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CURSO: PEDAGOGIA
Campinas - SP
2022
Campinas - SP
2022
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RESUMO
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O presente trabalho tem como tema central a alfabetização e o letramento na
Educação Infantil. Investiga como o professor que atua com crianças até os seis
anos, pode oferecer um espaço de leitura e escrita em sua sala de aula. Para
elucidar essas questões buscou-se o referencial teórico de Magda Soares e Regina
Scarpa, entre outras estudiosas da educação infantil e letramento. Os principais
objetivos da pesquisa foram conhecer como acontece a alfabetização e o
letramento, antes do ensino fundamental e no que isto irá repercutir no
desenvolvimento dos alunos. A pesquisa apoiou-se na fundamentação teórica de
autores renomados no âmbito escolar, com isso podemos abordar o tema de
diferentes perspectivas, auxiliando nas conclusões tiradas por nós. A partir dos lidos
observou-se a importância de um espaço lúdico, onde o professor possa deixar que
o aluno descubra a sua visão do mundo escrito e apoiá-lo nesta descoberta.
ABSTRACT
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The present work has as its central theme literacy and literacy in Early
Childhood Education. Investigate how the teacher who works with children up to six
years old can offer a space for reading and writing in their classroom. To elucidate
these questions, we sought the theoretical framework of Magda Soares and Regina
Scarpa, among other scholars of early childhood education and literacy. The main
objectives of the research were to know how literacy and literacy happen before
elementary school and how this will affect the development of students. The research
was based on the theoretical foundation of theoretical authors in the school
environment, with that we can approach the theme from different perspectives,
helping in the tirades taken by us. From the readings observed, the importance of a
playful space, where the teacher can let the student discover his vision of the written
world and support him in this discovery.
SUMÁRIO
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0. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………7
INTRODUÇÃO
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É comum escutarmos hoje em dia que a educação infantil não é um lugar
para se letrar, e sim um ambiente de descontração e brincadeiras, para que as
crianças criem laços sociais sólidos e desenvolvam uma boa interação social, bem
como o compartilhamento de recursos dentro do ambiente escolar. Porém é
essencial proporcionar às crianças um espaço com acesso a literatura apropriada,
para que seja criada já no ambiente infantil uma base mais sólida, visando o maior
aproveitamento possível do aluno nos próximos anos dos ciclos fundamentais.
Esse tema se mostra cada dia mais pertinente, visto que é elencado por
especialistas o fato de que a fase mais importante na vida social do aluno é de fato a
escolarização, nesse sentido podemos apontar e destacar ainda mais a importância
do uso de técnicas e pressupostos que tragam em sua essência o letramento na
educação infantil.
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O espaço dado a nós na educação infantil é de extrema importância,
podemos afirmar que aqui obtemos as questões genuínas apresentadas pelos
alunos, sendo considerado também um ambiente de exploração das competências
em expressões e comunicação, através de todo o mundo letrado no qual a criança é
submetida desde seu primeiro contato com a sociedade.
Para trazer ainda mais credibilidade a tese defendida, teremos como norte de
pesquisa o pensamento desenvolvido por Terzi,o qual no traz a seguinte reflexão,
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primordial é a apreensão e a compreensão do mundo, desde o que está mais
distante, visando a comunicação, a aquisição do conhecimento ... a troca.”
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CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O primeiro ano escolar de uma criança vai muito além do que o fato os pais
precisarem deixá-la aos cuidados dos educadores enquanto vão trabalhar. A
educação infantil deve proporcionar o desenvolvimento social, físico, psicológico e
intelectual das crianças e promover a formação de suas identidades pessoais,
inclusive como cidadãos conscientes. Segundo Áries (1978), as crianças são
cidadãos, pessoas com direitos, que produzem cultura e nela são produzidos. É
através desta forma de olhar para as crianças que podemos entendê-las e ver o
mundo através de sua perspectiva. A infância não é apenas uma etapa, é uma
categoria da história. Podemos claramente acompanhar essa dinâmica através da
citação exposta:
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Nas diversas situações do cotidiano é importante as crianças
manifestarem suas opiniões, ouvirem o outro, descreverem situações,
recordarem fatos, darem recados, relatar acontecimentos históricos,
passeios, brincadeiras; ouvir e cantar fábulas, trava-línguas,
adivinhações, parlendas, contos; produzir e comparar as escritas.
(SANTA CATARINA, 1998, p.23).
Decidimos começar esta seção com a estrutura da escola pública, visto que
esta é uma das principais vertentes educacionais da sociedade, onde estão
inseridos o maior número de crianças do sistema educacional, as quais hoje ocupam
a maioria dos subempregos quando finalizam o ensino médio.
