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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Exercícios de Revisão 1º Bimestre

.01. (FGV_OAB_Exame VII) Arlindo dos Santos ajuizou ação trabalhista em face de seu antigo empregador,
pleiteando adicional de insalubridade e indenização por danos morais. Nas suas alegações contidas na
causa de pedir, Arlindo argumentou que trabalhou permanentemente em contato com produtos
químicos altamente tóxicos, o que lhe acarretou, inclusive, problemas de saúde. Em contestação, o réu
negou veementemente a existência de condições insalubres e, por consequência, a violação do direito
fundamental à saúde do empregado, não apenas porque o material utilizado por Arlindo não era
tóxico, como também porque ele sempre utilizou equipamento de proteção individual (luvas e
máscara). Iniciada a fase instrutória, foi feita prova pericial. Ao examinar o local de trabalho, o perito
constatou que o material usado por Arlindo não era tóxico como mencionado por ele na petição inicial.
Entretanto, verificou que o autor trabalhou submetido a níveis de ruído muito acima do tolerado e sem
a proteção adequada. Assim, por força desse outro agente insalubre não referido na causa de pedir,
concluiu que o autor fazia jus ao pagamento do adicional pleiteado com o percentual de 20%. Com
base nessa situação concreta, é correto afirmar que o juiz deve julgar
a) improcedente o pedido de pagamento de adicional de insalubridade, uma vez que está vinculado
aos fatos constantes da causa de pedir, tal como descritos pelo autor na petição inicial. (vide
comentário alternativa d)
b) procedente em parte o pedido de pagamento de adicional de insalubridade, concedendo apenas
metade do percentual sugerido pelo perito, haja vista a existência de agente insalubre distinto daquele
mencionado na causa de pedir. (não existe a previsão de redução à metade do direito do autor, em
caso de mudança do agente de risco)
c) improcedente o pedido de pagamento de adicional de insalubridade, uma vez que a existência de
ruído não é agente insalubre. (ruído, é sim agente de risco para insalubridade, vide NR 15, Anexo 2)
d) procedente o pedido de pagamento de adicional de insalubridade, uma vez que a constatação de
agente insalubre distinto do mencionado na causa de pedir não prejudica o pedido respectivo. (não
houve alteração do pedido, que continua o mesmo → adicional de insalubridade → o que houve,
apenas, foi a mudança do agente de risco, permanecendo, no entanto, o risco → Súmula 293 da TST)
e) julgar procedente o pedido de adicional de periculosidade, uma vez que está vinculado aos fatos
constantes da causa de pedir, tal como descritos pelo autor na petição inicial. (o pleito é sobre
insalubridade)

.02. (FGV_OAB_Exame XIX) José ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária ABCD
Ltda., requerendo horas extras. A sociedade empresária apresentou contestação negando as horas
extras e juntou os cartões de ponto, os quais continham horários variados de entrada e saída, marcados
por meio de relógio de ponto. O advogado do autor impugnou a documentação.
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a) Na qualidade de advogado do autor, você não precisará produzir qualquer outra prova, pois já
impugnou a documentação.
b) Na qualidade de advogado da ré, você deverá produzir prova testemunhal, já que a documentação
foi impugnada.
c) Na qualidade de advogado do autor, o ônus da prova será do seu cliente, razão pela qual você
deverá produzir outros meios de prova em razão da sua impugnação à documentação. (art. 818, I
CLT)
d) Dada a variação de horários nos documentos, presumem-se os mesmos inválidos diante da
impugnação, razão pela qual só caberá o ônus da prova à empresa ré.
e) O ônus da prova será comum e concomitante entre as partes, pouco importando se há fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante, bem como se houver fato constitutivo
ao direito do obreiro.

