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CARDIOLOGIA VETERINÁRIA
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EDITORIAL
O TECSA Laboratórios tem uma novidade para você que, assim como nós, ama prevenir. Neste Setembro Vermelho em que
chamamos a atenção para as doenças do Coração, criamos um perfil especial de exames laboratoriais veterinários. Aproveite e
faça um Check-up Cardiorrenal em seus pacientes. Prevenir é ainda a maior arma contra todo e qualquer mal. Com o diagnóstico
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Neste mês também comemoramos a Independia do Brasil e isto não é pouca coisa. Não existe nada mais importante para um Pais,
do que sua independência e sua autonomia. Valorizemos nosso Brasil, nossa ciência, nossa tecnologia e nossa soberania. Apoie a
empresa brasileira que, como você, conhece suas necessidades e sua realidade.
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios.
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Laboratorial Veterinária. A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa
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ISSN: 2358-1018
CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
99 - CPK
CREATINOFOSFOQUINASE 1
(hipertrofia ou dilatação ventricular obstrutivas em animais e na grande HEDLUND, C.S. Surgery of the upper respiratory system. In: FOSSUM, T.
W. Editor. Small Animal Surgery, 2nd ed, St Louis: Mosby, 2002. p. 716-748.
direita), secundária à hipertensão maioria das vezes manifestam-se por GINN, J. A.; KUMAR, M.S.A.; BRENDAN C. McKIERNAN, B.C;
pulmonar associada à doença vascular meio de ronco, os quais jamais devem ser POWERS, B. E. Nasopharyngeal Turbinates in brachycephalic dogs and
cats. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 44, n.5, p.
ou respiratória (ALLEN, 2002). considerados normais. As enfermidades 243-249, 2008.
FASANELLA, F. J.; SHIVLEY, J. M.; WARDLAW, J. L. Brachycephalic
Enfatizaremos no presente artigo apenas podem levar a consequências airway obstructive syndrome in dogs: 90 cases (1991-2008). Journal of the
as causas respiratórias. As doenças cardiovasculares importantes, American Veterinary Medical Association, v. 237, n. 9, p. 1048-1051, 2010.
ARON, D.N.; CROWE, D.T. Upper airway obstruction general principles
respiratórias obstrutivas crônicas, como como a hipertensão pulmonar e o and selected conditions in the dog and cat. Veterinary Clinics of North
America: Small Animal Practice, v. 15, n. 5, p. 891-917, 1985.
a síndrome braquicefálica, induzem à cor pulmonale, cujo prognóstico é WYKES, P.M. Brachycephalic airway obstructive syndrome. Problems in
hipóxia crônica alveolar e consequente reservado. A terapia precoce evita essa Veterinary Medicine, v. 3, p. 188-197, 1991.
TORREZ, C.V.; HUNT, G.B. Results of surgical correction of abnormalities
vasoconstrição arterial pré-capilar consequência, melhorando a qualidade associated with brachycephalic airway obstruction syndrome in dogs in
crônica, levando a hipertensão pulmonar, de vida e aumentando a sobrevida dos Australia. Journal of Small Animal Practice, v. 47, n. 3, p. 150-154, 2006.
ALLEN, D. G.; MACKIN, A. Cor Pulmonale. In TILLEY, L.P.
que por sua vez induz à hipertrofia pacientes. Deve-se atentar para não se GOODWIN, J.K. 3a ed. Sao Paulo: Roca, 2002, p. 185-202.
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CARDIOLOGIA
CARDIOMIOPATIA INDUZIDA
PELA DOXORRUBICINA
Fábio Nelson Gava
(Pós-Doutorando no Departamento de Fisiologia, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP)
Aparecido Antônio Camacho
(Professor no Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal - UNESP)
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CARDIOLOGIA
e hipertrofia ventricular excêntrica. A motivo de investigação científica, porém A origem dos efeitos tóxicos
análise histopatológica pode revelar sabe-se que provoca o desencadeamento provocados pela doxorrubicina no
degeneração miocárdica com miocitólise, de vários efeitos bioquímicos que miocárdio ainda permanecem obscuros.
vacuolização e atrofia dos miócitos e desempenham papel importante quanto Acredita-se que a cardiotoxicidade
necrose miocárdica, principalmente à terapêutica e a toxicidade. É capaz decorra da formação de radicais livres,
na base dos músculos papilares, septo de afetar a síntese de ácidos nucléicos, com reações de peroxidação. A liberação
ventricular e subendocárdio da parede por inibição da DNA-polimerase e da de superóxidos propicia a conversão dos
livre do ventrículo esquerdo (Tidholm RNA-polimerase, intercalando-se entre ácidos graxos insaturados da membrana
& Jönsson, 2005; CAMACHO, 2007). os pares de nucleotídeos adjacentes do celular miocárdica em peróxidos
O tratamento do paciente portador de DNA, com modificação da estrutura lipídicos, resultando em alterações
CMD consiste em controlar os sinais do cromossomo. Além disso, sabe-se estruturais no miócito, com formação
de insuficiência cardíaca congestiva, que a doxorrubicina causa apoptose de vacúolos e atrofia progressiva das
melhorar o débito cardíaco, controlar das células neoplásicas (DAGLI & miofibrilas. Sabe-se que a doxorrubicina
as arritmias, melhorando a qualidade de LUCAS, 2006; YANG et al., 2013). pode desencadear liberação de histamina,
vida. Assim, torna-se necessário o uso de Contudo, sua utilização crônica nos metabólitos do ácido araquidônico
diuréticos, vasodilatadores (inibidores protocolos quimioterápicos, pode e fator de ativação plaquetário,
da enzima conversora de angiotensina), gerar uma cardiomiopatia, semelhante contribuindo para progressão de lesões
antiarrítmicos e agentes inotrópicos a cardiomiopatia dilatada descrita no miocárdio. Tais alterações resultam
positivos (WARE, 2006; CAMACHO, anteriormente. Microscopicamente, as em dilatação cardíaca, remodelamento
2007). lesões miocárdicas encontradas em cães do músculo cardíaco e perda da
e humanos tratados com doxorrubicina capacidade contrátil. (SUSANECK,
Cardiomiopatia dilatada também são caracterizadas por 1983; TOMLINSON et al., 1985;
induzida pela doxorrubicina degeneração vacuolar, atrofia dos SOUSA, 2007). Os sinais clínicos de
A doxorrubicina possui atividade cardiomiócitos, necrose, infiltrado pacientes com cardiomiopatia induzida
quimioterápica em diversas neoplasias, mononuclear, fibrose e infiltração pela doxorrubicina são os mesmos
apresentando largo espectro de ação, adiposa (MAUDLIN et al., 1992; descritos para a cardiomiopatia dilatada
especialmente em sarcomas de tecidos GAVA et al., 2013). Gava et al. (2013) e consistem em sinais de insuficiência
moles, osteossarcoma, leucemias, demonstraram as alterações geradas cardíaca esquerda e até mesmo, direita.
linfomas, carcinomas e tumor pela doxorrubicina, em miocárdio de Devido ao prognóstico reservado dessa
venéreo transmissível (DIAS et al., coelhos tratados com esse fármaco, por cardiomiopatia, o acompanhamento
1997; DAGLI & LUCAS, 2006).O diferentes métodos, como a microscopia ecocardiográfico dos pacientes que
mecanismo preciso de ação antitumoral eletrônica de varredura (Figura 1). serão submetidos ao tratamento
desse fármaco é complexo e ainda com doxorrubicina é extremamente
importante
Acompanhamento do paciente
submetido ao tratamento
com doxorrubicina
Já foi descrita uma cardiotoxicidade
aguda da doxorrubicina, principalmente
em humanos, caracterizada pela
ocorrência de arritmias imediatamente
após a administração do fármaco. Porém,
em animais, essa cardiotoxicidade aguda
parece não ser uma preocupação. O
problema concentra-se no uso crônico
da doxorrubicina, onde os pacientes
veterinários podem desenvolver a
insuficiência cardíaca congestiva,
fazendo com que o Médico Veterinário
se preocupe com a função cardíaca do
Figura 1: Micrografia eletrônica de varredura de miocárdio de coelhos. A: Ventrículo esquerdo de animal paciente que será submetido a várias
do grupo controle (não tratado com doxorrubicina). Notar a distribuição uniforme e alinhada das fibras
musculares cardíacas. (500x); B: Ventrículo esquerdo de coelho submetido ao tratamento com doxorrubicina. aplicações de doxorrubicina. Silva e
Notar a fragmentação e desorganização dos cardiomiócitos, formando espaços-vazios entre as fibras Camacho (2005) demonstraram que
musculares (500x).
