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Identificação de Perigos e Avaliação de

Riscos de SST
Processo de avaliação dos riscos de SST
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

Como vimos, é necessário que uma organização identifique todos os perigos que possam existir nas suas
atividades. Isso inclui não somente aquelas atividades que têm relação direta com o trabalho, como também
qualquer outra situação que possa levar os trabalhadores a sofrerem algum dano.

Dentro dessa análise, que é bastante abrangente, vimos que existem algumas perspectivas que podem ser
levadas em consideração no momento do levantamento dos perigos existentes e que ajudam a garantir que
nenhuma situação perigosa tenha sido deixada de lado.

A situação das atividades rotineiras, não rotineiras, emergências e as situações de mudanças devem ser
abordadas, considerando os fatores humanos e as características de cada processo, seus materiais,
equipamentos, ferramentas e procedimentos próprios. O próximo passo desta análise é realizar uma
avaliação dos riscos de SST relacionados a tais perigos.
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

A avaliação do risco puro consiste na ponderação entre probabilidade e gravidade de uma


maneira direta, sem levar em consideração qualquer controle existente, que poderia
atenuar uma das duas características. A ideia com a avaliação do risco puro é entender,
dentre os perigos identificados, aqueles mais significativos, de maneira a comparar os graus
de risco para cada perigo em seu potencial máximo. Aqui vamos considerar a
probabilidade real de ocorrência de uma situação de perigo, associada ao máximo de dano
que aquele perigo poderia causar.
5 AVALAIÇÃO DE RISCOS DE SST

Probabilidade
(sem controles)

Perigo Grau de risco


Atividade
identificado puro

Gravidade
(sem controles)

Processo de avaliação do risco puro


5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

Já na análise do risco residual, ao contrário do risco puro, os controles já existentes são


considerados e o grau de risco residual, ao final, levará em conta o quanto que tais
controles são suficientes e eficazes para reduzir o risco puro original a um nível de risco
tolerável.

Podemos dizer, então, que o risco puro é um elemento importante de comparação dos
perigos entre si, enquanto a análise do risco residual coloca em perspectiva os controles.
5 AVALAIÇÃO DE RISCOS DE SST

Probabilidade
(com controles)

Perigo Controles Grau de risco


Atividade
identificado existentes residual

Gravidade
(com controles)

Processo de avaliação do risco residual


5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

Após a avaliação do risco residual; considerando dos controles, a organização deve comparar este grau de
risco ao seu grau de risco máximo admissível.

Caso o risco residual seja menor do que esta tolerância determinada isso significa que os controles existentes
são suficientes para diminuir a probabilidade ou a gravidade da manifestação e exposição àquele perigo a um
nível tolerável e é possível que desde que sejam mantidos na condições adequadas para proteger os seus
trabalhadores.

Agora se o grau de risco residual ainda for mais alto do que o grau de risco tolerável, é necessário
estabelecer novas ações, para diminuir ainda mais a probabilidade e/ou a gravidade de tais perigos e
submeter a situação a uma nova análise de riscos residuais, considerando os novos controles
implementados.
Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST

Probabilidade
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

Segundo a norma ISO 31000:2018, a probabilidade, está associado à “chance de algo acontecer”.

Em termos de SST a avaliação de probabilidade de um perigo está relacionada à chance daquele evento
perigoso se manifestar.

A verdade é que o nível de complexidade que terão os critérios para a determinação da probabilidade dos
perigos deve ser adequado a cada tipo de organização baseado, em especial, na complexidade dos próprios
perigos.

Uma metodologia que leve em conta poucos níveis possíveis de probabilidade com definições simples, ainda
que claras sobre cada nível pode ser adequada para um escritório, em que as atividades não são em si,
perigosas, mas pode não ser suficiente para identificar os perigos existentes na área produtiva de uma
indústria química, que demandará critérios que acompanhem seu nível de complexidade.
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

Nessa metodologia de análise temos três pontos de vista diferentes para avaliar a probabilidade do perigo se
manifestar:
➢ a primeira é uma ponderação a respeito de como se espera que o perigo se comporte dentro daquele
processo, o que vai exigir uma análise detalhada das características de cada processo;
➢ a segunda é uma perspectiva histórica de ocorrência, o que exigirá uma visão mais ampla e conhecimento
da atividade (talvez seja necessária consulta aos gestores para ter essa perspectiva histórica);
➢ a última é o grau de exposição direta ou indireta das pessoas àquele perigo.
Neste caso é importante envolver aqueles diretamente envolvidos nos processos para obter suas visões.
Pode ser feito uso das medições realizadas para a preparação do PPRA (NR 9) ou do Laudo Ergonômico (NR 17)
como base de análise para alguns tipos de perigos. Para que seja possível, posteriormente, cruzar o grau
probabilidade com o grau de gravidade, o usual é estabelecer, para cada nível, uma pontuação, que será a
base para a determinação de níveis de tolerância.
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

