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Modulo I- direito das obrigações Art.

(397-1250)

A relação jurídica obrigacional é composta por 3 elementos:

Sujeitos, objeto e vínculo jurídico.

Quanto aos sujeitos, são de 2 tipos:

a) Sujeito ativo: é aquele que tem direitos


b) Sujeito passivo: é aquele se vinculou ao cumprimento de uma
determinada prestação

Quanto ao objeto este e de dois tipos:

Imediato, ou seja, a prestação (direitos e deveres sobre a mesma) e mediato,


que é o próprio bem.

As prestações podem ser de vários tipos:

a) De facto positivo: é aquela que pressupõe a realização de uma


determinada ação por parte daquele que esta vinculado à mesma e por
isso também se designa prestação de “facere”, Ex: o vendedor ter de
entregar o bem que vendeu.
De facto negativo: é a prestação que prossupõe um determinado
comportamento omissivo, cumprindo-se assim a mesma, pelo que
também é designada de prestação” non facere” Ex: obrigação de não
concorrência
b) Prestação fungível: é aquela em que as características pessoais do
obrigado (aquele que estão obrigado a cumprir a prestação) não são
relevantes para o seu cumprimento, Ex: obrigação de pagar uma
determinada quantia em dinheiro.
Prestação infungível: é aquela em que as características pessoais do
obrigado são relevantes para o seu cumprimento, Ex: obrigação de
realizar um concerto de música por parte de um determinado músico.
c) Prestação duradoura: é aquela que se protela no tempo e pode ser de 2
tipos:
c.1) de execução continuada é aquela que tem de ser cumprida de
forma ininterrupta, Ex: obrigação do senhorio dar o gozo do bem
arrendado ao inquilino;
c.2) periódica ou reiterada: é aquela que surge e se cumpre assim que
decorrem determinados lapsos/períodos de tempo, Ex: obrigação do
inclino pagar mensalmente a renda.
Obrigações/ prestações instantâneas: são aquelas que surgem e se
esgotam num só momento, Ex obrigação do comprador em pagar o
preço da compra.

Existem também as prestações fracionadas, nestas o elemento tempo não é


relevante para o surgimento da prestação, mas apenas para o cumprimento da
mesma e assim tanto as prestações instantâneas como as duradouras
periódicas podem ser fracionadas, Ex: pagamento do preço em prestações.

O terceiro elemento da relação jurídica obrigacional é o vínculo jurídico o qual é


composto pelo direito à prestação pelo credor, pelo dever a prestar por parte do
sujeito passivo e a garantia/ realização equativa da prestação.

Situação jurídica: é o conjunto de direitos e deveres que uma determinada


pessoa tem num determinado momento.

!!!! O dever de informação é um dever assessório!!!

Alem da obrigação principal, frequentemente na relação jurídica obrigacional


surgem obrigações secundarias, que podem ser dos seguintes tipos:

1) Dever acessório: serve para assegurar ou preparar o cumprimento da


obrigação principal, e deriva do princípio da boa-fé, Ex: dever de
informação por parte do vendedor;
2) Dever complementar é aquele que surge do cumprimento defeituoso da
obrigação principal, Ex: dever de reparação;
3) Dever substituto: é aquele que deriva do incumprimento total da
obrigação principal, Ex: obrigação de indemnização em dinheiro;
4) Dever derivado de simples operação de liquidação: é aquele que surge
para colocar a situação jurídica de acordo com as normas jurídicas, Ex:
obrigação do inclino/ arrendatário avisar o senhorio para realizar obras
no bem arrendado; Obrigação de pagamentos de juros moratórios
Princípios gerais as obrigações:

I) Princípio da autonomia da vontade ou liberdade contratual art.405 do


cc- este princípio contém que as pessoas contratam se, como e da
forma que entenderem.
Este princípio divide-se em 3 subprincípios:
1) Princípio da liberdade de celebração significa que as pessoas
contratam se quiserem. Contudo existem 2 tipos de limitações:
a) Limitação negocial/ contratual significa que as pessoas por
terem celebrado um determinado contrato- contrato promessa,
são obrigadas a celebrar outro contrato no futuro, designado
contrato definitivo;
b) Limitações legais significa que quando as pessoas se
encontram em determinada situação são obrigadas a
contratar, Ex: seguro obrigatório de responsabilidade civil
automóvel e situações de monopólio.
2) Princípio da liberdade de estipulação significa que as pessoas/
contraentes podem apor no contrato as clausulas que
entenderem, desde que licitas. No entanto existem 2 tipos de
contratos em que uma das partes coloca as clausulas que
entende e o outro contraente limita-se a aderir ou não, são os
designados contratos de adesão e contratos com clausulas
contratuais gerais(o primeiro diploma legal que regulamentou
estes tipos de contratos é o decreto de lei 446/85 de 25 de
outubro).
3) Princípio da liberdade de escolha do tipo negocial significa que os
contraentes podem escolher o tipo de contrato que melhor
garanta os seus interesses. Quanto a uma das classificações dos
contratos, podemos ter:
a) Contratos tipos ou nominados são aquele que tem um nome
específico e o seu regime jurídico está expressamente
previsto na lei, Ex: contrato de compra e venda – art 874e
seguintes do cc; contrato de locação- art1022 e seguintes do
cc, ...
b) Contrato atípico ou inominado é aquele que não tem um nome
específico e o seu regime jurídico está disperso na lei
c) Contrato misto é aquele que contem o regime jurídico de dois
ou mais contratos típicos. Este contrato pode ser de dois tipos
c.1) junção ou união de contratos sucede quando dois ou mais
contratos estão ligados entre si por um elemento acidental ou
exterior à vontade dos contraentes e por isso o vicio no
cumprimento de um dos contratos não afeta os outros
contratos, Ex: a Ana dirige-se a uma relojoaria e ourivesaria e
aí solicita o conserto do seu relógio e de seguida compra um
anel;
c.2) coligação de contratos sucede quando 2 ou mais
contratos tipos estão coligados entre si segundo a intenção
dos contraentes e ainda que mantendo a sua autonomia, o
vicio no cumprimento de um dos contratos afeta/ pode afetar
os outros contratos, porque todos juntos cumprem uma só
função económica, Ex: pacote de viagem de ferias com
transporte e dormida.