Perdemos a noção da função social da escola. Ela deixou de ser cobrada pelo
cumprimento de suas obrigações essenciais e passou a ser cobrada por
milhares de coisas que ela não tem condição de fazer, como cuidar da educação
sexual, educação para o trânsito, para o consumo etc.(OLIVEIRA, 2014,
Entrevista concedida a revista veja)
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a escola Por conhecer o local, ele pode dar uma contribuição mais significativa de
acordo com as necessidades locais.
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Fica clara a importância da função social da escola como fundamento da
cidadania e da cultura. A escola como instituição ética e social é reconhecida como
um dos principais meios de construção de personalidades críticas e cívicas. E para
cumprir essa tarefa, as instituições de ensino devem garantir que sejam realizadas
atividades relacionadas a todos os aspectos relacionados à tarefa principal da
escola, que é a qualidade na educação, a inclusão social e a preparação para a
vida.
Além disso, todo o processo de ensino deve ser baseado no princípio de que
cada criança é um sujeito repleto de peculiaridades influenciadas pelo meio em que
vive, portanto, as diferenças devem ser respeitadas, pois cada uma tem seu próprio
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nível de aprendizagem. Portanto, a prática do ensino deve partir da criança com o
objetivo de construir seu conhecimento.
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processo de letramento há necessidade de interação constante com os diferentes
agentes de leitura e de escrita. Entretanto, dificilmente, a escola ou as instituições de
educação infantil privilegiam, em sua prática pedagógica, o letramento como
processo de apropriação da prática social da leitura e da escrita. Ao contrário,
enfatizam mais o processo de decifração dos símbolos, codificação e decodificação
da língua escrita.
Desde muito cedo, a criança gosta muito de ouvir histórias, pois quando
solicitada, ela as reconta depois à sua maneira, o que mostra que entendeu o texto,
que tinha significado para ela, como afirma Britto (2012) diz, a criança lê com os
ouvidos e escreve com a boca. Pode-se dizer que a alfabetização nesse contexto faz
sentido na Educação Infantil.
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ensino da linguagem escrita está intimamente relacionado ao desenho, para ele é
uma transição natural de desenhar coisas para desenhar palavras.
Não se trata de sustentar que crianças menores de seis anos devem começar
a ler e escrever desde a educação infantil, ou mesmo ler palavras simples, ou seja,
estão alfabetizadas nesta fase,em vez disso, eles devem entrar no mundo da leitura
e da escrita sem exercícios de repetição, que são exaustivos. Existem formas de
envolver as crianças no mundo da leitura e da escrita que são muito relevantes,
incluindo alegria, imersão em parte de sua realidade e interesses, e formar futuros
leitores que entendam o que lêem e escrevem.
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das do letramento, mas é parte integrante dele. Como prática escolar, ela é
essencial.
Não existe uma fórmula para que se possa ensinar um indivíduo raciocinar,
existe sim, a maneira de ensinar que é necessário raciocinar. É neste ponto que as
instituições voltadas para o processo ensino-aprendizagem têm falhado no Brasil.
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Piaget aborda que a questão do desenvolvimento da inteligência está em
manter um equilíbrio dinâmico com o meio ambiente. Quando o equilíbrio se rompe,
o indivíduo age sobre o que o afetou (um som, uma imagem, uma informação)
buscando se reequilibrar. Esse equilíbrio é feito através da adaptação e
organização. A adaptação apresenta duas formas básicas: a assimilação e a
acomodação. Na assimilação, o indivíduo usa as estruturas psíquicas que já possui,
construindo novas estruturas, se necessário. Isso é acomodação. A organização
articula a atividade da mente e a pressão da realidade com as estruturas existentes
e reorganiza todo o conjunto. O indivíduo vai assim, construindo e reconstruindo
continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio. Porém,
essas construções seguem idades mais ou menos determinadas, como formas
específicas da inteligência.
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Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é
nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os
outros. Nas interações cotidianas, a mediação (necessária intervenção de outro
entre duas coisas para que uma relação se estabeleça) com o adulto acontece
espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das
situações imediatas. Essa teoria apóia-se na concepção de um sujeito interativo que
elabora seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro.
O conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na
intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas
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Sendo assim, o desenvolvimento caminha do nível social para o individual.
Como visto, exige-se a utilização de instrumentos para transformar a natureza e, da
mesma forma, exige-se o planejamento, a ação coletiva, a comunicação social.
Pensamento e linguagem associam-se devido à necessidade de intercâmbio durante
a realização do trabalho. Porém, antes dessa associação, a criança tem a
capacidade de resolver problemas práticos (inteligência prática), de fazer uso de
determinados instrumentos para alcançar determinados objetivos. Vygotsky chama
isto de fase pré-verbal do desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-
intelectual no desenvolvimento da linguagem.
Esta vai usando a fala de forma a afetar a ação do outro. Durante esse
processo, ao mesmo tempo em que a criança passa a entender a fala do outro e a
usar essa fala para regulação do outro, ela começa a falar para si mesma. A fala
para si mesma assume a função auto-reguladora e, assim, a criança torna-se capaz
de atuar sobre suas próprias ações por meio da fala. Para Vygotsky (1987), o
surgimento da fala egocêntrica indica a trajetória da criança: o pensamento vai dos
processos socializados para os processos internos. A fala interior, ou discurso
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interior, é a forma de linguagem interna, que é dirigida ao sujeito e não a um
interlocutor externo.
