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MUNICÍPIO DE CHAPECÓ
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO
PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO
Revisão 2022
CHAPECÓ
Setembro/ 2022
Rua Marechal Floriano Peixoto, 700 – Ala Norte Arena Condá – Centro
Chapecó – SC – CEP 89801-500 – (49) 3321-0060
LISTA DE SIGLAS
1 OBJETIVOS11
2 CAPTAÇÃO, INSCRIÇÃO E VINCULAÇÃO DA GESTANTE AO PRÉ-NATAL11
3 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE12
3.1 Agente Comunitário de Saúde – ACS13
3.2 Administrativo/Recepção do Centro de Saúde13
3.3 Técnico e Auxiliar de Enfermagem14
3.4 Atendente de Consultório Dentário15
3.5 Dentista15
3.6 Enfermeiro15
3.7 Médico17
4 CALENDÁRIO DE CONSULTAS20
5 ROTEIRO DE CONSULTA OBSTÉTRICA21
5.1 História Clínica21
5.2 Antecedentes21
5.3 História Obstétrica Atual23
5.4 Cálculo da Idade Gestacional – IG23
5.5 Cálculo da data provável do parto – DPP23
5.6 Situação vacinal24
5.7 Exame físico25
5.8 Exames de rotina do pré-natal28
5.9 Avaliação do estado nutricional da gestante28
5.9.1 Ganho de peso recomendado30
5.10 Controle da Pressão Arterial (PA)31
5.11 Verificação da presença de edema32
6 EXAME OBSTÉTRICO 36
6.1 Inspeção e Palpação das Mamas33
6.2 Avaliação da Posição e Apresentação Fetal no Útero Materno33
6.3 Medida da altura uterina (AU)33
6.4 Ausculta dos Batimentos Cardíacos Fetais (BCF) após a 12ª semana35
6.5 Exame Especular36
6.6 Toque Vaginal36
7 EXAMES COMPLEMENTARES (ESPECIFICAÇÕES)37
7.1 Tipagem Sanguínea e Fator Rh37
7.2 Hemograma37
7.2.1 Hemoglobinopatias............................................................................................................41
7.3 HbsAg em 1ª consulta pré-natal37
7.4 Toxoplasmose37
7.5 Anti - HIV38
7.6 Glicemia de Jejum39
7.6.1 Rastreamento do Diabetes Gestacional39
7.6.2 Fatores de Risco para DMG40
7.7 EQU + urocultura com TSA41
7.8 VDRL42
7.9 Cultura para Estreptococo B44
7.10 TSH44
7.11 Dosagem de Vitamina D44
7.12 Anti – HCV.........................................................................................................................49
7.13 Ultrassonografia44
8 ENCAMINHAMENTOS PARA REFERÊNCIA DE OBSTETRÍCIA 21
8.1 Consultoria em ginecologia e obstetríciaErro: Origem da referência não encontrada
8.2 Casos que devem ser encaminhados ao pré-natal de alto risco (PNAR)Erro: Origem da
referência não encontrada
8.3 Contrarreferência50
8.4 Situações de emergência que devem ser encaminhadas diretamente do centro de
saúde ao HRO50
9 PRÉ NATAL DO PARCEIRO 58
9.1 Primeiro contato-acolhimentoErro: Origem da referência não encontrada
9.2 Aconselhamento e realização de testes rápidos e exames de rotina...............................58
9.3 Vacinar o parceiro conforme a situação vacinal encontradaErro: Origem da referência não
encontrada
9.4 Vínculo e consultas50
9.5 Esclarecimentos sobre o pré-parto, parto e puerpério 50
10 PERÍODO PÓS-PARTO OU PUERPÉRIO21
10.1 Ações relacionadas à mulherErro: Origem da referência não encontrada
10.2 AnamneseErro: Origem da referência não encontrada
10.3 Exame físicoErro: Origem da referência não encontrada
10.4 CondutasErro: Origem da referência não encontrada
10.5 Ações relacionadas ao RNErro: Origem da referência não encontrada
10.6 Uso de método anticoncepcional durante o aleitamentoErro: Origem da referência não
encontrada
10.7 Dificuldades com o aleitamento no período puerperalErro: Origem da referência não
encontrada
11 REFERÊNCIAS21
APRESENTAÇÃO
11
2 CAPTAÇÃO, INSCRIÇÃO E VINCULAÇÃO DA GESTANTE AO PRÉ-NATAL
12
3 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE
13
⚫ Providenciar o cadastro no sistema próprio – Winsaude (quando a gestante ainda não tiver)
mediante documentação (Carteira de Identidade, CPF, Registro de Nascimento/Casamento,
Carteira de Trabalho, Título Eleitoral, Comprovante de Residência);
⚫ Encaminhar a gestante para consulta com enfermeiro ou médico a fim de providenciar o
Pré-Natal;
⚫ Orientar para que leve a Caderneta da Gestante ao Hospital na hora do parto. Os
profissionais que realizaram o pré-natal podem não ser os mesmos que farão o parto. O
cartão de gestante contém informações muito importantes;
⚫ Solicitar à usuária que sempre mantenha o endereço e telefone atualizados;
⚫ Preencher as fichas clínicas com o nome completo e sem abreviaturas;
⚫ Agendamento de consultas;
⚫ Orientar para que a usuária traga a Carteira de Vacinas e CP atual, sempre que comparecer
ao CSF;
⚫ Orientar e encaminhar para os grupos de gestantes;
⚫ Estimular para que o companheiro (a) participe da gestação (grupos de gestantes, consultas,
exames, etc.).
