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SUELLEN COLOMBO ADVOCACIA

AO ILUSTRÍSSIMO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS


DA COMARCA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO.

NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


Cédula de Identidade RG nº. _________ SSP-SP, devidamente inscrito no
CPF sob o nº. _________, residente na Rua _________, nº ___, Bairro
_____, na Capital do Estado de São Paulo – SP, CEP _____, vêm mui
respeitosamente, à presença deste DD Juízo, por meio de sua advogada,
infra-assinado, ajuizar

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E PEDIDO DE DANOS


MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.

Em face de EMPRESA S.A. e em face de ____ ASSISTÊNCIA


(HOSPITAL ____), pessoa jurídica MÉDICA S.A. pessoa jurídica de
de direito privado, inscrita no direito privado, inscrita no CNPJ
CNPJ __________, com sede na _______, com sede na Rua
Rua _________, nº. ___, São ________, nº. ___, andar __ –
Paulo – SP - CEP ______. São Paulo – SP - CEP _______.

pelos motivos de fato e de direito infra consignados:

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DAS
PRELIMINARES
Insta pedir “vênia” pelo número de laudas que abarca a presente
demanda, posto que, os fatos merecem ser descritos em total
conformidade com o ocorrido visando não deixar nenhuma lacuna ou
dúvida sobre a verdade dos fatos, com o fim de que o direito posto não
seja negligenciado de nenhuma maneira.

DA
CONCESSÃO
O Autor é comerciante, contudo, assim como todo o Brasil e diversos DO BENEFÍCIO
DA
outros países do mundo, foi surpreendido pela Pandemia do Covid-19,
GRATUIDADE
sendo obrigado por decreto a fechar as portas de sua empresa diante do PROCESSUAL
“lockdow”, o confinamento imposto pelos governantes para evitar a AO AUTOR
propagação do vírus, tal fato, fez com que a empresa não tivesse mais
lucros, sem condições de manter o seu sustento e o de sua família.
Não sendo suficiente a crise do Coronavírus e a crise financeira o Autor,
muito provavelmente por estresse, sofreu uma grave lesão na perna
direita, lesão essa que provocou dores insuportáveis, consequentemente a
indicação de uma cirurgia de emergência, impossibilitando completamente
sua locomoção e retorno a suas atividades.
Diante disso, o negócio que já estava indo mal apenas piorou, pois não
teve condições de retornar ao seu trabalho, tendo que se socorrer ao
auxílio-doença para conseguir se manter, desta forma não tem condições
de arcar com as custas da presente demanda, sem comprometer ainda
mais a sua sobrevivência e a sua tão esperada recuperação.
Destarte, não vislumbra outra alternativa a não ser, formular ao Douto
Julgador o pedido de gratuidade da justiça (Declaração de hipossuficiência
anexa), vez que já custeia com muito sacrifício o plano de saúde da
segunda Requerida (EMPRESA2), o qual ainda mais diante do ocorrido, não
tem como ficar sem, haja vista que ainda está em tratamento, conforme
será descrito com mais pormenores nos fatos.

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DO
LITISCONSÓRCIO
Prezando pela economia processual e pela harmonização dos julgados e O
em plena conformidade com os princípios que o regem o litisconsórcio,
cabe mencionar CANDIDO RANGEL DINAMARCO:
Vale salientar que, além da economia processual a demanda é relativa a “por que realizar
dois ou mais
ambos os Requeridos, nesse sentido, é plenamente admissível que o
processos, sendo
Requerente pleiteie em juízo, aproveitando-se a todos as provas possível obter o
produzidas nos autos. mesmo resultado
com um só e sem
Ambos os Requeridos, deverão responder solidariamente pelo Dano Moral o ´timor ne varie
dicetur`?”
e pelos débitos oriundos tanto da cirurgia, quanto do processo em
questão, e verificando o Douto Julgador a necessidade de perícia técnica (Litisconsórcio 7ª
Edição 2.002 pág.
para a apuração do ocorrido, ambos deverão arcar com o pagamento do 83).
perito.

