ENZO GABRIEL ARAÚJO DOS SANTOS, menor impúbere, neste ato
representada por JOSÉ ISRAEL MARQUES DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, autônomo, inscrito no RG sob o n. 043582152011-0 e CPF n. 071.209.673-63, domiciliados e residentes em Avenida Mahiba Azar, nº 70, Divinéia, São Luís-MA, vem, por seu advogado in fine assinado conforme procuração anexada, com endereço profissional na Unidade 201, rua 05, nº 24, Cidade Operária, São Luís-MA, CEP: 65058-233, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS C/C
REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA
com fundamento nos artigos 1.694, 1.584 e seguintes do Código Civil, em
face de JOCIVANE DOS SANTOS ARAÚJO, brasileira, autônoma, domiciliada e residente na rua 08, quadra 14, Altos do Coxipó, Cuiabá-MT, CEP: 780885-00, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Com amparo no Código Processual Civil, mormente em seus artigos
98 e seguintes, requer o AUTOR, o Benefício da Justiça Gratuita , inclusive, para efeitos de possível recurso, tendo em vista não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
De resto, salienta que a Assistência Judiciária, mecanismo de
garantia do amplo acesso ao Judiciário, pode ser requerida através de simples afirmação, na própria petição inicial, de que a parte requerente não tem condições de prover as custas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento, a partir do artigo 99 do CPC/15.
"116229071. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. PEDIDO
DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO .
1 – O V. Acórdão, ao examinar o caso, afastou o benefício da justiça
gratuita, essencialmente, sob o argumento de que o artigo 4°, da Lei 1.060/50 não teria sido recepcionado pelo preceito contido no artigo 5°, inciso LXXIV, da Constituição Federal. Entretanto, equivocou- se o decisum hostilizado. Com efeito, o STF já declarou que o referido dispositivo legal foi recepcionado. 2 - Assim sendo, esta Corte já f i rmou entendimento no sentido de que tem presunção legal de Veracidade da declaração firmada pela parte, sob as penalidades da Lei, de que o pagamento das custas e despesas processuais Ensejará prejuízo do sustento próprio ou da família. 3 – Recurso provido, para, reformando o V. Acórdão recorrido, concederão Recorrente os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita. ( STJ – RESP 200401774631 - (710624 SP) - 4B8r3B4p7yhRXuBWLqsQ546WR43cqQwrbXMDFnBi6vSJBeif8tPW85a 7r7DM961Jvk4hdryZoByEp8GC8HzsqJpRN4FxGM9JLAJ. 4 JCF. 5 JCF. 5 . LXXIV" ( Destacou - se.); (***)
"116230518 – RECURSO ESPECIAL – BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA – IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO PELA FAZENDA – COMPROVAÇÃO DO ESTADO DE MISERABILIDADE – DESNECESSIDADE – DECLARAÇÃO DE POBREZA FEITA PELO ADVOGADO DA PARTE BENEFICIÁRIA POSSIBILIDADE – PRECEDENTES – O tema não merece maiores digressões, uma vez que já se encontra assentado neste pretório, no sentido de que não é necessária a comprovação do estado de miserabilidade da parte para a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, sendo suficiente a declaração pessoal de pobreza da parte, a qual pode ser feita, inclusive, por seu advogado. Precedentes. Recurso Especial improvido. ( STJ - RESP 200302100299 - ( 611478 RN) - 28 T. - Re I . Min. Franciulli Netto - DJU 08 . 08 . 2005 - p. 00262 ) "( Destacou- se)
Nesse sentido, o IMPETRANTE, também, invoca o art. 5º, inc. LXXIV, da
Carta Magna, que estabelece como obrigação do Estado, o oferecimento de Assistência Jurídica Integral e Gratuita, não limitando, tal assistência aos pobres na acepção legal, mas sim, aos que se declararem insuficiência de Recursos Fina nceiros.
II – DOS FATOS
JOSÉ ISRAEL MARQUES DOS SANTOS e JOCIVANE DOS
SANTOS ARAÚJO, mantiveram união estável durante 03 (três) anos, morando juntos no atual endereço do AUTOR. De tal relacionamento adveio ENZO GABRIEL ARAÚJO DOS SANTOS, nascido em 02.07.2019 (certidão anexa).
Ocorre, excelência, que em dado momento da convivência, o
relacionamento restou desgastado, motivo pelo qual as partes acabaram se separando. Nesta oportunidade, a RÉ se mudou para o Estado do Mato Grosso desde janeiro desse ano, conforme se demonstra a partir de conversas entre as partes através do whatsapp.
Dessarte, o menor impúbere, ENZO GABRIEL ARAÚJO DOS
SANTOS ficou sob os cuidados de sua família paterna, onde recebeu todo o suporte necessário para a sua subsistência, abrangendo aspectos educacionais, afetivos, alimentares, bem como vestimentas e cuidados com sua saúde.
No que se refere aos aspectos educacionais , convém destacar que o
menor se encontra matriculado na Escola Comunitária Orlando Araújo – Jardim de Infância Por do Sol, conforme Declaração e Controle de Mensalidades devidamente pagos pelo AUTOR. Destaca-se que a criança encontra-se cursando a Creche Escola I – Período Integral da Educação Infantil e que frequentou sua escola até o mês de julho do ano letivo de 2022.
No que atine ao suporte à saúde do menor , esclareça-se que, sempre
que necessário, a criança teve acesso a hospitais, especialmente porque necessita de cuidados específicos, uma vez que tende a estar gripado com facilidade, conforme Boletins de Atendimento Médico e Receituários em anexo. Ato contínuo, cumpre ressaltar que o menor encontra-se devidamente vacinado, conforme Registro da Aplicação das Vacinas do Calendário Nacional, também em apenso.