Profº. Luiz Augusto Bellini luizaugusto.bellinilessa@gmail.com / @luizaugustobellini


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Exercícios de Revisão 1º Bimestre

.03. (FGV_OAB_Exame XIV_Adaptado) Um supermercado contratou, por escrito, uma empresa de reformas e
construções para ampliar o refeitório no qual os seus funcionários se alimentam, para, assim, dar-lhes
maior conforto e segurança. A obra demorou dois meses. Tempos depois, em agosto de 2017, o
supermercado recebeu a citação para uma demanda, pois um dos pedreiros que trabalhou na obra em
questão postulou o pagamento de horas extras da empresa de reformas, com responsabilidade
subsidiária do supermercado. Caso, na referida ação, vier a ser postulado também o recolhimento da
contribuição previdenciária a ser vertida para o INSS, do período trabalhado na obra, que preliminar
de mérito você suscitaria e com base em que fundamento? Justifique a sua resposta?
R: Deverá ser arguida a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho em razão da
matéria (art. 337, II CPC), na forma do disposto no art. 876 da CLT c/c Súmula 368, I do
TST c/c Súmula Vinculante nº 53 do STF, haja vista que a Justiça do Trabalho apenas
promove a execução de ofício descrita no art. 114, inciso VIII da Constituição Federal,
em caso de sentença condenatória ou homologatória de acordo, o que não é o caso
dos autos. Neste caso, a Previdência Social deverá promover a Execução das
contribuições que entende de direito.

.04. (FCC_AJAJ_TRT 20_2016_Adaptado) Idalino participou de processo seletivo e foi contratado como músico
instrumentista da Orquestra do Banco do Sertão S/A, na cidade de Caicó/RN, onde tem o seu domicílio.
No contrato de trabalho foi estipulado como foro de eleição para propositura de demanda trabalhista
na cidade de Natal/RN. O banco possui agências em todos estados do Brasil e a sua sede está localizada
em Salvador/BA. Durante os doze meses em que foi empregado do Banco, Idalino exerceu suas funções
apenas na cidade de Natal/RN. Ante o exposto, pergunta-se: onde Idalino deverá ajuizar sua
reclamação trabalhista em face do Banco do Sertão S/A? Justifique e fundamente a sua decisão?
R: A reclamação trabalhista deverá ser ajuizada perante uma das Varas do Trabalho de
Natal/RN, pois foi o local onde o Reclamante prestou serviço. Trata-se da regra geral da
competência em razão do lugar (art. 651, caput da CLT). Importante ressaltar que não
existe foro de eleição em demandas decorrentes da relação de emprego.

.05. (FGV_OAB_Exame XXVI_Adaptado) Paulo trabalhou na construtora Casa Feliz S.A. como pedreiro por três
anos, findos os quais foi dispensado por justa causa sob a alegação de que estava desviando sacos de
cimento da obra e vendendo esse material a terceiros. Inconformado, ajuizou reclamação trabalhista
postulando horas extras e a anulação da justa causa, com o consequente pagamento das verbas como
se a dispensa tivesse sido feita sem justa causa. Distribuída a demanda em 30/01/2018, foi designada
audiência para o dia 10/04/2018. Na hora designada as partes foram apregoadas e sentaram-se à mesa
de audiências. O juiz indagou do preposto qual era a sua relação com a construtora, tendo ele dito que
era um terceirizado da empresa que cuidava da parte de limpeza e conservação. O juiz pediu a CTPS
do preposto, constatando que ela fora assinada pela Limpa Tudo Serviços Terceirizados Ltda. Com essa
informação, o advogado de Paulo requereu a aplicação da revelia, porque a empresa era uma
sociedade anônima e não estaria regularmente representada por um empregado. Ante o exposto,
pergunta-se: na qualidade de advogado(a) da Construtora, que argumentação jurídica você
apresentaria em relação ao requerimento formulado pelo Reclamante? Justifique e fundamente a sua
resposta.

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R: O requerimento formulado pelo Reclamante deve ser indeferido pelo juiz, na medida
em que o preposto não precisa ser empregado do empregador, independentemente
do porte da empresa, na forma do disposto no art. 843, §3º da CLT.