Reconhecido a CULPA “IN ELIGENDO”, determinar a responsabilidade


OBJETIVA, de acordo com o entendimento majoritário dos Tribunais,
reconhecendo assim, a responsabilidade civil dos Requeridos e se for o
caso e se for constatado que também houve → FRAUDE POR PARTE DA
PRIMEIRA REQUERIDA (HOSPITAL NOME DO HOSPITAL) A SUA DEVIDA
CONDENAÇÃO.

DOS FATOS E
DO DIREITO

Em 19 de julho de 2020, o Requerente sofreu uma lesão em sua perna


direita, sendo levado imediatamente para o hospital, credenciado ao 2º
Requerido (___), na região de ____.
Contudo, no local não havia equipamentos adequados para um diagnóstico
preciso, desta feita, foi encaminhado a um hospital de maior porte, capaz
de realizá-los. Entretanto, para não agravar a situação do Requerente,
imobilizaram sua perna com gesso e receitaram remédio para dor.
Quando, após muito sacrifício, conseguiu voltar para São Paulo, mesmo
com muita dor, pesquisou qual hospital ele poderia ir para ser
devidamente atendido e sem ter gasto, afinal, não tinha condições

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financeiras de pagar qualquer tipo de tratamento no momento, e possuía


PLANO DE SAÚDE, que obrigatoriamente cobre urgência e emergência, o
caso do Requerente!
Como resultado de suas pesquisas, observou que o HOSPITAL NOME (1º
Requerido), era credenciado a EMPRESA2 (2º Requerido).
Diante dessas informações pediu que o levassem imediatamente até o
HOSPITAL NOME DO HOSPITAL, pois lá teria a assistência que necessitava e
sem gerar débitos, podendo enfim, ser socorrido e ter sua dor amenizada,
sanando também a dúvida de se poderia voltar a andar ou não.
Ao chegar no HOSPITAL NOME DO HOSPITAL (1º Requerido) em ___ de
____ de 2020, foi examinado e devido a GRAVIDADE do caso foi
imediatamente informado que iria direto para a cirurgia após os exames
pré-operatórios.
Demasiadamente aflito, com uma dor imensurável, com muito medo de
perder o movimento da perna e o pior, SOZINHO, POIS DEVIDO AO
COVID-19 não podia estar acompanhado, porém, seguiu todas as
orientações dos profissionais do plantão.
Importante RESSALTAR seis fatos importantes e que devem ser levados em
consideração na hora da apreciação do Douto Julgador:

•O Requerente antes de se dirigir ao hospital, confirmou que ele 1º


atendia pelo 2º Requerido (EMPRESA2), conforme prova em anexo;
•Estava praticamente imobilizado, sem andar consequentemente

não podendo se locomover em busca de mais informações;
•Com uma dor indescritível; 3º
•SOZINHO no HOSPITAL NOME DO HOSPITAL; 4º
•Sem dinheiro, devido ao “lockdow”, e a crise instaurada pela

pandemia;
•Com medo de ser grave o suficiente, capaz de incapacitá-lo a

andar novamente e com receio de contrair Covid-19;

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Mesmo diante desse quadro o HOSPITAL NOME DO HOSPITAL se


aproveitando de sua situação de extrema dor e fragilidade física e
emocional lhe entregou alguns documentos que, devido a dor e ao medo
(da cirurgia, de não voltar a andar e de pegar covid) ele nem ao menos
teve condições psicológicas de ler adequadamente, no mais, o informaram
que se tratava apenas de procedimentos de praxe, que para realizar a
cirurgia seria necessário ele concordar com os riscos implícitos de qualquer
cirurgia e autorizá-los a realiza-la.
Seguiu as orientações do Hospital, realizou todos os exames e preparativos
para a cirurgia e assim ela foi realizada no dia seguinte, mais precisamente
dia ___de ____ de 2020, tendo alta hospitalar no dia ____ de ____ de
2020, recebendo na ocasião a Alta Hospitalar, o receituário e a guia para
retorno com o médico que o operou e o contrato viciado por ESTADO DE
PERIGO e COAÇÃO devendo, portanto, ser anulado.
Note Excelência que, há descrito na própria Alta Médica do Hospital
pertencente ao 1º Requerido há a inequívoca menção e identificação do
convênio, a saber o 2º Requerido (EMPRESA2), vejamos:
FOTO DA ALTA
Ao retornar para casa, com dor e incertezas devido a proporção da
cirurgia, gastou sem poder com remédios e agendou pelo convênio as
recomendadas fisioterapias, certo de que, seus problemas terminariam,
era agora apenas, uma questão de tempo.
Todavia, sua esperança logo foi derribada, primeiramente porque a
cirurgia em si, não foi totalmente bem-sucedida, não sabendo ainda se foi
algo passível de ocorrer em cirurgias desse tipo ou se foi erro médico,
devendo ser apurado futuramente.
Em segundo, porque foi comunicado que o PLANO DE SAÚDE, se negou a
pagar a cirurgia e, portanto, o Requerente deveria arcar com o débito no
montante absurdo de: → R$ 8.970,00 (oito mil, novecentos e setenta
reais), surpreso e totalmente indignado com a cobrança, solicitou
explicações, entretanto, as respostas foram vagas e contraditórias.
O 2º Requerido informou o que segue:

