Você está na página 1de 14
OSVALDO LACERDA 15* EDICAO COMPENDIO DE TEORIA ELEMENTAR DA MUSICA RICORDI DADOS BIOGRAFICOS DO AUTOR OSVALDO LACERDA nasceu em Sao Paulo, em 1927. iou seus estudos de piano aos nove anos de idade, com Ana so de Rezende, tendo-os continuado, mais tarde, com Maria dos Anjos jira Rocha e José Kliass. Estudou Harmonia com Ernesto Kierski. De 1952 a 1962, estudou Composicéo com Camargo Guarnieri, sob ja orientagao formou seu estilo, que realiza uma fusdo das tecnicas posicionais modernas com a psicologia musical brasileira. A Guar- ri deve Lacerda nao sé preciosos ensinamentos, como tambem um isivo apoio no comego de sua carreira profissional. Em 1963, esteve nos Estados Unidos durante um ano, sob o patro- io da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, tendo sido o imeiro compositor brasileiro a usufruir uma bolsa de estudos dessa portante Fundacdo. Teve, entéo, aulas de Composicaéo com Vittorio iannini, em Nova York, e Aaron Copland, em Tanglewood. Em maio de 1965, foi um dos compositores que o Itamarati enviou Estados Unidos para representar o Brasil no Seminario Interameri- ino de Compositores, na Universidade de Indiana, e no Ill.° Festival jteramericano de Musica, em Washington. — detentor dos seguintes premios: Primeiro Premio do Concurso lacional de Composigao “Cidade de Sao Paulo” (patrocinado pela Pre- itura de Sao Paulo), com a sua Suite “Piratininga” para orquestra 962); Primeiro Premio do Concurso de Composigao de Obras Sinfonicas itrocinado pela Radio Ministerio da Educacdo e Cultura, do Rio de Ja- iro), com a mesma Suite “Piratininga” (1962); Segundo Premio do ncurso “A Cangao Brasileira” (patrocinado pela Radio Ministerio da lucac4o e Cultura), com a sua cangao ‘“‘Mandaste a sombra de um beijo” 962); Primeiro Premio do Concurso de ‘‘Composigaéo e Arranjos para ro Misto a Quatro Vozes” (patrocinado pela Universidade Federal da araiba), com o seu “Poema da Necessidade” (1967); Premio ‘Melhor levelagdo como Compositor em 1962”, outorgado pela critica musical do lo de Janeiro; Premio “Melhor Obra de Camara” em 1970, outorgado la Associagao Paulista de Criticos Teatrais, pelo seu “Trio” para vio- 10, violoncelo e piano; Premio ‘Melhor Obra de Camara” em 1975, outor- ido pela Associagao Paulista de Criticos de Artes, pelas suas “Quatro gas Modais” para orquestra de cordas; e Premio “Melhor Obra de Ca- ira” em 1978, outorgado pela Associacao Paulista de Criticos de Artes, lo seu “Appassionato, Cantilena e Toccata” para viola e piano. Foi fundador e Diretor-Artistico da Sociedade Paulista de Arte, enti- ide que, de 1949 a 1955, apresentou diversos novos valores musicais Publico paulistano. Foi tambem regente do coro da mesma Sociedade, it@ ao qual se apresentou em concertos e na televisao. iedade Pro Musica B, idente da Socie Fasil Foi fundadar © Prete Ge. 1961 @ 1966, Promoveu uma grap e a i a ees ‘musica erudita brasileira. g io Municipal de Cultura, de Santos Nacional de Musica Sacra, de 19692 Foi membro da Comissa dual de Musica, em 1967. ao 1967; membro da Comissa! @ Presidente da Comissao Esta a 7 idade de Presidente da Sociegay recebeu, na quali aI é 4 wasn eee a medalha “Alexandre LSvy 0a ae pa obra desse compositor. —m 1967, recel us ans iedade Gog Brasileira, a medalha “Mareen Rondon. eu aes chou Se ae ic Brasil, 0 trofeu 8, ‘ ca pie 2 riieaebed ‘novamente da Sociedade Geografica Brasileira, z. es " dalha ‘‘Brigadeiro José Vieira Couto de Magalhaes”’. " im Memorial Foundation: £ “fellow” da John Simon Guggenheim a + Comen, dador por Merito da Ordem dos Cavaleiros da Concordia (Espanta) © membro efetivo da Academia Brasileira de Musica, onde ocupa a Cadeirg n.