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Noções Gerais:

- Relação Jurídica: direitos e obrigações


O direito de obrigações está presente em cada ato de nossa vida.

Em uma relação existe a estrutura:


 Sujeito – Vinculo Jurídico – Objeto
O vínculo jurídico decorre de um fato ou ato previsto em norma, que produz
efeitos jurídicos.
Em um perfil funcional: valor constitucional é estabelecido:
 Liberdade – Solidariedade
Nem toda as relações serão regulamentas pelo direito.

A conexão entre relações jurídicas e obrigações?


. As obrigações advêm de uma relação jurídica em que se verificam situações
creditórias.
(credor e devedor)
. Caráter patrimonial
. Possibilidade de o credor exigir do devedor o cumprimento da prestação.

Perfil Estrutural da Relação Jurídica Obrigacional


- Sujeito:
Polo ativo (credor) – detentor de um crédito.
Polo passivo (devedor) - adstrito a um dever jurídico.
- Objeto:
Prestação de conteúdo patrimonial (dar, fazer, não fazer)
- Vinculo jurídico:
Crédito x Débito

Portanto:
Autonomia – Liberdade – Solidariedade – Igualdade Substancial – Boa-fé
Objetiva – Função Social
Síntese das Obrigações
- Relação jurídica
- entre credor e devedor
- de natureza transitória
- conteúdo um comportamento
- economicamente apreciável

Aspecto Histórico
. Direito Romano:
-vínculo personalizado
- privação de liberdade do devedor
- Direito potestativo e Estado de Sujeição
. Direito Alemão:
- Savigny: a obrigação como forma especial de propriedade do credor, não
sobra a pessoa do devedor, mas sobre um dos seus atos
. Direito contemporâneo:
- Responsabilidade patrimonial: débito garantido pelos bens do devedor.
Exceção – Prisão do devedor de alimentos

Conceitos e Distinções:

Direito das Obrigações


. conjunto de noções, princípios e regras que regem relações jurídicas
patrimoniais entre sujeitos.
. criação de vínculos jurídicos que estabelecem prestações de dar, fazer ou não
fazer, de uma ou mais pessoa em proveito de outra(s).

Gênero/Espécie
01 – Dever Jurídico: atuação exigida pela norma para a produção de um
resultado ultil cujo descumprimento gera uma sanção
02 – Obrigação: dever jurídico específico individualizado que incide sobre
pessoas determinadas ou determináveis, nominadas credor e devedor, e tem
por objeto uma prestação de dar, fazer, ou não-fazer.
03 – Ônus: adoção de uma conduta não pela imposição de norma, mas para a
defesa de um interesse próprio.
04 – Sujeição: relaciona-se com a categoria dos direitos potestativo já que uma
das partes encontra-se na posição de poder – potestade – e a outra em estado
submissão.

Direitos Subjetivos Patrimoniais


I- Direitos obrigacionais: Crédito
II- Direitos Reais: Propriedade
Teoria dualista é adotada!!

Quanto a formação:
I- Direitos obrigacionais: direito a autodeterminação na esfera
patrimonial Numerus Apertus (Rol exemplificado)
II- Direitos Reais: criados pela lei e limitados (art 1.225) Numerus
clausus (Rol taxativo)
Quanto ao objetivo:
I- Direitos obrigacionais: prestação economicamente apreciável,
comportamento (mediatividade)
II- Direitos Reais: Poder direto e imediato (domínio) sobre a coisa com
exclusividade (imediatividade)
Quanto à eficácia:
I- Direitos Obrigacionais: eficácia relativa, inter partes. Não são
oponíveis a terceiros estranhos à relação obrigacional
II- Direitos Reais: Eficácia erga omnes. A relação se estabeleve entre o
titular do direito real e o sujeito passivo universal
Quanto à garantia:
I- Direitos obrigacionais: patrimônio do devedor
II- Direitos Reais: Direito de preferência (sequela)

