ISSN 1984-9354
APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE
MEDIÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA
MANUTENÇÃO EM PORTOS: O CASO
DO PORTO DE TUBARÃO (ES) DA VALE
Resumo
A manutenção é estratégica e fundamental nos processo operacionais
portuários e sua gestão vem ao encontro do desafio da competitividade
de uma empresa, como a Vale. O artigo analisa e identifica técnica de
avaliação de produtividade das eqquipes de manutenção do Complexo
Portuário de Tubarão, localizado em Vitória (ES) e operado pela Vale.
O estudo de caso compreendeu revisão bibliográfica, a análise de
relatórios gerenciais e a realização de entrevistas semiestruturadas
com pessoal técnico responsável. O estudo do tempo de cada tarefa
compreende estratificar os tempos produtivos e não-produtivos de cada
atividade e a técnica Work Sampling por amostragem aleatória das
atividades, de uma maneira simples pode atender essas necessidades.
As análises realizadas identificaram essa técnica como a mais
adequada ao estudo da produtividade da equipe de execução de
manutenção do terminal de minério do Complexo Tubarão.
1 INTRODUÇÃO
Para tanto, são analisados vários indicadores de medição do backlog, entendido pela
relação entre a demanda de serviços de manutenção e a capacidade do setor de manutenção de
atendê-la, ou seja, quanto maior o backlog, mais improdutiva é considerado a equipe de
execução de manutenção. Na Vale, o backlog é calculado pela relação:
Onde:
Qual método pode ser aplicado para identificar tempos não produtivos na execução
das manutenções?
As respostas a essas perguntas foram buscadas por meio de pesquisa bibliográfica das
técnicas de análise de produtividade e pelo estudo de caso da manutenção no Porto de
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1Manutenção
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todos os serviços pendentes, supondo que não cheguem novos pedidos durante a
execução destes serviços. (PINTO e XAVIER, 2001)
2.3 Produtividade
Produtividade na Manutenção
A produtividade é um indicador comum nas estratégias empresariais e, geralmente é
media pela relação entre o resultado e o esforço aplicado para obtê-lo. Amorim (2003)
observa que os conceitos de produtividade podem ser adaptados a qualquer nível
organizacional das empresas.
Desta forma, considerando a manutenção como um sistema, definem-se as saídas
como sendo os serviços prestados, enquanto as entradas serão os recursos utilizados na sua
execução (materiais, serviços, ferramentas e equipamentos).
Porém, conforme apontam Pinto e Xavier (2001), não se pode confundir a saída do
processo de manutenção como apenas o serviço executado, ou aas horas gastas. Pois, sua
saída, na verdade, é resultante da não quebra do equipamento, seu perfeito funcionamento,
ganho de desempenho, a redução de custos, ou seja, como a manutenção contribui para
aumentar a produtividade da empresa, mantendo-a competitiva.
2.4 Etapas do estudo do tempo e métodos
(1)
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Onde:
c) R = amplitude da amostra;
Probabilidade 90% 91% 92% 93% 94% 95% 96% 97% 98% 99%
Z 1,65 1,70 1,75 1,81 1,88 1,96 2,05 2,17 2,33 2,58
N 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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da amostra exigido;
4. Da média das observações - quanto maior for o valor da média, menor será o
tamanho da amostra necessário;
5. Do tamanho da amostra inicial - Quanto maior o tamanho da amostra inicial,
mais precisa será a mensuração. (PEINADO e GRAEML, 2007).
A amostragem é uma técnica desenvolvida por Tippett em 1927, sob o nome de “snap-
reading”. Em 1940, o método foi conhecido nos E. U. A. como “ratio delay”, aplicada pelo
professor da Universidade de Nova York, R. L. Morrow, para descobrir a taxa de atraso em
um tempo programado de manutenção e o motivo desse atraso. Atualmente a técnica é
também denominada work sampling (TOLEDO Jr, 1989).
A atividade deve ser dividida em tarefas e a lista organizada em uma tabela, para
agilizar o processo de anotação da observação. A divisão deve ser discutida previamente para
garantir padronização e entendimento na equipe responsável por anotar as observações. A
Tabela 3 apresenta um exemplo de lista de tarefas de uma atividade. (BRISLEY, 1970).