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O Requerente em busca de solucionar essa questão amigavelmente,


solicitou o envio de NOTIFICAÇÕES EXTRAJUDICIAIS, conforme
comprovante anexados ao processo, todavia somente a 2ª Requerida
respondeu, porém apenas repetiu as informações já demonstradas acima,
não oferecendo outra forma de sanar o problema.
Salienta-se que, o Requerente não contente com o descaso do 1º
Requerido, ainda tentou contato telefônico, mas não teve êxito nem
explicações plausíveis.
Não obstante, a única justificativa informada por ambos foi que o material “Art. 421.  A
utilizado na cirurgia não poderia ser pago por ser um contrato antigo, não liberdade
contratual será
havendo direito a cobertura, pois não está no ROL da ANS, ficando o assim,
exercida nos
o pagamento direcionado ao Requerente, entretanto tal postura não é limites da
coerente com a legislação vigente, que determina em seu Art. 421 do função social do
Código Civil: contrato.” Meu
grifo.

O artigo supracitado deixa claro a imposição legal para que, haja sim a
limitação da FUNÇÃO SOCIAL do contrato, não podendo ser negligenciada
ao bel-prazer dos Requeridos, vale salientar que o Requerente tem
contrato ativo com o 2º Requerido desde → 1997, nunca atrasou, mesmo
diante das diversas crises financeiras que enfrentou, pagando mesmo
diante da maior batalha que lutou e ainda luta, a qual foi imposta pelo
Covid-19.

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Como cliente, sofreu descaso, discriminação e foi vítima de injustiça, dessa


forma constatamos que houve, portanto, no presente caso, um
desrespeito a FUNÇÃO SOCIAL o que feriu a dignidade da pessoa humana
do Requerente, e se aceita, será precedente para uma futura repercussão
geral abrindo caminho para futuras violações legais e principalmente
afrontando a Constituição Federal e os direitos fundamentais.

“4. Aplicação do entendimento descrito no item 2, supra, às entidades de


autogestão, uma vez que estas, embora não sujeitas ao Código de Defesa do
Consumidor, NÃO
ESCAPAM AO DEVER DE ATENDER À
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. 5. Existência de precedente
recente da QUARTA TURMA no sentido de que seria legítima a recusa de
cobertura com base no rol de procedimentos mínimos da ANS. 6. Reafirmação da
jurisprudência desta TURMA no sentido do caráter exemplificativo do referido rol
de procedimentos. 7. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.” Meus grifos.
STJ – AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL Aglnt no REsp 1829583 SP
2019/0225660-2 (STJ).

O posicionamento abusivo e totalmente desprovido de ética dos


Requeridos, afronta a princípios basilares do direito, viola a lei e insulta o
entendimento majoritário dos nossos magistrados, vejamos:

A inteligência supracitada, está em plena consonância com a legislação,


bem como, com o principal objetivo do contrato que é a FUNÇÃO SOCIAL
do CONTRATO, sendo, portanto, uma forma se promover a justiça,
equidade e equilíbrio, não somente aos envolvidos na relação jurídica, mas
também, acabando por alcançar a toda a sociedade.