.06. JÚNIOR trabalha na empresa CAIPÓ SOLUÇÕES LTDA. Sua CTPS foi anotada como auxiliar
administrativo e seu salário é de R$ 2.000,00. A jornada de trabalho contratada é de 8:00h às 17:00h,
com uma hora de intervalo para almoço. Ocorre que devido à atividade desenvolvida por sua
empregadora, JÚNIOR empreende, habitualmente, 2 horas extras por dia. Sabedor deste passivo o
sócio gestor da referida empresa lhe procura e questiona acerca da possibilidade de empreenderem
um acordo extrajudicial para quitar as horas extras laboradas e não pagas.
Tendo em vista a situação hipotética, pergunta-se:

.06.1. É possível o empreendimento do referido acordo? Caso seja, onde o mesmo será julgado? Na
Justiça Comum ou na Justiça do Trabalho? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Sim. A Lei 13.467/2017 alterou a CLT e acrescentou o procedimento descrito na nova alínea “f” do
art. 652, permitindo a elaboração de acordo extrajudicial entre empregado e empregador,
objetivando a quitação de direitos trabalhistas. Este procedimento deve ser instaurado, processado
e julgado perante a Justiça do Trabalho.

.06.2. Quais são os requisitos e formalidades que devem ser observados para o empreendimento do
referido procedimento, caso ele seja possível? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Para que o referido procedimento seja empreendido, devem ser observados os requisitos e
formalidades descritos nos novos arts. 855-B, 855-C, 855-D e 855-E da CLT, acrescentado pela Lei
13.467/2017, quais sejam:
• petição conjunta, firmada entre empregado e empregador, a ser homologada na Justiça do Trabalho
(art. 855-B, caput da CLT);
• empregado e empregador devem ter advogados distintos (art. 855-B, §1º da CLT);
• não há necessidade da intervenção sindical (art. 855-B, §2º da CLT);
• ficam mantida a multa do art. 477, §8º da CLT (art. 855-C da CLT);
• deve ser julgado no prazo de 15 dias, sendo facultado ao juiz agendar audiência (art. 855-D da CLT);
• suspende-se o prazo prescricional (art. 855-E da CLT).

.07. ADAMASTOR ingressou com reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho, postulando o
pagamento de horas extras, adicional noturno, férias não pagas e não gozadas do último período
aquisitivo e indenização por dano moral. Na referida ação atua como advogada ATIENE VILANOVA,
conhecida e combativa causídica trabalhista, sem vinculação com o sindicato de classe de
ADAMASTOR. Ao julgar a ação, a MMª Juíza da Vara do Trabalho de Sorriso/MT, determinou a
improcedência total da referida demanda, condenando ADAMASTOR no pagamento de honorários
advocatícios de sucumbência, no valor de R$ 1.800,00.
Ante o exposto pergunta-se: caso ADAMASTOR seja beneficiário da Justiça Gratuita, estará isento do
pagamento dos honorários de sucumbência? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Não, mesmo beneficiário da Justiça Gratuita (art. 790, §3º da CLT), o empregado deverá
empreender o pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, na forma do disposto no art.

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791-A, caput da CLT. Recentemente, o STF, ao julgar a ADI 5766, declarou a inconstitucionalidade do
§4º, do art. 791-A, vendando que seja penhorados e/ou constritados de qualquer forma créditos
obtidos pelo reclamante na ação trabalhista em referência ou ainda em outra demanda trabalhista
em trâmite na Justiça do Trabalho. Caso o Reclamante não tenha como pagar a dívida de honorários,
a cobrança ficará suspensa por 2 anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão e findo esse
prazo, sem que tenham sido encontrados meios de viabilizá-la, será extinto o referido crédito de
verba honorária (art. 791-A, §4º da CLT).

.08. (FGV_OAB_2017_2) Lucas é vigilante. Nessa condição, trabalhou como terceirizado durante um ano em
um estabelecimento comercial privado e, a seguir, em um órgão estadual da administração direta, no
qual permaneceu por dois anos. Dispensado, ajuizou ação contra o ex-empregador e contra os dois
tomadores dos seus serviços (a empresa privada e o Estado), pleiteando o pagamento de horas extras
durante todo o período contratual e a responsabilidade subsidiária dos tomadores nos respectivos
períodos em que receberam o serviço. A sentença julgou procedente o pedido e os réus pretendem
recorrer. Em relação às custas, com base nos ditames da CLT, assinale a afirmativa correta.
a) Cada réu deverá recolher 1/3 das custas.
b) Havendo participação do Estado, ninguém pagará custas.
c) Somente o Estado ficará dispensado das custas. (Art. 790-A, CLT)
d) Cada réu deverá recolher a integralidade das custas.
e) O Estado deverá recolher a integralidade das custas.