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de normalidade desses índices para a CAMACHO, A. A. Cardiomiopatia dilatada congestiva canina. In:
BELERENIAN, G. B.; MUCHA, C. J.; CAMACHO, A. A.; GRAU,
espécie, mas também comparar com o J. M. Afecciones Cardiovasculares em Pequeños Animales. 2.ed. Ciudad
Autônoma de Buenos Aires: Inter-Médica, 2007. p. 281-288.
momento basal (exame realizado antes EXAMES REALIZADOS PELO
DAGLI, M. L. Z.; LUCAS, S. R. R. Agentes antineoplásicos. In: SPINOSA,
TECSA LABORATÓRIOS
da primeira aplicação de doxorrubicina) H. S.; GÓRNIAK, S. L., BERNARDI, M. M. Farmacologia aplicada à
medicina veterinária. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 667-
do mesmo animal. Quedas nesses valores 686.
DIAS, M. A.; SANTANA, A. E.; DAL FARRA, M. C. T. ; CAMACHO,
podem contraindicar a administração do A. A. Study of the central and peripheral hematologic profile in normal dogs
quimioterápico, devendo ser considerada treated with doxorubicin (adriblastina). Brazilian Journal of Morphological
Sciences, São Paulo, v.14, n.2, p. 235-241, 1997.
uma nova terapia antineoplásica. GARNCARZ, M. A. Echocardiographic evaluation of diastolic parameters
Com isso, recomenda-se uma avaliação CÓD - EXAME PRAZO/DIAS in dogs with dilated cardiomyopathy. Polish Journal of Veterinary Sciences,
Olsztyn, v. 10, n. 4, p. 207-215, 2007.
ecocardiográfica basal (antes da primeira GAVA, F. N. ZACCHÉ, E; ORTIZ, E. M. G, CHAMPION, T.;
BANDARRA, M. B.; BARBOSA, J. C.; VASCONCELOS, R. O. V.;
administração de doxorrubicina) 99 - CPK
1 CAMACHO, A. A. Doxorubicin induced dilated cardiomyopathy in a rabbit
e sempre antes das próximas CREATINOFOSFOQUINASE model: an update. Research in Veterinary Science, London, v. 94, n. 1, p. 115-
121, 2013.
administrações. Caso não exista essa MAUDLIN, G. E.; FOX, P. R.; PATNAIK, A. K.; BOND, B.
R.; MOONEY, S. C.; MATUS, R. E. Doxorubicin-induced cardiotoxicosis:
possibilidade, é aceitável a realização de clinical features in 32 dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine,
administração do fármaco, bem como CARDIO - RENAL MEHVAR, R.; BROCKS, D. R. Stereospecific pharmacokinetics and
pharmacodynamics of beta-adrenergic blockers in humans. Journal of
maioria dos animais desenvolverem B.; Towbin, J. A. Evaluation of the cardiac actin gene in Doberman pinschers
with dilated cardiomyopathy. Journal of Veterinary Internal Medicine,
disfunção sistólica somente após a Lawrence, v. 62, n. 1, p. 33-36, 2001.
O’GRADY, M. R.; O’SULLIVAN, M. L. Dilated cardiomyopathy: an
quarta administração, porém, sabe- update. The Veterinary Clinics of North America – Small Animal Practice,
já não seria recomendada. No caso Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 57, n. 3, p. 300-306,
2005.
do desenvolvimento de insuficiência SISSON, D.; O’GRADY, M. R.; CALVERT, C. A. Myocardial diseases of
dogs. In: FOX, P. R.; SISSON, D.; MOISE, N. S. Textbook of canine and
cardíaca congestiva por doxorrubicina, 331 - PERFIL ELETROLITICO 1 feline cardiology. 2.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1999. p. 582-619.
o tratamento quimioterápico com esse SOUSA, M. G. Função cardíaca de cães submetidos ao transplante autólogo
de células tronco hematopoiéticas em dois modelos experimentais de
fármaco deverá ser interrompido e a cardiomiopatia. 2007. 128f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária -
Clínica Médica de Pequenos Animais) – Faculdade de Ciências Agrárias e
terapia para o controle da ICC deverá Veterinárias –UNESP, Jaboticabal, São Paulo, 2007.
O quão comprometido esse paciente dilated cardiomyopathy. Veterinary Pathology, Basel, v. 42, n.1, p. 1-8, 2005.
TOMLINSON, C. W.; GODIN, D. V.; RABKIN, S. W. Adriamycin
irá ficar, dependerá da quantidade de cardiomyopathy: implications of cellular changes in a canine model with mild
impairment of left ventricular function. Biochemical Pharmacology, Oxford,
cardiomiócitos saudáveis residuais. Esses 357 - PESQUISA DE DIROFILARIOSE 1 v. 34, n. 22, p. 4033-4041, 1985.
pacientes devem ser acompanhados por WARE, W. A. Doenças Miocárdicas do Cão. In: NELSON, R. W.;
COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 2. ed. São Paulo:
um cardiologista veterinário. Elsevier, 2006. p. 103-117.
YANG, F.; CHEN, H.; LIU, Y.; YIN, K. WANG, Y.; LI,
X.; WANG, G.; WANG, S.; TAN, X.; XU, C.; LU, Y.; CAI, B.
Conclusões Doxorubicin Caused Apoptosis of Mesenchymal Stem Cells via p38, JNK
and p53 Pathway. Cellular Physiology and Biochemistry: International
Pacientes submetidos ao tratamento Journal of Experimental Physiology, Biochemistry and Pharmacology, Basel,
desenvolver cardiomiopatia,
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CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
Conclusão
O implante de marcapasso na parede
ventricular esquerda demonstra-se
eficaz no tratamento do bloqueio
atrioventricular de terceiro grau. Por
este motivo, deve ser adotado como
rotina na clínica médica veterinária.
Agradecimentos a Biotronik® pela
colaboração e parceria no trabalho
realizado.
99 - CPK
CREATINOFOSFOQUINASE 1
O animal se recuperou da cirurgia sem muitas vezes necessitando realizar a 13, n. 3, p. 122-124, 1983.
BRAUNWALD, E. Heart disease. 5. ed. NewYork: Churchill
cirurgia, o que exigiu reprogramação no caso descrito, o qual necessitou de FINGEROTH, J. M. Pacemakerteraphy for bradycardias. Seminars in
Veterinary Medicine and Surgery (Small Animal), v. 9, n. 4, p. 192-199, 1994.
do marcapasso por radiofrequência. reprogramação por telemetria, com JOHNSON, M.S.; MARTIN, M.W,; HENLEY, W. Results of pacemaker
Após reprogramação, o limiar de ajuste do limiar do estímulo no quinto implantation in 104 dogs. The Journal of Small Animal Practice, v.48, n.1,
p.4-11, 2007.