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exploração e conhecimento do mundo social e físico. No estágio motor, permanece a
subordinação a um sincretismo subjetivo (a lógica da criança ainda não está
presente). Neste estágio predominam as relações cognitivas da criança com o meio.
Wallon (1995) identifica o sincretismo como sendo a principal característica do
pensamento infantil.
A criança, mediada pela fala e pelo domínio do “meu/minha”, faz com que as
ideias atinjam o sentimento de propriedade das coisas. A tarefa central é o processo
de formação da personalidade. Aos 6 anos a criança passa ao estágio categorial
trazendo avanços na inteligência.
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Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores. O
desenvolvimento não seria, na obra walloniana, um fenômeno suave e contínuo;
pelo contrário, o desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e externos.
Wallon deixa claro que é natural que, no desenvolvimento, ocorram rupturas,
retrocessos e reviravoltas, o que para Piaget e os comportamentalistas parece algo
improvável.
Este ciclo não é encerrado, mas perdura pela vida toda, uma vez que a
emoção sobrepõe-se à razão quando o indivíduo se depara com o desconhecido.
Desse modo, afetividade e cognição não são estanques e se revezam na
dominância dos estágios: impulsivo-emocional, sensório-motor e projetivo, do
personalismo, categorial e da adolescência.
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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA
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desse livro, conseguimos embasar algumas teorias já deduzidas por nós
anteriormente, validando grandes valores através da nossa perspectiva. Além desse
título, ainda tivemos contato com o título “Alfabetização e Letramento” da mesma
autora, no qual uma das maiores especialistas brasileiras em alfabetização, nos
propõe algumas possibilidades de resposta para tais perguntas e nos impõe novas
provocações.
Segundo Soares (2009), pesquisas feitas pelas estudiosas Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, comprovam que as crianças da faixa dos 4 aos 6 anos, alunas da
educação infantil, quando orientadas e incentivadas por meio de práticas lúdicas e
adequadas, evoluem rapidamente em direção ao nível alfabético.
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CAPÍTULO 3 - ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Magda Soares (2009) nos diz que na educação infantil, as crianças devem ter
acesso tanto às atividades de introdução ao sistema alfabético e suas convenções, a
alfabetização, como também práticas sociais de uso da leitura e da escrita, o
letramento. Isto não quer dizer que devemos deixar o lúdico de lado.
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Nesse cenário, tornou-se cada vez mais frequente a utilização do termo GESTÃO
para definir o gerenciamento e organização de diferentes situações e
procedimentos.
Soares diz que isso pode servir inclusive para que a criança sinta que ela está
aprendendo alguma coisa que tenha valor para ela. Nossa bibliografia piloto foi o
livro "Alfaletrar", o qual aborda de maneira dinâmica esses conceitos, os quais
embasamos nossa tese.
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Educação Infantil, com respeito às características desta fase. Desta maneira, educar
pressupõe uma prática pedagógica contextualizada que venha de encontro aos
interesses e necessidades dos alunos, com respeito às suas peculiaridades e
potencialidades. Neste processo, o educador deve ser um mediador, entre o aluno e
o conhecimento, e entender essa dinâmica permite ao educador adequar sua prática
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal objetivo desta pesquisa foi mostrar que na educação infantil, o professor
pode oferecer práticas de alfabetização e letramento. Pudemos perceber, através
das pesquisas teóricas, como os alunos aprendem com a vivência e que a educação
infantil, é sim um momento muito rico de aprendizagem, onde aprender é um prazer,
que eles buscam suas curiosidades e com isso se desenvolvem. Por isso, vejo que o
papel fundamental do professor, é oferecer um planejamento de qualidade para sua
turma.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. 10ª Edição. São Paulo, SP:
Editora Scipione, 2008.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de; MELLO, Suelly Amaral (Orgs). O mundo da escrita
no universo da pequena infância. 3ª edição. Campinas, SP: Autores Associados,
2012.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de; MELLO, Suelly Amaral (Orgs.) Linguagens Infantis:
outras formas de leitura. 2ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
PAZ, Erica Rodrigues; MARIOTTI , Aurora Joly Penna; KNETSCH , Maira Ortiz.
Leitura na Educação Infantil. 23, out. 2006. Disponível em: link. Acesso em: 2022
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SOARES, Magda. Oralidade, alfabetização e letramento. Revista Pátio Educação
Infantil -Ano VII-N°20. Jul/Out. 2009. Disponível em: link. Acesso em: 2022
SOARES, Magda. Alfaletrar. Revista Pátio Educação Infantil. 2010. Disponível em:
link Acesso em: 2022
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