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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JARI DA SECRETARIA

MUNICIPAL DE TRANSPORTE DO MUNICÍPIO SALVADOR-BA

  

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Residente e domiciliado a xxxxxxxxxxxxxxx, Boca do Rio,


Cep, xxxxxxxxxx, Salvador-Ba, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria,
com fundamento no artigo 282, parágrafos 4° e 5° da Lei nº 9.503/97, interpor a
presente DEFESA PRÉVIA, contra a aplicação de penalidade por suposta infração de
trânsito da Lei Seca, como segue:

Conforme exposto na Notificação n° datada de, imputada ao veículo


cor                    placa                      renavan, ao mesmo foi imputada a multa do
Art. 306 do Código Brasileiro de Transito:

Art. 306.  Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência

Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o  As condutas previstas no caput serão constatadas por:

I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual


ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade


psicomotora.

§ 2o  A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de
alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
em direito admitidos observados o direito à contraprova.

NARRAÇÃO DOS FATOS

Esclareço que na data do ocorrido, eu não estava com capacidade psicomotora alterada
em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência, no momento em que parei o veículo fui abordado por um agente de
trânsito de forma, arrogante e arbitrária, comportamento que questionei de pronto e tive
respostas não condizentes de prepostos do município, sou cidadão, pago impostos e
procuro respeitar as normas vigentes do país.

VALE RESSALTAR QUE OS AGENTES DE TRÂNSITO NÃO SOLICITARAM O


TESTE DO BAFÔMETRO AO CONDUTOR APRESENTADO POR MIM, PARA
DESLOCAR O VEÍCULO ATÉ MINHA RESIDÊNCIA, fato esse que só faz
comprovar que os agentes naquele momento só queriam me prejudicar, haja vista que os
mesmos tinham o dever de solicitar o teste do bafômetro ao 2º condutor ensejando mais
uma falha no procedimento dos prepostos da transalvador.
O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição
Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars, que significa “ouça-se
também a outra parte”. É um corolário do princípio do devido processo legal, caracterizado pela
possibilidade de resposta e a utilização de todos os meios de defesa em Direito admitidos. No meio
processual, especificamente na esfera do direito probatório, ele se manifesta na oportunidade que os
litigantes têm de requerer a produção de provas e de participarem de sua realização, assim como também
de se pronunciarem a respeito de seu resultado (PAÚL, 2009).

A verdade atingida pela justiça pública não pode e não deve valer em juízo sem que haja
oportunidade de defesa ao indiciado. Assim, não se pode mais conceber o contraditório
de maneira meramente formal, como simples requisito técnico de caráter não essencial,
mas sim, o compreender como sendo realmente imprescindível para um processo justo.
O diálogo judicial conquista dessa forma, lugar de destaque na formação do juízo,
elevando a colaboração e cooperação das partes com o órgão judicial e deste com as
partes, consoante as regras formais do processo. (ALMEIDA, 1973, p. 86-7).

Vicente Greco Filho (2009, p. 249) sintetiza esse princípio de maneira bem prática e
simples:

O contraditório se efetiva assegurando-se os seguintes elementos: a) o conhecimento da


demanda por meio de ato formal de citação; b) a oportunidade, em prazo razoável, de se
contrariar o pedido inicial; c) a oportunidade de produzir prova e se manifestar sobre a
prova produzida pelo adversário; d) a oportunidade de estar presente a todos os atos
processuais orais, fazendo consignar as observações que desejar; e) a oportunidade de
recorrer da decisão desfavorável.

 Por conclusão lógica, constatará essa Egrégia Junta Administrativa, que não é
consistente a presente Notificação de Autuação, baseado na narração dos fatos,
sobretudo o não cumprimento do dever legal por parte dos agentes de trânsito ao
deixar de fazer, ou solicitar o teste do bafômetro do 2º motorista, ou seja o
responsável por deslocar o veículo do local da blitz até a residência do notificado.

Ainda caso entenda que efetivamente ocorreu a multa, então que seja visto o art. 267
da Lei nº 9.503/97, e assim seja imposta a penalidade de advertência por escrito à
infração de natureza leve:

 “Art. 267.  Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou
média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos
últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta
providência como mais educativa.”  

 Ante o exposto, requer o cancelamento da penalidade imposta pelo afronto a


constituição com a conseqüente revogação dos pontos do motorista-conduto.

 P. Deferimento

Salvador, 12 de dezembro de 2014.

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xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - HABILITAÇÃO: xxxxxxxxxxxxxx


 

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