacionada à
fluência do concreto, através da Equação 77 e 78.
𝑓 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (1 + 𝛼𝑓) × 𝑓0 77

𝛥𝜉
𝛼𝑓 = 78
1 + 50 × 𝜌′
Onde:
ρ’ é a taxa de armadura de compressão, cujo valor é nulo;
135

ξ é um coeficiente que depende do tempo em que se deseja o valor da flecha diferida (t)
e o tempo relativo à data de aplicação da carga de longa duração (t0), calculado através das
relações dispostas a seguir.
𝛥𝜉 = 𝜉 (𝑡) − 𝜉(𝑡0) 79

𝜉 (𝑡) = 0,68 × (0,996𝑡 ) × 𝑡 0,32 → 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑡 < 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 80

𝜉 (𝑡) = 2 → 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑡 ≥ 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 81


O tempo de escoramento é de 21 dias, portanto, o tempo de aplicação da carga de longa
duração (t0) é igual a 0,7 meses, considerando 1 mês com 30 dias. Considera-se também o
tempo em que se deseja a flecha diferida maior que 70 meses. Logo:
𝜉 (𝑡) = 0,68 × (0,9960,7 ) × 0,70,32 = 0,60
𝛥𝜉 = 2 − 0,60 = 1,40
1,40
𝛼𝑓 = = 1,40
1 + 50 × 0
A seguir é feita a demonstração para a laje L201 e apresentam-se os demais resultados
na Tabela 54.

Cálculo para a L201:


𝑓0 = 1,43 𝑚𝑚
𝑓 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (1 + 1,40) × 1,43 = 3,43 𝑚𝑚
136

Tabela 54 – Flechas Totais das Lajes

Laje α Flecha Imediata (mm) Flecha Total (mm)

L201 4,65 1,43 3,43


L202 3,82 1,54 3,69
L203 11,21 1,91 4,58
L204 7,19 0,14 0,35
L205 11,16 0,22 0,54
L206 3,67 1,48 3,55
L207 4,47 1,83 4,38
L208 8,29 2,13 5,11
L209 4,67 0,25 0,60
L210 8,73 0,47 1,12
L401 - 1,28 3,06
Fonte: Elaborado pelo autor

4.7.3 Verificação das Flechas

O item 13.3 da NBR6118/2014 apresenta os deslocamentos limites dos elementos


estruturais em função de diversos tipos de efeitos. Para as lajes devem-se verificar os limites
estabelecidos de aceitabilidade sensorial visual e de vibração.
 Limitação Visual: flecha total deve ser inferior a lx/250;
 Limitação de Vibração: flecha devido a cargas acidentais deve ser inferior a lx/350,
onde essa flecha é dada pela Equação 82.
𝑞
𝑓 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = × 𝑓0 82
𝑝
Outro limite que a norma estabelece é referente a efeitos de elementos não estruturais,
como as paredes (alvenarias) apoiadas sobre as lajes, que após a sua construção a flecha total
da laje deve ser inferior a l/500 e 10 mm, onde l é o comprimento do vão efetivo em que a
parede se desenvolve.
A seguir são demonstrados os cálculos de verificação da laje L201 e a Tabela 55
apresenta a verificação das demais lajes.

Cálculo para a L201:


𝑙𝑥 = 2,83 𝑚
𝑝 𝑛𝑜 𝐸𝐿𝑆 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑠𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 5,62 𝑘𝑁/𝑚2
137

𝑞 = 1,5 𝑘𝑁/𝑚2
𝑓0 = 1,43 𝑚𝑚
𝑓 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3,43 𝑚𝑚
2830
𝑉𝑖𝑠𝑢𝑎𝑙: = 11,32 𝑚𝑚 > 3,43 𝑚𝑚
250
2830 1,5
𝑉𝑖𝑏𝑟𝑎çã𝑜: = 8,08 𝑚𝑚 > × 1,43 = 0,38 𝑚𝑚
350 5,62
2830
𝑃𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒: = 5,66 𝑚𝑚 > 3,24 𝑚𝑚 𝑒 10 𝑚𝑚 > 3,24 𝑚𝑚
500

Tabela 55 – Verificação das Flechas das Lajes

Flecha Limite
lx Limite de Flecha Limite devido
Laje Variável Visual Verificação
(m) Vibração (mm) Total (mm) alvenaria (mm)
(mm) (mm)
L201 2,83 0,38 8,08 3,43 11,31 5,66 e 10 OK
L202 3,94 0,57 11,26 3,69 15,76 - OK
L203 2,78 0,81 7,94 4,58 11,11 - OK
L204 1,63 0,06 4,65 0,35 6,51 - OK
L205 1,63 0,10 4,65 0,54 6,51 - OK
L206 3,94 0,55 11,26 3,55 15,76 - OK
L207 4,40 0,60 12,58 4,38 17,61 - OK
L208 3,08 0,90 8,79 5,11 12,31 - OK
L209 2,08 0,11 5,94 0,60 8,31 - OK
L210 2,08 0,20 5,94 1,12 8,31 - OK
L401 2,10 0,23 6,01 3,06 8,41 - OK
Fonte: Elaborado pelo autor
138

5 ANÁLISE DA ESTABILIDADE GLOBAL

A análise de estabilidade global de uma edificação tem como principal objetivo garantir
que não ocorra a ruptura da estrutura considerando situações mais desfavoráveis de
carregamentos, observando os valores dos esforços internos e deslocamentos a partir de uma
análise estrutural dos pórticos da edificação. É nessa análise onde se verifica a necessidade ou
não de considerar os efeitos globais de segunda ordem, a partir do cálculo do coeficiente γz. A
seguir são apresentados os principais conceitos referentes aos efeitos globais de segunda
ordem, bem como a definição das combinações de ações e dos pórticos de análise. Ainda, são
calculados os carregamentos horizontais e verticais sobre os pórticos, seguido de uma análise
dos esforços gerados na estrutura e por fim o cálculo do coeficiente γz.

5.1 EFEITOS GLOBAIS DE SEGUNDA ORDEM

O item 15 da NBR6118/2014 apresenta os conceitos, aplicações e metodologia de


cálculos referentes à instabilidade e efeitos de segunda ordem em estruturas de concreto
armado. As situações mais desfavoráveis de carregamento são as combinações do Estado
Limite Último que gera na estrutura instabilidade mais rapidamente, devido à intensidade
mais elevada dos carregamentos e, por consequência, aumento das deformações e esforços
internos.
Efeitos de primeira ordem numa estrutura consideram os esforços internos (normal,
cortante e momento fletor) e deslocamentos a partir de uma análise de equilíbrio em seu
estado indeformado, onde os deslocamentos são tão pequenos que os esforços gerados por
eles podem ser desconsiderados. Já os efeitos globais de segunda ordem surgem na estrutura a
partir do aumento do deslocamento da estrutura devido à ação de cargas verticais e
horizontais, tal como a ação do vento sobre a estrutura. Segundo a norma, esses efeitos são
aqueles que se somam com os de primeira ordem, a partir de uma análise considerando a
configuração deformada, conforme ilustrado a seguir de forma simplificada para um pilar.
139

Figura 36 – Efeitos Globais de Segunda Ordem

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 5.3)

5.1.1 Estruturas de Nós Fixos e Nós Móveis

Segundo o item 15.4.2 da norma, uma estrutura de nós fixos é aquela cujos efeitos
globais de segunda ordem representam um acréscimo inferior a 10% nas reações e esforços de
primeira ordem, ou seja, ocorrem deslocamentos horizontais pequenos mesmo com a ação do
vento e tais efeitos podem ser desprezados. Por outro lado, uma estrutura de nós móveis os
efeitos globais de segunda ordem representam um acréscimo superior a 10% em relação aos
de primeira ordem e, portanto, não podem ser desprezados, visto que a estrutura passa a ter
deslocamentos horizontais maiores.

5.1.2 Não Linearidade Física e Geométrica

A consideração dos efeitos globais de segunda ordem na estrutura resulta no


comportamento não linear dos materiais que a compõe, de tal forma que é necessário
considerar a Não Linearidade Física e Geométrica (NLF e NLG, respectivamente).
A NLF é definida pela norma em seu item 15.7.3 para estruturas reticuladas com no
mínimo quatro andares, tomando um valor aproximado da rigidez (EI - produto entre o
módulo de elasticidade do concreto e momento de inércia bruto da seção) dos elementos da
seguinte maneira:
 Lajes: (EI)sec = 0,3 × Ecs × Ic
 Vigas: (EI)sec = 0,4 × Ecs × Ic (As′ ≠ As) 𝑒 (EI)sec = 0,5 × Eci × Ic (As′ = As)
 Pilares: (EI)sec = 0,8 × Ecs × Ic
140

A NLG está relacionada à configuração deformada da estrutura devido aos


deslocamentos horizontais. Como dito anteriormente, tais deslocamentos geram esforços
devido aos efeitos globais de segunda ordem, portanto, para estruturas de nós móveis a
estrutura pode colapsar devido a esse acréscimo, sendo obrigada sua determinação para esse
tipo de estrutura. Já para estruturas de nós fixos a alteração da geometria das peças pode ser
desconsiderada, devido aos pequenos deslocamentos gerados.
Portanto, é preciso classificar a estrutura em nós fixos ou móveis, para saber se os
efeitos globais de segunda ordem e a NLG podem ou não serem desprezadas. Para isso, a
NBR6118/2014 em seu item 15.5 define dois parâmetros para avaliar a necessidade ou não de
consideração dos efeitos globais de segunda ordem.
 Parâmetro de instabilidade α: considera a altura total da estrutura, número de
pavimentos, cargas verticais atuantes e rigidez dos pilares;
 Parâmetro coeficiente γz: considera a ação das cargas horizontais e verticais sobre a
estrutura, a partir dos resultados de uma análise linear de primeira ordem com a
rigidez dos elementos considerando a NLF.

5.1.3 Coeficiente γz

É definido pela norma no seu item 15.5.3 sendo calculado pela equação a seguir:
1
𝛾𝑧 =
𝛥𝑀𝑡𝑜𝑡, 𝑑 83
1−
𝛥𝑀1, 𝑡𝑜𝑡, 𝑑
Onde:
ΔM1,tot,d é o momento de tombamento, resultado da soma dos momentos de todas as
forças horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura;
ΔM,tot,d é o somatório dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura,
com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de
aplicação, obtidos da análise de primeira ordem.
A partir desse parâmetro é possível comparar os valores dos momentos gerados pelos
efeitos de primeira ordem e segunda ordem, verificando se o acréscimo dos efeitos globais de
segunda ordem nos esforços é superior a 10%. Dessa forma, é possível classificar a estrutura
como de nós fixos ou móveis, a partir da seguinte verificação:
141

𝛾𝑧 > 1,1 → 𝐸𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑛ó𝑠 𝑚ó𝑣𝑒𝑖𝑠


𝛾𝑧 ≤ 1,1 → 𝐸𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑛ó𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠

5.1.4 Subestrutura de Contraventamento

A estrutura projetada deve resistir a ações horizontais e verticais, absorvendo-as sem a


perda de estabilidade que pode levar a sua ruptura. Uma subestrutura de contraventamento
possui como principal função absorver aos carregamentos horizontais atuantes, tal como a
ação do vento, devido à sua elevada rigidez. A subestrutura de contraventamento pode ser
feita por meio pilares-parede, núcleos de rigidez e associação de pórticos, e sua escolha
depende principalmente da altura da estrutura.
Para o caso deste trabalho é utilizada a associação de pórticos como sistema de
contraventamento nas direções principais no sentido horizontal e vertical da edificação, visto
que trata-se de uma edificação de dois pavimentos. Os demais elementos vão participar da
subestrutura contraventada, cuja função principal é resistir às ações verticais da edificação.
Em seu item 15.4.3, a norma define o contraventamento para a realização da análise estrutural
e classificação da subestrutura de contraventamento em nós fixos ou móveis, conforme
apresentado anteriormente.

5.2 COMBINAÇÕES DE AÇÕES

Para a avaliação da estabilidade da estrutura é preciso considerar as ações atuantes


sobre os elementos estruturais dos pórticos (vigas e pilares) majoradas em seu Estado Limite
Último. Atuam nos pórticos:
 Cargas Permanentes (g): peso próprio dos elementos estruturais (vigas, pilares e lajes),
alvenaria e entre outros;
 Cargas Acidentais Gerais (q): provenientes das reações das lajes sobre as vigas
considerando apenas o carregamento acidental sobre a laje;
 Cargas Horizontais (v): provenientes da ação do vento.

No item 11.8.2.4 da NBR6118/2014 são definidas as combinações últimas normais


usuais e que já foram utilizadas para o cálculo das lajes, entretanto, para a análise de
estabilidade global é considerada a ação do vento e a combinação do ELU a ser utilizada é
apresentada na equação a seguir. Utiliza-se o coeficiente de majoração de 1,4 para as ações
permanentes (situação desfavorável) e acidentais, conforme o disposto na norma.
142

𝐹𝑑 = 1,4 × 𝐹𝑔 + 1,4 × (𝐹𝑞1 + 𝛹0 × 𝐹𝑞2) 84

Onde:
Fg é a carga permanente;
Fq1 é a carga acidental principal;
Fq2 é a carga acidental secundária;
Ψ0 é um fator de redução dado pela Tabela 20 apresentada anteriormente, que vale 0,5
para cargas acidentais em locais sem predominância de peso e baixa concentração de pessoas
e 0,6 para cargas devido ao vento.
Primeiro considera-se as cargas acidentais gerais como Fq1 e em seguida o vento como
Fq1. Dessa forma obtém-se duas combinações, porém o vento é considerado atuando primeiro
pela esquerda e depois pela direita da edificação, resultando em quatro combinações de
carregamento, apresentadas na tabela a seguir, aplicando todos os coeficientes.

Tabela 56 – Combinações de Carregamentos


Combinação 1 𝐹𝑑1 = 1,4 × 𝑔 + 1,4 × 𝑞 + 0,84 × 𝑣 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎
Combinação 2 𝐹𝑑2 = 1,4 × 𝑔 + 1,4 × 𝑞 + 0,84 × 𝑣 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎
Combinação 3 𝐹𝑑3 = 1,4 × 𝑔 + 1,4 × 𝑣 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 + 0,7 × 𝑞
Combinação 4 𝐹𝑑4 = 1,4 × 𝑔 + 1,4 × 𝑣 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 + 0,7 × 𝑞
Fonte: Elaborado pelo autor

5.3 PÓRTICOS ASSOCIADOS

Como dito anteriormente, para a análise estrutural de primeira ordem e cálculo do


coeficiente γz é utilizado à associação de pórticos como subestrutura de contraventamento. A
edificação possui ao todo oito pórticos, sendo quatro em cada direção (horizontal e vertical) ,
que serão montados em sequência, em cada direção, conectados por barras de rigidez infinita
rotulada, a fim de transmitir apenas esforços axiais e a deformação horizontal. Como no térreo
não há lajes em concreto armado, não é feita a conexão dos pórticos.
A montagem dos pórticos é feita no software de análise estrutural Ftool onde as vigas e
pilares são representados por barras com ligações representadas na forma de nós rígidos. As
fundações são representadas como apoios de segundo gênero, onde o lance de pilar entre o
143

topo da fundação e a viga baldrame possui 1,50 metros de comprimento. A altura entre
pavimentos é o pé direito estrutural determinado anteriormente para cada pavimento, valendo
3,00 metros. Já o comprimento das vigas é calculando a partir da distância entre eixos de cada
pilar do pórtico. O momento de inércia dos pilares é calculado definindo a seção transversal
com a base sendo a dimensão paralela ao sentido do momento fletor atuante no pórtico
considerado. Por exemplo, o pilar P1 possui base de 25 cm no pórtico horizontal e base de 17
cm no vertical. As vigas possuem o momento de inércia calculado a partir da seção e área
infinita, a fim de representar o comportamento da união vigas com lajes, efeito conhecido
como diafragma rígido. No térreo, é utilizada a seção pré-dimensionada para cálculo da
inércia e área.
Atuam cargas horizontais e verticais sobre os elementos nas combinações mais
desfavoráveis apresentadas anteriormente, de tal forma que vão gerar diagramas dos esforços
axiais, cortante e momento fletor, bem como as deformações a serem determinados pelo
software. O esforço de torção não é determinado pelo Ftool e é desconsiderado nessa análise
estrutural, visto que são gerados a partir da torção de compatibilidade no apoio de uma viga
sobre a outra. O item 17.5.1.2 da norma permite desprezar a torção caso esta seja de
compatibilidade. É considerada a Não Linearidade Física (NLF) dos elementos calculados
conforme item 5.1.2 deste trabalho, resultando nos valores apresentado a seguir.

𝑉𝑖𝑔𝑎𝑠: E sec = 0,4 × 24150 MPa (As′ ≠ As) = 9660 𝑀𝑃𝑎


𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠: (EI)sec = 0,8 × 24150 = 19320 MPa

A análise estrutural será feita primeiro apenas considerando o carregamento horizontal,


depois apenas o vertical e dos dois atuando juntos para a determinação do coeficiente γz. As
Figuras 37 e 38 apresentam a definição dos locais dos pórticos horizontais e verticais em
planta no pavimento térreo, seguido dos pórticos associados montados no Ftool. O Apêndice
D deste trabalho apresenta os pórticos com os carregamentos para as combinações utilizadas
nas análises da estrutura nos próximos itens.
144

Figura 37 – Pórticos horizontais selecionados (térreo)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 38 – Pórticos verticais selecionados (térreo)

Fonte: Elaborado pelo autor


145

Figura 39 – Pórticos horizontais associados

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 40 – Pórticos verticais associados

Fonte: Elaborado pelo autor

5.4 CARREGAMENTO HORIZONTAL DEVIDO AO VENTO

O carregamento horizontal que atua sobre a estrutura é devido ao vento, cujo


procedimento de cálculo é estabelecido pela NBR6123/1988 referente a forças devidas ao
vento em edificações. A seguir é apresentado todo o processo de cálculo em conformidade
com a norma para as cargas de vento na estrutura.
A força horizontal global na direção do vento é definida como força de arrasto pela
NBR6123/1988 e é calculada pela equação a seguir:
𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 × 𝑞 × 𝐴𝑒 85
Onde:
Fa é a força de arrasto;
Ca é o coeficiente de arrasto;
q é a pressão dinâmica;
Ae é a área frontal efetiva da edificação perpendicular à direção do vento.
146

A pressão dinâmica (q) depende diretamente da velocidade característica do vento, Vk


em m/s, sendo calculada pela Equação 86.
𝑞 = 0,613 × 𝑉𝑘 2 86
Por sua vez, a velocidade Vk depende de quatro fatores a serem determinados, que são
a velocidade básica do vento V0 e os fatores S1, S2 e S3, sendo calculado de acordo com a
Equação 87.
𝑉𝑘 = 𝑉0 × 𝑆1 × 𝑆2 × 𝑆3 87
Portanto, para o cálculo da força de arrasto é necessário determinar cinco fatores
essenciais que são definidos pela norma:
 Velocidade básica do vento (V0);
 Fator S1;
 Fator S2;
 Fator S3;
 Coeficiente de arrasto.

5.4.1 Velocidade básica do vento


A velocidade básica do vento é definida no item 5.1 da norma como: “a velocidade de
uma rajada de 3 segundos, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno,
em campo aberto e plano”. Assume-se que o vento básico pode soprar de qualquer direção
horizontal. Sua determinação é feita a partir pelo das isopletas de velocidade definidas pela
norma e apresentada na Figura 41.
A região de interesse se encontra na cidade de Florianópolis e, portanto, a partir das
isopletas verifica-se que situa-se entre as velocidade de 40 e 45 m/s, mais próxima dos 45 m/s.
Dessa forma, assume-se uma velocidade básica do vento (V0) de 43 m/s para este trabalho.
147

Figura 41 – Isopletas da velocidade básica (m/s)

Fonte: NBR 6123/1988 (Figura 1)

5.4.2 Fator S1
O fator S1 é definido pela norma no seu item 5.2, sendo o fator topográfico que leva em
consideração o relevo e características do terreno da edificação. Para terrenos planos ou
148

fracamente acidentados, o fator S1 vale 1,0. Para vales profundos e protegidos de ventos S1
vale 0,90. Já para taludes e morros, a norma detalha o procedimento de cálculo para o fator
nos pontos A, B e C da figura apresentada a seguir.

Figura 42 – Fator Topográfico S1

Fonte: NBR 6123/1988 (Figura 2)

No ponto A da representação do talude e morro, bem como no ponto C do talude, o


valor de S1 também vale 1,0. Já para o B de taludes e morros, o fator S1 depende: da altura
medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado (z); e da inclinação média do
talude ou morro (θ). Sendo calculado da seguinte maneira:
𝜃 ≤ 3𝑜 → 𝑆1 = 1,0 88
149

𝑧
6𝑜 ≤ 𝜃 ≤ 17𝑜 → 𝑆1(𝑧 ) = 1,0 + (2,5 − ) × 𝑡𝑔(𝜃 − 3𝑜 ) ≥ 1 89
𝑑

𝑧
𝜃 ≥ 45𝑜 → 𝑆1(𝑧 ) = 1,0 + (2,5 − ) × 0,31 ≥ 1 90
𝑑
Onde:
d é a diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro;
Para ângulos intermediários, como entre 3º e 6º e entre 17º e 45º, deve-se fazer
interpolação linear.
Para este trabalho considera-se que a edificação é construída sobre um terreno plano e,
portanto, S1 vale 1,0.

5.4.3 Fator S2
O fator S2 é definido no item 5.3 como o fator que considera a rugosidade do terreno,
as dimensões da edificação e altura sobre o terreno, sendo assim leva em conta a variação da
velocidade do vento com o aumento da altura da edificação.
Em relação à rugosidade do terreno, a norma descreve cinco categorias:
 Categoria I: superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão,
medida na direção e sentido do vento incidente;
 Categoria II: Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos
obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas. A cota média do topo dos
obstáculos é inferior ou igual a 1,0 m;
 Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros,
poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. A cota média do topo
dos obstáculos é igual a 3,0 m;
 Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em
zona florestal, industrial ou urbanizada. A cota média do topo dos obstáculos é igual a
10,0 m;
 Categoria V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados. A cota média do topo dos obstáculos é igual ou superior a 25,0 m.

Já em relação às dimensões da edificação são definidas três classes pela norma:


 Classe A: Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não exceda
20 m;
 Classe B: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão
horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m e 50 m;
150

 Classe C: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão


horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 50 m.