.09. (FGV_OAB_2017_3) Jorge trabalhou em uma sociedade empresária francesa, no Brasil. Entendendo
que o valor das horas extras não lhe havia sido pago corretamente, ajuizou ação trabalhista. Como
impugnara os controles de horário, necessitou apresentar prova testemunhal, porém, sua única
testemunha, apesar de trabalhar a seu lado, não fala português. Diante disso, Jorge requereu ao juiz
a nomeação de um intérprete.
Nesse caso, nada mais estando em discussão no processo, assinale a opção que indica a quem caberá
o custeio dos honorários do intérprete.
a) A Jorge, que é a parte interessada no depoimento da testemunha. (§2º, Art. 819, CLT)
b) À União, porque Jorge é autor da ação.
c) Ao réu, já que era empregador de Jorge e da testemunha, que era de nacionalidade igual à da
sociedade empresária.
d) O depoimento ocorrerá fora do processo, por tradutor juramentado, custeado pela parte
requerente, que depois deverá juntá-lo ao processo.
e) Os honorários do intérprete serão rateados entre o reclamante, a reclamada e a União, em partes
iguais.

.10. (FGV_OAB_2017_3) Rodolfo Alencar ajuizou reclamação trabalhista em desfavor da sociedade


empresária Sabonete Silvestre Ltda. Em síntese, ele afirma que cumpria longa jornada de trabalho, mas
que não recebia as horas extras integralmente. A defesa nega o fato e advoga que toda a sobrejornada
foi escorreitamente paga, nada mais sendo devido ao reclamante no particular. Na audiência

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designada, cada parte conduziu duas testemunhas, que começaram a ser ouvidas pelo juiz,
começando pelas do autor. Após o magistrado fazer as perguntas que desejava, abriu oportunidade
para que os advogados fizessem indagações, e o patrono do autor passou a fazer suas perguntas
diretamente à testemunha, contra o que se opôs o juiz, afirmando que as perguntas deveriam ser
feitas a ele, que, em seguida, perguntaria à testemunha.
Diante do incidente instalado e de acordo com o regramento da CLT, assinale a afirmativa correta.
a) Correto o advogado, pois, de acordo com o CPC, o advogado fará perguntas diretamente à
testemunha.
b) A CLT não tem dispositivo próprio, daí porque poderia ser admitido tanto o sistema direto quanto o
indireto.
c) A CLT determina que o sistema seja híbrido, intercalando perguntas feitas diretamente pelo
advogado, com indagações realizadas pelo juiz.
d) Correto o magistrado, pois a CLT determina que o sistema seja indireto ou presidencial. (Art. 820,
CLT)
e) Incorreto o magistrado, pois a CLT determina que o sistema seja compartilhado, tanto as partes
como o juiz podem fazer perguntas para as testemunhas.

.11. (FGV_CODEBA_2016) Em determinada reclamação trabalhista, o autor postula o pagamento de horas


extras. Em defesa, a empresa afirma e prova que possui 7 (sete) empregados e junta controles de
ponto com horários invariáveis (“britânicos”). Quando de sua manifestação, o autor impugnou os
controles, afirmando que eles não são fidedignos.
Acerca da distribuição do ônus da prova, com base na CLT e no entendimento consolidado do TST,
assinale a afirmativa correta.
a) Uma vez que os controles não contêm variação, aplica-se a confissão em desfavor da empresa, sendo
considerada verdadeira a jornada da petição inicial e dispensada a realização de outras provas.
b) Haverá inversão do ônus da prova, que passará a ser da empresa e, caso dele não se desincumba,
será considerada verdadeira a jornada da peça de gênese. (Súmula 338, III, TST)
c) Possuindo a empresa menos de 10 empregados, sequer tinha obrigação de juntar controle; se o fez,
mesmo com horários invariáveis, não será punida e o ônus da prova permanece com o reclamante.
d) Controles com horários invariáveis não têm qualquer efeito na seara trabalhista, pela presunção
absoluta de falsidade e aplicação da confissão, mesmo que sejam validados pelo autor no depoimento
pessoal.
e) Uma vez que os controles não contêm variação, aplica-se a revelia em desfavor da empresa.