II) Princípio do consensualismo ou consentimento art 408 nº1 do cc

Significa que a partida basta um mero acordo verbal entre os contraentes para
que se considere o contrato celebrado e produz aos seus efeitos jurídicos. É
hoje praticamente unanime a opinião de que os contratos produzem efeitos
obrigacionais e reais.

Efeitos obrigacionais são aqueles que apenas vinculam os contraentes que


celebraram o contrato, já os efeitos reais obrigam a que todas as pessoas
respeitem todos os efeitos de um contrato.

Apesar de a lei por regra necessitar apenas de um mero acordo verbal para
que o contrato se considere celebrado, existem várias exceções a esta regra:

a) Relativamente a todos os bens imoveis e moveis sujeitos a registo


(automóveis, motociclos aeronaves e embarcações) não basta um mero
acordo, é necessário o registo da transmissão e por isso quem primeiro
registe é quem passa a ser o legitimo proprietário do bem;
b) Noutro tipo de institutos jurídicos (penhor – art.669 e seguintes do cc;
doação- art. 947 e seguintes do cc), nestes casos alem do acordo
contratual o contrato só produz todos os seus efeitos com a entrega
efetiva do bem;
c) Numa outra figura jurídica é necessário o registo efetivo de todo o ato
jurídico para que este se considere completo este é o caso da hipoteca
art. 408 e 687 do cc;
d) Noutros casos são os próprios contraentes que de forma expressa
podem suspender a plenitude dos efeitos de um contrato, bastando para
tal colocar uma clausula de reserva de propriedade art409 do cc.

III) Princípio da força vinculativa 406 do cc


Significa que um contrato depois de celebrado serve como lei entre
os contraentes e por isso tem de ser por este pontual e integralmente
cumprido. Este princípio divide-se em 2 subprincípios:
1) Princípio da estabilidade/relatividade dos contratos significa que um
contrato só pode ser modificado ou extinto por acordo entre os
contraentes ou pelo cumprimento do contrato. Este subprincípio tem
exceções
1.a existem situações em que só um contraente(unilateralmente)
consegue modificar o conteúdo do contrato, é o caso dos
negócios usurários- artg.283 do cc
1.b noutros casos um só o contraente (unilateralmente) pode
fazer cessar o contrato antes do fim do prazo do mesmo, é por
exemplo o caso da denuncia de um contrato de arrendamento por
parte do inquilino- art.1022 e seguintes do cc

2) Princípio da relatividade dos contratos: significa que os efeitos


obrigacionais de um contrato apenas vinculam as partes que celebraram o
contrato. No entanto parece que existe uma figura contratual que é uma
exceção a este princípio, mas não é. É que no contrato a favor de terceiro
(art.443 e seguintes do cc) o terceiro (que é estranho à relação jurídica
contratual) que passa a ser o beneficiário só adquire o benefício/ direito quando
expressamente aceitar perante o promitente e o promissario, e assim deixa de
ser um terceiro e passa a ser uma parte do contrato.

IV) princípio da boa-fé

Existem dois tipos de boa-fé:

1) Boa-fé objetiva é fonte de regras de conduta para um determinado


caso concreto em que o julgador se socorre desta figura dado não ter
ou serem insuficientes as normas jurídicas aplicáveis ao caso
concreto;
2) Boa-fé subjetiva é a atitude psicológica de quem exerce um direito ou
de quem cumpre o dever, atitude esta que consiste no conhecimento
ou desconhecimento de estar a lesar o interesse/ direito de outra
pessoa

O critério normativo para aferir da existência de boa-fé, é o critério do homem


medio, ou seja, o julgador coloca-se na posição daquele de quem esta a aferir
a atitude e com um razoável nível de conhecimento conclui se era ou não
razoável ter conhecimento de estar a lesar o interesse/ direito de outra pessoa.

Fontes das obrigações

Os Contratos

Os contratos pressupõe sempre uma proposta e uma aceitação, ou seja, duas


declarações de vontade.

Estas declarações podem ser expressas verbalmente ou por escrito, sendo que
nalguns casos tem de ser obrigatoriamente por escrito (escritura publica e
também documento autenticado), como é o caso da transmissão de bens
imoveis.