Para a altura sobre o terreno do ponto em que se deseja calcular a velocidade e, por
consequência, a força do vento, o fator S2 é dado pela Equação 91.
𝑧
𝑆2 = 𝑏 × 𝐹𝑟 × ( )𝑝 91
10
Onde:
B, p e Fr são parâmetros meteorológicos tabelados por norma que dependem do tipo de
categoria e classe da edificação. O fator de rajada (Fr) é sempre o valor correspondente à
categoria II, conforme disposto no item 5.3.3 da norma. A Tabela 57 apresenta os valores dos
parâmetros para cada situação.

Tabela 57 – Parâmetros meteorológicos

Fonte: NBR 6123/1988 (Tabela 1)

A edificação é classificada quanto à rugosidade do terreno como Categoria IV, visto


que é considerado um ambiente urbanizado. Quanto às dimensões da edificação, é classificada
151

como Classe A, visto que possui 9,30 m de altura e dimensões em planta de 12,60 m e 11,55
m, considerando apenas a parte que será em concreto armado, conforme ilustrado na Figura
43. Pela tabela anterior, conclui-se que: Fr = 1,00; b = 0,86; e p = 0,12.

Figura 43 – Dimensões da edificação

Fonte: Elaborado pelo autor

Sendo assim, calcula-se para o pavimento térreo, superior, caixa d’água e cobertura da
caixa d’água, o fator S2 em função do pé direito estrutural de cada pavimento, conforme
apresentado a seguir.
152

Tabela 58 – Cálculo fator S2

Pavimento Pé direito (m) z (m) b p Fr S2

Térreo 3,1 3,1 0,86 0,12 1 0,75


Superior 3 6,1 0,86 0,12 1 0,81
Caixa d'água 1,4 7,5 0,86 0,12 1 0,83
Cobertura Cx. d'água 1,8 9,3 0,86 0,12 1 0,85
Fonte: Elaborado pelo autor

5.4.4 Fator S3
O fator S3 é definido no item 5.4 da norma como o fator estatístico, considerando o
grau de segurança requerido no projeto e a vida útil da edificação. Segundo a norma, a
probabilidade de ocorrer um evento com a velocidade do vento, que possui período de retorno
de 50 anos, é de 63%. Pela norma, essa probabilidade é adequada para edificações normais
destinadas ao uso residencial, hotéis, escritórios e dentre outros usos. A tabela a seguir
apresenta os valores mínimos do fator S3 para cada uso da edificação, indicando que para este
trabalho utiliza-se S3 igual a 1,0, visto que trata-se de uma edificação residencial pertencente
ao Grupo 2.

Tabela 59 – Valores mínimos do fator estatístico S3

Fonte: NBR 6123/1988 (Tabela 3)


153

5.4.5 Coeficiente de Arrasto


O item 6.3 da NBR6123/1988 define os coeficientes de arrasto aplicados para estruturas
de seção constante ou fracamente variável. Para edificações retangulares, o vento que incide
perpendicularmente em cada fachada possui um coeficiente de arrasto determinado
graficamente. Em caso de ventos de baixa turbulência é utilizado o gráfico apresentado na
Figura 44. Já para situações excepcionais utiliza-se o gráfico da Figura 45, referente a ventos
de alta turbulência. Segundo o disposto no item 6.5.3 da norma, para ser considerado vento de
alta turbulência numa edificação, esta não deve exceder sua altura em até duas vezes das
edificações vizinhas, estendendo-as, na direção e sentido do vento, a uma distância mínima
de:
 500 m, para uma edificação de até 40 m de altura;
 1000 m, para uma edificação de até 55 m de altura;
 3000 m, para uma edificação de até 80 m de altura.

Figura 44 – Coeficiente de arrasto para edificações (vento de baixa turbulência)

Fonte: NBR 6123/1988 (Figura 4)


154

Figura 45 – Coeficiente de arrasto para edificações (vento de alta turbulência)

Fonte: NBR 6123/1988 (Figura 5)

Como dito anteriormente, a edificação possui 9,30 m de altura (h) e considera -se que a
mesma não ultrapassa o dobro da altura de edificações vizinhas num raio de até 500 m,
portanto, é determinado o coeficiente de arrasto considerando ventos de alta turbulência.
Conforme ilustrado na Figura 45, é necessário determinar as distâncias l1, l2, a e b, a fim de
calcular os parâmetros de entrada no gráfico l1/l2 e h/l1 e determinar o coeficiente de arrasto
para a direção horizontal e vertical do vento. As Tabelas 60 e 61 apresentam os valores
utilizados, considerando a geometria apresentada anteriormente (Figura 43), e o coeficiente de
arrasto para a direção horizontal e vertical, respectivamente.
155

Tabela 60 – Coeficiente de arrasto direção horizontal


Direção Horizontal
h 9,30 m
a 12,60 m
b 11,55 m
l1 11,55 m
l2 12,60 m
h/l1 0,81
l1/l2 0,92
CAx 0,86
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 61 – Coeficiente de arrasto direção vertical


Direção Vertical
a 12,60 m
b 11,55 m
l1 12,60 m
l2 11,55 m
h/l1 0,74
l1/l2 1,09
CAy 0,89
Fonte: Elaborado pelo autor

5.4.6 Cálculo do Carregamento Horizontal


Com a determinação de todos os parâmetros, utiliza-se a formulação apresentada
anteriormente para o cálculo da velocidade do vento característico, pressão dinâmica e força
de arrasto, considerando a área efetiva nas duas direções principais para cada pavimento. A
área efetiva foi calculada considerando como a área do plano do pavimento perpendicular à
direção de vento. A Tabela 62 apresenta o cálculo da velocidade característica do vento e
pressão dinâmica, a Tabela 63 o cálculo das áreas efetivas e a Tabela 64 o cálculo da força de
arrasto.
156

Tabela 62 – Velocidade do vento característico e pressão dinâmica


Pé direito v0 Vk q
Pavimento z (m) S1 S2 S3
(m) (m/s) (m/s) (N/m2)
Térreo 3,1 3,1 43 1 0,75 1 32,13 632,88
Superior 3 6,1 43 1 0,81 1 34,85 744,51
Caixa d'água 1,4 7,5 43 1 0,83 1 35,73 782,36
Cobertura Cx.
1,8 9,3 43 1 0,85 1 36,66 823,82
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 63 – Áreas efetivas dos pavimentos

Pavimento Pé direito (m) lx (m) ly (m) Aex (m2) Aey (m2)

Térreo 3,1 11,55 12,6 35,81 39,1


Superior 3 11,55 12,6 34,65 37,8
Caixa d'água 1,4 2,4 5,35 3,36 7,49
Cobertura Cx. d'água 1,8 2,4 5,35 4,32 9,63
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 64 – Força de arrasto


Pé direito z q Aex Aey Fax Fay
Pavimento CAx CAy
(m) (m) (N/m2) (m2) (m2) (kN) (kN)
Térreo 3,10 3,10 632,88 0,86 0,89 35,81 39,06 19,49 22,00
Superior 3,00 6,10 744,51 0,86 0,89 34,65 37,80 22,19 25,05
Caixa d'água 1,40 7,50 782,36 0,86 0,89 3,36 7,49 2,26 5,22
Cobertura Cx.
1,80 9,30 823,82 0,86 0,89 4,32 9,63 3,06 7,06
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor

5.4.7 Análise do Carregamento Horizontal


Utiliza-se para a análise do carregamento horizontal as combinações Fd3 e Fd4, pois o
vento atuando por ambas as direções é majorado para a situação mais desfavorável. É feita a
análise dos esforços internos (axial, cortante e momento fletor) e deslocamentos para as duas
combinações.
157

5.4.7.1 Esforço Axial


Os diagramas de esforço axial apresentados a seguir comparam para a mesma direção a
intensidade e distribuição dos esforços nos elementos estruturais, considerando primeiramente
o vento atuando pela direita e em seguida pela esquerda. Para as quatro situações percebe-se
que as vigas próximas aos carregamentos horizontais possuem um elevado esforço axial que
vai diminuindo à medida que se aproxima do lado oposto. Além disso, o esforço axial é mais
intenso nas vigas que recebem maior carga devido ao vento. Os pilares apresentam esforço
axial inferior aos das vigas e possuem maior intensidade no trecho da sapata e pavimento
térreo. Há, portanto, um comportamento similar na estrutura para o vento atuando em distintas
direções.

Figura 46 – Esforços axiais direção X (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 47 – Esforços axiais direção X (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor


158

Figura 48 – Esforços axiais direção Y (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 49 – Esforços axiais direção Y (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

5.4.7.2 Esforço Cortante


Quanto ao esforço cortante atuante na estrutura, nota-se também um comportamento
similar entre as distintas combinações. As vigas e os pilares apresentam cortante constante ao
longo de sua seção e de valores baixos se comparado com os esforços axiais.

Figura 50 – Esforços cortantes direção X (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor


159

Figura 51 – Esforços cortantes direção X (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 52 – Esforços cortantes direção Y (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 53 – Esforços cortantes direção Y (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

5.4.7.3 Momento Fletor


Como o esforço cortante nos elementos é constante, o momento fletor é linear e,
portanto, existem nos elementos momentos que tracionam e comprimem a seção das vigas e
pilares. Os valores dos momentos fletores são variados ao longo dos pórticos. Novamente é
observado o comportamento similar dos esforços para diferentes direções de atuação do vento
nos pórticos.
160

Figura 54 – Momentos fletores direção X (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 55 – Momentos fletores direção X (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 56 – Momentos fletores direção Y (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 57 – Momentos fletores direção Y (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor


161

5.4.7.4 Deslocamentos
Por fim, é gerada a deformação da subestrutura de contraventamento considerado
apenas a atuação do vento. Observa-se que os deslocamentos na estrutura aumentam com a
altura da edificação, além é claro que trata-se de deslocamentos pequenos para ambas as
direções nas combinações mais desfavoráveis de carregamento. Devido à associação dos
pórticos com elementos rígidos os deslocamentos não variam no pavimento de um pórtico.

Figura 58 – Deslocamentos direção X (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 59 – Deslocamentos direção X (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 60 – Deslocamentos direção Y (vento direita)

Fonte: Elaborado pelo autor


162

Figura 61 – Deslocamentos direção Y (vento esquerda)

Fonte: Elaborado pelo autor

5.5 CARREGAMENTOS VERTICAIS

Os carregamentos verticais atuantes na estrutura são de dois tipos: permanentes e


acidentais. Podem ser uniformemente distribuídos sobre as vigas ou pilares e também como
cargas pontuais aplicadas, quando uma viga apoia-se sobre outra. A seguir são apresentadas as
principais considerações referentes aos carregamentos verticais que atuam nos pórticos.

5.5.1 Cálculo dos Carregamentos Verticais


Dentre os carregamentos permanentes está o peso próprio dos elementos estruturais que
compõe o pórtico, que são as vigas e os pilares. Para as vigas carregamento é uniformemente
distribuído ao longo do seu comprimento e para o pilares é aplicado como carga pontual no
topo multiplicando o peso próprio por sua respectiva altura, sendo o resultado do produto da
área da seção transversal com o peso específico do concreto que vale 25 kN/m 3 (conforme a
Tabela 17 deste trabalho). Dessa forma, são agrupados os pilares e vigas de mesma seção
transversal para o cálculo de sue próprio. Vale mencionar que foi necessário pré-dimensionar
as vigas do pavimento térreo, cobertura e cobertura da caixa d’água, da mesma maneira
descrita no item 3.2.2 deste trabalho. Além disso, para os pilares que aparecem nas duas
direções de pórticos é considerada a metade de seu peso no carregamento.
163

Tabela 65 – Peso próprio dos pilares por metro

Seção do Pilar Peso Próprio (kN/m)

17 X 25 1,06

17 X 30 1,28

17 X 35 1,49
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 66 – Peso próprio das vigas

Seção da viga Peso Próprio (kN/m)

17 X 30 1,28

17 X 35 1,49

17 X 40 1,70

17 X 45 1,91

17 X 50 2,13
Fonte: Elaborado pelo autor

O peso próprio da alvenaria que atua sobre as vigas é calculado considerando duas
camadas externas de reboco de 1,5 cm cada com um bloco cerâmico de 17 cm. O peso
específico do bloco e reboco também é encontrado na Tabela 17 deste trabalho. Por
simplificação e visando a segurança, utiliza-se o pé direito estrutural dos pavimentos como
altura das alvenarias sem retirar as áreas dos vãos (esquadrias).
𝑔 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 = (2 × 19 × 0,015 + 13 × 0,17) × 𝑝é 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑣.
92
= 2,78 × 𝑝é 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑣.
164

Tabela 67 – Peso próprio das alvenarias

Pé direito pavimento (m) Peso Próprio (kN/m)

3,00 8,34

1,80 5,00

1,40 3,89
Fonte: Elaborado pelo autor

As lajes também geram cargas uniformemente distribuídas sobre as vigas calculadas da


forma apresentada no item 4.6.1 deste trabalho. Entretanto, devido às combinações de
carregamento definidas para os pórticos, é preciso calcular as reações das lajes sobre as vigas
de duas formas: considerando apenas o carregamento permanente sobre a laje; e considerando
apenas o carregamento acidental sobre a laje. As lajes do pavimento cobertura e cobertura da
caixa d’água também tiveram que ser pré-dimensionados da maneira apresentada no item
3.2.3 deste trabalho.
165

Tabela 68 – Cargas permanentes das lajes sobre vigas


V
g laje (kN/m) Viga g laje (kN/m)
Viga
2,68 V301B 7,61
V201A
2,59 V301C 4,37
V201B 2,59 V301D 4,37
V201C 3,16 V302A 10,91
V201D 3,16 V302B 11,77
7,23 V302C 8,53
V203A
5,18 V302D 6,95
V203B 6,38 V303A 3,30
V203C 5,32 V303B 7,65
V203D 4,23 V303C 4,86
V204A 2,59 V304A 3,49
V204B 3,79 V304B 2,28
V204C 5,39 V305A 3,63
V204D 4,51 V305B 3,80
V205A 0,00 V306A 1,74
V205B 1,61 V306B 7,31
V205C 2,13 V308A 3,49
V206A 3,47 V308B 7,01
V206B 3,69 V309A 1,74
V208A 0,00 V309B 3,33
V208B 13,63 V309C 3,80
V211A 3,22 V401 16,62
V211B 7,48 V402 16,62
V211C 2,52 V403 8,31
V212A 1,61 V404 8,31
V212B 3,09 V501 2,76
V212C 1,26 V502 2,76
V212D 2,15 V503 1,38
V301A 7,61 V504 1,38
Fonte: Elaborado pelo autor
166

Tabela 69 – Cargas acidentais das lajes sobre vigas

Viga q laje (kN/m) Viga q laje (kN/m)

0,78 V301B 2,26


V201A
1,08 V301C 1,30
V201B 1,08 V301D 1,30
V201C 1,53 V302A 3,24
V201D 1,53 V302B 3,50
2,43 V302C 2,54
V203A
2,16 V302D 2,07
V203B 2,47 V303A 0,98
V203C 2,13 V303B 2,27
V203D 2,05 V303C 1,45
V204A 1,08 V304A 1,04
V204B 1,39 V304B 0,68
V204C 2,17 V305A 1,08
V204D 2,19 V305B 1,13
V205A 1,50 V306A 0,52
V205B 0,78 V306B 2,17
V205C 1,03 V308A 1,04
V206A 1,45 V308B 2,08
V206B 1,07 V309A 0,52
V208A 1,50 V309B 0,99
V208B 5,30 V309C 1,13
V211A 1,56 V401 3,15
V211B 3,11 V402 3,15
V211C 1,22 V403 1,58
V212A 0,78 V404 1,58
V212B 1,50 V501 1,04
V212C 0,61 V502 1,04
V212D 1,04 V503 0,52
V301A 2,26 V504 0,52
Fonte: Elaborado pelo autor

As cargas pontuais aparecem nos pórticos devido ao apoio de vigas sobre outras vigas.
Estas são calculadas resolvendo essas vigas como simplesmente apoiadas, onde se calcula as
reações de apoio. Consideram-se, para isso, cargas permanentes e acidentais atuando
separadamente sobre as vigas, a fim de se obter cargas pontuais permanentes e acidentais.
167

Tabela 70 – Cargas pontuais sobre vigas


Viga Carga pontual Carga pontual
Viga
Apoiada permanente (kN) acidental (kN)
V103B/C V109B 27,06 -
V103D V111 8,42 -
V105B/C V109B 31,75 -
V106A/B V109A 2,10 -
V110B V104 10,58 -
V110C/D V102 21,00 -
V112C/D V102 18,89 -
V201A V207 52,89 10,23
V201B/C V210B 44,50 8,20
V203A V207 52,89 10,23
V203B/C V210A 48,50 8,80
V204B/C V209 3,18 0,86
V205B/C V209 3,18 0,86
V212C/D V202B 23,74 3,89
V301B/C V307 22,11 5,25
V302B/C V307 22,11 5,25
Fonte: Elaborado pelo autor

5.5.2 Análise dos Carregamentos Verticais


Utiliza-se para a análise do carregamento vertical as combinações Fd1 e Fd2, pois o as
cargas permanentes e acidentais são majoradas para a situação mais desfavorável. Entretanto,
são combinações equivalentes sendo necessário analisar os esforços internos e deslocamentos
para apenas uma combinação, conforme apresentado a seguir.

5.5.2.1 Esforço Axial


Na análise dos carregamentos verticais nas combinações mais desfavoráveis, observa-se
o oposto do descrito anteriormente para o esforço axial com carregamento horizontal, pois são
os pilares que passam a ter um esforço axial de compressão mais elevado que o das vigas. Isso
se deve pelo fato dos pilares receberem as reações das vigas carregadas e de seu peso próprio.
Novamente, a compressão dos pilares tem maior intensidade no trecho da sapata e pavimento
térreo, visto que recebem as cargas dos demais pavimentos.
168

Figura 62 – Esforços axiais direção X

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 63 – Esforços axiais direção Y

Fonte: Elaborado pelo autor

5.5.2.2 Esforço Cortante


O esforço cortante surge nas vigas com maiores valore nos apoios e possuem um
comportamento linear ao longo dos trechos das vigas dos pórticos com exceção dos trechos
que apresentam cargas pontuais aplicadas. Nesses nós ocorre uma descontinuidade do
diagrama de esforço cortante.

Figura 64 – Esforços cortantes direção X

Fonte: Elaborado pelo autor


169

Figura 65 – Esforços cortantes direção Y

Fonte: Elaborado pelo autor

5.5.2.3 Momento Fletor


Possui um comportamento semelhante de uma equação do segundo grau, visto que o
esforço cortante é linear. Além disso, possui maiores intensidades nas vigas mais carregadas e
apresentam ao longo da viga contínua: momentos positivos máximos no vão que tracionam a
seção abaixo da linha neutra da seção; e momentos negativos máximos nos apoios que
também tracionam a seção em que atuam. Nota-se também uma maior intensidade de
momento fletor nas vigas que recebem cargas pontuais de grande intensidade e que recebem
cargas provenientes do apoio da caixa d’água sobre a laje.

Figura 66 – Momentos fletores direção X

Fonte: Elaborado pelo autor


170

Figura 67 – Momentos fletores direção Y

Fonte: Elaborado pelo autor

5.5.2.4 Deslocamentos
Por fim, é analisada e estrutura deformada devido ao carregamento vertical nas
situações mais desfavoráveis. Nota-se que não a deslocamento horizontal significativo, como
o apresentado na análise dos carregamentos horizontais, e que os maiores deslocamentos
ocorrem nos pontos de elevado momento fletor citados anteriormente.

Figura 68 – Deslocamentos direção X

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 69 – Deslocamentos direção Y

Fonte: Elaborado pelo autor


171

5.6 CÁLCULO COEFICIENTE “GAMA” Z

Para o cálculo do coeficiente γz utiliza-se todas as combinações apresentadas no item


5.2 deste trabalho, a fim de se calcular os carregamentos horizontais e verticais atuando no
pórtico em cada situação e determinar pelo software Ftool os deslocamentos horizontais
máximos nos pavimentos de interesse. Utilizando a Equação 83 apresentada anteriormente,
calcula-se o coeficiente γz e a estrutura é classificada em nós fixos ou móveis. As tabelas
apresentadas a seguir mostram os resultados obtidos dos momentos de tombamento para cada
combinação nas direções horizontal (X) e vertical (Y).