.12. (FGV_OAB_2017_2_Adaptada) JÁILSON trabalha na empresa GREEN GRAMAS ARTIFICIAIS LTDA. Sua CTPS
foi anotada como instalador 1 e seu salário é de R$ 2.850,00. A jornada de trabalho contratada é de
8:00h às 17:00h, com uma hora de intervalo para almoço. Ocorre que devido à atividade desenvolvida
por sua empregadora, JAÍLSON empreende, habitualmente, 2 horas extras por dia. Sabedor deste
passivo o sócio gestor da referida empresa lhe procura e questiona acerca da possibilidade de
empreenderem um acordo extrajudicial para quitar as horas extras laboradas e não pagas.
Tendo em vista a situação hipotética, pergunta-se:

.12.1.. É possível o empreendimento do referido acordo? Caso seja, onde o mesmo será homologado?
Na Justiça Comum ou na Justiça do Trabalho? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Sim. A Lei 13.467/2017 alterou a CLT e acrescentou o procedimento descrito na nova alínea “f” do
art. 652, permitindo a elaboração de acordo extrajudicial entre empregado e empregador,

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objetivando a quitação de direitos trabalhistas. Este acordo deve ser homologado perante a Justiça
do Trabalho.

.12.2.. Quais são os requisitos e formalidades que devem ser observados para o empreendimento do
referido procedimento, caso ele seja possível?
R: Para que o referido procedimento seja empreendido, devem ser observados os requisitos e
formalidades descritos nos novos arts. 855-B, 855-C, 855-D e 855-E da CLT, acrescentado pela Lei
13.467/2017, quais sejam:
• petição conjunta, firmada entre empregado e empregador, a ser homologada na Justiça do Trabalho
(art. 855-B, caput da CLT);
• empregado e empregador devem ter advogados distintos (art. 855-B, §1º da CLT);
• não há necessidade da intervenção sindical (art. 855-B, §2º da CLT);
• ficam mantida a multa do art. 477, §8º da CLT necessidade da intervenção sindical (art. 855-C da
CLT);
• deve ser julgado no prazo de 15 dias, sendo facultado ao juiz agendar audiência (art. 855-D da CLT);
• suspende-se o prazo prescricional (art. 855-E da CLT).

.13.. LINO ingressou com reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho, postulando o
pagamento de horas extras, adicional noturno, férias não pagas e não gozadas do último período
aquisitivo e indenização por dano moral. Ao julgar a ação, a MMª Juíza da Vara do Trabalho de
Patos/PB, determinou a improcedência total da referida demanda, condenando LINO no pagamento
de honorários advocatícios de sucumbência, no valor de R$ 2.500,00.
Ante o exposto pergunta-se: caso LINO seja beneficiário da Justiça Gratuita, estará isento do
pagamento dos honorários de sucumbência? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Não, mesmo beneficiário da Justiça Gratuita (art. 790, §3º da CLT), o empregado deverá
empreender o pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, na forma do disposto no art.
791-A, caput da CLT. Recentemente, o STF, ao julgar a ADI 5766, declarou a inconstitucionalidade do
§4º, do art. 791-A, vendando que seja penhorados e/ou constritados de qualquer forma créditos
obtidos pelo reclamante na ação trabalhista em referência ou ainda em outra demanda trabalhista
em trâmite na Justiça do Trabalho. Caso o Reclamante não tenha como pagar a dívida de honorários,
a cobrança ficará suspensa por 2 anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão e findo esse
prazo, sem que tenham sido encontrados meios de viabilizá-la, será extinto o referido crédito de
verba honorária (art. 791-A, §4º da CLT).