PROBABILIDADE CRITÉRIO PONTOS


- Ocorre frequentemente na atividade.
Muito alta - Os registros apontam que tal situação não fica por um longo tempo sem ocorrer
- Há exposição direta do trabalhador.
5
- Ocorre periodicamente na atividade, mesmo que esta frequência não seja alta.
Alta - Há registros históricos recentes de que tal situação tenha ocorrido.
- Pode haver exposição direta do trabalhador e certamente há exposição indireta.
4
- Pode ocorrer ocasionalmente, em situações pontuais, mas sem que haja uma
frequência de ocorrência.
Média - Há registros históricos na organização que demonstram que tal situação já ocorreu
no passado.
3
- A exposição direta ou indireta do trabalhador à situação é pouco provável.
- Pode haver ocorrências em situações específicas, mas não se espera que tais
situações venham a acontecer.
Baixa - Há registros históricos de ocorrências em outras organizações do mesmo Segmento
- Não há exposição direta do trabalhador à situação e a exposição indireta é
2
improvável.
- Ainda que seja possível de ocorrer, não se espera que ocorra durante a existência do
processo, em nenhuma situação.
Muito baixa - Não há registros de ocorrência ao longo do tempo. 1
- Não é esperado que haja exposição direta ou indireta do trabalhador à situação.
Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST

Gravidade
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

A intensidade de uma lesão ou doença no caso de um perigo manifestado é a outra


premissa a ser levada em consideração na avaliação dos riscos de SST.

Igualmente se faz necessário que a gradação dessa severidade seja bem definida e que a
análise não fique presa a critérios subjetivos.

Serão adotados cinco níveis diferentes de gravidade, como feito com a avaliação de

probabilidade.
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

GRAVIDADE CRITÉRIO PONTOS


Muito alta Danos que causam incapacidades irreversíveis ou invalidez. Óbito. 5
Lesões ou doenças incapacitantes a longo prazo ou que há chances de consequências
Alta irreversíveis que podem gerar sequelas prejudiciais à vida normal do trabalhador
4
Lesões ou doenças incapacitantes a longo prazo ou que há chances de consequências
Média irreversíveis que podem gerar sequelas prejudiciais à vida normal do trabalhador
3
Lesões leves, geralmente com aplicação apenas de primeiros socorros, sem
Baixa necessidade de remoção hospitalar
2
Muito baixa Não há danos físicos ou mentais, pode gerar algum desconforto passageiro. 1
Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST

Avaliação do risco
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

GRAU DE RISCO CRITÉRIO PONTOS


Níveis de riscos intoleráveis. São necessárias ações de
Alto controle adicionais. 10-25
Riscos importantes. É recomendável a adoção de
Médio medidas de controle mais efetivas e monitoramento 4-9
constantes
Riscos importantes. É recomendável a adoção de
Baixo medidas de controle mais efetivas e monitoramento 1-3
constantes
Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST
Avaliação do risco em atividades rotineiras
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CASE - FABRICAÇÃO DE AMORTECEDOR


DE BORRACHA.

Perigos e danos associados


******************************
Atividade: homogeneização da borracha
Perigo: contato com partes móveis
Dano: esmagamento de membros superiores
Situação: atividade rotineira
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE - FABRICAÇÃO DE AMORTECEDOR DE BORRACHA


AVALIAÇÃO DO RISCO PURO

Há exposição direta do trabalhador

Dano grave; possível óbito


5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE - FABRICAÇÃO DE AMORTECEDOR DE BORRACHA


AVALIAÇÃO DO RISCO RESIDUAL

Não há exposição direta do trabalhador

Dano grave; possível óbito


Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST
Avaliação do risco em atividades
emergenciais
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CASE – MANUTENÇÃO NO ALMOXARIFADO.

Perigos e danos associados


******************************
Atividade: Manutenção nos porta-pallets
Perigo: Exposição à incêndio por atividade de solda
Dano: Queimaduras graves, possível óbito
Situação: Emergência
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE – MANUTENÇÃO NO ALMOXARIFADO


AVALIAÇÃO DO RISCO PURO

Todo estrutura de soldagem no local e há exposição


direta do trabalhador em condições normais

Danos incapacitantes e possível óbito


5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE – MANUTENÇÃO NO ALMOXARIFADO


AVALIAÇÃO DO RISCO RESIDUAL

Todo estrutura de soldagem no local e há exposição


direta do trabalhador em condições normais
Dano significativo, reversível com afastamento
temporário
Risco Alto = 10 a 25 - Níveis de riscos intoleráveis. São
necessárias ações de controle e nova análise de risco.
Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos de SST
Avaliação do risco em atividades não
rotineiras
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CASE – Manutenção na iluminação periférica


Refletor aéreo usado para operação noturna queimado.

Perigos e danos associados


******************************
Atividade: Manutenção elétrica no refletor
Perigo: Contato com fonte energizada, choque
elétrico
Dano: Queimaduras graves, possível óbito
Situação: Não rotineira
5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE – MANUTENÇÃO NA ILUMINAÇÃO PERIFÉRICA


AVALIAÇÃO DO RISCO PURO

Atividade não rotineira e há exposição direta do


trabalhador em condições normais

Danos incapacitantes e possível óbito


5 AVALIAÇÃO DE RISCOS DE SST

CASE – MANUTENÇÃO NA ILUMINAÇÃO PERIFÉRICA


AVALIAÇÃO DO RISCO RESIDUAL

Improvável a ocorrência, a exposição do trabalhador é


sempre indireta, probabilidade baixa
Gravidade baixa, pouca ou nenhum prejuízo físico e
mental
Baixo = 1 a 3 Riscos pouco significativos, que terão baixo impacto
na organização, mas é importante manter o monitoramento.

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