3.5 Dentista
16
⚫ Realizar visitas domiciliares no pós-parto imediato, orientando e agendando consulta para
a puérpera e RN;
⚫ Encaminhar a gestante para avaliação odontológica;
⚫ Orientar para que leve a Caderneta da Gestante ao Hospital na hora do parto. Os
profissionais que realizaram o pré-natal podem não ser os mesmos que farão o parto. A
Caderneta da Gestante contém informações muito importantes;
⚫ Estimular para que o companheiro (a) participe da gestação (grupos de gestantes, consultas,
exames, etc.);
⚫ Avaliar a aceitação do uso dos métodos anticoncepcionais após o nascimento do bebê.
3.7 Médico
⚫ Realizar consulta de pré-natal, intercalando e/ou interagindo com o (a) enfermeiro (a)
quando gestação de baixo risco, verificando inclusive PA, peso e altura;
⚫ Solicitar exames e orientar tratamento conforme as Normas Técnicas e Operacionais;
⚫ Orientar as gestantes quanto aos fatores de risco;
⚫ Identificar as gestantes de risco e as encaminhar para a Clínica da Mulher;
⚫ Avaliar última coleta do exame CP, se último exame for há mais de três anos, encaminhar
ao ginecologista para coleta;
⚫ Fornecer a Caderneta da Gestante devidamente atualizado a cada consulta;
⚫ Preencher a ficha perinatal, Caderneta da Gestante e o sistema próprio - Winsaude,
mantendo os dados atualizados a cada consulta;
⚫ Realizar visita domiciliar quando necessário;
⚫ Atender às intercorrências e encaminhar as gestantes quando necessário às Unidades de
referência (Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Pronto Atendimento da Efapi (PA
Efapi) ou Hospital Regional do Oeste (HRO), de acordo com cada caso, através de carta de
encaminhamento e com registro em prontuário eletrônico municipal;
⚫ Realizar atividades de grupo com gestantes e puérperas, orientações individuais e sala de
espera, etc;
⚫ Identificar gestantes faltosas e comunicar o fato à enfermeira da área e/ou coordenação do
Centro de Saúde;
⚫ Encaminhamento para o cirurgião dentista;
17
⚫ Verificar o cartão de vacinação da gestante;
⚫ Estimular para que o companheiro (a) participe da gestação (grupos de gestantes, consultas,
exames, etc.);
⚫ Participar das atividades de Educação em Saúde.
Atenção:
18
FLUXOGRAMA 1 - CAPTAÇÃO DA GESTANTE
19
4 CALENDÁRIO DE CONSULTAS
Observação: O intervalo entre duas consultas não deve ultrapassar 06 (seis) semanas;
Se o parto não ocorrer até 07 (sete) dias após a data provável (40 semanas), a
gestante deverá ser encaminhada ao Hospital Regional do Oeste (HRO).
20
5 ROTEIRO DE CONSULTA OBSTÉTRICA
Dados de identificação:
⚫ Nome;
⚫ Idade;
⚫ Cor;
⚫ Naturalidade;
⚫ Endereço;
⚫ Tipo de união conjugal;
⚫ Profissão;
⚫ Religião.
Dados socioeconômicos
⚫ Escolaridade;
⚫ Condições de moradia;
⚫ Migração recente;
⚫ Ocupação do cônjuge;
⚫ Condições de moradia.
5.2 Antecedentes
Pessoais e familiares:
⚫ Malformações congênitas;
⚫ Gemelaridade;
⚫ HAS;
21
⚫ DIA;
⚫ Tuberculose;
⚫ Hanseníase;
⚫ Câncer de mama e/ou colo uterino;
⚫ Transfusões sanguíneas;
⚫ Cirurgias anteriores;
⚫ Reações a medicamentos;
⚫ Vacinação (rubéola, antitetânica, hepatite);
⚫ Distúrbios nutricionais (desnutrição, sobrepeso, obesidade);
⚫ Toxoplasmose.
Ginecológicos:
⚫ Idade da menarca;
⚫ Ciclos menstruais;
⚫ Uso de métodos anticoncepcionais;
⚫ Esterilidade;
⚫ Doenças sexualmente transmissíveis;
⚫ Número de parceiros sexuais;
⚫ Patologias mamárias;
⚫ Cirurgias ginecológicas.
Obstétricos:
⚫ Número de gestações;
⚫ Número de partos (vaginais e cesáreos);
⚫ Nascidos vivos e mortos;
⚫ Mortalidade perinatal;
⚫ Intervalo interpartal;
⚫ Peso dos outros filhos;
⚫ Presença de prematuros ou pequenos para a IG;
⚫ Abortos;
⚫ Gravidez ectópica;
22
⚫ Puerpério;
⚫ Aleitamento.