Outro tipo de declaração é a tácita art.217 do cc, neste caso não existe
qualquer manifestação clara por parte de qualquer contraente ou apenas por
parte de um, contudo devido as circunstâncias concretas em que decorrem
determina dos comportamentos, estes permitem deduzir com toda a segurança
a proposta e/ou aceitação dos contraentes.
I) contrato de compra e venda art.874 e seguintes do cc

Este contrato produz pelo menos 3 efeitos jurídicos:

1) dever obrigacional de entrega do bem por parte do vendedor;


2) Dever obrigacional de pagamento do preço por parte do comprador;
3) Efeito real de transmissão da propriedade do bem comprado

A principal característica do contrato compra- venda são

1)É um contrato oneroso porque prossupõe quantias monetárias

2)É um negócio jurídico bilateral porque faz surgir obrigações para ambos os
contraentes;

3)É um contrato com eficácia real porque existe a transmissão da propriedade


do bem.

Quanto à Forma do contrato compra e venda a regra é que o mesmo basta que
seja meramente verbal.

No entanto, a venda de bens imoveis (urbanos ou rústicos) obriga à celebração


de escritura publica ou documento particular com termo de autenticação
(art.875 do cc). Na compra e venda de bens imoveis pode existir o direito de
preferência ou seja o vendedor previamente à venda a efetuar ao comprador
originário deve comunicar ao preferente( o que tem direito a preferir) todo o
plano de negocio e só se este não preferir ( pagar o preço nas condições que
lhe foram comunicadas) é que o vendedor pode vender o bem ao comprador
originário.

As situações de existência de preferência são nomeadamente quando um


prédio rustico ou um prédio que lhe seja confinante não tenha pelo menos uma
unidade de cultura (2 hectares), ou quando num prédio urbano o mesmo esteja
já arrendado a um inclino pelo menos há três anos.
O dever de entrega do bem pelo vendedor deve ser contemporâneo ao
contrato, mas se este dever for diferido para momento posterior é o vendedor
que tem responsabilidade por quais quer danos ou destruição do bem.

Quanto ao preço, se o mesmo não for fixado no contrato, será fixado pela
seguinte ordem de critérios:

1) Será o preço que por regra o vendedor vende esse tipo de bem;
2) Se tal não é possível será o preço que por regra esse bem tem no
mercado;
3) Se tal não for possível o juiz manda realizar peritagem ao bem e seu
valor e com base nessa prova pericial fixa um valor.
4) Se o bem vendido não for exatamente aquilo que foi negociado, o juiz
pode anular todo o negócio, mas se verificar que ainda assim se devia
realizar o negócio efetua uma redução do preço.
II) Contrato de arrendamento (art.1022 e seguintes do cc e regime de
arrendamento urbano)

O contrato de arrendamento é um contrato de locação de um bem imóvel


urbano ou rustico dentro do arrendamento de prédios urbanos existem
ainda o arrendamento urbano para fins habitacionais e o arrendamento
urbano para fins não habitacionais.

Período antes da celebração do contrato: é necessário o nome completo,


nºcontribuite e residência do senhorio e do inquilino/ arrendatário; é
necessária a identificação do imóvel que se faz a nível matricial (o artigo
matricial obtém-se junto de uma repartição de finanças) e a identificação
registral(se existir e é efetuada junto de uma conservatória do registo
predial), é necessário também, para os prédios urbanos a licença de
utilização ou a licença de habitabilidade.

Deve também verificar-se se o prédio contém qualquer ónus (penhora ou


hipoteca).

O contrato deve ser reduzido a escrito e celebrado em triplicado (todas as


folhas do contrato devem ser assinadas ou rubricadas)
Relativamente à possibilidade de existência de garantias, tal é possível.
Existem dois tipos de garantias:

1) Garantia pessoal é a fiança e significa que todo o património do fiador


responde pelas obrigações do inclino/ arrendatário. É possível que o
fiador renuncie ao benefício de execução previa, ou seja, desta forma o
senhorio não necessita de primeiramente esgotar o património do
inquilino para posteriormente poder recorrer ao património do fiador, já
que pode desde o início “atacar” imediatamente o património do inclino e
do fiador;
2) Garantia real sucede quando apenas um ou alguns bens servem de
garantia de bom cumprimento, ex: caução, hipoteca, ….

Quanto ao prazo do contrato de arrendamento pode ter a duração que os


contraentes intenderem (art.1025 e 1026). No entanto se nada for
estipulado a lei prevê prazos supletivos.

No que respeita á renda esta pode ser fixa variável ou condicionada.

A renda por regra sofre atualizações anuais. Para tal o senhorio tem de
enviar carta registada ao inquilino, com um mês de antecedência
relativamente a efetivação do aumento, sendo que nessa comunicação tem
de constar obrigatoriamente a percentagem de aumento o número da
portaria governamental e o aumento numérico efetivo da renda (art. 1075 e
seguintes do cc). É também possível estipular um valor concreto de
aumento.

Quanto a encargos e despesas:

- As despesas de conservação ordinária do bem arrendado são da


responsabilidade do senhorio;

- Os impostos derivados do imóvel são da responsabilidade do senhorio


(IMI)

- As despesas de condomínio são da responsabilidade do senhorio, contudo


pode ser estipulado que sejam da responsabilidade do inquilino
- As despesas com consumos de água, eletricidade, gás, internet, etc., são
da responsabilidade do inquilino, mas pode ser estipulado que sejam da
responsabilidade do senhorio.