ELETROCARDIOGRAFIA AMBULATORIAL
(HOLTER) EM CÃES E GATOS
Roberto Navarete Ampuero
(Doutorando da Unesp Campus de Jaboticabal)
Aparecido Antonio Camacho
(Professor Titular da Unesp Campus de Jaboticabal)
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CARDIOLOGIA
Estudo da variabilidade RR normais adjacentes do exame todo), do dia onde o paciente se encontra
da frequência cardíaca pNN50% (porcentagem de diferenças dormindo ou descansando, a frequência
A variabilidade da frequência maiores que 50 milissegundos entre cardíaca é menor que a frequência
cardíaca se determina analisando o intervalos RR normais adjacentes do cardíaca de repouso. Estes dois períodos
tempo entre cada batimento cardíaco, exame todo) (NAVARRETE, 2013). se evidenciam claramente no tacograma
podendo determinar vários indicadores podendo inferir alterações que mudem
estatísticos que se relacionam com o Detalhe dos indicadores a frequência esperada para essa etapa no
controle autonômico da frequência no domínio do tempo tacograma do paciente. Outra análise na
cardíaca. Embora existam vários Em ritmos sinusais, os índices distribuição dos pontos no tacograma
métodos para determinação da rMSSD e pNN50% quantificam a pode ser observado. No eixo Y se
variabilidade da frequência cardíaca, modulação parassimpática veiculada determina o intervalo entre os 300 a 500
utiliza-se principalmente a variabilidade pela respiração (CALVERT, 1998; milissegundos que corresponde a uma
da frequência cardíaca no domínio do KLEIGER et al., 2005) ou não (STEIN zona com mais densidade de pontos
tempo baseado em cálculos estatísticos et al., 1994; STEIN & KLEIGER, (figura 3: A). Esta zona corresponde aos
utilizando o tempo entre os intervalos 1999). Estes índices se correlacionam batimentos com menor intervalo NN,
entres duas ondas R (ACHARYA et al., em graus diferentes e indicam maior se relaciona a frequência cardíaca maior
2006). participação do sistema nervoso e controlada pelo sistema autonômico
parassimpático em relação ao sistema simpático. No mesmo eixo Y, se
Variação dos intervalos nervoso simpático quando aumentam, e pode determinar outro intervalo, que
RR ou intervalos NN menor participação do sistema nervoso corresponde ao menor e maior valor de
O exame Holter permite mensurar parassimpático quando eles diminuem todos os intervalos RR. Esta segunda
o tempo entre cada onda R de todos (RAVENSWAAIJ-ARTS et al., 1993). zona que corresponde ao intervalo entre
os batimentos cardíacos, calcular desta 300 e 1200 milissegundos evidencia
forma a variabilidade da frequência Tacograma uma zona com menos densidade de
cardíaca, podendo assim, inferir O tacograma é uma representação pontos (figura 7: B). Esta zona se
sobre a modulação autonômica gráfica que representa os intervalos RR relaciona a frequência cardíaca menor e
cardíaca predominante para cada (tempo entre o batimento cardíaco e o controlada principalmente pelo sistema
animal. A variação dos intervalos de batimento cardíaco seguinte) durante o autonômico inibitório parassimpático.
despolarização cardíaca, promovida período de tempo. Geralmente se utiliza
pela influência autonômica, pode ser um dia (24 horas de registro), obtendo Arritmias cardíacas
detectada ao eletrocardiograma pelas dois tempos de registro durante esse As arritmias registradas durante as 24
diferentes distâncias (milissegundos) período. O primeiro, o período de vigília horas, são classificadas, quantificadas e
entre as ondas R normais (intervalos (13 às 17 horas) que corresponde à etapa separadas por severidade em dos grupos
RR). do dia onde o paciente se encontra gerais. O primeiro grupo corresponde às
desperto e realizando atividades que arritmias supraventriculares marcadas
Estudo da variabilidade demandam uma frequência maior em verde e o segundo grupo corresponde
da frequência cardíaca a frequência cardíaca de repouso. O às arritmias ventriculares marcadas em
pelo domínio do tempo segundo, o período de sonolência (02 vermelho. Os ECG determinados como
Para a determinação da variabilidade às 06 horas) que corresponde à etapa normais são marcados no registro ECG
da frequência cardíaca pelo domínio
do tempo, são calculadas variáveis
estatísticas baseadas nos intervalos entre
duas ondas R (onda R = N). As variáveis
determinadas são as seguintes; NN
médio (média de todos os intervalos
RR normais do exame), SDNN (desvio
padrão de todos os intervalos RR
normais do exame), SDANN (desvio
padrão da média dos intervalos RR
normais tomados a cada cinco minutos),
SDNNindex (média dos desvios padrão
calculados para intervalos RR normais
tomados a cada cinco minutos), rMSSD Figura 3: Representação das duas zonas no tacograma. Zona vermelha (A) com maior densidade de pontos;
(raiz quadrada da média da soma da zona laranja (B) com menor densidade de pontos.
diferença de quadrados de intervalos
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CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
86 - HISTOPATOLOGICO COM
COLORACAO DE ROTINA - HE 4
99 - CPK
CREATINOFOSFOQUINASE 1
específico. É importante ressaltar residual. Outra medida para evitar a Camacho5Soroprevalência da infecção por Trypanosoma cruziem cães de
uma área rural do Estado de Mato Grosso do Sul. Pesq. Vet. Bras. 29(2):150-
que devido ao fato do Trypanosoma transmissão transfusional é através 152, fevereiro 2009
pertencer à mesma ordem da da realização de exames sorológicos e PEREIRA, B. J. M.; MARILÉIA, S. T.; ZONI, M. M. E.; MOTTARI,
F.; DOENÇA DE CHAGAS EM CÃES. REVISTA CIENTÍFICA
Leishmania, podem ocorrer reações parasitológicos em bolsas de sangue de ELETÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA; Ano VI – Número 11
– Julho de 2008 – Periódicos Semestral
cruzadas entre as duas doenças durante animais doadores. Centenário do descobrimento da doença de Chagas: desafios e
19
CARDIOLOGIA
BIOMARCADORES CARDÍACOS:
FERRAMENTA AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO
Dr. Alexandre Bastos – Médico Veterinário especialista em Cardiologia
Veterinária produzida por um tecido específico Apesar de não ser 100% específica e ter
O número de pacientes com alterações que pode ser detectado na circulação. rápida inativação, a.CK-MB é liberada
cardíacas vem crescendo dia a dia, Para ser interessante do ponto de vista imediatamente após lesão miocárdica
entretanto, o diagnóstico das doenças clínico, deve ser liberado em uma aguda e sua mensuração é indicada como
cardíacas continua sendo desafiador quantidade proporcional à evolução da auxiliar no diagnóstico e prognóstico de
devido à inespecificidade dos sinais doença, de modo a indicar sua presença, alterações cardíacas.
clínicos. Ao exame físico, a presença e a severidade e prognóstico. Deseja-se,
intensidade do sopro nem sempre estão ainda, alta sensibilidade e especificidade, Troponina I Cardíaca
relacionadas à gravidade da doença baixo custo, estabilidade, fácil detecção Encontrada apenas no coração,
e muitas patologias cardíacas não e execução rápida. Os biomarcadores a Troponina I cardíaca (cTnI) está
apresentam este achado na auscultação. cardíacos podem ser divididos em especialmente associada às miofibrilas.
