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Títulos de crédito - trabalho 

segunda-feira, 24 de maio de 2021  04:13 

Com vista à exposição anterior, acerca do conceito de documento e da existência dos


títulos de crédito no domínio virtual, é notória a relação entre o referido tópico e a
matéria da cartularidade para a conformação do objeto dos títulos de crédito em meios
digitais. 
Nessa ambiência, umas das preocupações apresentadas pelo autor tem como foco o
fato de que, os documentos digitais, ainda que aceitos no mundo jurídico, possuem
certos pontos frágeis que poderiam facilmente ser abordados em situações de ação de
má-fé, ou seja, mesmo que preferíveis em questão de praticidade, os títulos cambiários
representados por meio virtual estariam suscetíveis a questionamentos no que tange a
segurança jurídica do título.  
A partir disso, entra em pauta o princípio da cartularidade, instrumento essencial à
comprovação do direito de crédito e facilitador a circulabilidade dos títulos de crédito de
modo seguro. Ademais, a cartularidade alia-se ao princípio da literalidade, posto que, é
neste instrumento que deverá ser indicada a obrigação a ser adimplida, a direito do
titular. 
Igualmente, bem como afirmou o autor no tópico 1.2.1 (Cartularidade), a representação
do título cambiário, mediante a figura da cártula, é exercida desde as primícias do
estabelecimento da utilização de títulos de crédito. Por conseguinte, é associada à
caracterização da cártula como objeto documental disposto em papel e não sob a
perspectiva de que mesmo em meio virtual, a cártula não perderá sua função e
respeitará os requisitos, a exemplo da descrição da obrigação creditícia, item oriundo
do princípio da literalidade.  
Tendo em vista a possibilidade de que essas preocupações se configurassem como
impasses, no que tange a apresentação da cártula, vê-se, segundo o autor, que há, no
próprio Código Civil de 20002, normatização relativa a requisitos necessários a
emissão de título de crédito a partir de meio virtual, desde que em observância aos
requisitos exigidos em Lei.  
Dessa maneira, é evidente a tentativa legal de garantia de que somente aquele que
tem direito ao título cambiário possa apresentá-lo digitalmente, já que estará
preenchido nominalmente, assinalando a pertença ao devido portador (art. 889, § 3º,
do CC 2002). Além disso, este também deve estar "protegido", em caso de endosso,
pela emissão de termo devidamente escriturado.  
Por fim, importa notar que neste trecho o texto trata de termos fundamentais a temática
dos títulos de crédito como, os princípios da cartularidade; da literalidade, da
característica da circulabilidade, da figura do endosso, além de sugerir a constituição
de institutos de registro e suporte aos títulos cambiários emitidos digitalmente,
oportunizando a facilitação do uso destes e maior segurança jurídica. 
 

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