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Dessa forma, reconhecem os Desembargadores mencionados, que o rol da


ANS é APENAS EXEMPLIFICATIVO e que essa relação contratual
ATENDER
não pode e nem deve tentar afugentar-se da máxima: de
PLENAMENTE A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO , trata-se,
por conseguinte de uma obrigação em manter e respeitar princípios FUNÇÃO SOCIAL
fundamentais que regem as relações e protegem a sociedade de injustiças DO CONTRATO

praticadas por quem visa oprimir e lesar a parte mais fraca da relação
contratual visando lucro a qualquer custo.
Desta maneira, a suposta dívida originada pela cirurgia, não deve em
hipótese alguma ser destinada e cobrada do Requerente, haja vista, ser
FOI
uma cobrança totalmente indevida, pelos motivos mencionados acima e
QUESTIONADO
pelos motivos que seguem descritos abaixo. AO MÉDICO
SOBRE OS
Todavia, cabe mencionar que, em conversa com o médico que realizou a MATERIAIS
cirurgia, na ocasião do retorno, o Requerente o questionou sobre os UTILIZADOS NA
CIRURGIA.
materiais utilizados na operação, e aparentemente são diferentes do que o
1º Requerido informa ter utilizado.
Tal informação intrigou o Requerente, suspeitando de uma conduta
fraudulenta por parte do 1º Requerido com o objetivo de lucrar
indevidamente prejudicando assim ou o 2º Requerido ou/e o Requerente,
contudo, por ser leigo sobre tais questões, requer que, caso o Douto
Julgador também tenha essa dúvida solicitar uma perícia para de fato
esclarecer qual material de fato foi utilizado.
Se constatado que houve simulação, fraude ou qualquer tipo de infração
legal por parte do HOSPITAL NOME DO HOSPITAL – 1º Requerido, que ele
seja devidamente condenado no rigor da Lei.
Ressalta-se que, como pode verificar na imagem da cirurgia, ela foi
realizada de maneira bem rústica e até mesmo “grosseira e precária” o que
visualmente, pelo menos, não justifica o uso de materiais de valores tão
caros.
Salienta-se também que, além da aparência ser de uma cirurgia realizada
fora de um hospital “tão renomado”, o Requerente vem apresentando
sérios problemas, que diante da análise de sua fisioterapeuta em anexo,

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houve um comprometimento dos movimentos da perna operada,


ocasionado por uma aderência interna provocada pela cirurgia.
Isso tem dificultado a recuperação do Requerente impossibilitando-o de
retornar de vez as suas atividades, pois ocasiona muita dor ao caminhar, e
de acordo com alguns profissionais pode haver novas e maiores
complicações, ou seja, o Requerente corre o sério risco de ter que sofrer
nova cirurgia e até mesmo ter seus movimentos comprometidos por
completo.
Tais fatos somente comprovam que a cirurgia não foi totalmente
reparadora, deixou cicatrizes severas e desnecessárias o que reforça a
ideia de que não justifica o valor cobrada pelo hospital e o pior, só
reforçam a suspeita de que o 1º Requerido possa estar faltando com a
verdade.
Observe a imagem Nobre Julgador, e veja se as suspeitas não são
RELAÇÃO DE
justificadas para o valor tão expressivo não quebrou o osso, não precisou
CONSUMO
de pino por que esse valor tão alto?
CDC
Caso de necessidade de perícia, se constatado que houve crime, que
responda por ele e seja condenado a reparar todos os danos que causou
ao Requerente:

Outro ponto importante Excelência, é sabido, numa relação de consumo,


em regra, o consumidor encontra-se em posição de hipossuficiência
perante a essas grandes em empresas e fornecedores de serviços, razão de
sua insuficiência econômica e principalmente técnica.