Tabela 71 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd1)


Combinação Fd1 - Direção X
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 16,4 49,20 1298,59 0,34 4,42
Cobertura 6 18,6 111,60 820,78 0,51 4,19
Caixa d'água 7,4 1,9 14,06 392,60 0,51 2,00
Cobertura
9,2 2,6 23,92 91,49 0,51 0,47
caixa d'água
∑M1,tot,d
198,78 ∑M,tot,d (kNm) 11,07
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 72 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd2)


Combinação FD2 - Direção X
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 16,4 49,20 1298,59 0,39 5,06
Cobertura 6 18,6 111,60 820,78 0,59 4,84
Caixa d'água 7,4 1,9 14,06 392,60 0,64 2,51
Cobertura
9,2 2,6 23,92 91,49 0,68 0,62
caixa d'água
∑M1,tot,d
198,78 ∑M,tot,d (kNm) 13,04
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor
172

Tabela 73 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd3)


Combinação Fd3 - Direção X
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 27,3 81,90 1220,17 0,58 7,08
Cobertura 6 31,1 186,60 718,32 0,88 6,32
Caixa d'água 7,4 3,2 23,68 369,84 0,89 3,29
Cobertura
9,2 4,3 39,56 83,97 0,90 0,76
caixa d'água
∑M1,tot,d
331,74 ∑M,tot,d (kNm) 17,45
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 74 – Cálculo momentos de tombamento direção X (Fd4)


Combinação Fd4 - Direção X
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 27,3 81,90 1220,17 0,63 7,69
Cobertura 6 31,1 186,60 718,32 0,96 6,90
Caixa d'água 7,4 3,2 23,68 369,84 1,02 3,77
Cobertura
9,2 4,3 39,56 83,97 1,08 0,91
caixa d'água
∑M1,tot,d
331,74 ∑M,tot,d (kNm) 19,26
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor
173

Tabela 75 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd1)


Combinação Fd1 - Direção Y
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 18,5 55,50 878,16 0,35 3,07
Cobertura 6 21,0 126,00 412,56 0,61 2,52
Caixa d'água 7,4 4,4 32,56 104,32 0,62 0,65
Cobertura
9,2 6,0 55,20 25,58 0,64 0,16
caixa d'água
∑M1,tot,d
269,26 ∑M,tot,d (kNm) 6,40
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 76 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd2)


Combinação Fd2 - Direção Y
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 18,5 55,50 878,16 0,34 2,99
Cobertura 6 21,0 126,00 412,56 0,49 2,02
Caixa d'água 7,4 4,4 32,56 104,32 0,59 0,62
Cobertura
9,2 6,0 55,20 25,58 0,70 0,18
caixa d'água
∑M1,tot,d
269,26 ∑M,tot,d (kNm) 5,80
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor
174

Tabela 77 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd3)


Combinação Fd3 - Direção Y
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 30,8 92,40 827,37 0,58 4,80
Cobertura 6 35,1 210,60 382,01 0,98 3,74
Caixa d'água 7,4 9,9 73,26 99,43 1,02 1,01
Cobertura
9,2 7,3 67,16 24,00 1,09 0,26
caixa d'água
∑M1,tot,d
443,42 ∑M,tot,d (kNm) 9,82
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 78 – Cálculo momentos de tombamento direção Y (Fd4)


Combinação Fd4 - Direção Y
Carga Carga
Cota M1,tot,d Deslocamento ΔM,tot,d
Pavimento Horizontal Vertical
(m) (kNm) Horizontal (cm) (kNm)
(kN) (kN)
Térreo 0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00
Superior 3 30,8 92,40 827,37 0,57 4,72
Cobertura 6 35,1 210,60 382,01 0,87 3,32
Caixa d'água 7,4 7,3 54,02 99,43 0,99 0,98
Cobertura
9,2 9,9 91,08 24,00 1,14 0,27
caixa d'água
∑M1,tot,d
448,10 ∑M,tot,d (kNm) 9,30
(kNm)
Fonte: Elaborado pelo autor

A partir dos momentos de tombamento calcula-se o coeficiente γz para cada situação e


classifica-se a estrutura conforme o apresentado anteriormente.
175

Tabela 79 – Cálculo coeficiente γz direção X


Cálculo γz - Direção X
Combinação ∑M1,tot,d (kNm) ∑M,tot,d (kNm) γz Classificação da Estrutura
Fd1 198,78 11,07 1,06 Nós Fixos
Fd2 198,78 13,04 1,07 Nós Fixos
Fd3 331,74 17,45 1,06 Nós Fixos
Fd4 331,74 19,26 1,06 Nós Fixos
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 80 – Cálculo coeficiente γz direção Y


Cálculo γz - Direção Y
Combinação ∑M1,tot,d (kNm) ∑M,tot,d (kNm) γz Classificação da Estrutura
Fd1 269,26 6,40 1,02 Nós Fixos
Fd2 269,26 5,80 1,02 Nós Fixos
Fd3 443,42 9,82 1,02 Nós Fixos
Fd4 448,10 9,30 1,02 Nós Fixos
Fonte: Elaborado pelo autor

Percebe-se que para todas as situações analisadas a estrutura é classificada como de nós
fixos, portanto os efeitos globais de segunda ordem na estrutura podem ser desprezados.

5.7 VERIFICAÇÃO DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

De acordo com o item 13.3 da NBR6118/2014, em sua tabela 13.3, o limite de


deslocamentos devido ao movimento lateral de edifícios provocado pela ação do vento na
estrutura, utilizando a combinação frequente de serviço (com Ψ1 = 0,3 para vento), é dado em
função da altura total da estrutura (H) e pé direito estrutural do pavimento (Hi). São
calculados pelas relações: H/1700 para o limite de deslocamento absoluto; e Hi/850 para
limite de variação entre pavimentos.
A altura da edificação de dois pavimentos mais caixa d’água deste trabalho é de 9,20
metros, sendo o pé direito estrutural de 3 metros de cada pavimento e de 1,40 m e 1,80 m para
os pavimentos de caixa d’água e sua cobertura. Dessa forma, o limite absoluto é de 0,54 cm e
o limite de variação entre pavimentos, caixa d’água e sua cobertura é de 0,353 cm, 0,165 cm e
0,212 cm, respectivamente. Os deslocamentos dos pavimentos, considerando a ação do vento
para a direita e esquerda na combinação frequente, são obtidos a partir da análise estrutural
176

dos pórticos no software Ftool. As tabelas a seguir apresentam a verificação dos


deslocamentos horizontais em cada direção comparando-os com os limites normativos, onde
nota-se que não há problemas devidos à deslocamentos superiores aos limites.

Tabela 81 – Deslocamento horizontal direção X (vento direita)


Combinação de Serviço - Vento para a direita direção X

Cota dx Δdx Limite entre pavimentos Limite Total


Pavimento
(m) (cm) (cm) (Hi/850 cm) (cm)

Superior 3 -0,130 - 0,353


Cobertura 6 -0,197 0,07 0,353
Caixa d'água 7,4 -0,204 0,01 0,165 0,54
Cobertura caixa
9,2 -0,212 0,01 0,212
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 82 – Deslocamento horizontal direção Y (vento direita)


Combinação de Serviço - Vento para a direita direção Y

Cota dx Δdx Limite entre pavimentos Limite Total


Pavimento
(m) (cm) (cm) (Hi/850 cm) (cm)

Superior 3 -0,124 - 0,353


Cobertura 6 -0,197 0,07 0,353
Caixa d'água 7,4 -0,216 0,02 0,165 0,54
Cobertura caixa
9,2 -0,239 0,02 0,212
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 83 – Deslocamento horizontal direção X (vento esquerda)


Combinação de Serviço - Vento para a esquerda direção X

Cota dx Δdx Limite entre pavimentos Limite Total


Pavimento
(m) (cm) (cm) (Hi/850 cm) (cm)

Superior 3 0,130 - 0,353


Cobertura 6 0,197 -0,07 0,353
Caixa d'água 7,4 0,204 -0,01 0,165 0,54
Cobertura caixa
9,2 0,212 -0,01 0,212
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor
177

Tabela 84 – Deslocamento horizontal direção Y (vento esquerda)


Combinação de Serviço - Vento para a esquerda direção Y

Cota dx Δdx Limite entre pavimentos Limite Total


Pavimento
(m) (cm) (cm) (Hi/850 cm) (cm)

Superior 3 0,124 - 0,353


Cobertura 6 0,197 -0,07 0,353
Caixa d'água 7,4 0,215 -0,02 0,165 0,54
Cobertura caixa
9,2 0,239 -0,02 0,212
d'água
Fonte: Elaborado pelo autor
178

6 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DA VIGA

Como dito inicialmente, é feito o processo de dimensionamento e detalhamento para


apenas uma viga da edificação de estudo. A viga selecionada é a V201 do pavimento superior
que compõe a subestrutura de contraventamento na direção horizontal, conforme apresentado
na Figura 70. A viga possui uma base de 17 cm (bw) e uma altura de 40 cm (h). Tanto para o
concreto, quanto para o aço, são utilizadas as mesmas informações e características
apresentadas anteriormente e utilizadas para o cálculo das lajes.

Figura 70 – Viga selecionada para o dimensionamento e detalhamento

Fonte: Elaborado pelo autor

O processo segue as prescrições da NBR6118/2014 e consiste em: determinar os vãos


efetivos de cada trecho da viga; a determinação dos esforços internos (momento fletor e
esforço cortante), no Estado Limite Último, por meio da análise estrutural de primeira ordem
no pórtico de interesse com seu devido carregamento; e o dimensionamento e detalhamento
da armadura longitudinal e transversal, bem como as verificações de fissuração e flechas no
Estado Limite de Serviço.

6.1 VÃOS EFETIVOS

A viga V201 é dividida em 3 trechos, sendo necessário determinar o comprimento


efetivo de todos os vão para cada trecho da viga. Para isso, utiliza-se a mesma formulação
apresentada para as lajes no item 4.1 e os resultados para a viga são apresentados na tabela a
seguir.
179

Tabela 85 – Vão efetivo de cada trecho da viga V201


L h bw t1 t2 a1 a2 L efetivo
Viga Trecho
(cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm) (cm)
V201 P1-P2 384 40 17 17 25 8,5 12 405
V201 P2-P3 490 40 17 25 28 12 12 514
V201 P3-P4 300 40 17 25 17 12 8,5 321
Fonte: Elaborado pelo autor

6.2 ESFORÇOS NO ELU

Como visto no capítulo 5 deste trabalho, atuam sobre os pórticos da subestrutura de


contraventamento cargas verticais uniformemente distribuídas, que podem ser permanentes
(peso próprio) ou acidentais que provém das lajes, e também cargas verticais pontuais devido
ao apoio de uma viga sobre a outra que também podem ser permanentes ou acidentais.
Também atua sobre a estrutura de contraventamento cargas horizontais devido ao vento
determinadas 5.4 e apresentados anteriormente na Tabela 64. Utilizam-se os valores da força
de arrasto na direção X.
Foi desenvolvida a análise estrutural de primeira ordem no software Ftool para a
obtenção às envoltórias de esforços internos, mais especificamente do momento fletor e do
esforço cortante, obtidas a partir da consideração das combinações de carregamento Fd1, Fd2,
Fd3 e Fd4 (item 5.2 Tabela 56), conforme apresentado nas figuras a seguir.
180

Figura 71 – Envoltória de momentos fletores

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 72 – Envoltória de esforços cortantes

Fonte: Elaborado pelo autor


181

6.3 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

Assim como as lajes, para o dimensionamento da armadura longitudinal da viga é


necessário calcular os momentos fletores positivos máximos que atuam no vão de cada trecho
da viga de análise. Esses momentos são retirados do diagrama da Figura 71 apresentada
anteriormente e apresentados na Tabela 86. Essa armadura é dita como armadura positiva.
Tabela 86 – Momentos fletores máximos na viga V201

Trecho M máx vão (kNm)


Viga
V201 P1-P2 36,30
V201 P2-P3 72,60
V201 P3-P4 9,80
Fonte: Elaborado pelo autor

Também se dimensiona a armadura longitudinal devido ao momento negativo que atua


sobre os apoios da viga nos pilares P1, P2, P3 e P4, cujo valor é apresentado na tabela a
seguir. Já essa armadura é dita como armadura negativa.

Tabela 87 – Momentos fletores nos apoios

Viga Apoio M máx apoio (kNm)

V201 P1 26,30
V201 P2 95,40
V201 P3 84,20
V201 P4 11,30
Fonte: Elaborado pelo autor

Da mesma forma que acontece nas lajes, é necessário determinar a posição da linha
neutra (x) e para isso utiliza-se a Equação 39 apresentada no item 4.5.4 e reapresentada a
seguir.
𝑀𝑑
𝑑 − √𝑑2 − 2 ×
𝑏𝑤 × 𝛼𝑐 × 𝑓𝑐𝑑 93
𝑥=
𝜆
Onde:
d é a altura útil calculado pela Equação 94;
182

Md é o momento fletor atuante em kNm;


bw é a base da viga que vale 17 cm para todas;
fcd é a resistência de cálculo do concreto (Tabela 5);
Para concretos até classe C50: αc = 0,85 e λ = 0,80.

𝜙𝑙
𝑑 = ℎ − 𝑐 − 𝜙𝑡 − 𝑜𝑢 𝑑 = ℎ − 𝑑′ 94
2
Onde:
Φt é o diâmetro estimado da armadura transversal;
Φl é o diâmetro estimado da armadura longitudinal;
c é o cobrimento da viga, que vale 3 cm;
d’ é o centro de gravidade das barras de aço, quando dispostas em mais de uma camada,
sendo calculada pela Equação 95 para o caso específico de duas camadas.
𝜙𝑙 𝜙𝑙
𝑛1 × 𝐴𝜙𝑙 × (𝑐 + 𝜙𝑡 + ) + 𝑛2 × 𝐴𝜙𝑙 × (𝑐 + 𝜙𝑡 + 𝜙𝑙 + 𝑒𝑣 + )
𝑑′ = 2 2 95
(𝑛1 + 𝑛2) × 𝐴𝜙𝑙

Onde:
n é a quantidade de barras na camada;
Aϕl é área unitária da barra longitudinal;
ev é espaçamento vertical entre camadas.

Nas vigas os espaçamentos, vertical e horizontal, são determinados de acordo com as


equações a seguir, respectivamente.
2 𝑐𝑚
𝑒𝑣 ≥ { 𝜙𝑙 } 96
0,5 × 𝑑 𝑚á𝑥 𝑑𝑜 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜

2 𝑐𝑚 𝑏 − 2 × (𝑐 + 𝜙𝑡 ) − 𝑛 × 𝜙𝑙
𝑒ℎ ≥ { 𝜙𝑙 } , 𝑐𝑜𝑚 𝑒ℎ = 97
0,5 × 𝑑 𝑚á𝑥 𝑑𝑜 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑛−1

Onde:
d máx do agregado vale 19 mm (1,9 cm), visto que trata-se de uma brita 1.
183

Deve-se, no caso das armaduras negativas ou nas positivas com mais de uma camada,
deixar um espaço de 2 cm mais o diâmetro do vibrador de concreto de 2,5 cm. Com a altura
útil estimada, é possível calcular a linha neutra e verificar o domínio de deformação por meio
da relação x/d. Se esta relação for inferior a 0,45, não é necessário dimensionar armadura de
compressão e a seção vai possuir armadura simples. A área de aço é calculada pela Equação
42 do item 4.5.4 reapresentada a seguir, onde se utiliza a tensão de escoamento (fyd) do aço
CA-50 para domínio 2 e 3 de deformação.
𝑀𝑑
𝐴𝑠 = 98
𝑓𝑦𝑑 × (𝑑 − 0,5 × 𝜆 × 𝑥)

É necessário determinar armadura mínima e máxima para a seção. Utiliza-se o mesmo


valor de taxa de armadura mínima apresentado na Tabela 29 do item 4.5.4.1 que vale 0,150%.
Portanto, para as vigas a área mínima de armadura é dada por:
𝐴𝑠, 𝑚í𝑛 = 0,150% × 𝑏𝑤 × ℎ 99

Já a área máxima de armadura na seção deve ser inferior a 4% da área da seção,


considerando a soma da armadura efetiva de tração e compressão, se existir, na região fora da
zona de emendas.
A seguir é apresentado o dimensionamento das armaduras positivas e negativas,
respectivamente, da viga de análise, verificando as armaduras mínimas e máximas. Para
ambos os casos é estimado um estribo com diâmetro de 5 mm. Já para as armaduras
longitudinais os diâmetros e configurações na seção estimadas são apresentados antes do
dimensionamento.

6.3.1 Armadura Positiva

Estima-se para as armaduras positivas da viga a seguinte configuração: 3 barras de 12,5


mm dispostas em 1 camada para os trechos P1-P2 e P3-P4; e para o trecho P2-P3 adota-se 5
barras de 12,5 mm, sendo dispostas em 2 camadas, uma com 3 e outra com 2 barras. É feita a
demonstração de cálculo para o trecho entre os pilares P2 e P3 e a Tabela 88 e a 89
apresentam os valores calculados para cada trecho de viga da altura útil e área de aço,
respectivamente.
184

𝟐 𝒄𝒎
𝑒𝑣 ≥ { 10 𝑚𝑚 (1 𝑐𝑚) }
0,5 × 1,9 = 0,95 𝑐𝑚
2 𝑐𝑚 17 − 2 × (3 + 0,5) − 3 × 1,25
𝑒ℎ ≥ { 10 𝑚𝑚 (1 𝑐𝑚 ) } 𝑐𝑜𝑚 𝑒ℎ = = 𝟑, 𝟏𝟑 𝒄𝒎 > 2,28 𝑐𝑚
1,2 × 1,9 = 𝟐, 𝟐𝟖 3 − 1

1,25 1,25
3 × 1,23 × (3 + 0,5 + ) + 2 × 1,23 × (3 + 0,5 + 1,25 + 2 + )
𝑑′ = 2 2 = 5,43 𝑐𝑚
(3 + 2) × 1,23
𝑑 = 40 − 5,43 = 34,58 𝑐𝑚
72,60
0,3458 − √0,34582 − 2 ×
0,17 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥= = 11,78 𝑐𝑚
0,8
𝑥 11781
= = 0,34 < 0,45 → 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 𝑒 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 3
𝑑 34,58
72,60
𝐴𝑠 = 3
= 5,59 × 10−4 𝑚2 → 𝟓, 𝟓𝟗 𝒄𝒎𝟐
434,78 × 10 × (0,3458 − 0,5 × 0,8 × 0,1178)
𝐴𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐 = 5,59 𝑐𝑚2
𝐴𝑠 𝑒𝑓 = 5 × 𝐴𝜙𝑙 = 6,14 𝑐𝑚2
{ } → 𝑂𝐾
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,150% × 17 × 40 = 1,02 𝑐𝑚2
𝐴𝑠 𝑚á𝑥 = 4% × 17 × 40 = 27,2 𝑐𝑚2
185

Tabela 88 – Cálculo Altura Útil (positiva)

Viga Trecho ϕl ϕt c viga d máx Aϕl n barras camada n barras camada ev eh d'
d (cm)
(mm) (mm) (cm) (cm) (cm2) 1 2 (cm) (cm) (cm)

V201 P1-P2 12,5 5 3 1,9 1,23 3 0 2 3,13 4,125 35,875


V201 P2-P3 12,5 5 3 1,9 1,23 3 2 2 3,13 5,425 34,575
V201 P3-P4 12,5 5 3 1,9 1,23 2 0 2 7,50 4,125 35,875
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 89 – Cálculo Armaduras Positivas

Viga Trecho M máx vão d (cm) x As ρ mín As mín As efetiva As máx


x/d Domínio x/d ≤ 0,45 Verificação
(kNm) (cm) (cm2) (%) (cm2) (cm2) (cm2)

Armadura
V201 P1-P2 36,30 35,875 5,20 0,15 2 2,47 0,15% 1,02 3,68 27,2 OK
Simples
Armadura
V201 P2-P3 72,60 34,575 11,78 0,34 3 5,59 0,15% 1,02 6,14 27,2 OK
Simples
Armadura
V201 P3-P4 9,80 35,875 1,34 0,04 2 0,64 0,15% 1,02 2,45 27,2 OK
Simples
Fonte: Elaborado pelo autor
186

6.3.2 Armadura Negativa

Estima-se para as armaduras negativas da viga a seguinte configuração: 2 barras de 12,5


mm no apoio P1 e P4; e 4 barras de 16 mm no apoio P2 e P3 com 3 barras na primeira
camada e 1 barra na segunda.. É feita a demonstração de cálculo para a armadura do pilar P2 e
a Tabela 90 e 91 apresentam os valores calculados para cada trecho de viga da altura útil e
área de aço, respectivamente.
𝟐 𝒄𝒎
𝑒𝑣 ≥ { 16 𝑚𝑚 (1,6 𝑐𝑚) }
0,5 × 1,9 = 0,95 𝑐𝑚
2 𝑐𝑚 17 − 2 × (3 + 0,5) − 3 × 1,6
𝑒ℎ ≥ { 16 𝑚𝑚 (1,6 𝑐𝑚 ) } 𝑐𝑜𝑚 𝑒ℎ = = 𝟐, 𝟔𝟎 𝒄𝒎 > 2,28 𝑐𝑚
1,2 × 1,9 = 𝟐, 𝟐𝟖 3 − 1

1,6 1,6
3 × 2,01 × (3 + 0,5 + ) + 1 × 2,01 × (3 + 0,5 + 1,6 + 2 + )
𝑑′ = 2 2 = 5,20𝑐𝑚
(3 + 1) × 2,01
𝑑 = 40 − 5,20 = 34,80 𝑐𝑚
95,40
0,348 − √0,3482 − 2 ×
0,17 × 0,85 × 17,86 × 103
𝑥= = 16,35 𝑐𝑚
0,8
𝑥 16,35
= = 0,45 ≤ 0,45 → 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 𝑒 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 3
𝑑 34,8
95,40
𝐴𝑠 = = 7,76 × 10−4 𝑚2 → 𝟕, 𝟕𝟔 𝒄𝒎𝟐
434,78 × 103 × (0,348 − 0,5 × 0,8 × 0,1635)
𝐴𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐 = 7,76 𝑐𝑚2
𝐴𝑠 𝑒𝑓 = 4 × 𝐴𝜙𝑙 = 8,04 𝑐𝑚2
{ } → 𝑂𝐾
𝐴𝑠 𝑚í𝑛 = 0,150% × 17 × 40 = 1,02 𝑐𝑚2
𝐴𝑠 𝑚á𝑥 = 4% × 17 × 40 = 27,2 𝑐𝑚2
187

Tabela 90 – Cálculo Altura Útil (negativa)

Viga Apoio ϕl ϕt c viga d máx Aϕl n barras camada n barras camada ev eh d'
d (cm)
(mm) (mm) (cm) (cm) (cm2) 1 2 (cm) (cm) (cm)

V201 P1 12,5 5 3 1,9 1,23 2 0 2 7,5 4,125 35,875


V201 P2 16 5 3 1,9 2,01 3 1 2 2,6 5,2 34,8
V201 P3 16 5 3 1,9 2,01 3 1 2 2,6 5,2 34,8
V201 P4 12,5 5 3 1,9 1,23 2 0 2 7,5 4,125 35,875
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 91 – Cálculo Armaduras Negativas

Viga Apoio M máx x As ρ mín As mín As efetiva As máx


d (cm) x/d Domínio x/d ≤ 0,45 Verificação
apoio (kNm) (cm) (cm2) (%) (cm2) (cm2) (cm2)

Armadura
V201 P1 26,3 35,875 3,70 0,10 2 1,76 0,15% 1,02 2,45 27,2 OK
Simples
Armadura
V201 P2 95,4 34,8 16,35 0,45 3 7,76 0,15% 1,02 8,04 27,2 OK
Simples
Armadura
V201 P3 84,2 34,8 13,96 0,40 3 6,63 0,15% 1,02 8,04 27,2 OK
Simples
Armadura
V201 P4 11,3 35,875 1,55 0,04 2 0,74 0,15% 1,02 2,45 27,2 OK
Simples
Fonte: Elaborado pelo autor
188

6.4 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL


Diferente das lajes, as vigas possuem armaduras transversais, que são os estribos. Estes
são dimensionados considerando o modelo de treliça postulado por Ritter (1989) e Mörsch
(1902). Tal modelo de treliça considera que o cisalhamento atuante deve ser resistido pelo
concreto e armadura nas diagonais comprimidas de concreto. Em seu item 17.4.2, a
NBR6118/2014 descreve as verificações e modelos de cálculo referentes ao Estado Limite
Último de Cisalhamento em vigas. De maneira geral, deve-se verificar o apresentado na
Equação 100.
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2 100
Onde:
Vsd é a força cortante máxima na seção;
Vrd2 é a força cortante resistente relativa à ruína das diagonais comprimidas, que é
calculada de duas formas distintas: pelo Modelo I ou II.
O Modelo I de cálculo considera as diagonais com uma inclinação de 45º, enquanto no
Modelo II esse ângulo varia de 30º à 45º. Para este trabalho utiliza-se o Modelo II de cálculo,
considerando estribos verticais e inclinação de 30º das diagonais comprimidas. A seguir é
feita a verificação das diagonais de compressão e o dimensionamento e detalhamento dos
estribos ao longo da viga utilizando o trecho entre os pilares P1 e P2 como demonstração.