23
A duração média da gestação é de 280 dias – 40 semanas – a partir da DUM. O cálculo da DPP
pode ser feito:
⚫ Mediante utilização de calendário ou disco;
⚫ Utilizando a Regra de Naegele
Regra de Naegele
Cálculo do dia:
Considerar o dia da DUM e somar 7 para as multíparas ou 10 para as nulíparas.
Cálculo do mês e do ano:
Para as DUM cujo mês esteja compreendido entre janeiro e março – somar 9 ao mês e manter o
ano;
Para as DUM cujo mês esteja compreendido entre abril e dezembro – diminuir 3 do mês e somar 1
ao ano;
Em ambas as situações, se a contagem dos dias ultrapassar o número de dias previsto para o mês
(28, 29,30 ou 31), deve-se somar mais 1 ao mês da DUM.
Observação:
*dTpa: gestantes que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, administrar
uma dose de dTpa no puerpério;
*Se houver reação anafilática sistêmica grave, as doses subsequentes não deverão ser aplicadas.
*Se houver contraindicação absoluta do uso de uma preparação contendo toxóide tetânico e a
gestante não tiver completado o esquema básico de imunização contra o tétano e vier a sofrer um
ferimento, indica-se somente imunização passiva (soro ou imunoglobulina humana antitetânica).
*Os eventos adversos pós-vacinais mais frequentes são calor, dor, calor, vermelhidão,
endurecimento local e febre. A vacina dT deve ser aplicada a partir do sétimo ano de vida. A
administração deve ser por aplicação via intramuscular profunda.
*Estar atento para possíveis mudanças no calendário vacinal essencial para gestante, disponível no
site da DIVE de SC.
QUADRO 2 – Exames de rotina para gestantes solicitados pelo médico (a) e/ou enfermeiro (a)
Período Exames
26
2º trimestre (entre 24 ª-28ª Hemograma
semanas)
Coombs indireto (se Rh negativo)
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com 75g de glicose (jejum, 1ª e 2ª hora)
Sorologia para sífilis – VDRL
Sífilis – anticorpos contra treponema
Anti-HIV
Sorologia para hepatite B (HbsAg) – se imunidade não adquirida
Toxoplasmose (se o IgG não for reagente)
Parcial de urina
Urocultura / TSA antibiograma
Ultrassonografia obstétrica (entre 22 e 24 semanas)
O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura da gestante adulta
(idade maior de 19 anos) deve ser aferida apenas na primeira consulta, e da gestante adolescente,
pelo menos trimestralmente.
Na primeira consulta de pré-natal, a avaliação nutricional da gestante com base em seu peso
e sua estatura permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidia a previsão de ganho de peso
até o fim da gestação.
A avaliação se dá a partir do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC):
27
IMC = Peso (Kg)
Altura² (m)
28
38 24,5 24,6 – 28,8 28,9 – 32,9 33,0
39 24,7 24,8 – 28,9 29,0 – 33,0 33,1
40 24,9 25,0 – 29,1 29,2 – 33,1 33,2
41 25,0 25,1 – 29,2 29,3 – 33,2 33,3
42 25,0 25,1 – 29,2 29,3 – 33,2 33,3
Fonte: quadro adaptado do Protocolo de Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco do Ministério da
Saúde do Brasil. 2016.
O ganho ponderal recomendado para cada gestante pode ser estimado a partir do estado
nutricional inicial, variando de acordo com a situação de BP, peso adequado, sobrepeso ou
obesidade (Quadro 1). Esta estimativa é trimestral no 1º trimestre e semanal nos trimestres
subsequentes, com o intuito de detectar e corrigir precocemente um ganho inadequado de peso.
29
⚫ Sobrepeso e Obesidade (S e O): investigar obesidade pré-gestacional, edema, polidrâmnio,
macrossomia, gravidez múltipla; dar orientação nutricional, visando à promoção do peso
adequado e de hábitos alimentares saudáveis, ressaltando que no período gestacional não se
deve perder peso; remarcar consulta em intervalo menor que o fixado no calendário habitual.
31
5.11 Verificação da presença de edema
ACHADO CONDUTA
32
Edema limitado aos membros ⚫ Orientar repouso em decúbito lateral esquerdo
inferiores, porém na presença de ⚫ Verificar a presença de sinais/sintomas de pré-eclâmpsia grave
hipertensão ou ganho de peso e interrogar sobre os movimentos fetais
aumentado e/ou proteinúria + ⚫ Marcar retorno em sete dias, na ausência de sintomas
⚫ Deve ser avaliada e acompanhada pelo médico da unidade
⚫ Encaminhada para serviço de alto risco, se necessário.
33
6 EXAME OBSTÉTRICO
34
⚫ Anotar a medida, em centímetros, na ficha perinatal e na Caderneta, e marcar o ponto na curva da
AU.
Observação: a situação transversa reduz a medida da AU, podendo falsear sua relação com a IG.
35
percentil 25 do peso médico da unidade para avaliar a
padrão para a IG possibilidade de feto morto,
oligodrâmnio ou restrição de
crescimento intrauterino
⚫ Solicitar ultrassonografia
⚫ Caso permaneça dúvida, marcar
retorno em 15 dias para reavaliação
⚫ Se confirmação de achados
ecográficos anormais, encaminhar ao
serviço de alto risco.