- Teoria da Essencialidade:
I- Direito de preferência – exclusão, em beneficio do titular do direito real, de
toda situação jurídica com ele incompatível (ex: arts. 955 ao 965 – CC)
III- Sequela – Faculdade de perseguir ou reivindicar a coisa onde e com
quem quer ela se encontre.
IV- Não são atributos exclusivos dos Direitos Reais. Ex: crédito
privilegiado (art. 83, I, Lei 11.101)
Quanto à hierarquia:
I- Não há hierarquia
II- Direito de Prevalência do 1° registro
Quanto à duração:
I- Transitório (obs: obrigação de não fazer)
II- Permanente

Superação da Dicotomia Clássica


. Funcionalização das relações patrimoniais
. Analisar quais interesses são atendidos pelo crédito (ex. subsistência, saúde)
. Toda relação patrimonial (seja de direito real, seja de direito obrigacional)
deve ser pautada por u interesse legitimo de tutela que permita o
desenvolvimento da personalidade humana.

Fontes das Obrigações – art. 233 do CC


1- Caio Mario: Vontade humana e Lei
2- Carlos Roberto Gonçalves: Vontade humana; a lei e o ato ilícito (art.
927)
3- Orlando Gomes: Lei; fenomenologia jurídica (fato, ato, negócio jurídico)
4- Noronha: vontade e lei não são fontes de obrigações, pois existe entre a
norma e a obrigação um acontecimento, uma situação real que é a
verdadeira fonte da obrigação
5- Código Civil Italiano: art. 1173 “As obrigações derivam do contrato, do
ato ilícito ou de qualquer outro ato ou fato idôneo a produzi-lo em
conformidade com o ordenamento jurídico”.
Obrigações:
1- Negociais: autonomia privada é da essência do negócio em que o
ordenamento concede ao indivíduo o poder para criar as suas próprias
normas.
2- Responsabilidade Civil: decorrem de todo e qualquer ato que seja fonte
de responsabilidade (ato ilícito, ato licito) – a obrigação de indenizar não
mais se assenta no pressuposto da ilicitude, e sim no resultado lesivo.
3- Enriquecimento sem causa (art. 884-886): enriquecimento sem causa =
gênero – pagamento indevido (art. 876) = espécie (pagamento
objetivamente indevido, pagamento subjetivamente indevido)
4- Boa-fé Objetiva: alargamento do conteúdo contratual. (cânone
hermenêutico interpretativo, norma de criação de deveres jurídicos e
norma de limitação ao exercício de direitos subjetivos)
Hipóteses em que o Código Civil afasta a possibilidade de repetição de
indébito:
Art. 882: não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita ou
cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Art. 883: não é possível a restituição àquele que deu alguma coisa para obter
ilícito, imoral ou proibido por lei.
- Enriquecimento sem causa não se confunde com enriquecimento ilícito.
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários.
Art. 885 A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que
justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.

Princípios que fundamentam o direito Civil historicamente:


I- Socialidade- todo direito subjetivo deve necessariamente
corresponder a uma função social. Todo exercício do direto deve
estar de acordo fundamento valorativo, com o sentido axiológico da
norma
II- Operabilidade- as normas devem ser claras e efetivas para que a
pessoa humana em sua concretude seja tutelada. Por essa razão, no
direito das obrigações, há normas que determinam a análise
conforme as circunstancias do caso, natureza da situação, usos do
lugar.
III- Eticidade- concretizado principalmente na boa-fé, função social
(propriedade, posse) abuso de direito, equidade (equilíbrio
contratual)