Além disso, no que atine ao suporte financeiro no custeio de
alimentos e vestimentas, demonstra-se, através de notas fiscais em anexo, que o AUTOR, bem como os avós paternos do menor sempre se preocuparam para que o menor tivesse as melhores condições de cuidados.
Por fim, pede-se vênia para juntar fotografias e vídeos de âmbito
pessoal do AUTOR e de sua família junto do menor impúbere, na clarividente demonstração de afeto e carinho ofertados em seu favor.
Ocorre, excelência, que a RÉ, em visita a São Luís-MA, pediu ao
AUTOR que pudesse visitar o menor no dia 20.07.2022, período de férias escolares. O AUTOR prontamente atendeu o pedido da RÉ, todavia, malgrado a boa-fé do AUTOR, foi surpreendido ao saber que a RÉ havia voltado, junto do menor, para o Estado do Mato Grosso, SEM O SEU CONSENTIMENTO OU AVISO PRÉVIO. Um verdadeiro absurdo!
Tal fato foi relatado no Boletim de Ocorrência nº 190482/2022 em
anexo e pode ser comprovado a partir da conversa por whatsapp entre as partes.
Excelência, o AUTOR dispõe de boas condições de saúde mental e
física, bem como nenhum antecedente criminal, conforme se depreende do Atestado Médico e Certidões de Antecedentes emitidos pelos Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão e Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Deste modo, infere-se que o AUTOR é pessoa de boa índole e
trabalhadora. Tal característica também se estende aos avós paternos que também auxiliam na criação do menor.
O que não se deve permitir, entretanto, é que a falta de
regulamentação da GUARDA COMPARTILHADA DO MENOR ENTRE OS SEUS GENITORES ocasione riscos à saúde e integridade do menor, sobretudo mudanças bruscas em sua rotina, mormente em face dos cuidados especiais que o menor necessita e que estavam sendo exercidos pela família paterna.
É em razão deste entrave que o AUTOR se viu obrigado a recorrer
ao Poder Judiciário para obter respostas e requerer que o menor retorne, o quanto antes, ao convívio da família paterna, o que de logo se requer.
Reitera-se, ainda, que o fato do AUTOR ter concedido a visita da
RÉ ao menor, apenas atesta o seu caráter e o seu desejo de manter sob tutela o melhor interesse do menor.
Todavia, a RÉ não agiu com boa-fé, de modo que, ao viajar
deliberadamente com o menor e, para além disso, de forma desnecessária e leviana, além de expor o menor a riscos de saúde, causou enorme espanto e preocupação na família paterna da criança e o prejudicou quanto à continuidade do período letivo junto ao Colégio Comunitário que já reiniciou suas atividades educacionais.
Tudo isso, excelência, produz enorme inconformismo e prejuízos,
vez que o AUTOR também é responsável pelo pagamento das mensalidades do menor. Nesse sentido, restou necessária e indispensável a propositura da presente Exordial.
Portanto, tem-se que a família paterna exerce boa influência para
com o menor, lhe proporcionando possibilidade de se desenvolver de modo saudável.
Logo, requer-se a manutenção do convívio do menor com a sua
família paterna, não olvidando que, de qualquer maneira, os pais devem contribuir para a formação da criança.
Diante do narrado, o AUTOR vem a Vossa Excelência, requerer a
regulamentação das visitas (uma vez que a guarda deve permanecer com o AUTOR) e a fixação dos alimentos em desfavor da RÉ.
III- DO DIREITO
A pretensão da autora encontra substrato no artigo 1694, parágrafo
primeiro e o artigo 1703 do Código Civil que dizem:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir
uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades
do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada
Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados
judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos.
Referido artigo consubstancia o caso trazido na presente ação.
Presentes os requisitos binomiais NECESSIDADE/POSSIBILIDADE, os alimentos serão devidos, uma vez que é dever dos pais contribuir para o bom desenvolvimento dos filhos. Portanto devida a prestação alimentícia em desfavor do réu.
Sobre a questão da guarda, não sendo possível a guarda
compartilhada, entende a parte autora que deve ficar com a mesma, devendo apenas serem regulamentadas as visitas, conforme o disposto no artigo 15 da lei 6515/77, a lei do divórcio: Art 15 - Os pais, em cuja guarda não estejam os filhos, poderão visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo fixar o juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Nesse sentido, requer a parte autora a regulamentação das visitas ao
______ (alimentando), e a fixação dos alimentos em seu favor, uma vez que é difícil sua mantença apenas com seu salário.
III - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Ante todo o exposto, a parte autora requer:
a) a procedência do pedido, com a condenação do réu ao pagamento de
pensão alimentícia à filha ______ em quantia a ser fixada por Vossa Excelência
b) a manutenção da guarda em favor da mãe pois propicia ambiente
agradável para a boa criação de ________ alimentando
c) a regulamentação das visitas, conforme entendimento de Vossa
Excelência
d) a intimação do ilustre representante do Ministério Público, conforme
artigo 82 do Código de Processo Civil
e) a citação via oficial de justiça do réu para, querendo, oferecer resposta,
sob pena de revelia e confissão ficta
f) os benefícios do parágrafo 2º do artigo 172 do Código de Processo Civil,
uma vez que, em decorrência de sua profissão, pode tornar-se mais difícil a citação
g) o deferimento da justiça gratuita, conforme declaração da autora em
conformidade com a lei 1060/50, por não possuir condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do próprio sustento e de sua família
h) a condenação do réu ao pagamento de eventuais custas e honorários
advocatícios de sucumbência.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em
direito, em especial pelo depoimento das partes, oitiva de testemunhas, provas periciais, juntada de novos documentos, sem prejuízo de outras que se façam necessárias para o bom desfecho do processo. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000 (mil reais).