6.4 Ausculta dos Batimentos Cardíacos Fetais (BCF) após a 12ª semana
A ausculta dos batimentos cardíacos fetais objetiva constatar a cada consulta, a presença,
o ritmo, a frequência e a normalidade dos BCF. É considerada normal a frequência cardíaca fetal
entre 120 e 160 batimentos por minuto.
36
⚫ O médico da unidade deve avaliar a gestante e o feto. Na
persistência do sinal, encaminhar a gestante para o serviço
de referência hospitalar
37
7 EXAMES COMPLEMENTARES (ESPECIFICAÇÕES)
7.2 Hemograma
Solicitar na primeira consulta, no segundo e terceiro trimestre
⚫ Hb > ou = 11g/dl, ausência de anemia, realizar suplementação de rotina com Sulfato
Ferroso 300 mg/dia, 1 hora antes das refeições (corresponde a 40 mg de ferro elementar) a
partir da 20ª semana;
⚫ Hb entre 11 e 8 g/dl = tratamento com Sulfato Ferroso 300 mg 2 a 3 x/dia. Rastrear
parasitoses com Exame Parasitológico de Fezes (EPF), avaliar diagnóstico diferencial de
outras anemias e realizar hemograma de controle mensalmente;
⚫ Hb < 8 g/dl = anemia severa, encaminhar para Clínica da Mulher.
7.2.1 Hemoglobinopatias
Recomenda-se investigação de hemoglobinopatias no primeiro trimestre, com Hb e eletroforese de Hb em gestantes
de descendência africana, mediterrânea ou sudeste asiático, se tiver antecedentes de anemia falciforme ou apresentar
história de anemia crônica. Gestantes com eletroforese de Hb alterada devem ser referenciadas ao pré-natal de alto
risco.
7.4 Toxoplasmose
Realizar na lª consulta pré-natal (IgG e IgM).
⚫ Se IgG (+) e IgM (-) = Infecção pregressa, não necessita nova sorologia.
⚫ Se IgG (-) e IgM (-) = Repetir sorologia no 2º e 3º trimestre.
38
⚫ Se IgG (+) e IgM (+) = Solicitar IMEDIATAMENTE (se Idade Gestacional menor de 16
semanas) teste de Avidez de IgG para Toxoplasmose e PRESCREVER espiramicina se IG <
18 semanas ou esquema tríplice se IG > 18semanas. e encaminhar a Clínica da Mulher.
⚫ Se possuir teste de Avidez de IgG para Toxoplasmose, se Alta avidez abaixo de 16 semanas é
infecção pregressa, se Baixa avidez é infecção recente, e neste caso prescrever espiramicina se
IG < 18 semanas ou esquema tríplice se IG > 18semanas. e encaminhar a Clínica da Mulher.
⚫ Se IgG (-) e IgM (+) = Iniciar esquema conforme IG e repetir IgG em 15-30 dias, se IgG(
negativo) é resultado falso positivo para IgM , suspende medicação.
⚫ Se IgG (+) e IgM duvidoso = Repetir prontamente sorologia (IgG + IgM) e avidez e encaminhar
para Clínica da Mulher.
Resultado inconclusivo
⚫ Orientar a usuária sobre a necessidade de repetir o exame, dependendo do espaço de tempo entre a exposição de
risco; repetir em 30 dias após a exposição de risco, 03 (três) meses e 06 (seis) meses (período da janela
imunológica);
⚫ O acompanhamento deste caso é realizado pelo Centro de Saúde de origem, não sendo necessário encaminhar ao
SAE;
⚫ O profissional deverá orientar ainda para o uso de preservativos (condons), em todas as relações sexuais e se a
usuária estiver amamentando, interromper a amamentação imediatamente, devido a exposição a criança;
⚫ Orientar a usuária para não doar sangue durante a investigação.
⚫ Se for usuária de drogas injetáveis, evitar o compartilhamento de seringas, agulhas ou outro equipamento para o
preparo e injeção da droga.
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⚫ Ligar para o SAE para encaminhar a usuária para enfermeira e posterior AGENDAMENTO DE CONSULTA
com médico capacitado (Fone: 20499035 e 20499036) para iniciar acompanhamento e realização de exames
específicos;
⚫ Solicitar que a usuária ao comparecer ao SAE traga os seguintes documentos: Resultado dos exames (primeira
e segunda amostras), CNS (Cartão Nacional do SUS), RG, CPF, Endereço completo com CEP, número de
telefone para contato, carteira de vacinas, carteira de pré-natal, carteira da criança e certidão de
nascimento, resultado do preventivo de câncer do colo de útero;
⚫ Orientar ainda neste momento o uso de condons em todas as relações sexuais; caso estiver amamentando,
suspender imediatamente a amamentação para não expor a criança e comunicar seu (sua) parceiro (a) para que
também seja investigar.
⚫ Orientar a usuária para que não doe sangue;
⚫ No caso de uso de drogas injetáveis, evitar o compartilhamento de seringas, agulhas e outro equipamento para o
preparo e injeção da droga.