Introdução:
1- Concepção clássica: o intuito das obrigações foi criado para garantir o
crédito e por conseguinte os poderes do credor. Direito potestativo e
Estado de sujeição.
2- Concepção contemporânea: não há hierarquia entre credor e devedor,
ambos devem ser encarados como sujeitos em posição de igualdade,
pois ambos são titulares de direitos fundamentais.
 Elementos constitutivos
- Sujeito
Elemento Subjetivo:
Sujeito credor: pode exigir o cumprimento da obrigação
Sujeito devedor: deve cumprir a obrigação.
1- Duplicidade - a relação é dual porque existem dois polos, mas esses
polos podem ser integrados várias pessoas.
2- Capacidade – a incapacidade não é causa de impedimento obrigacional.
Ex: credor de obrigação alimentícia, art. 928
3- Determinabilidade – sujeito pode ser, inicialmente indeterminado –
haverá determinação quando do cumprimento
- Objeto
Objeto Imediato: prestação positiva (dar ou fazer) ou negativa (não dar ou não
fazer)
Objeto Mediato: objeto da prestação
1- Teorias Mistas: Orlando Gomes – o direito obrigacional tem por fim
imediato a prestação e, de modo remoto, a sujeição do patrimônio do
devedor.
2- Teoria personalistas: Direito de domínio sobre a pessoa, podendo levar
o devedor inadimplente à escravidão, e privação de liberdade.
3- Teorias realistas: o credito é um direito sobre o patrimônio do devedor
Art. 104, II, CC: objeto licito, possível, determinado ou determinável.
Licitude: ilicitude causa a nulidade, se começou ilícito e virou licito durante o
processo do contrato, ainda é anulável.
Possibilidade:
. Impossibilidade contemporânea
. Impossibilidade superveniente
Determinabilidade:
. Determinável – indicação do número e do gênero
Patrimonialidade:
Clássica: débito
Moderna: Sanção, responsabilidade
1° Grupo (Fernando de Noronha, Daniel Carnacchioni): a patrimonialidade é do
prejuízo causado à vitima e não do seu direito de personalidade, ou seja, a
prestação não precisa ter valor econômico, mas o interesse do credor deve ser
digno de tutela.
2° Grupo (San Tiago Dantas e Maria Helena Diniz): exigem que a prestação
econômica sob o argumento de que havendo descumprimento será possível a
análise dos danos, reparação.
Corrente não-patrimonialista: repudia a essencialidade do objeto patrimonial da
obrigação. Não é possível exigir a patrimonialidade como critério, pois tal
exigência diminui a proteção conferida aos deveres não patrimoniais.
- Vinculo Jurídico
Concepção Tradicional: as partes vinculavam-se apenas pela vontade
Concepção Contemporânea: não há relação jurídica entre credor e prestação
ou entre devedor e a prestação – Sempre entre sujeitos. O vinculo jurídico se
estrutura na lógica da obrigação como sendo um processo. Não é so o dever a
prestação – há deveres de prestação e deveres de conduta (diligencia,
informação, cuidado, transparência, lealdade)
- Teoria dualista
Relação material que vincula credor e devedor – o débito, na qual o credor tem
direito à prestação e o devedor tem a obrigação de pagá-la, adotar o
comportamento desejável.
A relação de responsabilidade que é a sujeição do patrimônio do devedor à
satisfação da prestação.
RESPONSABILIDADE SEM DÉBITO: fiança, Aval, Direitos Reais de Garantia
DÉBITO SEM RESPONSABILIDADE: obrigações juridicamente inexigíveis.
- Teoria unitarista
Débito e responsabilidade são indissociáveis, porque são aspectos de uma
mesma relação
- Teoria publicita ou processualista
Responsabilidade é um fenômeno do direito processual e não o direito material,
pois é o Estado, titular da função jurisdicional, que tem o poder de agredir o
patrimônio do devedor e não credor.

02/06
Obrigação Divisível, indivisível, solidária
. Obrigação Divisível:
Obrigação divisível com um só devedor e um só credor: Obrigação Cumulativa
a- Um só vinculo
b- Pluralidade de prestações (dar, fazer, não fazer)
c- Regra: identidade da coisa devida
d- O inadimplemento de uma das prestações envolve o descumprimento da
obrigação.
Obrigação divisível com pluralidade de devedores ou credores
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas,
quantos os credores ou devedores.
Havendo pluralidade de credores ou devedores, sendo a prestação divisível e
inexistindo solidariedade, cada um dos titulares terá autonomia e
independência em relação à sua cota-parte
- pluralidade de devedores: existem tantas obrigações iguais e distintas quanto
forem os devedores, sendo necessário mensurar quanto casa sujeito tem que
prestar. A não manifestação deixa implícito a proporção igual
- pluralidade de credores: mesmo que o devedor preste o todo para um credor,
ainda fica obrigado a prestar para os outros. A quitação de um credor não
implica no adimplemento da obrigação, porque os credores NÂO são solidários.
Deve-se então prestar a quota-parte para cada credor.
Obs: enriquecimento sem causa