6.4.1 Verificação das diagonais de compressão


O cálculo da força cortante resistente pelo Modelo II é definido no item 17.4.2.3 da
norma, sendo calculado de acordo com a Equação 101.
𝑉𝑟𝑑2 = 0,54 × 𝛼𝑣2 × 𝑓𝑐𝑑 × 𝑏𝑤 × 𝑑 × 𝑠𝑒𝑛 2 𝜃 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃) 101
Onde:
α é o ângulo de inclinação dos estribos que é 90º, visto que são estribos verticais;
θ é o ângulo de inclinação das diagonais comprimidas que vale 30º;
αv2 é dado pela equação a seguir com fck em MPa:
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = (1 − ) 102
250
189

Os esforços cortantes de cálculo em cada trecho são retirados da Figura 72 apresentada


anteriormente. A Tabela 92 apresenta a verificação das diagonais de compressão em cada
trecho da viga.
25
𝛼𝑣2 = (1 − ) = 0,9
250
𝑉𝑟𝑑2 = 0,54 × 0,9 × 17,86 × 103 × 0,17 × 0,3588 × 𝑠𝑒𝑛 2 30 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 90 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 30)
= 229,19 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 = 121,80 𝑘𝑁 ≤ 229,19 𝑘𝑁 → 𝑂𝑘
Tabela 92 – Verificação Diagonais de Compressão

Viga Trecho bw (cm) d (cm) αv2 (MPa) Vrd2 (kN) Vsd (kN) Verificação

V201 P1-P2 17 35,875 0,90 229,19 121,80 OK


V201 P2-P3 17 34,575 0,90 220,88 93,50 OK
V201 P3-P4 17 35,875 0,90 229,19 48,60 OK
Fonte: Elaborado pelo autor

6.4.2 Dimensionamento dos Estribos


O cálculo da armadura dos estribos consiste em considerar a contribuição de
mecanismos complementares (Vc), a partir de uma comparação entre o valor da força cortante
solicitante e resistente, conforme apresentado a seguir.
𝑉𝑐 = 𝑉𝑐0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑐0
𝑉𝑟𝑑2 − 𝑉𝑠𝑑
. { 𝑉𝑐 = 𝑉𝑐0 × 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑐0 < 𝑉𝑠𝑑 < 𝑉𝑟𝑑2} 103
𝑉𝑟𝑑2 − 𝑉𝑐0
𝑉𝑐 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑟𝑑2
Onde:
Vc0 é dado pela Equação 104.
𝑉𝑐0 = 0,6 × 𝑓𝑐𝑡𝑑 × 𝑏𝑤 × 𝑑 104
fctd é a resistência de cálculo à tração (Tabela 5);
d é a altura útil da viga;
bw é a base da viga.
O cálculo da área de aço por metro dos estribos também leva em consideração os
mecanismos complementares, sendo calculada conforme a Equação 105, quando o esforço
solicitante (Vsd) for superior ao esforço complementar (Vc). Para a situação inversa (Vc >
190

Vsd), utiliza-se a Equação 106 referente à armadura mínima para estribos. Porém, deve-se
sempre verificar se a área calculada é superior à mínima, adotando-se o maior valor entre as
duas.
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
= 105
𝑠 0,9 × 𝑑 × 𝑓𝑦𝑑 × 𝑠𝑒𝑛 𝛼 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃)

𝐴𝑠𝑤, 𝑚í𝑛 𝑓𝑐𝑡𝑚


= 0,2 × 𝑏 × 𝑠𝑒𝑛 𝛼 × 106
𝑠 𝑓𝑦𝑘
Onde:
fyd é a tensão de escoamento para o aço CA-60 (Tabela 6);
fyk é a tensão característica do aço CA-60 (Tabela 6);
fctm é resistência à tração característica do concreto (Tabela 5).

A Tabela 93 apresenta a verificação dos mecanismos complementares e o cálculo da


área de aço por metro de estribo em cada trecho da viga. Antes é demonstrado o cálculo para
o trecho P1-P2.
𝑉𝑐0 = 0,6 × 1,28 × 103 × 0,17 × 0,36 = 46,93 𝑘𝑁 < 121,80 𝑘𝑁 → 𝑁ã𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜
229,19 − 121,80
𝑉𝑐 = 46,93 × = 27,65 𝑘𝑁
229,19 − 46,93
𝐴𝑠𝑤 121,80 − 27,65
= = 𝟑, 𝟐𝟑 𝒄𝒎𝟐/𝒎
𝑠 0,9 × 0,3588 × 521,74 × 103 × 𝑠𝑒𝑛 90 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 90 + 𝑐𝑜𝑡𝑔 30)
𝐴𝑠𝑤, 𝑚í𝑛 2,56
= 0,2 × 0,17 × 𝑠𝑒𝑛 90 × = 1,45 𝑐𝑚2/𝑚
𝑠 600
Tabela 93 – Dimensionamento dos Estribos

Asw/s
Viga Trecho bw d Vsd Vrd2 Vc0 Vc
Verificação mín
Asw/s
(cm) (cm) (kN) (kN) (kN) (kN) (cm2/m)
(cm2/m)
Não resiste
V201 P1-P2 17 35,88 121,80 229,19 46,93 27,65 1,45 3,23
sozinho
Não resiste
V201 P2-P3 17 34,58 93,50 220,88 45,23 32,80 1,45 2,16
sozinho
Não resiste
V201 P3-P4 17 35,88 48,60 229,19 46,93 46,50 1,45 0,07
sozinho
Fonte: Elaborado pelo autor
191

6.4.3 Espaçamento entre Estribos


O espaçamento longitudinal do estribo é calculado a partir da área da seção do diâmetro
escolhido para a armadura transversal (Aϕt) considerando suas duas pernas, por meio da
Equação 107, onde se utiliza o diâmetro de 5 mm para os estribos como determinado
anteriormente. O valor calculado deve ser arredondado para o inteiro imediatamente inferior.
2 × 𝐴𝜙𝑡
𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜 = 107
𝐴𝑠𝑤/𝑠
O espaçamento longitudinal calculado deve ser comparado com os valores máximos
estabelecido no item 18.3.3.2 da NBR6118/2014 e apresentados a seguir.
0,6 × 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚 → 𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,67 × 𝑉𝑟𝑑2
𝑠 𝑚á𝑥 = { } 108
0,3 × 𝑑 ≤ 200 𝑚𝑚 → 𝑉𝑠𝑑 > 0,67 × 𝑉𝑟𝑑2
A razão do vão efetivo do trecho pelo espaçamento adotado resulta no número de
estribos, arredondando o valor para o inteiro imediatamente superior. A Tabela 94 94
apresenta a verificação e detalhamento dos espaçamentos longitudinal dos estribos em cada
trecho da viga, bem como a quantidade de estribos.
Tabela 94 – Detalhamento dos Estribos

L s s
Viga Trecho efetivo ϕt d (cm) Vsd 0,67*Vrd2 Asw/s calc s máx adot N de
(mm) (kN) (kN) (cm2/m) (cm) estribos
(cm) (cm) (cm)
V201 P1-P2 405 5 35,875 121,8 153,56 3,23 12 21,525 12 34
V201 P2-P3 514 5 34,575 93,5 147,99 2,16 18 20,745 18 29
V201 P3-P4 321 5 35,875 48,6 153,56 1,45 27 21,525 21 16
Fonte: Elaborado pelo autor

6.4.4 Armadura de Suspensão


Em situações, onde uma viga apoia-se sobre outra é necessário calcular a armadura de
suspensão, a fim de ajudar na transmissão dos esforços nesses locais. A Equação 109
apresenta a fórmula para o cálculo dessa armadura, quando as vigas possuem mesma altura e
as faces superiores coincidem. Já a Equação 110 serve para o caso de quando a viga apoiada
possui altura menor que a de apoio.
𝑉𝑑
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 = 109
𝑓𝑦𝑑
192

𝑉𝑑 × ℎ1
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 = 110
𝑓𝑦𝑑 × ℎ2
Onde:
Vd é a reação de apoio na viga;
fyd é a tensão de escoamento de cálculo do aço CA-60 para os estribos;
h1 é a altura da viga apoiada;
h2 é a altura da viga de apoio.

A área de aço calculada deve ser distribuída da seguinte forma: 70% na viga de apoio e
30% na viga apoiada, conforme apresentado na Figura 73 a seguir.

Figura 73 – Armadura de Suspensão

Fonte: CHAER (2004)

É necessário armadura de suspensão em dois locais da viga V201. No trecho entre P1-
P2 utiliza-se a Equação 109, já para o trecho P2-P3 utiliza-se a Equação 110, conforme
calculado a seguir.

Trecho P1-P2:
193

99,9
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 = = 1,91 𝑐𝑚2
52,174
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 70% 𝑑𝑒 1,91 = 1,34 𝑐𝑚2
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎 = 30% 𝑑𝑒 1,91 = 0,57 𝑐𝑚2
Adota-se para a viga de apoio 4 estribos de 5 mm de diâmetro e para a viga apoiada 2
estribos de 5 mm, atendendo a área mínima calculada.

Trecho P2-P3:
76,7 × 30
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 = = 1,10 𝑐𝑚2
52,174 × 40
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 70% 𝑑𝑒 1,10 = 0,77 𝑐𝑚2
𝐴 𝑠𝑢𝑠𝑝 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎 = 30% 𝑑𝑒 1,10 = 0,33 𝑐𝑚2
Adota-se para a viga de apoio 2 estribos de 5 mm de diâmetro e para a viga apoiada 1
estribo de 5 mm, atendendo a área mínima calculada.

6.5 DETALHAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

6.5.1 Comprimento de Ancoragem


A partir das verificações de área de aço calculadas e definidas pela distribuição de
barras na seção devem-se determinar os comprimentos das barras. Tal procedimento consiste
no cálculo do comprimento de ancoragem das barras no concreto, cujo processo de cálculo do
comprimento de ancoragem necessário e mínimo foi apresentado no item 4.6.3 deste trabalho
e é reapresentado de forma resumida na Equação 111.
𝜙 × 𝑓𝑦𝑑 𝐴𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐
𝛼× ×
4 × 𝑓𝑏𝑑 𝐴𝑠 𝑒𝑓
𝜙 × 𝑓𝑦𝑑
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 ≥ 0,3 × 111
4 × 𝑓𝑏𝑑
10 × 𝜙
{ 100 𝑚𝑚 }
Onde:
Φ é o diâmetro da barra;
fyd é a tensão de escoamento do aço, apresentado na Tabela 6;
α vale 0,7 para barras tracionadas com gancho e 1,0 para barras sem gancho;
As,calc é a área de aço calculada;
194

As,ef é a área de aço efetiva;


fbd é a resistência de aderência de cálculo entre a armadura e o concreto na ancoragem
calculada utilizando a Equação 63 e o procedimento disposto no item 4.6.3 deste trabalho.

Para as vigas, no entanto, deve-se realizar a decalagem do diagrama de momento fletor


e a verificação da ancoragem nos apoios extremos, respeitando os critérios estabelecidos pela
NBR6118/2014.
6.5.2 Decalagem do Diagrama de Momento Fletor
Utiliza-se para o dimensionamento das vigas o momento fletor máximo atuante,
entretanto, há trechos da viga que possuem um valor de momento fletor reduzido. Sendo
assim, é possível retirar barras de serviço visando uma maior economia, pois nessas regiões
não é necessário tantas barras de aço.
O item 17.4.2.3 da norma citado anteriormente também apresenta o processo de cálculo
da decalagem do diagrama de momentos fletores, considerando o Modelo II de cálculo. É
necessário calcular a decalagem (al) pela Equação 112, pois ocorre o deslocamento do esforço
de tração da biela longitudinal inferior devido a relação momento fletor e esforço cortante.

𝑎𝑙 = 0,5 × 𝑑 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼 ) ≥ 0,5 × 𝑑 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠) 112

A distribuição da armadura longitudinal na seção da viga é definida no item 18.3.2.3. O


diagrama é dividido em linhas paralelas ao eixo longitudinal da viga, onde o número de linhas
corresponde à quantidade de barras adotadas para a seção. A dimensão mínima da barra é
dada pelo comprimento de intersecção da linha com o diagrama de momento fletor somada
com a decalagem e o comprimento de ancoragem necessário. Deve-se comparar com o
comprimento de intersecção da linha seguinte acrescido da decalagem mais 10ϕ. A Figura 74
ilustra o procedimento. Até os apoios de cada trecho da viga são levadas no mínimo duas
barras.
195

Figura 74 – Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo resistente

Fonte: NBR 6118/2014 (Figura 18.3)

É calculado para a armadura positiva do trecho entre P1-P2 e para a armadura negativa
do apoio P2, seguido da Tabela 95 com os resultados obtidos da decalagem e do comprimento
de ancoragem.
Para o trecho P1-P2 não é considerado o uso de gancho (α =1) e para o cálculo da
resistência de aderência considera-se como região de boa aderência (η2 = 1).
1,25 × 434,78 2,47
1× × = 𝟑𝟏, 𝟔𝟎 𝒄𝒎
4 × 2,89 3,68
1,25 × 434,78
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 ≥ 0,3 × = 14,13 𝑐𝑚 → 32 𝑐𝑚
4 × 2,89
10 × 1,25 = 12,5 𝑐𝑚
{ 100 𝑚𝑚 }
𝑎𝑙 = 0,5 × 35,88 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 30 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 90) = 𝟑𝟏, 𝟎𝟕 𝒄𝒎 ≥ 0,5 × 35,88 = 17,94 𝑐𝑚
𝑎𝑙 = 32 𝑐𝑚
Para o trecho do apoio P1 considera-se como região de má aderência (η2 = 0,7).
1,25 × 434,78 1,76
1× × = 𝟒𝟖, 𝟐𝟎 𝒄𝒎
4 × 2,02 2,45
1,25 × 434,78
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 ≥ 0,3 × = 20,18 𝑐𝑚 → 49 𝑐𝑚
4 × 2,02
10 × 1,25 = 12,5 𝑐𝑚
{ 100 𝑚𝑚 }
196

𝑎𝑙 = 0,5 × 35,88 × (𝑐𝑜𝑡𝑔 30 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 90) = 𝟑𝟏, 𝟎𝟕 𝒄𝒎 ≥ 0,5 × 35,88 = 17,94 𝑐𝑚


𝑎𝑙 = 32 𝑐𝑚

Tabela 95 – Comprimento de ancoragem e decalagem


Comprimento de Ancoragem e Decalagem
As, As, lb, lb,
fbd d lb lb,nec al
Viga Trecho ϕl (mm) η2 calc efetiva α mín adot
(MPa) (cm) (cm) (cm) (cm)
(cm2) (cm2) (cm) (cm)
V201 P1-P2 12,5 1,00 2,89 35,88 2,47 3,68 1,00 47,09 31,60 14,13 32 32
V201 P2-P3 12,5 1,00 2,89 34,58 5,59 6,14 1,00 47,09 42,91 14,13 43 30
V201 P3-P4 12,5 1,00 2,89 35,88 1,02 2,45 1,00 47,09 19,57 14,13 20 32
V201 P1 12,5 0,70 2,02 35,88 1,76 2,45 1,00 67,27 48,20 20,18 49 32
V201 P2 16 0,70 2,02 34,80 7,76 8,04 1,00 86,10 83,13 25,83 84 31
V201 P3 16 0,70 2,02 34,80 6,63 8,04 1,00 86,10 70,96 25,83 71 31
V201 P4 12,5 0,70 2,02 35,88 1,02 2,45 1,00 67,27 27,95 20,18 28 32
fyd
43,478
(kN/cm2)
η1 2,25
Observação
η3 1,00
fctd
1,28
(MPa)
Fonte: Elaborado pelo autor

Com os comprimentos de ancoragem é feita a decalagem do momento fletor e cálculo


dos comprimentos das barras para cada trecho e apoio da viga de análise. Para fins de
facilidade do processo executivo consideraram-se duas barras contínuas ao longo da viga em
sua face inferior. Dessa forma, as duas barras dimensionadas para o trecho P3-P4 serão
contínuas ao longo da viga, sem haver necessidade de retirar barras de serviço nesse trecho da
viga. As figuras apresentadas ilustram o processo de decalagem e detalhamento das barras
longitudinais em cada parte da viga descrita anteriormente.
197

Figura 75 – Decalagem apoio P1

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 76 – Decalagem apoio P2

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 77 – Decalagem apoio P3

Fonte: Elaborado pelo autor


198

Figura 78 – Decalagem apoio P4

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 79 – Decalagem trecho P1-P2

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 80 – Decalagem trecho P2-P3

Fonte: Elaborado pelo autor


199

Figura 81 – Decalagem trecho P3-P4

Fonte: Elaborado pelo autor

6.5.3 Transpasse
As duas barras contínuas ao longo da viga possuem comprimento de 12,40 metros (sem
ancoragem nos apoios), porém as barras de aço CA-50 são fabricadas com comprimento
máximo de 12 metros. Sendo assim, é necessário realizar a emenda por transpasse nessas duas
barras, por meio do processo de cálculo apresentado a seguir, que se utiliza de muitos
conceitos e equações já apresentadas neste trabalho.

𝑙0𝑡 = 𝛼0𝑡 × 𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑡, 𝑚í𝑛 113

0,3 × 𝛼0𝑡 × 𝑙𝑏
𝑙0𝑡, 𝑚í𝑛 ≥ { 15𝜙 } 114
200 𝑚𝑚
Onde:
α0t é um coeficiente dado em função da porcentagem de barras tracionadas emendadas
na mesma seção.

Em uma barra a emenda é feita no trecho entre P1-P2, onde a porcentagem de barras
emendada é de 33%. Já a segunda barra é emendada no trecho P3-P4, onde a porcentagem é
de 50%. Para cada situação os valores de α0t são, respectivamente 1,6 e 1,8. É calculado a
seguir o transpasse para cada trecho.

Trecho P1-P2:
0,3 × 1,6 × 47,09 = 𝟐𝟐, 𝟔𝟎 𝒄𝒎
𝑙0𝑡, 𝑚í𝑛 ≥ { 15𝜙 = 18,75 𝑐𝑚 }
200 𝑚𝑚
𝑙0𝑡 = 1,6 × 32 = 51,2 𝑐𝑚 → 𝟓𝟐 𝒄𝒎 ≥ 22,6 𝑐𝑚
200

Trecho P3-P4:
0,3 × 1,8 × 47,09 = 𝟐𝟐, 𝟔𝟎 𝒄𝒎
𝑙0𝑡, 𝑚í𝑛 ≥ { 15𝜙 = 18,75 𝑐𝑚 }
200 𝑚𝑚
𝑙0𝑡 = 1,8 × 20 = 𝟑𝟔 𝒄𝒎 ≥ 22,6 𝑐𝑚
6.5.4 Ancoragem nos Apoios
A ancoragem dos apoios extremos ou intermediários das armaduras de tração é definida
pela norma no item 18.3.2.4, onde as barras levadas até os apoios devem resistir aos esforços
de tração. Deve-se verificar a área mínima necessária de barras para resistir aos esforços a
partir da Equação 115, onde é analisado se no apoio o momento é nulo ou se possui momento
negativo.
1
× 𝐴𝑠 𝑣ã𝑜 → 𝑆𝑒 𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 0 𝑜𝑢 |𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜| ≤ 0,5 × 𝑀𝑣ã𝑜
𝐴𝑠 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ {3 } 115
1
× 𝐴𝑠 𝑣ã𝑜 → 𝑆𝑒 |𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 | > 0,5 × 𝑀𝑣ã𝑜
4
Calcula-se também a área de aço necessária para o apoio extremo, utilizando as
Equações 64 e 66 apresentadas no item 4.6.3. As duas equações (64 e 66) combinadas
resultam na Equação 116 apresentada a seguir.
𝑎𝑙
× 𝑉𝑑 + 𝑁𝑑
𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐 = 𝑑 116
𝑓𝑦𝑑
Onde:
d é altura útil da laje;
Vd é a reação de apoio máxima da viga;
Nd é a força normal;
al é o comprimento de decalagem do momento fletor, dado pela Equação 112
apresentada anteriormente.
Compara-se a área necessária e mínima com a efetiva, que deve ser superior. Quanto à
ancoragem, novamente calcula-se o comprimento de ancoragem necessário e é feita a
verificação da Equação 117 conforme o item 18.3.2.4.1 da norma.
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐
𝑙𝑏 ≥ {𝑟 + 5,5 × 𝜙 }
60 𝑚𝑚 117
201

Onde:
r é o raio de curvatura dos ganchos, caso seja adotado, definido pela NBR6118. Para
aço CA-50 com bitola inferior a 20 mm vale 5ϕ e 8ϕ para bitolas superiores. Além disso, o
comprimento mínimo do gancho em ângulo reto é de 8ϕ mais o trecho curvo retificado do
ponto A até o B, conforme apresentado na Figura 82. Também deve respeitar o comprimento
disponível dado pela altura da viga subtraída do cobrimento superior e inferior, resultando em
34 cm. A Equação 118 apresenta o cálculo para o comprimento do gancho.
Figura 82 – Barra ancorada com gancho na extremidade

Fonte: Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado (CARVALHO e


FIGUEIREDO, 2014, Figura 5.9 a)

𝜋 × (5 × 𝜙 + 𝜙)
𝑙𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜 = + 8 × 𝜙 = 12,7 × 𝜙 ≤ ℎ − 𝑐 𝑠𝑢𝑝 − 𝑐 𝑖𝑛𝑓 118
4

O valor da ancoragem (lb) é comparado com o comprimento de ancoragem disponível,


dado pela subtração da base e cobrimento da viga, resultando em 14 cm. Adota-se grampo
quando a ancoragem calculada considerando gancho for superior à disponível, a fim de
aumentar a área de aço nos apoios. Os grampos são dimensionados seguindo o procedimento
apresentado a seguir.
𝛼 × 𝑙𝑏 × 𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐
𝐴𝑠 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑝𝑜 = − 𝐴𝑠, 𝑒𝑓 119
𝑙 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜

𝜙𝑙 × 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑔𝑟𝑎𝑚𝑝𝑜 = + 𝑙𝑏 𝑑𝑖𝑠𝑝 120
4 × 𝑓𝑏𝑑

É feita a demonstração do processo de cálculo para o apoio P1.