Por regra o contrato de arrendamento no fim do seu prazo renova-se


automaticamente por períodos iguais ao período inicial e se nada for dito
renova-se por período de 5 anos.

As principais obrigações do inquilino/ arrendatário (art.º. 1038 do cc) são:


pagar pontual e integralmente a renda, utilizar o bem arrendado para os fins
a que se destina, não subarrendar sem autorização expressa do senhorio,
tolerar a vistoria do bem arrendado pelo senhorio; comunicar ao senhorio as
obras a realizar e no fim do contrato restituir o bem arrendado nas mesmas
condições que o recebeu salvaguardando-se a utilização normal do bem.

Os principais deveres do senhorio são: permitir o gozo pleno e efetivo do


bem arrendado ao inquilino, realizando as obras de conservação ordinária
necessárias.

Cessação do contrato de arrendamento:

1) Tanto o senhorio como o inquilino podem denunciar o contrato, ou seja,


fazê-lo terminar antes do seu tempo final. Contudo o senhorio só o pode
fazer com fundamento e em determinadas situações, já o inquilino,
desde que o contrato tenha durado o tempo mínimo previsto na lei, pode
denunciar o contrato sem qualquer fundamento desde que cumpra o
período de pré-aviso;
2) Tanto o senhorio como inquilino resolver o contrato, ou seja, fazer
terminar o contrato antes do fim do prazo estipulado tendo por
fundamento o não cumprimento gravoso dos deveres contratuais por
parte do outro contraente (art.1047 a 1050 do cc);
3) O contrato pode sessar também por revogação, ou seja, por acordo
entre o senhorio e o inquilino (art.1079 do cc);
4) O contrato pode ainda sessar por caducidade (art. 1051 a 1056) ou seja
o contrato termina pelo próprio decurso do tempo do contrato. Esta
caducidade é atípica na medida em que mesmo no fim do prazo o
contrato só caduca se algum dos contraentes comunicar à outra parte
que não pretende renovar o contrato

No contrato para fins não habitacionais se no bem, arrendado existir um


estabelecimento comercial o inquilino/ dono do estabelecimento pode
vender o seu estabelecimento/ trespassar, no entanto tem de dar
preferência ao senhorio, mas se o senhorio não preferir é obrigado a aceitar
o adquirente do estabelecimento comercial como novo inquilino.

III) Contrato a favor de 3ª (art.443 a 451)

Não é verdadeiramente um contrato mas uma figura jurídica que permite um


esquema contratual em que o terceiro adquire um direito.

Este contrato prossupõe uma relação triangular:

1) Relação entre promitente e promissario é designada a relação de


provisão e pode ser onerosa ou gratuita. Promitente é o que faz a
promessa e promissario o que recebe a promessa e concede o seu
direito ao beneficiário;
2) Relação entre promissario e beneficiário é designada relação de valuta e
pode ser onerosa ou gratuita. O beneficiário é o terceiro (estranho à
relação jurídica inicial) que recebe o direito.
3) Relação entre beneficiário e promitente é uma relação jurídica normal.

O benificiário só adquire o direito quando expressamente declarar que o


aceita perante o promissario, porque até aí este pode revogar o beneficio.

O beneficiário também tem de declarar expressamente que aceita o direito


perante o promitente porque esse só a partir desse momento é que tem a
obrigação de cumprir a promessa de acordo com o inicialmente acordado.

O beneficiário a partir do momento que declara aceitar deixa de ser terceiro


para ser uma parte efetiva e integrante(sujeito) dessa relação jurídica.

Relação de provisão

Promissario Promitente

Relação
de Valuta
Beneficiário

O beneficiário tem de declarar que pretende beneficiar pois enquanto não o


fizer não o pode exigir ao promissario que cumpra a promessa

O beneficiário também tem de declarar que pretende o direito perante o


promissario porque enquanto não o fizer, o promissario pode revogar o
benefício, mas depois já não o pode fazer.

O promitente só pode recusar-se a cumprir a promessa alegando vícios na


relação de provisão. Se alegar qualquer outro vicio de outra relação jurídica,
ainda que tenha sido com o beneficiário não pode recusar-se a cumprir a
promessa.

O contrato a favor de terceiro é diferente do contrato com efeitos reflexos sobre


terceiros (Ex: contrato de arrendamento), porque no primeiro o beneficiário/
terceiro adquire um direito, já no segundo tipo o terceiro apenas beneficia de
um direito que não é seu (é do inquilino). Exemplo: A Ana comprou um pacote
de viagem a uma agência, mas logo referiu que quem iria usar esse direito
seria o Ivo que declarou aceitar o benefício perante a Ana e a agência. A Ana é
o promissario, a agência o promitente e o Ivo o beneficiário.

IV) Contrato para pessoa a nomear (art 452 a 456 do cc)

Não é verdadeiramente um contrato, mas sim uma clausula contratual em que


um dos contraentes tem a faculdade de poder nomear outra pessoa para
ocupar a sua posição jurídica contratual. O contrato para pessoa a nomear
pode existir em qualquer contrato desde que as obrigações contratuais não
tenham caracter pessoal, ou seja, que não estejam diretamente ligadas ao
contraente que tem a faculdade de nomear. Este tipo de estrutura contratual
serve sobretudo para evitar uma duplicação dos encargos contratuais,
nomeadamente fiscais, já que como apenas se celebra um contrato e não dois
iguais os encargos não duplicam.