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Consequentemente, conclui-se que o consumidor, nessa posição, deve ter


a proteção do Estado, para evitar danos maiores a eles e a toda a
sociedade, assim a legislação tem a incumbência de promover o equilíbrio
frente a essa relação contratual.
Dessarte, uma maneira de equilibrar essa relação é o instituto da
responsabilidade solidária da cadeia de fornecedores de serviços perante a
parte mais fraca da relação. Assim sendo, requer que o Douto Julgador
declare a solidariedade de ambos os Requeridos para que arquem com o
pagamento da cirurgia e dos danos morais.
Tal pedido se fundamenta no artigo 51, IV do Código de Defesa do
ART. 51, IV do
Consumidor, que prevê tanto em seu texto legal, bem como também é de
CDC
entendimento pacífico que, em sede da relação de consumo, mormente
em contrato de fornecimento de serviços, as cláusulas, excessivas e
desmoderadas não podem prevalecer em detrimento do consumidor ainda
mais no tocante a um atendimento médico de urgência e emergência
como foi o caso em questão.
No mais cabe ressaltar que, as normas relativas ao direito da saúde cuja
assistência é livre à iniciativa privada conforme art. 199 da CF, e salienta-se
que logra o art. 197:

“Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços


de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da
lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado.”

Deste modo, trata a Constituição Federal trata da ORDEM SOCIAL, e do


dever de haver controle por parte dos Poder Público em limitar ações
contrárias a legislação e evitando o abuso por parte dos fornecedores de
serviço.

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Pode-se mencionar também o próprio art. 5º da CF, que determina


enfática e claramente a garantia dos direitos fundamentais, como o direito
à vida e principalmente o seu inciso XXXII que diz:

“Art. 5º (...)
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
defesa do consumidor;”

Que se observarmos o artigo supracitado em conjunto com o art. 170


inciso V da CF temos de forma clara e determinante que a livre iniciativa
deve assegurar a todos a justiça social protegendo assim os princípios tais
como a DEFESA DO CONSUMIDOR.
Ademais, cumpre chamar a atenção para a Lei nº 9.656/98, que estabelece
a regra sobre planos de saúde e seguros privados de assistência à saúde,
que determina a obrigação de atendimento em caso de emergência,
vejamos:

“Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos


casos: 
 I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco
imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o
paciente, caracterizado em declaração do médico"assistente;”

Esses são apenas alguns exemplos que a lei nos traz, poderíamos
mencionar também a MP nº. 2.177-2001 no mais, cabe ressaltar que o
entendimento majoritário é que o ROL da ANS é exemplificativo, ainda
mais em se tratando de emergência, vejamos mais um exemplo de
jurisprudência:

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Diante dos fatos narrados, é injustificável e, portanto, ILEGAL a negativa de


cobertura do serviço médico e hospitalar, tendo em vista que, ele é objeto
do contrato e foi uma situação de EMERGÊNCIA, que quando o presente
contrato foi assinado visava exatamente prevê situações como a
vivenciada pelo Requerente, ser socorrido adequadamente em casos de
EMERGÊNCIA, e mesmo diante de tal injustiça vem cumprindo com sua
Como já
obrigação contratual, diferente da Contratada.
mencionado
Trata-se, pois, de uma decisão abusiva, ilegal e irresponsável, não podendo acima, o
ter o aval do judiciário. Requerente estava
com DORES
No tocante ao contrato assinado no dia não tem valor jurídico, tendo em INSUPORTÁVEIS,
vista ter sido assinado por uma pessoa abalada emocionalmente, premida sozinho,
por situação de risco, prestes a uma cirurgia em tempos de pandemia, totalmente
desta forma fica completamente evidente que houve o vício de debilitado
emocionalmente e
consentimento.
foi para um
Como já mencionado acima, o Requerente estava com dores hospital
insuportáveis, sozinho, totalmente debilitado emocionalmente e foi para credenciado ao
seu plano médico!
um hospital credenciado ao seu plano médico!
Ou seja, não se encontrava em uma situação capaz para analisar ou
concordar com os termos jurídicos pontuados no contrato.

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Logo, NÃO HÁ OBRIGAÇÃO DE PAGAR as despesas da internação


e nem da cirurgia, lembrando que, o Requerente possuía plano de saúde e,
se tratava de um caso de EMERGÊNCIA.