- Cada um dos credores só tem direito a exigir a sua parte;


- Se o devedor paga a dívida inteira a um dos credores, não se exonera em
relação aos demais;
- O credor que se recusa a receber a sua parte, pretendendo a integralidade da
dívida ou valor diverso, pode se constituir em mora e ainda ser obrigado a
custear o dispêndio advindo do descumprimento do prazo;
- Cada devedor só responde pela sua quota;
- Prescrição corre independente para cada obrigação;
- A insolvência de um dos codevedores não aumenta a quota dos demais.

. Obrigação Indivisível
- Indivisibilidade: física, voluntária (ex: art. 1320, CC), legal (indivisibilidade de
lote urbano com menos de 125 m² - lei 6.766/79)
- Bens divisíveis e indivisíveis: art. 87 e 88, CC.
- art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma
coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de
ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

Pluralidade de devedores (art. 259, CC)


. Os devedores não podem solver pro parte
. Na insolvência de devedor, os demais continuam responsáveis pela totalidade
da dívida
. A prestação é exigível por inteiro pelo credor e quem pagar fica sub-rogado
em todos os direitos do credor
. A prescrição beneficiará a todos os devedores, ainda que se aplique por
causa de apenas um deles
Pluralidade de credores (art. 260, CC)
. Cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e o devedor
desobriga-se pagando a um ou a todos;
. Pagando somente a um, deverá pedir uma caução de ratificação (art. 260, II),
que o desobrigará quanto aos demais credores;
. O credor que recebeu o pagamento integral deverá reembolsar os demais
(art. 261)

Caução de Ratificação: Garantia oferecida pelo cocredor que recebe o


pagamento de que os demais cocredores reputam válido o pagamento.
NCPC, art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele
que não participou no processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na
proporção de seu crédito.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficara extinta
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do
credor remitente.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação, que se resolver em
perdas e danos.
§ 1° Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os
devedores responderão todos por partes iguais.
§ 2° Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só
esse pelas perdas e danos

. Obrigação Solidária
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um
credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida
toda.
- Pluralidade subjetiva e unidade objetiva: cada credor ou devedor atua como
se fosse o único da classe.
. Pluralidade de credores (solidariedade ativa): cada um tem direito à dívida por
inteiro
. Pluralidade de devedores (solidariedade passiva): cada um é responsável
pela dívida na sua integralidade (fenômeno da expansão da responsabilidade
individual)

01. A obrigação se extingue mediante o pagamento por qualquer dos


devedores e recebimento da prestação por qualquer dos credores
02. A solidariedade só se manifesta nas relações externas
03. A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes
(art. 265, CC)
04. Exemplos de solidariedade legal: art. 680 (mandato), art. 1986
(testamenteiro), art. 18, CDC (fornecedor)

Solidariedade Indivisibilidade

Resulta de título ou lei Resulta do objeto


Cada devedor deve por inteiro Ocorre impossibilidade de
Cada credor tem crédito ao todo pagamento fracionado
Cessa com a morte dos devedores Subsiste em relação aos herdeiros
Persiste quando transformada em Extingue-se quando transformada em
perdas e danos perdas e danos

Obrigação de meio e Obrigação de Resultado?


Aula 15 – Cessão de Crédito

- transmissão da obrigação (polo ativo ou passivo) : substituição pessoal em


um dos ou nos dois polos de relação jurídica.
. Pode dar-se por ato inter vivos ou mortis causa.
- mortis causa: sucessão – a titulo universal ou singular – direito sucessório
- inter vivos: cessão de crédito e assunção da dívida – a título singular –
realização de um negócio jurídico.
Não há extinção da dívida e nem a criação de uma nova relação jurídica
obrigacional.