A declaração de nomeação do terceiro tem de ser escrita e acompanhada pela


declaração de ratificação (aceitação) por parte do nomeado.
O prazo para nomear é aquele que os contraentes entenderem, mas se estes
nada disserem o prazo supletivo previsto na lei é de 5 dias (art.453 nº1 do cc).

O nomeado vai assumir toda a posição jurídica contratual daquele que o


nomeou e por isso assume todos os direitos e deveres deste último.

Art.410 442 830

Art.442 410 830

Art.830 410 442

830 Na falta em … condição contrário

V) Contrato promessa (art. 410,442 e 830 do cc)

O contrato promessa é um verdadeiro contrato e tem como objeto


celebração no futuro de um outro contrato designado contrato definitivo. O
contrato definitivo pode ser de qualquer tipo desde que não seja sobre o
estado das pessoas (ex: casamento).

O contrato de promessa é um contrato que prevê uma prestação de facto


positivo que é a celebração de outro contrato.

O contrato promessa tem efeitos obrigacionais na medida em que pode


vincular os contraentes/ promitentes à celebração de outro contrato e pode
te efeito real quando existe a transferência da posse do bem.

Quanto aos tipos o contrato promessa pode ser:

Unilateral, quando apenas um dos promitentes se vincula à celebração do


contrato definitivo; bilateral quando ambos os promitentes se vinculam à
celebração do contrato definitivo

O contrato promessa existe sobretudo para ultrapassar dois tipos de


obstáculos: obstáculos materiais, nomeadamente quando o bem ainda não
existe ou um promitente ainda não tem dinheiro total; obstáculos legais,
sucede nomeadamente quando ainda falta cumprir algum requisito legal
para celebrar o contrato definitivo.

Quanto à forma o contrato promessa deve ser escrito e recomenda-se que


as assinaturas sejam reconhecidas.
Quanto ao incumprimento do contrato promessa:

1) Se existir sinal (art.442 do cc) se quem não quiser cumprir o contrato for
promitente que deu o sinal fica sem ele, se quem não cumprir o contrato
foi quem recebeu o sinal tem de o dar em dobro;
2) Se o valor dado inicialmente pelo contrato promessa foi a título de
antecipação de pagamento e um promitente não pretender cumprir um
contrato pode o outro promitente instaurar uma ação judicial no tribunal
de execução especifica e através do tribunal obrigar aquele que não
quer cumprir a ter de cumprir o contrato até ao fim nos termos que
tinham sido os contractado (art.830 nº1 do cc)
3) Se no mesmo contrato a quantia dada inicialmente foi a título de sinal e
antecipação do pagamento prevalece o regime jurídico do sinal
afastando o regime jurídico de antecipação de pagamento (art.830 nº1
e2)
VI) Pacto de preferência (art.414 a 423 do cc)

Existem dois tipos de preferências as legais que resultam da conceção por


parte da lei de um direito de preferência devido a uma determinada situação
concreta e a preferência contratual/negocial que é o pacto de preferência,
porque resulta da vontade das pessoas.

O direito de preferência consiste em o seu titular cumprindo todos os


deveres do negócio por parte do comprador, passar a ser ele o comprador.

O titular do direito de preferência designa-se preferente e aquele que tem o


dever de dar preferência designa-se preferido.

Dar preferência consiste em o preferido comunicar ao preferente todo o


plano de negócio e este terá o prazo para exercer o seu direito.

Se não for dada preferência o preferente propõe ação judicial de preferência


contra o preferido e o adquirente/ comprador, a isto se designa
“Litisconsórcio necessário passivo”.

Comentários á tipologia dos contratos

A existência dos contratos tipos ou nominados serve sobretudo para


cumprir 4 funções:
a) O facto de ter um nome próprio permite as pessoas rapidamente
identificar o tipo de contrato;
b) Estes contratos auxiliam as partes contratantes na medida em que
estabelecem um elenco/numero mínimo de efeitos jurídicos típicos o que
da segurança às pessoas;
c) O regime jurídico destes contratos contem normas imperativas, isto é,
normas que não podem ser afastadas pelos contraentes mesmo que de
forma expressa, o que permite salvaguardar os contraentes mais
distraídos;
d) Ainda assim o regime jurídico destes contratos concede alguma abertura
para que os contraentes possam moldar o seu conteúdo de acordo com
os seus interesses.

No que respeita aos contratos atípicos a sua principal função a permitir as


pessoas a escolha das melhores clausulas para o seu contrato, contudo tal,
normalmente torna-se uma tarefa impraticável.

No que tange aos contratos mistos estes, sobretudo na coligação de


contratos, permitem que com a conjugação dos mesmo se consiga cumprir
uma determinada função económica especifica e por outro lado um vicio
nas clausulas relativas a um dos contratos coligados afeta também as
clausulas de outros contratos (o que é positivo).