.14.. O Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Ouro Preto/MG proferiu sentença nos autos do processo nº.
0000111-33.2019.5.03.00069, em que contendem DINA CARLA DOS SANTOS e EMPÓRIO DA ROÇCA
LTDA-ME. Da referida sentença, que julgou parcialmente procedentes os formulados pela reclamante,
foram intimadas as partes via publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. Iniciado o prazo
recursal e transcorrido 5 dias do mesmo, a reclamante opôs embargos declaratórios, pois o julgador
não apreciou o pleito de concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita. O MM. Juiz supriu
a omissão constante do Decisum, deferindo o pleito referenciado. Tendo em vista que a reclamada
pretende interpor Recurso Ordinário para o TRT da 3ª Região (Minas Gerais), na forma do disposto no
art. 895 CLT, pergunta-se: o que ocorrerá com o prazo da reclamada? Como se dará a sua contagem?
Quando será o seu termo final? Justifique e fundamente a sua resposta.

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R: De acordo com o disposto no art. 897-A, §3º da CLT (art. 1026 do CPC), a interposição de Embargos
Declaratórios, INTERROMPE a contagem do prazo processual para a interposição de recurso por
qualquer das partes. Assim sendo, após a decisão proferida nos Embargos e, a partir da intimação das
partes, REINICIA-SE do zero a contagem do prazo para a interposição do RO, sendo que o seu prazo
final será o 8º dia após o reinicio da contagem (art. 895, I CLT).

.15.. (FGV_OAB_2016_1) MARCIVALDO ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa LANCHONETE


PRAÇA 8 LTDA, postulando o pagamento de indenização por acidente de trabalho. Por ocasião da
audiência, após o pregão e identificadas as partes e seus representantes, a advogada de MARCIVALDO
requereu a aplicação da pena revelia, cumulada com a de confissão ficta sobre as matérias de fato, em
relação à reclamada, pois o preposto da mesma, presente à audiência, não tinha presenciado os fatos
que deram ensejo à ação, nem era empregado da reclamada. Caso você fosse o(a) juiz(a) deste
processo, acataria a impugnação feita pela advogada do reclamante? Declararia a empresa revel e
aplicaria a pena de confissão ficta? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Não. Rejeitaria a impugnação, pois de acordo com o disposto no art. 843, §3º da CLT, o preposto
não precisa ser empregado da empresa, basta ter conhecimento dos fatos (art. 843, §1º da CLT). Não
é impeditivo para a condição de preposto, o fato do mesmo não ter presenciado os fato. Deve apenas,
ter conhecimento dos mesmos.

.16.. Em determinado processo judicial, uma das partes vem se esquivando de receber intimação do
Juízo, embora o oficial de justiça tenha envidado todos os esforços necessários para tanto. Em uma das
diligências empreendidas, o oficial de justiça foi informado de que aos sábados a referida parte joga
futebol no Society Amigão em Coqueiral de Itaparica. Assim, no sábado seguinte o oficial de justiça
efetivou a intimação da parte quando esta estava prestes a ingressar no campo de jogo.
Tendo em vista a situação acima narrada pergunta-se: quando se dará o início da contagem do prazo
processual da parte, sendo que claro que após a sua intimação não houve feriado. Justifique e
fundamente a sua resposta. 1,50p
R: Intimada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil subsequente, qual seja: a
segunda. Assim sendo, o início da contagem será no próximo dia útil subsequente (terça-feira),
conforme nº

.17.. FÁTIMA trabalhou para a empresa OKLAHOMA LTDA, atuando como vendedora de loja. Recebia
R$ 1.230,00 de salário, por mês, mais vale transporte e auxílio alimentação. Insatisfeita com a forma
como foi demitida, procurou a Comissão de Conciliação Prévia instalada em seu sindicato de classe a
apresentou reclamação alegando ter comissões retidas e que não foram pagas. Notificada acerca da
reclamação, a empresa referida propôs um acordo, no âmbito da Comissão, no valor de R$ 2.850,00,
o que foi aceito por FÁTIMA e formalizado, sem ressalvas. Após o pagamento do referido valor, a
trabalhadora procurou um advogado manifestando seu desejo de ingressar com reclamação para
postular o pagamento de horas extras, decorrentes de trabalhos feitos ao sábados, bem como a
devolução de valores descontados indevidamente de seu salário.

