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3.

Exame das Mamas

O exame clínico, essencial no diagnóstico das afecções mamárias, é constituído das seguintes fases:

 Anamnese;
 Inspeção estática e dinâmica;
 Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares;
 Palpação mamária;
 Expressão papilar.

A dor mamária, o nódulo e o derrame papilar representam os principais motivos de consulta.

A inspeção estática é realizada com a paciente sentada, com os membros superiores dispostos paralelamente ao longo
do tronco, usando avental tipo camisola com abertura na frente. Observam-se pele, contorno, forma, volume e simetria
glandular, pigmentação da aréola, aspecto da papila, presença de abaulamentos ou de retrações, circulação venosa e
presença de sinais flogísticos (edema e rubor).

Na inspeção dinâmica, solicita-se à paciente que eleve os braços acima da cabeça ou que pressione as asas dos ossos
ilíacos, colocando as mãos na cintura e fazendo compressão. Tais manobras tornam mais evidentes as retrações e
assimetrias, além de possibilitar a avaliação do comprometimento muscular pela neoplasia.

As mamas podem ter variações fisiológicas e patológicas. Na puberdade, com frequência são encontradas assimetrias
fisiológicas destituídas de significado clínico.
Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares. Os linfonodos são melhor examinados com a paciente
sentada de frente para o examinador. Com a mão espalmada (a mão direita examina o lado esquerdo da paciente e
vice-versa), faz-se a palpação deslizante do oco axilar e de suas proximidades. As fossas supra e infraclaviculares e as
axilas são palpadas com as pontas dos dedos.
Palpação dos linfonodos axilares. A. Paciente sentada de frente para o examinador, que usa sua mão direita para
levantar o braço direito da paciente. Com a mão esquerda espalmada, faz-se palpação deslizante do oco axilar e nas
proximidades. B. Para a axila esquerda, o braço esquerdo é levantado com a mão esquerda e palpa-se a axila com a mão
direita.

Palpação dos linfonodos supraclaviculares (A) e infraclaviculares (B). A palpação é feita com a ponta dos dedos

Palpação mamária. A palpação pode ser executada por meio de duas técnicas: a de Velpeaux, em que utiliza-se a região
palmar dos dedos, e a de Bloodgood, em que são utilizadas as falanges distais, semelhante ao tocar de um piano.

Realiza-se a palpação das mamas com a paciente em decúbito dorsal com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os
braços bem abertos. A palpação deve ser feita delicadamente, partindo-se da região subareolar e estendendo-se até as
regiões paraesternais, infraclaviculares e axilares (prolongamento axilar da mama). Em um primeiro momento, a
palpação deve ser executada com leve pressão, a fim de permitir a detecção de nódulos superficiais, e, em seguida, com
mais vigor, procurando nódulos profundos.
Palpação das mamas. A. Palpação com a região palmar dos dedos (técnica de Velpeaux). B. Palpação com as falanges
distais, semelhante ao tocar de um piano (técnica de Bloodgood).

Expressão papilar. Terminada a palpação, faz-se uma delicada pressão no nível da aréola e da papila, identificando as
características da secreção como coloração (sero-hemática, citrina, serosa, láctea, esverdeada ou acastanhada), se
ocorre por ducto único ou múltiplo, se é espontânea ou provocada.

A pesquisa do ponto do gatilho, que é a digitopressão realizada de forma circular ao redor da aréola, pode auxiliar na
identificação do ducto comprometido.

Derrames papilares contendo sangue, sero-hemáticos ou cristalinos em água de rocha levantam a suspeita de neoplasia
(papiloma ou carcinoma).
A. Expressão papilar. Delicada pressão no nível da aréola e da papila. B. Pesquisa do ponto do gatilho: digitopressão
realizada de forma circular ao redor da aréola. Pode auxiliar na identificação do ducto comprometido.

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