Cessão de Crédito (civil)


Partes: cedente e cessionário.
- Definição: um credor (cedente) cede seu crédito a outro (cessionário), com
acessórios e garantias, salvo disposição em contrário (art. 287)
Substituição subjetiva no polo ativo da obrigação: cessão de crédito (civil) e a
cessão por meio dos títulos de crédito (direito empresarial)
Os sujeitos devem se adequar ao que a relação jurídica exige
- classificação:
1- Legal: tem origem na norma jurídica. Independente do registro ou da adoção
de instrumento específico. EX: art. 287 – acessórios da obrigação (princípio da
gravitação jurídica)
2 – Judicial: oriunda de decisão judicial
3 – Voluntária/convencional: decorre de negócio jurídico (art. 286)
- restrições:
I- Natureza da obrigação: refere-se aos sujeitos, não ao objeto, ocorre quando
a característica do credor importa, tem que tá norma.
II – Lei: Série de vedação de créditos, por questão de segurança
III – Convenção: Cessão de crédito é um direito do credor, porém as partes
podem decidir, juntas, de que não há necessidade de tal efeito dentro da
relação jurídica, essa situação deve estar expressa no instrumento que
organiza a relação entre ambas as partes.
Quanto as obrigações: Quanto à extensão:
. Cessão à título oneroso . Cessão Total
. Cessão à título gratuito . Cessão Parcial

Formalidades:
Art. 288 – forma é livre, não é necessário instrumento público
Art. 289 – O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a
cessão no registro do imóvel.
Para que a cessão tenha eficácia contra terceiros, deve ser registrada, por
instrumento público ou particular
Regras:
Art. 290- a cessão de credito não tem eficácia em relação ao devedor, senão
quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito
público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
A ciência do devedor nãp repercute na validade da cessão, apenas na sua
eficácia.
A notificação, por implicar em uma ciência a respeito da cessão, impede que o
devedor pague ao credor primitivo.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se
completar com a tradição do título do crédito cedido.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da
cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão
notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com título de cessão, o da
obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a
prioridade da notificação.
O pagamento pelo devedor ao credor originário antes da notificação configura-
se como válido – credor putativo
Art. 293. Independente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o
cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem,
bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão,
tinha contra o cedente.
O crédito transfere-se com as mesmas caraterísticas ao cessionário.
O devedor que tem exceção pessoal deve declará-la no momento da
notificação.
Responsabilidade – Art. 297
O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem
que ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito
com cobrança.
O cedente somente se responsabiliza pela situação do devedor no momento e
no contexto do negócio cessão de crédito.
A insolvência superveniente ao negócio cessão desonera o cedente de
qualquer responsabilidade.
O momento para verificar a responsabilidade prevista no art. 297 é aquele em
que se efetiva o negócio cessão e não o previsto para o adimplemento.

Aula 16 – Cessão de Débito


Conceito: alteração na figura do devedor, em que um terceiro entra na relação
obrigacional, assume a posição do devedor originário.
. A assunção não altera o vínculo originário e a prestação, mas tão somente o
elemento subjetivo, o polo passivo da relação.
. Pressuposto: a obrigação transferida deve realmente existir, não conter causa
de invalidade.
. Forma: a princípio, livre. Mas, para ter eficácia contra terceiros, necessário o
registro.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo,
salvo se aquele, ao tempo de assunção, era insolvente e o credor ignorava.
Modalidades:
- Unifigurativa (expromissão): Liberatória: há liberação do devedor originário.
Não depende do consentimento do devedor primitivo.
Cumulativa: Devedor primitivo não é excluído da relação material. Há uma
ampliação do polo passivo.
Requisito:
Consentimento do Credor (art. 299- não exclui a possibilidade da assunção
cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis
pelo débito com a concordância do credor)
Qualquer parte pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção
da dívida.
- Bifigurativa (delegação): Liberatória: Haverá exclusão do devedor primitivo se
o credor concordar com a substituição no polo passivo.
Requisito:
Consentimento do credor
Validade do Negócio jurídico (art. 166 – 171)
Solvência do novo devedor ao tempo da assunção da dívida (art. 299)