Atenção:
⚫ O processo de investigação é extensivo a toda a família;
⚫ No caso de gestante Soropositiva para HIV a amamentação está contraindicada, sendo fornecido leite artificial
para o RN do município de Chapecó até os 09 meses de idade. Para os demais municípios o fornecimento do
leite artificial irá até os 06 meses de idade (recomendação do MS). A mãe assinará no prontuário o recebimento
desta cota mensal;
⚫ A medicação para inibição da lactação será fornecida através de processo para Medicamento não Padronizado
junto a Regional de Saúde de Chapecó;
⚫ Orientar a puérpera para que não se esqueça de solicitar para funcionário do berçário, o medicamento AZT
solução oral que será fornecido para o recém-nascido até a sexta semana de vida, na alta hospitalar;
⚫ É obrigatória a notificação da gestante soropositiva para o HIV, sendo a notificação de responsabilidade do
SAE.
40
o <92 mg/dl a gestante deve ser reavaliada no segundo trimestre.
⚫ Solicitar Teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com 75g (jejum, 1ª e 2ª hora) com 24 -
28 semanas, a exceção das pacientes já com diagnóstico de DM prévia:
o O diagnóstico do DMG é firmado no TOTG quando pelo menos UM dos valores do
TOTG:
⚫ ≥ a 92mg/dL no jejum;
⚫ ≥ a 180mg/dL na primeira hora;
⚫ ≥ a 153mg/dL na segunda hora.
Observação: Todas as gestantes com glicemia de jejum inferior a 92 mg/dL devem realizar o
TOTG com 75g de glicose de 24 a 28 semanas. Se o início do pré-natal for tardio (após 20 semanas
de idade gestacional) deve-se realizar o TOTG com a maior brevidade possível. Há restrição do
exame em caso de cirurgia bariátrica prévia.
Recomendações:
1. Confirmar com a paciente se foi realizado jejum adequado de 8h (evitar líquidos, chá, balas,
chiclete, etc.) O jejum é de no mínimo 8 horas e no máximo 12 horas, coletar neste intervalo.
41
2. Orientar a gestante para que leve uma fruta ou outro alimento de sua preferência para consumir
após coleta de exames que exijam jejum.
42
43
7.7 EQU + urocultura com TSA
Rotina na 1ª consulta pré-natal.
⚫ Se parâmetros normais (< 5 leucócitos/campo, bacteriúria rara, ausência de hematúria), e
pacientes sem sintomas, solicitar novo Exame Qualitativo de Urina (EQU) nas rotinas
laboratoriais de 2o e 3o trimestres.
⚫ Se paciente com sinais/sintomas de Infecção do Trato Urinário (ITU), coletar EQU e
Urocultura e instituir tratamento prontamente. Realizar controle pós-tratamento com EQU
e Urocultura 7 dias após o término do tratamento.
⚫ Se parâmetros alterados (> 5 leucócitos/campo, bacteriúria moderada, hematúria),
descartando-se presença de vulvovaginite, contaminação da amostra, com ou sem sintomas,
instituir tratamento e realizar EQU + Urocultura com controle 7 dias após o término do
tratamento.
⚫ Se Urocultura pós-tratamento negativo, seguir com rotinas laboratoriais.
⚫ Se Urocultura positiva instituir tratamento de acordo com antibiograma, levando-se em
conta os antimicrobianos mais utilizados na gestação.
⚫ Se sinais/sintomas de ITU alta (pielonefrite), encaminhar prontamente ao Hospital Regional
do Oeste (HRO).
⚫ Após episódio de pielonefrite ou após 2º episódio de ITU baixo em um período de 6 meses
(CONFIRMADO EM UROCULTURA), encaminhar para a Clínica da Mulher.
Observação: importante lembrar a ingesta adequada de líquidos nesse período, bem como
sintomas de ITU pois esta continua sendo uma causa de partos prematuros no município.
7.8 VDRL
Rotina na 1ª consulta pré-natal.
⚫ Se reagente e com Anticorpo anti-Sífilis reagente, sem registro de tratamento adequado
para o casal, independente do título de VDRL, tratar o casal.
⚫ Se não-reagente e com Anticorpo anti-Sífilis reagente, sem registro de tratamento adequado
para o casal, tratar o casal.
44
⚫ Se reagente e com Anticorpo anti-Sífilis reagente, com registro de tratamento adequado
para o casal, porém com título de VDRL sem queda adequada de no mínimo 2 titulações
após 3 meses de tratamento, tratar o casal.
⚫ Se reagente e com Anticorpo anti-Sífilis não reagente, sem a presença do cancro-duro, o
exame é um falso positivo, orientações.
⚫ Se não-reagente e com Anticorpo anti-Sífilis reagente, com registro de tratamento adequado
para o casal, apenas orientações de rotina.
⚫ Se não-reagente e com Anticorpo anti-Sífilis não-reagente, com ou sem registro de
tratamento adequado para o casal, apenas orientações de rotina.
Sífilis tardia (latente tardia ou latente com 2,4 milhões UI, IM, semanal por 3 semanas. Dose
duração DESCONHECIDA e sífilis total de 7,2 milhões UI
terciária), mais de 2 anos de evolução
A Sífilis Desconhecida ou Latente Tardia é quando não se pode determinar o tempo entre
um VDRL não reagente e um reagente ou este tempo for maior que 2 anos.