Gestão de negócios (art464 a 472do cc)

Para que exista gestão de negócios é necessário que se verifiquem


cumulativamente os seguintes 3 requisitos:

1) Alguem / gestor atua num negócio alheio;


2) Essa atuação é no interesse e por conta do respetivo dono do negócio;
3) Nessa atuação o gestor não tem uma autorização expressa para o fazer.

É este último requisito que distingue a gestão de negócios do mandato (art.º


1157 e seguintes do cc) já que o mandatário atua porque lhe é dada
autorização expressa pelo dono do negócio através de uma procuração.

A gestão de negócios é sobretudo utilizada para solucionar situações


urgentes nomeadamente deterioração de bens.
Gestão impropria de negócios é quando alguem atua em negócio alheio sem
para tal estar autorizado, mas no seu próprio interesse, neste caso o gestor
pode ter responsabilidade civil e criminal.

Gestão representativa sucede quando alguem atua em negócio próprio mas no


interesse de outra pessoa, é o vulgarmente designado “testa de ferro”.

Pré-
contratual
Contratual
Contratual

Responsabilidade Pós-

Civil Por factos


ilícitos
Extracontratual
Pelo risco

Por factos

Responsabilidade civil

Existe responsabilidade civil quando alguém não cumpre com os seus deveres
ou viola o direito de outrem. Aquele que seja responsável terá de:

1) Reparar o prejuízo causado;


2) Se tal não for possível terá de substituir o bem;
3) Se tal não for possível terá de indemnizar (562 e seguintes do cc)

Existem dois tipos responsabilidade:

1) Contratual, é aquela que deriva das negociações de um futuro contrato,


ou da execução de um contrato ou apos o cumprimento pontual e
integral de um contrato;
2) Extracontratual, é toda a responsabilidade que não seja contratual.

A responsabilidade civil contratual pode ser:


1) Pré-contratual art227 do cc) é aquela que surge quando durante as
negociações para a futura realização de um contrato um dos contraentes
“rompe” com as negociações e frusta as legitimas espectativas do outro
contraente sem ter qualquer fundamento para a não celebração do
contrato.
2) Contratual é a responsabilidade que surge durante a execução de um
contrato, dado um dos contraentes não cumprir com os seus deveres
contratuais (Ex: a senhorio que não realiza as obras de conservação do
bem arrendado- art.762 e seguintes do cc e 798 e seguintes do cc)
3) Pós- contratual/ Garantia, é a responsabilidade que surge quando apos
o cumprimento integral e pontual de um contrato, o bem ou serviço
transmitido apresenta algum defeito ou deteriora-se completamente. A
garantia dos bens moveis novos é de 2 anos; a garantia dos bens
imoveis novos é de 5 anos - art.1225; a garantia dos bens moveis
usados e transmitidos por quem se dedica a esse tipo de negócio é de 1
ano.

A responsabilidade civil extracontratual pode ser:

1) por factos ilícitos (art.483 a 498 do cc) para que exista este tipo de
responsabilidade é necessário que se verifiquem cumulativamente 5
requisitos:
a) Autor, ou seja, aquele que praticou o facto;
b) Facto ilícito, ou seja, acontecimento da vida real com relevância para o
direito e que este não permite;
c) Culpa, é a intenção e ou conhecimento do autor de facto que este iria
provocar o dano;
d) Dano, é o prejuízo causado ao usado;
e) Nexo de causalidade adequada é a relação causa efeito entre o facto
ilícito e o dano; alem de em concreto o facto ter provocado o dano, em
abstrato esse facto tem a potencialidade de provocar esse tipo de dano.
2) Responsabilidade pelo risco (art499 até 510)

Para que exista este tipo de responsabilidade é necessário que se


verifiquem cumulativamente este 4 elemento: autor, facto ilícito, dano e
nexo de causalidade a
É uma responsabilidade objetiva na medida em que o autor responde
independentemente de culpa.

3) Por factos lícitos (Ex: art.339, art.1322, art.1367) para que exista este
tipo de responsabilidade é necessário que se verifiquem
cumulativamente 5 elementos: autor, facto lícito (acontecimento da vida
real com relevância para o direito e que este permite), culpa, dano e
nexo de causalidade adequada.

Outras observações sobre as obrigações:

O sujeito de uma relação jurídica obrigacional no início desta pode não


estar determinado, mas deve ser determinável, ou seja, a relação jurídica
tem de conter elementos que permitam identificar o sujeito quando lhe seja
atribuído um direito ou assacado um dever.

Durante uma relação jurídica obrigacional é possível alterar os sujeitos


desta relação jurídica.

Quanto ao objeto da obrigação este consiste na atividade do devedor que


pode ser uma ação ou uma omissão, assim o objeto imediato da obrigação
é a atividade do devedor e o objeto mediato da obrigação é a própria coisa.

829 a infungível

Outros tipos de prestações/ obrigações:

I) As prestações de coisa (que envolve um determinado bem) podem


ser de três tipos:
1) Obrigação de dar esta ao ser cumprida visa constituir ou transferir de
forma definitiva um direito real sobre a coisa, por regra traduz-se na
transferência definitiva do direito de propriedade de um bem, Ex:
obrigação do vendedor dar o bem ao comprador (art. 874 do cc);
2) Obrigação de entregar o cumprimento desta obrigação/ prestação visa a
transferência provisoria da posse/ gozo/ detenção de uma coisa, Ex:
obrigação do senhorio entregar o bem arrendado ao inquilino;
3) Obrigação de restituir, o cumprimento desta obrigação permite ao
proprietário recuperar a propriedade plena do bem, já que antes apenas
tinha a raiz nua da coisa, Ex: obrigação do inquilino restituir o bem
arrendado ao senhorio no final do contrato de arrendamento.
II) O regime jurídico do incumprimento da prestação duradoura
periódica ou reiterada é diferente do regime da prestação fracionada.