Para o diagnóstico e classificação das dois grupos principais: os que indicam Presente em pequena quantidade
alterações cardíacas, além de um exame lesão de células miocárdicas, liberados no citoplasma, normalmente, não é
físico detalhado, é necessário, muitas quando os miócitos se rompem; e os de detectável na circulação. No entanto,
vezes, utilizar mais de um exame estresse miocárdico, liberados quando quando há um dano ao miócito, a cTnI
complementar: ecodopplercardiograma, há estiramento do tecido muscular é liberada e pode ser mensurada por
eletrocardiograma, radiografia torácica cardíaco. meio de métodos de imunoensaio. Ela
e mensuração da pressão arterial. pode ser utilizada na detecção ao dano
Em 1950 iniciou-se a pesquisa dos Creatinoquinase miocárdico e as mensurações seriadas
biomarcadores cardíacos e, nos últimos A creatinoquinase (CK) é uma enzima oferecem informações importantes
10 anos, tem-se apostado neste recurso presente em músculo esquelético, quanto ao prognóstico das doenças
para diagnóstico e monitorização da músculo cardíaco, músculo liso, cardíacas em curso. Alguns fatores
doença cardíaca humana. Em medicina cérebro e nervos. Está presente livre no limitam a utilização das troponinas
veterinária, esta ferramenta pode auxiliar citoplasma das células musculares que, cardíacas na medicina veterinária,
na identificação de doenças cardíacas quando lesadas, a deixam extravasar. dentre eles, a presença de concentrações
assintomáticas, na insuficiência São três as isoenzimas formadas: CK- normais de cTnI em cães com
cardíaca, na monitorização de pacientes BB, predominante no cérebro e sistema cardiomiopatia discreta e o fato de
e na determinação do prognóstico. digestório; CK-MB, presente no tecido doenças não cardíacas aumentarem as
Um biomarcador é uma substância cardíaco, intestinos, rins e pulmões; e troponinas séricas (ver Tabela 1).
CK-MM, presente no músculo estriado.
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CARDIOLOGIA
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CARDIOLOGIA
vascularizado, entretanto a sua maior al., 2002, VAIL & YOUNG, 2007). cicatrizam. Na inspeção observou-
incidência primária é no baço (50-60%), De modo geral, os tumores cardíacos se escore corporal 2/5, aumento de
átrio direito (3-25%), tecido subcutâneo apresentam sinais clínicos inespecíficos, volume abdominal bilateral ventral,
e fígado (13-17%) (BRONW, 1985). podendo produzir efeitos e sintomas lesões cutâneas em membros torácicos
Além desses locais o hemangiossarcoma comuns entre si (SHAPIRO, 2001), e pelvinos, localizadas em regiões de
possui incidência primária em pulmão, como: articulação, apresentando solução
pele, aorta, rins, cavidade oral, ossos, 1. Obstruções: depende do tamanho de continuidade. Ao exame físico
bexiga, vulva e língua (BRONW, 1985). do tumor e de sua localização, nos verificou-se que o animal apresentava-
Embora o tecido quimiorreceptor tumores atriais pode ocorrer alteração se alerta, com estado geral regular,
esteja amplamente difundido pelo de fluxo sanguíneo pelas valvas mucosas normocoradas, tempo de
corpo, os quimiodectomas, ocorrem atrioventriculares, mimetizando preenchimento capilar (TPC) de 2
principalmente nos corpos aórticos e estenoses valvares. segundos, frequência cardíaco de 188
carotídeos nos animais, pois é nesta 2. Embolizações: os próprios tumores bpm com presença de hipofonese
região que se encontram aglomerados podem originar êmbolos ou trombos em acentuada das bulhas cardíacas,
de células quimiorreceptoras suas adjacências, mimetizando vasculites frequência respiratória de 66 mpm,
(CAVALCANTI et al., 2006). O ou endocardites, podendo muitas vezes campos pulmonares limpos, temperatura
linfoma é uma das neoplasias mais ocasionar acidentes vasculares cerebrais. retal de 38,7˚C, desidratação de 6 – 8%,
comuns em cães, contudo a sua 3. Arritmias: a infiltração do baloteamento abdominal positivo e
incidência primariamente no coração é próprio tecido tumoral no miocárdio linfadenomegalia dos poplíteos. Como
extremamente rara (SIMS et al, 2003). e nas vias de condução pode ocasionar exames complementares realizaram-se
Em um estudo retrospectivo avaliaram- alterações de ritmo cardíaco, como os hemograma completo, perfil bioquímico
se 1.383 casos de neoplasias cardíacas bloqueios atrioventriculares, taquicardia completo, sorologia ELISA (Enzyme
em cães, dentre todas essas, apenas 34 ventricular ou até mesmo morte súbita. Linked Immunono Sorbent Assay) e
foram diagnosticadas como linfomas Devido aos avanços tecnológicos RIFI (Reação de Imunofluorescência
cardíacos, representando 0,02% dos em métodos de imagem da última Indireta) para leishmaniose, citologia
tumores cardíacos diagnosticados década, como a ecocardiografia, clínica das lesões e dos linfonodos
(WARE & HOPPER, 1999). O tomografia computadorizada e a poplíteos, análise de líquido abdominal,
linfoma canino pode ser classificado de ressonância magnética, há possibilidade ultrassonografia abdominal, pressão
três formas: pela distribuição anatômica de diagnóstico precoce dos tumores arterial sistólica, radiografia torácica,
da neoplasia, pela morfologia celular cardíacos, beneficiando desta forma eletrocardiograma e ecocardiograma.
e aspecto histopatológico e de acordo o paciente nas escolhas terapêuticas Além dos exames referidos, realizou-
com o imunofenotipo (MORRIS adotadas (SHAPIRO, 2001, UZUM et se a abdominocentese do paciente
& DOBSON, 2001). O sistema de al., 2007). para a drenagem e a coleta do líquido
classificação do linfoma de acordo abdominal, drenaram-se 7 litros de
com a sua distribuição anatômica é o Relato de Caso líquido abdominal, melhorando desta
método mais antigo de classificação, Um cão, macho, da raça Fila Brasileiro, forma o conforto e o padrão respiratório
contudo ainda utilizado até os dias de 4 anos de idade e 56 quilos de peso do paciente. Não houve alterações
atuais. Desta forma o linfoma pode ser vivo foi atendido no Hospital Veterinário significativas no hemograma completo
classificado em multicêntrico, digestivo, da Escola Veterinária da UFMG com e no perfil bioquímico, a diluição
cutâneo, mediastínico e extranodal histórico de emagrecimento progressivo total para leishmaniose apresentou
(DAHLIWAL et al., 2003). Dentre há 15 dias, inapetência, prostração e resultado negativo tanto para ELISA
os linfomas extranoais, há duas formas aumento de volume abdominal há 10 como para o RIFI. A citologia clínica
raras de: o hepatoesplênico e o linfoma dias. Proprietário relata que animal das lesões e dos linfonodos poplíteos
intravascular. O linfoma intravascular estava com a vacinação atualizada (anti- não apresentaram microrganismos
é caracterizado como uma doença rábica e óctupla), contudo o animal não e apenas verificou-se a presença de
sistêmica evidenciando-se proliferação possui vacinação contra Leishmaniose células inflamatórias sem a presença
de linfócitos neoplásicos confinados ao ou mesmo titulação recente para a de células neoplásicas, compatível
lúmen vascular de pequeno e médio mesma. Paciente apresenta esquema com um processo inflamatório. O
calibre, além da inexistência de uma profilático para verminoses atualizado líquido abdominal foi classificado
massa neoplásica primária extravascular. e possui contactantes , entretanto os como transudato modificado devido
Esta forma de linfoma deriva mesmos estão hígidos. É relatado que a celularidade encontrada. Realizou-
normalmente de células T e ocorre o animal apresenta-se cansado durante se radiografia torácica ventro-dorsal e
preferencialmente nos vasos sanguíneos o exercício físico e vem apresentando latero lateral esquerda (Fig. 1 e 2) para
do sistema nervoso central (WICK & lesões cutâneas nos membros pelvinos observar a silhueta cardíaca e o padrão
MILLS, 1991, McDONOUGH et há aproximadamente 4 meses que não pulmonar.