° 9, cujo patrono é Tomaz Cantuaria. E formado em Direito pela Universidade de Sao Paulo. Tem-se dedicado intensamente ao ensino da musica, na qualidade de professor de Teoria Elementar, Solfejo, Harmonia, Contraponto, Analise e Composigao. Destaca-se a sua participagao, como professor, no Curso de Formac4o de Professores, da Comissao Estadual de Musica (1961-42 S&o Paulo); no Curso Internacional de Musica do Parana (1966 a 1970, 1975 e 1977, Curitiba); no 1.° Seminario de Musica de Sergipe (1967, Ate caju); no II.° Festival de Inverno de Ouro Preto (1968); no Curso de Aper feigoamento de Professores de Musica, do Conselho Estadual de Musica (eeeee: Campinas); e em varios outros Cursos, em diversas cidades lo Brasil. Entre suas obras, que vém sendo cada vez mais executadas " Brasil e no exterior, destacam-se: Suite n.° 1 Suite “Miniatura”, Cinco InvengGes a Duas Vozes, Doze Estudos e “Brasilianas” n.°s 1 a 8 (pian) Sonate para viola © piano; Sonata para flauta e piano; Sonata para ful aracie fener Variagdes e Fuga” para quinteto de sopro; “Abertura f ie nn Henge (orquestra sintonica); “Concerto para cordas’, en gas Modais” e “Quatro Movimentos” (orquestra de cordas): es Tilonain ciara ie “Invocagao e Ponto” para trombeta ¢ On", tonica; “"Trés Estudos’ © “tpreneta'S: Suite “Guanabara”, para band. €s Miniaturas Brasileiras” (percusséo): Me, zes, Missa “Santa Cruz” e Missa a iol jutros trabalhos Para piano, canto e piano, vi aA editados e gravado: ra, Orquestra e banda, muitos dos quais S$ em discos, no S$ 2022/3/: Pie FA CAO Este Compendio se destina aqueles que i a, Procura apresentar-Ihes, de maneira clara e concisa, OS rudimentos Arte do Som, bem como as regras de sua grafia. Um Compendio de Teoria Elementar da Musica dificilmente pode azer novidades, no que diz respeito ao conteudo. Cremos, no entanto, 'e a ordenagdo que demos a materia 6, sendo original, pelo menos jis 6gica do que a habitual. Com efeito, sendo a Musica a Arte do Som, toda Teoria Elementar mesma ha-de referir-se, forgosamente, as quatro propriedades do som: racdo, intensidade, altura e timbre. A exposigao, em partes separadas, fatos referentes a cada uma dessas propriedades facilita, a nosso ver, entendimento dos mesmos. Havendo necessidade, porem, de seguir uma ordem diferente no tudo da materia, a fim de obedecer ao programa de alguma escola ou servatorio, deve-se entdo, é claro, ordenar os capitulos do livro de rdo com o-referido programa. Se, com a publicagdo deste Compendio, pudermos contribuir para o rfeigoamento do ensino musical em nosso pais, nos sentiremos bem ompensados do trabalho. OSVALDO COSTA DE LACERDA |. Paulo, 1966. © Copyright 1961 by Ficoro1 All rights. Vay} VEY Wia ‘odos og dirtoe eae sto rorgaonal ay PARTE | Ss ‘GENERALIDADES pjTULO ! papes DO SOM te do som. Este tem quatro) propilesitdeaag usica 6 @ arte imbre. © intensidede, altura ¢ HOTT produg&io do som. re on res 5 pice 0 propriedade do som ser mAls grave ou mais © Ale. no pieno, tocando-se da direita Dare 3) suai Por exemple’ 10 Pie Tocando-se, #0 contrario, d& esquerda p Se ae crmsnde mas seule @) Timbre 6 a qualidade do som, que permite reconhecss « SU Orig E pelo timbre que sabemos se 0 som vem de violin, de de um piano ou de uma voz humans. q simultaneamente, as qu flauta, : Todo e qualquer som musical tem, propriedades (x). ® Na escrite musical, as propriedades do som sfio representadas guinte maneira a) duracio — pela figura da nota (capitulo IV) e pelo and (cap. X); b) intensidade — pelos sinais de dinamica (cap. XVI); ©) altura — pela posigio da nota no pentagrama e pela (caps. II e I); @) timbre — pela indicacéo da voz ou