Como é de conhecimento geral, o entendimento majoritário é exatamente


Houve VÍCIO NO
esse quando há vício no consentimento, vejamos um exemplo
CONSENTIMENTO!
extremamente esclarecedor da sentença do proferida no processo nº.
027/1.10.001.932-4 - (CNJ: 0169321-44.2010.8.21.0027 da 4ª Vara Civil:

Tal sentença comprova de forma clara e pontual que quando há estado de


perigo somado à necessidade de socorro trata-se de uma situação na qual
a manifestação da vontade se divorcia da realidade, haja vista, a situação.
Desta forma, a vontade maior e sobressalente é interromper a dor e
manter a perna de forma a voltar a caminhar, assim sendo, houve um vício
no negócio jurídico, nos termos do art. 156 do Código Civil, caracterizado
pelo estado de perigo, vejamos:

“Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido


da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave
dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.”

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Tal inteligência também foi à mesma da 19ª Câmara Civil do Tribunal de


Justiça do Rio Grande do Sul, na apelação nº. 70052885866:

Desta forma, o Requerente nada deve aos Requeridos, portanto, a


cobrança é indevida, fazendo jus a Declaração de Inexistência de Débitos.

DA AUDIÊNCIA
DE
CONCILIAÇÃO
Em homenagem ao princípio da razoável duração do processo, o
Requerente opta pela não realização de audiência conciliatória (CPC, art.
319, inc. VII), haja vista a escassa possibilidade de transação judicial entre
os litigantes.
DA TUTELA
PROVISÓRIA

O Código de Processo Civil dispõe em seu art. 300, §


2° a TUTELA DE URGÊNCIA:
“Art. 300. A tutela de urgência
Com fundamento nas alegações ora expendidas, bem será concedida quando houver
como na evidente lesão e legislação vigente, elementos que evidenciem a
imperiosa necessidade do deferimento da tutela de probabilidade do direito e o
urgência pretendida, para a protesto em nome perigo de dano ou o risco ao
finalidade de que sejam suspensos os pedidos do resultado útil do processo.
(...)
Requerente, para não o prejudicar ainda mais do
§ 2º A tutela de urgência pode
que já foi prejudicado, isso como medida de justiça, ser concedida liminarmente ou
Rua Petron, nº 07 – Vila Tamoio – São Paulo – SP – CEP 00000-000. após justificação prévia.”
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até que transitado em julgado o presente feito,


confirmando-se os efeitos da tutela na sentença.
Os fatos declinados ensejam o deferimento da medida cautelar pleiteada,
eis que presentes os requisitos autorizados de sua concessão, ou seja:
O FUMUN BONI IURIS, que se resume na plausibilidade da existência do Fumaça do
bom Direito.
direito invocado por um dos sujeitos da relação jurídico-material, ou seja,
na possibilidade que a tese por ele defendida venha a ser sufragada pelo
judiciário; no caso concreto, porque a parte autora, de fato, nunca
contraiu a dívida, pois se dirigiu a um hospital credenciado de seu plano de
saúde e em um caso de EMERGÊNCIA.
O PERICULUM IN MORA, que se revela pelo dano irreparável que no caso Perigo da
Demora.
podem ser apontados como: porquanto se for permitido que haja
protesto, o Requerente sofrerá ainda mais abalos financeiros, podendo
nunca se recuperar, haja vista, que até os dias atuais ainda não está
Requer a Tutela
totalmente recuperado, como comprovado em anexo pelos registros de
de Urgência para
fisioterapia. E como é autônomo poderá comprometer até o seu “ganha retirar protestos
pão” e a sua sobrevivência. Ademais não há outros protestos em seu nome no nome do
Requerente.
como comprovado também em anexo.
Isto posto, requer seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro nos
artigos 497 e 300, ambos do CPC, para fim de que sejam suspensos os
protestos e negativação do nome do Requerente, como medida de
justiça, até que transitado em julgado o presente feito, confirmando-se
os efeitos da tutela na sentença, o que deve ser reconhecido por este
juízo, tendo em vista, principalmente, os documentos anexos que
comprovam a verossimilhança dos fatos declinados nesta peça processual,
bem como os requisitos necessários para a concessão desta;
DOS DANOS
MORAIS

Perceba D. Julgador que o Requerente sofreu o pós cirurgia, tendo em


vista que acabou com sequelas e ainda não está totalmente recuperado
(ainda se sabe se foi erro médico ou não) e além disso, está sendo cobrado
constantemente por uma dívida que não reconhece, haja vista que, ele foi

Rua Petron, nº 07 – Vila Tamoio – São Paulo – SP – CEP 00000-000.