23
CARDIOLOGIA
o auxílio do ecocardiograma e do
eletrocardiograma, drenaram-se 430 ml
de líquido serosanguinolento. Após a
pericardiocentese o líquido drenado foi
encaminhado para o laboratório para a
realização da análise do líquido, o qual
evidenciou-se transudato modificado
sem a presença de celularidade
neoplásica. Após a drenagem realizou-
se a ultrassonografia abdominal do
paciente, na qual observou-se apenas
hepatomegalia, sistema porta e veias
hepáticas com calibre aumentado e
distribuição anatômica, os achados
ultrassonográficos foram sugestivos
de congestão hepática. Repetiu-se o
eletrocardiograma (Fig.5) do animal
após a drenagem para verificar possíveis
mudanças do traçado eletrocardiográfico.
Figura 1: Radiografia em projeção ventro
dorsal de um cão, macho, de 4 anos de idade da
raça Fila Brasileiro evidenciando cardiomegalia
generalizada.
O eletrocardiograma evidenciou
a diminuição de todas as ondas do
traçado elétrico, o que é sugestivo
de efusão pericárdica, entretanto o
ecocardiograma confirmou a suspeita de
efusão pericárdica e de tamponamento
do ventrículo direito. Optou-se então
por realizar uma pericardiocentese
e analisar o líquido pericárdico. A Figura 5: Eletrocardiograma após a drenagem de
pericardiocentese foi realizada no 430 ml de efusão pericárdica em um cão, macho de 4
anos de idade, da raça Fila Brasileiro. Velocidade de
4˚ espaço intercostal direito com 25 mm/s e sensibilidade de 10 mm/mV.
24
CARDIOLOGIA
25
CARDIOLOGIA
Conclusões
Para todo animal que apresentar sinais
sugestivos de alterações cardiovasculares
como cansaço, emagrecimento
progressivo, efusão abdominal,
efusão pericárdica e dispneia, deve-se
incluir, nos diagnósticos diferenciais,
os tumores cardíacos, mesmo
apresentando baixa incidência na
clínica médica. O linfoma extranodal
intravascular cardíaco de linfócitos T,
ainda é um desafio diagnóstico para o
clínico, pois o mesmo não apresenta
massa extra cardíaca visível aos exames
de imagem como ecocardiografia e
tomografia computadorizada. Além de
não apresentar celularidade neoplásica
na análise dos líquidos efusivos.
Desta forma seu diagnóstico in vivo é
desafiador.
26
DERMATOLOGIA
ALOPECIA X
Introdução
Também conhecida como Black Skin
Disease, a Alopecia X é assim chamada
por ser um tipo de dermatite relacionada
aos hormônios sexuais. É classificada
por uma série de dermatoses, sem
envolvimento sistêmico significativo,
que se caracterizam principalmente por
alopecia simétrica não pruriginosa e
hiperpigementação da pele.
A prevalência está entre animais
jovens de até três anos de idade, embora
tenha sido descrita em cães de dez
meses a dez anos, e, raças de pelo longo,
como Spitz Alemão, Chow-Chow,
Poodles, Keeshond, Samoieda, Husky
Siberiano e Malamute do Alasca. Não
há predileção por sexo.
Etiologia
A causa da Alopecia X ainda não
está totalmente elucidada, a teoria
atualmente aceita é de que essa doença
esteja relacionada a um componente
hereditário que cause um desequilíbrio
na sensibilidade dos receptores de
hormônios sexuais nos folículos pilosos,
provocando a permanência do folículo
piloso em telógena (fase inativa).
No entanto, ela também pode
estar relacionada ao hormônio do
crescimento, à hiperplasia adrenal
congênita, à uma pseudo-síndrome de
Cushing (hiperadrenocorticismo), ao
início do hiposomatotropismo ou ainda
que seja uma dermatose responsiva à
castração.
Sinais Clínicos
Embora os seus sinais clínicos possam
ser considerados um tanto quanto
chocantes, felizmente essa dermatose
não causa nenhum acometimento
sistêmico nos animais afetados,
alterando apenas a porção estética
do cão. É classificada como uma
dermatose endócrina que apresenta
como consequência, uma alopecia de
forma simétrica, não pruriginosa e pele
hiperpigmentada. Evolui com pelagem
ressecada, rarefação pilosa até a alopecia
completa em região cervical, tronco,
27
DERMATOLOGIA
86 - HISTOPATOLOGICO COM
COLORACAO DE ROTINA - HE 4
O diagnóstico é realizado através pilosos). Um achado bastante sugestivo, São Paulo. Roca. 2009.
dos sinais clínicos, histórico do animal mas não patognomônico, de alopecia X, é NELSO, R. W. ; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais.4 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2010.
associado a exclusão de outras patologias a presença de “folículos em chama”, uma
dermatológicas com manifestações alteração caracterizada por projeções Whai is alopecia x. [online] [citado em 15/06/2016] http://www.vet.utk.edu/
hairloss/alopecia.html
28
DERMATOLOGIA
GRANULOMAS E PIOGRANULOMAS:
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL EM GATOS
29
DERMATOLOGIA
Conclusão
Os granulomas e piogranulomas
possuem amplo diagnóstico diferencial,
de forma que a causa inicial da doença
deve ser profundamente investigada.
O TECSA laboratório possui
infraestrutura e profissionais capacitados
para dar suporte no diagnóstico dessas
doenças com precisão e confiança.
EXAMES REALIZADOS PELO
TECSA LABORATÓRIOS
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
afetados apenas nos casos crônicos. encontradas na cabeça, pescoço e diagnosis and clinical features of importante causes. In: II CONGRESSO
INTERNACIONAL DE MEDICINA FELINA, 2001, Rio de Janeiro.
correspondem a ulcerações e erosões, Anais... Rio de Janeiro, 2001. p.11-13.
Introdução
A Malassezia sp. é um fungo
leveduriforme pertencente a microbiota
normal do animal, sendo considerado
um patógeno oportunista do meato
acústico externo e tegumento de cães
e gatos, podendo ser encontrado no
reto, pele interdigital, sacos anais e
vagina. Em animais que apresentam
predisposição genética os sinais
clínicos de otites externas e dermatites
podem desencadear o quadro de
hipersensibilidade a Malassezia sp.
em animais ainda assintomáticos. Sua
proliferação intensa, está relacionada a
processos de desequilíbrio local, como
por exemplo, inflamações do meato
acústico externo ou sistêmico como
Figura 1: Esquema da reação imediata tipo 1. Fonte: Uppsala Universitet
foliculites ou piodermatites. Vários
relatos não descreveram predisposição Etiologia alguns estudos considerem que a pele
sexual às dermatites alérgicas por As dermatites relacionadas a de cães atópicos não é mais favorável
Malassezia sp., mas, em relação à fenômenos de hipersensibilidade, ao desenvolvimento de Malassezia sp.
predisposição, as raças basset hound, são frequentemente considerados do que a de cães portadores de outras
boxer, shar pei, shi tzu, lhasa apso, fatores predisponentes. Podendo dermatopatias.
west highland white terrier, yorkshire, haver facilidades na penetração de As reações alérgicas típicas são
labrador, poodle, pastor alemão, cocker e microorganismos na pele do atópico predominantemente, aquelas que
dachshund são frequentemente citadas devido suas funções de barreira protetora envolvem predisposição genética,
como as mais acometidas. da pele serem deficientes. Embora produção de anticorpos reagentes,
31
DERMATOLOGIA
Sinais Clínicos
O principal sinal clinico apresentado
nos animais com dermatite atópica Figura 3: Malassezia sp. observado através de
microscópia. Fonte: blogspot.com
é o prurido. De uma forma geral, o
prurido do atópico é caracterizado Referências Bibliográficas
Entretanto, para determinar se o
por ser continuo de moderado a ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de Medicina Interna
animal apresenta hipersensibilidade a
intenso durante todo o dia/noite. Os Veterinária: Doenças do Cão e Gato. Vol 1 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
32
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
As doenças autoimunes são eritematoso, dermatite pustular acometidos podem apresentar com
caracterizadas pela produção de subcorneal, leishmaniose, dermatoses hiperqueratose (descamação) acentuada
anticorpos direcionados contra seborréicas e farmacodermias. na pele em regiões distintas, incluído
estruturas saudáveis do próprio corpo, coxins podais e o dorso do nariz, com
causando diversos danos ao animal. Pênfingo Foliáceo ou sem envolvimento do leito ungueal.
