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A alienação das mariposas

São Tomás de Aquino defendeu que todas as pessoas precisam ser tratadas com a
mesma importância. Porém, a questão da inserção das mulheres no cenário esportivo contraria
o ponto de vista do filósofo, uma vez que, na sociedade, esse grupo é vítima de descriminação
constante. Nesse contexto, percebe-se a configuração de um problema de contornos
específicos, em virtude da lenta mudança na mentalidade social e da falta de
representatividade.
Deve-se pontuar, a princípio, que a lenta mudança na mentalidade social é um fator
determinante para o problema . Conforme Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de
pensar. Sob essa lógica, é possível perceber que a questão dos desafios presentes na
inserção das mulheres nos esportes é fortemente influenciada pelo pensamento coletivo, uma
vez que se as pessoas crescem inseridas em um contexto social preconceituoso, a tendência
é adotar esse comportamento também, o que torna a solução ainda mais complexa.
Sob essa lógica, a falta de representatividade é uma gigantesca barreira no que tange
a inserção das mulheres no cenário esportivo. Para Rubi Kaur, “a representatividade é vital”. A
poetiza ilustra sua tese fazendo alusão à uma borboleta que tenta ser mariposa por estar
rodeada delas. Fora da poesia, verifica-se que a baixa quantidade de mulheres interessadas
em praticar esportes é fortificada pela lacuna de representatividade presente, pois, com baixa
representatividade é intensificado o estereótipo de que os esportes não são atividades
adequadas para o público feminino, aumentando ainda mais o preconceito em relação às
mulheres. Nessa perspectiva, é necessário um posicionamento para a resolução do problema
em questão.
Logo, medidas estratégicas são necessárias para alterar esse cenário. Para isso é
necessário que as prefeituras, em parceria com o governo do estado, proporcionem a criação
de oficinas esportivas e campeonatos poliesportivos direcionados às meninas. Além disso, é
cabível que essas escolas, sem parceria com médias de grande acesso, promovam o debate
de obras literárias e filmes que abordem os obstáculos presentes na inserção das mulheres no
cenário esportivo. Tais discussões ocorreriam no próprio ambiente escolar, para todos os
alunos com intermédio dos professores, e podendo ser transmitidas nas mídias sociais, para
que outras pessoas possam refletir sobre o tema. Dessa maneira, a borboleta de Rubi Kaur,
como as mulheres, assumirá livremente a sua identidade: ser forte e capaz de qualquer coisa.

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