instrumento que deve ex a musica (caps. XLI e XLII), DEFINIGOES —_ DURAGAO é 0 tempo de produgao do som. INTENSIDADE ¢ i seca ¢ @ propriedade do som ser mais fraco o i . a Ty ee © 4 propriedade do som ser mais grave ou mais a Se te a 4 qualidade do som, que permite reconhec (x) Exer guns instry ete.). B mais um rude ett 9° Percussio no tem '®, do que um som musical CAP UO) i} NOTA — PENTAGRAMA ® © som musical é representado, no papel, por um sinel chamado nota. A figura da nota varia, de acordo com a durago do som: = EE hia P Bl As partes da nota se chamam: OF haste —> Beto st ou colchete E importante lembrar que, em misica, a palavra nota é usada com dois significados: 1) o sinal que representa 0 som no papel ( ouea ’ etc.); 2) a altura do som (a nota “d6”, a nota “ré”, etc). @ As notas so escritas no pentagrama, que é um conjunto de 5 li- nhes horizontais e 4 espacos. ‘As notas sfo escritas nas linhas e nos espacos. Se ‘As linhas € os espacos sfio numerados de baixo para cima. Mohas espacos SSS ©) A posicfio da nota no pentagrama indica a altura do som, da seguin- te maneira: mals agudo mats grave graves do que as que ) sa notes mais aandet O° THY geparos suplementa colocadas pentagrama. SEO superiores linhas e espagos suplementares inferiores ‘Ag linhas e os espacos suplementares sfo numerados a p tagrama, da seguinte maneira: inhas suplementares @ A haste da nota se escreve: a) na 3. linha — para baixo ou para cima: b) subindo da 3.a linha — para baixo: ©) descendo da 3.2 linha — para cima; eae ae = 2 = ab obgitoy DEFINICOES ee wi sce que represent ’ PE, 1 a q ale ENTAGRAMA € um conjunto graficamente 0 som 4608, onde se escrevem wjunto de 5 linhas | CAPIT UE Ory CLAVE Os sons musicais, de acordo com a sua altura, recebem os seguintes nomes: dé, ré, mi, f4, sol, lé, si. Esses nomes se repetem de 7 em 7, da seguinte maneira: a oe 18 a ce @) No piano, essas sete notes correspondem as teclas brancas, da se- guinte maneira: ee ee oe Para que as notas recebam nome no pentagrama, é necessaria « clave. clave | SS ey (sem nome) porque, 2 tinh otes 4 ee Sa sol & seguinte: s claves é @ origem da! (2) A origem jeceber 09 07008) lana ré, etc.), 08 sons Boies ‘as letras do alfabeto (x), da s pelas sete chamados pelas #8 F os oa it si dé ré mi fa sol gue _ Notes que 0 A correrponde’s | aielaaia Om Fes eram, ent, representadas elas Tetras correspongayg) clave de sol —= G clave de dé ——= C clave de fa ——° F Com 0 correr do tempo, os copistas foram defo: até elas adquirirem a forma atual: MANO e588 Ney clave de sol G G a 6 clave de a6 G (2 B 13 @ clave de £4 F ¥ 9: A clave de sol dete nhecem-se us demay vermine & posicéo da nota sol. Tendo-se ei & dé Temi te sol 1d al 6 ré mith sol Ml com as outras claves: SSS ve 46 r6 EMG aol ML G6 mnt th aot bo primeir ° mesmo acontece As claves s&o trés, mas sua posic&éo no pentagrama pode variar, da seguinte maneira Essas claves sfo assim chamadas: clave de ou clave de — sol na 2 tna vining —— wie sis pe d6 na 2a linha meio-soprano a= ae na 3 tinhe contralto — d6 na 4.2 linha tenor ——— f4 na 3.8 linha baritono ta mn 40 tinh baixo — — eee baixo-profundo ‘Todas essas claves eram usadas antigamente (x). Hoje em dia, porem, 86 se usam a clave de sol na 2.8 linha, a de fa na 4.8 linha e, mais ra- ramente, a de dé na 3.4 e na 4.8 linhas. == (x) Algumas ainda tém utilidade na transposicio. Jiu ws conyanto de W0hAs exdatante ents wu, velmuer » mon primoten repeticho, 80 FAV 0 RO agudo: a “ i Stas 5 > - OeFINIGOES (TF 4 um vial que se excreve no pentagrama pare ta yunty de notas existente entre wma nota ¢ no rave 06 90 agudo, PAR WES il DURACAO 2022/3/17 13:02

Você também pode gostar