202

1
× 3,68 = 1,23𝑐𝑚2 → 𝑆𝑒 𝑀𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 0 𝑜𝑢 |26,30| > 0,5 × 36,3 = 18,15
𝐴𝑠 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ {3 }
1
| |
× 3,68 = 𝟎, 𝟗𝟐𝒄𝒎𝟐 → 𝑆𝑒 26,30 > 0,5 × 36,3 = 18,15
4
32
× 47,90 + 0
35,88
𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐 = = 0,98 𝑐𝑚2
43,478
A armadura positiva e a negativa que chega ao apoio P1 é de 2ϕ12,5 com área efetiva
de 2,45 cm2, logo é atendido a área mínima necessário. Calcula-se, então, a ancoragem
necessária no apoio, adotando-se gancho.

P1 (positiva):
1,25 × 434,78 0,98
0,7 × × = 13,2 𝑐𝑚
4 × 2,89 2,45
1,25 × 434,78
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 ≥ 0,3 × = 𝟏𝟒 𝒄𝒎 → 14 𝑐𝑚
4 × 2,89
10 × 1,25 = 12,5 𝑐𝑚
{ 100 𝑚𝑚 }
𝟏𝟒 𝒄𝒎
𝑙𝑏 ≥ {5 × 1,25 + 5,5 × 1,25 = 13,13 𝑐𝑚 } → 14 𝑐𝑚 = 14 𝑐𝑚
60 𝑚𝑚

𝑙𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜 = 12,7 × 1,25 = 15,9 → 𝟏𝟔 𝒄𝒎 ≤ 40 − 3 − 3 = 34 𝑐𝑚


Como comprimento de ancoragem com gancho é igual ao disponível não é necessário
adotar grampo.

P1 (negativa):
1,25 × 434,78 0,98
0,7 × × = 13,2 𝑐𝑚
4 × 2,02 2,45
1,25 × 434,78
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 ≥ 0,3 × = 𝟐𝟎, 𝟏𝟖 𝒄𝒎 → 21 𝑐𝑚
4 × 2,02
10 × 1,25 = 12,5 𝑐𝑚
{ 100 𝑚𝑚 }
𝟐𝟏 𝒄𝒎
𝑙𝑏 ≥ {5 × 1,25 + 5,5 × 1,25 = 13,13 𝑐𝑚 } → 21 𝑐𝑚 > 14 𝑐𝑚
60 𝑚𝑚
𝜋 × 5 × 1,25
𝑙𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜 = + 8 × 1,25 = 14,91 𝑐𝑚 → 𝟏𝟓 𝒄𝒎 ≤ 40 − 3 − 3 = 34 𝑐𝑚
4
203

Como o comprimento de ancoragem com gancho é maior que o disponível deve-se


adotar grampo.
0,7 × 67,27 × 0,98
𝐴𝑠 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑝𝑜 = − 2,45 = 0,85 𝑐𝑚2
14
1,25 × 434,78
𝑙𝑔𝑟𝑎𝑚𝑝𝑜 = + 14 = 81,26 𝑐𝑚 → 82 𝑐𝑚
4 × 2,02
É adotado 1 grampo com bitola de 8 mm, resultando em uma área efetiva de 1,01 cm2,
pois o grampo possui duas pernas, sendo superior a área necessária. O comprimento do
grampo é de 82 cm de perna e 9 cm de largura.
As tabelas a seguir apresentam os resultados dos valores de área mínima necessária nos
apoios e das verificações para as armaduras positivas e negativas em todos os apoios da viga.
Nota-se que a área de aço efetivo nos apoios é suficiente.
Tabela 96 – Cálculo área de aço ancoragem nos apoios

Md As ef. As anc As
Viga Apoio Md vão Vd al d
apoio vão apoio diagonal
(kNm) (kN) (cm) (cm)
(kNm) (cm2) (cm2) (cm2)
V201 P1 26,30 36,30 47,90 32 35,88 3,68 0,92 0,98
V201 P2 95,40 72,60 121,80 31 34,80 6,14 1,53 2,40
V201 P3 84,20 72,60 93,50 31 34,80 6,14 1,53 1,92
V201 P4 11,30 9,80 48,60 32 35,88 2,45 0,61 1,00
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 97 – Verificação armadura positiva nos apoios

Apoio N de barras positivas Aϕl As ef positiva As anc apoio


Verificação
no apoio (cm2) (cm2) (cm2)

P1 2 1,23 2,45 0,98 OK


P2 2 1,23 2,45 2,40 OK
P3 2 1,23 2,45 1,92 OK
P4 2 1,23 2,45 1,00 OK
Fonte: Elaborado pelo autor
204

Tabela 98 – Verificação armadura negativa nos apoios

Apoio N de barras Aϕl As ef negativa As anc As diagonal


Verificação
negativas (cm2) (cm2) apoio (cm2) (cm2)

P1 2 1,23 2,45 0,92 0,98 OK


P2 4 2,01 8,04 1,53 2,40 OK
P3 4 2,01 8,04 1,53 1,92 OK
P4 2 1,23 2,45 0,61 1,00 OK
Fonte: Elaborado pelo autor

Nos apoios intermediários utiliza-se armadura contínua, sendo assim calcula-se apenas
o comprimento de ancoragem e dos ganchos das armaduras (positivas e negativas) que
chegam aos apoios extremos, P1 e P4, conforme apresentado na Tabela 99 a seguir. A planta
de detalhamento da viga encontra-se no Apêndice E deste trabalho e é apresentada na Figura
83.

Tabela 99 – Ancoragem nos apoios extremos


lb
As, As, l
Apoio fbd d lb lb,nec reto
ϕl (mm) η2 calc efetiva α gancho
(MPa) (cm) (cm) (cm) disp
(cm2) (cm2) (cm)
(cm)
P1 (posit) 12,5 1 2,89 35,88 0,98 2,45 0,7 47,09 14 14 16
P1 (negat) 12,5 0,7 2,02 35,88 0,98 2,45 0,7 67,27 21 14 16
P4 (posit) 12,5 1 2,89 35,88 1,00 2,45 0,7 47,09 14 14 16
P4 (negat) 12,5 0,7 2,02 35,88 0,9971 2,45 0,7 67,27 21 14 16
fyd
43,478
(kN/cm2)
η1 2,25
Observação
η3 1,00
fctd
1,28
(MPa)
Fonte: Elaborado pelo autor
205

Tabela 100 – Dimensionamento grampos nos apoios


lb
As calc As ef
ϕl al Vd reto lb,nec N de ϕgrampo l grampo
Apoio grampo grampo
(mm) (cm) (kN) disp (cm) grampo (mm) (cm)
(cm2) (cm2)
(cm)
P1
12,5 32 121,80 14 21 0,85 1 8 1,01 82
(negat)
P4
12,5 32 48,60 14 21 0,90 1 8 1,01 82
(negat)
Fonte: Elaborado pelo autor
206

Figura 83 – Plamta de Armação da Viga V201

Fonte: Elaborado pelo autor


207

6.6 VERIFICAÇÕES DO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

Assim como nas lajes, deve-se verificar o Estado Limite de Serviço das vigas,
considerando a fissuração do concreto e flechas, utilizando as combinações de serviço
estabelecidas pela NBR6118/2014. Utiliza-se a combinação frequente de serviço para o
cálculo dos momentos de serviço e abertura de fissuras, e a combinação quase permanente
para o cálculo das flechas, apresentados respectivamente nas Equações 122 e 123 com os
coeficientes Ψ1 e Ψ2 retirados da Tabela 20 deste trabalho, para cargas acidentais e vento. O
vento é considerado atuando nas duas direções (direita e esquerda) e possui Ψ1 igual a 0,3 e
Ψ2 igual a 0. Já as cargas acidentais em geral possui Ψ1 igual a 0,4 e Ψ2 igual a 0,3. O vento
e as cargas acidentais são alternados como Fq1 e Fq2, a fim de se obter uma envoltória na
combinação frequente e também na quase permanente.
𝐹𝑑 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑔 + 𝛹1 × 𝐹𝑞1 + 𝛹2 × 𝐹𝑞2 121

𝐹𝑑 𝑞𝑢𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝐹𝑔 + 𝛹1 × 𝐹𝑞1 122

6.6.1 Verificação da Fissuração da Viga


O procedimento de verificação da fissuração da viga é similar ao feito para as lajes no
item 4.7.1 calculando inicialmente o momento de fissuração pela Equação 67 novamente
apresentada a seguir.
𝑓𝑐𝑡𝑚 × 𝐼ℎ
𝑀𝑟 = 𝛼 × 123
𝑦ℎ
Esse momento é comparado com os máximos momentos em cada trecho da viga
obtidos pela análise estrutural com a combinação frequente de serviço realizada no software
Ftool. Caso o momento atuante seja superior aos de serviço, a viga fissura e deve-se calcular o
momento de inércia da seção no Estádio II, a fim de se calcular o momento de inércia
equivalente para a seção transversal da viga. Para a viga são definidas as propriedades da
seção homogeneizadas: área, centro de gravidade e momento de inércia, respectivamente, em
seu estado puro (Estádio I), utilizando o procedimento a seguir.

𝐴ℎ = 𝑏𝑤 × ℎ + 𝐴𝑠 × (𝛼𝑒 − 1) 124
208

ℎ2
𝑏𝑤 × + 𝐴𝑠 × 𝑑 × (𝛼𝑒 − 1)
𝑦ℎ = 2 125
𝐴ℎ

ℎ3 ℎ
𝐼ℎ = 𝑏𝑤 × + 𝑏𝑤 × ℎ × (𝑦ℎ − )2 + 𝐴𝑠 × (𝑦ℎ − 𝑑)2 × (𝛼𝑒 − 1) 126
12 2

A Tabela 101 apresenta o cálculo do momento de fissuração para cada trecho da viga e
verificação da fissuração a partir dos momentos de serviço atuantes obtidos da análise
estrutural apresentada na Figura 84. É utilizado o trecho P1-P2 para a demonstração dos
cálculos.
𝐴ℎ = 17 × 40 + 3,68 × (8,70 − 1) = 708,33𝑐𝑚2
402
17 × + 3,68 × 35,88 × (8,70 − 1)
𝑦ℎ = 2 = 20,63 𝑐𝑚
708,33
403 40 2
𝐼ℎ = 17 × + 17 × 40 × (20,63 − ) + 3,14 × (20,63 − 35,88)2 × (8,70 − 1)
12 2
= 97521,172 𝑐𝑚4
2,56 × 103 × 9,6643382 × 10−4
𝑀𝑟 = 1,5 × = 18,18 𝑘𝑁𝑚
0,2063
𝑀 𝑚á𝑥 𝑠𝑒𝑟 = 58,80 𝑘𝑁𝑚 > 18,18 𝑘𝑁𝑚 → 𝐹𝑖𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎
209

Figura 84 – Envoltória de momentos de serviço (combinação frequente)

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 101 – Verificação da fissuração na viga


M
As
bw h d Ah γh Mr máx
Viga Trecho efetivo Ih (cm4) Verificação
(cm) (cm) (cm) (cm2) (cm) (kNm/m) ser
(cm2)
(kNm)
V201 P1-P2 17 40 3,68 35,88 708,33 20,63 97521,172 18,18 58,80 Fissura
V201 P2-P3 17 40 6,14 34,58 727,22 20,95 100046,29 18,38 61,10 Fissura
V201 P3-P4 17 40 2,45 35,88 698,89 20,43 95298,086 17,95 30,30 Fissura
Fonte: Elaborado pelo autor

Em caso de fissuração utiliza-se a Equação de Branson apresentada na Equação 69


deste trabalho para o cálculo do momento de inércia equivalente, sendo reapresentada a
seguir. Antes é necessário calcular o momento de inércia e a altura da linha neutra no Estádio
II, conforme o procedimento muito semelhante aos das lajes a seguir onde se desconsiderou a
armadura de compressão.

𝑀𝑟 3 𝑀𝑟 3
𝐼𝑒𝑞 = 𝐼𝑐 × ( ) + (1 − ( ) ) × 𝐼𝑖𝑖 ≤ 𝐼𝑐 127
𝑀𝑎 𝑀𝑎
210

𝑏 × 𝑋𝑖𝑖 3
𝐼𝑖𝑖 = + 𝛼𝐸 × 𝐴𝑠 × (𝑋𝑖𝑖 − 𝑑)2 128
3

−𝑎2 + √𝑎22 − 4 × 𝑎1 × 𝑎3
𝑋𝑖𝑖 = 129
2 × 𝑎1

Onde:

𝑏𝑤
𝑎1 = 130
2

𝑎2 = 𝛼𝑒 × 𝐴𝑠
131

𝑎3 = −𝑑 × 𝛼𝑒 × 𝐴𝑠
132

𝐸𝑠
𝛼𝐸 = 133
𝐸𝑐𝑠
Utiliza-se a Equação 75 apresentada no item 4.7.1 referente à ponderação do momento
de inércia da seção. Nota-se que no trecho entre P1-P2 a fissuração não ocorre no apoio P1 e
no trecho P3-P4 apenas fissura no apoio P3. Já entre P2-P3 a fissuração ocorre nos apoios e
vão. Dessa forma, é feita a ponderação entre os trechos P1-P2 e P3-P4, conforme demostrado
a seguir para o primeiro trecho. É feito o cálculo para os trechos que fissuram e a Tabela 102
apresenta os resultados.

17
𝑎1 = = 8,50 𝑐𝑚
2

𝑎2 = 8,70 × 3,68 = 32,014 𝑐𝑚2

𝑎3 = −35,88 × 8,70 × 3,68 = −1148,48 𝑐𝑚


211

−32,014 + √32,0142 − 4 × 8,50 × −1148,48


𝑋𝑖𝑖 = = 9,892𝑐𝑚
2 × 8,50

17 × 9,8923
𝐼𝑖𝑖 = + 8,70 × 3,68 × (9,892 − 35,88)2 = 27097,89 𝑐𝑚4
3

18,18 3 18,18 3
𝐼𝑒𝑞 = 90666,67 × ( ) + (1 − ( ) ) × 27097,89 = 28977,70 𝑐𝑚4
58,80 58,80
≤ 90666,67 𝑐𝑚4

𝐼 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0,15 × 90666,67 + 0,15 × 28977,70 + 0,70 × 28977,70 = 38231,04 𝑐𝑚4


212

Tabela 102 – Momento de inércia equivalente da viga


Mr Ma d As efetivo a1 a2 Ieq I final
Viga Trecho a3 (cm3) Xii (cm) Ic (cm4) Iii (cm4)
(kNm/m) (kNm/m) (cm) (cm2) (cm) (cm2) (cm4) (cm4)
V201 P1-P2 18,18 58,80 35,88 3,68 8,500 32,014 -1148,48 9,892 90666,67 27097,89 28977,70 38231,04
V201 P2-P3 18,38 61,10 34,58 6,14 8,500 53,356 -1844,78 11,924 90666,67 36982,30 38442,85 38442,85
V201 P3-P4 17,95 30,30 35,88 2,45 8,500 21,342 -765,66 8,318 90666,67 19468,38 34265,19 82206,45
Fonte: Elaborado pelo autor
213

6.6.2 Cálculo das Flechas


Ainda nas verificações do Estado Limite de Serviço devem-se calcular as flechas que as
vigas sofrem devido à combinação quase permanente. Assim como nas lajes, determina-se a
flecha imediata e calcula-se a flecha diferida no tempo provocado devido ao efeito de fluência
no concreto, utilizando os momentos de inércia corrigidos devido à fissuração da seção. Em
seguida, verificam-se os deslocamentos das vigas com os limites estabelecidos pela
NBR6118/2014.

6.6.2.1 Flecha Imediata


A flecha imediata é determinada a partir da análise estrutural feita no Ftool com
carregamentos utilizando a combinação quase permanente sem o carregamento da alvenaria,
ou seja, apenas com o peso próprio da estrutura de concreto. A Figura 85 apresenta as flechas
imediatas obtidas na análise e a Tabela 103 apresenta os valores resumidos para cada trecho
da viga.

Figura 85 – Flechas imediatas no pórtico (combinação quase permanente)

Fonte: Elaborado pelo autor


214

Tabela 103 – Flechas imediatas na viga

Viga Flecha Imediata


Trecho
combinação (mm)
V201 P1-P2 0,70
V201 P2-P3 2,30
V201 P3-P4 0,01
Fonte: Elaborado pelo autor

6.6.2.2 Flecha Diferida no Tempo


O cálculo da flecha diferida no tempo segue o mesmo procedimento descrito para as
lajes no item 4.7.2.2 deste trabalho. É feita a demonstração para o trecho entre P2-P3 e a
Tabela 104 apresenta os resultados para a viga inteira.
𝜉 (𝑡) = 0,68 × (0,9960,7 ) × 0,70,32 = 0,60
𝛥𝜉 = 2 − 0,60 = 1,40
1,40
𝛼𝑓 = = 1,40
1 + 50 × 0
𝑓0 = 2,76 𝑚𝑚
𝑓 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (1 + 1,40) × 2,30 = 5,51 𝑚𝑚

Tabela 104 – Flechas diferidas no tempo na viga

Viga Flecha Imediata Flecha Diferida


Trecho
combinação (mm) combinação (mm)
V201 P1-P2 0,70 1,68
V201 P2-P3 2,30 5,51
V201 P3-P4 0,01 0,02
Fonte: Elaborado pelo autor

6.6.3 Verificação das Flechas


A verificação das flechas para as vigas é feita conforme o procedimento descrito 4.7.3
para as lajes, onde se utiliza o vão efetivo da viga para os cálculos. É feita a verificação para a
limitação visual e para efeitos de elementos não estruturais (alvenaria). Para esta segunda
verificação é feita a comparação do limite normativo de l/500 e 10 mm com a deflexão da
viga, que é a diferença entre a flecha diferida no tempo com a imediata referente ao
carregamento considerando a colocação da alvenaria. A seguir é feita uma demonstração do
215

processo de cálculo para o trecho P2-P3 e a Tabela 105 apresenta as verificações para toda a
viga.
514
𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑉𝑖𝑠𝑢𝑎𝑙: = 2,06 𝑐𝑚 > 1,171 𝑐𝑚 → 𝑂𝑘
250
514
𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎: = 1,03 𝑐𝑚 𝑜𝑢 1 𝑐𝑚
500
𝐷𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = 1,657 − 0,692 = 0,965 𝑐𝑚 < 1 𝑐𝑚 → 𝑂𝑘

Tabela 105 – Verificações nas flechas da viga


Flecha Flecha Flecha Flecha Limite
Limite
Viga Trecho Imediata Diferida Imediata Diferida Deflexão devido
Visual
combinação combinação Alvenaria Alvenaria (mm) alvenaria
(mm)
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
V201 P1-P2 0,70 1,68 16,18 4,15 9,94 5,79 8,09
V201 P2-P3 2,30 5,51 20,56 6,92 16,57 9,65 10,00
V201 P3-P4 0,01 0,02 12,82 0,13 0,31 0,18 6,41
Fonte: Elaborado pelo autor

6.6.4 Verificação da Abertura de Fissuras


Uma última verificação a ser feita no Estado Limite de Serviço é referente à abertura de
fissuras na seção da viga. A NBR6118/2014 dispõe sobre o tema em seu item 13.4, onde se
deve fazer essa verificação visando controlar a inevitável fissuração do concreto, devido a sua
grande variabilidade e baixa resistência à tração. A norma apresenta algumas exigências
quanto à durabilidade da estrutura em função da classe de agressividade ambiental e tipo de
combinação de serviço a ser empregada na análise, conforme apresentado na Tabela 106 a
seguir, indicando o caso para CAA-II que é a situação deste projeto.
216

Tabela 106 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração

Fonte: NBR6118/204 (Tabela 13.4)

Deve-se considerar para cada barra da armadura passiva uma área de envolvimento de
concreto retangular, cujas dimensões não podem ser superiores a 7,5ϕ contando a partir do
eixo da barra, conforme apresentado na Figura 86 a seguir.

Figura 86 – Concreto de envolvimento da armadura

Fonte: NBR6118/204 (Figura 17.3)


217

O valor característico da abertura de fissuras (wk) que deve ser inferior 0,3 mm é
definido no item 17.3.3.2 da norma e é o menor valor calculado pelas equações a seguir.
𝜙𝑖 × 𝜎𝑠𝑖 × 3 × 𝜎𝑠𝑖
𝑤𝑘1 = 134
12,5 × 𝜂1 × 𝐸𝑠𝑖 × 𝑓𝑐𝑡𝑚

𝜙𝑖 × 𝜎𝑠𝑖 4
𝑤𝑘2 = ×( + 45) 135
12,5 × 𝜂1 × 𝐸𝑠𝑖 𝜌𝑟𝑖
Onde:
Φi é o diâmetro da barra na área de envolvimento;
fctm é a resistência à tração do concreto (Tabela 5);
ρri é a razão entre a área de aço e a área da região de envolvimento;
Esi é o módulo de elasticidade da barra na área de envolvimento;
η1 vale 2,25 para barras de alta aderência;
σsi é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada no Estádio II
calculada pela Equação 136 a seguir que apresenta valores que foram previamente calculados
neste trabalho.
𝑀𝑠𝑑, 𝑓𝑟𝑒𝑞
𝜎𝑠𝑖 = 136
𝑥𝑖𝑖
𝐴𝑠 × (𝑑 − )
3

Foi calculado o valor da abertura de fissuras para a pior situação que ocorre nos locais
de maior tensão (σsi) e menor taxa de armadura (ρri). É demonstrado o cálculo para o trecho
P2-P3 e a Tabela 106 apresenta o valor para as demais.
61,10 × 103
𝜎𝑠𝑖 = = 325,41 𝑀𝑃𝑎
0,1192
6,14 × 10−4
× (0,34575 − )
3
12,5 × 325,41 × 3 × 325,41
𝑤𝑘1 = = 0,262 𝑚𝑚
12,5 × 2,25 × 210000 × 2,56
12,5 × 325,41 4
𝑤𝑘2 = ×( + 45) = 𝟎, 𝟏𝟖𝟕 𝒎𝒎 < 𝟎, 𝟑 𝒎𝒎 → 𝑶𝒌
12,5 × 2,25 × 210000 0,0177
Onde a área crítica das seções da para o cálculo da menor taxa de armadura é ilustrada a
seguir.
218

Figura 87 – Área de envolvimento

Fonte: Elaborado pelo autor

𝐴𝑐𝑟 = 110 × 63,1 = 6941 𝑚𝑚2


𝜋 × 12,52
𝜌𝑟𝑖 = 4 = 0,0177
6941
219

Tabela 107 – Verificações abertura de fissuras


M wk
ϕl Xii As σsi A cri wk1 wk2 wk
Viga Trecho η1 d (cm) frequente ρ ri limite Verificação
(mm) (cm) (cm2) (MPa) (mm2) (mm) (mm) (mm)
(kNm) (mm)
V201 P1-P2 12,5 2,25 35,875 9,89 3,68 58,80 383,65 6941 0,0177 0,364 0,220 0,220 0,30 Ok
V201 P2-P3 12,5 2,25 34,575 11,92 6,14 61,10 325,41 6941 0,0177 0,262 0,187 0,187 0,30 Ok
V201 P3-P4 12,5 2,25 35,875 8,32 2,45 30,30 372,94 6941 0,0177 0,344 0,214 0,214 0,30 Ok
Esi
210000
(MPa)
Observação
fctk,m 2,56
αE 8,70
Fonte: Elaborado pelo autor
220

7 DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DO PILAR

Neste capítulo é dimensionado e detalhado um pilar da edificação, conforme


estabelecido inicialmente, concluindo, assim, o cálculo dos elementos estruturais (lajes, vigas
e pilares). O pilar escolhido para esse processo de cálculo foi o P1 que vem da fundação e
passa pelos pavimentos térreo e superior. Trata-se de um pilar de canto, conforme apresentado
na Figura 88 a seguir, recebendo carregamentos das vigas V101A e V107B no térreo; das
vigas V201A e V206B no pavimento superior; e das vigas V301A e V305B no pavimento
cobertura.