Existem várias dermatopatias em gatos É caracterizado pela produção de Os gatos podem se apresentar febris,
causadas por fatores autoimunes ou anticorpos direcionados para estruturas deprimidos e anoréxicos, com prurido
agentes externos, que variam em relação responsáveis pela manutenção da pronunciado (figura 1).
à sua gravidade. adesão intercelular. Foram identificados
alguns antígenos específicos que são
Complexo Pênfigo alvos dos auto-anticorpos em várias
O complexo de pênfigo de doenças formas de pênfigo, dentre eles estão
inclui o pênfigo foliáceo (o mais comum), as glicoproteínas desmossômicas, que
pênfigo eritematoso, pênfigo vulgar e servem como molécula intercelular de
o pênfigo vegetante. De forma geral, adesão. A ligação do anticorpo é vista ao
o diagnóstico deve ser feito baseado longo da epiderme em todas as formas
no histórico do animal, anamnese, de pênfigo, mas a dissolução intercelular
exames físicos e laboratoriais incluindo, (acantólise) ocorre no nível da epiderme,
citologia do conteúdo das pústulas, onde o antígeno alvo predomina como a
histopatologia, imunofluorescência principal molécula de adesão. As lesões
(direta e indireta) e imunohistoquímica. consistem de máculas eritematosas
Ao se realizar o diagnostico diferencial, que progridem rapidamente para uma Figura 1: Animal apresentando pênfigo foliáceo.
deve-se pensar em foliculite bacteriana, fase pustular, transformando em uma Fonte: http://hovetanimalcare.blogspot.com.
br/2011/02/penfigo-foliaceo-gato.html
dermatofitose, demodicose, lúpus crosta seca e amarelada. Os animais
33
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
Para o diagnóstico, pode-se utilizar histopatológico, podem ser encontrados ulceração da cavidade oral pode constituir
o esfregaço direto de uma pústula achados que incluem pústulas um sinal inicial apresentado em mais de
intacta ou da superfície por baixo subcorneanas e ou intragranulares, 50% dos casos. O prurido e a dor são
de uma crosta espessa revela muitas degeneração hidrópica da camada variáveis. Os achados histopatológicos
células acantolíticas. Os achados celular basal e células disqueratóticas. incluem pústulas suprabasilares com
histopatológicos incluem pústulas Os esfregaços diretos são semelhantes acantólise. Os esfregaços diretos são
subcorneanas e/ou intragranulares aos do pênfigo foliáceo. Os testes semelhantes aos do pênfigo foliáceo. Os
com células acantolíticas. Os testes de anticorpos imunoflorescentes testes de anticorpos imunoflorescentes
de anticorpos imunoflorescentes diretos e os testes de coloração com diretos e os testes de coloração
diretos e os testes de coloração imunoperoxidase direto ficam positivos, com imunoperoxidase direto ficam
com imunoperoxidase direto ficam com coloração no padrão intercelular, positivos, com deposição intercelular de
positivos, com coloração intercelular da com ou sem intercorrente na zona da imunoglobulinas ou complemento do
imunoglobina e/ou do complemento do membrana basal. terço inferior da epiderme.
terço superior da epiderme.
Pênfigo Vulgar Pênfigo Vegetante
Pênfigo Eritematoso As lesões se caracterizam como No pênfigo vegetante, as lesões
O pênfigo eritematoso é uma erupções vesícula-bolhosas que ulceram são geralmente generalizadas em
variante raramente reconhecida rapidamente deixando crostas espessas. vez de mucocutâneas, podendo ser
do pênfigo foliáceo. As lesões são As lesões podem ser primeiramente vegetativas (proliferativas) ou verrucosas
semelhantes, mas se limitam à face, mucocutâneas em localização ou (semelhantes as verrugas). Achados
sendo que alguns animais podem generalizadas são comuns em histopatológicos incluem microabsessos
apresentar despigmentação do plano onicomadese (queda das unhas) e eosinofílicos acantolíticos intra-
nasal. Na realização do diagnóstico ulcerações nos coxins podais. Uma epidermicos com formação significativa
34
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS
de crostas superficiais, proliferações Além disso, há relatos de que as raças necessários, contando com veterinários
papilomatosas e vegetações verrucosas. Collies, Pastor de Shetland, Pointers e capacitados para atender e dar suporte
Os esfregaços diretos são semelhantes Huskies Siberianos são as mais afetadas. aos seus clientes.
aos do pênfigo foliáceo. Os testes O diagnóstico de lúpus eritrematoso
de anticorpos imunoflorescentes baseia-se na anamnese, avaliação
diretos e os testes de coloração com clínica e exames laboratoriais
imunoperoxidase direto ficam positivos, complementares, como histopatologia, EXAMES REALIZADOS PELO
com padrão de coloração intercelular. biópsia, ANA (anticorpo anti-nuclear) TECSA LABORATÓRIOS
e FAN (fator anti-nuclear). Devem
Lúpus Eritematoso ser consideradas como diagnósticos
O lúpus eritematoso tem duas diferenciais, doenças do complexo CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
apresentações, podendo ocorrer na forma pênfigo, intoxicação por medicamentos,
de lúpus eritematoso sistêmico (LES) síndrome uveodermatólogicas, vitiligo, 736 - TRICOGRAMA 3
ou lúpus eritematoso discóide (LED). O micose fungica, dermatite de contato,
LED é a apresentação benigna do LES, carcinoma espinocelular, piodermites e
e em ambos os casos são produzidos dermatofitose. 576 - CULTURA (ANAEROBIOS +
5
auto-anticopos contra tecidos próprios e AEROBIOS) + ANTIBIOGRAMA
saudáveis dos animais. No LED, ocorre Alopecia Areata
a deposição dos complexos antígenos- A alopecia areata é causada por 759 - CULTURA DE FUNGOS
COM ANTIFUNGIGRAMA 30
anticorpos na pele, causando lesões segmentação auto-imune dos folículos
cutâneas que podem ser observadas em anágem. Distúrbios imunológicos
clinicamente. Normalmente estas lesões são considerados a causa mais provável
87 - CITOLOGIAS PET 3
estão restritas à face, entretanto, há da alopecia areata em gatos. Essa
relatos de acometimento de genitália desordem gera alopecia inicialmente
e membros. Inicialmente ocorre em torno na cabeça, pescoço e tronco. 86 - HISTOPATOLOGIA COM
4
descamação, eritrema e despigmentação De forma geral, não afetam as pernas COLORAÇÃO DE ROTINA
(principalmente no focinho). Já no ou cauda, não causam prurido e não
LES, a apresentação da doença é variada, há simetria nas lesões. Em animais de 272 - FAN (FATOR ANTI -
podendo ocorrer sintomas sistêmicos, pelagem de cores variadas, os bulbos NUCLEAR VETERINARIO) 4
como febre, anemia, glomerulonefrite, mais escuros têm maior acometimento.