As gestantes com história comprovada de alergia à penicilina devem ser dessensibilizadas,
para isto deverão ser encaminhadas para o Serviço de Referência;
Na impossibilidade da dessensibilização, recomenda-se a administração de Estearato de
Eritromicina, 500 mg, VO, de 6/6 horas, por 15 dias na sífilis primária, ou 30 dias na sífilis latente
e nos casos em que não for possível a sua classificação.
O enfermeiro poderá prescrever o tratamento com Penicilina G benzatina conforme descrito
na nota técnica COFEN nº 03/2017, de 14 de julho de 2017.
7.10 TSH
⚫ O TSH deve ser solicitado para todas as gestantes.
⚫ Hipotireoidismo PRÉVIO:
o Hipotireoidismo prévio, alvos na gestação:
⚫ VALOR DE TSH ALVO PARA PACIENTES JÁ EM USO DE
LEVOTIROXINA = TSH no 1º trimestre entre 0,1 – 2,5., no 2º trimestre 0,2 – 3,0
no 3º trimestre 0,3- 3,0.
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⚫ Resultados reagentes devem ser encaminhados ao Setor de Hepatites, anexo ao Centro de
Saúde Norte.
7.13 Ultrassonografia
Serão preconizadas duas (02) ecografias em gestações de baixo risco, que devem ser
realizadas no 1º trimestre, entre a 12ª e 14ª semana e no 2º trimestre em torno da 22º
e 24ª semana. Não será realizada ecografia em 3º trimestre salvo nos casos em que a
paciente não tenha realizado nenhuma ecografia ou caso tenha alguma intercorrência
mediante justificativa médica, por escrito na solicitação do exame. Lembrar também que
não será realizado Ecografia Morfológica, a não ser para paciente com indicação médica e
pertencente ao programa de alto risco na Clínica da Mulher.
Observação: os exames de Ultrassonografia Obstétrica deverão ser lançados no
SISREG na cor AZUL – procedimento regulado. Será agendada solicitação conforme
protocolo do sistema. Descrever na solicitação:
⚫ Data da última menstruação (DUM);
⚫ Idade gestacional;
⚫ Data do último exame de ultrassonografia, bem como a idade gestacional
em que se encontrava.
⚫ Intercorrências na gestação também devem ser descritas.
O segundo ultrassom deverá ser lançado no sistema na cor AZUL – procedimento
regulado.
A gestante deve ter em mãos a Caderneta da Gestante e estar cadastrada no sistema
próprio para que seus dados sejam informados ao Ministério da Saúde.
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8 ENCAMINHAMENTOS PARA REFERÊNCIA DE OBSTETRÍCIA
8.2 Casos que devem ser encaminhados ao pré-natal de alto risco (PNAR)
CONFORME NORMATIVA VIGENTE DO SISREG ESTADUAL;
CASOS NÃO PREVISTOS NO PROTOCOLO DE ENCAMINHAMENTO PODEM SER DISCUTIDOS
NA CONSULTORIA ELETRÔNICA EM GO.
Critérios para encaminhamentos:
1) Cardiopatias Maternas atual, em acompanhamento com cardiologista:
Se dúvida diagnóstica, paciente deve ser primeiramente encaminhada ao Cardiologista
2) HAS prévia descompensada ou HAS gestacional:
Critérios de encaminhamento: - HAS prévia a gestação, independentemente dos
valores OU - Caso novo com aferições de PA ≥140x90 – pelo menos 3 aferições em
monitorização ambulatorial OU - História prévia de doença hipertensiva da
gestação/eclâmpsia com mau resultado obstétrico e/ou perinatal( HELLP Eclâmpsia
internação em UTI neonatal, óbito fetal ou neonatal;
3) Diabetes prévio ou gestacional:
Critérios de encaminhamento: Glicemia de Jejum ≥92mg/dl, testada e confirmada em
laboratório OU Glicemia de 24 a 28 semanas: TOTG = jejum >= 92mg/dl, 1ªhora >=
180mg/dl e 2ªhora >= 153mg/dl OU Diabética prévia em tratamento com
hipoglicemiantes ou insulina
4) Doenças Auto-Imunes confirmadas (lúpus, colagenoses) atuais:
Paciente deve ser primeiramente encaminhada ao Reumatologista ou já estar em acompanhamento
5) Hepatopatias crônicas: Hepatites:
Paciente deve ser primeiramente encaminhada ao Setor de Hepatites e/ou gastroenterologista, ou já estar em
acompanhamento.
Critérios de encaminhamento: - Hepatite C OU - Hepatite B complicada (que necessitou de internação hospitalar,
ascite.)
6) Nefropatias/Uropatias:
Critérios de encaminhamento: Nefropatias graves incluindo IRC e transplantadas Uropatias atuais comprovadas
Cistite: 2 ou mais ITU inferior DOCUMENTADAS com urocultura durante a gestação. Pielonefrite na gestação
48
atual- Após Alta Hospitalar Cistite de repetição prévia a gestação que determine uso de profilaxia atual.
Malformações urinárias maternas.
7) Neuropatias (epilepsia, AVE prévio, paraplegia/tetraplegia):
Paciente deve ser primeiramente encaminhada ao Neurologista, ou já estar em acompanhamento.