Figura 88 – Pilar de canto P1 em planta

Fonte: Elaborado pelo autor

Na subestrutura de contraventamento podem existir três tipos de pilares que são


ilustrados na Figura 89:
 Pilar de Centro ou Intermediário: recebem carregamento das vigas em seu centroide de
tal forma que os momentos fletores podem ser desprezados, tratando-se de uma
compressão centrada;
 Pilar de Extremidade: se localizam no extremo de uma viga de tal forma que o
momento fletor aplicado em 1 eixo da seção não pode ser desprezados, tratando-se de
uma flexão composta reta;
 Pilar de Canto: se localizam no extremo de duas vigas de tal forma que os momentos
fletores aplicados nos 2 eixos da seção não podem ser desprezados, tratando-se de uma
flexão composta oblíqua;
221

Figura 89 – Pilares de canto, extremidade e intermediários

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 5.4)

É selecionado o dimensionamento e detalhamento de um pilar de canto visando tratar


neste trabalho de uma situação mais completa de cálculo. O procedimento de cálculo segue a
ordem de definição dos carregamentos dos pórticos horizontal e vertical de interesse, a análise
estrutural de primeira ordem, verificação de esbeltez e necessidade ou não de consideração de
efeitos locais de segunda ordem. Por fim, é feito o dimensionamento e detalhamento da
armadura longitudinal e transversal do pilar, seguindo as recomendações da NBR6118/2014.

7.1 CARREGAMENTOS

Atuam nesses pórticos (horizontal e vertical) as cargas permanentes e acidentais


verticais já definidas no capítulo de análise de estabilidade global, também utilizando as
combinações do Estado Limite Último (Fd1, Fd2, Fd3 e Fd4) apresentado anteriormente. Os
pórticos de interesse para o dimensionamento do pilar P1 são apresentados nas Figuras 90 e
91 a seguir e os carregamentos das combinações estão dispostos no Apêndice D, como
mencionado anteriormente.
222

Figura 90 – Pórtico horizontal

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 91 – Pórtico vertical

Fonte: Elaborado pelo autor

7.2 ESFORÇOS INTERNOS DE PRIMEIRA ORDEM

A partir da análise estrutural de primeira ordem feita no software Ftool obtém-se a


envoltória das quatro combinações de carregamento dos esforços internos (axial e momento
fletor no topo e base) de primeira ordem que atuam no pilar P1 em cada pavimento nas duas
direções de interesse. As figuras a seguir apresentam as envoltórias de esforço axial e
momento fletor nas duas direções, destacando os valores obtidos no pilar P1.
223

Figura 92 – Esforços axiais no P1 pórtico horizontal

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 93 – Esforços axiais no P1 pórtico vertical

Fonte: Elaborado pelo autor


224

Figura 94 – Momentos fletores no P1 pórtico horizontal

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 95 – Momentos fletores no P1 pórtico vertical

Fonte: Elaborado pelo autor


225

Como mencionado no item 3.2.1 deste trabalho, para pilares com dimensão inferior ao
mínimo estabelecido por norma (19 cm) deve-se aplicar um coeficiente adicional de cálculo, a
fim de majorar os esforços obtidos da análise estrutural. O item 13.2.3 da NBR6118/2014
dispõe sobre esse tema, onde esse coeficiente é dado em função da menor dimensão,
conforme apresentado na Tabela 108 a seguir.

Tabela 108 – Valores do coeficiente adicional para pilares

Fonte: NBR 6118/2014 (Tabela 13.1)

Deve-se somar a contribuição do esforço axial máxima da direção X com o da direção


Y, pois atuam no mesmo sentido comprimindo o pilar. Quanto aos momentos fletores,
analisou-se cada combinação separadamente e observou-se que a combinação Fd3 (1,4 × 𝑔 +
1,4 × 𝑣 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 + 0,7 × 𝑞) é a que apresenta os máximos momentos em X e os mínimos em
Y. Já a Fd4 (1,4 × 𝑔 + 1,4 × 𝑣 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 + 0,7 × 𝑞) ocorre o inverso. A Tabela 109
apresenta os esforços de primeira ordem calculados para o pilar P1, utilizando os momentos
da combinação Fd3 e Fd4, já majorados pelo coeficiente adicional de 1,1.

Tabela 109 – Esforços internos atuantes no pilar P1

Pavimento Ndx máx Ndy máx Nd (kN) Mdx topo Mdy topo Mdx base Mdy base
(kN) (kN) (kNm) (kNm) (kNm) (kNm)
Baldrame 118,03 118,14 236,17 7,15 6,38 0,00 0,00
Térreo 86,24 78,98 165,22 15,51 4,62 12,10 1,98
Superior 31,13 25,52 56,65 11,00 3,30 13,42 6,71
Fonte: Elaborado pelo autor
226

7.3 IMPERFEIÇÕES GEOMÉTRICAS LOCAIS

O item 11.3.3.4.2 da NBR6118/2014 apresenta o conceito de imperfeições geométricas


locais que estão relacionadas à falta de desaprumo e a não retilineidade dos pilares. Tal
imperfeição pode gerar esforços a mais nos pilares, sendo necessário definir um momento
fletor mínimo de primeira ordem calculado pelas Equações 137 e 138 para a direção X e Y,
respectivamente.
𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 𝑥 = 𝑁𝑑 × (0,015 + 0,03 × ℎ𝑥) 137

𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 𝑦 = 𝑁𝑑 × (0,015 + 0,03 × ℎ𝑦) 138


Onde:
Nd é o esforço axial atuante na seção do pilar;
hx e hy são definidos de acordo com a Figura 96
Figura 96 – Momento fletor mínimo de primeira ordem

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 5.19)

Para o trecho do térreo calculam-se os momentos mínimos de primeira ordem seguido


da Tabela 110, onde hx e hy valem 17 e 25 cm, respectivamente.

𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 𝑥 = 165,22 × (0,015 + 0,03 × 0,17) = 3,32 𝑘𝑁𝑚

𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 𝑦 = 165,22 × (0,015 + 0,03 × 0,25) = 3,72 𝑘𝑁𝑚


227

Tabela 110 – Momentos fletores mínimos de primeira ordem


Pavimento hx (cm) hy (cm) Nd (kN) M1d,mín x (kNm) M1d,mín y (kNm)
Baldrame 17 25 236,17 4,75 5,31
Térreo 17 25 165,22 3,32 3,72
Superior 17 25 56,65 1,14 1,27
Fonte: Elaborado pelo autor

7.4 ESBELTEZ DO PILAR

A determinação da esbeltez do pilar está relacionada com a verificação da estabilidade


do elemento referente à flambagem que pode ocorrer devido aos esforços de compressão. O
índice de esbeltez do pilar é calculado pela Equação 140.

𝑙𝑒 𝐼
𝜆= 𝑐𝑜𝑚 𝑖 = √ 139
𝑖 𝐴

Onde:
I é o momento de inércia da seção bruta (bh/12);
A é a área da seção bruta (bh).
Portanto:
𝑙𝑒
𝜆 = 3,464 × 140

Onde:
h é a altura da seção transversal do pilar na direção analisada;
le é comprimento efetivo do pilar na direção analisada calculado pela Equação 141 a
seguir.
𝑙0 + ℎ
𝑙𝑒 ≤ { } 141
𝑙
Onde:
l0 é a distância livre entre faces dos elementos que se vinculam ao pilar;
l é a distância entre eixos dos elementos que se vinculam ao pilar.

Deve-se calcular a esbeltez para a direção X (λx) e para a direção Y (λy) utilizando os
valores de hx e hy na convenção apresentada na Figura 97.
228

Figura 97 – Configurações dos eixos

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 5.22)
De acordo com o item 15.8.2 da norma, valor da esbeltez em ambos os sentidos deve
ser comparado com o limite de esbeltez do pilar, a fim de se avaliar a necessidade ou não de
consideração dos efeitos locais de segunda ordem. O limite de esbeltez é calculado pela
Equação 142 a seguir.
𝑒1
25 + 12,5 ×
𝜆1 = ℎ 𝑐𝑜𝑚 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90 142
𝛼𝑏
Onde:
h é a altura da seção transversal do pilar na direção analisada;
αb é um coeficiente cujo valor depende das condições de apoio do pilar. Para pilares
biapoiados sem cargas transversais (situação deste trabalho) seu valor é dado pela Equação
143.
𝑀𝑏
𝛼𝑏 = 0,60 + 0,40 × 𝑐𝑜𝑚 0,40 ≤ 𝛼𝑏 ≤ 1,0 143
𝑀𝑎
Onde:
Ma é o maior valor absoluto do momento de primeira ordem ao longo do pilar;
Mb é o menor valor do momento de primeira ordem ao longo do pilar, que terá sinal
positivo se tracionar a mesma face que Ma e negativo em caso contrário.
Caso Ma e Mb sejam inferiores ao momento mínimo de primeira ordem é utilizado o
valor de 1,0 para αb;
e1 é a excentricidade calculada a partir da Equação 144 a seguir.
𝑀𝑎
𝑒1 = 144
𝑁𝑑
229

Caso a esbeltez numa dada direção do pilar seja inferior à esbeltez limite não é
considerado os efeitos locais de segunda ordem. Porém, se em uma direção a esbeltez
ultrapassar o limite, deve-se considerar tais efeitos no pilar. A seguir é demonstrado o cálculo
para o trecho do pavimento térreo seguido da Tabela 111 e Tabela 112 com os demais
resultados.

Eixo X:
(3,00 − 0,40) + 0,17 = 𝟐, 𝟕𝟕 𝒎
𝑙𝑒𝑥 ≤ { }
3,00 𝑚
2,77
𝜆𝑥 = 3,464 × = 𝟓𝟔, 𝟒𝟒
0,17
𝑁𝑑 = −165,22 𝑘𝑁, 𝑀𝑎𝑥 = 15,51 𝑘𝑁𝑚 𝑒 𝑀𝑏𝑥 = −12,10 𝑘𝑁𝑚
−12,10
𝛼𝑏𝑥 = 0,60 + 0,40 × = 0,29 < 0,40 → 𝜶𝒃𝒙 = 𝟎, 𝟒𝟎
15,51
15,51
𝑒1𝑥 = = 0,09 𝑚
165,22
0,09
25 + 12,5 ×
0,17
𝜆1 = = 𝟕𝟗, 𝟕𝟔
0,40
𝜆1 > 𝜆𝑥 → 𝑆𝑒𝑚 𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚
Eixo Y:
(3,00 − 0,45) + 0,25 = 𝟐, 𝟖𝟎 𝒎
𝑙𝑒𝑦 ≤ { }
3,00 𝑚
2,80
𝜆𝑦 = 3,464 × = 𝟑𝟖, 𝟖𝟎
0,25
𝑁𝑑 = −165,22 𝑘𝑁, 𝑀𝑎𝑦 = 4,62 𝑘𝑁𝑚 𝑒 𝑀𝑏𝑦 = −1,98 𝑘𝑁𝑚 < 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛 𝑦
𝛼𝑏𝑦 = 𝟏, 𝟎𝟎
4,62
𝑒1𝑦 = = 0,03 𝑚
165,22
0,03
25 + 12,5 ×
0,25
𝜆1 = = 26,40 < 35 → 𝝀𝟏 = 𝟑𝟓
1,00
𝜆1 < 𝜆𝑦 → 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚
230

Tabela 111 – Cálculo e verificação da esbeltez do pilar em X

Pavimento hx l l0x Nd M1d,mín x Max Mbx e1x


λx αbx λ1x Verificação λ em x
(cm) (m) (m) (kN) (kNm) (kNm) (kNm) (m)
Sem efeitos locais de
Baldrame 17 1,50 1,00 23,84 236,17 4,75 7,15 0,00 0,03 1,00 35,00
segunda ordem
Sem efeitos locais de
Térreo 17 3,00 2,60 56,44 165,22 3,32 15,51 -12,10 0,09 0,40 79,76
segunda ordem
Sem efeitos locais de
Superior 17 3,00 2,60 56,44 56,65 1,14 13,42 -11,00 0,24 0,40 90,00
segunda ordem
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 112 – Cálculo e verificação da esbeltez do pilar em Y

Pavimento hy l l0y Nd M1d,mín y May Mby e1y


λy αby λ1y Verificação λ em y
(cm) (m) (m) (kN) (kNm) (kNm) (kNm) (m)
Sem efeitos locais de
Baldrame 25 1,50 1,05 18,01 236,17 5,31 6,38 0,00 0,03 1,00 35
segunda ordem
Efeitos locais de segunda
Térreo 25 3,00 2,55 38,80 165,22 3,72 4,62 -1,98 0,03 1,00 35
ordem
Sem efeitos locais de
Superior 25 3,00 2,55 38,80 56,65 1,27 6,71 -3,30 0,12 0,40 76,68
segunda ordem
Fonte: Elaborado pelo autor
231

7.5 EFEITOS LOCAIS DE SEGUNDA ORDEM


Para os pilares os efeitos locais de segunda ordem devem ser considerados quando sua
esbeltez supera o valor limites, conforme apresentado anteriormente. Há o acréscimo de
esforço ao longo da seção do pilar devido a uma excentricidade ao longo de seu comprimento.
Tal excentricidade, devido à sua configuração deformada por conta da flambagem, gera no
pilar um momento fletor de segunda ordem na sua região intermediária, conforme ilustrado na
Figura 98.
Figura 98 – Efeitos locais de segunda ordem

Fonte: Apostila Estruturas de Concreto Armado II (PERLIN, PINTO e PADARATZ, 2020,


Figura 5.21)
A determinação dos efeitos locais de segunda ordem é apresentada no item 15.8.3 da
NBR6118/2014, onde são descritos diversos métodos, incluindo métodos aproximados. Para
este trabalho é utilizado o método do pilar-padrão com curvatura aproximada disposto no item
15.8.3.3.2 da norma. Tal método pode ser utilizado para pilares com esbeltez menor ou igual a
90, com seção constante e armadura simétrica ao longo do seu eixo. Considera-se a NLG (não
linearidade geométrica) supondo uma deformação senoidal e a NLF (não linearidade física)
de forma aproximada na seção crítica. O momento de segunda ordem é calculado pela
Equação 145.
𝑙𝑒 2 1
𝑀2𝑑 = 𝑁𝑑 × × 145
10 𝑟

Onde:
Nd é o esforço axial;
232

le é o comprimento equivalente do pilar;


1/r é curvatura da seção crítica do pilar calculado pela Equação 146.
1 0,005 0,005
= ≤ 146
𝑟 ℎ × (𝜈𝑑 + 0,5) ℎ
Onde:
h é a altura da seção transversal do pilar na direção analisada;
νd é o esforço normal adimensional calculado pela equação a seguir.
𝑁𝑑
𝜈𝑑 = 147
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 × 𝑓𝑐𝑑
Para o único trecho (eixo Y pavimento térreo) em que deve-se considerar os efeito
locais de segunda ordem é feito o cálculo do momento de segunda ordem, a seguir.
165,22
𝜈𝑑 = = 0,218
25 × 17 × 17,86/10
1 0,005 0,005
= = 0,028 𝑚 −1 > = 𝟎, 𝟎𝟐𝟎 𝒎−𝟏
𝑟 0,25 × (0,218 + 0,5) 0,25
2,802
𝑀2𝑑𝑦 = 165,22 × × 0,020 = 𝟐, 𝟓𝟗 𝒌𝑵𝒎
10

7.6 SITUAÇÕES DE CÁLCULO

Para o dimensionamento e detalhamento do pilar deve-se definir as situações de cálculo


referentes à direção considerada e as posições dos momentos fletores ao longo do
comprimento do pilar. Como apresentado anteriormente, atuam momentos na seção da base,
intermediário e topo do pilar nas direções X e Y e, para cada caso, deve-se comparar os
momentos atuantes com os mínimos, além da consideração dos momentos de segunda ordem,
caso existam, na seção intermediária do pilar. A Tabela 113 a seguir resume as situações de
cálculo para a determinação do momento fletor total.
233

Tabela 113 – Situações de cálculo do momento fletor total


Seção Eixo X Eixo Y
𝑀1𝑥, 𝑡𝑜𝑝𝑜 𝑀1𝑦, 𝑡𝑜𝑝𝑜
Topo 𝑀𝑥, 𝑡𝑜𝑝𝑜, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { } 𝑀𝑦, 𝑡𝑜𝑝𝑜, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { }
𝑀1𝑥, 𝑚í𝑛 𝑀1𝑦, 𝑚í𝑛
𝛼𝑏, 𝑥 × 𝑀𝑎𝑥 + 𝑀2𝑥 𝛼𝑏, 𝑦 × 𝑀𝑎𝑦 + 𝑀2𝑦
Int. 𝑀𝑥, 𝑖𝑛𝑡, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { } 𝑀𝑦, 𝑖𝑛𝑡, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { }
𝑀1𝑥, 𝑚í𝑛 + 𝑀2𝑥 𝑀1𝑦, 𝑚í𝑛 + 𝑀2𝑦
𝑀1𝑥, 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑀1𝑦, 𝑏𝑎𝑠𝑒
Base 𝑀𝑥, 𝑏𝑎𝑠𝑒, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { } 𝑀𝑦, 𝑏𝑎𝑠𝑒, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ { }
𝑀1𝑥, 𝑚í𝑛 𝑀1𝑦, 𝑚í𝑛
Fonte: Elaborado pelo autor
Um pilar de canto, conforme explicado anteriormente, possui momentos fletores nos
dois eixos principais estando submetido à flexão composta oblíqua. É o caso mais complexo
sendo necessário realizar quatro dimensionamentos para as situações apresentadas na Tabela
114 a seguir.

Tabela 114 – Situações de cálculo para dimensionamento


Situação N Mx My
1 – Topo 𝑁𝑑 𝑀𝑥, 𝑡𝑜𝑝𝑜, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑦, 𝑡𝑜𝑝𝑜, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝛼𝑏, 𝑥 × 𝑀𝑎𝑥
2 – Int. 𝑁𝑑 𝑀𝑥, 𝑖𝑛𝑡 ≥ { } 𝑀𝑦, 𝑖𝑛𝑡, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑀1𝑥, 𝑚í𝑛
𝛼𝑏, 𝑦 × 𝑀𝑎𝑦
3 – Int. 𝑁𝑑 𝑀𝑥, 𝑖𝑛𝑡, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑦, 𝑖𝑛𝑡 ≥ { }
𝑀1𝑦, 𝑚í𝑛
4 – Base 𝑁𝑑 𝑀𝑥, 𝑏𝑎𝑠𝑒, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑦, 𝑏𝑎𝑠𝑒, 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
Fonte: Elaborado pelo autor
A seguir são apresentadas as tabelas com os momentos totais calculados e das quatro
situações de cálculo para o dimensionamento do pilar.

Tabela 115 – Momentos totais calculados


Momentos Totais
Mx topo Mx int Mx base My topo My int My base
Pavimento Nd (kN) total total total total total total
(kNm) (kNm) (kNm) (kNm) (kNm) (kNm)
Baldrame 236,17 7,15 7,15 4,75 6,38 6,38 5,31
Térreo 165,22 15,51 6,20 12,10 4,62 7,21 3,72
Superior 56,65 11,00 5,37 13,42 3,30 2,71 6,71
Fonte: Elaborado pelo autor
234

Tabela 116 – Situação 1 de cálculo


Situação 1
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm)
Baldrame 236,17 7,15 6,38
Térreo 165,22 15,51 4,62
Superior 56,65 11,00 3,30
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 117 – Situação 2 de cálculo
Situação 2
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm)
Baldrame 236,17 7,15 6,38
Térreo 165,22 6,20 7,21
Superior 56,65 5,37 2,71
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 118 – Situação 3 de cálculo
Situação 3
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm)
Baldrame 236,17 7,15 6,38
Térreo 165,22 6,20 4,62
Superior 56,65 5,37 2,71
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 119 – Situação 4 de cálculo
Situação 4
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm)
Baldrame 236,17 4,75 5,31
Térreo 165,22 12,10 3,72
Superior 56,65 13,42 6,71
Fonte: Elaborado pelo autor

7.7 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

Para o dimensionamento da armadura longitudinal é necessário inicialmente definir o


arranjo das armaduras e os ábacos de flexão oblíqua que foram desenvolvidos por Pinheiro,
Baraldi e Porem (2009). A seguir são apresentadas as possíveis configurações das barras na
seção do pilar numeradas de 1 a 6 e a numeração de cada ábaco a ser utilizado a partir do
número do arranjo.
235

Figura 99 – Configurações das barras na seção

Fonte: Pinheiro, Baraldi e Porem (2009)


Figura 100 – Sequência dos ábacos

Fonte: Pinheiro, Baraldi e Porem (2009)


Devem-se determinar os parâmetros de entrada para a definição dos ábacos, que são
calculados pelas equações a seguir:
236

𝑑𝑦 ′ 𝑑𝑥 ′
𝑒 148
ℎ𝑦 ℎ𝑥
Onde:
𝜙𝑙
𝑑′ = 𝑐 + 𝜙𝑡 + 149
2

5 𝑚𝑚
𝜙𝑡 ≥ { 𝜙𝑙 } 150
4

𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜


10 𝑚𝑚 ≤ 𝜙𝑙 ≤ 151
8
c é o cobrimento dos pilares que vale 3 cm;
ϕt é o diâmetro de estribo;
ϕl é o diâmetro da armadura longitudinal.