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em um Hospital credenciado ao seu plano de saúde e em uma situação de


EMERGÊNCIA.
Ressalta-se que, está em crise financeira devido a pandemia, abalado física
e emocionalmente e ainda assim, o 1º Requerido está ligando
incessantemente para cobrá-lo, como se percebe, não se de meros
aborrecimentos do dia a dia.
Assim, a condenação dos Requeridos ao pagamento de um estimado dano
moral é o mínimo necessário para que um pouco do constrangimento e
sofrimento do Requerente seja compensado e amenizado.

DOS PEDIDOS E
REQUERIMENTOS
Diante o exposto, requer à Vossa Excelência:

a. O recebimento da presente ação por este D. Juízo;

b. Requer, seja declarada a existência de relação consumerista entre as


partes litigantes.

c. Requer que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro nos


artigos 497 de 300, ambos do NCPC, para o fim de que sejam
suspensos os protestos e a negativação do nome do Requerente,
como medida de justiça, até que transitado em julgado o presente
feito, confirmando-se os efeitos da sentença, o que deve ser
reconhecido por este juízo, tendo em vista, principalmente, os
documentos anexos que comprovam a verossimilhança dos fatos
declinados nesta peça processual, bem como os requisitos
necessários para a concessão desta, sob pena de multa diária à ser
fixada;

d. Requer que seja concedida a Justiça Gratuita ao Requerente, ainda


mais agora que está com o nome negativado indevidamente;

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e. Caso o D. Julgador entenda necessário, Requer que seja realizada a


perícia para verificar exatamente o que foi utilizado na perna do
Requerente, para analisar se houve verdade no alegado pelo
primeiro Requerido ou se houve fraude;

f. Requer, que se comprovado que o 1° Requerido não utilizou os itens


os quais disse que usou seja condenado ao rigor da lei e seja oficiado
ao Ministério Público e a ANS, para a devida responsabilização;

g. Requer que sejam os Requeridos citados para que, querendo,


conteste a presente ação no momento oportuno, sob pena de
revelia e confissão;

h. Requer a inversão do ônus da prova, em favor do Requerente, nos


termos do artigo 6º, VIII do CDC, por se tratar de relação de
consumo, ou equiparada, onde fica, por consequência, evidenciada
a vulnerabilidade deste;

i. Requer a produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, notadamente a prova documental, testemunhal e
depoimento pessoal dos representantes dos Requerentes, sob pena
de confissão ficta, reiterando, ainda, o pedido de inversão do ônus
da prova, nos termos preceituado no artigo 60, inciso VIII, do Código
de Defesa do Consumidor;

j. Requer a procedência dos pedidos autorais para o fim de condenar


os Requeridos ao pagamento de indenização por danos morais no
montante não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e/ou
alternativamente que a condenação seja solidária, decorrente de
seus atos ilícitos, haja vista, não ter outro protesto em seu nome.

k. Requer a DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS ao


Requerente e que o 2º Requerido arque com as despesas da cirurgia
e internação;

l. Requer que o nome do Requerente seja retirado com urgência do


Cadastro de Inadimplentes.

m. Requer que os Requeridos arquem com os valores dos


Cartórios, haja vista, ser indevida a cobrança e o protesto.

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n. Requer, a condenação dos Requeridos à íntegra dos ônus


sucumbências, com a fixação dos honorários advocatícios nos
termos dos artigos 85, § 8º do Código de Processo Civil, por
apreciação equitativa, e a condenação dos Requeridos ao
pagamento das custas e despesas processuais, com as devidas
atualizações monetárias e juros;

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova


admitidos em direito, especialmente pela produção de provas
testemunhal e pericial e, caso necessário, pela juntada de
documentos, e por tudo o mais que se fizer indispensável à cabal
demonstração dos fatos articulados na presente.

Dá-se à causa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). VALOR DA


CAUSA

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, ___ de ____ de 2020.

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