8) Tireoidopatias atuais:
Hipotireoidismo PRÉVIO descompensado em tratamento com Levotiroxina -> TSH no 1º tri > 2,5. TSH no 2º e 3º
tri > 3,0. Hipotireoidismo GESTACIONAL sem tratamento -> TSH >4,0. Hipertireoidismo -> TSH <0,1, com T4L
e T3 acima da referência do laboratório.
9) Pneumopatias graves (asma / DPOC): Paciente deve ser primeiramente encaminhada ao pneumologista ou já
estar em acompanhamento.
10) Doenças hematológicas atuais
(anemia grave Hb < 8g/dl ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso ou hemoglobina < 10g/dl
em pacientes com cirurgia bariátrica prévia; trombofilia; anemia falciforme excluindo traço falcêmico; Doença da
hemoglobina C; síndrome de anticorpo antifosfolipídeo; talassemia):
Paciente deve ser primeiramente encaminhada ao hematologista ou já estar em acompanhamento.
11) Doenças Psiquiátricas que estejam em acompanhamento psiquiátrico:
Psicose, depressão grave, risco de suicídio, psicose puerperal em gestação anterior. Dependência de drogas ilícitas e
alcoolismo em acompanhamento no CAPS AD
12) Alterações Genéticas Maternas:
Inclui malformações congênitas maternas
13) Câncer materno atual:
Comprovado. Alta suspeição clínica de câncer de mama (BIRADS 4b ou 5) Obs.: NIC III -> deve ser encaminhado
ao ambulatório de colposcopia e não segue no pré-natal de alto risco.
14) Paciente com conização prévia.
15) Anomalias do trato-genitourinário ou pelve Materna com repercussão no trajeto de parto:
Malformação uterina, miomatose com repercussão no trajeto de parto, tumores anexiais;
16) Obesidade mórbida/Desnutrição materna severa atuais: - Obesidade: IMC >40, prévio a gestação. - Cirurgia
Bariatrica Prévia
17) Uso atual de medicamentos com potencialidades teratogênicas, sem possibilidade de troca, já avaliados por
ginecologista referência da Unidade de Saúde.
18) Isoimunização RH/Doença hemolítica:
Paciente com fator Rh negativo, com coombs indireto positivo.
19) Incompetência istmo cervical / colo curto na atual gestação:
Incompetência istmo cervical na gestação atual ou prévia. Colo curto na gestação atual: <2,5cm (medida em
ultrassonografia transvaginal).
20) Hemorragias de terceiro trimestre (Placenta prévia) -> na atual gestação:
Placenta prévia: distando <1,0cm do colo ou total. Acretismo placentário. Vasa prévia. Placenta circunvalada.
21) Polidramnio/oligohidramnio:
Polidramnio: ILA >24 ou maior bolsão de >8cm. Oligodramnio: ILA<8 ou maior bolsão <2cm.
22) Doenças infecciosas como toxoplasmose, rubéola, HIV, hanseníase e tuberculose, na gestação atual:
# Toxoplasmose: IGM+ e IGGIGM e IGG+ -> até 16 semanas -> se avidez para IGG for baixa. IGG+ e IGM + ->
>17 semanas Não entra para Alto risco: IGG+ e IGM – Idade gestacional <16 semanas e Alta Avidez IGG.
#Hanseníase e tuberculose: Paciente deve ser primeiramente encaminhada ou já estar sendo acompanhada no ao
Setor de Hanseníase e Tuberculose.# HIV: Paciente deve ser primeiramente encaminhada ou já estar sendo
acompanhada no SAE.#Sífilis: Conforme Fluxograma do comitê de prevenção da transmissão vertical.# Rubéola e
CMV: IGM +.
Condilomas -> deve ser encaminhado ao ambulatório de pequenas cirurgias ou colposcopia e não segue no prénatal
de alto risco.
23) Retardo no crescimento intra-uterino na gestação atual:
Percentil<10%
24) Malformações Fetais que interferem na via de parto e/ou necessidade de atendimento especializado ao RN:
Atuais ou prévias
25) Abortamentos de repetição:
Abortamento de repetição: 3 ou mais abortamentos consecutivos
26) Partos prematuros prévios.
27) Antecedentes de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
49
28) Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa desconhecida.
29) Descolamento prematuro de placenta em 3º trimestre em gestação prévia.
30) Gemelaridade.
31) Idade materna >40 anos.
8.3 Contrarreferência
O médico Obstetra do PNAR após avaliar a paciente ou após acompanhamento da paciente na qual não há
ou extinguiu-se a indicação para o acompanhamento especializado poderá contra referenciar a paciente ao CSF de
origem para seguimento de pré-natal.
Observação: Lembrar que a paciente que será encaminhada ao HRO deve portar formulário específico
(Requisição de Parecer), Caderneta da Gestante, exames, medicamentos de uso contínuo (para HAS, DIA,
HIV, etc), RG e CPF.
50
9 PRÉ-NATAL DO PARCEIRO
A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir doenças que podem ser prevenidas. Desta forma, deve-se
analisar a situação vacinal e regularizar de acordo com o calendário de vacinas do adulto.
51
A criação de vínculo é essencial e contribui muito para a relação entre o parceiro e o
profissional da saúde. Nas consultas devem ser dadas orientações gerais e específicas, quando
solicitado.