Quando uma prestação duradoura periódica não é cumprida o credor apena


pode exigir ao devedor o cumprimento das prestações vencidas, já se uma
prestação fracionada não for cumprida o credor pode exigir ao devedor o
cumprimento de todas as prestações vencidas e vincendas (art.781 e 934
do cc). Tal sucede porque nas prestações fracionadas a prestação venceu-
se toda no início do cumprimento e apenas o credor permitiu ao devedor o
pagamento faseado dessa obrigação.

III) O regime jurídico do incumprimento da prestação fungível e


infungível é diferente. Quando uma prestação fungível não é
cumprida pelo devedor o credor pode solicitar esse cumprimento a
outra pessoa e importar as custas ao devedor originário. quando uma
prestação infungível não é cumprida o credor pode solicitar
judicialmente a aplicação ao devedor de uma sanção pecuniária
compulsória (art. 829 -A do cc), ou seja, o tribunal obriga o devedor a
pagar uma determinada quantia monetária ao credor por cada dia de
atraso no cumprimento, até o credor perder o interesse completo no
cumprimento e a partir daí pedir indeminização.
IV) Prestação determinada é aquela que é definida quanto a todos os
seus elementos essenciais e caracterizadores. Prestação
indeterminada é aquele que apenas é definida quanto ao seu género,
quantidade e qualidade.
V) Prestação divisível é aquela que se for dividida a soma das partes
cumpre a mesma função económica do todo. Prestação indivisível é
aquela que se for dividida a soma das partes não cumpre a função
económica do todo.

Vínculo jurídico é o terceiro elemento da relação jurídica obrigacional. Este


elemento divide-se em 3 subelementos:
1) Direito a prestação é o verdadeiro direito do credor conferido pela ordem
jurídica. Este direito pode ser exigido judicialmente (através dos
tribunais) ou extrajudicialmente (por regra por carta registada).
A partir do momento que o credor pode e exige o cumprimento do seu
dever correspondente ao seu direito surgem vários efeitos jurídicos:
a) O devedor entra em mora, ou seja, atraso;
b) Passam a vencer-se a favor dos credores juros moratórios (art. 806 do
cc)
c) Todos os danos resultantes do atraso terão de ser indemnizados ao
credor, pelo devedor; (art 804)
d) O credor se por sua vez for devedor relativamente ao seu devedor de
obrigação da mesma natureza e que, entretanto, se vença, pode
compensar o seu direito com o seu dever.
e) Se o credor tiver de cumprir outro tipo de obrigação perante o devedor,
pode recusar-se a cumpri-la enquanto o devedor não cumprir com a sua
obrigação, bastando para tal invocar a exceção de não cumprimento
prevista no art.428 do cc.
2) Dever de prestar, é o verdadeiro dever jurídico, tendo o credor
mecanismo jurídicos para obrigar o devedor a cumprir.
3) Realização coativa da prestação (art. 817 do cc e código de processo
civil) quando o devedor insiste em não cumprir a solução que resta ao
credor é instaurar/ propor uma ação executiva/ execução.
Existem 3 tipos de execução: execução para pagamento de quantia
certa, execução para entrega de coisa certa e execução para prestação
de facto.
O credor só pode instaurar um processo executivo quando seja portador
de um título executivo, ou seja, um documento que façam prova
bastante da existência do direito e do dever. Os principais títulos
executivos são: sentença judicial, escritura publica e alguns documentos
particulares.
Quando o credor propõe a ação executiva passa a designar-se de
exequente e o devedor passa a designar-se executado.
Com a execução podem ser penhorados bens, direitos e saldos
bancários. A penhora consiste em tirar da disposição do executado e
ficar à ordem do tribunal esses bens, direitos ou saldos bancários.
Apos a penhora procede-se à venda dos bens e direitos e com o produto
dessa venda juntamente com os saldos bancários é efetuado o
pagamento ao exequente.

Outra classificação das obrigações:

1) Obrigações genérica, são aquelas que apenas são definidas quanto ao


seu género, quantidade e qualidade. Obrigações específicas são
aquelas que são definidas quanto a todos os seus elementos essenciais
(art. 207 do cc)
2) Obrigações alternativas (art. 543) são aquelas que existindo 2 ou mais o
devedor cumpre a sua obrigação quando realiza apenas uma dessas
obrigações. Estas obrigações são definidas pela expressão “ou”.
Obrigações cumulativas são aquelas que existindo 2 ou mais o devedor
só cumpre o seu dever quando realiza todas as obrigações. Estas
obrigações são caracterizadas pela expressão “e”.
3) Obrigações pecuniárias (art.º. 550 e seguintes do cc) estas são
obrigações expressas numa determinada quantia monetária, podendo
ser na moeda em circulação no país em que foi celebrado o ato ou em
moeda estrangeira.
4) Obrigações civis são verdadeiras obrigações jurídicas e como tal se não
forem cumpridas o credor pode exigir judicialmente o seu cumprimento.
Obrigações naturais (art.402 a 404 do cc) são obrigações que do lado
ativo o direito não tem garantia e assim o credor não pode recorrer à via
judicial para ver o seu direito realizado, Ex: direitos prescritos (art.300 e
seguintes do cc). Contudo se o devedor cumprir a obrigação natural não
pode repetir, ou seja, não pode pedir a devolução daquilo que prestou
com base no facto de ser uma obrigação natural (art.403 do cc).
Opor: p-518
a-528