Deslocamento 100
Reunião de Segurança
Bloqueio de Equipamento
Executando a manutenção
Desbloqueio do Equipamento
Tabela 3 – Exemplo para coleta de dados para análise por work sampling.
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3 METODOLOGIA DE PESQUISA
4 ESTUDO DE CASO
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Quantidade Descrição
163 Transportador de Correia
8 Empilhadeira
2 Empilhadeira Escrava
8 Recuperadora
3 Empilhadeira/Recuperadora
4 Carregador de Navios
5 Virador de Vagões
12 Peneiras
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manutenção: solicitação de serviço e bilhete, que estão fora do escopo proposto para este
trabalho, por não interferirem no backlogii de manutenção.
Resumidamente a execução da manutenção preventiva segue o fluxograma
apresentado na Figura 8.
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A atividade de execução da manutenção não é uma atividade repetitiva, pois a cada dia
mudam os equipamentos a serem mantidas, as ferramentas necessárias para realizar a
atividade e ambiente onde o serviço será realizado.
Além disso, em qualquer pesquisa quanto menos o objeto de estudo perceber que está
sendo observado, menos ele irá interferir no processo de avaliação. Assim, a técnica mais
adequada para estudo dos tempos produtivos e improdutivos da equipe de execução da
manutenção do terminal de minério do Complexo de Tubarão foi considerado a amostragem
do trabalho, com o método work sampling.
Essa conclusão foi corroborada pelos profissionais entrevistados e, a seguir,
apresentam-se os procedimentos adotados para garantir um apontamento adequado das
atividades, sendo que a divisão da tarefa foi realizada previamente. Após consulta às Ordens
de Serviço cadastradas no sistema informatizado e em debates com Supervisores da equipe de
execução, chegou-se à seguinte divisão da tarefa em categorias.
Trabalho Direto - tempo gasto desempenhando execução técnica da atividade.
Trabalho Indireto – tempo gasto na não execução direta da atividade técnica, porém
constituindo-se trabalhos complementares.
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realizar o estudo. Dividindo-se em oito períodos de observações por dia, a equipe trabalhando
24 horas poderia, revezando-se em turnos de 8h completaria a coleta em aproximadamente
3,5 meses.
Uma das premissas do work sampling é que a amostragem seja aleatória, para tanto se
gerou uma planilha com os horários aleatórios e distribuição normal, a qual foi submetida ao
pessoal responsável para verificação e atuação.
Na equipe de execução da manutenção do Porto de Tubarão existem diferentes
funções, são elas: Mecânico, Eletricista, Vulcanizador, Lubrificador, Soldador. Assim, para se
evitar conflito de informação nos dados coletados para o estudo do tempo, cada executante foi
identificado por sua função. Os modelos de adesivo são mostrados na Figura 10, sendo: azul
para mecânico, vermelho para eletricista, amarelo para vulcanizador e verde para lubrificador,
com a inicial da função em branco.
Essa identificação deve garantir que a pessoa responsável pela coleta de dados não
precise interferir no processo de manutenção ao realizar o apontamento de tempos.
Pela distância entre os equipamentos, a dificuldade de condução e translado, mesmo
que a pé, dentro do terminal portuário, não foi definida previamente a rota de orientação ao
responsável pela coleta de dados, a qual, será estabelecida de acordo com a programação da
manutenção divulgada pela área do PCM (Programação e Controle da Manutenção)
semanalmente.
A etapa de coleta de dados não foi abordada no trabalho, pois implica, conforme
mencionado, num período de tempo que excederia a disponibilidade dos pesquisadores, assim
como, a possibilidade de acesso aos dados no sítio de pesquisa. No entanto, o
desenvolvimento da técnica de coleta de dados como apoio à avaliação da produtividade de
manutenção pode ser considerado exitoso na interação com os responsáveis pelas áreas
estudadas.
5. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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i
Manutenibilidade característica inerente a um projeto de sistema ou produto, e se refere à facilidade, precisão,
segurança e economia na execução de ações de manutenção nesse sistema ou produto (BLANCHARD, 1992. p.
15).
ii
Backlog é o indicador gerencial momentâneo referente ao tempo em dias que a área de manutenção,
com o quadro de pessoal atual, levará para concluir todas as Ordens de Serviço que se encontram pendentes.
(SOBRAL et al., 2011).
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