Estudo:
Elementos constitutivos das obrigações:
Elemento imaterial diz respeito ao elo que sujeita o devedor a determinada
prestação em favor do credor, criando-se o vínculo legal que une esses sujeitos
Conforme dispõe a norma civilista brasileira a respeito das obrigações
alternativas, é correto afirmar:
I. No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles,
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
III. A escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
IV. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção
poderá ser exercida em cada período.

Herculano aceitou figurar como fiador solidário de seus sobrinhos, Enzo e


Gabriel, quando eles alugaram um imóvel. O contrato previa o pagamento de
aluguel mensal de R$ 2.000,00, sob pena de juros. Após um ano de vigência
do negócio, os sobrinhos começaram a ter dificuldades financeiras e ficaram
inadimplentes por dois meses, quando a locadora, Efigênia, passou a cobrar o
pagamento do total devido, com os encargos, diretamente de Herculano.

Sobre o caso, é correto afirmar que: 

mesmo que reste comprovado que o atraso se deu somente por culpa de Enzo,
Efigênia pode exigir a totalidade da dívida de Gabriel, mas somente Enzo
responderá perante ele pelo acrescido.

Quando existem credores solidários, se diz que a solidariedade é da parte dos


sujeitos ativos, ou simplesmente solidariedade ativa. 

Certo
O conceito de obrigação pode ser definido como a relação jurídica permanente,
existente entre um sujeito ativo, denominado credor, e um sujeito passivo,
denominado devedor, cujo objeto consiste em uma prestação situada no
âmbito dos direitos pessoais, positiva ou negativa. 

Errado

Resposta Correta:

Washington de Barros Monteiro – a obrigação é “a relação jurídica, de caráter


transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa
prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao
segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”.

Rubens Limongi França – “é o vínculo jurídico ou de equidade, pelo qual


alguém está adstrito a, em benefício de outrem, realizar uma prestação”.

Álvaro Villaça Azevedo – “a obrigação é a relação jurídica transitória, de


natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado ao credor, devendo
cumprir determinada prestação positiva ou negativa, cujo inadimplemento
enseja a este executar o patrimônio daquele para a satisfação de seu
interesse”.

Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho – obrigação é a “relação


jurídica pessoal por meio da qual uma parte (devedora) fica obrigada a cumprir,
espontânea ou coativamente, uma prestação patrimonial em proveito da outra
(credor)”.

Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald – “relação jurídica transitória,


estabelecendo vínculos jurídicos entre duas diferentes partes (credor e
devedor), cujo objeto é uma prestação pessoal, positiva ou negativa, garantido
o cumprimento, sob pena de coerção judicial”.

Acerca das obrigações e contratos, assinale a alternativa INCORRETA:

Cada um dos credores solidários tem o direito de exigir do devedor o


cumprimento da prestação por inteiro ou parcial.
Em relação ao direito das obrigações, todas as opções estão corretas,
EXCETO: 

Como regra, nas obrigações alternativas a escolha cabe ao credor, salvo se


houver estipulação em contrário. 

No cumprimento das obrigações, será reputado válido o pagamento

feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois


de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Considere a hipótese de, numa obrigação de dar coisa certa a três distintos
credores, de um objeto ser indivisível. Nesse caso, quanto à forma correta de
pagamento, a lei civil estabelece o seguinte:

cada um dos credores poderá exigir a dívida inteira

A relação jurídica é o cerne de todo o direito. Sua composição é complexa e


seus elementos variados. Contudo há um dentre eles, que constitui a sua
essência, pois permite distinguir a relação jurídica das demais relações de
cunho social, moral, religioso, biológico, etc. Aponte, dentre as alternativas a
seguir propostas, qual éesse elemento. O vínculo de atributividade.

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