Informar sobre os direitos dos pais, como por exemplo, a licença paternidade de cinco dias,
garantidos por lei, esclarecer que é direito da mulher ser acompanhada por, pelo menos, uma pessoa
durante todo o processo de pré-parto, parto e puerpério, o qual, na maioria das vezes, é o parceiro.
O profissional deve sensibilizar o parceiro de que a presença dele nesse momento garante um
melhor atendimento para a parceira, reduzindo a possibilidade de situações de violência obstétrica
e/ou institucional, estimula o parto natural, diminui o medo e a tensão, alivia a dor, diminui a
ocorrência de depressão pós-parto, favorece o aleitamento materno, fortalece o vínculo da tríade
mãe-parceiro-bebê, dentre outras potencialidades.
52
10 PERÍODO PÓS-PARTO OU PUERPÉRIO
O período pós-parto é aquele após o nascimento do bebê. Além de ser um momento especial
para a mãe e companheiro, também é um momento que necessita atenção, pois podem surgir
problemas de saúde ainda relacionados com a gravidez, os quais, quando não identificadas e
manejadas corretamente, podem resultar em sequelas ou morte, como é o caso das hemorragias e
infecções.
Diante disso, é recomendado que a equipe de saúde realize visita domiciliar na primeira
semana após a alta do bebê (nos primeiros 07 dias de vida), assim como, realize o retorno da
atenção em saúde de ambos ao CSF de origem. No caso de o bebê ser classificado como de risco,
o tempo é de 03 (três) dias.
Os objetivos da avaliação pós-parto são:
⚫ Avaliar o estado de saúde da mulher e do RN;
⚫ Orientar e apoiar a família para a amamentação;
⚫ Orientar os cuidados básicos com o RN;
⚫ Avaliar a interação da mãe com o RN;
⚫ Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las;
⚫ Orientar o planejamento familiar;
⚫ Agendar consulta de puerpério no prazo de 42 dias pós-parto.
As ações relacionadas à mulher são organizadas em três etapas: anamnese, exame clínico e
condutas.
10.2 Anamnese
54
estranhos, insônia,
características
maníacas, melancólicas
ou catatônicas.
Percurso e Remissão espontânea Atinge o limiar Pode evoluir para
prognóstico em um período de uma gradativamente, depressão; o
semana a 10 dias demorando semanas prognóstico depende do
ou meses para ser diagnóstico precoce e
percebida; o das intervenções
prognóstico depende empregadas.
do diagnóstico precoce
e das intervenções
empregadas.
10.4 Condutas
Orientar a puérpera acerca de: higiene, alimentação, atividades físicas, atividade sexual
(reforçar importância da prevenção), cuidados com as mamas, aleitamento e amamentação,
cuidados com o RN, direitos da mulher, planejamento familiar e método contraceptivo que podem
ser utilizados no pós-parto e sobre a atualização do calendário vacinal.
Importante:
⚫ Prescrever suplementação de ferro: 40mg/dia de ferro elementar, até três meses após o
parto, para todas as mulheres sem anemia diagnosticada.
⚫ Tratar possíveis intercorrências ou referenciar para profissional habilitado.
56
10.6 Uso de método anticoncepcional durante o aleitamento
A escolha do método deverá ser pautada pela avaliação singular de cada mulher. Para
orientar a puérpera sobre o melhor contraceptivo a ser utilizado durante o aleitamento materno é
importante levar em consideração o tempo pós-parto, o padrão de amamentação, o retorno ou não
da menstruação e os efeitos dos anticoncepcionais sobre a lactação e o lactente.
Abaixo são descritos alguns exemplos de contraceptivos:
⚫ DIU: pode ser introduzido imediatamente após o parto ou a partir de quatro semanas pós-
parto;
⚫ Preservativo: continua sendo o mais indicado, pois além de evitar uma nova gestação, evita
a transmissão de doenças;
⚫ Anticoncepcional oral de progesterona: também conhecido como minipílula, pode ser
utilizado durante a amamentação. É indicado a partir da 6ª semana após o parto;
⚫ Anticoncepcional injetável trimestral: acetato de medroxiprogesterona (150mg/ml). Pode
ser utilizado durante a amamentação. É indicado a partir da 6ª semana após o parto;
⚫ Métodos comportamentais: tabelinha, muco cervical, dentre outros. Só poderão ser
utilizados após normalização do ciclo menstrual.
Atenção: o anticoncepcional oral combinado e o injetável mensal não devem ser utilizados em
lactantes, pois interferem na quantidade/qualidade do leite e podem afetar negativamente a saúde
do bebê.
57
Fissuras: geralmente ocorre em decorrência da pega incorreta. Orientar para uma boa pega, assim
como, para o hábito de manter a mama seca, suspender o uso de sabonetes, cremes ou outras
soluções na mama. O tratamento pode ser feito passando o leite materno sobre a mama no final das
mamadas;
Mamas ingurgitadas: comum do terceiro ao quinto dia após o parto. Para evitar o ingurgitamento,
deve existir pega correta. Quando há produção excessiva de leite, ordenhar a mama de modo
manual;
Mastite: processo inflamatório e infeccioso. Geralmente ocorre devido ao ingurgitamento tratado
de modo inadequado. Deverá ser aplicado tratamento farmacológico, prescrito pelo médico. A
amamentação não deve ser suspensa.
58
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