poliartrite e estomatite ulcerativa. As O diagnóstico deve ser feito a partir da
lesões cutâneas representam cerca anamnese, avaliação clínica e exames 253 - ANA- (ANTICORPO ANTI NUCLEAR) 4
de 20% dos animais acometidos, que laboratoriais como histopatologia e
podem apresentar eritrema, alopecia, tricograma dos pelos presentes na borda
686 - TESTE ALERGICO
erosões, crostas no rosto e coxim plantar da lesão. Diagnósticos diferenciais PAINEL – 24 ALERGENOS 7
(figura 2). devem ser feitos pensando nas demais
doenças autoimunes, dermatofitoses
271 - FIV / FELV - LEUCEMIA E
e piodermites. Além disso, a alopecia IMUNODEFICIENCIA FELINA 1
areata não deve ser confundida com a
alopecia psicogênica, onde a perda de
pelo é causada por aliciamento excessivo
e automordedura.
Conclusão
As doenças autoimunes em gatos não
são tão frequentes na clínica de pequenos
animais, por esse motivo devem ser bem
estudadas e avaliadas pelo veterinário
para conclusão do diagnóstico e Referências Bibliográficas
BOCARDO, M.; LOPES, R.M.G.; PEREIRA, R.E.P. Doenças auto-
resolução do quadro clínico.
Figura 2. Felino apresentando Lúpus. imunes em gatos. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária.
35
ENDOCRINOLOGIA
HIPOADRENOCORTICISMO:
ENFERMIDADE RARA OU SUB-DIAGNOSTICADA
EM NOSSO MEIO?
As leishmanioses são enfermidades derme e hipoderme em associação aos ter proliferação generalizada do parasita,
infecciosas não contagiosas, causadas anexos cutâneos, refletindo não só a com resposta granulomatosa e grande
por diferentes espécies de protozoários ação espoliativa sistêmica parasitária quantidade de parasitos, principalmente
do gênero Leishmania, e que apresentam como também local. Normalmente em órgãos linfóides (linfonodos,
diversidades clínicas significantes. encontramos casos de dermatite baço, e medula óssea). Ocorre ainda
Dependendo da apresentação clínica esfoliativa não pruriginosa com ou proliferação de linfócitos B, histiócitos,
e dos diferentes agentes etiológicos, sem alopecia (principalmente em macrófagos, plasmócitos, resultando
podem ser classificadas em leishmaniose região periocular, em região de pina, e em linfoadenomegalia generalizada e
tegumentar (forma cutânea, muco membros); dermatite ulcerativa com algumas vezes esplenomegalia.
cutânea, e cutânea difusa) e leishmaniose localização predominante em saliências As manifestações oftálmicas ou
visceral apresentação clínica grave e fatal ósseas, junção mucocutânea, focinho, perioftálmicas são comumente
da doença. A Leishmaniose Visceral região interdigital e margem interna observadas e descritas, e podem muitas
Canina (LVC) caracteriza pela sua da pina; necrose isquêmica; dermatite vezes representar a primeira alteração
enorme variabilidade de manifestações nodular multifocal; dermatite papular; visualizada. São encontradas: blefarites,
clínicas, devido basicamente a fatores lesões que apresentam dificuldade de blefaroconjuntivites, ceratoconjuntivite
individuais relacionados exclusivamente cicatrização; além de quadros cutâneos seca ou não, uveítes, distrofias, hifemas,
ao tipo de resposta imunológica atípicos como hiperqueratose nasal e conjuntivite folicular e membranosa
desenvolvida (resposta imune humoral digital, despigmentação e pêlos opacos. e panoftalmites. Sinais clínicos de
e/ou celular), grau de infestação A onicogrifose (crescimento exagerado diáteses hemorrágicas causadas
parasitária, tempo de evolução e órgãos das unhas) é um sinal clínico bastante principalmente por vasculites, podem
afetados. As alterações dermatológicas presente nos animais infectados e ser observados em animais com LV, bem
também estão presentes na maioria que normalmente chama a atenção como petéquias dispersas pelo corpo,
dos casos em animais infectados por do proprietário, e é resultado da hematúria, e principalmente epistaxes.
leishmaniose visceral e demonstram estimulação da matriz ungueal. Durante Além de emagrecimento progressivo e
o comprometimento da epiderme, a evolução da enfermidade poderemos caquexia, encontramos em uma
37
LEISHMANIOSE
porcentagem alta dos cães infectados, de ecto ou endoparasitas, e virulência da quantitativa (R.I.F.I. diluição total),
uma mioatrofia preferencialmente em Leishmania, podem contribuir para uma achados laboratoriais relacionados
músculos esqueléticos mastigatórios e maior susceptibilidade ou resistência à com enfermidade renal progressiva, na
temporal. Alguns autores demonstraram enfermidade ou mesmo a intensidade severidade das lesões e nas alterações
sua patogenia, que além da presença de destas manifestações. analíticas apresentadas, com posterior
parasitos, observa-se necrose e atrofia de Durante muito tempo, baseado tratamento e prognóstico individual.
fibra muscular, infiltrado mononuclear, somente em exame físico e nas
vasculite neutrofílica, e presença de manifestações clínicas apresentadas, os Estadiamento Clínico,
imunocomplexos e anticorpos séricos animais foram classificados segundo Prognóstico e Tratamento
anti-miofibrilas . O compromentimento Mancianti et al. em: assintomáticos – Individual
osteoarticular é pouco evidenciado em cães com ausência de manifestações Atualmente, no Brasil, o tratamento
cães com a doença; porém, quando clínicas; oligossintomáticos – cães que de cães com Leishmaniose vem sendo
presentes, são caracterizados por apresentavam até três manifestações discutido no âmbito judicial, devido
poliartrite do tipo erosiva decorrente clínicas da doença; e sintomáticos – cães à proibição pelo Conselho Federal
do processo inflamatório pelo depósito que apresentavam todas ou mais de três de Medicina Veterinária através de
de imunocomplexos. As lesões renais manifestações típicas da enfermidade. um parecer técnico nº. 299/2004 da
associadas, são decorrentes do depósito No entanto, em um contexto atual, esta Advocacia Geral da União de 2004
de imunocomplexos nos glomérulos e classificação apresenta um limitado valor, (proibição do uso do Antimoniato de
por ativação do complemento, causando pois não se considera anormalidades N-metil Glucamina) e pela Portaria
normalmente a morte do animal por clínico patológicas em órgãos internos, Interministerial de 2008 (Ministério
glomerulonefrites. O tipo de resposta sem sinal clínico aparente. Assim, da Saúde e Ministério da Agricultura
imunológica apresentada pelo animal atualmente, os animais são classificados Pecuária e Abastecimento) que proíbe
após a infecção, celular ou humoral, de acordo com um estadiamento a utilização de drogas de uso humano
associada a outros fatores, como genética, clínico (proposto pelo Grupo de (Antimoniato de N-metil Glucamina,
idade, sexo, nutrição, co-infecções, Estudos Europeu LEISHVET) e Anfotericina B e lipossomal) e/ou não
condições imunossupressivas, presença baseado principalmente na sorologia registrados no MAPA para tais fins.