A Tabela 120 a seguir apresenta os resultados dos parâmetros para definição dos ábacos
que são apresentados em sequência. Nota-se que para o pavimento térreo e superior os valores
de d’/hx e d’/hy foram arredondados para 0,25 e 0,15, respectivamente, para a escolha dos
ábacos de dimensionamento considerando o Arranjo 3. Já para a região do baldrame, que está
em contato com o solo, o cobrimento é de 4,5 cm e apresenta relações maiores dos parâmetros
de entrada. Para esta situação em particular é utilizado o ábaco para d’/hx igual a 0,20 e 0,25
do Arranjo 3 e os valores obtidos nos dois casos serão interpolados. Os ábacos são divididos
em oito quadrantes que variam de acordo com o valor de ν a cada 0,2, ou seja, vai de 0,0 a
1,4. Como será visto mais adiante os valores de ν para os pavimentos ficaram entre 0,0 e 0,4,
logo se utiliza apenas a parte A dos ábacos com os quadrantes de interesse.
237

Tabela 120 – Definição dos ábacos

hx (cm) hy (cm) c (cm) ϕt (mm) Verificação ϕt ϕl ≥ 10 (mm) Verificação ϕl d' (cm) d'/hx d'/hy Arranjo Ábaco
Pavimento
Baldrame 17 25 4,5 5 Ok 10 Ok 5,50 0,32 0,22 3 9 e 19
Térreo 17 25 3 5 Ok 10 Ok 4,00 0,24 0,16 3 9
Superior 17 25 3 5 Ok 10 Ok 4,00 0,24 0,16 3 9
Fonte: Elaborado pelo autor
238

Figura 101 – Ábaco 9A para dimensionamento

Fonte: Pinheiro, Baraldi e Porem (2009)


239

Figura 102 – Ábaco 19A para dimensionamento

Fonte: Pinheiro, Baraldi e Porem (2009)


240

Com os ábacos definidos, calculam-se os parâmetros para sua utilização a fim de obter
a taxa de armadura (ω) graficamente. Os parâmetros são:
νd calculado pela Equação 147 apresentada no item 7.5.
𝑀𝑥𝑑
𝜇𝑥 = 152
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 × 𝑓𝑐𝑑 × ℎ𝑥

𝑀𝑦𝑑
𝜇𝑦 = 153
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 × 𝑓𝑐𝑑 × ℎ𝑦
Para cada uma das quatro situações de cálculo é feito esse procedimento e pelos ábacos
de cada caso é definida a taxa de armadura, porém são analisados os valores dos parâmetros
para cada pavimento e descartam-se os de menor valor. Utilizando a Equação 154 a seguir é
calculada a área de aço necessária.
𝐴𝑠 × 𝑓𝑦𝑑 𝜔 × 𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 × 𝑓𝑐𝑑
𝜔= → 𝐴𝑠 = 154
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 × 𝑓𝑐𝑑 𝑓𝑦𝑑
Onde:
ω é a taxa de armadura definida pelo ábaco;
As é a área de aço necessária;
fyd é a tensão de escoamento do aço CA-50;
Aconcreto é a área da seção transversal;
fcd é a resistência de cálculo do concreto.
Tabela 121 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 1)
Situação 1
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm) μx μy ν
Baldrame -236,17 7,15 6,38 0,06 0,03 0,311
Térreo -165,22 15,51 4,62 0,12 0,02 0,218
Superior -56,65 11,00 3,30 0,09 0,02 0,075
Fonte: Elaborado pelo autor
241

Tabela 122 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 2)


Situação 2
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm) μx μy ν
Baldrame -236,17 7,15 6,38 0,06 0,03 0,311
Térreo -165,22 6,20 7,21 0,05 0,04 0,218
Superior -56,65 5,37 2,71 0,04 0,01 0,075
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 123 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 3)


Situação 3
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm) μx μy ν
Baldrame -236,17 7,15 6,38 0,06 0,03 0,311
Térreo -165,22 6,20 4,62 0,05 0,02 0,218
Superior -56,65 5,37 2,71 0,04 0,01 0,075
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 124 – Cálculo parâmetros de entrada nos ábacos (Situação 4)
Situação 4
Pavimento Nd (kN) Mx (kNm) My (kNm) μx μy ν
Baldrame -236,17 4,75 5,31 0,04 0,03 0,311
Térreo -165,22 12,10 3,72 0,09 0,02 0,218
Superior -56,65 13,42 6,71 0,10 0,04 0,075
Fonte: Elaborado pelo autor
Destacado em vermelho estão os menores valores dos parâmetros μx e μy comparando
as quatro situações para cada pavimento. Essas situações são descartadas para o pavimento e
utilizam-se as de valores maiores para a obtenção das taxas de armadura. Para o baldrame e
térreo é interpolado os valores de ω obtido considerando ν igual a 0,2 e 0,4. Já para o
pavimento superior é utilizado os valores considerando ν igual a 0,0 e 0,2.
242

Tabela 125 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 1)


Situação 1 - Ábaco 9A
0,4 0,2 0,0
Pavimento ν ω
ω ω ω
Baldrame 0,311 0,00 0,05 - 0,02
Térreo 0,218 0,18 0,21 - 0,21
Superior 0,075 - 0,00 0,00 0,00
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 126 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 2)

Situação 2 - Ábaco 9A
0,4 0,2 0,0
Pavimento ν ω
ω ω ω
Baldrame 0,311 0,00 0,05 - 0,02
Térreo 0,218 0,00 0,00 - 0,00
Superior 0,075 - 0,00 0,00 0,00
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 127 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 3)


Situação 3 - Ábaco 9A
0,4 0,2 0,0
Pavimento ν ω
ω ω ω
Baldrame 0,311 0,00 0,05 - 0,02
Térreo 0,218 0,00 0,00 - 0,00
Superior 0,075 - 0,00 0,00 0,00
Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 128 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 4)


Situação 4 - Ábaco 9A
0,4 0,2 0,0
Pavimento ν ω
ω ω ω
Baldrame 0,311 0,00 0,00 - 0,00
Térreo 0,218 0,05 0,10 - 0,10
Superior 0,075 - 0,15 0,31 0,25
Fonte: Elaborado pelo autor
243

Tabela 129 – Cálculo taxa de armadura ω (Situação 1, 2 e 3 Baldrame)


Situação 1, 2 e 3 - Ábaco 19A
0,4 0,2 0,0
Pavimento ν ω
ω ω ω
Baldrame 0,311 0,00 0,05 - 0,02
Fonte: Elaborado pelo autor
Utiliza-se o maior valor de taxa de armadura obtido pelas situações de cálculo para
todos os pavimentos, a fim de garantir homogeneidade do aço na prumada do pilar P1. A
maior taxa obtida foi de 0,25. A Tabela 130 a seguir apresenta o cálculo da área de aço.
Tabela 130 – Cálculo área de aço

Ac (cm2) fcd (MPa) fyd (MPa) ω As calc (cm2)


Pavimento
Baldrame 425 17,86 434,78 0,25 4,37
Térreo 425 17,86 434,78 0,25 4,37
Superior 425 17,86 434,78 0,25 4,37
Fonte: Elaborado pelo autor

7.8 DETALHAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

Com a área de alo calculada deve-se verificar esse valor com área mínima e máxima
estabelecidas por norma, bem como verificar os espaçamentos entre barras do arranjo
selecionado. Deve-se, por fim, calcular o comprimento de transpasse das barras do pilar de
um pavimento para o próximo. Todo esse procedimento de detalhamento da armadura
longitudinal deve estar em conformidade com os critérios estabelecidos pela NBR6118/2014.

7.8.1 Armadura mínima e máxima


O item 17.3.5.3.1 da norma estabelece as Equações 155 e 156 como área mínima e área
máxima de aço, respectivamente.
0,15 × 𝑁𝑑
𝐴𝑠, 𝑚í𝑛 = ≥ 0,004 × 𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 155
𝑓𝑦𝑑

𝐴𝑠, 𝑚á𝑥 = 0,08 × 𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 156


Deve-se ainda comparar a área de aço calculada com a área efetiva do arranjo
selecionado. No caso, trata-se de 6 barras dom diâmetros de 10 mm, resultando numa área de
244

4,71 cm2. Além disso, caso a área calculada seja inferior à mínima, deve-se utilizar a mínimo
para fins de verificações e detalhamento. A Tabela 131 apresenta a verificação da área de aço
do pilar.

Tabela 131 – Verificação área de aço


As As As As As
Nd Ac ϕl N de
Pavimento uni mín máx efetiva calc Verificação
(kN) (cm2) (mm) barras
(cm2) (cm2) (cm2) (cm2) (cm2)
Baldrame 236,17 425 10 6 0,785 1,70 34,00 4,71 4,37 OK
Térreo 165,22 425 10 6 0,785 1,70 34,00 4,71 4,37 OK
Superior 56,65 425 10 6 0,785 1,70 34,00 4,71 4,37 OK
Fonte: Elaborado pelo autor
7.8.2 Espaçamento entre barras
O espaçamento entre barras das armaduras longitudinais do arranjo definido
anteriormente deve respeitar os valores mínimos estabelecidos por norma em seu item
18.4.2.2. Conforme o disposto na norma, o espaçamento mínimo livre entre faces das barras
longitudinais fora da região de emendas deve atender aos critérios apresentados a seguir.
20 𝑚𝑚
𝑆𝑙 ≥ { 𝜙𝑙 } 157
1,2 × 𝑑 𝑚á𝑥
Além disso, o espaçamento máximo entre os eixos das barras deve atender os critérios
da Equação 158 a seguir.
400 𝑚𝑚
𝑒𝑙 ≤ { } 158
2 × 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
O espaçamento entre faces e o espaçamento entre eixos das barras são calculados pelas
Equações 159 e 160, respectivamente.
ℎ − 2 × 𝑐 − 2 × 𝜙𝑡 − 𝑛 × 𝜙𝑙
𝑒 𝑓𝑎𝑐𝑒𝑠 = 159
𝑛−1

𝜙𝑙
ℎ − 2 × 𝑐 − 2 × 𝜙𝑡 − 2 ×
𝑒 𝑒𝑖𝑥𝑜𝑠 = 2 160
𝑛−1

Onde:
245

n é o número de barras da seção na direção analisada;


h é a dimensão da seção transversal na direção analisada.
A Tabela 132 e Tabela 133 apresenta a verificação dos espaçamentos entre faces e
eixos, respectivamente.
246

Tabela 132 – Verificação espaçamento entre faces


hx hy ϕl ϕt c N barras por N barras por d máx e faces x e faces y Sl mín
Pavimento Verificação
(cm) (cm) (mm) (mm) (cm) face x face y (cm) (cm) (cm) (cm)
Baldrame 17 25 10 5 4,5 2 3 1,9 5,00 6,00 2,28 OK
Térreo 17 25 10 5 3 2 3 1,9 8,00 7,50 2,28 OK
Superior 17 25 10 5 3 2 3 1,9 8,00 7,50 2,28 OK
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 133 – Verificação espaçamento entre eixos

Pavimento hx hy ϕl ϕt c N barras por N barras por e eixos x e eixos y el máx


Verificação
(cm) (cm) (mm) (mm) (cm) face x face y (cm) (cm) (cm)
Baldrame 17 25 10 5 4,5 2 3 6,00 7,00 34 OK
Térreo 17 25 10 5 3 2 3 9,00 8,50 34 OK
Superior 17 25 10 5 3 2 3 9,00 8,50 34 OK
Fonte: Elaborado pelo autor
247

7.8.3 Emenda por Transpasse


As barras dos pilares estão comprimidas sendo assim deve-se utilizar o disposto no item
9.5.2.3 da norma referente ao comprimento por transpasse de barras comprimidas isoladas. O
cálculo desse comprimento é feito a partir da Equação 161. Nota-se que é necessário calcular
o comprimento de ancoragem necessário, cujo procedimento de cálculo foi descrito no item
4.6.3 e 6.5 deste trabalho.
𝑙0𝑐 = 𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 ≥ 𝑙0𝑐, 𝑚í𝑛 161
Onde:
l0c,mín é o maior valor entre 0,6lb, 15ϕ e 200 mm.

É calculado o comprimento de emenda das barras para o baldrame e para o pavimento


térreo, visto que o pilar P1 tem sua prumada finalizada no pavimento superior. Nos dois locais
a área de aço na emenda é o dobro da área efetiva, que resulta em 9,42 cm 2. Nota-se que tal
valor continua sendo inferior à área máxima calculada (34 cm2 ) e, portanto, o transpasse é
feito em uma única seção.
Tabela 134 – Cálculo da emenda das barras
As As lb lb l0c lb
Pavimento fbd ϕl lb
η1 η2 η3 α calc efetiva nec mín mín adot
(MPa) (mm) (cm)
(cm2) (cm2) (cm) (cm) (cm) (cm)
Baldrame 2,25 1 1 1 2,89 10 37,67 4,37 4,71 34,92 11,30 22,60 35,00
Térreo 2,25 1 1 1 2,89 10 37,67 4,37 4,71 34,92 11,30 22,60 35,00
Fonte: Elaborado pelo autor
O comprimento total da barra é dado pela soma da emenda com o pé-direito do
pavimento, sendo assim, a Tabela 135 apresenta o detalhamento final das barras longitudinais
do pilar P1.
Tabela 135 – Detalhamento armadura longitudinal pilar P1

Pavimento l (cm) lb (cm) N de barras ϕl (mm) L total (cm)

Baldrame 150 35 6 10 185


Térreo 300 35 6 10 335
Superior 300 0 6 10 300
Fonte: Elaborado pelo autor
248

7.9 ARMADURA TRANSVERSAL

Assim como as vigas, os pilares também possuem armaduras transversais ao longo de


sue comprimento, que são os estribos. O diâmetro do estribo é definido pela Equação 150
apresentada anteriormente no item 7.7 deste trabalho. O item 18.4.3 da NBR6118/2014 dispõe
sobre o detalhamento das armaduras transversais.
Segundo a norma, o espaçamento longitudinal deve ser igual ou menor aos seguintes
valores apresentados na Equação 162.
200 𝑚𝑚
𝑒𝑡 ≤ {𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 } 162
12 × 𝜙𝑙 (𝑎ç𝑜 𝐶𝐴 − 50)
O comprimento e a quantidade de estribos necessária para o comprimento do pilar são
calculados pelas Equações 163 e 164, respectivamente.
𝐿𝑡 = 2 × (ℎ𝑦 − 2 × 𝑐) + 2 × (ℎ𝑥 − 2 × 𝑐) + 2 × 𝑙𝑑𝑜𝑏𝑟𝑎 163

𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟
𝑛𝑡 = 164
𝑒𝑡 𝑎𝑑𝑜𝑡.
Onde:
ldobra é o comprimento de fechamento do estrido, sendo maior valor entre 7 cm e 10ϕt.
Tabela 136 – Detalhamento dos estribos ao longo do pilar P1

Pavimento l hx hy c ϕl ϕt l dobra et mín N de Lt


(cm) (cm) (cm) (cm) (mm) (mm) (cm) (cm) estribos (cm)
Baldrame 150 17 25 4,5 10 5 7 12 12 62
Térreo 300 17 25 3 10 5 7 12 25 74
Superior 300 17 25 3 10 5 7 12 25 74
Fonte: Elaborado pelo autor
Deve-se verificar a necessidade ou não de estribos suplementares, que possuem a
função de proteção contra a flambagem das barras longitudinais no pilar. O item 18.2.4 dispõe
sobre esse tema, onde se deve verificar se no trecho de comprimento 20ϕt (10 cm para
diâmetro do estribo igual a 5 mm) ocorre a situação ilustrada na Figura 103. Os estribos
poligonais já existentes impedem a flambagem de até três barras nessa distância limite,
considerando a de canto, não sendo necessário o uso de estribo suplementar. Nas barras fora
desse limite, analisando a partir das duas faces, devem-se adotar estribos suplementares nelas,
a fim de evitar a flambagem da barra.
249

Figura 103 – Proteção contra flambagem das barras

Fonte: NBR 6118/2014 (Figura 18.2)

Conforme ilustrado na Figura 104 a seguir percebe-se que não há necessidade de estribo
suplementar, visto que as duas barras no meio da seção estão nas áreas, onde a flambagem é
protegida pelo estribo poligonal em todos os pavimentos da prumada do pilar P1.

Figura 104 – Verificação estribo suplementar

Fonte: Elaborado pelo autor

7.10 VERIFICAÇÃO POR ENVOLTÓRIA

A verificação de segurança do dimensionamento do pilar é feita seguindo o disposto no


item 11.3.3.4.3 da NBR6118/2014 para obtenção da envoltória dos momentos mínimos de
primeira ordem calculada pela Equação 165. Já a Equação 166 calcula a envoltória para os
momentos de segunda ordem, conforme o item 15.3.2 da norma. Para o cálculo da envoltória
250

resistente é utilizada a Equação 167 que engloba os esforços da seção no topo, intermediária e
base, conforme o disposto no item 15.8.3.3.5 da norma.

𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛, 𝑥 2 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛, 𝑦 2


( ) +( ) =1 165
𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛, 𝑥𝑥 𝑀1𝑑, 𝑚í𝑛, 𝑦𝑦
Onde:
M1d,mín,xx e M1d,mín,yy são componentes em flexão composta normal;
M1d,mín,x e M1d,mín,y são componentes em flexão composta oblíqua.
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡, 𝑥 2 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡, 𝑦 2
( ) +( ) =1 166
𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡, 𝑥𝑥 𝑀𝑑, 𝑡𝑜𝑡, 𝑦𝑦
Onde:
Md,tot,xx e Md,tot,yy são componentes em flexão composta normal;
Md,tot,x e Md,tot,y são componentes em flexão composta oblíqua.

𝑀𝑟𝑑, 𝑥 1,2 𝑀𝑟𝑑, 𝑦 1,2


( ) +( ) =1 167
𝑀𝑟𝑑, 𝑥𝑥 𝑀𝑟𝑑, 𝑦𝑦
Onde:
Mrd,xx e Mrd,yy são componentes em flexão composta normal;
Mrd,x e Mrd,y são componentes em flexão composta oblíqua.

Os momentos resistentes são obtidos a partir do uso reverso dos ábacos utilizados para
o dimensionamento. Com a área de aço efetiva na seção do pilar calcula-se a taxa de aço
efetiva, resultando em 0,27. A partir dos ábacos e interpolação linear obtêm-se os valores de
μx igual 0,1487 quando μy é nulo e μy igual 0,15003 na situação inversa. Dessa forma,
utilizando as equações já apresentadas calcula-se os momentos resistentes, resultando em
28,47 kNm na direção X e 19,18 kNm na direção Y. A análise é feita para a seção mais
solicitada do pilar P1 no pavimento térreo, conforme apresentado com os desenhos das
envoltórias de primeira e segunda ordem, bem como a envoltória resistente. Além disso, é
plotado o momento calculado para a seção da base, intermediária e topo do P1 no térreo
calculada anteriormente. Nota-se que os momentos estão dentro da envoltória e, portanto, o
dimensionamento e detalhamento da seção são verificados.
251

Figura 105 – Envoltória do pilar P1 no térreo

Envoltória de Momentos - Pav. Térreo


40.00
M atuante
M1,mín
30.00 M2 ordem
Mrd

20.00

10.00
My (kNm)

0.00

-10.00

-20.00

-30.00

-40.00
-40.00 -20.00 0.00 20.00 40.00
Mx (kNm)

Fonte: Elaborado pelo autor

A planta de detalhamento completa do pilar P1 encontra-se no Apêndice F deste


trabalho e é apresentada na Figura 106 a seguir.
252

Figura 106 – Planta de Armação do Pilar

Fonte: Elaborado pelo autor


253

8 CONCLUSÃO

Após a elaboração deste trabalho conclui-se que o objetivo geral estabelecido


inicialmente foi atingido ao realizar o dimensionamento e detalhamento das lajes de um
pavimento, de uma viga e de um pilar por meio do cálculo utilizando métodos manuais com o
auxílio de planilhas eletrônicas seguindo o disposto na norma NBR6118/2014. Além disso, os
objetivos específicos também foram atingidos, visto que foi desenvolvido o projeto
arquitetônico de uma edificação, a concepção estrutural, o pré-dimensionamento dos
elementos, a análise de estabilidade global da edificação considerando a atuação do vento, as
verificações de serviço referentes aos deslocamentos e fissuração dos elementos e o
desenvolvimento das plantas de fôrma e de armação dos elementos selecionados.
Foi possível, por meio de este trabalho, aplicar conhecimentos adquiridos ao longo do
curso nas disciplinas da área estrutural, além de novos conhecimentos adquiridos por meio de
bibliografias específicas e também das prescrições normativas. A compreensão do
funcionamento do sistema estrutural formado pelas vigas, lajes e pilares foi essencial para o
desenvolvimento dos cálculos e que certamente serão fundamentais na atuação profissional no
desenvolvimento de projetos estruturais. O modelo simplificado considerando apenas
elementos específicos do projeto foi muito útil para a realização e observação do processo de
cálculo, que é efetuado por softwares mais completos no mercado de trabalho, e dessa forma é
possível compreender o funcionamento dos métodos mais complexos.
A partir dos resultados obtidos no pré-dimensionamento, nota-se que as lajes não
tiveram sua espessura alterada durante o dimensionamento e verificações, bem como a viga e
o pilar selecionado. Quanto à análise de estabilidade global, a estrutura se mostrou estável e
classificada como de nós fixos, sendo possível desconsiderar os efeitos globais de segunda
ordem. Isso já era algo esperado tendo em vista a altura da edificação e o fato de possuir
apenas dois pavimentos mais a torre da caixa d’água. Ainda assim, a realização do
procedimento de estabilidade global foi importante para compreender a metodologia de
cálculo e verificações para edificações mais altas, onde o vento possui uma carga mais
elevada. Outro ponto a se destacar é justamente a análise e o impacto da ação do vento na
estrutura da edificação.
Por fim, é importante destacar a importância da elaboração deste trabalho para a
formação no curso de engenharia civil, onde se buscou elaborar um trabalho completo
254

visando abranger os pontos mais importantes na elaboração de um projeto estrutural a partir


de uma sequência lógica, a fim preparar para a elaboração de outros projetos no futuro.
255

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


Estruturas de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o


cálculo de estrutura de edificações. Rio de Janeiro, 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança


nas estruturas: Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas ao


vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.

CARVALHO, Roberto Chust;. FIGUEIREDO, Jasson Rodrigues. Cálculo de Detalhamento


de Estruturas Usuais de Concreto Armado: Segundo a NBR6118/2014. 4 ed, São Carlos,
Edufscar, 2014.

PINTO, Roberto Carlos de Andrade. ECV5261: Estruturas de Concreto Armado I.


Florianópolis, UFSC, 2020.

PERLIN, Lourenço Panosso; PINTO, Roberto Carlos de Andrade; PADARATZ, Ivo J.


Apostila da Disciplina Estruturas de Concreto Armado II. Florianópolis, UFSC, 2020.

SILVA, Rafael Lukacheski Antunes da. Dimensionamento e Detalhamento de Estrutura


em Concreto Armado para Residência Unifamiliar. TCC (Graduação) – Curso de
Engenharia Civil, UFSC, Florianópolis, 2019.