Obrigações solidarias art.512 e seguintes do cc)


Para que exista solidariedade é necessário que se verifiquem cumulativamente
os seguintes 5 prossupostos:

1) O direito ou o dever tem de ser possível de ser exigido ou cumprido de


forma integral;
2) O direito ou dever tem de ser extensivo a todos, respetivamente,
credores e devedores;
3) O direito para os credores e a obrigação para os devedores deve ter a
mesma natureza para todos;
4) O direito para os credores ou a obrigação para os devedores tem de
surgir da mesma fonte (ato jurídico) para todos eles;
5) Um direito para os credores ou a obrigação para os devedores tem de
cumprir o mesmo fim/ objetivo para todos eles.

Existem dois tipos de solidariedade:

I) Solidariedade passiva art.518 a 527:


a) Nas relações externas significa que o credor pode exigir a todos
os devedores o cumprimento integral da obrigação;
b) Nas relações internas significa que se algum devedor cumprir
mais do que a sua proporção na obrigação pode exigir aos outros
que estes cumpram perante ele com a proporção deles, este
direito de exigir designa-se direito de regresso
II) Solidariedade ativa 528 a 533 significa que existem 2 ou mais
credores do mesmo direito:
a) Nas relações externas significa que basta o devedor cumprir
integralmente com o seu dever perante o credor para fica
desonerado/ liberto perante todos os credores ou noutra
perspetiva todos os credores podem exigir ao devedor o
cumprimento integral do seu direito;
b) Nas relações internas significa que se algum credor receber mais
do que a sua proporção é obrigada a entregar aos outros a
proporção respetiva de cada um.

Obrigação de indeminização (art.562 e 556)


Quando alguem não cumpre com o seu dever ou lesa o direito de outrem fica
obrigado a:

1) Reparar os danos causados;


2) Se tal não for possível substituir o bem danificado;
3) Se tal não for possível indemnizar o lesado pelos danos causados.

Transmissão de posições jurídicas

1) cessão de créditos (art.577 a 588 do cc)

Existem 3 situações/exceções em que não é possível a sessão de créditos:


quando o crédito seja de natureza pessoal para o credor, quando a lei o proíba
ou quando do próprio ato resulta essa proibição. Em qualquer outra
circunstância é possível ceder o crédito e o credor não necessita de pedir
autorização ao devedor, mas tem de o comunicar essa cessão. Também não é
possível ceder um crédito quando este tenha caracter litigioso (ainda esteja a
ser discutido em tribunal).

2) Sub-rogação do credor (art.589 a 594 do cc)

Neste caso o crédito é transmitido pelo cumprimento, ou seja, um terceiro


cumpre a obrigação do devedor perante o credor, tornando-se este terceiro
um novo credor para tal é necessário cumprir a obrigação e comunicar ao
devedor originário. Também não é necessário o consentimento do devedor.

3) Transmissão das obrigações (art.595 a 600 do cc)


Neste caso é transmitida uma ou algumas obrigações, mas para tal a
obrigação não pode ser infungível e o credor tem de autorizar ou
posteriormente ratificar(confirmar) essa transmissão.
4) Sessão da posição contratual (art.424 a 427 do cc)

Neste caso esta sessão pressupõe a transmissão de todos os direitos e


deveres que o transmitente tem enquanto parte de uma relação jurídica. Neste
caso é necessária a autorização do outro contraente ou parte dessa relação
jurídica.

Outras formas de extinção da obrigação diferentes dos cumprimentos:


1) Dação em cumprimento (art.837 e seguintes do cc) Neste caso o
devedor cumpre a obrigação não através da forma em que se obrigou,
mas sim através da entrega de um determinado bem ou prestação de
um determinado serviço. Para tal, o credor tem de concordar com este
cumprimento da obrigação;
2) Consignação em deposito (art.841 e seguintes do cc). Neste caso o
credor recusa-se a receber a quantia a que tem direito, pelo que o
devedor pode proceder à abertura de uma conta bancaria em nome do
credor, aí depositar a quantia devida e posteriormente informa o credor
da existência dessa conta e do saldo bancário;
3) Compensação (art.847 e seguinte do cc). Neste caso o devedor é por
sua vez credor do seu credor tendo um crédito de igual natureza e de
vencimento contemporâneo ao da sua obrigação para com o credor e
por isso pode deduzir o seu crédito na sua obrigação, comunicando tal
facto ao credor;
4) Confusão (art.868 e seguintes do cc). Neste caso a obrigação extingue-
se porque se reúnem na mesma pessoa a qualidade de devedor e
credor da mesma obrigação.

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