Este debate é apresentado pela
38
LEISHMANIOSE
Organização Mundial de Saúde (OMS); no diagnóstico, não só por quantificar à dose de 20mg/kg por via oral durante 5
Organização Panamericana de Saúde carga parasitária bem como demonstrar dias, e o antimoniato de meglumina, na
(OPAS); Ministério da Saúde (MS); a infectividade dos animais após dose de 200 mg/kg por via subcutânea
Ministério da Agricultura, Pecuária e tratamento (rt PCR de fragmento de durante 5 dias, demonstrou uma
Abastecimento (MAPA); e Conselho pele). Estudos têm demonstrado à redução maior da carga parasitária de
Federal de Medicina Veterinária concordância do Xenodiagnóstico e L. infantum no baço de camundongos
(CFMV) que recomendam a eutanásia rt PCR de fragmento de pele quando tratados com miltefosina, e com
de cães infectados, mas reconhecem que realizados no mesmo pavilhão auricular. eficácia mantida durante 7 semanas
esse propósito é difícil de levar a termo. A Miltefosina (Hexadecilfosfocolina) depois do tratamento (Oliva et al
Entendem da necessidade de novos (figura 1) é uma droga que originalmente 1995). Em 2007, a Miltefosina foi
trabalhos que provem a não infectância foi estudada e classificada como droga lançada no mercado veterinário
dos animais tratados (com a utilização antitumoral por Unger et al., 1989. europeu com o nome comercial de
de provas laboratoriais de infectividade Milteforan®, pelo Laboratório Virbac
– Xenodiagnóstico) e da utilização de S.A., e com indicação exclusiva para o
drogas não utilizadas para o tratamento tratamento de cães com leishmaniose
da Leishmaniose Humana (receio visceral. Em um estudo clínico
da resistência parasitária). As drogas multicêntrico, controlado e aleatório,
de escolha utilizadas freqüentemente em cães infectados naturalmente por
para o tratamento da LVC no Mundo L. Infantum na Espanha e França,
todo, são: Antimoniato de N-metil o Milteforan® demonstrou eficácia
Glucamina, Anfotericina B, Miltefosina clínica, laboratorial e parasitária (na
Figura 1: Melteforan 20mg/mL.
e Alopurinol. No Brasil, diversos Fonte: Vibarc.com.br
dose de 2mg/kg). Os animais foram
autores recomendam à utilização da tratados durante 28 dias e avaliados
Imunoterapia em dose dupla (Antígeno Na década de 90 foi identificado e submetidos à score clínico, coleta de
A2 com saponina - Leishtec) e células seu potencial leishmanicida e amostra de sangue e aspirado de medula
inativadas de Propionibacterium atualmente representa o primeiro e óssea. Após 42 dias de observação
acnes (Infervac) com excelentes único agente anti-leishmania eficaz os animais tratados com Miltefosina
resultados. Vários outros compostos registrado, de administração oral, e apresentaram redução estatisticamente
incluindo domperidona, pentamidinas, com estudos em parceria com a OMS significativa do score clínico, 90 %
aminosidinas, metronidazol, (Organização Mundial de Saúde). de cura parasitológica em esfregaço
espiramicina, marbofloxacina e Estudos experimentais in vitro e de medula óssea, e não apresentaram
cetaconazol, estão sendo investigados in vivo mostraram a eficácia deste alterações significativas nos valores
como agentes anti-leishmania em cães, fármaco para o tratamento de infecções hematológicos e bioquímicos. Em outro
porém sem apresentar ainda resultados causadas por L. donovani e L. infantum. estudo multicêntrico (França, Espanha e
satisfatórios. Seu mecanismo de ação se baseia na Itália), aberto, em grande escala, porém,
O tratamento visa à melhora clínica inibição da biossíntese de receptores com um seguimento mais prolongado
das manifestações apresentadas, redução GPI (glicosil fosfatidil-inositol), (56 dias de observação), os animais
da carga parasitária, reestabelecimento molécula chave para a sobrevivência apresentaram resultados semelhantes
da resposta imune celular controladora intracelular da Leishmania. Interfere com melhora clínica e parasitária.
da infecção e o bloqueio da transmissão também na síntese da fosfolipase e da A carga parasitária foi avaliada em
para os flebotomíneos. proteinaquinase C, que são leishmania cães infectados naturalmente para L.
Antes de iniciar qualquer terapia, específicas. A ação antimetabólica infantum e submetidos ao tratamento
recomenda-se a realização de uma deste composto pode levar a alterações com Miltefosina na dose de 2mg/kg
avaliação laboratorial do paciente da biossíntese de glicolipídeos e durante 30 dias. Amostras de sangue
através de hemograma, bioquímica glicoproteínas da membrana do e aspirado de linfonodo de 18 cães,
sérica para função renal e hepática, parasito, provocando a apoptose da antes e depois do tratamento, foram
urinálise, e proteinograma para célula protozoária. submetidas à reação em cadeia pela
comparação e avaliação da eficácia Lux et al. (2000) mostraram que polimerase em tempo real (qPCR), a
do tratamento. Provas parasitológicas a síntese de lipofosfoglicano (LPG) cada 30 dias durante 12 meses. Após
(citologia de linfonodo e/ou medula e glicoproteína (GP63) está inibida 1 mês de tratamento houve redução
óssea) são importantes para avaliar em parasitas tratados com este estatisticamente significativa de 91,8%
e monitorar a redução da carga fármaco. Outros estudos sugeriram na carga parasitária do aspirado de
parasitária. Neste sentido, à reação em que este fármaco possui propriedades linfonodo, que se manteve durante
cadeia pela polimerase em tempo real imunomoduladoras. Um estudo todo o período de observação. Após a
(rt PCR) representa um grande avanço comparativo entre a miltefosina, na administração oral, a absorção da droga
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LEISHMANIOSE
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LEISHMANIOSE
infectados por Leishmania infantum, Miltefosina por 30 dias Milteforan – monografia do produto
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios. 41
NUTRIÇÃO
NUTRIÇÃO ANIMAL
A nutrição adequada de cães e gatos variam de preços em relação ao valor Sódio, Vitamina A, B12, C, E, Cobre,
é fundamental para a manutenção agregado. Zinco, Magnésio e Ácido Fólico. Caso
da saúde destes animais durante tenha alguma dúvida, entre em contato
as etapas da vida. Na atualidade, o Nesse cenário, observa-se que é com um de nossos veterinários, teremos
assunto tem despertado cada vez fundamental uma análise criteriosa do um grande prazer em ajudá-lo!
mais interesse em proprietários, que médico veterinário responsável pelo
têm buscado informações e produtos animal, visando avaliar qual programa EXAMES REALIZADOS PELO
adequados para seus pets. Essa busca nutricional é o mais indicado em TECSA LABORATÓRIOS
por produtos de melhor qualidade, cada caso. Pensando nisso, o TECSA
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
resulta no aumento de investimentos Laboratórios elaborou um perfil voltado
por parte dos veterinários e empresas para analisar os parâmetros nutricionais
produtoras de rações, visando oferecer em relação às vitaminas e minerais do 339 - PERFIL OBESIDADE 2
o alimento mais completo possível em animal em específico.
níveis nutricionais. Entretanto, como há
884 - PERFIL NUTRICIONAL - VITAMINAS,
uma grande variação dos ingredientes O Perfil Nutricional tem como MINERAIS E HEMOGRAMA (NOVIDADE) 12
utilizados na indústria, existem também função avaliar os seguintes parâmetros:
formulações de baixa qualidade, que Hemograma Completo, Cálcio, Fosforo,
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Em primeira mão, nossa próxima edição:
ISSN 2358-1018
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umaumrevista do para
benefício Grupoo cliente
TECSA TECSA MAGAZINE Número
Número11,
14, 2016
2016
HEMATOLOGIA VETERINÁRIA
DISTURBIOS DA COAGULAÇÃO, PROVAS CRUZADAS, TRANSFUSÕES E ANEMIAS
www.vetsciencemagazine.com
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