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PROTEÍNAS IN LOCO
Abstract – The biuret reagent is known for years by its capability of quantifying proteins through
a color change. This work proposes a novel use for it in a spray form, in order to be applied
directly in a crime scene. Studies had been carried out for the behavior of the reagent in several
surfaces, under different light colors and the subsequent image treatments necessary for
improving its response.
INTRODUÇÃO
No campo da pericia criminal, reagentes químicos são utilizados como
testes presuntivos ou definitivos em evidências adquiridas em cenas do crime.
Entre os reagentes utilizados atualmente para identificação de fluídos
corporais, existe certa especificidade em relação ao fluído a ser reconhecido.
Na identificação de sangue o Luminol ® é o reagente com maior destaque
no mercado, utilizado para detecção de traços de sangue [1]. Para identificação
de saliva e sêmen são utilizados métodos mais simples, como o uso de
lâmpadas fluorescentes e/ou coloridas e análises de proteínas específicas [2].
Os primeiros possuem severas limitações, podendo frequentemente ser
inconclusivos, enquanto os últimos, altamente específicos, podem ser caros e
comumente são importados, tornando-se inacessíveis em larga escala.
O reagente de biureto foi amplamente utilizado nas indústrias alimentícia
e bioquímica por possuir a peculiar característica de reagir com proteínas,
alterando sua cor de azul para violeta, tornando possível sua quantificação [3].
Com o aparecimento de reagentes mais específicos e eficientes, como o
reagente de Bradford® [4], o biureto caiu em desuso. Este projeto propõe um
novo uso para o mesmo, como agente de revelação de fluidos corporais ricos
em proteínas (sêmen, saliva, sangue, etc), tomando vantagem de seu custo
acessível, estabilidade e facilidade de preparo.
METODOLOGIA
O princípio do reagente de biureto consiste na complexação dos íons Cu 2+
com grupos amino de proteínas, através do par eletrônico não-ligante do
nitrogênio. Para que a reação aconteça, é necessário o meio alcalino,
garantindo a disponibilidade destes pares, bem como a estabilização dos íons
cúpricos até o momento da complexaçao, feita pela adição de tartarato à
solução. Diversos protocolos são encontrados para o uso do reagente de
biureto, sendo que a referência para este trabalho inclui:
Sulfato de Cobre II pentahidratado (CuSO4.5H2O) 6 mmol/L;
Tartarato duplo de sódio e potássio 0,021 mol/L;
Hidróxido de Sódio (NaOH) 0,75 mol/L [5]
RESULTADOS
Uma análise visual das superfícies com a solução protéica reagida mostra
claramente o surgimento de manchas de cor violeta, como esperado pelo
comportamento do reagente em contato com proteínas, conforme mostrado na
Figura 1.
A B
Tabela 1.Valores dos canais RGB das imagens obtidas para as diversas
regiões das superfícies estudadas.
Canal Reagente Tecido Placa Mancha protéica Mancha protéica
(azul) (branco) (branca) (violeta, tecido) (violeta, placa)
R 74 228 231 85 68
G 104 226 227 69 79
B 156 227 252 79 124
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
A análise das superfícies após a aplicação do reagente mostra que a
aplicação do mesmoexpõe a presença de substâncias de origem biológica,
devido à presença de proteínas. Em uma situação na qual a análise visual não
seja segura, o algoritmo computacional pode indicar variações mínimas após
uma reação com o biureto.Considerando-se seu custo acessível, a facilidade
de sua aplicação e o uso de ferramentas simples para tratamento das imagens
geradas, espera-se que o reagente de biureto seja no futuro incluído como uma
ferramenta forense adicional no repertório dos peritos.
REFERÊNCIAS
[1] FERREIRA, E. C.; ROSSI, A. V.; A quimiluminescência como ferramenta
analítica: do mecanismo a aplicações da reação do luminol em métodos
cinéticos de análise. QUÍMICA NOVA, 25,2002.
[2] SANTUCCI, K. A.; NELSON D.G.; MCQUILLEN K.K.; DUFFY S.J.;
LINAKIS J.G.; Wood's lamp utility in the identification of semen. Pediatrics,
104(6):1342-4, 1999.
[3] WALES, T.W.; SCOTT, T.W.; WHITE, I.G.; Biuret reactive materials in
semen. AuftraL J. Exp. Biol., 39, pp. 455-462., 1961.
[4] ZAIA, D. A. M.; ZAIA, C. T. B. V.; LICHTIG, Jaim.; Determinação de
proteínas totais via espectrofotometria: vantagens e desvantagens dos
métodos existentes. QUÍMICA NOVA, 21(6), pp. 787-793., 1998.
[5] UNESP, Experimentos de Bioquímica. Disponível em:
<http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/reacoes_co
radasdois3.htm>. Acesso em 21 de maio de 2017.
[6] KATZ, D. F.; OWEN, D. H.; A Review of the Physical and Chemical
Properties of HumanSemen and the Formulation of a Semen Simulant. Journal
of Andrology, Vol. 26, No. 4, pp. 459-469., 2005.