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Tendo em vista a situação hipotética, pergunta-se: caso FÁTIMA ingresse com a referida ação, a mesma
deverá ser julgada procedente? Justifique e fundamente a sua resposta.
R: Não. A reclamação trabalhista de Mirtes deverá ser julgada extinto, sem o exame do mérito da causa,
por falta de interesse processual. Isso porque, na forma do disposto no O art. 625-E, §único da CLT, o
acordo feito perante a Comissão de Conciliação Prévia possui eficácia liberatória geral, quanto ao
extinto contrato de trabalho e, como não foi feita qualquer ressalva, não há como a empregada
pretender ingressar em Juízo para reivindicar parcelas decorrentes do contrato firmado com o seu ex-
empregador.

.18.. (FGV_OAB_Exame XXIX) Considere as situações a seguir.


I. Victor é um artista mirim e precisa de autorização judicial para poder participar de uma peça
cinematográfica como ator coadjuvante. (Justiça Estadual → ADI 5326 → autorização para trabalho
artístico de crianças e adolescentes)
II. A empresa FFX Ltda. foi multada por um auditor fiscal do trabalho e deseja anular judicialmente o
auto de infração, alegando vícios e nulidades. (Art. 114, VII, CF/88)
III. O empregado Regis teve concedido pelo INSS auxílio-doença comum, mas entende que deveria
receber auxílio-doença acidentário, daí porque pretende a conversão judicial do benefício. (Justiça
Federal → art. 109, I, CF/88)
IV. Jonilson, advogado, foi contratado por um cliente para o ajuizamento de uma ação de despejo, mas
esse cliente não pagou os honorários contratuais que haviam sido acertados. (Justiça Estadual → lide
cível)
Diante da norma de regência acerca da competência, assinale a opção que indica quem deverá ajuizar
ação na Justiça do Trabalho para ver seu pleito atendido.
a) Victor e Jonilson.
b) Regis e a empresa FFX Ltda.
c) Victor e Regis.
d) Apenas a empresa FFX Ltda.

.19.. (FGV_OAB_Exame XXVII) Juca ajuizou ação trabalhista em face da sua ex-empregadora, empresa privada
do ramo de mineração. (Rito Sumaríssimo → Art. 852-A, CLT → 20 salários mínimos)
Paulo também ajuizou ação, mas em face de seu ex-empregador, uma empresa de prestação de
serviços, e do Município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, para quem prestou serviços, requerendo a
responsabilização subsidiária. Os respectivos advogados atribuíram o valor correspondente a 20
salários mínimos à causa de Juca e de 15 salários mínimos à causa de Paulo. (Rito Ordinário → art. 852-
A, parágrafo único, CLT)
Diante disso, assinale a afirmativa correta.
a) A causa de Juca correrá sob o procedimento sumaríssimo e a de Paulo, sob o ordinário.
b) Ambas as causas correrão sob o procedimento sumaríssimo.
c) Ambas as causas correrão sob o procedimento ordinário.
d) A causa de Juca correrá sob o procedimento ordinário e a de Paulo, sob o sumaríssimo.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Exercícios de Revisão 1º Bimestre

.20.. (FGV_OAB_Exame XXIX) O réu, em sede de reclamação trabalhista, ajuizada em 20/04/2018, apresentou
defesa no processo eletrônico, a qual não foi oferecida sob sigilo. Feito o pregão, logo após a abertura
da audiência, a parte autora manifestou interesse em desistir da ação.
Sobre a desistência da ação pela parte autora, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz deverá, imediatamente, homologar a desistência.
b) Não é possível desistir da ação após a propositura desta.
c) Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o
consentimento do reclamado, desistir da ação. (Art. 841, §3º, CLT)
d) O oferecimento da defesa pelo réu em nada se relaciona à questão da desistência de pedidos ou da
demanda.

Profº. Luiz Augusto Bellini luizaugusto.bellinilessa@gmail.com / @luizaugustobellini

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