SILVA, Caio Henrique da. Projeto Estrutural de uma residência unifamiliar e estudo de
caso com lajes maciças e nervuradas. TCC (Graduação) – Curso de Engenharia Civil,
UFSC, Florianópolis, 2021.

GARCIA, Leonardo Serafim. Projeto Estrutural de residência multifamiliar – Análise da


estabilidade global e dimensionamento de elementos estruturais. TCC (Graduação) –
Curso de Engenharia Civil, UFSC, Florianópolis, 2022.
256

10APÊNDICES

APÊNDICE A – PROJETO ARQUITETÔNICO


80 1260 80

Projeção Cobertura Cobertura Térreo

80
20 385 20 495 20 300 20

20

20
Projeção Térreo

ÁREA EXTERNA
37,80 m²

0,05 m
300

280

280
20 472 160 588 20

1260

20 280 15 385 20 520 20


20

20

20

20
P04
J04 J04 J03 J03

445
120
CLOSET
3,54 m²
ÁREA DE SERVIÇO
8,64 m² SUÍTE 3

20
14,04 m²

270

270
325
COZINHA
18,02 m² SALA DE JANTAR J02
J04 SUÍTE MASTER
445

22,03 m²
17,13 m²
320 P01

20

20
305
120 200
BWC SUÍTE P02
8,46 m² BWC
4,65 m²
CIRCULAÇÃO J02

155

155
1,86 m² CIRCULAÇÃO
LAVABO J02
P02 2,79 m² P02 P01 3,50 m²

1455
180
935

935
20

20

20

20
410
P02 P01 295
300

P01

1155
DESPENSA
5,20 m²

SALA ÍNTIMA
SUÍTE 1 SUÍTE 2
430

430

430

430
J07 J06 VARANDA COBERTA P05
21,29 m²
SALA DE ESTAR 12,90 m² 12,90 m²
260

16,56 m²
29,79 m² 3,10 m

220
J03 J03

370
0,10 m

J07 20 495 20
295
700

20
20

20

20

20
8 7 6 5 4 3 2 1 8 7 6 5 4 3 2 1
P02 Acesso P02 Acesso
60 x 60 60 x 60
BWC
J05 HALL 6,00 m²
7,70 m²
Projeção Cobertura
ESCADA
PISO = 28 cm BWC CIRCULAÇÃO TORRE CAIXA D'AGUA
J02

240

200
200

200

200

200
ESP = 18 cm
6,00 m² 4,40 m² J02 9,90 m²
220

220
LARGURA = 1,00 m ESCADA
GUARDA CORPO = 1,10 m PISO = 28 cm 7,50 m
A A A ESP = 18 cm A A A
LARGURA = 1,00 m
GUARDA CORPO = 1,10 m
J05
J01
9 10 11 12 13 14 15 16 200 P03 9 10 11 12 13 14 15 16
20

20

20

20

20
535
20 385 20 495 20 300 20

PLANTA BAIXA PAVIMENTO CAIXA D'AGUA


3 ESCALA 1 : 5 0
405 855

20 385 20 495 20 300 20

405 855
480
500

500

GARAGEM
25,00 m²

0,05 m 0,00 m

Projeção Térreo
20

80

Projeção Cobertura Cobertura Térreo

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO PLANTA BAIXA PAVIMENTO SUPERIOR


1 ESCALA 1 : 5 0 2 ESCALA 1 : 5 0

QUADRO DE ESQUADRIAS
9,30 m

PORTAS
CAIXA D'AGUA 2500 L
CÓDIGO TIPO QUANTIDADE DIMENSÕES PEITORIL
P01 ABRIR 4 80 X 210 -
180

Projeção Edificação
P02 ABRIR 6 70 X 210 -
7,50 m
P03 ABRIR 1 100 X 210 -
P04 ABRIR 2 FOLHAS 1 160 X 210 -
145

140

P05 ABRIR 2 FOLHAS 1 320 X 210 -


120

6,10 m

JANELAS
90

90

CÓDIGO TIPO QUANTIDADE DIMENSÕES PEITORIL


188

J01 CORRER 2 FOLHAS 1 160 X 120 90


60

J02 BASCULANTE 5 80 X 60 150


300

J03 CORRER 4 FOLHAS 4 200 X 120 90


210

150

J04 CORRER 2 FOLHAS 3 160 X 100 110


100

TORRE CAIXA D'AGUA TELHA CERÂMICA CIRCULAÇÃO BWC


3,10 m J05 PIVOTANTE 2 40 X 100 150
LAJE IMPERMEABILIZADA INC = 30%
A A J06 CORRER 4 FOLHAS 1 370 X 120 90
90

90

J07 CORRER 4 FOLHAS 2 300 X 120 90


150

60
18

300

QUADRO DE ÁREAS
18

210

PAV. TÉRREO 201,17 m2


150
126

0,10 m
0,00 m HALL BWC PAV. SUPERIOR 136,62 m2

PAV. CAIXA 9,90 m2


D´AGUA
PLANTA DE COBERTURA
4 ESCALA 1 : 1 0 0
ÁREA TOTAL
EDIFICAÇÃO
347,69 m2

CORTE AA
5 ESCALA 1 : 5 0
TERRENO 690 m2
RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
PROJETO ARQUITETONICO
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PLANTA BAIXA, PLANTA DE COBERTURA E CORTE
DATA 1/1
DEZEMBRO 2022
257

APÊNDICE B – PROJETO DE FÔRMAS


Legenda e Notas
P Pilar
Pilar que nasce
Pilar que segue
17 384 25 489 25 300 17 17 384 25 274 17 198 25 300 17
Pilar que morre
V Vigas

17

17

17

17
25

25

25

25
P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4
(17X25) V101A (17X25) V101B (17X25) V101C (17X25) (17X25) V201A (17X25) V201B V201C (17X25) V201D (17X25)
(17X40)
L Laje
17 388 17 498 17 303 17
17 278 17 388 17 523 17

Dimensão das vigas, pilares e lajes indicadas estão em cm

V212D
L203

V110D

V112D

V210B
273

273
265

265
h=8 Cotas em cm

V206B
V108C
L201

(17X45)
L202 Ambiente Urbano - Classe de Agressividade Ambiental II

V207
448

448
436

436
V107B
h=8 h = 10
V202A
V102 (17X35) V202B Resistência característica do concreto (fck) de 25 MPa

17

17

17

17
Mód. de Elasticidade Secante do Concreto (Ecs) de 24,15 GPa
L204

V212C
V210A
(17X30)
L205

V110C

V112C

V211C
V111

154

154
Relação a/c menor ou igual a 0,60

158

158
h=8 h=8

V103A V103B V103C V103D


17 278 17 84 35 269 17 203 17 303 17
Tempo de escoramento das lajes de 21 dias
25

25

25

25
17

17

17

17
P5 P6 P7 P8 P5 P6 P7 P8
(17X25) (17X35) (17X35) (17X25) (17X25) V203A (17X35) V203B V203C (17X35) V203D (17X25) Aço CA-50 para armadura longitudinal
(17X40)

17 388 17 278 17 203 17 103 17 183 17


Aço CA-60 para estribos
N Família de Aço
Ø Diâmetro barra de aço

V208B
L206
V107A

V206A

V212B
V211B
L208

(17X45)
V108B
L207 c
433

433

433

433
V109B

V110B

V112B
Espaçamento entre barras de aço
429

429

429

429
h = 10 h = 12 h=8
V104
Dimensão dos comprimentos das barras em cm
3,10 Cobrimento dos inferior das lajes de 2,5 cm e superior de 1,5 cm
17 388 17 498 17 303 17
0,10 m
Cobrimento dos pilares 3 cm
P9 P9 V204A P10
(17X25) V105A V105B V105C V105D (17X25)
(17X40) (17X35) V204B V204C V204D Cobrimento das vigas de 3 cm
17

17

17

17

17

17

17

17
P10 P11 P12 P11 P12
(17X35) (17X30) (17X25) (17X30) (17X25) Cobrimento de elementos em contato com o solo de 4,5 cm

L210 Residência Unifamiliar com 2 pavimentos


L209

V208A

V211A

V212A
(17X45)
(17X45)

(17X45)
V108A

V109A

V110A

V112A

(17X30)
V209
195

195
203

203

203

203
h=8 h=8
Pé-direito estrutural de 3,00 m
P13 P14 P15 P14 P15
(17X25) V106A V106B (17X25) V106C (17X25) (17X25) (17X25)
25

25
17

17

17

17
P13
(17X25) V205A V205B V205C
25 380 17 278 17 203 17 295 25 (17X30)
25 380 17 278 17 203 17 295 25

PLANTA DE FÔRMAS PAVIMENTO SUPERIOR


1 PLANTA DE FÔRMAS PAVIMENTO TÉRREO
ESCALA 1 : 5 0
2 ESCALA 1 : 5 0

532
17 683 17 523 17
17 498 17

17 384 25 274 17 198 25 300 17 V401 P11


(17X50) (17X30)

30
35
17

17
25

25

P10
P1 P2 P3 P4 (17X35)
(17X25) V301A (17X25) V301B V301C (17X25) V301D (17X25)

L401

(17X30)
V404
(17X30)
V403
h = 12

237

182
177
7,50 m

P13
(17X25)
V402 P14
(17X25)
V307

(17X50)
V305B

25

25
L301 L302
V309C
448

448
436

436

17 498 17
h=7 h= 7

PLANTA DE FÔRMAS PAVIMENTO CAIXA D'ÁGUA


4 ESCALA 1 : 5 0

V302A V302B V302C V302D


25

25
17

17

P5 P6 P7 P8
(17X25) (17X35) (17X35) (17X25)

17 388 17 498 17 303 17

532

17 498 17

V501

30
35

L305
V308B

V309B

L303 P10 P11


V305A

L304 (17X35) (17X30)


433

433
V306B
429

429

h=7 h=7
h=7
L501

V504
V503

h=7
237

182
177

9,30 m

P13 P14
(17X25) V502 (17X25)
25

25
P9
(17X25) V303A V303B V303C 17 498 17
17

17

17

17

P10 P11 P12


(17X35) (17X30) (17X25)
PLANTA DE FÔRMAS PAVIMENTO COBERTURA CAIXA D'ÁGUA
L306
5 ESCALA 1 : 5 0
V308A

V309A

L307
V306A
195

203

203

h=7 h=7
6,10

P13 P14 P15


(17X25) V304A (17X25) V304B (17X25)
25

17

17

25 380 17 498 17 295 25

PLANTA DE FÔRMAS PAVIMENTO COBERTURA


3 ESCALA 1 : 5 0

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PLANTA DE FORMAS
DATA 1/1
DEZEMBRO 2022
258

APÊNDICE C – PROJETO DE ARMADURAS DAS LAJES


Legenda e Notas
P Pilar
Pilar que nasce
Pilar que segue

Pilar que morre


27 N1 Ø6.3 c16 - 306 V Vigas

40 N3 Ø6.3 c13 - 301


L203 L Laje
27 N2 Ø6.3 c16 - 416 h=8
Dimensão das vigas, pilares e lajes indicadas estão em cm
L201 L202 17 N9 Ø6.3 c16 - 551
h=8 h = 10 Cotas em cm
Ambiente Urbano - Classe de Agressividade Ambiental II

12 N4 Ø6.3 c16 - 186


9 N6 Ø6.3 c16 - 331
17 N8 Ø6.3 c16 - 476

19 N8 Ø6.3 c16 - 476

18 N4 Ø6.3 c16 - 186


L204 L205 1 N19 Ø6.3 c33 - 497
38
8 Resistência característica do concreto (fck) de 25 MPa
h=8 h=8
9 N7 Ø6.3 c16 - 231
Mód. de Elasticidade Secante do Concreto (Ecs) de 24,15 GPa

55 N7 Ø6.3 c8 - 231
L401
Relação a/c menor ou igual a 0,60

8
38
h = 12 4 N21 Ø6.3 - 112

7 N20 Ø6.3 c8 - 202


Tempo de escoramento das lajes de 21 dias
30 N6 Ø6.3 c14 - 331
22 N2 Ø6.3 c19 - 416 5 N10 Ø6.3 c33 - 526

26 N5 Ø6.3 c19 - 461


Aço CA-50 para armadura longitudinal
Aço CA-60 para estribos

PLANTA DE ARMAÇÃO POSITIVA PAVIMENTO CAIXA D'ÁGUA N Família de Aço


L206
h = 10
L207
h = 12
L208
h=8
2 ESCALA 1 : 5 0
Ø Diâmetro barra de aço
19 N5 Ø6.3 c20 - 461

18 N5 Ø6.3 c16 - 461


c Espaçamento entre barras de aço
Dimensão dos comprimentos das barras em cm
28 N10 Ø6.3 c15 - 526
Cobrimento dos inferior das lajes de 2,5 cm e superior de 1,5 cm
Cobrimento dos pilares 3 cm

18 N7 Ø6.3 c16 - 231


12 N7 Ø6.3 c16 - 231
12 N7 Ø6.3 c16 - 231 L210 Cobrimento das vigas de 3 cm
L209 h=8
h=8
Cobrimento de elementos em contato com o solo de 4,5 cm
12 N6 Ø6.3 c16 - 331 Residência Unifamiliar com 2 pavimentos

Pé-direito estrutural de 3,00 m

PLANTA DE ARMAÇÃO POSITIVA PAVIMENTO SUPERIOR


1 ESCALA 1 : 5 0
12 N13 Ø6.3 c31 - 95

15 N14 Ø6.3 c33 - 76


8 N12 Ø6.3 c33 - 77
16

16

16
4
4

8 N14 Ø6.3 c33 - 76


37 N31 Ø8 c12 - 223
L203 4
16
4 6 h=8
14 N23 Ø6.3 c31 - 169
13 N12 Ø6.3 c33 - 77 6 4
L201 L202
15 N26 Ø6.3 c33 - 135

4
4

16
h=8 h = 10

4 N15 Ø6.3 c33 - 59


L204 L205
4

4
6

16
h=8 h=8
4
17 N11 Ø6.3 c16 - 165

4 N25 Ø6.3 c33 - 118


9 N27 Ø6.3 c33 - 139
19 N24 Ø6.3 c25 - 201

4 4

17 N18 Ø6.3 c25 - 70


16
8
4

8 N18 Ø6.3 c25 - 70


6

8 L401
8

16
6 N18 Ø6.3 c25 - 70
h = 12
19 N18 Ø6.3 c25 - 70

8
16
8

13 N16 Ø6.3 c33 - 80


13 N13 Ø6.3 c31 - 95 L206 6
33 N32 Ø8 c13 - 250
L207 L208 4
16
6 8
16
h = 10
16

h = 12 h=8

PLANTA DE ARMAÇÃO NEGATIVA PAVIMENTO CAIXA D'ÁGUA


8
13 N28 Ø6.3 c33 - 184
4
4 ESCALA 1 : 5 0
11 N22 Ø6.3 c25 - 104
12 N13 Ø6.3 c31 - 95

8
8

4
6

9 N29 Ø6.3 c33 - 145


6 N30 Ø6.3 c33 - 169
16

16

L209 6 N17 Ø6.3 c33 - 65


4

L210
4

h=8 4
16
6 N17 Ø6.3 c33 - 65
h=8
4
9 N17 Ø6.3 c33 - 65
6 N17 Ø6.3 c33 - 65

16 6 N17 Ø6.3 c33 - 130


4 4
4

4
16

16

PLANTA DE ARMAÇÃO NEGATIVA PAVIMENTO SUPERIOR


3 ESCALA 1 : 5 0

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PLANTA DE ARMAÇÃO POSITIVA E NEGATIVA
DATA 1/1
DEZEMBRO 2022
259

APÊNDICE D – COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO DOS PÓRTICOS


PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FD1 PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FD1
SEM ESCALA SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FD2 PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FD2


SEM ESCALA
SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FD3 PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FD3


SEM ESCALA
SEM ESCALA

PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FD4


PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FD4 SEM ESCALA
SEM ESCALA

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PÓRTICOS DAS COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO (ELU)
DATA 1/3
DEZEMBRO 2022
PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = VENTO
PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = VENTO SEM ESCALA
SEM ESCALA

PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = ACIDENTAL E VENTO PELA DIREITA
SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = ACIDENTAL E VENTO PELA DIREITA
SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = ACIDENTAL E VENTO PELA ESQUERDA PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO FREQUENTE COM FQ2 = ACIDENTAL E VENTO PELA ESQUERDA
SEM ESCALA
SEM ESCALA

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PÓRTICOS DAS COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO (ELS FREQ.)
DATA 2/3
DEZEMBRO 2022
PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = ACIDENTAL PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = ACIDENTAL
SEM ESCALA
SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = VENTO PELA DIREITA PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = VENTO PELA DIREITA
SEM ESCALA SEM ESCALA

PÓRTICO HORIZONTAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = VENTO PELA ESQUERDA
SEM ESCALA
PÓRTICO VERTICAL COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE COM FQ1 = VENTO PELA ESQUERDA
SEM ESCALA

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PÓRTICOS DAS COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO (ELS QP)
DATA 3/3
DEZEMBRO 2022
260

APÊNDICE E – PROJETO DA VIGA V201


1 N13 Ø16 - C = 230 1 N15 Ø16 - C = 230
Legenda e Notas
V201 (17X40) 17
1 N12 Ø16 - C = 276
29 23
1 N14 Ø16 - C = 276 48 P Pilar
40
2 N10 Ø12.5 - C = 91 Pilar que nasce
2 N9 Ø12.5 - C = 292 40 245
16 276 1 N11 Ø16 - C = 882 173 16
Pilar que segue

Pilar que morre


16 276 1 N11 Ø16 - C = 882 173 16
Seção AA V Vigas
82 82
17
9
Grampo Grampo 9 11 L Laje
82 82
1 N1 Ø8 - C = 173 1 N1 Ø8 - C = 173 Dimensão das vigas, pilares e lajes indicadas estão em cm

40
34

N16
A B C 34 N16 Ø5.0c12 - C = 104
Cotas em cm
34 N16 Ø5.0c12 - C = 104 Pavimento Superior 3,00
29 N17 Ø5.0c18 - C = 104 16 N18 Ø5.0c21 - C = 104
Seção BB Ambiente Urbano - Classe de Agressividade Ambiental II
17
11
Resistência característica do concreto (fck) de 25 MPa

V207 V210B Mód. de Elasticidade Secante do Concreto (Ecs) de 24,15 GPa

40
34

(17X45) A B (17X30) C N17


P1 P2 P3 P4 29 N17 Ø5.0c18 - C = 104 Relação a/c menor ou igual a 0,60
(17X25) (17X25) (17X25) (17X25)
1 N8 Ø12.5 - C = 161 Seção CC Tempo de escoramento das lajes de 21 dias
17
17 384 25 489 25 300 17
11 Aço CA-50 para armadura longitudinal
1 N7 Ø12.5 - C = 230 Aço CA-60 para estribos

40
34

N18
30 30 16 N18 Ø5.0c21 - C = 104
N Família de Aço
1 N5 Ø12.5 - C = 269 1 N6 Ø12.5 - C = 290 Suspensão V207 Ø Diâmetro barra de aço
87 414
192 11 11
c Espaçamento entre barras de aço
36
16 1 N2 Ø12.5 - C = 1200 1184 102
16 34 39
Dimensão dos comprimentos das barras em cm
1 N4 Ø12.5 - C = 118 N19
N20
52 4 N19 Ø5.0 - C = 104 Cobrimento dos inferior das lajes de 2,5 cm e superior de 1,5 cm
16
118 1 N2 Ø12.5 - C = 1200 1184 16 2 N20 Ø5.0 - C = 114
V201
Cobrimento dos pilares 3 cm
1 N3 Ø12.5 - C = 134
V207
Cobrimento das vigas de 3 cm
Cobrimento de elementos em contato com o solo de 4,5 cm
Suspensão V210B
PLANTA DETALHAMENTO VIGA V201
1 ESCALA 1 : 2 5
11

34
11

24
Residência Unifamiliar com 2 pavimentos

Pé-direito estrutural de 3,00 m


N21
N19
2 N19 Ø5.0 - C = 104
1 N21 Ø5.0 - C = 84
V201

V210B

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PLANTA DETALHAMENTO VIGA V201
DATA 1/1
DEZEMBRO 2022
261

APÊNDICE F – PROJETO DO PILAR P1


Pilar P1 Legenda e Notas
P Pilar
Pavimento Cobertura 6,00

Seção Transversal Pilar que nasce


17
Pilar que segue
11

25
19 Pilar que morre
N3 N5 V Vigas
6 N3 Ø10.0 - C = 300
25 N5 Ø5.0c12 - C = 74 L Laje

6 N3 Ø10.0 -C = 300
Dimensão das vigas, pilares e lajes indicadas estão em cm

Cotas em cm

300
Ambiente Urbano - Classe de Agressividade Ambiental II

Resistência característica do concreto (fck) de 25 MPa

Mód. de Elasticidade Secante do Concreto (Ecs) de 24,15 GPa

Relação a/c menor ou igual a 0,60

Tempo de escoramento das lajes de 21 dias


3,35
Aço CA-50 para armadura longitudinal
Aço CA-60 para estribos

35
Pavimento Superior 3,00
N Família de Aço
Seção Transversal
17 Ø Diâmetro barra de aço
11
c Espaçamento entre barras de aço
25

19

N5
Dimensão dos comprimentos das barras em cm
N2
6 N2 Ø10.0 - C = 335 Cobrimento dos inferior das lajes de 2,5 cm e superior de 1,5 cm
25 N5 Ø5.0c12 - C = 74
6 N2 Ø10.0 -C = 335

Cobrimento dos pilares 3 cm


Cobrimento das vigas de 3 cm
Cobrimento de elementos em contato com o solo de 4,5 cm
300

Residência Unifamiliar com 2 pavimentos

Pé-direito estrutural de 3,00 m

0,35
35

Pavimento Térreo 0,00

Seção Transversal
6 N1 Ø10.0 -C = 185

17
8
25

16

N1 N4
150

6 N1 Ø10.0 - C = 185
12 N4 Ø5.0c12 - C = 62

Baldrame (Fundação) -1,50

PLANTA DETALHAMENTO PILAR P1


1 ESCALA 1 : 2 0

PROJETO ESTRUTURAL
PROPRIETARIO RESPONSAVEL TECNICO
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE SOUSA

ASSINATURA PRORIETARIO ASSINATURA RESPONSAVEL

LOCAL FOLHA
ITACORUBI, FLORIANÓPOLIS, SC

ASSUNTO
PLANTA DETALHAMENTO PILAR P1
DATA 1/1
DEZEMBRO 2022

Você também pode gostar